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DIREITO PENAL Princípios 1. Princípio da proteção do bem jurídico É a noção do bem jurídico que pressupõe a relevância para a sociedade de determinado ente material ou imaterial. 2. Princípio da intervenção mínima O direito penal só será chamado quando outros não conseguem resolver a situação. Quando os demais ramos do direito não conseguirem tutelar o direito De modo que a sua condição fica condicionado, observando apenas os casos de lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos tutelados. Caráter fragmentário ao Direito Penal: o direito penal só age quando demonstrado lesão ou perigo de lesão a direito juridicamente tutelado. Caráter subsidiário do Direito Penal: só é chamado a agir quando outros não conseguem resolver a lide (o soldado de reserva). Observação: ● Princípio da insignificância: ○ É uma causa que que retira a tipicidade material do fato, acabando com o crime ○ Entendimento do Supremo: requisitos necessários para alegar o princípio da insignificância 1. Minima ofensividade da conduta 2. Ausencia de periculosidade social da conduta 3. Reduzido o grau de reprovabilidade da conduta do agente 4. Inexpressividade da lesão jurídica ○ Não se aplica nos casos de contrabando e aos crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra pessoa, crimes contra a fé pública, finança públicas, administração. ○ No crime de descaminho (Descaminho é um crime contra a ordem tributária), o entendimento é de que cabe o princípio da insignificância. ○ Tributos que forem sonegados até 20 mil reais para qualquer ente cabe o princípio da insignificância. O lado bom seria de que no caso de comprar muitas coisas no exterior e não declara sendo que a última vez que fez isso foi a cinco anos atras (seriam tributos para a união); O lado ruim é que isto vale para todos os entes, ou seja, para municípios e estados, 20 mil reais sonegados pode significar muita coisa. (Lei 10.522/2002, tributos para a fazenda pública) ○ O Ministério Público não concorda com a lei dos 20 mil, pois a lei não traz nada penal, apenas tributário para a fazenda pública, pelo caráter fragmentado o que que o direito penal faz lá. Logo, ele escolhe apenas os 10 mil reais. A Partir dos 10 mil reais será denunciado. ○ Não aplica-se esse princípio para tráfico de drogas, pois afeta bem jurídico social, alto grau de periculosidade social, mas vale para o art. 28 da lei o princípio vale (de acordo com a jurisprudência do STF) ○ Rádio clandestina, aplica-se quando cabe também o da co culpabilidade (existem muitas rádios clandestinas em comunidades) Principio da co culpabilidade: Atenuante inominada Quando o Estado não está inserido na sociedade, há uma questão de adequação social. ○ Não cabe esse princípio para nenhum tipo de “gato” ○ Não aplica-se a casos de crimes ambientais. ● Princípio da bagatela: Quando tem uma diminuição da pena ou privilégio, contudo ainda existe a tipicidade 3. Responsabilidade pessoal Aquele que cometer o crime que será punido por ele, a sanção não passará para outrem. 4. Princípio da Inocência X Princípio da não culpabilidade Culpabilidade é a repreensão da conduta realizada. Não ser culpável não significa que é inocente. A doutrina bem técnica diferencia, você pode não ser culpável, mas não porque é inocente, apenas, por exemplo por falta de provas. Considerado ambos, pela doutrina, princípios da constituição que se adequam ao Direito Penal, contudo o princípio da inocência é bem mais amplo do que o da não culpabilidade. 5. Princípio da adequação social Quando a sociedade já absorve historicamente aquela conduta Por exemplo: furar a orelha de um recém-nascido, é uma lesão corporal permanente com agravante de impossibilidade de resistência e ninguém é punido. Contudo, a pirataria, por mais que haja uma aceitação, ela é punida, pois há o direito de garantia da autoria. 6. Territorialidade A lei brasileira será utilizada em toda a territorialidade do brasil, contudo há exceções, a lei brasileiras também será utilizada quando o agente for brasileiro (princípio da personalidade ativa) (sendo a vítima brasileira ou não), ou em casos de bandeira, significa que em embarcações em alto mar a lei utilizada será aquela correspondente a bandeira da embarcação. Vários são os critérios para a aplicação da lei penal, como no caso da lei penal no tempo que adota a teoria da atividade. Sobre a lei penal no espaço, o assunto se apresenta de forma mais complexa. Primeiramente, o Brasil adotou a territorialidade para aplicação da sua lei pátria de acordo com o artigo 6º do nosso Código Penal: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Ou seja, os crimes que ocorrem em território nacional estarão sujeitos à lei nacional. Como eu vou saber o LUGAR DO CRIME? O código penal brasileiro adotou a teoria da ubiquidade, diferente da lei penal no tempo onde adotamos a teoria da atividade, onde o tempo do crime é considerado no momento da ação ou omissão. Para a teoria da ubiquidade tanto o momento da ação ou omissão, como onde se produziu ou deveria produzir o resultado, assim se a ação/omissão, assim como o resultado, ocorrerem em território brasileiro, aplica-se a nossa lei. TERRITÓRIO Mas como vamos saber qual o nosso território? De acordo com o artigo 5º, § 1º, o território geográfico do Brasil abrange tanto seu espaço físico, onde exerce sua política e poder, como o seu mar territorial, espaço aéreo e subsolo, esses são considerados os territórios estrito senso. Art. 5º, § 1º, CP - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Nosso Código Penal também considera