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Tabagismo CM

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1 Ana Luiza Azevedo de Paula Clínica Médica 
Clínica médica 
TABAGISMO 
 
O tabagismo é reconhecido como uma doença 
crônica causada pela dependência à nicotina 
presente nos produtos à base de tabaco. De 
acordo com a Revisão da Classificação 
Estatística Internacional de Doenças e 
Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o 
tabagismo integra o grupo de transtornos 
mentais e comportamentais em razão do uso de 
substância psicoativa. Ele também é 
considerado a maior causa evitável isolada de 
adoecimento e mortes precoces em todo o 
mundo. 
O tabaco é uma planta (Nicotiana tabacum) cujas 
folhas são utilizadas na confecção de diferentes 
produtos que têm como princípio ativo a nicotina, 
que causa dependência.Há diversos produtos 
derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, 
cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para 
narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos 
eletrônicos para fumar e outros. 
O tabagismo constitui fator de risco para o 
desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: 
leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; 
câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do 
colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim 
e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); 
câncer na cavidade oral (boca); câncer de 
faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer 
de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e 
pulmão. 
Além de estar associado às doenças crônicas 
não transmissíveis, o tabagismo também é um 
fator importante de risco para o desenvolvimento 
de outras enfermidades, tais como tuberculose, 
infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, 
impotência sexual, infertilidade em mulheres e 
homens, osteoporose, catarata, entre outras. 
PREVALÊNCIA 
Desde a introdução do tabaco na sociedade 
moderna, o tabagismo tem sido uma experiência 
predominantemente masculina. Porém, com os 
movimentos de liberação feminina e da maior 
integração das mulheres à lógica de produção 
capitalista durante as décadas de 60 e 70 do 
século XX, observou-se o incremento do 
tabagismo entre as mulheres. 
O ato de fumar foi associado ao glamour, tendo 
como exemplo grandes estrelas de Hollywoond 
como Marilyn monroe, que fazia o uso do produto, 
gerando uma grande influência em toda 
população. 
O panorama mundial revela alta frequência de 
dependência do tabagismo em ambos os sexos, 
tanto em países desenvolvidos como nos em 
desenvolvimento. Atualmente, existem cerca de 
1,3 bilhão de pessoas fumantes no mundo, 
sendo um bilhão aproximadamente do sexo 
masculino e o restante, em muito menor 
proporção, do sexo feminino. 
Dos homens fumantes, 35% estão em países 
desenvolvidos e 50% em países em 
desenvolvimento; em relação às mulheres 
fumantes, 22% estão em países desenvolvidos e 
9% em países em desenvolvimento. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
2 Clínica Médica – Tabagismo 
Quanto às tendências das prevalências mundiais 
de tabagismo, observa-se, nos homens, uma 
lenta redução da prevalência de tabagismo, tanto 
em países desenvolvidos como nos em 
desenvolvimento. Tal redução tem sido maior 
nos homens de classes sociais mais favorecidas. 
A tendência da prevalência nas mulheres é 
diferente daquela observada no sexo masculino. 
Com exceção de alguns países desenvolvidos 
como Austrália, Canadá, EUA e Reino Unido, 
onde já se evidencia redução do tabagismo no 
sexo feminino, nos demais, encontra-se, na sua 
maioria, tendência de aumento do tabagismo 
entre as mulheres. 
A idade é uma variável fundamental na 
epidemiologia do tabagismo. Assim como o uso 
de outras drogas aditivas, tende a se estabelecer 
durante a adolescência. Quanto mais precoce a 
idade do início, maior a probabilidade do 
indivíduo tornar-se dependente da nicotina. 
Como consequência , os adolescentes fumantes 
sofrem um expressivo risco de virem a 
desenvolver algum tipo de câncer relacionado 
ainda na vida adulta produtiva, com grande 
repercussão em termos de anos de vida perdidos 
para a sociedade. 
Fatores ambientais, sociodemográficos, 
comportamentais e pessoais estão relacionados 
ao uso de tabaco pelos adolescentes. O 
tabagismo na adolescência tem sido associado 
ao hábito de fumar dos pais, amigos e irmãos 
com maior idade. Baixo rendimento nos estudos, 
abandono da escola e trabalho remunerado, são 
fatores também conectados ao tabagismo na 
adolescência. Desajuste familiar, separação dos 
pais e moradia com outras pessoas que não os 
pais biológicos, a baixa auto-estima e a 
depressão são condições que aumentam a 
probabilidade da fixação do tabagismo entre os 
adolescentes. Deve-se assinalar ainda como 
facilitador para a iniciação a limitada percepção 
entre os adolescentes do risco decorrente do 
tabagismo. 
Medidas restritivas de comercialização e 
consumo do tabaco nos países desenvolvidos 
levaram a indústria do tabaco a direcionar seus 
esforços de venda para países mais pobres, 
onde havia perspectivas de crescimento do 
consumo e contínua reposição de fumantes. Os 
alvos principais de suas campanhas 
promocionais têm sido os adolescentes e jovens. 
NICOTINA E SUA AÇÃO NO 
ORGANISMO 
A nicotina é um alcalóide policíclico sendo o 
composto ativo do tabaco. É uma variação do 
composto chamado de pirrolidina. Esse 
composto consiste em um ciclopentano com um 
de seus carbonos substituídos por um nitrogênio. 
Alcalóides por sua vez são compostos cíclicos 
formados primordialmente por carbono, 
nitrogênio, oxigênio e hidrogênio. Encontrados 
geralmente em plantas. A nicotina é um dos 
alcalóides que mais preocupam pela sua 
capacidade de dependência por ser uma das 
mais acessíveis para a população, já que boa 
parte do poder viciante do cigarro vem da 
nicotina presente no tabaco. Além disso, muitas 
das substâncias presentes no cigarro, além do 
tabaco, agem como reforçadores do mesmo. 
A fumaça inalada a partir da queima do fumo 
atravessa a faringe, a laringe, traqueia e invade 
os brônquios, seguindo na direção dos alvéolos 
pulmonares – estruturas em forma de saco, 
altamente irrigadas por pequenos vasos 
sanguíneos – para que as trocas de oxigênio por 
gás carbônico possam ser efetuadas. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
3 Clínica Médica – Tabagismo 
Ao chegar aos alvéolos, as gotículas de nicotina 
entram em contato com a infinidade de vasos 
sanguíneos que os irrigam, atravessam suas 
paredes e caem na corrente sanguínea. 
Dependendo da profundidade da tragada, 70 a 
90% da nicotina presente na fumaça é absorvida 
nos alvéolos. Ao cair no interior dos milhares de 
vasos capilares dos pulmões, a nicotina se 
mistura com o sangue já oxigenado, que será 
levado ao coração para ser bombeado para todo 
o organismo. 
O processo é tão rápido que a nicotina atinge o 
cérebro entre apenas seis e dez segundos. Os 
neurônios de várias regiões do cérebro. 
 
