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ESTUDO DIRIGIDO PROCESSO ADMINISTRATIVO

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ESTUDO DIRIGIDO
PROCESSO ADMINISTRATIVO
1. Conceitue processo administrativo;
Processo administrativo é a sequência de atividades da Administração, interligadas entre si, que visa a alcançar determinado efeito final previsto em lei. Trata-se do modo como a Administração Pública toma suas decisões, seja por iniciativa de um particular, seja por iniciativa própria.
2. Diferencie o processo administrativo do judicial;
O processo administrativo pode ser instaurado mediante provocação do interessado, ou, ainda, por iniciativa da Administração Pública. A diferença aqui, em relação ao processo judicial, está no fato de que a própria Administração será responsável pela decisão acerca do processo.
No processo administrativo busca-se a verdade material, e não somente a verdade formal como no processo judicial em que somente pertence ao mundo dos fatos o que está nos autos, devendo as partes apresentar estes fatos para que o magistrado se convença, desde que tempestivamente. Contudo, no processo administrativo, como se busca a verdade efetiva, as provas podem ser apresentadas tanto pelos interessados quanto pela administração pública, a qualquer tempo e também produzidos em outro processo até o julgamento final (art. 3º, III c/c art. 29).
3. Diferencie processo e procedimento;
Grande parte dos processualistas entende que o processo serve ao exercício da função jurisdicional, que se relaciona com a composição de conflitos de interesses (lides). Processo, nesse sentido restrito, é visto como instrumento exclusivo da jurisdição. 
Odete Medauar considera que procedimento é termo que se refere ao encadeamento de atos que objetiva alcançar uma decisão ou um ato, sendo que processo implica, além do liame entre atos, vínculos jurídicos entre sujeitos, englobando direitos, deveres, poderes e faculdades integrantes de uma relação jurídica processual onde se atua sob o prisma do contraditório, ou seja, que o processo, diferentemente do procedimento, engloba o respeito a garantias individuais. Enquanto processo é o conjunto de atos coordenados para a obtenção de um provimento individualizado, seja ele sentença ou ato administrativo, procedimento é o modo de realização do processo, ou seja, “o rito processual”, sendo processo e procedimento conceitos inter-relacionados.
 
4. O que seria o processo administrativo em sentido estrito?
O processo administrativo em sentido estrito ou processo administrativo propriamente dito é, diversamente, o instrumento no qual se desenvolve uma controvérsia ou uma lide entre o particular e a Administração Pública e esta soluciona o litígio aplicando a norma legal no caso concreto.
5. A quem se aplica a LPA (lei nº 9.784/99)?
 A lei 9.784/1999 aplica- se exclusivamente em âmbito federal, não se estendendo aos Estados, Distrito Federal e Municípios. A LPA aplica-se subsidiariamente aos processos administrativos especiais previstos em legislação própria (artigo 69 da lei 9.784/1999, por isso o processo disciplinar federal é regido pela lei 8.112/1990, aplicando a lei 9.784/1999).
6. Aponte as vantagens de a Administração Pública trabalhar de maneira processualizada.
Não há necessidade de defesa técnica, embora, nos denominados processos litigiosos, recomenda-se ser assistido por causídico;
 Sendo o resultado insatisfatório, não será condenado em honorários advocatícios e em custas do processo;
 Será julgado por um corpo técnico, sendo que, em muitos dos litígios do processo administrativo, exigem-se maiores conhecimentos do que só a formação em Direito. É o que se observa nos processos instaurados junto aos Tribunais de Contas, processos administrativos no campo do direito ambiental, processos fiscais – onde há um elevadíssimo nível de especialização e de conhecimento técnico dos componentes dos órgãos julgadores, em que é composto por representantes da Fazenda e dos contribuintes, de forma paritária;
 No âmbito tributário, a instauração de um processo administrativo ocasiona a suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
 Os prazos para os julgadores do processo administrativo são próprios, respondendo por responsabilidade administrativa no caso de atraso injustificado;
 Os processos administrativos são regidos pelo princípio da informalidade, não acarretando, ao que se vê, atualmente, nos processos judiciais, a denominada “jurisprudência defensiva”;
Além desses aspectos apontados em prol do cidadão (individualmente considerado), há vantagens para Administração Pública melhorar a sua gestão, que, ao final, refletir-se-á em benefícios a todos os cidadãos (coletivamente). 