os territórios por extensão que estão previstos no artigo 5º, §2º, do código penal, que apesar de não serem territórios propriamente ditos são considerados como tal, são eles as embarcações públicas ou a serviço público, onde quer que elas se encontrem, e as embarcações ou aeronaves privadas em alto mar ou espaço aéreo correspondente. Art. 5º, § 2º, CP - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Mas nem tudo é tão fácil assim, existe também, em razão de alguns princípios, a EXTRATERRITORIALIDADE, que pode ser dividida em três grupos, extraterritorialidade incondicionada, condicionada e hipercondicionada. TERRITORIALIDADE INCONDICIONADA A territorialidade incondicionada encontrada no artigo 7º, inciso I do Código penal, são as hipóteses em que independem de qualquer ocorrido no território estrangeiro, as trêsprimeiras causas vem em decorrência do princípio da proteção (ou defesa) onde o que é lesionado além do bem jurídico do crime, um bem jurídico de relevância nacional e por isso ele deve ser protegido, ultrapassa o bem jurídico protegido generícamente, como, por exemplo, o primeiro caso que trata de crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da República, alem de ter sido afetado o bem jurídico vida ou liberdade, também há um interesse nacional em sua representação. São as hipóteses de territorialidade incondicionada abrangidas pelo princípio da proteção ou da defesa: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; A quarta hipótese de extraterritorialidade incondicionada está relacionada ao princípio da justiça universal, que é a repressão de crimes que o Brasil se comprometeu a fazer por meio de tratados ou convenções, essa hipótese aqui é o crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil (existem autores que dizem que se trata do princípio do domicílio, mas a doutrina majoritária entende como justiça universal mesmo). Vale lembrar que se o agente já tiver cumprido pena no estrangeiro pode ocorrer detração aqui no Brasil, computando quando as penas forem idênticas ou atenuando quando forem diferentes, como está previsto no artigo 8º do Código Penal: Art. 8º, CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. TERRITORIALIDADE CONDICIONADA No caso da extraterritorialidade condicionada, a lei brasileira vai ser aplicada de forma subsidiária, sendo ela agindo na ausência da repressão originária, os casos estão previstos no inciso II do artigo 7º do Código Penal: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (aqui também temos a justiça universal, mas de uma forma mais ampla já que no inciso anterior fala apenas de genocídio) b) praticados por brasileiro (aqui temos o princípio da personalidade ativa, que o Brasil se responsabiliza pelos atos praticados por brasileiros) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados (aqui temos o princípio da representação, também chamado de princípio da bandeira ou pavilhão) Esses casos se diferem do inciso I, porque para sua aplicação é necessário que se cumpra as seguintes condições previstas no §2º do artigo 7º do Código Penal, assim podemos compreender que só será aplicada a lei penal brasileira de forma secundária, logo que uma das condições para sua aplicação é que o agente não tenha sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena, ou seja aqui também não se aplica a hipótese de detração por uma questão lógica. As condições são: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA Já no caso da extraterritorialidade hipercondicionada, se aplica somente em um caso, quando estrangeiro comete crime contra brasileiro, tem esse nome justamente por ter mais condições que as hipóteses anteriores, nele vai ser necessário cumprir as hipóteses da extraterritorialidade condicionada e que exista requisição do Ministro da Justiça (condição de procedibilidade) e que não tenha sido pedida a extradição ou que ela tenha sido negada. Está prevista no artigo 5º, §3º, do Código Penal: § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. 7. Princípio da irretroatividade penal A lei penal nao retroage, salvo quando beneficia o réu. Exceção: Art. 3 do CP. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 8. Princípio da Ultra tividade Não se aplica abolitio criminis em lei excepcional ou temporária. Essas leis são auto revogáveis e ultra ativas Crime cometido em uma vigência de uma lei temporária, hoje ela poderia ser processada por esse crime pelo princípio da ultra-atividade. A importância era se o fato era crime durante a vigência da lei temporária. Se fosse um caso de uma lei normal que é revogada, tem abolitio criminis 9. Princípio da fragmentariedade O direito penal só age quando demonstrado lesão ou perigo de lesão a direito juridicamente tutelado 10. Súmula 711 Vai ser aplicada a lei que for vigente, sendo mais gravosa ou não, no momento em que cessa o crime permanente (sequestro) ou continuado Eficácia da Lei Penal no Tempo ● Regra: “Tempo regit actum” O tempo rege o ato. Deve-se ver qual lei é vigente no momento da prática do delito. A lei penal não pode pegar fatos anteriores a sua vigência, pois a pessoa ao realizar uma conduta deve saber que é um crime no momento em que realiza. ● Extra-atividade (gênero): a. Retroatividade ■ Quando você pode ter uma legislação que pode penalizar uma conduta antiga, apenas para beneficiar o réu com pegar atos b. Irretroatividade ■ A lei não retroage se não em benefício do réu c. Ultra-atividade (art. 3) ■ A legislação será aplicada mesmo após a sua revogação, desde que os fatos tenham sido praticados durante a vigência desta lei ● Tempo do crime a. Teoria da