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HOMEOPATIA Elaborado para qualificação profissional e para a família GUIA COMPLETO DE Marcelo Rigotti – Projeto Biociência, 2016 HOMEOPATIA GUIA COMPLETO DE HOMEOPATIA Elaborado para qualificação profissional e para a família GUIA COMPLETO DE Marcelo Rigotti – Projeto Biociência, 2016 GUIA COMPLETO DE HOMEOPATIA ELABORADO PARA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E PARA A FAMÍLIA Marcelo Rigotti Sumário Unidade 1. Introdução à Homeopatia. .............................................................................................. 6 1.1. Definição de Homeopatia. ............................................................................................................. 7 1.2. Como funciona a homeopatia. ....................................................................................................... 8 1.2.1. A estrutura da água. ..................................................................................................... 10 1.3. A Homeopatia é segura? .............................................................................................................. 10 1.3.1. Para quais problemas a homeopatia pode ser utilizada. ............................................... 11 1.4. O remédio homeopático. .............................................................................................................. 11 1.5. Princípios da homeopatia. ............................................................................................................ 12 Unidade 2. As evidências clínicas da Homeopatia.......................................................................... 14 2.1. Principais definições. ................................................................................................................... 15 2.2. Pesquisas clínicas. ........................................................................................................................ 15 Unidade 3. História da Homeopatia. ............................................................................................... 19 3.1. Samuel Hahnemann. .................................................................................................................... 20 3.2. Homeopatia no mundo. ................................................................................................................ 21 3.2.1. Histórico. ..................................................................................................................... 21 3.2.2. Renascimento no século XX. ....................................................................................... 23 3.3. Homeopatia no Brasil. ................................................................................................................. 24 Unidade 4. Como os remédios homeopáticos são feitos. ................................................................ 26 4.1. Matérias primas. ........................................................................................................................... 27 4.1.1. Fontes vegetais. ........................................................................................................... 27 4.1.2. Fontes animais. ............................................................................................................ 29 4.1.3. Fontes minerais. ........................................................................................................... 30 4.1.4. Sarcódios. .................................................................................................................... 31 4.1.5. Nosódios. ..................................................................................................................... 31 4.1.6. Energéticos. ................................................................................................................. 32 4.1.7. Diluição e dinamização. .............................................................................................. 32 4.2. Tintura mãe .................................................................................................................................. 34 4.2.1. O estoque homeopático. .............................................................................................. 34 4.2.2. Remédios feitos a partir de fontes vegetais. ................................................................ 35 4.3. Potenciação através da sucussão. ................................................................................................. 36 4.4. A potenciação por trituração. ....................................................................................................... 38 4.5. Qualidade ..................................................................................................................................... 40 Unidade 5. Métodos de dinamização ............................................................................................... 41 5.1. Diluição. ....................................................................................................................................... 42 5.1.1. A diluição centesimal de Hahnemann- CH. ................................................................ 44 5.1.2. A diluição decimal de Hahnemann- DH. ..................................................................... 45 5.1.3. As Diluições Korsakovianas - K. ................................................................................ 45 5.2. Dinamização. ............................................................................................................................... 46 5.3. Prova homeopática. ...................................................................................................................... 46 Unidade 6. Tipos de remédios Homeopáticos ................................................................................. 48 6.1. Medicamentos clássicos ou constitucionais. ................................................................................ 49 6.2. Policrestos. ................................................................................................................................... 50 6.3. Isopáticos. .................................................................................................................................... 51 6.3.1. Alérgenos ..................................................................................................................... 53 6.3.2. Nosódios ...................................................................................................................... 53 6.3.3. Sarcódios ..................................................................................................................... 54 6.3.4. Nosódios e sarcodios usados como “vacinas” ............................................................. 57 6.3.5. Tautopatia .................................................................................................................... 59 6.4. Maximizando os efeitos. .............................................................................................................. 62 Unidade 7. A consulta a um Homeopata. ........................................................................................ 63 7.1. Consulta. ...................................................................................................................................... 64 7.1.1. Perfil dos pacientes. ..................................................................................................... 64 7.1.2. Busca de informações. ................................................................................................. 65 7.1.3. Descrevendo a personalidade do paciente. .................................................................. 65 7.2. Avaliando o paciente....................................................................................................................66 7.2.1. O corpo. ....................................................................................................................... 66 7.2.2. Ambiente. .................................................................................................................... 67 7.2.3. A mente. ...................................................................................................................... 67 7.2.4. Eventos da vida............................................................................................................ 67 7.2.5. Organização da vida. ................................................................................................... 68 Unidade 8. Princípios homeopáticos na assistência ao paciente. .................................................. 69 8.1. O paciente. ................................................................................................................................... 70 8.1.1. Abordagem ao paciente. .............................................................................................. 70 8.1.2. Contato inicial. ............................................................................................................ 70 8.1.3. A consulta homeopática. ............................................................................................. 71 8.1.4. Estilo de entrevista. ..................................................................................................... 71 8.1.5. Análise de caso e seleção de remédios. ....................................................................... 