Buscar

Trabalho Alfabetização e Letramento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

[LMC1] 
FACULDADE ANCHIETA DE ENSINO SUPERIRO DO PARANÁ - FAESP 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
2018 
 
 
2 
 
LEANDRO MIRANDA CORDEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
 
 
 
 
Pesquisa acadêmica, do curso de 
Licenciatura em Pedagogia – 
FAESP – Curitiba/PR, sob a 
orientação da Professor 
Franscisco Mauricio Bieniacheski, 
para a obtenção de nota da 
matéria EaD – Alfabetização e 
Letramento. 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/ PR 
2018 
3 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO........................................................................................................................................................ 4 
OBJETIVOS ................................................................................................................................................... 6 
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO .................................................................................................... 6[LMC2] 
CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 10 
REFERENCIAS .... .............................................................................................................................. 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
RESUMO 
A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre a compreensão dos processos de 
alfabetização e letramento, tratando conceitos e especificidades de cada um desses 
processos educacionais. Procura também de diferenciá-los, para que essas 
especificidades possam ser compreendidas com clareza, ressaltando que são 
processos diferentes, porém, que devem ser trabalhados juntos, um contemplando o 
outro, para que se obtenha sucesso na formação inicial dos alunos do ensino 
fundamental. Acredita-se que o letramento se constitui em um instrumento para 
melhores resultados na formação das crianças que saem das séries iniciais do ensino 
fundamental, o que contribuirá para diminuir os altos e vergonhosos índices de 
analfabetismo funcional no Brasil. 
 
DESENVOLVIMENTO 
A educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes para a construção de 
uma sociedade democrática, desenvolvida e socialmente justa. É condição básica e 
direito fundamental da cidadania. A educação como ato crítico radical, de conhecer 
para transformar, será a única garantia de valorização do ser humano. O domínio da 
língua, nas diferentes vertentes da palavra escrita e falada, da leitura e da oralidade, é 
crucial nos mais variados domínios da vida individual e coletiva. Não há cidadania nem 
competência profissional plenas sem um domínio robusto da língua portuguesa. 
 
Ao longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias teóricas e 
metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se posicionem em relação às 
mesmas. Essas mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições 
dos conteúdos a serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do trabalho 
pedagógico. 
 
Hoje o desafio maior é "Como alfabetizar letrando". Os processos de alfabetização e 
letramento são complexos, mas fundamentais para a inclusão social. O ensino de 
Letramento rompe barreiras tradicionais que considera a alfabetização como pré-
requisito para o domínio da leitura e escrita 
Não se deve haver uma dicotomia entre a alfabetização e o letramento. São processos 
que caminham juntos, e devem ser ensinados juntos no âmbito escolar, ou seja, é 
preciso o educador não penas alfabetize ou 'letre' o educando, e sim 'alfabetize 
letrando' o aluno, para que possa orientar o mesmo, o ato de ler e de escrever no 
contexto das práticas sociais. 
Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado 
condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há 
alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, 
porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não 
garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam 
na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas 
entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos. 
5 
 
 
Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação aos índices 
de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na prática, muito 
pouco é feito. O número de alunos aprovados ao final do primeiro ano escolar não é 
satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do ensino fundamental 
sem estarem sequer alfabetizados/letrados também é preocupante. 
Desde a invenção da escrita 3000 a.C, pelos Sumérios, habitantes da mesopotâmia, 
vários métodos foram utilizados com a finalidade de alfabetizar, que segundo o 
dicionário Aurélio significa: Ensinar a ler. Mas surgiu na década de 80, uma nova 
definição referente ao ensinar a ler que é o chamado Letramento. 
Em um mesmo momento histórico, em sociedades distanciadas tanto geograficamente 
quanto socioeconomicamente e culturalmente sentiu-se a necessidade de reconhecer e 
nomear práticas sociais do ler e escrever resultantes da aprendizagem, no Brasil a 
discussão do letramento surge enraizada no conceito de alfabetização. Dissociar 
alfabetização e letramento é um único equívoco, pois alfabetização o desenvolvimento 
de habilidades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, o 
letramento, sendo processos simultâneos. 
Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um assunto que 
não se esgotara facilmente, pois a sociedade vem impondo novos padrões de 
exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias psicológicas 
precisamos nos adaptar ao novo. 
Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. O indivíduo 
alfabetizado e letrado além de saber ler e escrever, responde adequadamente as 
demandas sociais da leitura e da escrita 
 
