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AULA 3: METABOLISMO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO METABOLOMA Apresenta as rotas metabólicas nas quais são formados os metabólitos Metabólitos primários Metabólitos secundários Metabólitos: são todas as moléculas produzidas por um sistema biológico Desempenham uma função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a respiração e o transporte de solutos. Os compostos envolvidos no metabolismo primário possuem uma distribuição universal nas plantas: aminoácidos, nucleotídeos, lipídios, carboidratos e da clorofila. Metabólitos primários (basal) Metabólitos primários (basal) – exemplos de aplicação Polissacarídeos Carboidratos Homogêneos ou homoglicanos Heterogêneos ou hetroglicanos polissacarídeos de reserva energética polissacarídeos estruturais Amido celulose gomas, mucilagens Farmacêutica – farmacotécnica Amido amilose amilopectina Amido de milho Aplicações: É amplamente utilizado como excipiente farmacêutico Recomendação de uso Utilizado na faixa de concentração de 10 a 25%. Cápsulas e comprimidos: atua como agente aglutinante, diluente e desintegrante; Cosméticos: Condicionadores, Cremes alisantes, Cremes e Loções para a pele, Cremes para pentear, Gel pós barba, Maquiagem em pó, Máscaras capilares, Pós descolorante, Sabonetes em barra opaco, Sais de banho, Talcos, Tinturas capilares em pó. Amido de milho celulose Insolúvel em água, o que limita drasticamente seu uso como ingrediente na indústria de alimentos. Entretanto, uma forma de celulose modificada quimicamente em laboratório, está sendo amplamente utilizada como excipiente farmacêutico devido a sua capacidade de formar soluções viscosas. Produtos farmacêuticos semissólidos Extratos espessos Emulsões supositórios Produtos farmacêuticos sólidos Extratos seco granulados cápsulas Comprimidos Pós Celulose - Aplicações Na indústria cosmetológica a celulose também não fica de fora. O Hidroxietilcelulose e a Carboximetilcelulose, são dois derivados da celulose utilizados para a confecção de gel que serve como veículo para ativos dermatológicos e em formulações odontológicas https://www.youtube.com/watch?v=olUeZ0pdOPA Celulose – Aplicações Biotecnológica Na medicina, os avanços em pesquisas realizadas pela empresa Fibrocel, permitiram criar um produto batizado e patenteado como Nexfill, originado a partir de celulose bacteriana ( tipo de celulose biossintetizada por bactérias do gênero Glucanacetobacter xylinus) comumente encontrada em frutas, vegetais, vinagre e bebidas fermentadas e, que produzem uma massa gelatinosa que é comumente conhecida hoje como celulose bacteriana* e utilizada como matéria prima de um curativo de biocelulose, utilizado para o tratamento de feridas cutâneas que apresentam perda de tecido de pele, incluindo queimaduras de segundo grau. https://www.youtube.com/watch?v=RACk8CN8sjc Gomas De um modo geral, são consideradas produtos patológicos resultantes de uma ação física sofrida pelos tecidos (contusões, feridas, picadas de insetos, etc.) ramnose xylose arabinose galactose Ácido urônicos Goma arábica ou acácia Sua principal aplicação é como emulsificante em emulsões e encapsulamento de aromas na forma pó A goma arábica é o exsudato gomoso dessecado dos troncos e dos ramos da Acacia senegal ou de outras espécies africanas de Acacia seyal. A goma é colhida a cada 10 dias, durante a época da seca, que vai de outubro a junho. Na época das chuvas não há formação de goma; é a época na qual as árvores estão em plena floração. Após colheita, as gomas são levadas até os vilarejos para serem comercializadas Propriedades • Espessante de soluções aquosas • Agente dispersante • Estabilizadora de emulsões e suspensões • Pode ser utilizado em substituição ao glúten Aplicação farmacêutica: Antibióticos líquidos Emulsões e suspensões Xaropes Aplicações cosméticas: Cremes Make-up Sabão líquido Loções Shampoos Fórmulas dentais Recomendação de uso Recomenda-se usar de 0,05% a 1,0%. sintetizado