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Saúde da Mulher

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SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
MENARCA 
A puberdade é o período de transição biológica entre a infância 
e a vida adulta e tem como objetivo final a aquisição da 
maturidade sexual. É caracterizada pelo amadurecimento dos 
caracteres sexuais primários (genitais e gonádicos), pelo 
surgimento e amadurecimento dos caracteres sexuais 
secundários (mamas, pelos pubianos e axilares) e pelo estirão 
de crescimento. 
• Fisiologicamente, a puberdade pode ser definida não como 
um evento isolado e sim como uma fase no continuum do 
desenvolvimento do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal 
(HHG), que tem sua função iniciada durante a vida fetal, 
entra em quiescência durante a infância e sofre uma 
reativação com o início da puberdade; 
• Um fator associado ao desencadear da puberdade que vem 
sendo bastante estudado nos últimos anos é o fator 
nutricional. A obesidade tem sido associada ao início 
fisiológico mais precoce da puberdade em várias 
sociedades. Observa-se a ocorrência de menarca mais 
precoce em meninas com obesidade leve a moderada, 
enquanto condições que cursam com baixo peso corpóreo 
podem retardar a puberdade; 
• O primeiro sinal visível de maturação sexual é o 
surgimento do broto mamário, geralmente ao redor dos 
10 a 11 anos de idade. O desenvolvimento mamário 
completo leva de três a quatro anos, finalizando-se 
geralmente aos 14 anos. 
• A adrenarca, ou o início da esteroidogênese adrenal, 
predominantemente de androgênios, precede a pubarca, 
iniciando-se bioquimicamente ao redor dos 6 anos de 
idade. A manifestação clínica da adrenarca, ou seja, a 
pubarca, entretanto, acontece cerca de 6 a 12 meses após 
a telarca. Os pêlos pubianos levam cerca de três anos para 
completar seu desenvolvimento. 
• A menstruação geralmente ocorre entre os 9 e 12 anos. 
Os ciclos menstruais, inicialmente, são anovulatórios, 
associados a menstruações irregulares. Cerca de um a dois anos 
após a menarca, os ciclos menstruais tornam-se ovulatórios e 
regulares. 
▪ A primeira menstruação pode ocorrer exclusivamente 
por ação do estrogênio sobre o endométrio – não 
significando o inicio do ciclo ovariano (fertilidade). 
• A mucosa vaginal torna-se progressivamente espessa e 
enrugada e uma secreção clara aparece, aumentando de 
volume nos meses que antecedem a menarca. O pH vaginal 
diminui devido ao aumento da produção de ácido lático 
pelo lactobacilos. Ocorre depósito de gordura subcutânea 
no monte pubiano e grandes lábios, espessamento do 
epitélio vulvar e os pequenos lábios e clitóris tornam-se 
mais proeminentes. O útero e os ovários apresentam um 
aumento progressivo de volume. O útero apresenta um 
aumento maior do corpo em relação ao colo e tem a sua 
forma tubular modificada para a forma característica de 
pêra. 
 
MENACME 
Período fértil da mulher, que vai da primeira menstruação 
(menarca) à última menstruação (menopausa). 
Inicia-se com o amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-
ovário. 
CLIMATÉRIO 
Consiste no período de transição entre as fases reprodutiva e 
não reprodutiva. Tem seu começo por volta dos 40 anos, 
sendo dissociado em três fases: perimenopausa, menopausa e 
pós-menopausa. 
Neste processo de transição e como consequência do 
hipoestrogenismo, surgem vários sintomas físicos, 
nomeadamente: afrontamentos, suores noturnos, fragilidade 
óssea, perda de elasticidade e lubrificação vaginal, problemas 
ao nível do aparelho genitourinário, perda da sensibilidade da 
pele, enxaquecas, distúrbios do sono. Existe igualmente um 
conjunto de consequências psicológicas, descritas em 
variadíssimos estudos, tais como: ansiedade, estresse, 
depressão e irritabilidade → Síndrome climatérica. (Nem 
sempre o climatério é sintomático). 
• Segundo a Organização Mundial de Saúde existem quatro 
estádios do ciclo menstrual: 
I. Pré-menopausa, definida pela regularidade menstrual 
durante os últimos doze meses; 
II. Perimenopausa, se inicia antes da menopausa com ciclos 
menstruais irregulares, acompanhados ou não de 
manifestações vasomotoras, e termina 12 meses após a 
menopausa; 
III. Menopausa, quando a cessação de menstruações é 
permanente (só pode ser estabelecida em retrospectiva, 
após doze meses consecutivos de amenorreia), 
resultado da perda de atividade folicular; 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
IV. Pós-menopausa, que se inicia um ano após a última 
menstruação e vai até os 65 anos de idade; 
V. Senilidade, período da vida que se segue ao climatério e 
tem início aos 65 anos. 
 
SISTEMA HORMONAL FEMININO 
• Hormônio de liberação hipotalâmica: GnRH - Hormônio 
liberador de gonadotropina 
• Hormônios sexuais de liberação hipofisária anterior: 
● FSH - Hormônio folículo estimulante 
 ● LH - Hormônio luteinizante 
• Hormônios ovarianos 
● Estrogênio 
● Progesterona 
 
 Antes da puberdade: secreção de GnRH é contínua e 
não consegue despertar a secreção de gonadotrofinas 
pela hipófise; 
 Na puberdade: por maturação do sistema límbico, a 
secreção é pulsátil. 
 
O sistema límbico estimula terminações glutametérigocas – 
glutamato atua em receptores NMDA (receptor ionotrópico) 
estimulando neurônios noradrenérgicos- noradrenalina atua 
em receptores , estimulando neurônios NOérgicos; o NO é 
gasoso, se difundindo rapidamente para os neurônios que 
produzem GnRH; NO estimula a liberação de GnRH no 
infundibulum, para os vasos porta-hipofisários; GnRH 
promove a secreção de FSH e LH pela adeno-hipófise. 
▪ FSH – Hormônio folículo estimulante 
− Recruta folículos ovarianos dentre os quais, haverá a 
formação de um óvulo; 
− Estimula o crescimento de vários folículos, mas apenas 
um deles se destaca, rompe-se e libera o óvulo. 
▪ LH – Hormônio Luteinizante 
− Tem uma importância maior no momento da ovulação; 
▪ Estrógeno 
− Hormônio que dá os caracteres sexuais femininos; 
− Produzido durante todo o ciclo menstrual. 
− Dois tipos de estrogênio são produzidos no ovário: a 
estrona e o estradiol. 
▪ Progesterona 
− Manutenção da gravidez – mulheres que não produzem 
progesterona correm risco de abortamento; 
− Produzida a partir do momento da ovulação pelo corpo 
lúteo. 
As alterações ovarianas dependem dos hormônios 
gonadotróficos: LH e FSH; na ausência deles, os ovários 
permanecem inativos (infância e senescência). 
 