7. Quais são as garantias estabelecidas na Constituição às partes no processo administrativo?
As garantias e direitos individuais previstos na Constituição Federal são considerados cláusula pétrea, que é uma determinação constitucional rígida e permanente, insuscetível de ser objeto de qualquer deliberação e/ou proposta de modificação, ainda que por emenda à Constituição. As principais cláusulas pétreas estão previstas no artigo 60 da Constituição e, no parágrafo 4º indica que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais. Os direitos e garantias individuais são relacionados no artigo 5º, que tem 78 incisos. O princípio do contraditório e da ampla defesa trata-se de princípio esculpido de forma expressa na Constituição Federal, podendo ser encontrado no artigo 5º inciso LV, in verbis: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
8. Quais normas do CPC são aplicáveis ao processo administrativo?
O artigo 15 do CPC/2015 prescreve que: “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.” O dispositivo exige algumas considerações quanto ao processo administrativo (tanto o geral, regulado pela Lei 9.784/1999 – A Lei do Processo Administrativo Federal, quanto os disciplinados em leis especiais).
9. Aponte alguns processos específicos que possuem uma legislação processual própria. 
Segundo Silva (2009), os princípios podem ser considerados verdadeiros axiomas, sobrepujando até mesmo a norma ou a regra jurídica em importância, haja vista configurarem elementos fundamentais que servem de base para o Direito.
Conforme de Clóvis Bevilácqua (apud CARRION, 2007, p. 66), os princípios gerais do Direito podem ser definidos como “fundamentos e pressupostos do direito universal, não só do direito nacional, como dos elementos fundamentais de cultura jurídica humana em nossos dias; e que se extrai das ideias que formam a base da civilização hodierna.”
O princípio assume diversos sentidos, podendo significar doutrina, teoria, idéia básica, primeiras noções, entendimento que deve servir de norte para inúmeros outros, ou mesmo um sistema.
Nesse sentido, entende-se de importância capital que se estude os princípios, elementos que servem de base para qualquer área do direito, pois a partir deles são elaboradas leis, definidas regras jurídicas mais simples, comportamentos e condutas vivenciadas no dia a dia dos aplicadores do Direito.
10. Quais são os objetivos do processo administrativo?
O processo administrativo tem por finalidade proporcionar o controle interno e externo da atividade administrativa, a fim de verificar se ela foi realizada de acordo com as normas e princípios jurídicos que disciplinam o seu modo de atuação. O controle interno, vale consignar, é o realizado  por órgãos da própria Administração,  e  o externo e o externo realizado por órgãos alheios à Administração], realizado pelo Poder Legislativo, auxiliado pelos Tribunais de Contas, e pelo Poder Judiciário.
   
11. Aponte os direitos dos administrados no processo administrativo. 
A lei 9.784/99 em seu artigo 3º prevê os direitos dos administrados, sendo eles:ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
12. A presença do advogado (defesa técnica) é obrigatória no processo administrativo? Explique. Quando ela é obrigatória?
A participação dos advogados não é mais obrigatória nos processos administrativos disciplinares (PAD). O entendimento foi firmado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal e deu origem a Súmula Vinculante 5. A redação desta súmula é a seguinte: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário, apresentado pelo INSS e pela União contra decisão do Superior Tribunal de Justiça, que entendeu ser obrigatória a presença do advogado em PAD e até editou uma súmula dispondo exatamente o contrário do que decidiu o STF.