por uma bactéria fitopatogênica do gênero Xanthomonas, tem extrema importância comercial. Goma xantana Mucilagens São constituintes naturais, não sendo alterações patológicas Ocorrem predominantemente em sementes, função de retenção de água para auxiliar na germinação. Guar obtido do endosperma da semente de Cyamopsis tetragonolobus propriedades laxativas, inibidor de apetites (Ceratonia siliqua L. (Fabaceae); espessante, estabilizante Cyamopsis tetragonolobus Ceratonia siliqua L. Óleos Óleos – considerações gerais Óleos fixos Óleos essenciais Misturas de substâncias lipídicas obtidas Geralmente de sementes Misturas complexas de substâncias odoríferas e líquidas Óleos – considerações gerais Óleos fixos Função: armazenar nutrientes para energia Utilizações: farmacológicos, industriais e nutricionais Localização nos vegetais: principalmente em sementes (linhaça, algodão, gergelim ou pericarpo de frutos como oliva-azeitona) Aplicação farmacológica: emolientes, veículos para outros medicamentos Utilização industrial: sabão; secativos tintas e vernizes; lubrificantes São substâncias líquidas viscosas em temperatura ambiente, com toque gorduroso, insolúveis na água, os combustíveis que formam sabão quando em contato com alcalinos. São, em sua realidade química, triglicerídeos. Nunca se evaporam ou volatilizam completamente. Quando são mantidos em contato com o ar, eles podem permanecer fluidos Óleos fixos Óleos fixos não - secativos Óleo de amendoim: Extraído do caroço, serve como adjuvante farmacêutico, produz excelentes sabonetes, usado como solvente em injeções intramusculares. https://www.youtube.com/watch?v=eLw2Voa9nAg Azeite de dendê: obtidos do mesocarpo do fruto da Elaeis guinensis (Aracaceae) Utilizado na gastronomia em massa, frituras https://www.youtube.com/watch?v=gJ06EpT67nA https://www.youtube.com/watch?v=FVq90Ga4HeY Azeite de oliva: Sua principal utilização é na cozinha, usado também como adjuvante farmacêutico retardador da solidificação de cimento dentário, preparações de sabonetes, laxativo, emoliente, entre outros. https://www.youtube.com/watch?v=9pVVMbPwcyg https://www.youtube.com/watch?v=DZ3TxhPv28s Óleo de coco: obtidos por compressão do fruto Cocos nucifera (Família Arecaceae). Propriedades de saponificação. Produz sabonete e xampus de qualidade.Usado como suplementos dietéticos junto com outros produtos Outros tipos de óleos fixos são secativos, ou seja, se solidificam lentamente como o óleo de linhaça e de papoula, e servem para a maceração de pigmentos para a fabricação de cores a óleo. Óleos fixos secativos https://www.youtube.com/watch?v=WlDQ5Sd_x1E Óleo de coco Os ácidos graxos São ácidos carboxílicos com elevado número de carbonos (de 4 até mais de 20 carbonos) Por estarem presentes em grande parte dos lipídios, esses emprestam suas propriedades físico-químicas a essas substâncias. Os ácidos graxos podem ser: Insaturados Saturados Por terem ponto de fusão mais elevado, a banha e outros lipídios de origem animal tendem a ser sólidos em temperatura ambiente e são comumente chamados “gorduras”. Saturados Por outro lado, os ácidos graxos insaturados estão presentes em maior quantidade em lipídios de origem vegetal, como, no óleo de soja. Por terem ponto de fusão mais baixo, o óleo de soja e outros lipídios de origem vegetal tendem a ser líquidos em temperatura ambiente e são comumente chamados de “óleos”. Insaturados Metabólitos secundários Origina compostos que não possuem uma distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas não estão diretamente envolvidos nos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução dos organismos. Essencial para a sobrevivência e continuidade da espécie dentro do ecossistema Metabólitos secundários Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcalóides Metabólitos secundários ALCALÓIDES Definição A designação mais aceita recentementeé de Pelletier (1983) que considera substâncias naturais caracterizadas principamente pela presença de um N heterocíclico