O ciclo, dura em média, 28 dias. Pode ser curto como 20 dias 
ou longo como 45 dias. Resultados do ciclo sexual feminino: 
Apenas um óvulo é liberado dos ovários a cada mês e o 
endométrio é preparado para a implantação do óvulo. 
Entre 9 e 12 anos, a hipófise começa a secretar 
progressivamente FSH e LH, dando início a ciclos sexuais 
mensais que se inicia entre 11 e 15 anos. 
● Puberdade: Período de mudança 
● Menarca: Primeiro ciclo menstrual 
 
CICLO OVARIANO – Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário 
 O hipotálamo libera GnRH de forma pulsátil, 
estimulando a adeno-hipófise a secretar LH e FSH. Esses 
pulsos variam em frequência e amplitude em todo o 
ciclo menstrual. 
− Fase folicular (antes da ovulação): ↑frequência 
↓amplitude 
− Fase lútea (após ovulação): ↓frequência↑amplitude 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor_ionotr%C3%B3pico
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 O GnRH age sobre as células da adeno-hipófise, 
estimulando a produzir e secretar FSH e LH na 
circulação. 
 Os ovários representam as gônadas femininas, e são 
responsáveis pela produção de esteroides sexuais e 
pelo desenvolvimento dos folículos imaturos até sua 
fase final de amadurecimento. Ou seja, os ovários 
possuem duplo papel, a produção de gametas e a 
síntese de hormônios. 
Os ovários podem ser divididos em dois 
compartimentos: 
− Teca ou estroma: camada mais externa relacionada 
com a produção de androgênios; Sofre ação do LH. 
 
− Granulosa: camada mais interna, que sofre ação do 
FSH, e que a depender da fase do ciclo ovariano na qual 
se encontra, pode produzir produtos diferentes: 
▪ Fasefolicular: produção de estrogênio (estradiol) e 
inibina B. 
o Estradiol: ação no desenvolvimento folicular e 
endometrial, além da produção de LH no meio do 
ciclo; 
o Inibina B: secretada pelas células granulosas 
mediante estímulo do FSH ainda na fase folicular, e 
tem por função inibir a síntese do próprio FSH. 
▪ Fase lútea: produção de progesterona e inibina A. 
o Progesterona: é conhecida por sua ação na 
manutenção do arcabouço endometrial e pela 
retroalimentação negativa sobre a secreção 
hormonal hipotalâmica. 
o Inibina A: secretada pelo corpo lúteo – células 
granulosas luteinizantes – sob controle do LH. 
Juntamente com o estradiol, controla a secreção 
do FSH na transição lúteo-folicular. 
 
 Os androgênios produzidos nas células teca, são 
transportados para as células granulosas, onde sofrem 
ação da enzima aromatase, que promove um processo 
de aromatização e converte os androgênios em 
estrogênios (estrona e estradiol). 
A ação da aromatase depende da ação do FSH nas células 
granulosas. Logo, o FSH é fundamental para a conversão de 
androgênios em estrogênios. 
 
 Esse processo ocorre na primeira fase do ciclo menstrual, 
com o intuito de produzir testosterona para recuperar a 
camada endometrial uterina que possivelmente receberá 
um ovo fecundado. 
 A partir de um determinado nível, esse estrogênio 
produzido passa a realizar um feedback positivo, de 
modo que a elevação dos seus níveis promove, de forma 
direta um aumento de LH. 
 Com isso gera um ciclo, de modo que o LH passa atuas 
mais nas células teca, produzindo mais androgênios, que 
são deslocados para as células da granulosa para sofrer 
aromatização, produzir estrogênio e estimular ainda mais 
a síntese de LH, reiniciando o ciclo. 
 O aumento concomitante de estrogênio estimula o pico 
de LH, e este, a ovulação. 
 O marcador fisiológico mais importante da aproximação 
da ovulação é o pico de LH do meio do ciclo, o qual, como 
vimos, é precedido por aumento acelerado de estradiol. 
 O folículo pré-ovulatório – folículo de Graaf, produz com 
a síntese do estradiol, seu próprio estimulo ovulatório. O 
pico de estradiol, estimula o pico de LH, 
consequentemente, a ovulação. 
 Após a ovulação, o resquício de folículo forma o corpo 
lúteo, que sob ação do LH, passará a produzir a 
progesterona. 
FASES DO CICLO OVARIANO 
É dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea – a fase 
menstrual corresponde a primeira parte da fase folicular. 
O epitélio do ovário é estratificado pavimentoso – contêm 
receptores hormonais que controlam a maturação e 
diferenciação, dependendo do estrógeno e progesterona. 
O estrógeno induz a maturação epitelial (células superficiais – 
núcleo pequeno e citoplasma grande); a progesterona inibe a 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
maturação epitelial – células intermediárias, parabasais 
(citoplasma pequeno e núcleo grande) e basais. 
 
 FASE FOLICULAR: 
• Fase menstrual (1º ao 5º dia): caracterizada pela 
descamação da camada funcional do endométrio, 
caracterizando o inicio do ciclo. Essa fase ocorre devido à 
regressão do corpo lúteo que cessa a secreção de 
progesterona e estrógeno; com isso o endométrio deixa de 
ser estimulado a permanecer, causando a interrupção de 
oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada 
funcional. – Na menstruação é liberado cerca de 35Ml de 
sangue. 
− Os hormônios hipofisários e ovarianos estão em baixa 
concentração. 
− O sangramento dura em torno de 5 dias e 
gradativamente, a concentração de FSH aumenta. 
o Presença de células epiteliais intermediárias e 
parabasais, hemácias, leucócitos. Poucas células 
superficiais. 
• Folicular (1º dia até a ovulação): nesta fase acontece uma 
sequência ordenada de eventos que assegura o 
recrutamento de novos folículos, para seleção do folículo 
dominante. Este processo demora cerca de 10 a 14 dias. 
1. O recrutamento se inicia no final da fase lútea do ciclo 
anterior, a partir da regressão do corpo lúteo e do 
aumento de FSH. 
2. O FSH aumenta a produção estrogênica, promove o 
crescimento da camada granulosa e estimula a 
atividade da aromatase. 
3. As células da teca produzem estradiol a partir de 
androgênio, sob o estimulo da aromatase (dependente 
de FSH). 
4. A seleção do folículo dominante é caracterizada pela 
maior presença de receptor de FSH, por isso, maior 
ação da aromatase produz mais estrogênio. 
− A partir do 7º dia, o útero começa a produzir uma 
camada nova e vascularizada no endométrio; 
− O folículo atua sobre o útero estimulando o 
desenvolvimento do endométrio. 
 
 FASE OVULATÓRIA: 
• Antes de ovular: 
● Parede externa do folículo incha 
● Estigma projeta-se como um bico 
● Em 30 minutos o líquido começa a vazar 
 ● Em 2 minutos o estigma se rompe, liberando o líquido 
viscoso da porção central do folículo. 
● O óvulo é carreado e envolto pelas células da granulosa, 
denominada coroa radiata; 
• Pico de LH, precedido pelo aumento acelerado do nível de 
estradiol. 
• O pico de LH, estimula a ovulação. 
• A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o 
inicio da elevação dos níveis de LH e cerca de 10 a 12 horas 
após seu pico máximo. 
• A progesterona e o estrógeno combinados, inibem a ação 
da hipófise – inibindo a liberação de FSH e LH. 
Início da ovulação: 
● Liberação de enzimas proteolíticas pela teca externa (cápsula 
folicular) - Leva a uma dissolução e enfraquecimento da parede 
capsular, causando dilatação do folículo e degeneração do 
estigma 
● Concomitantemente ocorre a angioneogênese, vasodilatação 
por prostaglandinas e transudação para o folículo. 
Combinação desses eventos leva ao rompimentos do folículo e 
liberação do óvulo. 
 FASE LÚTEA – inicia no dia da ovulação; duração fixa de 
14 dias: 
O aumento dos níveis de progesterona de forma aguda 
caracteriza essa fase. 
• Formação do corpo lúteo; 
• Ocorre a luteinização, processo em que as células da 
camada granulosa passam a produzir progesterona. 
• 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
• É uma fase fixa de 14 dias, portanto a mulher “sempre” 
menstrua 14 dias após a ovulação. 
• Com o regresso do corpo lúteo, que ocorre ao final da fase 
lútea, ocorre queda dos níveis circulantes de estradiol, 
progesterona e inibina A. 
• O decréscimo da inibina A remove a influência supressora 
sobre a secreção de FSH pela hipófise, e este volta a se 
elevar antes da menstruação – sinal para recrutar novos 
folículos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso não ocorra a fecundação: 
21º dia: cicatrização do corpo lúteo que passa a produzir 
menos estrógeno e progesterona. 
22º - 27º dia: hormônios em baixa concentração (TPM); 
28º dia: menstruação. 
 