O sistema nervoso possui células especiais 
chamadas transportadoras, que levam 
substâncias como os hormônios e os 
neurotransmissores para locais específicos no 
cérebro. Esses elementos têm o poder de nos 
excitar ou relaxar e constituem as respostas 
naturais que damos aos estímulos do meio 
ambiente. 
A compulsão por cigarro pode começar depois 
de dias da primeira utilização. A nicotina estimula 
os receptores colinérgicos de nicotina no cérebro, 
liberando dopamina e outros neurotransmissores, 
o que ativa o sistema de recompensa do cérebro 
durante atividades prazerosas, de forma 
semelhante à da maioria das outras drogas 
viciantes ( Visão geral dos transtornos 
relacionados a substâncias). Dopamina, 
glutamato e ácido gama-aminobutírico (GABA) 
são mediadores importantes de dependência à 
nicotina. Conforme a repetição diária de 
tragadas aumenta, maior vai ser a necessidade 
de aumentar a quantidade de nicotina para que 
haja aligação com a quantidade receptores 
disponíveis, que aumenta gradativamente 
ocasionando o vício. 
Além disso, a nicotina aumenta a liberação de 
catecolaminas, causando vasoconstricção, 
acelerando a frequência cardíaca, causando 
hipertensão arterial e provocando adesividade 
plaquetária. A nicotina juntamente com o 
monóxido de carbono, provoca diversas doenças 
cardiovasculares. Também estimula no aparelho 
gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o 
que pode causar úlcera gástrica e desencadeia 
a liberação de substâncias quimiotáxicas no 
pulmão, que estimulará um processo que irá 
destruir a elastina, provocando o enfisema 
pulmonar. 
À medida que a droga vai sendo metabolizada, 
isto é, decomposta, os receptores começam a 
ficar vazios, e a vontade de fumar aumenta 
progressivamente: surge a crise de abstinência, 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
4 Clínica Médica – Tabagismo 
carregada de ansiedade e agitação, que só 
regride quando a fumaça chega outra vez aos 
pulmões e a primeira dose de nicotina atinge o 
cérebro. Com a ausência da nicotina, o cérebro 
do dependente recebe menos dopamina. Para 
compensar, o organismo produz mais 
noradrenalina. Por isso, quando alguém pára de 
fumar, fica nervoso ou irritado. 
 