73 8.2. Indicações para os principais problemas de saúde. ...................................................................... 76 8.2.1. O sistema nervoso. ....................................................................................................... 76 8.2.2. Sistema respiratório ..................................................................................................... 84 8.2.3. Sistema circulatório. .................................................................................................... 92 8.2.4. Sistema digestivo. ........................................................................................................ 98 8.2.5. Sistema tegurmentar. ................................................................................................. 103 8.2.6. Sistema esquelético. .................................................................................................. 109 8.2.7. Sistema reprodutivo. .................................................................................................. 113 8.2.8. Sistema imunológico. ................................................................................................ 134 8.2.9. Sistema endócrino. .................................................................................................... 142 8.2.10. Sistema linfático. ..................................................................................................... 148 8.2.11. Sistema muscular. .................................................................................................... 154 8.2.12. Sistema urinário. ...................................................................................................... 160 8.2.13. Sentimentos e emoções. ........................................................................................... 166 Unidade 9. Materia medica. ........................................................................................................... 171 9.1. Nomenclatura homeopática ....................................................................................................... 172 9.2. Abreviaturas dos remédios homeopáticos .................................................................................. 175 9.3. Principais remédios homeopáticos ............................................................................................. 196 Unidade 10. Remédios homeopáticos para os principais sintomas. ............................................ 228 10.1. Cabeça e cérebro. ..................................................................................................................... 229 10.2. Boca, garganta e língua. ........................................................................................................... 234 10.3. Estômago e sintomas gástricos. ............................................................................................... 239 10.4. Trato intestinal. ........................................................................................................................ 243 10.5. Abdome e fígado. ..................................................................................................................... 249 10.6. Órgãos respiratórios. ................................................................................................................ 250 10.7. Circulação. ............................................................................................................................... 256 10.8. Órgãos reprodutivos. ................................................................................................................ 261 10.9. Tronco, coluna e costas. ........................................................................................................... 266 10.10. Olhos, orelhas e nariz. ............................................................................................................ 270 10.11. Pele e glândulas...................................................................................................................... 273 10.12. Mente, disposição e sensibilidade. ......................................................................................... 276 10.13. Dor e sensações dolorosas. .................................................................................................... 278 10.14. Sono. ...................................................................................................................................... 281 10.15. Aversões. ................................................................................................................................ 282 10.16. Força vital. ............................................................................................................................. 283 Glossário de Homeopatia ............................................................................................................... 284 Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 291 Anexo 1 - Formulário de consetimento............................................................................................298 Anexo 2 - Histórico do cliente..........................................................................................................300 Anexo 3 - Questionário Homeopático..............................................................................................307 6 Unidade 1. Introdução à Homeopatia 7 1.1. Definição de Homeopatia. Homeopatia, também conhecida como medicina homeopática, é um tratamento que se desenvolveu na Alemanha e tem sido praticada em todo mundo desde o início do século 19. É um sistema alternativo, na homeopatia os medicamentos são administrados com fins preventivos e terapêuticos. Distingue-se da medicina ocidental moderna em seu sistema de diagnóstico e de intervenção terapêutica. Este método foi desenvolvido pelo médico alemão Samuel Christian Hahnemann no final do século 18 e era uma forma predominante de medicina na Europa e Estados Unidos até o início de 1900. O tratamento homeopático procura estimular a capacidade do corpo em curar-se, dando doses extremamentepequenas de substâncias altamente diluídas, que produzem sintomas característicos da doença em pessoas saudáveis, quando administrado em doses maiores. O princípio básico da homeopatia, conhecida como a "lei dos semelhantes", é "semelhante cura semelhante". Na homeopatia, uma premissa fundamental é que cada pessoa tem uma energia chamada de força de auto cura ou resposta vital. Quando essa energia é interrompida ou desequilibrada os problemas de saúde começam a se desenvolver. A homeopatia visa estimular respostas próprias de cura pelo organismo. O termo homeopatia vem das palavras gregas homeo, ou seja, semelhante e pathos, que quer dizer doença. A homeopatia tem uma abordagem diferente da medicina convencional no diagnóstico, classificação e tratamento de problemas de saúde. A homeopatia estimula os mecanismos e processos de defesa do organismo de modo a prevenir ou tratar a doença. O tratamento em homeopatia é individualizado (adaptado para cada pessoa). Os homeopatas selecionam os remédios de acordo com uma visão geral do paciente, incluindo não só os 8 sintomas, mas estilo de vida, estados emocionais e mentais, e outros fatores. Muitos médicos e leigos ainda fazem muita confusão sobre o que a homeopatia realmente é. Embora muitos dos dogmas filosoficos homeopáticos estejam abertos ao debate, o antagonismo em relação a homeopatia é principalmente devido a falta de informação. Ironicamente, o julgamento sumário da medicina convencional contra a homeopatia deriva de um mal-entendido sobre os princípios homeopáticos. Cuidadosa consideração de um sistema de cura requer que se entenda o seu método, incluindo os seus princípios e práticas clinicas. O sistema da homeopatia é tão complexo e diferente da medicina convencional que requer uma reflexão cuidadosa para inteligentemente aceitar ou rejeitar seus princípios. O equívoco mais comum tem sido a de que a medicina homeopática é sinônimo de medicamentos naturais. Embora isso pareça bom, é impreciso. Mesmo que seja verdade, essa definição não ajuda a esckarecer o que exatamente é a medicina natural. Embora a medicação homeopática ou remédios, como são muitas vezes chamados, sejam frequentemente fabricados a partir de materiais naturais, este não é um requisito da farmacopéia homeopática. Defensores da teoria homeopática usam remédios para curar o paciente, estimulando o seu próprio poder de cura. Embora esta teoria, pudesse ser chamado de uma cura natural, tal cura significaria comparação com outras formas de medicina natural. Essa imprecisão pode fazer parecer a homeopatia como "Natural". 