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Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Introdução aos antibacterianos Coloração de Gram ● ● Gram positiva (roxas/azul) → Parede de peptidoglicano mais espessa, com mais camadas ● Gram negativas (rosas/vermelha) → Única camada de parede de peptidoglicano e uma membrana celular protegendo essa parede. ● Lipopolissacarídeos - Endotoxinas → característicos de bactérias gram negativas. Microbiotas mais relevante GRAM POSITIVAS GRAM NEGATIVAS COCOS Streptos, Estafilos, Enterococos Neisserias e Moraxellas BACILOS Listeria, Clostridium (anaeróbio) Pseudomonas, Hemófilas e Enterobactérias OUTRAS Sem parede celular → Mycobacterium, Chlamydia, Mycoplasma, Treponema e Clostridium Classificação dos Antibacterianos ● Fármacos inibidores da síntese da parede celular: β-lactâmicos, glicopeptídeos, fosfomicina; ● Fármacos que aumentam a permeabilidade da membrana celular: polimixinas, daptomicina; ● Fármacos que inibem a síntese proteica: macrolídeos, lincosamidas, tetraciclinas, glicilciclinas, aminoglicosídeos, estreptograminas, oxazolidinonas, cloranfenicol; ● Fármacos que afetam o metabolismo de ácidos nucleicos: rifamicinas, fluoroquinolonas, nitroimidazóis e nitrofuranos; ● Fármacos antimetabólitos: sulfonamidas, trimetoprim Mecanismo de resistência Resistência aos B-lactâmicos ● Baixa afinidade da transpeptidase (enzima que forma peptidoglicano - parede celular) ● Porinas diferentes. ● Produção de Beta-lactamase (enzima que degrada o anel dos b-lactâmicos), nesse caso são associados anti-beta-lactâmicos (clavulanato, p.ex.) para impedir que haja degradação. ● B-lactamases simples e poderosas (as poderosas não adianta inserir anti-b-lactâmicos) ● Bactérias produzidas através do gene Amp-C → PESC (Proteus, Providencia, Enterobacter, Serratia e Citrobacter). ● Metalobetalactamases → Pseudomonas Plasmídios ● DNA adicionais que podem produzir enzimas inativadoras - baixa afinidade aos antibióticos Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Antimicrobianos inibidores da parede celular Penicilinas ● Descobertas acidentalmente por Alexander Fleming (1928) como produto de fungos da família penicillium. ● Fazem parte dos antibióticos denominados beta lactâmicos - Possuem anel beta-lactâmico; ● Esse anel beta-lactâmico interfere na síntese da parede celular da bactéria, pois o antibiótico se liga às PBPs (proteínas ligadoras de penicilinas) e inibem a montagem da parede celular. ● Inibem a síntese de proteína → interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou ligações cruzadas) ● Espectro de ação amplo → G- e G+, aeróbios e anaeróbios; ● Possuem muitas reações adversas porém é considerado fármacos seguros para gestantes e crianças. Penicilinas naturais ● São obtidas de fermentação do fungo Penicillium chrysogenum ● Penicilina G Benzatina (Benzetacil) ● Via de adm IM ● Meia vida longa - ideal para tratar infecções prolongadas ou para profilaxia. ● Penetração ruim do SNC (não recomendada para neurossífilis) ● Aplicação prática: Tratamento de sífilis, profilaxia para febre reumática e profilaxia para endocardite. ● Penicilina G Cristalina ● Via de adm IV ● Meia vida curta → infecções agudas e graves ● Boa penetração no SNC (tratamento de neurossífilis) ● Aplicação prática: Infecções por S. pneumoniae (meningite, PAC), S. pyogenes (faringoamigdalites), S. agalactiae (meningite e sepse do RN), S. viridans (endocardites). ● Penicilina G procaína ● Meia-longa de 12h → não usado na prática Penicilinas antiestafilocócicas ● Oxacilina (OSSA) e Meticilina (MSSA) ● Grande vantagem: cobrir