Os danos ao organismo humano provenientes do 
tabagismo não afetam apenas as pessoas que 
fumam, mas atingem as não fumantes que vivem 
sob poluição pela fumaça de cigarros nos 
domicílios, nos ambientes de trabalho, de lazer, 
escolas e demais espaços públicos fechados. 
O Tabagismo passivo é a inalação da fumaça de 
derivados do tabaco, tais como cigarro, charuto, 
cigarrilhas, cachimbo, narguilé e outros 
produtores de fumaça, por indivíduos não 
fumantes, que convivem com fumantes em 
diferentes ambientes respirando as mesmas 
substâncias tóxicas que o fumante inala. 
 
A fumaça inalada pelos fumantes passivos ou 
involuntários é responsável por grande parte das 
doenças tabaco-relacionadas incidentes nestes 
indivíduos, em particular o câncer de pulmão. 
Esta poluição ambiental é decorrente da fumaça 
exalada pelo fumante (corrente primária ou 
principal), que corresponde a 25% do total, e por 
aquela resultante da queima da ponta do cigarro 
ou outro produto do tabaco (corrente secundária). 
A corrente secundária produzida pela combustão 
do cigarro entre as tragadas corresponde aos 
restantes 75% de fumaça de tabaco presente 
nos ambientes, sendo a mais importante fonte da 
poluição ambiental e com maiores 
concentrações de todos os componentes 
carcinogênicos do tabaco. 
Há dependência psicológica quando as pessoas 
fumam para alterar o seu humor ou evitar 
sintomas de abstinência; esta pode ocorrer 2 
semanas depois do início do tabagismo e em até 
cerca de 25% dos adolescentes que 
experimentam o cigarro. 
 A dependência física (ou seja, a ocorrência de 
sintomas de abstinência com a cessação) 
também ocorre em 2 semanas. As pessoas 
fumam para suprir a dependência de nicotina, 
mas simultaneamente inalam centenas de 
carcinógenos, gases nocivos e aditivos químicos, 
que fazem parte da fumaça do cigarro. Esses 
componentes são responsáveis pelas múltiplas 
consequências do tabagismo sobre a saúde. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
5 Clínica Médica – Tabagismo 
 COMPLICAÇÕES 
Alcatrão é um composto de mais de 40 
substâncias comprovadamente cancerígenas, 
formado a partir da combustão dos derivados do 
tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, 
benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, 
substâncias radioativas, como o Polônio 210, 
acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, 
substâncias usadas em veneno para matar rato. 
O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com 
a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos 
vermelhos do sangue, que transportam oxigênio 
para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO 
com a hemoglobina forma o composto chamado 
carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação 
do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio 
e causando doenças como a aterosclerose. 
 
A aterosclerose é provocada pelo acúmulo de 
placas de gordura, colesterol e outras 
substâncias nas paredes arteriais, responsáveis 
por levar sangue e oxigênio ao corpo. Esse 
acúmulo causa o estreitamento das artérias, 
prejudicando o fluxo sanguíneo. 
Fumar prejudica praticamente todos os órgãos 
do corpo. O tabagismo é a principal causa de 
mortalidade prevenível em vários países.. 
Aproximadamente dois a cada três fumantes de 
longa data morrem prematuramente de uma 
doença diretamente média 10 a 14 anos de vida 
(7 min/cigarro). 
Os principais efeitos crônicos são o aumento da 
probabilidade de: 
• Doença Coronariana 
• DPOC 
• Câncer de pulmão 
DOENÇA CORONARIANA 
 