1 – Alfabetização 
 
É tomar o indivíduo capaz de ler e escrever. A alfabetização se ocupa da aquisição da 
escrita, por um indivíduo ou grupo de indivíduos. É o processo pelo qual se adquire o 
domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o 
domínio da tecnologia, técnicas para exercer a arte e ciência da escrita. 
A alfabetização é um processo no qual o indivíduo assimila o aprendizado do alfabeto e 
a sua utilização como código de comunicação. Esse processo não se deve resumir 
apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do 
ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir 
conhecimento. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de 
compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. 
Elatem sido entendida tradicionalmente como um processo de ensinar e aprender a ler 
e escrever, portanto, alfabetizado é aquele que lê e escreve. O conceito de 
alfabetização para Paulo Freire tem um significado mais abrangente, na medida em 
que vai além do domínio do código escrito, pois, enquanto prática discursiva possibilita 
uma leitura crítica da realidade, constitui-se como um importante instrumento de 
6 
 
resgate da cidadania e reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais que 
lutam pela melhoria da qualidade de vida e pela transformação social. Ele defendia a 
idéia de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, fundamentando-se na 
antropologia: o ser humano, muito antes de inventar códigos lingüísticos, já lia o seu 
mundo. 
A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será alcançado por completo, 
ou seja, não há um ponto final. A realidade é que existe a extensão e a amplitude da 
alfabetização noeducando, no que se diz respeito às práticas sociais que envolvem a 
leitura e a escrita. Nesse âmbito, muito estudiosos discutem a necessidade de se 
transpor os rígidos conceitos estabelecidos sobre a alfabetização, e assim, considerá-la 
como a relação entre os educandos e o mundo, pois, este está em constante processo 
de transformação. 
 
2 – Letramento 
 
O termo letramentotem sido utilizado atualmente por alguns estudiosos para designar o 
processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita nas práticas 
sociais e profissionais. Por que esse termo surgiu? Segundo alguns autores, a 
explicação está nas novas demandas da sociedade, cada vez mais centrada na escrita, 
que exigem adaptabilidade às transformações que ocorrem em ritmo acelerado, 
atualização constante, flexibilidade e mobilidade para ocupar novos postos de trabalho. 
Os defensores do termo "letramento" insistem que ele é mais amplo do que a 
alfabetização ou que eles são equivalentes. 
Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa "literacy" que pode ser 
traduzida como a condição de ser letrado. A palavra letramento ainda não está 
dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto 
que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar 
quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez. 
Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No 
mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986. 
Letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo 
como consequência de ter-se apropriado da escrita. É usar a leitura e a escrita para 
seguir instruções (receitas, bula de remédio, manuais de jogo), apoiar à memória (lista), 
comunicar-se (recado, bilhete, telegrama), divertir e emocionar-se (conto, fábula, 
lenda), informar (notícia), orientar-se no mundo (o Atlas) e nas ruas (os sinais de 
trânsito). 
É o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais e da escrita, ou seja, 
um conjunto de práticas sociais, que usam a escrita, enquanto sistema simbólico, 
enquanto tecnologia, em contextos específicos da escrita denomina-se letramento que 
implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir 
diferentes objetivos, permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza sistematize, 
confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua 
7 
 
