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Transtornos alimentares

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Transtornos Alimentares 
Aline Custódio Silva – Turma 9 
São alterações no comportamento alimentar que resultam em: 
consumo ou absorção alterada de nutrientes, prejuízo da saúde 
física e prejuízo na saúde e mental. 
ANOREXIA NERVOSA (AN) 
3 critérios essenciais: 
A. Inanição auto induzida com grau significativo levando a um 
peso corporal extremamente baixo quando comparado 
ao de pessoas do mesmo gênero, idade, entre outros. 
B. Busca incessante por magreza ou medo de engordar 
C. Presença de sinais e sintomas resultantes da inanição 
(endocrinologia anormal, bradicardia, amenorreia, etc) e 
ênfase altamente desproporcional na magreza como a 
única fonte de autoestima 
D Distúrbio de autoimagem pode estar presente, mas nem 
sempre, além de comportamentos compulsivos e/ou 
purgativos. Podem ter depressão, ansiedade e TOC. 
Se divide em 2 tipos: 
Restritivo: s/ comportamento compulsivo ou purgativo nos últimos 
3 meses 
Compulsivo alimentar purgativo: c/ comportamentos recorrentes 
de compulsão e purgação nos últimos 3 meses 
Especificar se: 
Em remissão parcial: critério A não é + satisfeito por um tempo 
sustentado, mas B e/ou C ainda persistem. 
Em remissão completa: nenhum dos critérios foi mais satisfeito 
Fatores de risco e epidemiologia: 
D Ser mulher, 14-18 anos, conflitos na transição menina-
adolescente-mulher, relações familiares tensas, sentimentos 
de desamparo, dificuldade de estabelecer autonomia, 
frequentar escolas rígidas de ballet ou atividades atléticas. 
Características associadas: 
D Alta resistência a terapia 
D Recusa em se alimentar com a família ou em publico 
D Quando se alimentam tentam se livrar da comida escondendo, 
cortam a carne em pequenos pedaços e ficam reorganizando 
D Alimentos gordurosos e c/ carboidrato são os menos evitados 
D Pensam o tempo todo em comida, sendo isso expressado pela 
sua paixão em colecionar receitas ou cozinhar p/ os outros 
D Pode haver abuso de laxante e exercícios físicos exagerados 
 
 
COMPULSÃO ALIMENTAR (CA) 
Não há comportamento compensatório inapropriado após um 
episódio de compulsão (p. ex., uso de laxante). Os episódios ocorrem 
privadamente com alimentos calóricos nos quais a pessoa sente 
que não consegue controlar sua ingestão. 
5 critérios essenciais: 
A. Episódios recorrentes de compulsão: ingesta de uma 
quantidade anormalmente grande de comida em um curto 
período de tempo e falta de controle sobre o episódio. 
B. 3 ou + dos seguintes: 
1. Comer mais rapidamente do que o normal; 
2. Comer até se sentir desconfortavelmente 
cheio; 
3. Comer grandes quantidades de alimento sem 
fome.; 
4. Comer sozinho por vergonha da quantidade; 
5. Sentir-se desgostoso ou culpa em seguida 
C. Sofrimento 
D. Pelo menos 1x/semana por 3 meses 
E. Não ocorre exclusivamente no curso da BN ou AN. 
Especificar se: 
Em remissão parcial: depois do diagnóstico de CA, a hiperfagia 
ocorre a uma frequência inferior a 1X/ semana. 
Em remissão completa: nenhum dos critérios são mais 
preenchidos por um tempo sustentado. 
Fatores de risco e epidemiologia: 
D Obesidade, personalidade impulsiva e extrovertida, dieta com 
teor extremamente baixo de calorias, histórico de peso 
instável, insônia, menarca precoce, transtornos metabólicos, 
dor muscular crônica, períodos de estresse e depressão. 
Compulsão Alimentar x Bulimia Nervosa 
A CA e a BN compartilham a mesma característica central de 
compulsão alimentar recorrente. Entretanto, a CA é distinta da BN 
porque os pacientes com transtorno de compulsão alimentar não 
reportam comportamento compensatório recorrente como 
vômito, abuso de laxante ou dieta excessiva. Esse transtorno é 
distinto da anorexia nervosa porque os pacientes não exibem um 
ímpeto excessivo por magreza e têm peso normal ou são obesos. 
 
Classificação de gravidade: 
Leve: IMC ≥ 17 kg/m², Moderada: IMC 16-16,99 kg/m², 
Grave: IMC 15-15,99 kg/m², Extrema: IMC < 15 kg/m² 
Classificação de gravidade: 
Leve: 1 a 3 episódios/semana de compulsão alimentar 
Moderada: 4 a 7 episódios/semana de compulsão alimentar 
Grave: 8 a 13 episódios/semana de compulsão alimentar 
Extrema: 14 ou mais episódios/semana de compulsão alimentar 
 