O cigarro é um dos maiores agressores do 
endotélio – parede de células que recobre os 
vasos sanguíneos. Essa agressão ao endotélio 
interfere a produção de uma substância protetora 
conhecida como óxido nítrico e faz como que as 
artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de 
gordura. Há também uma interferência no 
mecanismo de contração e relaxamento, o que 
resulta numa maior dificuldade para o sangue 
circular. 
A doença arterial coronariana (DAC) é o 
resultado da obstrução das artérias coronárias - 
os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do 
coração. O conjunto de artérias coronárias 
constitui a circulação coronária. 
As artérias coronárias podem ser obstruídas por 
placas de gordura que vão se depositando em 
seu interior, causando a aterosclerose. 
Denomina-se isquemia miocárdica a má 
irrigação do músculo cardíaco decorrente de 
obstrução da circulação coronária. A isquemia 
miocárdica que ocorre durante um episódio de 
angina é temporária: um estado em que a 
irrigação do músculo cardíaco não é suficiente 
para suprir suas necessidades para a 
intensidade de trabalho que realiza. 
A isquemia cessa com a suspensão da atividade 
física que desencadeou a angina e retorna a um 
patamar de atividade cardíaca mais baixa ou 
com uso de nitroglicerina sublingual, que dilata 
as artérias coronárias e diminui o trabalho 
cardíaco. 
A doença coronariana pode ser assintomática. 
Dentre os sintomas da patologia estão: 
Dores locais: peito. Também é comum: 
ataque cardíaco, falta de ar ou suor 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
6 Clínica Médica – Tabagismo 
 
CÂNCER DE PULMÃO 
 
Como todos os outros tecidos e órgãos do corpo, 
o pulmão é composto por células. Normalmente, 
estas células se dividem e se reproduzem de 
forma ordenada e controlada. Quando ocorre 
uma disfunção celular que altera esse processo, 
o organismo produz excesso de tecido, dando 
origem ao tumor. 
Se o tumor for maligno, o seu crescimento não 
só comprime, mas também invade e destrói 
tecidos sadios à sua volta. Além disso, as células 
tumorais podem se desprender do tumor de 
origem e se espalhar por meio da corrente 
sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras 
partes do corpo, dando origem a novos tumores 
(metástases). 
O câncer de pulmão é o segundo mais comum 
em homens e mulheres no Brasil (sem contar o 
câncer de pele não melanoma). O tabagismo e a 
exposição passiva ao tabaco são importantes 
fatores de risco para o desenvolvimento de 
câncer de pulmão. 
A exposição à poluição do ar, infecções 
pulmonares de repetição, deficiência e excesso 
de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva 
crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), 
fatores genéticos e história familiar de câncer de 
pulmão favorecem ao desenvolvimento desse 
tipo de câncer. 
Idade avançada: a maior parte dos casos afeta 
pessoas entre 50 e 70 anos. 
O câncer de pulmão, geralmente, é classificado 
pela aparência que tem quando observado no 
microscópio. São dois tipos principais: 
 
 
• Câncer de pulmão de células pequenas - 
representam de 10 a 15% doscasos. 
Crescem rapidamente e costumam 
migrar para órgãos distantes do pulmão. 
• Câncer de pulmão de células não 
pequenas - representam 80 a 85% dos 
casos. Está dividido em três subtipos, 
sendo o mais comum o adenocarcinoma, 
que tende a crescer mais lentamente. 
Cada tipo de câncer de pulmão cresce e se 
espalha de forma diferente e, portanto, é tratado 
de acordo com suas características. 
O risco de ocorrência e de morte pela doença 
aumenta quanto maior a intensidade da 
exposição ao tabagismo. A mortalidade por 
câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 
vezes maior do que entre pessoas que nunca 
fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca 
de quatro vezes maior. 
Os sintomas geralmente não ocorrem até que o 
câncer esteja avançado, mas algumas pessoas 
com câncer de pulmão em estágio inicial 
apresentam sintomas. Os mais comuns são: 
• Tosse persistente 
• Escarro com sangue 
• Dor no peito 
• Rouquidão 
• Piora da falta de ar 
• Perda de peso e de apetite 
• Pneumonia recorrente ou bronquite 
Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é 
alterado e aparecem crises em horários 
incomuns. 
Se há suspeita da doença, seu médico pode 
solicitar alguns exames, tais como: 
• Exames de imagem - o raio-X de tórax, em 
complemento com a tomografia 
computadorizada, são testes iniciais para 
investigar o câncer de pulmão. 
• Biópsia - é a retirada de uma pequena amostra 
do tecido suspeito para ser analisada em 
laboratório. Só esse procedimento garante o 
diagnóstico definitivo. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
7 Clínica Médica – Tabagismo 
DPOC 
 
A doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC, 
é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões 
provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou 
de outros compostos nocivos. A doença se 
instala depois que há um quadro persistente de 
bronquite ou enfisema pulmonar. O primeiro 
causa um estado permanente de inflamação nos 
pulmões, enquanto o segundo destrói os 
alvéolos, estruturas que promovem trocas 
gasosas no órgão. 
A DPOC responde por cerca de 20% das mortes 
relacionadas com o tabagismo. O tabaco é a 
causa mais comum, respondendo por 61% de 
todas as mortes por doença pulmonar. O 
tabagismo prejudica os mecanismos de defesa 
local das vias respiratórias e, particularmente 
nas pessoas geneticamente susceptíveis, tende 
a acelerar o declínio da função pulmonar. A tosse 
e a dispneia aos esforços são comuns. 
Sinais e sintomas: 
• Tosse, Pigarro, Falta de ar e fadiga, 
Catarro em excesso. 
BRONQUITE 
Bronquite é uma inflamação dos brônquios, 
canais que conduzem o ar inalado até os 
alvéolos pulmonares. Ela se instala quando os 
minúsculos cílios que revestem o interior dos 
brônquios param de eliminar o muco presente 
nas vias respiratórias. Esse acúmulo de 
secreção faz com que eles fiquem 
permanentemente inflamados e contraídos, 
provocando, principalmente, tosse. 
A bronquite pode ser aguda ou crônica. A 
diferença consiste na duração e agravamento 
das crises, que são mais curtas (uma ou duas 
semanas) na bronquite aguda, enquanto, na 
crônica, não desaparecem, pioram pela manhã e 
se manifestam por três meses ou mais durante 
pelo menos dois anos consecutivos. 
ENFISIMA PULMONAR 
O enfisema é uma irritação respiratória crônica, 
de lenta evolução, quase sempre causada pelo 
fumo, embora outros agentes (poeira, poluentes, 
vapores químicos) também possam provocá-lo. 
No enfisema, os alvéolos transformam-se em 
grandes sacos cheios de ar que dificultam o 
contato do ar com o sangue, uma vez que foi 
destruído o tecido por onde passavam os vasos. 
Alguns fatores hereditários também podem 
contribuir para o aparecimento do enfisema. 
 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
8 Clínica Médica – Tabagismo 
TRATAMENTO 
Tanto a orientação baseada em evidências como 
o tratamento medicamentoso são eficazes para 
o tratamento e a dependência do tabagismo; a 
combinação do aconselhamento com o 
tratamento farmacológico é mais eficaz do que 
qualquer intervenção isolada. 
Estudos de meta-análise revelaram que o 
aconselhamento dado por qualquer profissional 
de saúde aumenta as taxas de cessação do 
tabagismo (FIORE et al., 2008a; GORIN; HECK, 
2004;). 
O tabagismo tem muitas características das 
doenças crônicas. Assim, a abordagem ideal 
baseada em evidências para o tratamento de 
fumantes, sobretudo aqueles que não estão 
prontos para parar de fumar ou os que ainda não 
consideraram a possibilidade de parar de fumar, 
deve ser orientada pelos mesmos princípios que 
norteiam o tratamento de doenças crônicas. 
O acompanhamento para cessação do 
tabagismo embasa-se principalmente na 
abordagem cognitivo-comportamental, que 
combina intervenções cognitivas com 
treinamento de habilidades comportamentais. 
Os dois principais componentes dessa 
abordagem são: 
(1)Detecção de situações de risco de recaída 
(2)Desenvolvimento de estratégias de 
enfrentamento. 
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO 
CONTÍNUO DO ESTADO DE TABAGISMO 
 