Caso ocorra a fecundação: 
Supondo que a fecundação ocorra no 14º do ciclo. O corpo 
lúteo é estimulado para não cicatrizar e passa a secretar 
estrogênio e progesterona para manter a gravidez durante 
os primeiros meses. 
Ocorre liberação de hCG (gonodotrofina coriônica) pelas 
células formadas após a fecundação. 
Com a chegada do blastocisto (nidação) ao útero, a placenta 
começa a ser formada. Semanas depois da fertilização, ela 
será a responsável pela produção de progesterona. 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
 
 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS: São aqueles que, ao 
serem utilizados, implicam em modificações do 
comportamento sexual do casal. Baseadas em 
conhecimentos de reprodução humana, são admitidas duas 
formas de métodos comportamentais: 
1. Abstinência sexual periódica 
2. Ejaculação extra-vaginal. 
 
 MÉTODOS DE BARREIRA: São denominados métodos de 
barreira aqueles que evitam a gravidez através do 
impedimento da ascensão dos espermatozóides ao útero. 
Atualmente, com a crescente incidência das doenças 
sexualmente transmissíveis (DST), em particular a AIDS, 
houve uma revalorização do uso dos métodos debarreira. 
• Preservativo (Camisinha/Condom) masculino; 
• Preservativo (Camisinha/Condom) feminino: recobre a 
cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à 
maior área genital tanto feminina quanto masculina 
recobertas oferece proteção mais efetiva contra a 
transmissão de doenças sexualmente transmissíveis; 
• Diafragma: É um pequeno dispositivo circular de borracha 
com borda firme flexível, que ao ser colocado na vagina 
forma uma barreira física sob o colo do útero. 
• Esponjas: As esponjas modernas são feitas de poliuretano 
associados com o espermaticida nonoxinol-9. Têm um 
formato ligeiramente côncavo, para adaptar-se melhor ao 
colo uterino, devendo ser umedecidas antes da sua 
colocação para ativar o espermaticida. 
Embora rara, a síndrome de choque tóxico é uma 
possível complicação entre usuárias do diafragma, 
tampões vaginais e esponjas contraceptivas, estando o 
risco associado ao uso prolongado principalmente 
acima de 24-36 horas, sendo que a síndrome é causada 
por algumas cepas do Staphylococus aureus. 
• Espermaticida: São substâncias que colocadas no fundo da 
vagina têm ação de barreira por inativação dos 
espermatozóides, devido a lesão de sua membrana celular. 
 ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO ORAL: O 
AHCO consiste na utilização por via oral de estrogênio 
associado à progesterona com a finalidade de impedir a 
concepção. Existem três formas de combinação do 
estrogênio com a progesterona: 
▪ A primeira, mais usada, é a monofásica uma associação 
contínua e na mesma dosagem em todas as pílulas 
produto. 
▪ As outras, combinadas bifásica e trifásica, apresentam 
variações na dosagem dos esteróides ao longo do ciclo, 
tentando assim mimetizar a esteroidogênese ovariana. 
• Os Anticoncepcionais Hormonais Combinados Orais inibem 
ovulação através do bloqueio da liberação de 
gonadotrofinas pela hipófise. Além disso, modificam o 
muco cervical tornando-o hostil à espermomigração, 
altera o endométrio, modifica a contratilidade das tubas 
interferindo no transporte ovular e altera a resposta 
ovariana às gonadotrofinas. 
 No primeiro mês, estes produtos devem ser iniciados no 
primeiro dia do sangramento menstrual, ingerindo as 
drágeas, sempre no mesmo horário, sem esquecimento, 
durante 21 dias. Nos ciclos seguintes, após sete dias de 
pausa, as pílulas devem ser reiniciadas no 8o dia. 
 A pausa dada durante o uso, muito comum entre as 
usuárias, n tem nenhuma indicação, sendo, inclusive, 
desaconselhada, pois significa sempre nova adaptação 
após a interrupção, além do elevado índice de gravidez 
observado nestes períodos de interrupção. A suspensão 
da pílula somente está indicada na presença de contra-
indicações, desejo de gestar e na ausência de relações 
sexuais. 
 Os estrógenos sintéticos são constituídos 
principalmente pelo etinilestradiol, mestranol, 
quimestrol e dietilestilbestrol. O etinilestraiol é o 
utilizado nos contraceptivos orais, sendo mais 
potente que o estradiol. 
 
 INJETÁVEL MENSAL: Os injetáveis mensais são aplicados 
por via intramuscular, sendo que propostos em posologias 
diferentes; entre o 7o e 10o dia do ciclo iniciado entre o 1o 
e o 5o dia, com aplicações ulteriores a cada trinta dias. A 
segunda opção oferece uma maior regularidade do ciclo, 
mantendo a eficácia. A ação anticonceptiva reside, 
fundamentalmente, no efeito do progestogênio sobre o 
eixo neuroendócrino inibindo a ovulação, pelo bloqueio do 
pico do LH, que permanece em seus níveis basais. 
 
 INJETÁVEL TRIMESTRAL: A anticoncepção injetável 
trimestral é realizada com o uso do acetato de 
medroxiprogesterona de depósito (AMP-D). 
O AMP-D apresenta vantagens que o fazem apropriado 
para algumas mulheres e conveniente para os programas 
de planejamento familiar. Uma só injeção oferece 
anticoncepção altamente eficaz durante 3 meses. 
Por conter apenas o componente progestogênico, o 
método não tem várias das contra-indicações atribuídas ao 
estrogênio sintético. 
O AMP-D é um derivado da 17α-hidroxiprogesterona. É 
preparado em suspensão microcristalina de baixa 
solubilidade que se administra em doses de 150 mg via 
intramuscular a cada 90 dias. Seu nível sérico máximo é 
alcançado por volta de 10 dias após a injeção e declina 
posteriormente. Níveis sangüíneos ainda são detectados 
até 200 dias após a injeção. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
O AMP-D é um potente anovulatório, suprimindo o pico 
de LH. 
 IMPLANTES: Os implantes contraceptivos são constituídos 
de silicone polimerizado com um hormônio no seu interior, 
que é liberado continuamente para a corrente sangüínea, 
proporcionando o efeito contraceptivo. O mais popular de 
todos contém o progestogênio levonorgestrel e a 
elcometrina. Outros implantes contêm o desogestrel, o 
nomegestrol e a elcometrina. 
 DISPOSITIVO INTRA-UTERINO: o DIU exerce seu efeito 
antifertilidade de forma variada e pode interferir no 
processo reprodutivo antes mesmo do ovo atingir cavidade 
uterina. O DIU atua sobre os óvulos e os espermatozóides 
de várias maneiras: 
1) Estimula reação inflamatória pronunciada no útero, por 
ser um corpo estranho. A concentração de diversos tipos de 
leucócitos, prostaglandinas e enzimas nos fluidos uterino e 
tubários aumentam consideravelmente, especialmente nos 
DIUs com cobre. 
2) As alterações bioquímicas interferem no transporte dos 
espermatozóides no aparelho genital, bem como alteram 
os espermatozóides e óvulos, impedindo a fecundação. 
• Os primeiros DIUs modernos (alça de Lippes e espiral de 
Margulies) surgiram no princípio dos anos sessenta, sendo 
que no final dessa década se agregou cobre ao plástico do 
DIU, aumentando sua eficácia e diminuindo os efeitos 
colaterais. O TCu 380A já foi liberado para uso durante 10 
anos e a previsão é que tenha maior durabilidade. Seu 
índice de falha é menor que 1 por 100 mulheres/ano. 
• Outro DIU existente no mercado internacional é o DIU 
liberador de progesterona (65 mg/dia) - Progestasert - mas 
é de alto custo, e tem durabilidade de apenas um ano. Sua 
eficácia é de 95 por 100 mulheres/ ano, sendo o único DIU 
que reduz a perda sanguínea menstrual. Para substitui-lo, 
surgiu o DIU de levonorgestrel (LNG-20), que libera 20 mg 
por dia desse hormônio, com duração prevista de 5 anos e 
de elevada eficácia. 
 ANTICONCEPÇÃO CIRÚRGICA: 
• Ligadura tubária: Ligadura tubária constitui método 
permanente de contracepção, operacionalizado através da 
obstrução do lumen tubário, impedindo assim o transporte 
e a união dos gametas. 
• Vasectomia: Secção e/ou oclusão do canal deferente, 
sendo um método seguro, eficaz e de fácil execução. 
 
 ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: Envolve uma ou mais 
fases do processo reprodutivo, interferindo na ovulação, na 
espermomigração, no transporte e nutrição do ovo, na 
fertilização, na função lútea e na implantação. 
A ocorrência de uma gravidez depende de uma seqüência 
de eventos, que envolvem todos os complexos 
mecanismos da endocrinologia reprodutiva, masculina e 
feminina, dos quais salienta-se: ascensão dos 
espermatozóides pelo sistema canalicular feminino; a 
fertilização do ovócito; o ovo-transporte e a nidação 
endometrial. Em condições normais, a fertilização ocorre 
na ampola tubária até aproximadamente 72 horas após o 
intercurso sexual. Ocorrendo condições favoráveis à 
implantação do blastocisto (em média após 3 dias de ovo-
transporte), esta ocorrerá em torno do 6o dia do período 
pós-ovulatório. 
A anticoncepção de emergência com hormônios pode 
provocar antecipação do fluxo menstrual, sendo comuns 
as alterações no padrão de sangramento. 
TERAPIA HORMONAL 
 Estrógenos podem ser divididos em naturais e sintéticos. 
Os naturais são mais utilizados na reposição hormonal, 
enquanto os sintéticos são aplicados em métodos de 
contracepção. 
− Os hormônios naturais são compostos basicamente por 
estradiol, estrona eestriol. Os dois primeiros são 
produtos de síntese ovariana, enquanto o terceiro é 
conseqüência do metabolismo periférico do estradiol e 
estrona. 
− O potencial biológico dos diferentes tipos de estrógenos 
depende basicamente da afinidade de cada tipo de 
molécula ao seu receptor-alvo. 
− Metade dos estrógenos é excretada na urina nas 
primeiras 24 horas e outra metade é inicialmente 
eliminada pela bile sofrendo hidrólise no intestino onde 
até 80% são reabsorvidos. 
− Os estrógenos conjugados são hormônios naturais 
extraídos da urina de éguas prenhes e incluem, além de 
estradiol, estrona, sulfato de estrona e os estrógenos 
derivados do anel B insaturado: equilina, equilenina e 
seus sulfatos. Os efeitos biológicos dos estrógenos 
conjugados são resultantes principalmente da 
combinação de sulfato de estrona, sulfato de equilina e 
seus metabólitos. A equilina, por si só, é mais potente que 
todos os outros componentes dos estrógenos 
conjugados. 
− As vias de administração de estrógenos naturais são a 
oral, transdérmica, percutânea e vaginal. Pela via oral, 
os estrógenos passam pelo fígado e são metabolizados 
em estrona e sulfato de estrona. As vias transdérmica e 
percutânea evitam o metabolismo hepático e não 
interferem no sistema renina-angiotensina sendo 
indicadas principalmente nas pacientes com 
antecedentes de tromboembolismo e nas hipertensas. 
 
 A progesterona pode ser utilizada pelas vias oral, 
intramuscular transdérmica e através da mucosa vaginal. 
A forma micronizada, ao contrário do que ocorre com a 
progesterona pura, é bem absorvida e torna-se uma 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
alternativa ao uso de progesterona. A metabolização da 
progesterona origina vários produtos sendo os principais a 
pregnanediona, pregnenolona e pregnanediol. 
− Os hormônios sintéticos apresentam ação semelhante à 
da progesterona podendo ser obtidos a partir da 
testosterona ou da própria progesterona. Possuem 
indicação em diversos setores de endocrinologia 
ginecológica, como reposição hormonal, indução de 
amenorréia, tratamento de hiperplasia ou câncer de 
endométrio, contracepção, tratamento de 
hiperandrogenismo; 
 Quando a TRH usa estrógenos associados aos 
progestínicos ela é denominada de "combinada". A 
combinação pode variar entre contínua e seqüencial ou 
cíclica. A forma mais popular de esquema contínuo 
combinado é o uso de 0,625mg de estrógenos conjugados 
com 2,5mg de medróxiprogesterona. Estrogênio cíclico ou 
contínuo e progestogênio cíclico são utilizados na 
perimenopausa quando existe sintomatologia estrogênio-
dependente, assim como nos primeiros anos da pós-
menopausa. 
 O esquema que utiliza estrogênio isolado, cíclico ou 
contínuo, é recomendado para mulheres 
histerectomizadas. 
CLIMATÉRIO – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
Nas queixas clínicas, pode 
haver referência a 
fogachos, insônia, 
irritabilidade, artralgia, 
mialgia, palpitações, 
diminuição da memória e 
do interesse pelas 
atividades de rotina, da 
libido, dispareunia, 
astenia e sintomas gênito-urinários relacionados com a 
hipotrofia das mucosas. 
O diagnóstico de climatério é eminentemente clínico, 
associando-se faixa etária da paciente (> 40 anos), alterações 
menstruais e outros sintomas da deprivação hormonal. Porém, 
para avaliar a sintomatologia, a necessidade de tratamento e 
seu acompanhamento, foram criados alguns índices que 
permitem avaliar, com certa praticidade, a intensidade da 
síndrome climatérica. 
Na avaliação da intensidade da síndrome do climatério, é útil o 
emprego de índices baseados na sintomatologia. Os índices 
mais utilizados são o de Hauser e o de Kupperman, os números 
obtidos servem para caracterizar objetivamente o quadro 
clínico e sua evolução com o tratamento, quando prescrito. 
• Índice de Hauser: a paciente deve dar notas de 0 a 10 para 
cada um dos sintomas listados, sendo 0 = ausência do 
sintoma e 10 = sintoma muito exacerbado. 
Ao final, somam-se todas as notas e divide-se por 10. 
Considera-se o índice elevado quando acima de 7, a 
diminuição do índice ao longo do tratamento é um 
marcador de boa resposta terapêutica. 
 