memória, garantindo-lhe a sua condição diferenciada na relação com o mundo. 
Compreender o que se lê. 
Na ambivalência dessa resolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em 
face do ensino da língua escrita: o alfabetizar letrando. Desenvolvendo a necessidade 
de associar a teoria e prática. 
O letramento tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes 
manifestações da escrita na sociedade e se amplia cotidianamente por toda vida, com 
a participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. Abarca as mais 
diversas práticas de escrita na sociedade e pode ir desde uma apropriação mínima da 
escrita, tal como o indivíduo que é analfabeto, mas letrado na medida em que identifica 
o valor do dinheiro e o ônibus que deve tomar, consegue fazer cálculos complexos, 
sabe distinguir marcas de mercadorias etc., porém não escreve cartas, não lê jornal, 
etc. Se a crianças não sabe ler, mas pede que leiam histórias para ela, ou finge estar 
lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz rabiscos dizendo que aquilo é uma carta 
que escreveu para alguém, é letrada, embora analfabeta, porque conhece e tenta 
exercer, no limite de suas possibilidades, práticas de leitura e de escrita. 
Para dizer que uma pessoa é letrada é quando faz uso das habilidades de ler e 
escrever inserindo um conjunto de práticas sociais, não apenas no conhecimento das 
letras e do modo de associá-las, mas usar esse conhecimento em benefício de formas 
de expressão e comunicação, reconhecidas e necessárias em um determinado 
contexto cultural, letramento depende da alfabetização, ou seja, da teoria e prática, 
pessoas letradas e não alfabetizadas mesmo incapazes de ler e escrever 
compreendem os papeis sociais da escrita distinguem gêneros ou reconhecem as 
diferenças entre a língua escrita e a oralidade. 
 
3 – Leitura 
 
A leitura é a base do processo de alfabetização e também da formação da cidadania. 
Ao ler uma história a criança desenvolve todo um potencial crítico: pensar, duvidar, 
questionar. 
Etimologicamente, ler deriva do latim "lego/legere", que significa recolher, apanhar, 
escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. 
Mas o que seria leitura? A leitura é uma experiência pessoal, a qual não depende 
somente da decodificação de símbolos gráficos, mas de todo o contexto ligado à 
história de vida de cada indivíduo, para que este possa relacionar seus conceitos 
prévios com o conteúdo do texto, e desta forma construir o sentido. 
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que 
começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e 
interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas 
perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com 
um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma lendo, embora, muitas 
vezes, não nos demos conta. 
8 
 
As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de 
livros de lado, isso resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, 
possuindo vocabulários cada vez mais pobres. 
A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que 
podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a 
interação. Muitas pessoas dizem não ter paciência em ler um livro, no entanto isso 
acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas 
saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo. 
A literatura de modo geral amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o 
mundo e da vida como um todo. O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para 
que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim 
com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. 
 
"Num contexto onde a escrita e a leitura fazem parte das práticas 
cotidianas, a criança tem a oportunidade de observar adultos 
utilizando a leitura de jornais, bulas, instruções, guias para 
consulta e busca de informações específicas ou gerais; o uso da 
escrita para confecções de listas, preenchimento de cheques e 
documentos, pequenas comunicações e atos de leitura dirigidos 
a ela (ouvir histórias lidas). A participação nessas atividades ou a 
observação de como os adultos interagem com a escrita e a 
leitura gera oportunidades para que a criança reflita sobre o seu 
significado para os adultos". (AZENHA, 1999, p. 44). 
Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas 
oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, 
possibilita que ele vá a muitos lugares que, sem a leitura jamais 
iria. "Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas 
oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, 
possibilita que ele vá a muitos lugares que sem a leitura jamais 
iria" (HOFFMANN, 2009). 
A leitura para uns é uma atividade prazerosa para outros um desafio a conquistar, que 
somente será alcançado através de muito incentivo, das escolas das famílias e na 
sociedade. Um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, 
mas aquele que lê diversos tipos de texto com profundidade. 
Na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima 
importância, representando um papel essencial, pois se revela como uma das vias no 
processo de construção do conhecimento, comofonte de informação e formação 
cultural. Ademais, ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade 'neuróbica', ou 
seja, a atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, 
ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto. 
A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições de atuar sobre ele 
modificando-o e tornando-o melhor, por que a leitura é o principal aspecto constituinte 
do pensamento crítico. O homem que não tem oportunidade de aprender a ler, 
certamente será 'excluído' da sociedade, ou melhor, não terá a mesma participação 
que aqueles que têm essa oportunidade. 
9 
 
O hábito da leitura é de extrema importância na formação intelectual do indivíduo, pois 
através dela, cria-se o espírito crítico-social. Ensinar a ler e escrever é alfabetizar, levar 
o aluno ao domínio do código escrito, isso feito principalmente na sala de aula, pois a 
mesma é o lugar da criação de um vínculo com a leitura. 
 