1.2. Como funciona a homeopatia. A homeopatia se distingue de outros sistemas terapêuticos na forma de tratar o paciente, no tipo e na preparação do remédio utilizado. O sistema homeopático tem como fundamento a integralização holística do paciente e de sua realidade, tanto no adoecer, quanto no tratamento. Dessa forma, a doença é um desequilíbrio no todo que se manifesta de múltiplas formas. Para Hahnemann, esse todo dinâmico responsável pelo equilíbrio é a força ou energia vital: o atributo imaterial, automático, inerente ao homem, que 9 coordena as funções orgânicas e psico- emocionais integralizando-as, tornando o homem uma unidade. A homeopatia é baseada em diluições extremas seguidas de mistura em outra solução, chamadas sucessões. O nível de diluição é impresso no frasco do medicamento. Na dinamização, é usado uma solução hidro alcoólica para diluir (frequentemente álcool a 30%) e movimentos de - batida - contra um anteparo semirrígido para agitação. Chamamos este processo de agitação de sucussão. Se uma substância é solúvel em água ou álcool etílico, puro ou combinado, ela será dissolvida, na proporção de 1%, e agitada 100 vezes. Em seguida, nova diluição e 100 agitações. Homeopatas hoje entendem o conceito de constante de Avogadro. Eles atribuem poderes de cura da homeopatia para a "memória da água" - o conceito de que a água tem a capacidade de se lembrar da substancia original. O aspecto da homeopatia pode ser inexplicável para muitas pessoas, e que os medicamentos são muitas vezes, diluídos ao ponto em que não haverá nenhum resquício das moléculas da substância original. Uma das principais propostas atuais de como essas diluições “ultra moleculares” trabalham é que a água é capaz de armazenar informações relativas a substâncias com as quais tenha estado previamente em contato. Em primeiro lugar, este conceito de memória da água é além do reino da física conhecida. Ainda não se sabe se a água consegue manter a memória da molécula por muito mais tempo do que um bilionésimo de segundos. Em segundo lugar, se a água pode se lembrar da forma do que está nela, então, toda a água tem o potencial para ser homeopática. A água da torneira se movimentando através de tubos, com seus traços de substâncias naturais conhecidos por causar câncer e outras doenças, seriam terapêuticos contra estas doenças. 10 1.2.1. A estrutura da água. Pesquisas recentes sobre ligações de hidrogênio em água fornecem suporte para esta teoria da “memória”. O químico suíço, Louis Rey, constatou que a estrutura das ligações de hidrogênio em diluições homeopáticas de soluções salinas é muito diferente do que em água pura. Ele chegou à conclusão de que esse fenômeno resulta da agitação vigorosa de soluções que ocorre durante a sucussão. Além disso, usando uma técnica de laboratório chamada espectroscopia, outros investigadores verificaram que diferentes medicamentos homeopáticos e diluições diferentes do mesmo medicamento podem ser diferenciadas umas das outras, apesar de tudo conter apenas água. 1.3. A Homeopatia é segura? A homeopatia é perfeitamente segura, isto é porque os medicamentos homeopáticos são feitos a partir de uma quantidade muito pequena do ingrediente ativo. Duzentos anos de prática, pesquisa e ensaios comprovaram a segurança deste sistema de saúde para pessoas e animais. Os remédios homeopáticos foram regulamentados nos Estados Unidos no ano de 1938 e são considerados seguros. Ao contrário de alguns medicamentos convencionais, os medicamentos homeopáticos não causam dependência e não tem efeitos colaterais perigosos. Homeopatia é segura para uso em bebês, crianças e mulheres grávidas ou lactantes, que estão sob a supervisão de um profissional homeopata. 11 Alguns críticos da homeopatia acreditam que há tão pouca substância ativa numa solução que os benefícios do tratamento são, provavelmente, não por causa da substância, mas porque a pessoa está pensando que é eficaz, ou seja, efeito placebo. 1.3.1. Para quais problemas a homeopatia pode ser utilizada. Historicamente, as pessoas têm usado homeopatia para melhorar a saúde e tratar um grande número de doenças, tais como alergias, dermatite atópica, artrite reumatóide e síndrome do intestino irritável. Também tem sido utilizada para tratar ferimentos leves, como cortes, arranhões e tensões musculares ou entorses. O tratamento Homeopático não é considerado adequado para doenças, tais como câncer, doenças do coração, infecções importantes ou emergências. 1.4. O remédio homeopático. As prescrições homeopáticas são produzidas baseadas na Matéria Médica e repertórios. A matéria médica homeopática é uma coleção de sintomas e sinais relatados em experimentos que foram causados por substancias antes da transformação em remédio homeopático. Essas características descrevem os padrões dos sintomas associados com os remédios. Um repertório homeopático é um índice de sintomas da doença que lista os remédios associados a sintomas específicos. Simplificando éum catálogo completo das manifestações obtidas através da experimentação das substancias em indivíduos aparentemente sadios e sensíveis. A homeopatia pode utilizar fontes animal, vegetal, mineral e substâncias sintéticas em seus remédios, se referindo a eles com nomes latinos. Exemplos como Arsenicum album (óxido de arsênico), Natrum muriaticum (cloreto de sódio ou sal de mesa), Lachesis muta (o veneno da cobra surucucu) e Thyroidinum (hormônio da tireóide). Mais de 4.000 substâncias de plantas, animais, e substancias minerais foram 12 testados desde que Hahnemann desenvolveu suas teorias, resultando em uma matéria médica que contém mais de 2.000 remédios. Alguns homeopatas também utilizam os chamados "nosódios" (do grego nosos, doença) feitos a partir de produtos doentes ou patológicos como fezes, urina, descargas respiratórias, sangue e tecido. Os remédios homeopáticos preparados a partir de espécimes saudáveis são chamados "sarcódios". 1.5. Princípios da homeopatia. Existem quatro princípios importantes associados com a prática da homeopatia: - Semelhante cura o semelhante. Hahnemann acreditava que, a fim de curar a doença, devem-se procurar medicamentos que provoquem sintomas similares no corpo humano saudável. Esta ideia é resumida na frase latina Similia similibus curentur, frequentemente traduzido como “semelhante cura semelhante”. Assim, um medicamento como Coffea tosta, feita a partir de café torrado, pode ser utilizado para tratar insônia. - Dose mínima. Quando Hahnemann realizou sua principal pesquisa ele deu doses de medicamentos para seus pacientes, baseado na prática médica da época. Isso muitas vezes resultou em grandes reações tóxicas e as mortes não eram incomuns. Então ele diluiu até que a substancia deixasse de ser tóxica, enquanto que, ao mesmo tempo o efeito terapêutico era mantido. Hahnemann descobriu que, como os medicamentos foram diluídos em série, com agitação vigorosa a cada etapa, eles pareciam se tornar cada vez mais potentes terapeuticamente. Ele chamou esse efeito de processo de dinamização. - Tratamento individual. Hahnemann acreditava que cada paciente devia usar um único medicamento para tratar um 13 problema de saúde. Há uma tendência crescente dos grandes fabricantes combinarem misturas de medicamentos e potências em um único produto. Estes são conhecidos como complexos. - Visão geral do paciente. A abordagem holística do tratamento, no qual todos os aspectos do bem-estar do paciente são considerados, não apenas sintomas locais isoladamente. 14 Unidade 2. As evidências clínicas da Homeopatia 15 2.1. Principais definições. - Estudos duplo-cegos referem-se a experiências em que nem o experimentador nem os sujeitos sabem se um tratamento específico foi receitado ou foi um placebo (um medicamento falso que parece e tem gosto de medicamento homeopático verdadeiro). - Ensaios clínicos randomizados são aqueles em que os sujeitos de uma experiência são colocados aleatoriamente em grupos de tratamento ou em grupos tratados com placebo. Os investigadores tentam colocar as pessoas com características semelhantes em igual número nos grupos de tratamento e placebo. - Estudos Crossover referem-se a experiências em que metade dos indivíduos de um estudo é dada um placebo, durante uma fase de um estudo e, em seguida, dado o remédio homeopático durante a segunda fase, enquanto a outra metade começa com o tratamento ativo e em seguida recebem o placebo durante a segunda fase. 2.2. Pesquisas clínicas. Antes de discutir os recentes ensaios clínicos controlados e duplo-cegos, é importante fazer referência à história das pesquisas homeopáticas, a fim de fornecer evidências adicionais para comprovar a eficácia clínica da nano farmacologia homeopática. A homeopatia se tornou popular na Europa e nos Estados Unidos, principalmente por causa dos sucessos surpreendentes através de experiências no tratamento de pessoas que sofreram com várias epidemias de doenças infecciosas no século 19. As taxas de mortalidade nos hospitais homeopáticos por doenças como cólera, escarlatina, febre tifóide, febre amarela, pneumonia e outros foi de 50 a 12% menor que de hospitais médicos convencionais (Bradford, 1900; Coulter, 1973). Estes resultados consistentes e significativos não podiam ser atribuídos a um efeito placebo. Um grupo independente de médicos e cientistas avaliou pesquisa clínica homeopática antes de outubro de 1995 (Linde, 1997). Eles revisaram 186 estudos, 89 dos quais cumpriam critérios pré-definidos para a meta-análise. Eles descobriram que em média os doentes 16 que receberam um medicamento Homeopático tiveram 2,45 vezes mais chances de ter experimentado um efeito clinicamente benéfico. Ao analisar apenas os estudos de alta qualidade, os pesquisadores descobriram que indivíduos que tomaram o medicamento homeopático ainda eram 1,86 vezes mais propensos a ter melhoria da saúde, em comparação com aqueles que receberam um placebo. Quatro trabalhos científicos individuais utilizaram ensaios clínicos de um medicamento homeopático (Oscillococcinum 200C) no tratamento de doença gripal (Papp, 1998). Cada um destes ensaios foi relativamente grande no número de indivíduos (487, 300, 100 e 372), e todos tiveram a mesma metodologia, placebo-controlado e duplo-cego (dois dos três ensaios também