• Índice de Kupperman: consiste em atribuir graus de 
intensidade aos sintomas listados, da seguinte forma: 
ausente (0), leve (1), moderado (2) e grave (3). 
Cada sintoma tem um coeficiente de importância, sendo 4 para 
sintomas vasomotores, 2 para insônia, parestesia e 
nervosismo e 1 para melancolia, vertigem, astenia, artralgia, 
cefaleia, palpitação e formigamento. Devem-se multiplicar os 
coeficientes de intensidade e importância de cada sintoma e 
somá-los posteriormente. 
Classificam-se os casos como: 
▪ leves: índice < 20; 
▪ moderados: índice entre 20 e 34; 
▪ graves: índice > 34. 
 
TRATAMENTOS 
Terapia de reposição hormonal: Os sintomas vasomotores 
(fogachos) atingem cerca de 75% das mulheres no climatério. 
Sem tratamento, podem desaparecer em um a dois anos, o que 
justifica terapia por curto prazo. 
Estrógenos têm-se mostrado úteis no controle de ressecamento 
da mucosa vaginal e dispareunia associados à deficiência 
hormonal na menopausa. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
 Vias de administração: 
− Oral: apresenta como vantagens o menor custo, a maior 
facilidade de administração, bem como a possibilidade de 
ajuste de dose e interrupção sempre que for necessário. 
Os estrogênios, quando administrados por via oral, são 
metabolizados no fígado e excretados pela urina e bile. 
Na passagem pelo fígado, inibe a lipase hepática, 
estimulando a síntese do HDL-colesterol; portanto, a via 
oral proporciona incremento do HDL-colesterol, 
melhorando, assim, o perfil lipídico. 
− Parenteral: tem como vantagem uma boa aceitação pelas 
mulheres, principalmente por aquelas portadoras de 
distúrbios digestivos; além do mais, provocam um menor 
impacto sobre o metabolismo glicídico, além de 
apresentar uma absorção hormonal uniforme. Entre elas 
citam-se: a transdérmica (na apresentação de adesivos ou 
gel); implantes subcutâneos. 
 
 Esquemas: 
− Mulheres com útero: esquema combinado cíclico, ou 
seja, a prescrição de estrogênios durante 21 a 25 dias 
associados a progestógenos (10 a 12 últimos dias dos 
estrogênios), este esquema está indicado na pré-
menopausa. Na pós-menopausa pode-se utilizar o 
esquema combinado contínuo, principalmente naquelas 
mulheres que não desejam menstruar. 
− Mulheres histerectomizadas: indica-se o esquema com 
estrogênios isoladamente. 
Os androgênios são utilizados isoladamente ou em associação 
com os esquemas anteriores; estando indicados principalmente 
nos casos de osteoporose, depressão, alteração de sexualidade 
e sintomatologia resistente aos medicamentos convencionais. 
Fitohormônios: substâncias de origem vegetal com 
características semelhantes aos hormônios. Entre os 
fitohormônios destacam-se os fitoestrogênios, capazes de 
trazer benefícios para a qualidade de vida da mulher no 
climatério. São compostos fenólicos heterocíclicos, e estão 
presentes em plantas com propriedades e estrutura 
semelhantes aos estrógenos sintéticos. 
• Entre essas destacam-se as isoflavonas encontradas na 
soja (Glycine max), que aparecem em forma de glicosídeos 
(daidzeína, genistína e glicisteína) em alimentos. As 
isoflavonas da soja são as que apresentam maior atividade 
estrogênica, devido a sua semelhança na estrutura 
química, e por se comportarem de forma parecida com os 
estrógenos se ligando aos receptores β, causando um 
equilíbrio nos níveis de hormônios, sem que o mesmo 
cause efeitos adversos, promovendo um benefício para a 
mulher com sintomas climatéricos. 
• Chá das folhas de amoreira (Morus nigra L), por exemplo, 
é utilizado para aliviar sintomas do climatério, o que pode 
estar relacionado à presença de constituintes 
flavonoídicos, especialmente as isoflavonas. 
Acredita-se que as folhas possuem substâncias com 
atividadesemelhante ao estrógeno produzido pelos 
ovários, compostos estes chamados de fitoestrógenos. 
SÍNDROME DA TENSÃO PRÉ MENSTRUAL 
• Severa em 2,5 a 5% das mulheres; 
• Branda em 33% das mulheres. 
Descrita em 1931, pela primeira vez como um estado de 
tensão insuportável. 
Sintomas mais comuns: ocorrem nas duas semanas que 
antecedem a menstruação. 
− Inchaço; 
− Retenção de líquidos com aumento de peso; 
− Mamas doloridas e inchadas; 
− Dores de cabeça; 
− Cólicas; 
− Dores nas costas; 
− Irritabilidade. 
 
• O estresse gera o aumento de cortisol, que compete com 
a progesterona por receptores; O cortisol impede que a 
progesterona chegue em seus receptores; 
• Este efeito se deve, provavelmente, por ação do hormônio 
liberador de corticotrofina (CRH) que inibe a libertação de 
GnRH. 
 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DURANTE A 
GESTAÇÃO 
 Reações orgânicas à presença do concepto e seus tecidos 
(aloenxerto), sobrecarga hormonal experimentada pela 
gestante ou ação mecânica do útero gravídico, resultam 
em condições para um desenvolvimento fetal adequado, 
em equilíbrio com o organismo materno; 
• MODIFICAÇÕES CUTÂNEAS 
• Estrias gravídicas 
− Estiramento das fibras colágenas; 
− Menor hidratação; 
− Estrias no abdome, mamas, nádegas, coxas... 
− Na gestação as estrias são avermelhadas; após o parto 
brancacentas. 
• Alterações vasculares cutâneas 
− O aumento do estrógeno promove uma vasodilatação 
▪ Eritema palmas; 
− Vermelhião difusa 
▪ Telangiectosias. 
• Alterações pigmentares 
− O aumento de estrógeno e progesterona promove uma 
hipertrofia do lobo intermediário da hipófise, 
responsável pelo metabolismo da pró-
opiomelanocorticotrofina em β-endorfina e -
melanotropina. 
− A hipertrofia desse local resulta na liberação da -
melanotropina (MSH), que exerce ação estimulante 
sobre os melanócitos; promovendo o aparecimento da 
linha nigrans – linha média do abdome, o cloasma ou 
melasma gravídico. 
 Melasma (cloasma): máscara gravídica – 
manchas acastanhadas que recobrem a testa e 
as proeminências malares. 
− A elevação da prolactina promove o escurecimento da 
aréola, axila e genitais. 
• Hipersensibilidade das glândulas sebáceas 
− Aumento de progesterona, gera uma pele mais oleosa, 
possível queda capilar e acnes. 
• MODIFICAÇÕES OSTEOARTICULARES 
• Postura: O peso adicional da gravidez (útero, feto e 
anexos) desestabiliza o equilíbrio materno, 
deslocando seu centro de gravidade para frente; 
aumento da base de sustentação -> Marcha anserina. 
− Cifose fisiológica -> lombalgia mecânica; 
• Sistema articular 
− A embebidação gravídica (processo adaptativo do 
aumento da mobilidade da pelve para “parir”) promove o 
relaxamento dos ligamentos do sistema articular; 
− Frouxidão dos ligamentos – relaxina secretada pela 
placenta, favorece a abertura da sínfise púbica em até 12 
mm, com alargamento de 4 a 45 mm. 
− Aumento da capacidade pélvica; 
− O estrogênio promove o aumento da vascularização e 
hidratação dos tecidos conectivos dos ligamentos 
articulares; 
− A progesterona e a relaxina diminuem o tônus da 
musculatura que estabiliza as articulações; 
 