13. Aponte e explique os princípios do processo administrativo.
Os princípios norteadores do processo administrativo se encontram na Lei Federal 9.784/99, conforme o art. 2º, quais sejam: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa e contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. No âmbito constitucional, o artigo 5º, LV, garante ao acusado o contraditório e a ampla defesa no processo administrativo, com todos os meios e recursos a ele inerentes, bem como o inciso LXXVIII desse mesmo artigo que institui a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
O princípio da legalidade impõe a obrigatoriedade da fiel execução da lei. No processo administrativo, este princípio impõe a observância da legalidade plena, o que obsta que a Administração Pública crie atos administrativos para impor limitações a direitos subjetivos. Roberto Dromi conceitua esse princípio como uma condição essencial para a existência do processo administrativo. Serve para delimitar a aplicação das normas pelo administrador, vincula as normas a serem aplicadas aos dispositivos legais, determina quais normas serão aplicadas ao caso concreto e gera com precisão os poderes os quais as normas conferem à Administração. Toda a atividade administrativa deve pautar-se em normas jurídicas.
O principio da oficialidade impõe que a Administração Pública haja na busca da justiça material e não está adstrita aos atos processuais a serem praticados pelas partes interessadas. Nota-se a incidência desse princípio quando: (i) para se assegurar maior celeridade processual, os atos de instruções do processo deverão ser impulsionados pelas partes interessadas e pela própria autoridade que conduz o processo; (ii) a Administração Pública produz de ofício provas que sejam indicadas pelas partes e que estejam em poder da própria Administração ou em outros órgãos administrativos.
O princípio da motivação impõe a justificação expressa dos motivos que ensejam as decisões administrativas quando o agente administrativo expedir determinado ato administrativo. A motivação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato, podendo ou não estar na lei, mas sempre deve ser evidenciada no processo administrativo, sob pena de nulidade.
O princípio da razoabilidade significa que quando da interpretação e aplicação do ato administrativo, o administrador tem que agir com equidade, inteligência e sopesar os meios empregados com a finalidade a ser atingida. Assim, resta claro que se trata da imposição de limites à discricionariedade administrativa, ampliando o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário.
Princípio da proporcionalidade são três as máximas parciais do princípio da proporcionalidade: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Tal princípio serve de instrumento para examinar as medidas a serem adotadas a fim de adequar a norma ao caso concreto com equidade.
O princípio da moralidade no artigo 37 da Constituição Federal e na Lei 9.784/99 traduz a ideia de que a Administração e seus agentes devem pautar-se pelos princípios éticos na condução do processo administrativo, devendo observar, outrossim, a probidade, honestidade, respeito aos valores éticos e jurídicos da sociedade. Logo, a moralidade aplicada ao processo impõe ao administrador o dever de conduzir o processo de forma íntegra, imparcial e impessoal.
Princípio da eficiência a eficiência aplicada ao processo administrativo significa não somente a prestação estatal célere, mas, outrossim, eficiente, de acordo com os melhores instrumentos que realizem, plenamente, o fim pretendido. A Administração deve atuar de forma mais eficiente e célere para assegurar a justiça processual. Em virtude deste princípio, as leis impõem regras de celeridade e economia processual, uma vez que esta possibilita uma tutela efetiva de direito.
O princípio da segurança jurídica é axioma que inspira todo ramo a atividade administrativa. A segurança jurídica se observa com a realização dos princípios da legalidade, impessoalidade, finalidade, moralidade administrativa. A observância da segurança jurídica entre a Administração e os administrados deve ser pontuada na observância do princípio do devido processo legal.
O princípio do contraditório e da ampla defesa é garantia fundamental e está previsto no art. 5º, LV da Constituição Federal e incide tanto nos processos administrativos como nos processos judiciais. Esse artigo garante às partes a participação ativa no processo e oferece suas alegações destinadas a esclarecer e convencer, além da produção de todas as provas admitidas em direito. Ademais, indica a possibilidade de contraditar argumentos, questionar a existência de fatos exercendo seu direito de ampla defesa.
O princípio da razoável duração do processo é garantia aos cidadãos no âmbito do judicial e administrativo de que os processos terão uma razoável duração, sendo assegurados os meios que viabilizem a celeridade de sua tramitação.