Staphylococcus aureus (natural ficaram resistentes) ● Espectro de ação curta → Apenas matar estafilococos Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Aminopenicilinas ● Amoxicilina e Ampicilina ● Vantagem: Espectro maior que as penicilinas naturais → pegam Gram - ● Via de adm VO e VI ● Cruza barreira hematoencefálica ● Aplicação prática: Infecções por Estreptococos (como as naturais), muito tolerada pelos recém nascidos (pneumonia, meningite,etc. no RN), ● Amoxicilina → Amidalite e faringites (primeira escolha), gonorréia, infecção respiratória, úlcera por H. pylori, infecção urinária, otite média ● Ampicilina → infecção ginecológica, infecção intestinal, infecção respiratória, infecção urinária ● Chamado de antibiótico de cabeça e pescoço e de neonatologista Anti-pseudomonas ● Piperacilina, Ticarcilina e Carbenicilina ● Via de adm IV ● Usados na prática com inibidores de B-lactamases. ● Aplicação prática: 1 ou 2 escolha - enterobactérias e Pseudomonas hospitalares (carbenicilina + aminoglicosídeo) Penicilinas com inibidores de beta-lactamase ● Espectro ampliado ● Amoxicilina + Clavulanato (Clavulin) → sinusite crônica, pé diabético infectado, IVAS (pediatria). ● Piperacilina + Tazobactam (Tazocin) → infecções intra-abdominais (pseudomonas e enterobacterias). Cefalosporinas ● Similar mecanismo de ação ao das penicilinas, porém são mais resistentes às enzimas inativantes (beta-lactamase) → Bactericidas ● Tempo de meia vida mais curto ● Espectro de ação Amplo → Porém não cobrem enterococos ● Baixa toxicidade – porém mais tóxicas que as penicilinas ● Pacientes alérgicos a penicilinas - uso de cefalosporinas ● Alternativa terapêutica quando há resistência às penicilinas Classificação ● 1ª geração: Cefalotina, cefalexina (comunitários) e cefazolina (hospitalar) ● Gram (+) → estreptococos e estafilococos ● Não são o antibiótico de escolha em infecções graves e em infecções no sistema nervoso central (SNC), Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi ● 2ª geração: cefaclor, cefoxitina, cefuroxima ● Gram (-) → enterobactérias e anaeróbios ● Infecções gastrointestinais causadas por Klebsiella, Salmonella, Shigella e Escherichia ● Infecções contra anaeróbios (melhor remédio para esse tipo de bactéria) ● 3ª geração: ceftriaxona (Rocefin), Ceftazidima ● Excelente penetração no SNC ● Ação anti-pseudomonas (ceftazidima) ● Ceftriaxona - tratamento de gonorreia e meningite meningocócica ● Espectro → enterobactérias, neisseria, estreptococos, e pseudomonas. ● 4ª geração: cefepime ● Costumam ser usadas contra germes intra-hospitalares cuja gravidade tende ser pior ● Espectro → 1ª + 3ª gerações. ● Aplicação clínica: infecções hospitalares, enterobactérias (grupo PESC),infeccções por MSSA. ● 5ª geração: ceftarolina ● Possui espectro de ação semelhante à ceftriaxona, porém tem atividade melhor contra G+, e trouxe como principal vantagem a ampliação do espectro de ação das cefalosporinas, cobrindo Staphylococcus aureus meticilino-resistente (MRSA) e enterococcus. Farmacocinética ● Maioria tem vida curta, exceção: cefazolina e ceftriaxona ● Ceftriaxona → excreção biliar Reações de hipersensibilidade das cefalosporinas ● Podem ocorrer em resposta a cefalosporinas específicas, a grupos de cefalosporinas ou como reação cruzada com outros antibióticos beta-lactâmicos → Cefalosporina podem ter reação cruzada com penicilina - em casos de alergia grave à penicilina não usar cefalosporinas Carbapenêmicos Características e Representantes ● Inibição da síntese de parede celular - beta-lactâmico ● Espectrode ação amplo → G (+), G (-), aeróbios e anaeróbios ● Principais representantes: imipenem, meropenem e ertapenem. ● Todos são de uso hospitalar ● Imipenem ● Via de adm IV ● Associada a cilastatina → Imipenem + Cilastatina – inibe a deidropeptidase 1 renal, ou seja, inibe que o imipenem vire um metabólito inativo e nefrotóxico. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi ● Imipenem tem meia vida curto - a enzima deidropeptidase cliva o fármaco antes dele realizar sua função → Cilastatina é um inibidor específico dessa enzima que bloqueia o metabolismo do imipenem no rim e aumenta substancialmente a concentração deste fármaco no trato urinário. Não existe imipenem isolado no mercado. Cilastatina não é antibiótico, efeito de inibir a enzima e nefroprotetor - protege os rins desse metabólito do antibiótico. ● Costuma induzir resistência - uso restrito e controlado ● Espectro → estreptococos, pneumococos, estafilococos oxacilina-sensíveis, hemófilos, gonococo, meningococo, Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella e outras enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa. ● Aplicação prática → uso para germes multirresistentes ● Meropenem ● Espectro basicamente o mesmo do imipenem ● Boa penetração no SNC ● Menos efeitos colaterais e meia vida maior que o imipenem ● Aplicação prática → meningites causadas por Gram (-), alternativa terapêutica ao imipenem ● Costuma-se usar em associação com Gentamicina (G+) ou Amicacina (G-), que são aminoglicosídeos, como forma de sinergizar (associar dois antibióticos de classes de diferentes, geralmente um inibidor de parede celular com um aminoglicosídeo e, dessa forma, potencializar os efeitos antimicrobianos de ambos) na terapêutica contra Pseudomonas aeruginosa. ● Ertapenem ● Tempo de meia vida longa → 24h ● Utilizados em infecções prolongadas por G (-) ● Possibilidade de uso domiciliar → meia-vida longa e pode ser aplicado via intramuscular Monobactâmicos ● Monobactâmicos tem cadeia beta-lactâmica aberta - apenas um anel ● Único representante: Aztreonam ● Pouca eficácia terapêutica - possui alternativas melhores ● Cobrem germes G (-) aeróbios → Não cobrem bem germes hospitalares e resistentes ● Quase não se usa na prática Glicopeptídeos ● Os glicopeptídeos também tem seu mecanismo de ação por inibição da síntese de parede celular bacteriana, entretanto realiza essa inibição por via diferente dos beta-lactâmicos. ● A vancomicina é bactericida e atua por meio da inibição da síntese da parede celular. É utilizada por via intravenosa no caso de infecções por estafilococos multirresistentes (MRSA) ou por via oral no caso de colite pseudomembranosa. Os efeitos adversos incluem ototoxicidade e nefrotoxicidade. ● A teicoplanina é muito semelhante à Vancomicina no espectro de ação e no mecanismo de ação,porém a Teicoplanina possui algumas vantagens.Tem meia-vida mais longa (45-70h) que a Vancomicina, o que permite que seja feito dose única diária. Sua via de administração é intravenosa ou intramuscular. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Antimicrobianos inibidores da síntese proteica Tetraciclinas ● Trata-se de uma classe de antibióticos de largo espectro e que já foram de grande uso na prática médica. Essa classe inclui a Tetraciclina (fármaco de mesmo do grupo que faz parte), a Clortetraciclina, a Oxitetraciclina, a Demeclociclina, a Limeciclina, a Doxiciclina e a Minociclina. ● As tetraciclinas consistem em quatro anéis fundidos com um sistema de ligações duplas conjugado. Substituições nesses anéis alteram a farmacocinética individual e o espectro de atividade antimicrobiana. ● Não são drogas usadas como primeira linha terapêutica → são