atividade: art. 4 CP ■ O tempo do crime é o do tempo da conduta do agente ● Sucessão da Lei Penal no tempo: a. Sucessão de lei incriminadora - Sum. 711 Será aplicado a lei da data do fato b. Novatio legis in perjus Nova lei que vem prejudicar o réu Ex: a volta do emprego de arma branca ser uma causa de aumento de pena Adota o princípio da irretroatividade c. Abolitio criminis Quando você retira do cenário jurídico uma conduta típica, deixando de de existir os efeitos penais, primarios e secundarios, remanescente os efeitos extra penais, ou seja, os civis d. Novatio legis in mellius Obs: É proibido a combinação de lei “I. NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA É a hipótese da lei nova que vem a tornar fato anteriormente não incriminado pelo direito penal como fato incriminado, como fato típico. [4] A lei nova que incrimine o praticante de fato que ao tempo da prática não era típico, não poderá ser aplicada, pois é irretroativa. Ao tempo da prática, determinado fato não era considerado crime pelo Direito. Concluímosque a conduta não era socialmente nem legalmente reprovável. Isso premia o princípio da segurança nas relações jurídicas a nosso ver. II. ABOLITIO CRIMINIS Ocorre o fenômeno da abolitio criminis (recentemente verificado com a promulgação da Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005, que remodelou bastante o Capítulo VI do Código Penal – Dos Crimes Contra os Costumes, e aboliu os crimes de sedução, rapto e adultério), sempre que uma lei nova deixa de incriminar fato anteriormente considerado um ilícito penal. É agraciado pelo artigo 2º, “caput’ do CP. MIRABETE ensina que se trata de aplicação do princípio da retroatividade da lei mais benigna. [5] O Estado, exclusivo detentor do ius puniendi, se desinteressa na punição de determinado fato. Por isso, a abolitio criminis retroage, alcançando o autor de determinado fato, anteriormente tido como típico. Esse deverá ser posto em liberdade (se preso) e sua folha de antecedentes criminais liberta do fato não mais considerado delituoso. O delito desaparece, juntamente com todos os seus reflexos penais (persistem os cíveis). III. NOVATIO LEGIS IN PEJUS O fenômeno jurídico da novatio legis in pejus refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da retroatividade da lei penal benigna, a novatio legis in pejus não tem aplicação na esfera penal brasileira. Conforme ensina, mais uma vez, MIRABETE: “nessa situação (novatio legis in pejus) estão as leis posteriores em que se comina pena mais grave em qualidade (reclusão em vez de detenção, por exemplo) ou quantidade (de 02 a 08 anos, em vez de 01 a 04, por exemplo); se acrescentam circunstâncias qualificadoras ou agravantes não previstas anteriormente; se eliminam atenuantes ou causas de extinção da punibilidade; se exigem mais requisitos para a concessão de benefícios, etc.”. (grifos nossos) [6] Dentre esses preceitos, podemos acrescentar que, as medidas de segurança também se encontram abarcadas. Medidas que majorem ou agravem as medidas de segurança também não podem retroagir para alcançar fatos pretéritos. As regras sobre medida de segurança são também leis penais. [7] IV. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS É a lei nova mais favorável que a anterior. Essa tem plena aplicação no Direito Penal Brasileiro, prevista pelo Código Penal, em seu artigo 2º, parágrafo único e pela Magna Carta, em seu artigo 5º, XL. Vale dizer que, não importa o modo pelo qual a lei nova favoreça o agente, ela será aplicada a fatos pretéritos a sua entrada em vigor. É a lex mitior. Deverá ser aplicada tanto ao réu em sentido estrito (aquele que está sendo acusado em processo penal) quanto ao réu em sentido lato (sujeito passivo na ação penal, aqueles submetidos à execução de pena e/ou medidas de segurança).” ● Princípio da continuidade normativa-típica “O princípio da continuidade normativa típica ocorre quando uma norma penal é revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário”. Exemplo: o estupro, hoje em dia considera estupro a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso (antes tinha o crime de estupro -coito vagina e pênis- e todo o resto era ato libidinoso disposto em outro artigo, quando era punido as penas eram cumuladas) Lei Penal no Espaço Crimes aplicáveis e Territorialidade 1. Territorialidade A lei brasileira será aplicada dentro do território brasileiro (físico ou por extensão) 2. Princípio da nacionalidade ou personalidade ativa Aplica-se a lei do país a que pertence o agente, pouco importando o lugar do crime, a nacionalidade da vítima, ou do bem jurídico tutelado 3. Princípio da nacionalidade ou personalidade passiva Aplica-se a lei penal da nacionalidade do ofendido 4. Princípio da defesa ou real Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado não importando o local da lesão ou o sujeito ativo (crimes contra a administração pública, segurança pública, estando fora do território) 5. Princípio da justiça penal universal ou cosmopolita O agente fica sujeito a lei penal onde for encontrado, não importando sua nacionalidade, o bem jurídico lesão, ou o local do crime. Está presente em tratados e convenções internacionais (como tráfico de pessoas e órgãos) 6. Princípio da representação/pavilhão/substituição/bandeira (MUITO IMPORTANTE) Aplica-se a lei penal nacional ao crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas ou mercantis (não públicas a serviço do brasil, se nao seria territorialidade por extensão) quando praticados no estrangeiro e lá não sejam julgados, caso contrário teria bis in idem Territorialidade Temperada/Mitigada (art. 5) Existem situações em que mesmo que a prática do delito tenha acontecido fora do território físico ou por expansão será utilizado a lei brasileira Território físico: terrestre, marítimo, aeronáutico 12 milhas marítimas de largura a partir da baixa maré É a delimitação física, geográfica. Território por extensão: art. 5, s1, s2 Aeronaves e embarcações em alto mar (sem pátria) que está a serviço do Brasil será aplicada a lei brasileira. S2, Ele será processado no momento em que pisar no país outra vez. Embaixada é extensão territorial? Não é extensão territorial, o que ocorre é que ela tem imunidades diplomáticas a ser respeitadas. Em caso de crime, a polícia civil pode invadir uma embaixada, pois a embaixada está no território brasileiro Direito de passagem inocente: Lei 8.617/93 Mesmo passando uma embarcação por território estrangeiro, só que não atracado, a lei nacional será utilizada. Lugar do crime: art. 5, CP Teoria da Ubiquidade _ art.6, CP O lugar do crime vai ser no lugar da conduta, ação ou omissão, ou o resultado. Aplica-se a lei brasileira com os requisitos. LUTA Lugar do crime - Teoria da Ubiquidade Tempo do crime - Teoria da Atividade Conceitos: 1. Crime a distância O crime percorre o território de dois Estados soberanos Consequência: gera conflito internacional de jurisdição, aplica-se o art. 6 CP, ou seja, a brasileira 2. Crimes em trânsito O crime percorre o território de mais de dois Estados soberanos Consequência: gera conflito internacional de jurisdição, aplica-se o art. 6 CP, ou seja, a brasileira 3. Crimes plurilocais O crime percorre várias unidades da federação, dentro do território brasileiro Consequência: conflito interno de jurisdicao, aplica-se o art. 70 CPP, ou seja, depende TEORIA DO CRIME ● O CP adotou a Teoria Tripartite/Finalista Crime = Fato típico + Ilícito (antijurídico) + Culpável → Consequência: Punibilidade Outras teorias C = Fato típico + Ilícito → Culpabilidade Crime = Fato típico + Ilícito (antijurídico) + Culpável + Punibilidade Fato típico 1. Conduta a. Dolosa ou Culposa (Comissiva ou Omissiva) b. Culposa (Comissiva ou Omissiva) 2. Nexo causal 3. Resultado jurídico a. Jurídico, não necessariamente seja um resultado naturalístico (por exemplo a injuria) b. Um resultado natural é aquele material, paupável 4. Tipicidade a. Formal → adequação do fato a norma b. Material → relevante lesão jurídica (ondeincide o princípio da insignificância) c. Conglobante i. Teoria argentina, defendida por Zaffaroni ii. Brasil não adota Ilicitude ● Contrariedade a norma. Norma → não mate (não está escrita) Conduta → homicídio (está escrita nos dispositivos) ● Causas excludentes de ilicitude/justificante (art. 23 do CP) 1. Legítima defesa 2. Estado de necessidade 3. Estrito cumprimento do dever legal 4. Exercício regular do direito Culpabilidade ● É o substrato do crime ● Elementos que compoe a culpabilidade: a. Imputabilidade ■ No Brasil é adotada a biopsicologica, deve ser maior de 18 anos e não pode ter doença mental que faz com que ela não entende o caráter ilícito da sua conduta b. Exigibilidade de conduta diversa ■ É exigível que a pessoa que praticou o delito tivesse outra conduta ■ Inexigibilidade Exemplo: coação moral irresistível, obediência hierárquica não manifestamente ilegal c. Potencial consciência da ilicitude: homem médio ● Causa excludentes de culpabilidade/Causas dirimentes: Exemplos: coação moral irresistível, obediência hierárquica não manifestamente ilegal Anotação de questões ● Anistia → é a clemência do Estado, por meio de Lei, advém do Poder ● Abolitio Criminis → Quando uma conduta deixa de ser atípica até então proibida por lei penal ○ Retira os efeitos penais, primários ou secundários, mantendo as extrapenais. Conduta ● Teoria causalista C = Fato típico + Ilícito → Culpabilidade ○ Movimento voluntário humano ○ A conduta do agente é desprovida de finalidade ○ O dolo e a culpa estão deslocados para a culpabilidade ■ É um dolo normativo ■ A culpabilidade é psicologica, logo é analisado, nessa teoria, a imputabilidade ■ A principal crítica a esta teoria é que ela não explica como ocorre um conduta omissiva (como não prestar ajuda) por ausência de dolo natural na conduta ○ Ação típica: processo interno da vontade sem finalidade, movimento corporal que exterioriza a vontade ○ Ação dolosa ou culposa: o conteúdo da vontade (estudada na culpabilidade, onde se estuda o dolo normativo ○ Fato típico: ■ Conduta “oca” (ou seja, conduta sem finalidade) ■ Nexo causal ■ Resultado ■ Tipicidade ○ Ilicitude formal ■ Possui causas que excluem a ilicitude ○ Culpabilidade (psicológica) (estuda... ■ Imputabilidade ■ Dolo e culpa (Elementos volutivos) Crime omissivo próprio: crime que se perfaz pela simples abstenção do agente. “Há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando, via de regra, a investigação sobre a causalidade naturalística (são delitos de mera conduta)” Exemplo: não prestar socorro à vítima Crime omissivo impróprio: art. 13, s 2, quando tem a figura de um garante (exemplo: mãe, pai, babá, salva vidas) é uma conduta comissiva por omissão, ou seja, quando você não agiu e responde como se tivesse agido “O dever de agir é para evitar um resultado concretamente evitável” “A omissão consiste na transgressão do dever jurídico de impedir o resultado, sendo diametralmente oposto o seu conceito frente ao omissivo próprio, uma vez que é exigido do agente um fazer” Exemplo: uma mãe que não alimenta seu filho, o bebê morre, a mãe (como figura de garante) responde por homicídio combinado com o art. 13, s 2 CP ● Teoria Finalista Crime = Fato típico + Ilícito (antijurídico) + Culpável → Consequência: Punibilidade ○ Conduta → movimento humano voluntário qualificado pela vontade ■ Comissiva → por ação ■ Omissiva → por omissiva ■ Dolo ● Direto: com uma conduta desejo atingir uma finalidade ○ 1 grau: quando você atinge seu objetivo ○ 2 grau: as consequências de quando você atinge seu objetivo ○ Exemplo: quero matar alguém com explosivos, 1: consegui matar, 2: matei todos no prédio junto ● Eventual (art. 18) ○ Quando assumo o risco de produzir um resultado ○ É indiferente acontecer ou não para o agente ● Cognitivo: ter o conhecimento da conduta ○ Na ausência dele descaracteriza o dolo ○ Se eu apertar um gatilho de arma eu sei que vai sair um projétil ● Volutivo: ter a vontade de alcançar o resultado ○ Na ausência dele descaracteriza o dolo ○ Se eu apertar um gatilho nessa direção pode machucar alguém e eu quero que machuque ■ Culpa: inobservância objetiva do dever de cuidado → Toda conduta tem uma previsibilidade, nesse caso ● Imprudência → quando age de forma de excesso ● Negligência → quando deixa de fazer, é uma omissão ● Imperícia → quando você tem uma capacidade técnica e não dá certo Causas excludentes de conduta 1. Caso fortuito ou força maior: efeitos imprevisíveis a. Causas em que não há vontade humana, não há ato humano 2. Involuntaridade a. Estado de inconsciência completa: sonambulismo/hipnose i. No sonambulismo não há o elemento cognitivo (ação), nem elemento volitivo (vontade) ii. No caso da hipnose, o autor imediato (o agente) não possui os elementos cognitivo e volitivo, assim não há conduta. O autor mediato (o mandante) responde pelo crime com a agravante do art. 61 CP, por induzir alguém a fazer algo b. Movimentos reflexos: ausência de elemento anímico i. Ausência de conduta 3. Coação física irresistível (Vis absoluta): força física extrema a. À ação tem que ser externa b. Diferente em coação moral → intimidação i. Resistível → se poderia fazer outra ação diferente da que fez 1. O coato responde pelo crime com uma atenuante 2. O coator responde pelo crime com agravante ii. Irresistível → se não havia outra opção, é uma inexigibilidade de conduta diversa, o que exclui a conduta Anotações de questões Erro do tipo → exclui o fato típico por ausencia de dolo, mas remanece a modalidade culposa, mas apenas previsão legal do crime que aceita a modalidade culposa. Ele não sabe que aquela conduta é crime ● Admite contra a crimes contra a administração (mas não cabe princípio da insignificância nos crimes contra a administração) Espécies de culpa 1. Culpa consciente ○ Com previsão ○ Agente prevê resultado, mas não espera que aconteça de forma nenhuma ○ Em razão da habilidade do agente > À diferença para o dolo eventual é que ele prevê o resultado, acha que não vai acontecer, mas não ligo se acontecer (exemplo: beber e dirigir) < 2. Culpa inconsciente ○ Sem previsão ○ Sem previsão diferente de imprevisibilidade (quando não há nenhum modo de saber que era possível) ○ Agente não prevê o resultado, que, entretanto, era possível 3. Culpa própria ○ Agente não quer e não assumi o risco do resultado ○ Afasta totalmente o dolo direta ○ Agente acaba dando causa ao resultado ○ Negligência/Imperícia/Imprudência 4. Culpa imprópria (por assimilação/equiparação) ○ Agente por erro evitável imagina certa situação de fato, que se presente, excluiria a ilicitude do seu ato ○ Descriminante putativa i. Putatividade: o agente imagina a situação que se acontecesse excluiria a ilicitude da conduta ○ Politica criminal: art. 20, s 1, CP ○ Agente supõe situação de fato Exemplo: um policial (sempre armado) que não gosta de mim coloca a mão na cintura eu saco uma arma (legal) e atiro nele e mato. Só que na verdade ele só ia pegar o celular. Contudo, eu imaginei uma certa situação em que se acontecesse excluiria a ilicitude por legítima defesa. Nesse caso houve dolo (dolo de querer matar o policial) mas por política criminal afasta-se o dolo e aceita a culpa, e como há previsãolegal de culpa em homicídio funciona. Caminho do Crime: Iter Criminis Cogitação → Preparação → Execução → Consumação → Exaurimento 1. Cogitação ○ Fase interna ○ Impunível 2. Preparação ○ Formar meios para a pratica delitiva ○ Impunível? → Depende i. Se os atos estiverem previstos em lei como fato típico autônomo (é crime) 1. Petrechos para a falsificação de moeda a. Entende-se que quem tem apetrechos para a falsificação já é um ato autônomo 2. Associação criminosa a. Pessoas se juntarem com a finalidade de cometer o crime b. Se prepararam para isso mas não cometem o crime que programaram, mesmo assim são julgados por associação ii. Se os atos preparatórios não são crimes então não tem problema, ter uma corda, alugar um apartamento, comprar uma arma de fogo (tendo licença) 3. Execução ○ Tem que iniciar o núcleo do tipo ○ Punível 4. Consumação ○ Quando há resultado jurídico → quando vai contra dispositivo jurídico ○ Resultado naturalístico → Exteriorização do mundo do ser ○ Punível 5. Exaurimento ○ Os efeitos da consumação ○ Induz o agravamento da pena ○ “Post factum imputa…” → impunível ○ Exemplo: eu matei alguém, homicídio, então esquartejo a pessoa; não é um novo crime mas agrava o cometido ❖ Crime formal (crime de consumação antecipada) → tem um a consumação junto com a execução, usado para crimes contra a Administração Pública Art. 14, CP II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ● Tem que já estar na fase de execução ● Não ocorre o resultado desejado por força externa, circunstâncias alheias, contra vontade do agente Art. 15, CP Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Ponte