4 – Escrita 
 
Escrever é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde 
simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma tese de doutorado. Uma 
pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma carta, mas não ser capaz de 
escrever uma argumentação defendendo um ponto de vista, escrever um ensaio sobre 
determinado assunto. Assim escrever é também um conjunto de habilidades, 
comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuo 
A escrita tem muitos usos práticos: as pessoas, no seu dia-a-dia, elaboram listas para 
fazer trocas comerciais, correspondem-se por cartas etc.. A escrita, em geral, serve 
também para registrar a história, a literatura, as crenças religiosas, o conhecimento de 
um povo. Ela é, além disso, um espaço importante de discussão e de debate de 
assuntos polêmicos. No Brasil de hoje, por exemplo, são muitos os textos escritos que 
discutem temas como a ecologia, o direito à terra, o papel social da mulher, os direitos 
das minorias, a qualidade do ensino oferecido aos cidadãos, e assim por diante. 
Não basta à escola ter como objetivos alfabetizar os alunos: ela tem o dever de criar 
condições para que eles aprendam a escrever textos adequados às suas intenções e 
aos contextos em que serão lidos e utilizados. 
Muitas crianças chegam à escola com idéias bastante claras a esse respeito, sabem 
que são lidas coisas escritas e não desenhos. Que um livro tem um título, que lendo 
pode-se saber o que está dito em um texto. 
Hoje em dia a alfabetização ganha um sentido próprio e específico, ou seja, a 
alfabetização passa a ser entendida como um processo de aquisição da língua escrita 
e não apenas como aquisição de um código. E não há como se considerar um 
processo inicial desvinculado de um processo de desenvolvimento da escrita. 
O reconhecimento da escrita como objeto social, como produção humana, que traz a 
marca do desenvolvimento histórico da humanidade e que simboliza uma das formas 
do homem transformar a realidade para se comunicar com outros homens, remete 
justamente para o entendimento de que o homem, ao se apropriar desse objeto do 
conhecimento o transforma, porque a ele imprime seu significado único e pessoal e, ao 
mesmo tempo, se transforma, pois, ao apropriar-se, desenvolve-se. 
Nosso sistema de escrita funciona segundo um princípio alfabético: a quantidade de 
letras de uma palavra corresponde, a grosso modo, ao número de sons que compõem 
a palavra. Entender o princípio alfabético não é o mesmo que conhecer os sons das 
letras. Uma criança pode saber que ao símbolo escrito E corresponde ao som [e], que 
ao símbolo L corresponde o som [l], mas, mesmo assim, ela pode não ter 
compreendido o mecanismo que permite formar uma palavra escrita. 
10 
 