que pode se apresentar como ba´sico, ácido, até mesmo neutro. Segue a regra dos aminoácidos: Todo alcalóide verdadeiro são derivados de aminoácidos. O grupamento amínico dos aminoácidos origina o átomo de nitrogênio do heterociclo de um alcalóide. Alcalóide Morfina Emetina Atropina Cafeína Quinina Nicotina Codeína Ano 1805 1817 1819 1820 1827 1829 1833 Pesquisador F. Sertürner P. J. Pelletier & F. Magendie R. Brandes F. F. Runge P. J. Pelletier & F. Magendie W. Ponselt & R. Reinmann P. J. Robiquet Fonte Ópio Ipeca Beladona Café Quina Tabaco Ópio Os primeiros alcalóides obtidos - Histórico ALCALOIDES Classificação e exceções do grupo Dependendo da rota biossintética podem ser considerados: ALCALÓIDES VERDADEIROS PROTOALCALÓIDES PSEUDOALCALÓIDES Tem como precurssor os aminoácidos Ornitina, Lisina, Fenilalanina, Tirosina, triptofano Alcaloides que possuem o N fora do heterocíclico Alcaloides que não se originam de aminoácidos, mas que incorporam o nitrogênio, vindo de outras vias metabólicas. Pseudoalcalóides – são aqueles que apresentam o átomo de nitrogênio no heterociclo e não apresentam origem biossintética a partir de aminoácidos. Classificação biossintética dos alcalóides: TEOBROMINA TEOFILINA CAFEÍNA CONIINA Protoalcalóides – são aqueles que não apresentam o átomo de nitrogênio no heterociclo e apresentam origem biossintética a partir de aminoácidos. Classificação biossintética dos alcalóides: MUSCARINA Origem biossintética A maioria dos alcaloides é derivada do metabolismo dos aminoácidos alifáticos (ornitina e lisina) e dos aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina e triptofano). ESTRUTURA E QUÍMICA DOS ALCALÓIDES 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 DISTRIBUIÇÃO DOS ALCALÓIDES São encontrados especialmente em plantas superiores, mas já foram descritos Organismos marinhos, fungos, bactérias. No reino vegetal é encontrado sobretudo nas angiospermas E as famílias botânicas que se destacam pela presença de alcalóides são: Amaryllidaceae Fabaceae Ranunculaceae Annonaceae Lauraceae Rubiaceae Apocynaceae Liliaceae Rutaceae Asteraceae Loganiaceae Solanaceae Berbiridaceae Menispermaceae Boraginaceae Papaveraceae Buxaceae Piperaceae Celastraceae Poaceae MÉTODOS DE EXTRAÇÃO E ANÁLISE QUÍMICA A extração de alcaloides em geral envolve duas etapas: Extração propriamente dita 1ª ETAPA 2ª ETAPA Maceração ou Extração por Soxhlet Fracionamento do extrato ANÁLISE QUÍMICA Solventes Metanol ou misturas hidroalcoólica Via úmida CCD Partição Líquido-líquido REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO EM FARMACOGNOSIA COLORIMÉTRICAS PRECIPITAÇÃO FLUORESCÊNCIA FONTES DE ALCALÓIDES Os alcalóides formam um grupo muito vasto de metabólitos que podem ocorrer tanto em microorganismos como plantas superiores e inferiores e ainda em animais, apesar de nestes últimos ocorrerem com muito menor frequência. Distribuem-se por toda a planta, acumulando-se nos tecidos vivos de crescimento ativo, células epidérmicas e hipodérmicas, bainhas vasculares e vasos lactíferos. Propriedades farmacológicas de algumas plantas Alcaloide: Atropina (núcleo: tropano) Nome cientifico: Atropa belladona Nome vulgar: Beladona / erva-moura mortal Parte da Planta: raiz Atividade Farmacológica: Anticolinérgico Alcaloide: emetina Nome cientifico: Cephaelis ipecacuanha Nome vulgar: Ipeca Parte da Planta: raiz Atividade Farmacológica: emético Alcaloide:Quinina Nome cientifico: Cinchona spp. Nome vulgar:Quina Parte da Planta:Cascas Atividade Farmacológica: antimalárico, antitérmico e analgésicos Núcleo: quinolínico Alcaloide: Pilocarpina (núcleo: imidazol) Nome cientifico: Pilocarpus jaborandi Nome vulgar:Jaborandi Parte da Planta:Folhas Atividade Farmacológica: anti-glaucomatoso Vinca (Catharanthus roseus L.) G. Don) (Apocynaceae), é uma planta reconhecida pela importância na medicina, pois é rica em alcalóides que apresentam ação anticancerígena, antiglicêmica e antitérmica.
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