foram randomizados). Cada um destes estudos mostraram resultados 1 A febre do feno é um tipo de rinite alérgica, trata-se de uma alergia ao pólen de certas plantas, especialmente as gramíneas (componentes do feno) e árvores (como bétula e aveleira). estatisticamente significativos (Vickers, 2007). Outro grupo de pesquisa sobre o uso de Galphimia glauca no tratamento da febre do feno1 foi replicado com sucesso sete vezes, mas esta pesquisa foi realizada pelo mesmo grupo de pesquisadores (Wiesenauer e Ludtke, 1996), e, até agora, este trabalho não foi realizado por outros pesquisadores. Um corpo de pesquisa clínica em Homeopatia que tem sido consistentemente reconhecido como produtores da mais alta qualidade em pesquisas científicas é um grupo de pesquisadores da Universidade de Glasgow e Hospital Homeopático de Glasgow. Eles realizaram estudos sobre pessoas que sofreram de várias alergias respiratórias (asma e rinite alérgica) (Taylor, et al., 2000). No total, eles trataram 253 pacientes e observaram uma melhora em 28% naqueles que receberam um medicamento homeopático, em comparação com uma melhoria de 3% em pacientes que receberam um placebo. Neste estudo, houve uma alta probabilidade de que o tratamento tenha sido eficaz porque 17 havia apenas sete chances em 10.000 que esse resultado acontecesse por acaso. Na Universidade do Hospital de Viena um estudo foi realizado para avaliar a influência da administração via sublingual de Kali bichromicum (dicromato de potássio), na quantidade de 30C, na secreção traqueal fibrosa em pacientes críticos com histórico de tabagismo (Frass, et al., 2005). A quantidade de secreção traqueal foi significativamente reduzida em pacientes que receberam o medicamento homeopático. Figura 1 - Kali bichromicum Três estudos em crianças com diarreia também foram realizados e publicados em revistas científicas (Jacobs, et al., 2003). Uma meta-análise das 242 crianças que estavam envolvidas nestes três estudos mostrou que as crianças para as quais foram prescritas um medicamento homeopático experimentaram uma redução altamente significativa na duração da diarreia, em comparação com as crianças que receberam um placebo. Outro estudo em 53 pacientescom fibromialgia (Bell, et al., 2004), que receberam doses homeopáticas, em comparação com aqueles que receberam um placebo foi muito significativo. O que também é extremamente interessante sobre este estudo é que os pesquisadores descobriram que pessoas em tratamento homeopático também obtiveram melhoras nesta doença. Esta evidência de benefícios clínicos e ação fisiológica dos medicamentos homeopáticos em pessoas com sintomas crônicos é uma evidência muito forte de que estas nano doses podem ter efeitos notáveis. Um importante estudo foi conduzido por uma professora de química que antigamente era cética da homeopatia (Dr. Madeleine Ennis), mas que agora 18 reconhece que estes medicamentos têm efeitos significativos (Belon, et al., 2004). Quatro laboratórios independentes, cada um associado a uma universidade, realizou uma série de 3.674 experimentos utilizando diluições de histamina além do número de Avogadro, o que queremos dizer é que nesta dose, não há moléculas restantes da substância original. Os pesquisadores descobriram efeitos inibitórios de diluições de histamina em um tipo de glóbulos brancos chamados basófilos. As soluções foram feitas em laboratórios independentes, os participantes não tinham conhecimento do conteúdo das soluções do teste e a análise dos dados foi realizada por um bioestatístico que não estava envolvido em qualquer outra parte do experimento. 19 Unidade 3. História da Homeopatia 20 3.1. Samuel Hahnemann. A história da homeopatia começa com as descobertas de seu fundador Samuel Hahnemann (1755-1843). Hahnemann primeiro criou a palavra "homeopatia" ("homoios" em grego significa semelhante e "pathos" significa doença) para se referir ao princípio farmacológico, a lei dos semelhantes, que é a sua base. Na verdade, a lei dos semelhantes anteriormente foi descrita por Hipócrates e Paracelso e foi utilizado por muitas culturas, incluindo os maias, chineses, gregos, índios americanos, asiáticos e indianos, mas foi Hahnemann que codificou a lei dos semelhantes em uma ciência médica sistemática. Primeiros comentários de Hahnemann sobre a aplicabilidade geral da lei dos semelhantes foram em 1789, quando ele traduziu um livro de William Cullen, um dos principais médicos da época. Em um ponto no livro Cullen atribuiu a utilidade da quina (Cinchona) no tratamento da malária, devido às suas propriedades amargo e adstringente. Hahnemann escreveu uma nota em negrito em sua tradução, questionando a explicação de Cullen. Hahnemann afirmou que a eficácia da quina deve ser por outro fator, uma vez que ele notou que havia outras substâncias e misturas de substâncias decididamente mais amargas e mais adstringentes do que a casca da quina que não foram eficazes no tratamento da malária. Em seguida, ele descreveu a sua própria experiência, tomando repetidas doses desta erva até que seu corpo respondesse à dose tóxica com febre, calafrios e outros sintomas semelhantes aos da malária. Hahnemann concluiu que a razão desta erva ser benéfica no tratamento era porque causava sintomas semelhantes aos da doença. Figura 2 - Samuel Hahnemann Hahnemann sabia ler e escrever em pelo menos sete idiomas, ele traduziu mais de 20 grandes textos médicos e científicos. Ele tinha sido o autor de um conjunto de quatro volumes de livros chamado The Pharmaceutical Lexicon, que foi considerado um dos textos de referência padrão para boticários e farmacêuticos de sua época. Ele não tinha medo de dizer o que pensava, mesmo que isso 21 significasse corrigir o diagnóstico de um médico muito respeitado. Ele não tinha medo de questionar as verdades comumente aceitas. E tinha iniciativa suficiente para buscar suas próprias explicações alternativas. Depois de traduzir a obra de Cullen, Hahnemann passou os próximos seis anos experimentando ativamente em si mesmo, em sua família e em um grupo pequeno mas crescente de seguidores. Em 1796, ele escreveu sobre suas experiências com a lei dos semelhantes no Jornal Hufeland, uma revista médica respeitada na Alemanha. Coincidentemente, em 1798, Edward Jenner descobriu o valor de dar pequenas doses de varíola bovina para as pessoas em um esforço para imunizá-los contra a varíola. Enquanto o trabalho de Jenner era geralmente aceito na medicina convencional, a obra de Hahnemann não era. Hahnemann não foi muito aceito pelos boticários, porque ele recomendava o uso de apenas um medicamento a cada vez e prescrevia apenas doses pequenas de remédios. Por isso, os boticários não poderiam cobrar muito por esses remédios. Para cada medicamento era necessário uma preparação cuidadosa, Hahnemann descobriu que os boticários nem sempre faziam de forma correta ou estavam dando intencionalmente a seus pacientes diferentes medicamentos. À medida que crescia a desconfiança dos boticários, ele optou por fazer seus próprios medicamentos, um ato ilegal, no momento, na Alemanha. Os boticários então acusaram Hahnemann de descumprir a lei por fazer os medicamentos, foi preso em Leipzig em 1820, foi considerado culpado e forçado a se mudar. Ele se mudou para Kothen, onde foi delegada permissão especial para a prática e produção de seus próprios medicamentos pelo Grão-Duque Ferdinand, um dos muitos da realeza europeia que apoiaram a homeopatia. 3.2. Homeopatia no mundo. 3.2.1. Histórico. É uma opção de tratamento recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou documento incentivando a integração dessa e outras Medicinas Tradicionais aos sistemas nacionais de saúde. Apesar da perseguição, a homeopatia continuou a crescer. Não cresceu apenas porque oferecia uma abordagem sistemática para o tratamento de pessoas doentes, 22 mas também porque a medicina ortodoxa foi ineficaz e até mesmo perigosa. Há um consenso geral entre os historiadores médicos hoje que a medicina ortodoxa dos anos 1700 e 1800, em especial, causaram mais mal do que bem. A aplicação de sanguessugas era prática comum até meados de 1800. Benjamin Rush, considerado o pai da medicina norte-americana, afirmou que a sangria foi útil em todas as doenças em geral e crônicas. Em torno de 41 milhões de sanguessugas foram importadas para a França em 1833. Nos Estados Unidos, uma empresa importou 500.000 sanguessugas em 1856; seu concorrente importou 300.000. Além de derramamento de sangue e sanguessugas, os médicos ortodoxos usavam medicamentos feitos a partir de mercúrio, chumbo, arsênico e várias ervas fortes para ajudar a limpar o corpo da matéria que causava a doença estranha. Figura 3 - Sanguessugas Homeopatia alcançou sua maior popularidade no século XIX. Foi introduzido nos Estados Unidos em 1825 por Hans Gram Birch, um aluno de Hahnemann. A primeira escola na homeopatia país foi inaugurada em 1835 e a primeira Associação Médica Nacional dos EUA foi estabelecida. Ao longo do século XIX, dezenas de instituições homeopáticas foram criadas na Europa e nos Estados Unidos. Em 1900, havia 22 escolas homeopáticas e 15.000 profissionais nos Estados Unidos. O relativo sucesso da homeopatia no século XIX pode ter levado ao abandono dos tratamentos ineficazes e nocivos da sangria e purga, e passaram a ser tendência em direção a um medicamento mais eficaz e científico. Uma das razões para o aumento foi o seu aparente sucesso no tratamento de pacientes de epidemias infecciosas. Durante as epidemias do século XIX, como a cólera, as taxas de 23 mortalidade eram muitas vezes mais baixas no hospital homeopático do que em hospitais convencionais, onde o tratamento atual era prejudicial e muitas vezes tinham pouco ou nenhum efeito no combate à doença. Desde asua criação, no entanto, a Homeopatia foi criticada pela comunidade científica. Sir John Forbes, médico da rainha Victoria, disse em 1843 que doses homeopáticas extremamente pequenas eram consideradas como inútil, um ataque à razão humana. Oliver Wendell Holmes, médico e escritor americano do século XIX foi também um crítico público da homeopatia e escreveu um ensaio em 1842 chamado Homeopatia e Enganos Semelhantes. Em 1867, os membros da Sociedade Francesa de Homeopatia observaram que alguns dos principais homeopatas europeus não só abandonaram a prática de administrar doses infinitesimais, mas já não mais a defendiam. A última escola americana dedicada ao ensino da homeopatia foi fechada em 1920. 