Algumas crianças chegam à escola com a compreensão do princípio alfabético. Outras 
pensam que o número de letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma 
palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras escritas tem relação com 
os sons das palavras. Devemos lembrar sempre que as crianças não chegam à escola 
com o mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever. 
Para ensinar a escrever é preciso, para começar, que o professor queira saber o que o 
aluno tem a dizer sobre o assunto a respeito do qual pediu que ele escrevesse e que 
acredite que esse aluno tem realmente alguma coisa a dizer. Para acreditar que o 
aluno tem algo a dizer é preciso que o professor se perceba como alguém que também 
tenha algo a dizer, isto é, o texto escrito pelo professor é pré-requisito para que o aluno 
escreva o seu texto. O professor só pode provar a seus alunos que escrever faz 
sentido se conseguir mostrar-lhes que, tal como ler, escrever é produzir sentido, que o 
autor do texto é o primeiro leitor a ser atingido pelos efeitos de sentido provocados por 
seu esforço de mobilização dos recursos expressivos historicamente construídos na 
língua, para pôr uma certa ordem na vida e no mundo. 
Em seguida, é importante que o professor constitua, na sala de aula, o público para os 
textos de seus alunos e os ponha sistematicamente em discussão. É preciso reverter a 
tradicional crença de que somos todos incapazes de escrever, substituindo-a pela 
convicção natural de que somos todos capazes de escrever para descobrirmos o que 
somos capazes de dizer a respeito do assunto de que estamos tratando. Essa 
capacidade brota do trabalho de escrever (e não de uma inspiração iluminada) e do 
diálogo do texto resultante desse trabalho com os seus leitores, e esse diálogo só faz 
sentido se for para subsidiar uma ou mais reescritas do texto, com a finalidade de 
construir, a respeito do assunto, a clareza possível nesse momento histórico, pelo qual 
passa o autor do texto. 
Finalmente, é necessário que o professor seja professor e examine esses textos para 
orientar, minuciosamente, as reescritas que vão qualificá-los. Orientar a reescrita não é 
apenas adequar o conteúdo às verdades estabelecidas pela ciência, nem a forma do 
texto ao modo consagrado de escrever nessa área de conhecimento, mas é 
principalmente, levar o autor do texto a repensar a pertinência dos dados com que está 
lidando, a coerência da tese que apresenta, a adequação entre dados e tese, em fim, 
levá-lo a perceber lacunas nas informações de que dispõe e a se perguntar para que 
vai servir o que está escrevendo. 
Ensinar a escrever é uma tarefa de uma escola disposta a olhar para frente e não para 
a repetição do passado que nos trouxe à escola que temos hoje. Trabalhar com o texto 
implica trabalhar com a incerteza e com o erro e não com a resposta certa, porque 
escrever é produzir e não reproduzir velhas certezas, pois as certezas nos deixam no 
mesmo lugar. É o erro que nos leva na direção do novo. 
 
5 – Alfabetizar Letrando 
 
O desafio da alfabetização, hoje, é alfabetizar letrando. Além desse conhecimento, o 
alfabetizador precisa entender que alfabetização é um processo complexo que inicia 
11 
 
antes da alfabetização escolar, assumindo-se a escrita pela dimensão simbólica e 
enfatizando os seus usos sociais. Por meio da mediação do adulto a criança vai 
identificando a natureza da linguagem escrita, porém a qualidade das interações é que 
vão determinar as concepções que a criança apresenta sobre a linguagem escrita. É 
função de a escola dar continuidade a esse trabalho, de forma sistematizada pelo 
contato com as diversas práticas sociais que participa. 
A alfabetização e o letramento, são fundamentos da educação e devem ser encarados 
como essenciais para que as crianças atinjam um nível satisfatório de compreensão do 
mundo. É isso que a alfabetização e o letramento fazem, além de demonstrar os signos 
e símbolos, faz com que compreendamos o mundo em que vivemos. 
Na concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois processos 
podem ser vistos como simultâneos, entendendo que noconceito de alfabetização 
estaria compreendido o de letramento e vice-versa. 
Isto será possível se a alfabetização for entendida além da aprendizagem grafofônica e 
que em letramento inclui-se a aprendizagem do sistema de escrita. A conveniência da 
existência dos dois termos, que embora designem processos interdependentes, 
indissociáveis e simultâneos, são processos de natureza diferente, uma vez que 
envolve habilidades e competências específicas, implicando, com isso, formas 
diferenciadas de aprendizagem e em consequência, métodos e procedimentos 
diferenciados de ensino. 
Assim, a participação das crianças em experiências variadas com leitura e escrita, 
conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material, a habilidade de 
codificação e decodificação da língua escrita, o conhecimento e reconhecimento dos 
processos de tradução da fala sonora para a forma gráfica da escrita implica numa 
importante revisão dos procedimentos e métodos para o ensino, uma vez que cada 
fase desse processo exige procedimentos e métodos diferenciados, pois cada criança 
e cada grupo de crianças necessitam de formas diferenciadas na ação pedagógica. 
A proposta de alfabetizar letrando rompe defini-tivamente com a divisão entre o 
'momento de apren-der' e o 'momento de fazer uso da aprendizagem'. Estudos 
lingüísticos propõem a articulação dinâmica e reversível entre 'descobrir a escrita' 
(conhecimento de suas funções e formas de manifestação), 'aprender a escrita' 
(compreensão de regras e modos de funcio-namento) e 'usar a escrita' (cultivo de suas 
práticas a partir de um referencial culturalmente significativo para o sujeito). 
No alfabetizar letrando, se resgata o papel do professor como mediador, recuperando 
sua figura de elo entre o educando e a matéria de conhecimento, interferindo no 
processo sem desviá-lo nem desvirtuá-lo. A interação aluno-conteúdo é um diálogo 
aluno-mundo mediado pelo professor e por outras pessoas. Nesse contexto, faz-se 
necessária uma retoma-da do papel do professor alfabetizador cujo desafio é letrar os 
alunos por meio do trabalho com atividades de leitura e escrita, executadas no plano da 
prática so-cial, portanto em situação de dialogicidade. 
Essa nova forma de alfabetizar letrando requer do professor que ele perceba as 
necessidades de sis-tematizar o uso, refletindo com a criança sobre este, para garantir 
que ela saiba usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar. Na verdade, o 
medo existe por não se saber como proceder. Buscam-se receitas, mas a má notícia. É 
12 
 
