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Estratégia Empresarial como Vantagem Competitiva Tema 06 - A Estratégia como Negociação e Cultura. Bloco 1 José Maria Pascoal Júnior Objetivos do Tema 1. Descrever as principais abordagens, premissas, críticas e contribuições da Escola do Poder. 2. Identificar características, fundamentos, aspectos positivos e negativos da Escola Cultural. 3. Compreender conceitos gerais de ambas as escolas, como Poderes Micro e Macro, a Teoria dos Altos Escalões, Cultura e Estratégia, e Cultura e Recursos. Escola do poder - características • A Escola do Poder se preocupa justamente com as influências que as relações de poder cercarão as organizações, uma vez que estas realizam suas opções, muitas vezes sob um jogo de forças e interesses. Nesse sentido, pessoas e grupos podem concorrer para negociar estratégias que lhe sejam favoráveis, em uma dimensão mais política, além dos interesses econômicos que prevalecem nas corporações e, até mesmo, nas organizações sem fins lucrativos. • Essa escola teve a percepção de que o poder concorre em determinadas organizações, por posições políticas, como a busca por hegemonia, por status ou por reconhecimento, muito mais do que meramente por um esforço financeiro. Veja o caso das Estratégias Genéricas de Porter, já estudadas em nosso Tema 3. Escolher pela posição de um diferencial competitivo, quer seja pelos custos ou pelo produto, assume um viés político quando deixa de ter apenas a intenção do diferencial econômico. Figura 1 – Punho-poder-agressão- luta. Fonte: Pixabay. Disponível em: <https://goo.gl/iv1VFr>. Acesso em: 15 ago. 2018. https://goo.gl/iv1VFr Poder micro • O Poder Micro é o conjunto de forças e interesses políticos considerados sob a ótica das relações pessoais entre os integrantes de cada organização. Toda organização é um conjunto de pessoas com expectativas diferenciadas, visões próprias de mundo, que interagem umas com as outras, muitas vezes com a presença do conflito, um aspecto inerente à vida humana em sociedade. A tendência é que os indivíduos deem prioridade na busca por suas próprias necessidades, daí as divergências e discórdias. • A teoria do Poder Micro descreve que acontecem alguns movimentos nessa política organizacional, como as coalizões de várias pessoas em grupos de interesses específicos. Estes interesses baseiam-se em percepções e crenças arraigadas em relação à realidade daquela organização, o que pode ser reconhecido por diferenças duradouras. Os jogos políticos nas organizações A busca pelos recursos somando-se aos interesses duradouros resultam no motivo de acontecerem os conflitos e, para evitá-los, serão necessárias as barganhas e negociações entre públicos diferentes. Figura 2 – Jogos Políticos nas Organizações. Fonte: Elaborado pelo Autor, baseado em Mintzberg , Ahlstrand e Lampel (2010, p. 226-227). Poder macro • As organizações estão sujeitas às forças exercidas pelo ambiente externo e, para prosseguir nos seus caminhos, elas devem saber lidar com as pressões dos stakeholders externos que nelas influenciam. A máxima é a de que o ambiente externo sempre terá a tendência a controlar as organizações. Poder macro • Nesta visão é que a Escola do Poder considera o que denomina como o Poder Macro, aquele que refletirá a interdependência entre a corporação e seu ambiente. A Escola do Posicionamento já refletia esse pensamento, ao defender que uma organização deverá assumir uma posição estratégica perante a concorrência com a finalidade de alcançar um diferencial competitivo que lhe traria um ganho financeiro. Figura 3 – Stakeholders. Fonte: Wikipedia. Disponível em: <https://goo.gl/d4YaQH>. Acesso em: 15 ago. 2018. https://goo.gl/d4YaQH Poder nas organizações públicas • Um exemplo de poder na formulação das estratégias é o que acontece nas organizações públicas como prefeituras e governos estaduais. Em que pese os funcionários públicos admitidos por concurso, essas organizações têm sido compostas por pessoas ligadas aos partidos políticos, principalmente os seus dirigentes (prefeitos, governadores, secretários, etc.). • Sob a ótica interna do Poder Micro, os integrantes dessas organizações brigarão pela alocação dos recursos, negociando estratégias para executarem as políticas públicas, bem como podem estabelecer acordos de cooperação com outras prefeituras ou governos estaduais e federais, sob o olhar externo do Poder Macro, ou seja, conduzindo-se claramente no formato da Escola do Poder. Estratégia Empresarial como Vantagem Competitiva Tema 06 - A Estratégia como Negociação e Cultura. Bloco 2 José Maria Pascoal Júnior ESCOLA DA CULTURA • Definição de cultura: “Conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, padrões de comportamento, adquiridos e transmitidos socialmente, que caracterizam um grupo social” (MICHAELIS, 2018). • A Escola que procura formular as estratégias organizacionais como um processo coletivo teve início nos idos de 1970, com o trabalho de estudiosos da Suécia. Entretanto, enxergar a “mente” das organizações viria a acontecer, a partir dos anos 80, com as organizações japonesas, as quais contribuíram por conta de sua filosofia marcante e crenças muito diferenciadas em relação ao pensamento ocidental. Cultura x estratégia • A Escola da Cultura se dedicou, dentre outros objetivos, a estudar a interdependência entre os aspectos culturais e a formulação das estratégias, chegando-se a conclusão de que há uma variedade de diferenças nessa relação entre cultura e estratégia. Verificou-se, por exemplo, que o estilo cultural vigente reflete diretamente na tomada de decisão dentro das organizações. Percebeu-se que em organizações distintas, que atuam em um mesmo ambiente, cada qual procede de maneira bem diferenciada, ou seja, cada corporação é particular e desenvolve uma certa lógica dominante. • Outro aspecto entre cultura e estratégia verificado é que, normalmente, o fato de a organização acreditar em certos valores, ter crenças em comum que estimulam a coerência do comportamento de seus integrantes, com certeza promoverá um desestímulo às mudanças estratégicas, quando estas são necessárias. Teoria baseada em recursos Quanto é estratégico um determinado recurso para a organização???? Um dos aspectos visíveis na relação entre cultura e recursos é que estes, quando são tangíveis, acabam interagindo com os membros das organizações, criando aquilo que se reconhece por cultura material, no sentido de que crenças e valores criam objetos, assim como estes são moldados por aquilo que a organização acredita. Quer um exemplo? Uma organização que prioriza a defesa do meio ambiente procurará criar linha de produtos sustentáveis, principalmente, sob a ótica ambiental. Uma teoria desenvolvida com a relação entre cultura e recursos foi, também, a Teoria Baseada em Recursos, a qual procura identificar o quão um recurso é estratégico para a organização, ponderando-se em aspectos como o seu valor (quanto melhora a eficiência e eficácia), o quão é raro e difícil de ser imitado, e qual o seu grau de substituibilidade, ou seja, o quanto ele pode ser substituído, até mesmo por ação da concorrência, no sentido de se ter recursos únicos. pedro.amoroso Nota Paola tudo bem? conforme combinado, consegue verificar se o conteúdo está correto? Obrigado Críticas e contribuições • Em termos de críticas, a escola em tela foi acusada de estimular a estagnação, na medida em que, quando esta leva em consideração os aspectos culturais de uma organização, a tendência pode ser a do enraizamento e consolidação das ideias, o que pode desencorajar novas e necessárias estratégias. Ainda, como é uma escola de consenso das estratégias, quem poderá questionar o raciocínio da situação vigente? • Uma das contribuições positivas da Escola Cultural, no entanto, é que é uma escola da administração estratégica muito adequada às organizações que passam por um período de recomposição estrutural, asquais necessitam, geralmente, reorganizar seus quadros e sua cultura organizacional, que certamente resultará em reformulações estratégicas, uma linha de pensamento que muito se encaixa nas organizações dos tempos atuais, que vivem se reorganizando para sobreviver aos tempos de grandes mudanças por que passamos. Questão para reflexão O poder, a briga por posições e a defesa dos interesses, quer seja sob a ótica interna ou externa das organizações, resultam em uma abordagem salutar para o estabelecimento de estratégias? E como fica o processo racional, que pode emergir estratégias mais efetivas para as corporações? Pode-se dizer que os ativos mais importantes de uma organização são aqueles que decorrem de sua cultura? Figura 5 – homem-acho-que-refletir- refletindo. Fonte: Pixabay. Disponível em: <https://goo.gl/Ch4WeM>. Acesso em: 15 Ago. 2018. https://goo.gl/Ch4WeM O que vimos neste Tema 1. A ESCOLA DO PODER. 2. A ESCOLA DA CULTURA. 3. Conceitos gerais de ambas as escolas, como Poderes Micro e Macro, a Teoria dos Altos Escalões, Cultura e Estratégia, e Cultura e Recursos. Figura 5 – estratégia-pessoas-xadrez-conselho. Fonte: Pixabay. Disponível em: <https://goo.gl/tV3dYc>. Acesso em: 27 jun. 2018. A estratégia como negociação e cultura Obrigado! https://goo.gl/tV3dYc
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