• METABOLISMO 
• Glicídico: 
 O concepto consome glicose por difusão 
facilitada, em uma demanda permanente; 
 Diminui a glicemia materna (noite de jejum): 15 
a 20 mg/Dl; 
− No início da gravidez o estrógeno e a progesterona 
aumentam a secreção endógena de insulina e melhoram 
a utilização periférica da glicose; 
− Após a segunda metade da gestação ocorre o aumento 
do hormônio lactogênico placentário humano; o 
crescimento placentário; adiponectina; TNF-; IL-6; 
leotina; estimulam à lipólise, aumentando ácidos graxos 
livres, além disso, poupam a glicose por conta da 
resistência periférica. 
Dessa forma, ocorre a diminuição da resposta insulínica 
à glicose; diminuição da resposta ao glucagon; e 
diminuição do consumo periférico de glicose. → Levando 
a um quadro de hiperinsulinismo 2º compensatório 
 
• Lipídico: 
− Aminoácidos e glicose -> nutrientes mais abundantes que 
atravessam a placenta. (aminoácidos tem baixa 
concentração na gravidez). 
→ Porém a placenta é praticamente impermeável 
aos lipídios; 
− Acúmulo de lipídios nos tecidos; 
− Hiperlipidemia gestacional; 
▪ Aumento de peso: crescimento fetoplacentário e 
acúmulo de lipídios nos depósitos de gordura; 
− Maior ganho de peso: 2/3 primeiros da gestação -> 
hiperfogia; 
− A tendência de acumular gorduras cessa durante o último 
trimestre da gravidez: 
▪ Metabolismo catabólico, pois o aumento da atividade 
lipogênica diminui; a atividade lipolítica torna-se 
exaltada; 
 METABOLISMO ELETROLÍTICO 
• Sódio 
− Retenção em função do aumento de líquido amniótico, 
expansão do líquido extracelular e crescimento fetal; 
− A retenção de líquidos é responsável pelo aumento de 
volume plasmático -> Aumento do DC e aumento do fluxo 
plasmático renal. 
− Retenção de sódio -> aumenta a secreção de aldosterona 
pela suprarrenal, por conta do efeito natriurético da 
progesterona. → para conservar o sódio, quando a taxa 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
de filtração glomerular aumenta em torno de 50%, surge 
um mecanismo compensatório pelo sistema renina 
angiotensina. 
• Ferro 
− Necessidade maior durante a gravidez por conta do 
aumento da massa eritrocitária; 
− Necessidade de 30 – 60 mg/dia de Sulfato ferroso 
principalmente no 2º e 3º trimestre e durante a lactação; 
• Iodo 
− Diminuído durante o período gestacional; necessária a 
suplementação. 
• SISTEMA CARDIOVASCULAR 
− Aumento do DC, volume sanguíneo (volume plasmático), 
diminuição da resistência vascular periférica e PA; 
− As alterações hemodinâmicas já estão aparentes no início 
da gravidez; 
 Início da gravidez: 
− Vasodilatação periférica (aumento de NO) – fator 
vasoativo, relaxante, elaborado pelo endotélio vascular. 
− Aumento significativo da FC e DC; 
− A elevação progressiva na FC prossegue até a 28ª a 32ª 
semana, com acréscimo de 10 a 15 bpm; 
− O DC aumenta de 5 l/mim para 7 l/min (28ª-32ª semana) 
 A partir da 20ª semana: 
− O útero gravídico impede o retorno venoso para o coração 
quando a gestante fica na posição supina -> se ela ficar em 
decúbito lateral esquerdo, o DC é restaurado, pois irá 
descomprimir a veia cava; 
− Diminuição da PA; 
− A partir do 3º trimestre a pressão venosa dos membros 
inferiores aumenta 3 vezes, pela compressão do útero nas 
veias pélvicas. 
 
• Sistema Sanguíneo 
− Aumento cerca de 50% do volume plasmático, a partir da 
6ª semana; 
− O aumento do volume acarreta em hipovolemia, com 
diminuição da viscosidade sanguínea, levando a um 
quadro de hemodiluição. 
− A hipervolemia é uma resposta compensatória às 
demandas do útero hipertrofiado, com necessidade de 
equilíbrio pelo menor retorno venoso, devido a 
compressão da veia cava inferior; 
− Os eritrócitos aumentam 15% em torno de 32 semanas, 
mas esse aumento é ofuscado pelo aumento de 50% do 
volume plasmático, logo, os índices que dependes do 
volume plasmático caem -> hemácias, hematócrito e 
concentração total de hemoglobina; o acarreta em uma 
anemia fisiológica da gestação. 
− Ocorre um aumento no número de leucócitos e uma 
queda no número de plaquetas; 
− Hipercoagubilidade – aumento de fibrinogênio. 
 
• SISTEMA RESPIRATÓRIO 
− O aumento sanguíneo e a vasodilatação promovem uma 
hiperemia e edema das VAS. 
− Mudança na caixa torácica (4 a 7 cm) e no diafragma; 
− Relaxamento nos ligamentos da costela, ângulo subcostal; 
menor complacência torácica -> maior esforço. 
− No 1º trimestre o volume corrente aumenta; a FR não se 
altera; a progesterona promove estímulo no centro 
respiratório no SNC; pela elevação do diafragma o volume 
residual diminui e o volume de reserva expiratório 
também, diminuindo assim a capacidade residual 
funcional em 20%. 
 Hiperventilação na gravidez:− O equilíbrio ácido-base facilita a troca gasosa no pulmão; 
− A PO2 eleva-se no sangue materno; 
− A PCO2 diminui, facilitando o transporte placentário do 
CO2 fetal para a circulação materna. 
→ Mecanismo de dispneia fisiológica devido aos 
efeitos da progesterona no centro respiratório 
no SNC e do aumento de consumo de O2 -> 
alcalose respiratória compensada 
 
• SISTEMA DIGESTIVO 
− 1º e 2º trimestre: menos secreção gástrica; 
− O SGI tem uma atonia (relaxamento); 
− Esvaziamento gástrico e trânsito intestinal mais lento 
− Comprometimento da contração da vesícula biliar -> 
estase; que junto ao aumento do colesterol, propicia o 
aparecimento de cálculos biliares. 
 
• MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS 
• Prolactina 
− A adenohipófise aumenta sua produção 2/3 vezes mais; 
▪ Hiperplasia das células produtoras de prolactina; 
▪ 10 vezes mais que o volume normal. 
− Os hormônios tireoidianos tem sua função alterada por 
conta de: 
▪ Aumento dos níveis de globulina carreadora de 
hormônios tireoidianos; 
▪ Estímulo da glândula pelo HCG → compensatório da 
produção de T3 e T4, visando manter a concentração 
adequada de hormônios livres. 
PRÉ – NATAL 
 Mínimo de 6 consultas: 
▪ 1: 1º trimestre 
▪ 2: 2º trimestre 
▪ 3: 3º trimestre 
 Manual do MS: 
▪ Até 28ª semana: mensal 
▪ 28ª – 36ª semana: quinzenal 
▪ 36ª – 41ª semana: semanal 
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• Exames: 
 Hemograma: 1ª consulta e 3º trimestre. 
 Tipagem sanguínea e fator Rh 
▪ Se o fator Rh der negativo, realizar o Coombs 
indireto -> quando coombs positivo, administrar 
soro anti Rh; 
 Glicemia de jejum: 1ª consulta e 3º trimestre; 
 Urocultura e urina tipo I: 1ª consulta e 3º trimestre; 
 Teste rápido para sífilis e/ou VDRL: 1ª consulta e 3º 
trimestre. 
▪ VDRL – não treponêmico (não específico); 
▪ Ftbas – treponêmico (específico). 
 HIV teste rápido: 1ª consulta; 
 Sorologia para toxoplasmose: IgM e IgG; repetir em 
alguns meses; 
• Consulta: 
 DUM: Regularidade no ciclo, anticoncepcionais, paridade, 
intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas, detalhes 
de gestações prévias, medicações, IST’s, uso de drogas [...] 
 Cálculo da DPP: 
 