 
BULIMIA NERVOSA (BN) 
5 critérios essenciais: 
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar já descrito 
no item A da mesma. 
B. Comportamentos compensatórios para impedir o ganho 
de peso: vômitos, laxantes, diuréticos, muito exercício. 
C. O comportamento compulsão-compensação ocorre no 
mínimo 1x/semana por 3 meses 
D. A autoestima está muito relacionada com o peso e forma 
E. Esse comportamento não ocorre só durante a AN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS 
Sistemas Anorexia Nervosa BN, CA e AN tipo purgativa 
Pele e anexos Pele amarelada pela hipercarotenemia, seca, lânugo, cabelos 
finos, perda de cabelos e unhas quebradiças 
Calosidade no dorso da mão por lesão de pele com 
os dentes pelo vomito auto induzido (Sinal de Russel), 
erosão do esmalte dentário, cáries 
SNC Atrofia cerebral generalizada, com ventrículos aumentados, 
diminuição da massa cortical, convulsões, 
eletroencefalograma anormal 
 
Cardiovascular Bradicardia, hipotensão, arritmias, insuficiência cardíaca, 
miocardiopatia por ipepac, alterações no ECG e parada 
cardíaca. Edema periférico (inanição), diminuição no diâmetro 
cardíaco, estreitamento da parede ventricular esquerda, 
resposta reduzida às demandas de exercícios, síndrome da 
artéria mesentérica superior 
Arritmias, toxicidade miocárdica por emetina (ipeca), 
bradicardia, hipotensão, insuficiência cardíaca, 
miocardiopatia, alterações no ECG e parada cardíaca. 
Renal Azotemia pré-renal, edema, cálculo renal, elevação da ureia 
devido a desidratação ou ao catabolismo proteico. 
Azotemia pré-renal, insuficiência renal aguda e 
crônica 
Hematológico Anemia resultante de inanição, leucopenia, medula óssea 
hipocelular, trombocitopenia 
 
Gastrintestinal Esvaziamento gástrico retardado, dilatação gástrica, lipase e 
lactase intestinal reduzidas, constipação, pancreatite, 
diminuição do peristaltismo intestinal. 
Dor abdominal, gastrite, esofagite, erosões 
esofágicas, constipação, prolapso retal, glândulas 
parótidas inchadas, níveis elevados de amilase 
sérica, distensão gástrica, síndrome do intestino 
irritável, melanose coli devida a abuso de laxantes 
Metabólico Hipercolesterolemia, hipoglicemia não sintomática, enzimas 
hepáticas elevadas, densidade mineral óssea reduzida, 
hipocalemia, hiponatremia, desidratação 
Alcalose metabólica e acidose hipocalêmica, 
hipocloremia, desidratação, hiponatremia, 
hipoglicemia. 
Endócrino Baixo nível de hormônio luteinizante e de hormônio folículo-
estimulante, baixo nível de estrogênio ou testosterona, T4 
baixa/normal, baixa T3, T3 reversa aumentada, cortisol 
elevado, hormônio do crescimento elevado, diabetes insípido 
parcial, prolactina aumentada 
 
Musculoesquelético Osteopenia, osteoporose, Atrofia muscular, perda de 
gordura corporal 
Cãibras, tetania. 
Reprodutivo Infertilidade, amenorreia, RN de baixo peso Irregularidade menstrual 
Classificação de gravidade: 
Leve: 1-3 episódios/semana de comportamento compensatório 
Moderada: 4-7 episódios/semana de comportamento compensatório 
Grave: 8-3 episódios/semana de comportamento compensatório 
Extrema: 14 ou + episódios/semana de comportamento compensatório 
 
Fatores de risco e epidemiologia: 
D + prevalente que AN, + comum em mulheres, é + no fim da 
adolescência (≠ da AN), histórico de obesidade, pessoas c 
alto desempenho frente as pressões sociais, pais 
negligentes. 
 
 
Tratamento 
Anorexia Nervosa Hospitalização: recuperação do estado nutricional se 20% abaixo do peso esperado + Internação psiquiátrica de 2 
– 6 meses: se 30% abaixo do peso esperado (internação compulsória só se houver risco de morte) 
Aconselhamento familiar: deve-se alertar a família de que no início do tto as pacientes resistirão ainternação e 
implorarão para se libertarem da internação. 
Psicoterapia: pacientes são ensinadas a monitorar sua ingestão alimentar, seus sentimentos e emoções, seus 
comportamentos de compulsão e purga e seus problemas nas relações interpessoais e com a comida. 
Farmacoterapia: não há um medicamento que extingue os sintomas. Ciproeptadina e drogas antiserotoninérgicas 
podem ser usadas para paciente com tipo restritivo da AN. 
Bulimia Nervosa e 
Compulsão Alimentar 
Bulimia não complicada não necessita de hospitalização. O tratamento ambulatorial é + fácil do que na AN, mas a 
psicoterapia é + demorada e turbulenta. 
Bulimia complicada: há sintomas adicionais como ideação suicida e abuso de substâncias, necessitando internação. 
Psicoterapia: trabalha para (1) interromper o ciclo comportamental autossustentável de compulsão alimentar e 
dieta; (2) alterar as crenças sobre comida, peso, imagem corporal; e autoconceito global. 
Farmacoterapia: antidepressivos ISRS como a fluoxetina são uteis pois podem reduzir a compulsão alimentar e 
purgação independentemente da presença de transtorno do humor. Os inibidores da MAO e imipramina, 
desipramina e trazodona também tem sido eficientes.

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