que elas não existem; e a boa notícia é que há indi-cações de caminhos, e que cada 
um poderá descobrir o seu. 
Antes de o professor querer exercer esse papel de "professor-letrador" é necessário 
que ele se conscientize e busque ser letrado, domine a produção escrita, as 
ferramentas de busca de informação e seja um bom leitor e um bom produtor de textos. 
Mas para que se torne capaz de letrar seus alunos, é preciso que conheça o processo 
de letramento e que reconheça suas características e peculiaridades. 
Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler e a escrever 
levando-a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita; substituindo as 
tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por jornais, enfim, pelo material 
de leitura que circula na escola e na sociedade, e criando situações que tornem 
necessárias e significativas praticas de produção de textos. 
Como já foi dito acima, os alunos já vem para a escola com seus conhecimentos, que 
não é só o professor q tem algo a ensinar. Hoje em dia o professor além de ter algo a 
ensinar também aprende muito com os alunos e devemos deixar que eles 
participassem cada vez mais investigando e chegado as suas próprias conclusões, o 
professor é mais um auxiliador do conhecimento dos alunos. 
Alfabetizar letrando é quando o professor compreende o universo de seu aluno e 
aplique todo o seu conhecimento e sabedoria com base nessa realidade. 
O professor não deve dissociar alfabetização de letramento, pois deve trabalhar com 
seus alunos de forma simultânea. Para melhorar minha prática pedagógica,é preciso 
fazer os alunos compreenderem e utilizarem a leitura e escrita nas mais diversas 
situações do dia-a-dia,a fim de repensar o ensino da língua. 
 
Conclusão 
 
Visto que a sociedade hoje é uma sociedade grafocêntrica, não basta ao indivíduo ser 
simplesmente alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se 
necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas 
sociais de leitura e escrita nesta sociedade. Percebemos que tudo que já foi feito ainda 
é pouco e que muita teoria e discussão não foram suficientes para mudar as 
estatísticas. 
Do que precisamos, verdadeiramente, é conscientizar o professor alfabetizador, pois 
somente quando ele tiver consciência da importância de seu papel, na formação do 
educando em seu exercício das práticas sociais de leitura e escrita na sociedade em 
que vive, é que vai romper com paradigmas tradicionais e perceber que não basta 
alfabetizar. Hoje os nossos alunos necessitam de um processo de aprendizagem que 
focalize o alfabetizar letrando. Enquanto não houver uma ação significativa, um 
investimento na formação do professor alfabetizador, as estatísticas continuarão 
gritando e retratando o que encontramos em nossas escolas: alunos que chegam à 4ª 
série sem estarem alfabetizados e letrados, e professores descomprometidos por falta 
de formação, de conhecimento e de valorização. 
13 
 
Se quisermos propiciar a construção de conhecimentos das crianças precisamos 
analisar, pensar, escolher novas situações problemas não só para desafiá-las, mas 
para inferir cada vez mais sobre seu processo de construção de conhecimento. 
 