de Ouro Desistência Voluntária ● Há a necessidade de voluntariedade ● Voluntariedade (tem uma influência externa) é diferente de espontaneidade (é dele próprio, vem do interior) ● Na fase de execução ● Não chega a consumação por desistência do agente, não porque acabou os meios executórios, apenas respondendo pelos atos executórios Arrependimento Eficaz ● Há o esgotamento da fase executória, mas não há a consumação ● De modo eficaz impeço que o resultado ocorra Art. 16, CP Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Ponte de Prata Arrependimento Posterior ● Natureza jurídica: causa geral diminui pena ● Entra só na 3 fase da dosimetria da pena ● Crime praticado seja: ○ Sem violência ou grave ameaça a pessoa ○ Reparação do dano/Restituição da coisa até recebimento da inicial acusatória (denúncia ou queixa) (não é o oferecimento da inicial) ○ Voluntaridade ● Tem diminuição de ⅓ a ⅔ da pena Anotações de exemplos: Você responde pelo animus, que é o que você deseja fazer, em regra Quero matar alguém, quem mata obrigatoriamente passa pela lesão corporal, mas não responde por ela, pelo princípio Se eu quero lesionar e acabo matando sem querer, é crime preterdoloso, uma vez que eu tinha o dolo de lesionar, mas não dolo de matar. Art. 17, CP Crime impossível → Tentativa impossível/idônea ● Absoluta impropriedade do objeto Exemplo: estou gravida, tomo um remédio abortivo, descubro que não estava grávida, crime impossível pois não havia objeto jurídico a ser tutelado pelo direito penal ● Absoluta ineficácia do meio Exemplo: estou grávida, tomo um remédio que acho ser abortivo (tenho o dolo de abortar), contudo tomei apenas vitaminas, que não é possível causar nenhum mal ILICITUDE ● Segundo substrato da conduta do crime ● Conduta típica não justificada ○ Quando uma conduta é contrária à norma ○ Não é dirimentes ● Causas dirimentes/justificantes: art. 23, CP ○ Uma justificativa que excluem a ilicitude da conduta, excluem o fato típico ● Teoria da Indicariedade / “Ratii Cognoscendi” → Fato típico gera presunção relativa que o fato é ilícito Art. 23, CP 1. Estado de Necessidade Faculdade ou Direito - Nelson Hungria -> conceito doutrinária Estado de necessidade – como FACULDADE: Diante do perigo, abre-se a possibilidade de ação para preservação do bem jurídico, não se pode ter como direito estado de necessidade, porque a um direito corresponde necessariamente a uma obrigação (ônus), mas no contexto dessa dirimente (justificante/excludente de ilicitude), nenhum dos titulares dos bens jurídicos envolvidos esta obrigado a suportar a lesão. - Aníbal Bruno -> conceito Estado de necessidade – como DIREITO: A conduta típica é exercida contra o Estado (não é exercida contra titular do bem jurídico lesado), está obrigado diante da caracterização do dirimente/eximente, a reconhecer a inexistência do crime. - Rogério Sanches -> o Estado de necessidade é tanto uma FACULDADE, quanto um DIREITO. STF tem usado esse conceito para vários julgados. Pois ao mesmo tempo que o estado de necessidade traduz uma faculdade entre os titulares dos bens jurídicos, caracteriza-se como um direito perante o Estado. Requisitos objetivos: a. Perigo atual b. Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agredido c. Salvar direito próprio ou alheio d. Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo: art. 24, s 1, CP e art. 13, s 2, a, CP ■ Não pode alegar estado de necessidade aquele que tinha o dever legal de agir, todos os garante com dever legal de agir. A omissão caracterizaria uma comissão, ou seja, omissão deles é por uma ação, assim, será o caso de comissão. e. Inevitabilidade de comportamento lesivo ■ O comportamento deve ser absolutamente inevitável para salvar o direito próprio ou alheio ■ É preciso que seja para salvar direito próprio ou alheio o cometimento do fato lesivo sacrificando-se bem jurídico alheio f. Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado ■ É a ponderação entre o bem a ser sacrificado para garantir a tutela ■ O bem jurídico lesado em estado de necessidade tem que ser menor do que o bem a ser protegido Exemplo: cachorro que morde alguém na rua e é morto Bem jurídico lesionado → cachorro Bem jurídico protegido → a vida de alguém ■ Teoria unitária (adotada no Brasil): não reconhece o estado de necessidade exculpante (excludente da culpabilidade)., mas apenas o justificante (o que exclui a ilicitude). Assim se o comportamento do agente diante de um perigo atual busca evitar mal maior sacrificando direito de igual ou menor valor que o protegido, pode-se invocar a descriminante do estado de necessidade; Se o bem jurídico sacrificado for mais valioso do que protegido haverá redução de pena ■ Teoria diferenciadora: se o bem jurídico sacrificado tiver valor menor ou igual ao valor do bem jurídico salvo haverá estado de necessidade justificante (excludente de ilicitude). Se o bem jurídico sacrificado tiver valor maior que o bem protegido haverá estado de necessidade exculpante (excludente da culpabilidade). Teoria Bem protegido Bem sacrificado Estado de necessidade Teoria Diferenciadora valor = ou >valor < valor = ou < valor > Justificante (excludente de ilicitude) Exculpante (excludente de culpabilidade) Teoria Unitária valor = ou > valor < valor = ou < valor > Justificante (excludente de ilicitude) Sem estado de necessidade (apenas redução de pena) 2. Legitima Defesa (art. 25, CP) Requisitos: 1. Meios necessários a. Caso haja várias maneiras de se defender de uma injusta agressão, deve-se escolher a opção menos gravosa 2. Utilização moderada a. Utilizar o meio apenas para repelir a injusta