3.2.2. Renascimento no século XX. De acordo com Paul Ulrich Unschuld, o regime nazista na Alemanha ficou fascinado com a Homeopatia e gastou grandes somas de dinheiro para investigar seus mecanismos, mas sem alcançar um resultado positivo. Unschuld acrescentou que a homeopatia nunca mais iria se consolidar nos Estados Unidos, mas continuaria profundamente enraizada no pensamento europeu. Nos Estados Unidos, a Food, Drug, and Cosmetic Act (Lei de alimentos, medicamentos e cosméticos), 1938 (proposto por Royal Copeland, senador por Nova York e Homeopata) reconheceu os remédios homeopáticos como medicamentos. Na década de 1950, havia apenas 75 profissionais exclusivamente Homeopáticos no país. No entanto, na segunda metade da década de 1970, a homeopatia reviveu e a venda de remédios homeopáticos aumentou dez vezes. Alguns homeopatas creditam ao grego George Vithoulkas o seu renascimento, que fez um "grande esforço de investigação para atualizar o cenário da Homeopatia e selecionar teorias e práticas Homeopáticas" a partir dessa década, mas Ernst e Singh 24 acreditavam que estava associado com o aparecimento do movimento da Nova Era. Qualquer que seja a razão, a indústria farmacêutica reconheceu o potencial comercial de venda dos remédios Homeopáticos. A Homeopatia é hoje generalizada na Europa. Na Inglaterra, a Homeopatia foi formalizada pelo parlamento em 1950, embora a família real tenha usado desde a década de 1830. Existem vários hospitais Homeopáticos, sendo o maior deles o Hospital Homeopático Real de Londres. A Alemanha tem atualmente sete laboratórios, 15 hospitais homeopáticos e 8 associações. Na França 6 escolas médicas oferecem cursos de graduação orientada para a Homeopatia, ministrados em todas as escolas de farmácia e veterinária. Na Itália, há cerca de 2.000 médicos Homeopatas e cerca de 20 escolas, há dois laboratórios e pelo menos 84 farmácias e cinco revistas são publicadas. Mas se a Homeopatia é muito popular na Europa, é também na Ásia, especialmente na Índia, Paquistão e Sri Lanka. Na Índia, há mais de 120 escolas de medicina Homeopática e mais de 100.000 profissionais, e isso em parte pelo forte apoio dado por Mahatma Gandhi. A Homeopatia é menos comum na América do Sul e Central do que na Europa ou na Ásia, mas ainda bastante empregado em países como Argentina, Brasil, México, Equador e Colômbia, e está passando por um ressurgimento nos Estados Unidos. No México existem duas universidades e dois hospitais de Homeopatia. Em 2000, na Argentina existiam médicos que praticam a homeopatia e cerca de 3 milhões de pessoas usavam remédios homeopáticos. Na Colômbia existem atualmente quatro instituições que ensinam Homeopatia Unicista e cerca de 1000 médicos que praticam a homeopatia. 3.3. Homeopatia no Brasil. No Brasil também cerca de 2.000 médicos usam medicamentos homeopáticos e há pelo menos 10 escolas homeopáticas. É atualmente uma das áreas médicas e farmacêuticas que mais crescem no Brasil, devido, em particular, às políticas de saúde que exigem a sua inclusão no Sistema Único de Saúde (Brasil, 2006, 2010). A homeopatia chegou ao Brasil em 1840, coube ao médico francês Benoit Jules Mure, a prioridade de divulgar a 25 homeopatia em nosso país. Porém, foi relatado que em 1820, imigrantes alemães, que se situaram em colônias no Sul do Brasil, já a empregavam como uma medicina caseira. A expansão da homeopatia no Brasil começou com a sua utilização pelos espíritas, que ajudou a disseminar o tratamento junto aos médicos. A partir do século seguinte passou a ser utilizado também por agricultores que compravam os remédios através dos mascates. Outra forma de disseminação nesta época foi através dos terreiros de umbanda, onde os médiuns receitavam os remédios junto com o tratamento tradicional. A partir deste ponto passou a ser disseminada por meio de práticas beneficentes de farmacêuticos, que dispensavam medicamentos gratuitamente, e de médicos que prestavam assistência filantrópica nos hospitais de ordens religiosas, militares ou nos consultórios particulares. Esta prática foi reconhecida entre as especialidades médicas regulamentadas em 1979, pela Associação Médica Brasileira, em 1980 pelo Conselho Federal de Medicina. Em 1981, foi criada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB). Em 1990 foi fundada a Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH). Em maio de 2006 foi publicada a portaria nº 971 do Ministério da Saúde, que estabelece a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) para o SUS. Atualmente, a Homeopatia é uma opção para os usuários do SUS, uma vez que é oferecida pela rede ambulatorial de cerca de 113 do total de 5.560 municípios do país (dados apresentados pela Coordenação Nacional da PNPIC em outubro de 2011), que contam com 631 homeopatas, sobretudo nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. 26 Unidade 4. Como os remédios homeopáticos são feitos 27 4.1. Matérias primas. Cerca de 80% dos remédios homeopáticos são feitos a partir do material bruto de algumas plantas: planta inteira, cascas, folhas, raízes, frutos, sementes, flores. Mineral: natural ou industrial. Animal: animal inteiro ou sarcódios (secreções de animais). Bioterápicos (bactérias e suas toxinas) e substâncias manufaturadas. Muito pouco são feitos de animais ou material de doenças. São empregados nos remédios homeopáticos milhares de substâncias, tais como: cebola, calêndula, maravilha, coca, café, sabugueiro, ouro, cobre, chumbo, ferro, mercúrio, sal do mar, óleo, abelha, formiga vermelha, veneno de cobra, sépia, leite. Figura 4 - Fontes homeopáticas Algumas em seu estado natural são extremamente perigosas para o organismo. Porém, perdem toda a sua toxicidade em doses para uso em homeopatia. 4.1.1. Fontes vegetais. Abrange fungos, cogumelos, ervas daninhas, ervas, folhas, flores, caules, cascas, raízes, sementes e também a planta inteira. Figura 5 - Fontes vegetais Para a preparação de tinturas-mãe e matéria em pós, diferentes partes da planta são usadas para diferentes medicamentos. Por exemplo, alguns medicamentos são preparados a partir da planta inteira; alguns são preparados a partir de raízes, algumas das folhas, das flores, etc. a) Medicamentos preparados a partir da planta inteira: Acalypha indica, Aconite napelus, Arnica montana, Atropha belladonna, Chamomilla, Chelidonium majus, Drosera rotundifolia, Dulcamara, Euphratia officinalis, Hyoscyamus niger, Hypericum nigra, Ledum palustre, 28 Pulsatilla, Tribulus, Ruta graveolens, Alfalfa, Lobelia inflate, Ocimum sanctum, etc. b) Raízes: Artemisia vulgaris, Arum triphyllum, Bryonia alba, Calotropis gigantia, Aralia, Ipecacuanha, Paeonia officinalis, Rauwolfia serpentina, Senega, etc (somente das raízes). Aletris farinose, Apocynum androsaemifolium, Gentiana lutea, Helonias dioica, Leptendra viginica, Salsaparrilha, etc (a partir deraízes e rizomas). Tinospora cordifolia (a partir de raízes e caules). c) Haste: Rhus venenata, Sabina, Saccharum officinarum. d) Caules modificados (rizomas): Caulophyllum, Cimicifuga racemosa, Dioscorea villosa, Filix mas, Gelsimium, Helliborus niger, Hydrastis, Valeriana officinale, etc. e) Bulbo: Allium cepa, Allium sativum, Colchicum autumnale, etc. f) Troncos: Ostrya virginiana, Quassia amara, Santalum album, etc. g) Casca: Alstonia scholaris, Azadirachta indica, Chinchona officinalis, Marsdenia cundurango, Jonesia ashoka, Daphne mezereum, Rhamnus frangula, Cinnamomum, Prunus virginiana, Baptisia tinctoria, Berberis vulgaris, Punica granatum, Hamamelis virginica, Gossypium herbaceum, etc. h) Folhas: Abroma augusta, Abrotanum, Cannabis indica, Ceanothus americanus, Coca, Digitalis purpurea, Kalmia latifolia, Laurocerasus, Oleander, Rhus toxicodendron, Tabacum, Thuja occidentalis, etc. i) Flores: Cina, Calendula officinalis, Eupatorium perfoliatum, Grindelia robusta, Absinthium, Sambucus nigra, Rodhodendron, Lupulus, Cytisus scoparius, Syringa vulgaris, Crocus sativa, etc. j) Esporos: Lycopodium clavatum. k) Frutos: Agnus cactus, Crataegus oxyacantha, Viscum album (bagas). Aesculus hippocastaneum, Aesculus glabra (castanha). Terminalia chebula, Apium graveolens, Capsicum, Carica papaya, Colocynthis (frutos semi maduros). Cubeba, Sabal serrulata (frutas secas). Ignatia amara (feijões). l) Sementes: Avena sativa, Carduus marianus, Hydnocarpus wightiana, Cocculus indica, Coffea, Nux vomica, Psoralia corylifolia, Schoenocaulon officinale, etc. 29 m) Ervas: Ledum palustre, Verbascum thapsus, etc. n) Algas: Fucus vesiculosus, Helminthochortos officinatrum, etc. o) Fungos: Agaricus muscarius, Bovista etc. p) A partir