 
 Ganho de peso 
• < 18,5 kg/m² - baixo peso -> 12,5 – 18 
• 18,8 – 24,9 – adequado -> 11,5 – 16 
• 25 – 29,9 – sobrepeso -> 7 – 11 
• > 30 – obesidade -> 5 – 9 
Scanned with CamScanner
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
 
 
 
 
GRAVIDEZ DE ALTO RISCO 
Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da 
mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances 
de serem atingidas que as da média da população 
considerada”. 
Uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de 
risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou 
durante o trabalho de parto. Portanto, há necessidade de 
reclassificar o risco a cada consulta pré-natal e durante o 
trabalho de parto. A intervenção precisa e precoce evita os 
retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave, 
morte materna ou perinatal. 
Os marcadores e fatores de risco gestacionais se dividem em: 
1. Características individuais e condições 
sociodemográficas desfavoráveis: 
• Idade maior que 35 anos; 
• Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 
anos; 
• Altura menor que 1,45m; 
• Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg 
(IMC30); 
• Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; 
• Situação conjugal insegura; 
• Conflitos familiares; 
• Baixa escolaridade; 
• Condições ambientais desfavoráveis; 
• Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
• Hábitos de vida – fumo e álcool; 
• Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga 
horária, rotatividade de horário, exposição a agentes 
físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse. 
 
 
2. História reprodutiva anterior: 
• Abortamento habitual; 
• Morte perinatal explicada e inexplicada; 
• História de recém-nascido com crescimento restrito 
ou malformado; 
• Parto pré-termo anterior; 
• Esterilidade/infertilidade; 
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior 
que cinco anos; 
• Nuliparidade e grande multiparidade; 
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; 
• Diabetes gestacional; 
• Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais 
cesáreas anteriores). 
 
 
 
3. Condições clínicas preexistentes: 
• Hipertensão arterial; 
• Cardiopatias; 
• Pneumopatias; 
• Nefropatias; 
• Endocrinopatias (principalmente diabetes e 
tireoidopatias); 
• Hemopatias; 
• Epilepsia; 
• Doenças infecciosas (considerar a situação 
epidemiológica local); 
• Doenças autoimunes; 
• Ginecopatias; 
• Neoplasias. 
 
 Os outros grupos de fatores de risco referem-se a 
condições ou complicações que podem surgir no 
decorrer da gestação transformando-a em uma 
gestação de alto risco: 
 
1. Exposição indevida ou acidental a fatores 
teratogênicos. 
2. Doença obstétrica na gravidez atual: 
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de 
fetos e volume de líquido amniótico; 
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; 
• Ganho ponderal inadequado; 
• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; 
• Diabetes gestacional; 
• Amniorrexe prematura; 
• Hemorragias da gestação; 
• Insuficiência istmo-cervical; 
• Aloimunização; 
• Óbito fetal. 
3. Intercorrências clínicas: 
• Doenças infectocontagiosas vividas durante a 
presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, 
rubéola, toxoplasmose etc.); 
• Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez 
nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias). 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO 
A Síndrome Hipertensiva Gestacional (SHEG) é uma doença 
multissistêmica, que acontece ao final do período gestacional 
e se apresenta em várias formas clínicas, estando em 
evidência a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia (PE), a 
eclâmpsia e a síndrome de HELLP. 
• Essa síndrome determina-se por hipertensão arterial, 
seguida de proteinúria e/ou edema, sendo estes 
chamados tríade da SHEG. → Seu diagnóstico é realizado 
por volta da 24ª semana gestacional (decorrente de 
alterações ocorridas na invasão trofoblástica. 
É categorizada em duas formas básicas: 
 A PE, forma não convulsiva, marcada pelo início da 
hipertensão aguda após a 20ª semana de gestação; 
 E a eclâmpsia, que é uma emergência hipertensiva 
caracterizada pelos episódios convulsivos consequentes 
aos efeitos cerebrais intensos da PE. 
SHEG apresenta-se, em primeiro lugar, dentre as afecções 
provenientes do período gestacional e puerperal, além de ser 
a primeira causa de morte materna do país, especialmente, 
quando se tratam das suas formas mais graves, como a 
eclâmpsia e a síndrome HELLP. 
O diagnóstico de hipertensão arterial na gravidez é feito 
quando os níveis pressóricos são iguais ou superiores a 
140/90 mmHg. 
A Síndrome Hipertensiva da Gestação pode ser classificada 
então em quatro formas distintas: 
1) pré-eclâmpsia/eclâmpsia (doença hipertensiva específica 
da gravidez) quando a hipertensão arterial surge após 20 
semanas de gestação e associada à proteinúria (≥ 0,3g de 
proteína em urina de 24 horas ou ≥ 2 cruzes em uma amostra 
urinária); 
2) hipertensão crônica de qualquer etiologia quando 
identificada antes da gestação ou antes de 20 semanas de 
gestação – PA ≥ 140 x 90 mmHg 
 3) pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica a 
paciente previamente hipertensa desenvolveu proteinúria 
após 20 semanas de gestação – PA ≥ 160 x 100 mmHg 
4) hipertensão gestacional quando a manifestação ocorreu 
após a 20ª semana de gestação. 
PRÉ-ECLÂMPSIA 
Suas manifestações clínicas podem ser definidas pelo 
desenvolvimento gradual de hipertensão, proteinúria e 
edema generalizado. 
FISIOPATOLOGIA: 
• Implantação anormal da placenta no leito uterino, devido 
à ausência da segunda onda de invasão trofoblástica, que 
ocorre no 2º trimestre(16ª – 20ª semana). 
• Liberação placentária de fatores que interferem na ação 
do fator de crescimento endotelial (VEGF) e do fator de 
crescimento placentário (PIGF); 
− 1ª onda: destruição da capa musculoesquelética das 
artérias espiraladas no seu segmento tecidual; 
− 2ª onda: consome o segmento miometral; 
Essas ondas acabam convertendo as artérias em vasos de 
baixa resistência. Em gestantes com pré-eclâmpsia, a segunda 
onda não ocorre, dessa forma, a resistência arterial não cai e 
os vasos permanecem estreitos, desenvolvendo isquemia 
placentária. Sendo assim, a hipoperfusão placentária fica mais 
pronunciada com a progressão da gestação, uma vez que a 
vascularização uterina anormal é incapaz de acomodar o 
crescimento do fluxo sanguíneo para o feto e para a placenta, 
levando à injúria do endotélio vascular (radicais livres e 
toxinas). 
− A isquemia placentária e a hipóxia determinam lesão do 
endotélio vascular, agregação plaquetária (alta de 
tromboxano) bem como obstrução do fluxo sanguíneo 
placentário. 
− A hipóxia placentária também aumenta a produção de 
peróxidos lipídicos que prejudicam a síntese de 
prostaciclina, potente vasodilatador. 
• O aumento de tromboxano e a diminuição de 
prostaciclina, sensibiliza os vasos à ação da angiotensina 
II e noradrenalina, promovendo espasmos arteriolar 
placentário e sistêmico – evento básico dos distúrbios 
hipertensivos na gestação. 
− A lesão endotelial além de aumentar a reatividade 
vascular e causar o desenvolvimento da hipertensão 
arterial, também favorece a deposição de fibrina nos 
leitos vasculares, deflagrando eventos de coagulação 
intravascular disseminada. 
− Ocorre a permeabilidade vascular aumentada 
secundariamente à lesão endotelial, promovendo o 
edema periférico aumentado (aumento da pressão 
hidrostática). 
 