Princípio da finalidade os atos administrativos devem sempre perseguir uma finalidade, ou seja, qualquer ato emanado pelo administrador público deve estar vinculado a uma finalidade, ou seja, esta sempre será estabelecida em lei. Por essa razão, cite-se a supremacia do interesse público como a primeira finalidade genérica de todos os atos administrativos. No entanto, nos casos em que o processo administrativo utiliza fins específicos impróprios ou inadequados, configurar-se-á desvio de finalidade. No âmbito da Lei 9784/1999, a interpretação da norma tem como objetivo garantir o atendimento do fim público a que se destina.
14. Quais são as caraterísticas do parecer no processo administrativo? 
Possuindo caráter meramente opinativo, o parecer facultativo, como o próprio nome já diz, faculta algo a alguém. Na Administração Pública, ele oportuniza o direito de seguir ou não suas conclusões, além de não ser obrigatória a sua solicitação e exteriorização para a prática de determinado ato administrativo.
15. O que é um parecer obrigatório? 
Parecer obrigatório: consiste em opinião emitida por solicitação de órgão ativo ou de controle, em virtude de preceito normativo que prescreve sua solicitação, como preliminar à emanação do ato que lhe é próprio. Constituem a consulta e o parecer fases necessárias do procedimento administrativo.
Parecer vinculante, ou (parecer conforme): é o que a Administração Pública não só deve pedir ao órgão consultivo, como deve segui-lo ao praticar o ato ativo ou de controle. Encerra regime de exceção, e só se admite quando expressamente a lei ou o regulamento dispõem nesse sentido. O ato levado a efeito em desconformidadecom o parecer se tem como nulo. (BANDEIRA DE MELLO, O., 2010, p. 584).
16. O que é um parecer vinculante? 
Parecer vinculante, ou (parecer conforme): é o que a Administração Pública não só deve pedir ao órgão consultivo, como deve segui-lo ao praticar o ato ativo ou de controle. Encerra regime de exceção, e só se admite quando expressamente a lei ou o regulamento dispõem nesse sentido. O ato levado a efeito em desconformidade com o parecer se tem como nulo. (BANDEIRA DE MELLO, O., 2010, p. 584). 
17. O que é o processo administrativo disciplinar (PAD)? Qual a sua finalidade?
É o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investida, e tem previsão estabelecida pela Lei 8.112/1990.
18. No que implica dizer que o Brasil adotou o sistema misto de apuração da responsabilidade administrativa? O PAD é inquisitório? 
O processo administrativo disciplinar é um instrumento pelo qual a administração pública exerce seu poder-dever para apurar as infrações funcionais e aplicar penalidades aos seus agentes públicos e àqueles que possuem uma relação jurídica com a administração.
O Processo Administrativo Disciplinar - PAD é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investida, e tem previsão estabelecida pela Lei 8.112/1990 que instituiu o Regime Jurídico dos Servidores da Administração Federal.
 O inquérito civil público possui natureza jurídica de procedimento administrativo inquisitório e, portanto, à exegese da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, para procedimentos dessa natureza ao inquirido não é garantido o contraditório, mas somente acesso às provas já documentadas, pessoalmente ou através de advogados, resguardada a eficácia do resultado apurativo (princípio da razoabilidade). Logo, os advogados da investiganda não têm direito de presenciar a oitiva de testemunhas, nem de serem previamente intimados, o que não configura violação ao Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906 /94). Recurso ministerial a que se dá provimento para, reformando-se a sentença, denegar-se a segurança pleiteada e revogar-se a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional.
19. Quais são as regras da Lei 8.112/90 para composição da comissão do PAD? Quem pode e quem não pode participar dessas comissões de sindicância e de inquérito? 
Nos termos do artigo 149 da Lei 8.112/90 a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar – CPAD deve conter, como membros, três servidores estáveis. O presidente da CPAD, além de estável deve ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Nos termos do artigo 149 da Lei 8.112/90 a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar – CPAD deve conter, como membros, três servidores estáveis. O presidente da CPAD, além de estável deve ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Ademais, não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
20. É possível o controle jurisdicional do ilícito administrativo? Em que medida? O judiciário pode substituir a punição aplicada pela Administração por aquela que entender mais conveniente?