alternativas às penicilinas e macrolídeos. ● Elas são usadas com frequência no tratamento da acne e de infecções por Chlamydia (doxiciclina). Mecanismo de ação ● bloqueia a síntese de proteínas → Elas se ligam reversivelmente à subunidade 30S do ribossoma bacteriano. Essa ação impede que o RNA transportador (RNAt) se ligue ao complexo RNA mensageiro (RNAm)-ribossoma, inibindo, assim, a síntese de proteínas da bactéria OBS: Quando há a paralisação da síntese de proteínas – efeito bacteriostático Quando há formação de proteínas erradas -– morte da bactéria - efeito bactericida. ● Tetraciclinas – efeito bacteriostático ● Penetração ruim no SNC e boa penetração nos outros tecidos e líquidos ● Atravessam BFP (barreira feto-placentária) e penetram na circulação fetal e LA (líquido amniótico) ● Tetraciclina mais usada → doxiciclina Tolerância ● Drogas pouco seguras para gestantes e crianças menores de 8 anos (consegue impregnar tecido ósseo - descolorindo dente de crianças) ● Drogas com baixa tolerância gastrointestinal (náuseas, vómitos, diarreia e ulcera). ● Evitar administração desse fármaco com algumas substâncias (Cálcio, ferro, alumínio e magnésio). Ex.: leite. ● Sal mineral + tetraciclina = composto quelante (molécula grande) → TGI não consegue absorver. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Classificação ● Ação longa: doxiciclina e minociclina à utilizadas para ISTs – mais usadas pela meia-vida longa. ● Demeclociclina e metaciclina (ação intermediária) e tetraciclina (ação curta) ● Doxiciclina ● Adm via oral - disponibilizado pelo SUS ● Espectro: G(+) e G (-) → grande especialidade: cobrir germes atípicos ● Tigeciclina ● Adm IV ● Espectro de ação parecido ao da doxiciclina → usado como opção para casos de resistência a doxiciclina. ● Excelente penetração pulmonar → infecções pulmonares. Aminoglicosídeos ● Esses fármacos vão sintetizar proteínas erradas ● Neomicina (tópico), Gentamicina (8-8h), Amicacina (12-12h) ● Os aminoglicosídeos são usados para o tratamento de infecções graves decorrentes de bacilos gram-negativos aeróbicos ● Utilidade clínica é limitada por causar graves toxicidades. Mecanismo de ação ● Inibição da síntese proteica → Bactericida ● Dentro da célula, eles se fixam na subunidade ribossomal 30S, onde interferem com a montagem do aparelho ribossomal funcional e/ou causam a leitura incorreta do código genético pela subunidade 30S do ribossoma completo ● Penetração celular bacteriana → Proteínas de membrana → consumo de oxigênio e dependente do fluxo de elétrons. ● Limitações no mecanismo de ação: só cobrem germes gram negativos e aeróbicos. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Características gerais ● Boa estabilidade contra mecanismos de resistência → Inativação enzimática ou impermeabilidade da membrana ● Efeito pós-antibiótico → supressão do crescimento microbiano que persiste depois que os níveis do antibiótico no sangue estão abaixo da concentração necessária para que haja essa supressão. ● Sinergismo com outros antibióticos → aminoglicosídeos + beta-lactamicos. ● Penetração ruim no SNC e outros tecidos. Reações adversas ● Ototoxicidade → sistema vestibulococlear → vertigens, nauseas, cefaleia, zumbio, etc. ● Nefrotoxicidade → redução da TFG → excreção irregular do fármaco → maior concentração e potencializa o efeito ototóxico ● Bloqueio neuromuscular (mais raro) Macrolídeos Características gerais ● Inibição da síntese proteica → Os macrolídeosse ligam irreversivelmente a um local na subunidade 50S do ribossoma bacteriano, inibindo, assim, etapas de translocação na síntese de proteínas ● Ação