Os desafios que se coloca para os primeiros anos da educação fundamental é o de 
conciliar esses dois processos (alfabetização e letramento), assegurando aos alunos a 
apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da 
língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Não se trata de escolher entre 
alfabetizar ou letrar; trata-se de alfabetizar letrando. 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com o que foi escrito até aqui, crê-se ser possível concluir que a alfabetização é um 
processo de ensino aprendizagem, que tem como objetivo levar à pessoa a 
aprendizagem inicial da leitura e escrita. Sendo assim, a pessoa alfabetizada é aquela 
que aprendeu habilidades básicas para fazer uso da leitura e da escrita. 
Foi possível observar também que para tornar os alunos alfabetizados existem vários 
métodos que podem ser classificados como sintéticos e analíticos ou globais. 
Os métodos sintéticos são aqueles em que o professor começa a ensinar do menor 
para maior, ou seja: das letras para os textos e orações. Já nos métodos analíticos ou 
globais o professor começa a ensinar pelo caminho inverso, do maior para o menor, ou 
seja, dos textos ou orações para as letras. 
Foi enfatizado que na escolha do método de alfabetização é preciso levar em conta 
que cada criança tem seu ritmo e sua maneira própria de aprender. Assim, a forma de 
um professor ensinar para uma criança às vezes precisa ser diferente de uma outra, 
porque um método pode ser bom para alfabetizar uma criança, porém, pode não ser o 
melhor para a aprendizagem da outra. Sendo assim, não existe uma receita pronta de 
alfabetização, cabendo ao professor muito estudo e dedicação para fazer o melhor 
para alfabetizar a sua turma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
 
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu: Pensamento e Ação no 
Magistério. 1. Ed. São Paulo: Scipione, 1998. 
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um Diálogo entre a Teoria e a Prática. 5. 
Ed. Rio de Janeiro Vozes, 2008. 
CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento:Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007. 
ALVES, Bruna Pereira. As distintas concepções acerca dos conceitos de alfabetização. 
Disponível em: www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagua/article/.../3797. Acesso 
em: 15 de Outubro de 2009. 
AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro. 7ª ed. São 
Paulo: Ática, 1999. 
COLELLO, Silvia M. Gasparian. Alfabetização e Letramento: 
Repensando o Ensino da Língua Escrita. Disponível em: 
http://www.hottopos.com/videtur29/silvia.htm. Acesso em: 01 de Outubro de 2009. 
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. 4ª Ed. São Paulo: 
Ática, 2000. 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ªed. 
São Paulo: Cortez, 1989. Disponível em: 
www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/A_importancia
_do_ato_de_ler.pdf. Acesso em: 20 de Outubro de 2009. 
HOFFMANN, Jussara. Texto de Hoffmann relacionado à Leitura. 2009. Disponível em: 
http://doidoeusodeperto.blogspot.com/2009/05/texto-de-hoffmann-relacionado-
leitura.html. Acesso em: 17 de Outubro de 2009. 
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COLEHO, Maria Teresa. Problemas da Aprendizagem. 
10ª Ed. São Paulo: Ática, 1999. 
NICOLAU, Marieta L. M.; MAURO, Maria A. F. Alfabetizando com sucesso. São Paulo: 
EPU, 1986. 
SOARES, Magda. A Reinvenção da Alfabetização. Disponível em: 
www.cereja.org.br/arquivos.../magda_soares_reinvencao.pdf. Acesso em: 01 de 
Outubro de 2009. 
______________. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Disponível em: 
www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf. Acesso em: 01 de Outubro de 2009. 
SOARES, Magda Becker. Letrar é mais que alfabetizar. Disponível em: 
http://intervox.nce.ufrj.br/%7Eedpaes/magda.htm. Acesso em: 19 de Outubro de 2009.

Outros materiais