de sucos: Aloe socotrina (folhas), Anacardium orientale (sementes), Ecballium elaterium, Myristica sebifera (casca vermelha), Opium, Euphrobium (latex resinoso seco), curare (Strychnos toxifera), Copaiva officinalis (goma resina), etc. q) Óleo: Croton tiglium (sementes), Ricinus communis (sementes) etc. Melaleuca leucadendra (folhas e ramos), Calophyllum inophyllum (sementes), Cinnamomum zeylanicum, Eucalyptus, Santalum álbum (madeira), etc. 4.1.2. Fontes animais. São derivados de animais ou suas secreções ou produtos; abrangendo os diferentes tipos de vermes, piolhos, insetos, moscas, caranguejos, sapos, cobras. Figura 6 - Apis mellifica a) Animais inteiros: Medusa (medusa vivo), Pediculus (piolho de cabeça), Periplaneta americana (barata), Blatta orientalis (barata indiana), Culex (Mosquito), Apis melifica (abelha), Cimex (percevejo), Formica (formiga), Vespa, etc. Aranhas - Aranea avicularis, Avicularia avicularia (tarântula), Aranea diadema, Latrodectus hassati, Lactrodectus kalipo, Mactans lactrodectus, Tarentula cubensis, Tarantula hispana, Theridion, escorpiões, etc. Caracóis - Helix pomatia, Helix tosta, Asterias rubens, etc. Animais inteiros (seco) - Armadillo officinarum, Cantharis (mosca), Coccus cacti (cochonilha), Lacerta viridis (lagarto verde), etc. b) Diferentes partes, etc secreção de animais: Diferentes partes – Spongia, Corallium rubrum, badiaga (Spongilla fluviatilis); Calcarea calcinata, Ova tosta, Ova gallinae pellicula (conchas); Gadus lota (a partir de espinha dorsal do 30 peixe); Gadus morrhua (a partir de vértebra cervical do peixe); Carbo animalis (pedaço de um couro de boi); Ingluvin (a partir da moela da galinha); Sepia (sumo de tinta), Fel tauri (vesícula biliar do boi); Lecithin (a partir de cérebro animal ou de gema de ovo). c) Secreções: Orchitinum (testículo do homem); Ophorinum (a partir de extrato de ovário de vaca); Hippomanes (fluido aminiotico de cavalo recem-nascidos); Moschus (a partir de secreções secas do almíscar do veado masculino); Morrhuae Oleum (a partir de óleo de fígado de bacalhau). d) Leite e produtos lácteos - Colostrum (a primeira parte do leite humano); Caninum Lac (leite da cadela); Lac defloratum (leite de vaca desnatado); Felinum Lac (leite do gato); Lac caccinum coagulatum (a partir da coalhada de leite de vaca). e) Veneno de animais peçonhentos - Escorpiões, Vírus apis, Lattrodectus mactans, Bufo vulgaris; Ampnisboena vermicularis (venenos de serpente lagarto); Crotalus, Crotalus cascavella, Bungarus krait, Bungarus fascicatus, Elaps corallinus, Lachesis, Vipera berus, Lachesis vipera (venenos de cobras venenosas). 4.1.3. Fontes minerais. a) Metais: Alumina (Alumínio), Argentum nit (prata), Aurum met (ouro), Cádmio (Cd), Cobaltum (Co), Cuprum met (cobre), Ferrum met (ferro), irídio (Ir), Mercurius vivus (Hg), Paládio (Pd), Platina (Pt), Plumbum met (chumbo), Stanum met (estanho), Telúrio (semi- metal), Zincum met (zinco), Tálio (Th), Vanádio (Vd), etc. Figura 7 - Mercurius vivus b) Não metais: Bromo (Br), Iodium (Iodum), Phosphorus (P), Sulphur (S), etc. c) Ácido inorgânico: Ácido bórico, Ácido bromídrico, Ácido muriático, Ácido nítrico, Ácido fosfórico, Ácido sulfúrico, etc. d) Sais inorgânicos: Baryta carb, Baryta mur, Phos calc, Calc carb, Lithium carb, Natrum sulph, Kali phos, Ammon mur, Ammon carb, etc. 31 e) Minerais: Anthracinum, Grafites, Hecla lava, Mica, Silicea, etc. f) Ácidos orgânicos: Ácido acético, Ácido benzóico, Ácido salicílico, Ácido carbólico, Ácido cítrico, Ácido fórmico, Ácido láctico, Ácido oxálico, etc. g) Óleos minerais: Querosene, Parafina, Petróleo, etc. h) Destilação de alcatrão de hulha: Naftaleno. i) Destilação seca da madeira: Cânfora, Creosoto, etc. 4.1.4. Sarcódios. São produtos de glândulas animais e as glândulas endócrinas e pertencem ao reino animal. Os medicamentos são preparados a partir de glândulas endócrinas saudáveis ou secreções normais de órgãos humanos e de animais inferiores, as secreções são principalmente hormônios. Exemplos: Adrenalinum (secreção saudável produzido pelas glândulas supra-renais), Cholesterinum, Fel Tauri, Insulina (hormonios pancreáticos), Pancreatinum (pâncreas de bovino), Pepsinum (enzima digestiva pepsina, do estômago de porco), Pituitária (parte posterior da glândula pituitária de ovelhas), Thyroidinum (glândulas endócrinas inteiras de ovelhas ou bezerro), Vulpis fel, Orchitinum (testicular), Oophorinum (a partir de ovários de vaca, ovelha), etc. 4.1.5. Nosódios. Os remédios que são preparados a partir de agentes de doenças produzir (como bactérias ou vírus) ou partes doentes dos seres humanos, animais inferiores ou plantas. a) Doença dos seres humanos: Baccilinum (escarro tuberculoso), Carcinosine (tecidos cancerosos); Medorrhinum (vírus da gonorrea), Psorinum (vírus da psoriase), Syphilinum (germes sifilíticos), Tuberculinum (pus de abscesso tuberculoso), Variolinum (pústulas da varíola), etc. 32 b) Doença de outros animais: Ambra grisea (produtos mórbidos de baleia), Anthracinum (antraz do baço de ovinos ou bovinos afetados), Aviare (vírus da tuberculina de frango), Hydrophobinum (saliva de um cão raivoso), Mallandrinum (gorduras do cavalo), etc. c) Produtos vegetais doentes: Secale cornutum Ergot (Claviceps purpurea), um fungo que causa doença em cereais, Ustilago maydis (fungo no milho). 4.1.6. Energéticos. Medicamentos preparados a base de energia, disponível a partir de reações naturais e físicas. Eles são fonte de energia imaterial; podem ser naturais ou artificiais. Os exemplos são: a) A partir de recursos naturais: Luna (lua cheia), Magnetis poli ambão (ímã), Magnetis polus Austrália (sul-pólo do ímã), Magnetis polus Arcticus (pólo norte de um ímã), Radium, Sol (raios solares). Figura 8 - Magnetis polus Arcticus b) A partir de recursos artificiais: Magnetisartificialis; Raio X; Electricitus. 4.1.7. Diluição e dinamização. Estas substâncias sofrem dois processos próprios da homeopatia: diluição e dinamização. Os medicamentos homeopáticos são apresentados em soluções diluídas em água destilada, álcool, sacarose ou lactose. A quantidade de medicamento pode ser expressa em peso, volume ou unidade. Por exemplo: tabletes, glóbulos, solução hidroalcóolica e papéis. 33 Figura 9 - Glóbulos de sacarose O pó individual é feito a partir de lactose impregnada com o remédio líquido e são úteis quando for utilizar um pequeno número de doses. Comprimidos e grânulos são pequenas esferas, usualmente sacarose, que se assemelham àquelas usadas em decorações de bolo. Os primeiros são de aproximadamente 3- 4 mm de diâmetro, enquanto que os últimos são muito pequenos, cerca de 0,9 milímetros de diâmetro. Os cristais são sacarose e têm a aparência de açúcar granulado. Comprimidos moles são comprimidos de lactose que derretem na boca. As substâncias são diluídas ou potencializadas pela sucussão ou triturações sucessivas, que representa o processo de dinamização. Figura 10 - Sucussão Estes medicamentos, quando utilizado internamente, podem ser usados na forma líquida, como gotas e dose individual, ou na forma de dosagem sólida, tais como glóbulos, comprimidos compactados e triturados de pastilhas. Estas formas de dosagem, através da sua impregnação, são utilizadas como um veículo para as substâncias derivadas a partir do material fonte. Glóbulos são esferas pequenas, brancos, ligeiramente porosos, homogêneos e regulares, quase inodoro e com sabor adocicado. São obtidos industrialmente a partir de açúcar (sacarose) ou grãos que são mistura de sacarose e de lactose (açúcar de leite), através de múltiplos 34 revestimentos, com pesos médios de 30 mg, 50 mg e 70 mg. Os comprimidos inertes tem uma forma discóide e são obtidas por compressão de lactose, ou uma mistura de lactose e sacarose. Os triturados de pastilhas são menores do que os comprimidos compactados e são de forma cilíndrica, sendo preparado por moldagem num molde de lactose comprimido. Ambos são branco, inodoros e com um sabor ligeiramente doce (Farmacopéia Homeopática Brasileira, 1997). 4.2. Tintura mãe Para entendermos melhor devemos conhecer o conceito de dinamização, que é a preparação de uma droga pelo procedimento de diluição + sucussão (no caso de substâncias solúveis) ou diluição + trituração (no caso de substâncias insolúveis). Figura 11 - Tintura mãe A tintura mãe em sua definição estrita é uma extração hidro-alcoólica de princípios ativos de plantas, este procedimento pode ser usado para produção de preparados homeopáticos. É mais correto se afirmar que a preparação de produtos (mineral, animal, vegetal ou químicos), que serão utilizados em homeopatia, devam ser chamados preparações ou dinamizações e deixar o conceito de tintura-mãe para ser usado apenas em fitoterápicos (produtos de tratamento vegetais que têm ingredientes ativos). A homeopatia não usa ingredientes ativos para curar, mas formas de energia obtida por diluição e sucussão. 