• Utilização de diferentes intervenções 
baseadas em evidências (ou 
associações) para diferentes pacientes e 
com base nas experiências prévias e 
preferências em relação ao tratamento. 
• Incentivar a abstinência temporária e a 
redução do consumo para os pacientes 
que não conseguem parar de fumar, 
reforçando que a abstinência é o objetivo 
final 
• Apesar da redução do consumo poder 
aumentar a motivação para cessação 
total (particularmente quando combinada 
a tratamento com reposição de nicotina), 
os fumantes devem ser lembrados que 
reduzir o número de cigarros pode não 
melhorar os resultados em relação à 
saúde, pois fumantes inalam mais 
fumaça (e assim mais toxinas) por cigarro, 
para manter a ingestão de nicotina 
quando reduzem o número de cigarros 
utilizados por dia. 
ORIENTAÇÃO BASEADA EM 
EVIDÊNCIAS 
Os esforços de orientação iniciam-se com 5 A: 
• Perguntar em cada consulta se o 
paciente usa tabaco e registrar a 
resposta. 
• Aconselhar todos os fumantes a parar de 
fumar em uma linguagem clara, forte, 
personalizada e imparcial. 
• Avaliar a disposição do fumante de parar 
nos próximos 30 dias, destacando os 
benefícios da cessação para os fumantes 
que não pretendem parar de fumar nos 
próximos 30 dias. 
• Auxiliar os que desejam tentar parar de 
fumar com orientações breves e 
tratamento medicamentoso. 
• Agendar o acompanhamento, de 
preferência após a primeira semana da 
data fixada para a interrupção do 
tabagismo e então mais tarde para 
prevenir recorrências. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
9 Clínica Médica – Tabagismo 
Para os fumantes dispostos a parar, os médicos 
devem trabalhar com o paciente de modo a 
deteriminar uma data para a cessação, de 
preferência em 2 semanas, e enfatizar que a 
abstinência total é melhor do que a redução. 
As experiências pregressas de cessação de 
tabagismo podem ser revisadas para identificar 
o que ajudou e o que não ajudou e os 
desencadeantes do tabagismo, ou desafios na 
cessação, devem receber planejamento prévio. 
Por exemplo, o uso de álcool está associado à 
recaída, assim, a restrição ou abstinência de 
álcool devem ser discutidas. Adicionalmente, a 
cessação é mais difícil quando outros fumam em 
casa; deve-se incentivar os cônjuges e outras 
pessoas fumantes na residência a fumar fora de 
casa ou parar completamente. Os médicos 
devem reforçar sua disponibilidade e assistência 
para apoiar a tentativa de parar de fumar. 
Além do aconselhamento breve fornecido pelo 
médico do fumante, programas de 
aconselhamento podem ajudar. Geralmente 
empregam-se terapias cognitivo- 
comportamentais, que são oferecidas por vários 
programas de saúde. As taxas de sucesso são 
mais elevadas com os programas de autoajuda. 
É importante ressaltar que tais técnicas, 
utilizadascomo importantes ferramentas para o 
trabalho cognitivo dos usuários, não 
representam solução protocolar e mágica para 
um indivíduo “robotizado”. É essencial verificar 
como ele se sente quando tenta usar cada 
técnica, do ponto de vista das emoções e 
sentimentos. Para que a técnica funcione, a 
pessoa deve ser incentivada a usá-la, 
escolhendo as modalidades em que percebe 
uma resposta mais satisfatória e apropriando- se 
delas, e reconhecer que tipo de sentimento surge 
em cada circunstância, aprendendo a como lidar 
com ele. 
As abordagens para cessação de tabagismo são 
classificadas como: 
(1) Mínima (ou Breve) 
 