agressão b. Caso contrário, responderá por excesso 3. Injusta agressão a. À agressão sofrida, própria ou por terceiro, deve ser injustificável. Ou seja, o agredido não pode causar/provocar a agressão 4. Atual ou iminente a. Atual → agora b. Iminente → não se trata de uma possibilidade futura (ameaça), deve ser iminente, ou seja, vai acontecer e será em poucos minutos ou segundos 5. Direito próprio ou alheio 3. Exercício Regular do Direito Conceito: agir dentro de suas atividades Exemplo: um médico fazer uma traqueostomia de urgência em uma pessoa 4. Estrito Cumprimento do Dever Legal Conceito:o agente público age de forma típica (conduta produtora de resultado reprovável pelo CP) contudo ele tem uma justificativa para agir assim, uma excludente de Ilicitude 5. Consentimento do ofendido: “dano patrimonial” Pacote anti crime, apenas uma concretização do entendimento já existente, deixando claro que o agente de segurança pública deve possuir todos os requisitos do caput do artigo Culpabilidade ● Reprobabilidade da conduta ● Imputabilidade: T. Biopsicologica ● Excludentes (dirimente) → inexigibilidade de conduta diversa a. Obediência hierárquica ■ O subordinado irá cumprir uma ordem não manifestamente ilegal, ela possui uma aparência de legalidade b. Coação moral irresistível ■ Coato → quem sofre, não é exigível deve outra conduta, logo está dentro da excludente ● Caso fosse resistível o coato responde pelo crime com atenuante ■ Coator → responde pelo crime com agravante c. Ausência de imputabilidade ■ Quando submetido a menoridade penal (menor de dezoito anos), portador de doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado, embriaguez por força maior ou caso fortuito, biopsicológica que é capaz de eliminar ou afetar a capacidade de entendimento do caráter criminoso da conduta d. Ausência de conhecimento da ilicitude ■ Erro de proibição inevitável ■ Quando a pessoa não tem a consciência de que a conduta é ilícita, exclui-se a culpabilidade DOSIMETRIA DA PENA ● Sistema trifásico: art. 68, CP ● Cálculo da pena a. 1 FASE: Pena base: circunstâncias judiciais: art. 59, CP b. 2 FASE: Pena intermediária: circunstancias legais (agravantes e atenuantes): art. 61/66 c. 3 FASE: Pena definitiva: causa de aumento ou diminuição da pena: art. Primeira Fase ● É a pena base - iniciada com o mínimo da pena ● Art. 59 ● Será analisado as circunstâncias judiciais a. Culpabilidade ■ Grau de reprovabilidade da conduta do agente b. Antecedentes ■ Súmula 444 do STJ ● Possui antecedentes apenas aquelas ações penais que já transitaram em julgado, ações ou inquéritos em andamento não contam ■ Se ele possuir apenas 1 trânsito em julgado → será utilizado como agravante (segunda fase) ■ Se ele possuir 2 ou mais trânsitos em julgado → uma será utilizada em antecedentes (primeira fase) e outra em agravantes (segunda fase) ■ Reabilitação penal ● Esquece os trânsitos em julgados depois de 5 anos de finalizada o cumprimento da pena ou quando requerida depois de dois anos do cumprimento da pena caso esteja dentro dos requisitos, voltando a ser um réu primário em caso de novo delito c. Conduta social ■ Ações e inquéritos em andamento não conta aqui ■ Conduta social é como ele age na sociedade, na comunidade onde vive d. Personalidade do agente ■ Para aumentar a pena base aqui é preciso um laudo psicológico descrevendo que o agente possui uma personalidade voltada para o crime e. Motivos ■ O levou o agente a agir de tal maneira ■ Se o motivo torpe ou fútil está sendo utilizado na segunda fase não pode ser utilizado como motivo aqui ■ Deve ser algo que estrapole o tipo penal f. Circunstâncias do crime ■ O modus operandi ■ Como aconteceu o crime, extrapolando o tipo penal ■ Exemplo: matar na frente dos filhos (extra ola o tipo penal) Matar com faca e tortura (não extrapola o tipo penal, está tudo no CP) g. Consequência ■ As consequências que o crime gerou h. Comportamento da vítima ■ Se a vítima contribuiu de certa forma para a conduta do agente ● O juiz não pode ultrapassar os limites (mínimo e máximo) fixados em lei ● A doutrina majoritária diz que a cada circunstância ruim para o agente aumenta-se ⅛ da pena Segunda Fase ● Pena intermediária Agravantes → crimes dolosos → art. 61 → rol taxativo ● Agravam a pena Atenção: Art. 121, I, IV, VI CP Pena de 12 - 30 anos Caso eu tenha mais de uma: Aquilo que não qualificar o crime, pode ser utilizado para agravar a pena na segunda fase se houver correspondente no rol taxativo do art. 61, caso não exista no rol é usado para aumentar a pena base como circunstância judicial (culpabilidade) ● Adstrito aos limites legais ○ Súmula 231/STJ Ps: Pelas costas X Nas costas Pelas costas → tem o elemento surpresa Nas costas → sem elemento surpresa Art. 123: Infanticidio ○ Crime doloso ○ Competência: tribunal do juri ○ Elementos: i. Filho ii. Estado puerperal iii. Durante ou logo após o parto ○ Sujeito ativo: Mãe ou Pai ○ Não pode ter agravante de crime praticado em face de descendente porque constitui um elemento do crime ○ Pode o pai (ou qualquer outra pessoa) ser se ele estiver em concurso de pessoas e saber que a mãe do menino está em estado puerperal e aderir ao dolo dela Crimes impossíveis - art. Impropriedade absoluta do objeto (matar quem está morto sem saber que estava morto) Meio absolutamente ineficaz (tentar matar com uma vitamina) Embriaguez Embriaguez pre-ordenada é a única capaz de gerar uma agravante Abis libeli in causi → Se ele bebeu e já tinha a intenção de cometer um crime responderá pelo crime Embriaguez Culposa/Fortuita/Força/Involuntária não pode gerar uma agravante, pode até gerar