Sim. O ato viciado por abuso de poder, por parte do agente público pode também ser objeto de controle judicial, pela teoria do abuso de poder e dos motivos determinantes, que legitimam nesse caso a ação judicial, pois visam fixar limites ao exercício do Poder Discricionário do agente público, conforme o entendimento de Di Pietro (2012, p. 225): Não compete ao Poder Judiciário substituir decisão punitiva adotada por órgão disciplinar administrativo sem que haja prova inequívoca de desrespeito ao devido processo legal, ou evidências de desproporcionalidade entre a infração e a pena imposta.
21. A denúncia anônima pode gerar um PAD? Explique. 	
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Segundo o STJ, não há ilegalidade na instauração de processo administrativo com fundamento em denúncia anônima, por conta do poder-dever de autotutela imposto à Administração e, por via de consequência, ao administrador público (AgRg no REsp 1307503/RR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 06/08/2013).
Assim, se a autoridade tiver dúvida entre arquivar e promover a apuração, deve optar por promover a apuração, pois, nessa fase, a dúvida resolve-se em favor da sociedade e não em favor do acusado.
22. Faça um fluxograma do procedimento previsto no Art. 151 da Lei 8.112/90, explicitando cada uma das fases do processo. 
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: 
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
 II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; 
III – julgamento
1° Fase : Instauração O processo tem início pela própria administração, de ofício, ou, por requerimento do interessado, a pedido. É a primeira fase do processo, onde são oferecidos, por escrito, os fatos e, em alguns casos, a indicação do direito que enseja o processo. Esse requerimento conterá: o órgão ou autoridade (administrativa) a que se dirige, identificação do instauração publicação do ato que constituir a comissão inquérito administrativo 1° FASE 2° FASE que compreende instrução julgamento. defesa e 2 FASE relatório 3° F A S E interessado, domicílio do requerente, formulação do pedido, documentos que comprovem os fatos expostos, rol de testemunhas, data e assinatura de seu requerente. Ressalte-se que a exigência de assinatura ao mesmo tempo em que inibe denúncias inconsistentes também desestimula a denúncia por aqueles que têm medo de represálias.
O início propriamente dito dá-se com despacho de autoridade competente que, assim que tiver ciência de irregularidade, age ex officio, embasado no princípio da oficialidade. Se porventura essa irregularidade constituir ilícito penal, a comissão processante é obrigada a comunicar às autoridades competentes e fornecer o material que tiver a sua disposição (Di Pietro, 2004. P. 544). É com base no princípio da oficialidade que a comissão toma iniciativa ao levantamento de provas e realizar as diligências que julgar necessárias. Com fundamento em outro princípio, o da ampla defesa, é que o processado pode acompanhar o processo com ou sem advogado, apreciando e contestando a tudo o que for apresentado contra ele. 
2° Fase: Inquérito 
 Instrução Esta etapa tem por finalidade a averiguação, comprovação e convencimento da Administração Pública para que tome uma decisão. É onde são elucidados os fatos por iniciativa própria da Administração, determinando diligências, produzindo provas, requerendo depoimento da parte, oitiva de testemunhas, inspeções e perícias. Além de determinar produção provas (pode ser feito até o momento do julgamento), através de laudos e/ou pareceres, tudo isso objetivando fundar a decisão que será tomada. Na instrução devem ser tomadas todas as providências necessárias ao esclarecimento dos fatos que integram o processo, desde que não sejam utilizadas provas adquiridas ilicitamente. Verifica-se aí a implementação do princípio da economia processual. Nessa fase é assegurado ao denunciado a possibilidade de acompanhar o processo, pessoalmente, ou, através de seu advogado, sendo-lhe permitido reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas (Gasparini, 2008. P. 994)
- Defesa
 É assegurado todos os meios legais para que o acusado exerça seu direito à ampla defesa no processoadministrativo disciplinar, como nos mostra a Constituição Federal no art. 5º, LV "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recurso a ela inerentes". Ressalta-se que o direito a defesa não acompanha todo e qualquer processo administrativo. Conforme o dispositivo supracitado, é perfeitamente visível que os processos que não envolvam uma lide, a priori, não necessitam da incidência do direito à defesa.