A abordagem mínima (breve) é definida como o 
contato profissional-usuário inferior a 3 minutos 
para cada encontro. Embora não seja 
considerada a forma ideal de atendimento, 
mostrou-se que ela pode produzir resultados 
significativos e, pela maior disponibilidade dos 
profissionais para realizarem este tipo de 
abordagem na prática clínica, o impacto final no 
âmbito de saúde pública é potencialmente 
substancial. Ela é especialmente interessante 
para profissionais de saúde que apresentam 
dificuldades no acompanhamento do indivíduo, 
como aqueles trabalhadores de Pronto 
Atendimentos e Triagens (BRASIL, 2001; ZWAR 
et al., 2011). 
A abordagem mínima é resumida no mnemônico 
Paap: perguntar e avaliar, aconselhar e preparar 
o fumante para a cessação, sem haver um 
acompanhamento posterior. 
(2) Básica 
A abordagem básica é definida como o contato 
profissional-usuário entre 3 e 10 minutos de 
duração para cada encontro. Um pouco mais 
prolongada, é mais indicada por apresentar 
maiores taxas de sucesso para cessação 
definitiva do tabagismo que a anterior 
(abordagem mínima/ breve). Uma diferença 
importante desta abordagem é a previsão de um 
acompanhamento do indivíduo, essencial para o 
feedback entre profissional e tabagista em 
cessação sobre os avanços alcançados e as 
dificuldades encontradas (BRASIL, 2001). 
A abordagem básica é resumida no mnemônico 
Paapa: perguntar e avaliar, aconselhar, preparar 
e acompanhar. 
(3) Intensiva 
A abordagem intensiva (também denominada 
específica) é definida como o contato 
profissional-usuário superior a 10 minutos de 
duração para cada encontro. É a abordagem 
mais indicada, sempre que factível, por 
apresentar as maiores taxas de sucesso para 
cessação definitiva do tabagismo. Uma meta-
análise concluiu que a chance de se alcançar a 
abstinência do tabaco, em comparação a 
nenhum contato profissional-usuário, é 1,3 vezes 
para a abordagem mínima/ breve (< 3 minutos), 
1,6 vezes a abordagem de baixa 
intensidade/básica (3-10 minutos), e 2,3 vezes 
para a abordagem de alta intensidade/intensiva 
(> 10 minutos). 
A abordagem intensiva é resumida, tal qual a 
abordagem básica, no mnemônico Paapa: 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
10 Clínica Médica – Tabagismo 
perguntar e avaliar, aconselhar, preparar e 
acomp 
Essas abordagens levam em conta o tempo 
investido no contato entre a pessoa e o 
profissional de saúde – respectivamente menor 
que 3 minutos, entre 3 e 10 minutos, e maior que 
10 minutos (BRASIL, 2001; FIORE et al., 2008a). 
A abordagem intensiva mostrou-se mais eficaz 
que as demais. Por outro lado, a abordagem 
mínima, com seus efeitos apenas modestos para 
o indivíduo, apresenta potencial substancial em 
termos de saúde pública e, por isso, não deve 
ser menosprezada pelos profissionais de saúde 
(ZWAR et al., 2011). 
FÁRMACOS PARA CESSAÇÃO DE 
TABAGISMO 
Fármacos eficazes e seguros para a cessação 
do tabagismo são vareniclina, bupropiona SR e 
5 tipos de terapias de reposição de nicotina nas 
formas de chiclete, adesivo, inalatória e spray 
nasal . 
O uso de medicamentos tem um papel bem 
definido no processo de cessação do tabagismo, 
que é o de minimizar os sintomas da síndrome 
de abstinência à nicotina, facilitando a 
abordagem intensiva do tabagista. 
Medicamentos não devem ser utilizados 
isoladamente, e sim em associação com uma 
boa abordagem. É fundamental que o tabagista 
se sinta mais confiante para exercitar e por em 
prática as orientações recebidas durante as 
sessões da abordagem intensiva 
 O mecanismo de ação da bupropiona é 
aumentar a liberação cerebral de noradrenalina 
e dopamina. 
Vareniciclina atua no receptor de nicotina-
acetilcolina (a subunidade α-4β-2), onde atua 
como agonista parcial, bloqueando os efeitos da 
nicotina. O efeito da vareniclina é atenuar os 
sintomas da abstinência de nicotina e diminuir os 
efeitos prazerosos do tabagismo se o paciente 
recair. A vareniclina é a monoterapia mais eficaz 
disponível para a cessação do tabagismo. 
Combinações de diferentes produtos de 
reposição de nicotina são mais eficazes do que 
cada produto isoladamente e são comparáveis 
em termos de eficácia à vareniclina. 
Por exemplo, a combinação do adesivo de 
nicotina a um fármaco de ação mais curta de 
reposição de nicotina (p. ex., pastilha, goma, 
spray nasal ou inalador) é mais eficaz do que a 
monoterapia. 
Quando utilizado em associação o adesivo de 
nicotina ajuda a manter concentrações contínuas 
e o uso de chiclete, pastilha, inalador ou spray 
nasal possibilita ao paciente elevar as 
concentrações de nicotina em repostas aos 
desejos imediatos. Administrar a terapia de 
reposição de nicotina na dose de cerca de 1 mg 
por cigarro fumado por dia. Os pacientes que 
utilizam o adesivo de nicotina devem continuar a 
usá-lo mesmo que tenham uma recaída e fumem. 
Os fumantes poderiam temer se tornarem 
dependentes da nicotina após a utilização de 
produtos de nicotina para cessação do 
tabagismo, entretanto esta dependência 
raramente persiste. Uma questão importante é 
que o potencial de dependência de um fármaco 
está relacionado com a velocidade com que 
chega ao cérebro. Como nenhum dos produtos 
de reposição de nicotina fornece nicotina para o 
cérebro em qualquer velocidade próxima à do 
tabagismo fornece (8 a 10 segundos), os 
produtos de reposição são menos viciantes. O 
fármaco de escolha é orientado pela 
familiaridade do médico com o fármaco, 
preferência do fumante e experiência prévia 
(positiva ou negativa) e contraindicações. 
Apesar da eficácia comprovada, os fármacos 
para cessação do tabagismo são utilizadas por 
< de 25% dos fumantes que tentam parar. As 
razões para que os fumantes não usem 
fármacos de cessação como uma tentativa de 
parar de fumar são a baixa cobertura dos 
planos de saúde, as preocupações com os 
efeitos adversos, a segurança de fumar e 
utilizar simultaneamente reposição de nicotina, 
e o desânimo do paciente por causa das 
tentativas malsucedidas anteriores de parar de 
fumar. 
Os tratamentos ainda em investigação para 
cessação de tabagismo incluem os fármacos 
cistina, bromocriptina e topiramato. Estudou-se a 
terapia com vacina e descobriu-se que é ineficaz. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
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TABAGISMO X SISTEMA IMUNE 
 