4.2.1. O estoque homeopático. O estoque homeopático é definido como uma forma de dosagem que é feita a partir de matérias-primas de origem vegetal, animal, mineral ou química. Por exemplo: Calcarea carbônica é uma droga derivada da concreção calcária de uma espécie de ostra chamada Ostrea edulis, que contém carbonato de cálcio e outros componentes, sendo inteiramente diferente se fosse obtida a partir de carbonato de cálcio fornecido pela indústria farmacêutica. Assim, um medicamento obtido a partir de ostras 35 terá características diferentes para o Calcarea carbônica descrito na Matéria Médica Homeopática e portanto, o resultado será diferente para uma pessoa que espera o efeito homeopático. Portanto, este produto de origem animal não pode ser diluído para atingir a sua preparação homeopática deve primeiro ser esmagado com os procedimentos homeopáticos, antes de ser diluído e sucussionado, o que chamamos de dinamização. Neste caso, para o processamento de remédios a partir de animais, minerais ou químicos, por vezes, tem que ser feito a trituração homeopática. Se começarmos a partir de um vegetal, ai sim podemos energizar em soluções de álcool ou outro solvente. Figura 12 - Ostrea edulis 4.2.2. Remédios feitos a partir de fontes vegetais. O método recomendado para a colheita das plantas é artesanal, dando prioridade ao aspecto qualitativo sobre o quantitativo. Considerando os princípios homeopáticos cada coisa viva que carrega uma energia vital, deve ser coletada da maneira menos danosa possível, para que essa energia possa ser transmitida sem sofrer alterações. A colheita é feita geralmente durante o período de floração, quando as plantas estão na sua força máxima. A porção cortada deve ser colocada em contato o mais rápido possível com uma mistura de água e álcool, para evitar desidratação. O primeiro passo é criar o que é chamado tintura-mãe do material bruto coletado a partir de uma planta específica. A tintura feita a partir de uma planta é processada por maceração da planta inteira ou da parte específica da planta. Em seguida, deixa-se a tintura de molho em uma solução de água e álcool por algum tempo. Esta planta macerada com mistura de álcool 70% (70% de álcool etílico e 30% de água) é armazenada em um local 36 escuro para evitar que a luz cause alteração nas propriedades químicas. Esta maceração deve durar o tempo suficiente para extrair completamente as propriedades da planta para a solução de água e álcool. A água absorve as propriedades químicas do material vegetal triturado ao longo do tempo. O álcool é usado principalmente como um adstringente para ajudar a retirar as substâncias da planta e como conservante de modo que o material vegetal não apodreça, ou seja atacada por bactérias. Figura 13 - Maceração Quando pronto esta mistura é filtrada do material vegetal residual (celulose), deixando uma solução saturada tingida com as propriedades químicas da planta de origem. Esta solução é agora chamada de tintura mãe. Em seguida essa solução está pronta para ser processada ou potencializada. 4.3. Potenciação através da sucussão. Uma gota da tintura-mãe é colocada num frasco e, em seguida, nove gotas de um material diluente são adicionadas (mais uma vez em uma solução de álcool e água). Esta mistura é agitada por impacto (sucussão). Apenas a diluição do material é ineficaz para fazer os remédios homeopáticos. Cada diluição deve ser agitada cem vezes violentamente com impacto a fim de se tornar um remédio eficaz. A sucussão pode ser tão simples como segurar o vidro contendo a solução e bate-lo contra um livro sobre uma mesa. Esta é a primeira diluição ou primeira potência (CH1). Para fazer uma potência (CH2) deve-se usar uma parte da potência (CH1) novamente adicionando uma parte a nove partes da solução de diluição (álcool e água) em um novo frasco de vidro com uma tampa e em seguida, agitar novamente. Sucussão é feita com um mínimo de 100 vezes para cada nível de diluição desde o início. Este processo continua até que a potência desejada (resistência) do remédio seja atingida. A diluição principal é de 1 parte do soluto para 99 partes do solvente. Logo a 37 concentração do soluto na solução, será de 1:100 ou 0,01 ou 10−2. Na homeopatia, é conhecido por 1C, C1, 1CH ou CH1, que se lê 1ª concentração (diluição ou potência) centesimal hahnemanniana. Figura 14 - Dinamização ou sucussão Quando é utilizada diluição na forma X ou M, estas são feitas usando o mesmo método, apenas o númerode gotas é alterado. X = 1: 9 C = 1: 99 M = 1: 999 4.3.1. Potências comuns e sua falta de toxicidade. Potências comuns usados em remédios homeopáticos geralmente começam em torno de 10-6. A razão de diluição de 10- 6 é uma parte da tintura-mãe original para um milhão de partes do material de diluição. Assim, apenas uma parte da tintura-mãe original está em cada milhão de partes do material de diluição. Isto é o que faz com que esse remédio seja extremamente seguro. Essa solução não pode toxicologicamente prejudicar ninguém. No entanto, é eficaz, por vezes agindo mais forte e mais rápido que as drogas comuns. O que está acontecendo, no entanto, não é o efeito do remédio, é o sistema imunológico e seus processos de energia do corpo que estão respondendo. A diluição é tão pequena que não pode ajudar o organismo a fazer qualquer coisa. Ela só pode indicar ao seu corpo a opção de mudar ou não. Está provado que os nossos organismos produzem e se comunicam com quantidades infinitesimais de produtos químicos e compostos orgânicos. 38 4.4. A potenciação por trituração. A trituração é utilizada para as substâncias sólidas, insolúveis, que não podem ser maceradas. A trituração é uma moagem junto com a substância que está diluindo o material (açúcar em pó) em um almofariz ou pilão. Este processo de trituração é feito para substâncias duras com diluição 9C. Hahnemann em 1989 colocou 1 gota do suco com a mesma quantidade de lactose, triturando até a milionésima. Assim 1 grão foi dissolvido em partes iguais de água e álcool, e dinamizado em 27 frascos, com 2 sucussões. A experiência mostrou que o suco parece adquirir mais dinamização quando triturado. Figura 15 - Potenciação por trituração Coletar uma parte da substância que você deseja triturar, 99 partes de açúcar do leite (lactose), um almofariz e pilão de porcelana, raspador, recipiente de armazenamento e um saco plástico. 1º Passo: Comece por moagem de uma parte da substância com 33 partes do açúcar do leite (lactose) no tempo de 6 - 7 minutos com o almofariz e pilão. Raspe o pó que fica aderido nos lados do almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que este seja devolvido à mistura e, em seguida, repita o processo de moagem mais 6 - 7 minutos. Novamente raspe o pó aderido nos lados do almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que seja devolvido à mistura. 2º Passo: Adicione outras 33 partes do açúcar do leite (lactose) e repita o processo de moagem durante mais 6 - 7 minutos. Raspe o pó que fica aderido nos lados do almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que este seja devolvido à mistura e, em seguida, repita o processo de moagem por mais 6 - 7 minutos. Novamente raspe o pó aderido nos lados do almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que seja devolvido à mistura. 3º Passo: Adicionar as 33 partes finais do açúcar do leite (lactose) para a mistura do almofariz e repetir o processo de moagem durante mais 6 - 7 minutos. Raspe o pó que fica aderido nos lados do 39 almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que este seja devolvido à mistura e, em seguida, repita o processo de moagem por mais 6 - 7 minutos. Novamente raspe o pó dos lados do almofariz e pilão durante 3 - 4 minutos de modo que seja devolvido à mistura. Estes passos 3 demoram aproximadamente 1 hora, após o que a substância deverá ter sido triturada a uma potência 1C. 4º Passo: Repita os passos acima mais 2 vezes, utilizando uma parte do pó previamente triturado como sua "substância", para produzir uma primeira 2C e, em seguida, uma potência 3C. A substância insolúvel original agora vai se tornar solúvel e se dissolverá, se colocado em um líquido. Coloque o pó em um recipiente rotulado 3C e armazene afastado da luz solar direta. Potências mais elevadas. Para fazer potências superior a 3C, basta adicionar uma parte do pó 3C a 99 partes de uma mistura de água e álcool e sucussionar 10 vezes para produzir uma potência 4C. Este processo de dinamização pode ser repetido várias vezes para produzir potências maiores. Limpando os materiais. Limpe o almofariz, o pilão, e o raspador para eliminar quaisquer resíduos energéticos antes de outra trituração, em seguida lavar com água morna e, fervê- los por meia hora. Como precaução extra, a ebulição pode ser acompanhada da colocação dos materais em um forno muito quente por 30 minutos. É preciso um total de 3 horas para transformar uma substância insolúvel bruta em forma de um pó solúvel 3C por trituração. Fonte: http://homeopathyplus.com Quando partimos de um vegetal ou animal, podemos triturá-lo, porém usualmente preparamos uma tintura, isto é, uma extração alcoólica da substância. Como esta tintura será diluída e dará origem às dinamizações (seus - filhotes - ), ela é chamada de tintura-mãe. A tintura-mãe é feita colocando-se a substância em contato com solução alcoólica de graduação adequada para que os princípios ativos da planta sejam retirados, passando para a solução. É o mesmo princípio das populares - garrafadas -. Chama-se - tintura - porque extrai também princípios ativos coloridos, formando um líquido colorido. As tinturas são usadas de forma pura, porém para Homeopatia, são diluídas em soluções hidroalcoólicas e agitadas, isto é, dinamizadas. 40 Os líquidos, cremes, géis, pellets, ou comprimidos. Os remédios homeopáticos em seus produtos finais podem vir em líquidos, cremes, géis, pellets ou na forma de comprimido. O remédio já se encontra na sua forma líquida, quando processados. Para cremes e géis o remédio pode ser facilmente adicionado a qualquer creme ou gel base. Pellets são feitos de sacarose cristalizada que é o açúcar. O açúcar faz com que o remédio homeopático fique doce e desejável. A solução na sua forma líquida tem de ter pelo menos 87% de álcool, a fim de ser pulverizada sobre o açúcar dissolvendo-o. A forma de comprimido é mais suave e feita de lactose (açúcar do leite) e o remédio é compactado na forma de tablet. 