Um exemplo de processo em que não há lide, e consequentemente, não há que se falar em direito a defesa é o do inquérito policial. Como instrumento de apuração dos fatos, a fim de informar o Ministério Público na propositura da ação penal, o inquérito policial não acusa ninguém, não sofrendo, portanto, a incidência do direito à defesa. Eis a posição do Supremo Tribunal Federal: Com apoio no art. 129 e incisos, da Constituição Federal, o Ministério Público poderá proceder de forma ampla, na averiguação de fatos e na promoção imediata da ação penal pública, sempre que assim entender configurado ilícito. Dispondo o promotor de elementos para o oferecimento da denúncia, poderá prescindir do inquérito policial, haja vista que o inquérito é processo meramente informativo, não submetido ao crivo do contraditório e no qual não se garante o exercício da ampla defesa. (STF - HC-77770 / SC HABEAS CORPUS - Publicação DJ DATA-03-03-00 PP-00062 EMENT VOL-01981-04 PP-00670 – Relator Ministro NÉRI DA SILVEIRA – Julgamento 07/12/1998 - Segunda Turma) Relatório 
- O relatório surge no processo administrativo como uma apreciação célere e sucinta de tudo que foi informado, colocado, como: provas, fatos, etc. É peça apenas opinativa, não vinculando a autoridade julgadora. Geralmente apresenta uma proposta de aplicação de pena, fazendo a indicando os fundamentos que induziram a essa conclusão, ou, uma proposta de absolvição. Somente aparece a figura do relatório se o órgão responsável pela instrução não for competente para o julgamento. Todavia, se tendo o órgão competente, passasse diretamente da instrução para a decisão, abstraindo-se do relatório.
3° Fase: Julgamento ou Decisão Finalizamos, descrevendo a fase do processo administrativo disciplinar que se inicia com o término do Relatório ou da Instrução, dá-se início a fase processual de Julgamento, também chamada de Decisão. O prazo que a Administração tem para prolatar a decisão é 30 dias, prorrogáveis por igual período, desde que devidamente fundamentada, sendo obrigatória a sua divulgação em função do princípio da publicidade (Alexandrino, 2009. P.854). Na maioria das vezes, quando existir o relatório a decisão o seguirá, entretanto, como já foi ponderado, a decisão não se vincula ao relatório podendo ser diferente, desde que com a devida fundamentação. É importante aplicar a pena que a Lei define e possibilita independente de rancores pessoais ou facilitações decorrentes do relacionamento entre o denunciado e a autoridade julgadora. Em uma visão superficial do processo administrativo disciplinar, pode nos parecer que é algo simples e sem importância se comparado ao processo judicial, não obstante, tem grande importância para a Administração Pública, sendo imperativo que se atente aos princípios e a norma reguladora, para que não sejam empreendidos abusos de poder com relação aos servidores passivos de ação.
23. É possível uma revisão do processo administrativo disciplinar? Explique as causas. Na revisão é permitido a reformatio in pejus?
O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo. No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador. Na revisão não será permitido a reformatio in pejus conforme o art. 65, parágrafo único da Lei 9.784/99. Pois, o artigo 65 trata da revisão, ou seja, da alteração para melhor da decisão administrativa condenatória em razão de fato novo ou circunstância relevante. Esse ato revisional, praticado de ofício ou por provação da parte, é uma forma específica de recurso em sentido amplo e se destina apenas para reabrir a inadequação de sanções aplicadas em processos já concluídos. 
24. Diferencie sindicância de PAD. 
PAD é o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da Administração, já a sindicância, sé o meio sumário de elucidação de irregularidades no serviço para subsequente instauração de processo e punição ao infrator,... e não tem base para punição, equiparável ao inquérito policial em relação à ação penal. É o verdadeiro inquérito administrativo que precede o processo administrativo disciplinar.
25. Explique como se dá a prescrição no PAD. 
No processo administrativo disciplinar regido pela Lei 8.112/90, a prescrição começa a correr da data em que o fato se torna conhecido de forma inequívoca pela autoridade competente para a instauração de processo administrativo disciplinar.

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