bacteriostática, mas os macrolídeos podem ser bactericidas em dosagens mais elevadas. ● Seu sítio de ação é semelhante a Lincosamidas e Anfenicóis → não podem ser introduzidos juntos pois vai ter competição. ● Macrolídeos (Eritromicina) e Neomacrolídeos (Azitromicina, Claritromicina e Espiramicina) → Espectros semelhantes ● Drogas seguras, mais seguras até que os beta-lactâmicos → pode ser receitado para gestantes, lactentes e crianças. ● Efeitos adversos: brandos e raros → normalmente ocorrendo apenas sinais e sintomas gastrointestinais ● Interações medicamentosas: fazem metabolização hepática (citocromo p450) → competem com muitas drogas cuja metabolização é pelo mesmo mecanismo. Ex.: antirretrovirais, anticoagulantes, etc. ● Alternativas terapêuticas a alérgicos à penicilinas Farmacocinética ● A eritromicina é fracamente tolerada por via oral devido à dispepsia, náuseas e vômitos. ● São, em geral, administrados por via oral (Obs: a eritromicina é usada topicamente na acne). ● São metabolizados no fígado, excreção via biliar. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Características específicas ● Eritromicina ● É mais antiga → Não muito usada na prática ● Por conta do seu alto níveis de efeitos adversos gastrointestinais, portanto sua maior aplicação clínica é a administração tópica. ● É eficaz contra vários dos mesmos microrganismos da benzilpenicilina → Por isso ela pode ser usada em pacientes alérgicos à benzilpenicilina. ● Aplicação prática: infecções de peles e partes moles, sobretudo em acnes. ● Claritromicina ● Droga mais nova ● Maior tolerância gastrointestinal ● Uso em associação ● Tem atividade similar à da eritromicina, mas também é ativa contra Haemophilus influenzae. ● Aplicação prática: pneumonia comunitária (PAC) e infecções por Helicobacter pylori. ● Azitromicina ● Tempo de meia vida → 24h → adesão terapêutica maior ● Aplicação prática: PAC (H. influenzae e Moraxella catarrhalis), uretrites (Chlamydia trachomatis) e profilaxias (endocardite, febre reumática e erisipelas). ● Espiramicina ● Aplicação prática: Toxoplasmose → infecções gestacionais (associada a outras medicações). Lincosamidas Características gerais ● Mecanismo de ação: Inibição da síntese protéica - Ribossomos 50S → Ação bacteriostáticas. Seu sítio de ação é semelhante aos macrolídeos e anfenicóis → Competição dos sítios de ação ● Cobertura: Cocos gram positivos (estreptococos e estafilococos sensíveis) e mais utilizada ainda contra anaeróbios – principalmente os Bacteroides sp. e Clostridium perfringens. ● Microorganismo “atípicos”, tais como fungos (p. ex., Pneumocystis jirovecii – agente causador da pneumocistose) e protozoários (p.ex., Toxoplasma gondii – patógeno causador da toxoplasmose). ● Drogas seguras (gestantes, lactentes e crianças) ● Efeitos adversos: sinais e sintomas gastrointestinais, Colite pseudomembranosa - Clostridium difficile (mais raro). ● Alternativas terapêuticas em casos de alergia ou resistência a penicilinas e macrolídeos. ● Clindamicina → usado em infecções menos graves (infecções de pele e parte moles por S. pyogenes) → É um dos poucos antibióticos que penetra bem no tecido ósseo, que Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi normalmente é pouco perfundido, sendo de penetração mais difícil. Portanto, a clindamicina tem um importante papel no tratamento de osteomielite. Cloranfenicol ● O uso do cloranfenicol, um antimicrobiano de amplo espectro, é restrito a infecções de alto risco, para as quais não existe alternativa. ● Mecanismo de ação: se liga reversivelmente à subunidade ribossomal bacteriana 50S e inibe a síntese proteica