4.5. Qualidade O controle de qualidade é um procedimento normal para fornecer os medicamentos convencionais para os pacientes. Não é apenas um procedimento de laboratório, mas também os processos através dos quais uma matéria-prima é transformada em uma droga e o produto acabado até que seja utilizado pelo paciente. Uma das funções mais importantes do controle de qualidae é estabelecer as especificações para as matérias-primas, materiais de embalagem, produtos intermediários e produtos acabados para garantir a qualidade. A qualidade depende dos materiais inertes e as técnicas empregadas para a sua preparação. Existem duas referências oficiais para o preparo de medicamentos homeopáticos, no nível industrial ou farmacêutico. Um dos documentos é a Farmacopeia Homeopática Brasileira, 1997, outro é o Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática. 41 Unidade 5. Métodos de dinamização 42 5.1. Diluição. Hahnemann não descobriu a lei dos semelhantes. Hipócrates e Paracelso anteriormente conheceram como um princípio da natureza, o que a obra de Hahnemann se difere, no entanto, foi o fato de que ele tranformou este princípio em um método terapêutico e que ele foi ainda mais longe que seus antecessores. Nos primeiros anos da descoberta e desenvolvimento da sua nova ciência, Hahnemann selecionou e prescreveu os remédios homeopaticamente em uma dose ou em doses repetidas. Em suas observações ele descobriu que havia fortes reações. Às vezes estas reações eram como um resultado de uma quantidade elevada e às vezes eles eram provavelmente devido à desnecessária repetição das medicações. Em 1798, pela primeira vezele começou a administrar medicamentos diluídos. Ano após ano, ele foi diluindo cada vez mais. Seu profundo conhecimento o fez tentar diluir os medicamentos mais e mais para se livrar de fortes reações e efeitos colaterais. Até 1813 não havia nada definitivo escrito por Hahnemann sobre dinamização. Ele costumava descrever os seus medicamentos como "diluições". Em 1813 Hahnemann publicou “Espírito da Homeopatia” em que ele discutiu suas idéias sobre saúde, doença e a ação das drogas. Ele descreveu que a qualidade do remédio aumenta quanto mais a quantidade do material for reduzida pela sucussão ou trituração. Esta é a definição de potenciação. Não é apenas sobre a própria diluição mas a sucussão vigorosa ou trituração que libera o poder de cura de uma substância. Tomemos o exemplo de Natrium muriaticum (sal). Se não fosse pela dinamização nunca teríamos conhecido suas propriedades de cura. No entanto, é comumente utilizado em homeopatia para uma ampla gama de aplicações. O Natrium muriaticum é administrado para pacientes com transtornos mentais, câncer, neurodermatite, alopecia, distúrbios menstruais, insônia, enxaqueca, anemia, etc, quando os sintomas do paciente são semelhantes ao sintomas produzidos na prova deste remédio específico. Esta última frase aplica-se para cada prescrição homeopática, uma vez que refere-se ao princípio básico da homeopatia, a lei dos semelhantes. O processo de dinamização libera o poder de cura latente que se encontra 43 dentro dos cristais de sal. Da mesma forma, camomila, popularmente utilizada como chá calmante ou para cólica menstrual é um dos remédios homeopáticos mais comuns. Chamomilla na forma potencializada tem curado muitas pessoas que sofrem de neuralgia, insônia, gota, reumatismo, diarréia, ansiedades, medos, etc. É também muito bem sucedida no tratamento de crianças com distúrbios de comportamento. A substância medicinal não é uma massa sem vida, mas tem um espírito dinâmico dentro de si. Seu poder pode ser facilmente estimulado por trituração, diluição e sucussão. Hahnemann descobriu um método que pode transformar o mais perigoso venenoso em remédios de cura. Não existe o receio de sedar ou envenenar o paciente quando prescrever um remédio homeopático. Potências acima de 12C não tem nenhum traço da substância, não há moléculas da tintura-mãe na fase final. Esta é a grande vantagem da homeopatia: até mesmo substâncias altamente venenosas pode ser potencializada e, em seguida, utilizadas como remédios curativos sem efeitos colaterais. A natureza deu um poder de cura para cada substância, mesmo para os mais venenosos. O arsênico é um veneno mortal, mas em homeopatia é utilizado em casos de cólera, gastroenterite, intoxicação por drogas e álcool, septicemia, insuficiência renal, transtornos mentais, etc. Lachesis é feito o veneno da cobra surucucu. Este veneno é tão forte, que os sintomas de envenenamento podem aparecer até quando alguém é exposto à substância apenas chegando próximo a ela. Usado como um remédio homeopático, é um dos mais importantes, quando se trata de problemas de menopausa, doenças cardíacas, pressão arterial elevada, embolia, trombose, depressão, etc. Cianeto de potássio é um dos venenos mais fortes e de ação rápida que existe. Sob a forma de um remédio homeopático torna-se útil para pacientes que sofrem de uma apoplexia, asma, câncer, neuralgia, reumatismo, epilepsia, etc. Dependendo do estado mental do paciente, idade, susceptibilidade indivídal e do caráter, diferentes remédios são utilizados em diferentes situações. Nos casos mais graves, geralmente, não é necessário dar potências maior do que C ou 30D. No 44 tratamento do doente terminal, a homeopatia não usa altas potências por causa do risco de um agravamento homeopático. Em caso de doenças terminais a força vital pode ser tão extremamente fraca, que pode não ser capaz de lidar com o estímulo de uma potência elevada. Consiste em colocar a tintura mãe ou produto da trituração em contato com um diluente e repetir várias vezes a operação. Dependendo da substancia o diluente pode ser agua, álcool, lactose ou soro fisiológico. Podem ser utilizados os métodos da diluição Hahnemanniana e a diluição Korsakoviana. 5.1.1. A diluição centesimal de Hahnemann-CH. Técnica dos frascos múltiplos (tantos frascos quantas forem as diluições), é o mais comum para os medicamentos homeopáticos. Os nomes dos medicamentos preparados desta forma contêm a sigla CH - por exemplo, Ricinnus communis 5 CH, Arnica montana 9 CH, etc. A substância base, denominada tintura- mãe, é diluída de forma sucessiva, de acordo com uma proporção de 1:100 (diluição centesimal). O procedimento de produção é o seguinte: 1 parte da tintura mãe é pesada e adicionada a 99 partes de um solvente adequado (geralmente 70% de alcool) e depois agitadada vigorosamente, todo esse processo se chama, dinamização. Está assim obtida uma diluição de 1 CH. As diluições seguintes são produzidas, repetindo o processo – é retirada uma parte da diluição 1 CH que, por sua vez, é diluída em 99 partes do solvente. Após a dinamização, obtém-se uma diluição de 2 CH. Por exemplo, o medicamento Chamomilla vulgaris 15 CH é um preparado homeopático de camomila, que sofreu 15 diluições sucessivas segundo o processo de diluição centesimal de Hahnemann. 45 5.1.2. A diluição decimal de Hahnemann-DH. Preparadas na proporção de 1:10, de acordo com a mesma metodologia que a diluição centesimal Hahnemanniana. Não é tão comum quanto a primeira, no entanto, ela aparece na composição de alguns medicamentos compostos ou especialidades Boiron. Esta diluição é preparada seguindo a mesma metodologia da diluição centesimal mas, neste caso, a substância ativa é combinada com 9 partes de solvente. Potência D (decimais = 10, ou também chamado potência X) são diluídas dez vezes em cada etapa de dinamização, isto significa uma tintura mãe parte é misturada com 9 partes de álcool e vigorosamente agitados 10 vezes. O produto é a potência D1 (X). Diluindo 1 parte de D1 com 9 partes de álcool é obtido o D2 (2X). LM (ou potência Q): este método de dinamização foi desenvolvido por Hahnemann nos últimos anos de sua vida e não é frequentemente utilizado como as potências D ou C. O procedimento é um pouco mais complicado; o fator de diluição para este método é de 1: 50.000. Potências LM são geralmente administrados na forma de gotas e é repetido mais frequentemente. 5.1.3. As Diluições Korsakovianas - K. É chamada de técnica do frasco único, na proporção 1:100. Consiste em utilizar apenas um frasco para o processo de diluição total. Ao contrário do método Hahnemanniano, o conteúdo do frasco da tintura-mãe é agitado e depois esvaziado, de tal forma que apenas 1% do produto permaneça nas paredes do frasco. Este frasco é então preenchido com 99% de água purificada e agitado em seguida, para obter uma diluição de 1K. Posteriormente, este frasco é esvaziado de novo, de modo que 1% do produto permaneça nas paredes, sendo depois novamente enchido com 99% de água purificada e agitado, para a obtenção de uma diluição de 2K. A mesma operação é repetida até a obtenção da diluição desejada. Este procedimento, completamente 46 automatizado, garante uma reprodutibilidade perfeita das diluições altas. Devido ao fato de do método Korsakoff ser menos complicado e mais econômico, é normalmente utilizado para potências elevadas. Esses são rotulados apenas com números romanos, tais como M = 1000K, XM = 10000K, LM = 50000K, CM = 100'000K. 5.2. Dinamização. Consiste em dar uma serie de sacudidas (sucussões) depois de cada diluição,
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