A agressão causada por essas substâncias afeta 
intensamente o trato respiratório, podendo 
ocasionar lesão, metaplasia ou morte celulares, 
alémde inflamação local e sistêmica. 
As células epiteliais são conhecidas por sua 
função de barreira protetora contra o ambiente 
externo, mas existe crescente evidência de que 
também participem da modulação da resposta 
imune, além dos macrófagos, neutrófilos e 
linfócitos. As células relacionadas à resposta 
imune secretam algumas substâncias que 
desencadeiam o processo inflamatório e outras 
que controlam a inflamação. São conhecidos 
como causadores da inflamação o fator de 
necrose tumoral-alpha (TNF-� – Tumor necrosis 
factor), o interferon-gamma (IFN-�) e as 
interleucinas 1, 2, 6, 8, 12, 16, 18 (IL1, IL2, IL6, 
IL8, IL12, IL16 e IL18); já as interleucinas 4, 5, 
10, 13 e 19 (IL4, IL5, IL10, IL13 e 19) estão 
relacionadas à resposta anti-inflamatória pela 
produção de anticorpos e exercem proteção 
contra infecção. 
Além de interferir na função imune, essas 
mudanças nas células epiteliais podem causar 
remodelamento no trato respiratório com um 
aumento no número de células caliciformes e 
hipertrofia de células mucosas, culminando em 
aumentoconsiderável na produção de muco. 
 Além disso, as células ciliadas também sofrem 
alterações em decorrência da exposição à 
fumaça do cigarro, como aumento de cílios 
anormais e diminuição da frequência do 
batimento ciliar. A soma dessas alterações 
resulta em prejuízo do transporte mucociliar. 
O transporte mucociliar é um importante 
mecanismo de defesa do trato respiratório 
porque aprisiona e expele os agentes agressores. 
O funcionamento adequado desse mecanismo 
depende da estrutura, frequência e sincronia do 
batimento ciliar, além da quantidade e qualidade 
da secreção brônquica. 
Alguns estudos têm mostrado que tabagistas 
crônicos apresentam transporte mucociliar 
diminuído. Entretanto, um estudo prévio de 
nosso laboratório mostrou que este mecanismo 
pode se recuperar em 15 dias sem exposição 
tabagística. 
Assim, verificam-se os malefícios causados pelo 
tabagismo nos mecanismos 
de defesa do hospedeiro, como o sistema imune 
e o transporte mucociliar. Desta forma, a 
principal intervenção no tratamento e prevenção 
destas consequências, é a cessação tabagística . 
Artigo: 
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/87308/r
odrigues_fmm_me_prud.pdf;jsessionid=CF2FAE380FA75F
49EA26A95CF6E8F860?sequence=1 
 
Fontes : 
 https://www.inca.gov.br/tabagismoT 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1806-
37132004000800002&script=sci_arttext 
https://www.inca.gov.br/tabagismo/tabagismo-passivo 
https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumo
s/pneumologia_resumo_tabagismo_TSRS_20160321.pdf 
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatorio_
Vareniclina_Tabagismo_CP31_2019.pdf

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