na reação de peptidiltransferase *Devido a alguma semelhança dos ribossomas mitocondriais de mamíferos e dos bacterianos, a síntese proteica e de trifosfato de adenosina (ATP) nessas organelas pode ser inibida com níveis elevados circulantes de cloranfenicol, produzindo toxicidade na medula óssea. (Nota: a formulação oral de cloranfenicol foi retirada do mercado nos EUA devido à sua toxicidade.) ● Espectro antibacteriano: vários tipos de microrganismos, entre os quais clamídeas, riquétsias, espiroquetas e anaeróbios. ● Efeitos adversos: ● Síndrome do bebê cinzento: Os recém-nascidos têm baixa capacidade para glicuronizar o cloranfenicol e têm função renal subdesenvolvida. Portanto, os neonatos têm baixa capacidade de excretar o fármaco, o qual acumula em níveis que interferem na função dos ribossomas mitocondriais. Isso leva à má alimentação, à depressão respiratória, ao colapso cardiovascular, à cianose (daí o nome de “bebê cinzento”) e à morte. Oxazolidinonas ● Mecanismo de ação: bloquear o início da síntese de proteínas bacterianas, levando a uma interferência no complexo de iniciação por RNAt, RNAm e ribossomo bacteriano. Ao se ligar à subunidade 50S do ribossomo, o fármaco distorce o sítio de ligação do RNAt, inibindo a formação do complexo 70S. ● A Linezolida é indicada nos casos de infecções, sobretudo, por estafilococos resistentes à Oxacilina e aos glicopeptídeos, estreptococos e enterococos resistentes. É indicada para infecções estafilocócicas e enterocócicas multirresistentes. ● Seu emprego tem sido restrito a infecções bacterianas graves em que outros antibióticos tenham falhado e, até o momento, são poucos os casos de resistência. ● Efeito adverso: A linezolida é um inibidor não seletivo da monoamino-oxidase e é preciso tomar as devidas precauções Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Agentes antimicrobianos que afetam a topoisomerase Quinolonas Características gerais ● Historicamente as quinolonas foram criadas para matar bactérias gram-negativas à com o passar das gerações (4ª geração) começaram a matar gram-positivas. ● Quinolonas (ácido.nalidíxico) → não mais usado ➢ Indicações clínicas de antigamente: Infecções urinárias, infecções gastrointestinais, etc. ➢ A partir de junho de 2018 – notificação internacional – uso das quinolonas podem causar a lesão permanente de tendões, músculos e do sistema nervoso central – houve a redução do uso de quinolona. ● Fluoroquinolonas (quinolonas com radicais fluoretados) → maior espectro de ação. ● Gerações (1ª,2ª,3ª e 4ª) ● Contraindicações importantes → Gestantes, lactentes e crianças (comprometimentos da formação de cartilagem) ● Poucos efeitos colaterais → sinais e sintomas gastrointestinais, insônia e cefaléia. Mecanismo de ação ● Inibição da duplicação do DNA proteico → Ação bactericida ● As fluoroquinolonas entram na bactéria através de canais de porina e exibem efeitos antimicrobianos na DNA-girase e topoisomerase bacteriana IV → Instabilidade do DNA → Lise bacteriana. Características específicas 1ª GERAÇÃO: ● Norfloxacino ● Pouco prescrito, devido à biodisponibilidade oral pobre e à meia-vida curta. ● Aplicação prática: Cistites e uretrites (trato urinário) e profilaxia de PBE 2ª GERAÇÃO: ● Ciprofloxacina ● Eficaz no tratamento de várias infecções sistêmicas causadas por bacilos gram-negativos ● Aplicação prática: Tem melhor atividade contra P. aeruginosa, sendo usado comumente em pacientes com fibrose cística; E. coli; febre tifóide; ● O ciprofloxacinoé usado também como fármaco de segunda escolha no tratamento da tuberculose. ● Dentro das quinolonas, ele é o que possui mais efetividade contra P. aeruginosa. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi 3ª GERAÇÃO: ● Levofloxacina ● Excelente penetração no parênquima pulmonar → usado nas infecções pulmonares ● Amplo espectro de ação → usado contra uma ampla gama de infecções: prostatites, infecções na pele, pneumonias adquiridas na comunidade (CAPs) e nosocomiais ● Ao contrário do ciprofloxacino, o levofloxacino tem excelente atividade contra infecções respiratórias por S. pneumoniae ● Moxifloxacino ● Não só tem maior atividade contra microrganismos gram-positivos (p. ex., S. pneumoniae) como também tem excelente atividade contra vários anaeróbios (clamídia e micoplasma). 4ª GERAÇÃO ● Trovafloxacin e Gatifloxacino ● Semelhantes às quinolonas respiratórias ● São menos disponíveis para serem usadas. ● A nitrofurantoína é um fármaco que age através de seus metabólitos → interferem na síntese protéica, síntese de parede, síntese de material genético, entre outros. Tem como principal indicação o tratamento de infecções do TGU, causadas por germes gram negativos, principalmente em gestantes e crianças por ser uma droga categoria B nesse grupo. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Agentes antibacterianos que interferem na síntese ou na ação do ácido fólico Sulfonamidas Mecanismo de ação ● O ácido fólico é utilizado na síntese bacteriana de purinas, piramidinas e alguns aminoácidos – sendo fundamental para o crescimento bacteriano ● As sulfonamidas inibem enzimas que formam o ácido fólico – sulfonamida (diidropteroato sintase) e trimetropim (ácido diidrofólico). ● As sulfonamidas são inibidores competitivos da enzima dihidropteroato sintetase e ela compete com o PABA (importante na formação de precursor do ácido fólico) → Por essa razão, alguns anestésicos locais, e que são ésteres PABA (tal como a procaína), podem antagonizar o efeito antibacteriano desses agentes. ● Efeito bacteriostático – só inibem a síntese de ácido fólico ● Trimetropim inibe a síntese de um processo posterior ao das sulfonamidas na formação do ácido fólico → associacção de sulfonamida e trimetropim aumenta a ação!! → Mais usado – sulfametoxazol + trimetoprim (Bactrin) → Sinergismo entre essas duas torna o efeito Bactericida. ● É necessário receitar anti-inflamatório junto com antibióticos pois o pus e outros componentes diminuem efeito das sulfas. Farmacocinética ● Boa absorção oral ● Penetra barreira hematoencefálica – Não recomendado para grávidas. ● Icterícia no bebê – atravessa placenta Efeitos adversos ● Kernicterus → quadro de encefalopatia por acúmulo de bilirrubina indireta → sulfa tem uma alta afinidade pela albumina e deixa de fora a bilirrubina indireta → não é excretada corretamente. Farmacologia i - Antibacteriano Rafaela Pelloi Utilizações clínicas das sulfonamidas ● Sulfametoxazol + Trimetropim (Bacter) → germes gram positivos e negativos → ITU, IVAS. infecções de pele e partes moles, doenças oportunistas em AIDS/HIV (Infecção por Pneumocystis jiroveci) e toxoplasmose. ● Sulfadiazina → Em feridas infectadas (ação antimicrobiana e cicatrizante) → sulfadiazina de prata → aplicação tópica. ● A combinação de pirimetamina e sulfadiazina constitui o tratamento de escolha para a toxoplasmose. Resistência ● A resistência ocorre por alterações mutacionais enzimáticas, o que impede a ligação do trimetoprim e favorece a produção de ácido fólico ● As bactérias que possuem resistência às sulfonamidas normalmente não apresentam resistência às quinolonas e aminoglicosídeos, antibióticos utilizados para o mesmo espectro de ação.
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