uma atenuante Atenção: dinheiro é motivo torpe ● Quanto a reincidência - art. 63, CP ○ Conceito: quando o agente comete novo crime Delito Delito Reincidencia? Contravenção Crime Não reincidente Crime Crime Reincidente Crime Contravenção Reincidente (considera-se) Contavenção Contravenção Reincidente (pela Lei 3688/41) Motivo torpe X Fútil O motivo torpe é aquele considerado como imoral, vergonhoso, repudiado moral e socialmente, algo desprezível. Um exemplo seria matar para receber uma herança, ou matar por ter qualquer tipo de preconceito, entre outros. Já o motivo fútil é aquele motivo insignificante, banal, motivo que normalmente não levaria ao crime, há uma desproporcionalidade entre o crime e a causa. Ex: matar por ter levado uma fechada no trânsito, rompimento de relacionamento; pequenas discussões entre familiares; etc.. Crime X Contravenção Crime (mais grave) – reclusão e detenção até 30 anos; ação penal pública e privada; tentativa é punível. (exemplo: roubo) Contravenção (mais leve) – prisão simples até 5 anos; apenas açãopenal incondicionada; tentativa não é punível. (exemplo: jogo do bicho, direção perigosa) 1. Ação Penal a. Crime: Pública ou privada (art. 100º, CP). b. Contravenção: Pública incondicionada (art. 17º, LCP). 2. Competência a. Crime: Justiça Estadual ou Federal b. Contravenção Penal: Só Justiça Estadual, exceto se o réu tem foro por prerrogativa de função na Justiça Federal. 3. Tentativa a. Crime: É punível (art. 14º, parágrafo único, CP). b. Contravenção: Não é punível (art. 4º, LCP). 4. Extraterritorialidade a. Crime: Possível (art. 7º, CP). b. Contravenção: Lei brasileira não alcança contravenções ocorridas no exterior (art. 2º, LCP). 5. Pena Privativa de Liberdade a. Crime: Reclusão ou detenção (art. 33º,CP). b. Contravenção: Prisão simples (art. 6º, LCP). 6. Limite Temporal da Pena a. Crime: 30 anos (art. 75º, CP). b. Contravenção: 5 anos (art. 10º, LCP). 7. Sursis a. Crimes: 2 a 4 anos(art. 77º, CP). b. Contravenções: 1 a 3 anos (art. 11º, LCP). Atenuantes - art. 62 ● Se temos a atenuante e ela também vale como privilegiadora (causa de diminuição de pena), será considerada essa última (relevância moral, social, vítima provocou), pois não podemos usar a mesma coisa duas vezes ● Desconhecimento da lei não exclui a culpabilidade (erro de proibição) é no máximo uma atenuante ● Cuidado: ○ Art. 16 CP → causa de diminuição de pena → Terceira Fase ■ ANTES do Recebimento da denúncia ■ Crime sem violência ou grave ameaça ■ Restituição ou reparação do dano X ○ Atenuante: art. 65, III, b, CP ■ ANTES da Sentença ■ Vontade livre ■ Menor consequencia do crime ■ Reparação do dano ● Atenuantes Inominada - art. 66 ● Circunstâncias preponderantes - art. 67 a. Personalidade do agente ■ Menores de 21 na época do fato possuem uma personalidade benéfica para o réu b. Reincidência c. Motivo do crime Concurso de atenuantes e agravantes ● Elas ocorre simultaneamente, podendo se anular ● Existem as circunstâncias preponderantes 1. Se for uma atenuante preponderante com um agravante normal: a pena diminuirá 2. Se for uma agravante preponderante com uma atenuante normal: a pena aumentara 3. E havendo concurso entre as preponderantes segue a ordem do artigo Terceira Fase - ● Causas de aumento e diminuição da pena ● Sempre aumenta pra depois diminuir ● Causas Gerais → Parte geral do código → 1 ao 120 ● Causas especiais → Parte especial do código ● O juiz não está dentro dos limites legais, podendo exceder o máximo ou mínimo de pena CONCURSO Concurso de Crimes ● Pluralidade de condutas típicas ● Espécies: a. Concurso Material - art. 69 b. Concurso Formal - art. 70 c. Concurso Continuado - art. 71 Concurso Material 1. Pluralidade de condutas típicas a. Omissivas b. Comissivas 2. Pluralidade de resultados a. Homogêneos (crimes iguais) b. Heterogêneos (crimes diferentes) 3. Sistema do cúmulo material a. As penas são somadas b. Será executada primeiramente a pena mais gravosa (quando tem pena de detenção - inicia-se apenas em regime fechado - e reclusão - inicia-se no semi-aberto ou aberto) PROVA → Concurso de pessoas (Teoria monista…) Concurso Formal → Quando se tem uma única conduta (omissiva ou comissiva) - unicidade de conduta- pratica dois ou mais resultados típicos (homogêneo ou heterogêneo) ● Concurso Homogêneo (resultados iguais) → pego um crime e faço a dosimetria e na terceira fase exaspero de ⅙ a ½ ● Concurso Heterogêneo (resultados diferentes) → pego a pena mais gravosa e faço a dosimetria e na terceira fase exaspero de ⅙ a ½ ● Caso a exasperação seja mais benéfica para o réu pode o juiz mudar para o sistema de somatório de penas 1. Perfeito/Próprio Não um dolo específico para o resultado “extra” Dolo + Culpa Não tem desígnios autônomo para os demais resultados Sistema exasperação de penas: aumento de ⅙ a ½ 2. Imperfeito/Impróprio Há um dolo específico para o resultado “extra” Culpa + Culpa Tem desígnios autônomos Sistema cúmulo material: soma Crime Continuado 1. Pluralidade de condutas a. Omissivas b. Comissivas ● A prática delitiva terá tempo, lugar ou modo de execuções são similares ● As consultas subsequentes são tida como continuidade da primeira 2. Pluralidade de resultados 3. Sistema de exasperação de pena: aumenta-se na terceira fase ⅙ a ⅔ a. Pode haver um aumento de 3 vezes quando: i. Crimes dolosos ii. Vítima iii. Violência ou grave ameaça b. Caso a exasperação seja mais benéfica para o réu pode o juiz mudar para o sistema de somatório de penas Doutrina: Aumenta-se Quantidade de crimes 1/6 2 1/5 3 1/4 4 1/3 5 1/2 6 2/3 7 ou mais
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