• TEORIA DO ESTRESSE OXIDATIVO: 
− A hipoxemia placentária é responsável pela 
geração de radicais livres derivados de O2, 
ganhando acesso à circulação e levando a danos 
endoteliais. 
− A mobilização de ácidos graxos das reservas 
adiposas parece diminuir a eficácia da albumina 
plasmática como protetora dos tecidos contra 
agressões pelos radicais livres. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
 
 
 
Na gestação normal há invasão completa do citotrofoblasto e 
remodelamento das artérias espiraladas maternas. Na pré-eclâmpsia, 
a invasão do citotrofoblasto é superficial e limitada a regiões mais 
externas da decídua basal. Dessa forma, as artérias espiraladas não 
sofrem remodelamento devido à invasão. 
PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE 
 PA sistólica > 140 mmHg; 
 PA diastólica > 90 mmHg; 
 Edema; 
 Proteinúria > 0,3 g/ 24h; 
 Albuminúria; 
PRÉ-ECLÂMPLSIA GRAVE 
 PA sistólica > 160 mmHg; 
 PA diastólica > 110 mmHg; 
 Proteinúria > 5 g/ 24h; 
 Cefaleia occiptal; 
 Visão turva, dupla, escotomas; 
 Epigastralgias; 
 Dor abdominal lateralizada à direita. 
 
SÍNDROME DE HELLP 
Hemólise 
ELevação das enzimas hepáticas 
LP (low platelets) baixa contagem de plaquetas. 
A síndrome HELLP pode se manifestar de diversas formas, 
sobretudo no 3º trimestre da gestação, entretanto, pode 
ocorrer raramente no 2º trimestre. 
As apresentações clínicas mais frequentes: 
• medidas da pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg 
(em 82 a 88% dos casos); 
• Proteinúria (em 86 a 100% das vezes); 
• Epigastralgia ou dor no quadrante superior direito (QSD) 
do abdômen; 
• Cefaleia frontal (é a segunda queixa mais frequente, em 
48%); 
• Náuseas e vômitos (em 34%); 
• Escotomas visuais (em 5 a 10%). 
As alterações laboratoriais que acompanham a síndrome 
HELLP são: aspatato transaminase (AST) superior a 70 U/L, 
desidrogenase lática (LDH) acima de 600 U/L e plaquetas 
abaixo de 100.000 µ/L. O encontro de esquizócitos à 
hematoscopia é um indicador de início da síndrome. 
 
 
• TEORIA DA SUSCETIBILIDADE GENÉTICA 
− Mutação de Leiden, que torna o fator V mais 
resistente à inativação pela proteína C; 
− Gene AGI e EPHX (regula produção de epóxido 
hidrolase, enzima microssomal hepática 
envolvida no metabolismo de toxinas); 
− Menor produção de NO endotelial, por defeito 
do íntron β do óxido nítrico sintetase. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
IMINÊNCIA DE ECLÂMPSIA 
Corresponde ao quadro de pré-eclâmpsia grave, 
caracterizado clinicamente por sinais de: 
• Encefalopatia hipertensiva; 
• Dor epigástrica e no hipocôndrio direito; 
• Cefaleia; 
• Alterações visuais; 
 
ECLÂMPSIA 
A eclâmpsia é definida como um episódio primário de 
convulsão, durante a gestação ou no pós-parto, não 
relacionada com outras condições patológicas referidas ao 
sistema nervoso central, presente em gestantes com pré-
eclâmpsia. 
As crises convulsivas na eclâmpsia costumam ser 
generalizadas e têm duração de cerca de 1 minuto, são 
acompanhadas comumente por cefaleia, alterações visuais, 
epigastralgia e dor no quadrante superior direito; pode evoluir 
para coma. 
• CAUSAS: 
− Vasoespasmo cerebral com isquemia local – diminuição 
de calibre difuso ou local das grandes artérias cerebrais. 
− Encefalopatia hipertensiva; 
− Edema vasogênico – quebra da barreira 
hematoencefálica (fluído escapa para o parênquima). 
− Dano endotelial. 
ECLÂMPSIA TARDIA 
Manifestação que se dá entre 48 horas e quatro semanas de 
pós-parto. A eclâmpsia tardia pode acometer tanto pacientes 
previamente normotensas como as que apresentem história 
de pré-eclâmpsia durante a gravidez. 
Proteinúria e hipertensão arterial sistêmica podem estar 
presentes ou ausentes, além de existirem sinais e sintomas 
considerados prodrômicos que podem auxiliar no diagnóstico 
de eclâmpsia tardia, como: cefaleia intensa, distúrbios visuais, 
epigastralgia intensa, apreensão e hiperreflexia, porém nem 
sempre todos esses sintomas se encontram presentes. 
 
 
 
 
 
PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
 
 
 
É importante alertar que uma gestação que está 
transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer 
momento, durante a evolução da gestação ou durante o 
trabalho de parto. Portanto, há necessidade de reclassicar o 
risco a cada consulta pré-natal e durante o trabalho de parto. 
A intervenção precisa e precoce evita os retardos assistenciais 
capazes de gerar morbidade grave, morte materna ou 
perinatal. 
Todos os profissionais que prestam assistência a gestantes 
devem estar atentos à existência dos fatores de riscos e devem 
ser capazes de avaliá-los dinamicamente, de maneira a 
determinar o momento em que a gestante necessitará de 
assistência especializada ou de interconsultas com outros 
profissionais. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
Uma vez encaminhada para acompanhamento em um 
serviço especializado em pré-natal de alto risco é importante 
que a gestante seja orientada a não perder o vínculo com a 
equipe de atenção básica ou Saúde da Família que iniciou o 
acompanhamento. Por sua vez esta equipe deve ser mantida 
informada a respeito da evolução da gravidez e tratamentos 
administrados à gestante por meio de contra referência e de 
busca ativa das gestantes em seu território de atuação, por 
meio da visita domiciliar. 
A estruturação da rede implica na disponibilidade de serviços 
de pré-natal para o baixo e alto risco, planejamento familiar, 
serviços especializados para atendimento das emergências 
obstétricas e partos incluindo os de alto risco, leitos de UTI 
neonatal e para adultos, leitos de berçário para cuidados 
intermediários, assim como, eventualmente, a constituição de 
casas de apoio a gestantes de risco com diculdades de acesso 
geográ- co ou a puérperas que sejam mães de bebês que 
necessitam permanecer internados. Também implica na 
humanização do atendimento por meio da sensibilização e da 
atualização prossional das equipes do sistema como um todo. 
• Consultas médicas e/ou de enfermagem eventuais; 
• Revisão da ficha de acompanhamento pré-natal e do 
cartão da gestante, avaliação da situaçãovacinal, 
avaliação clínica e obstétrica, avaliação dos resultados de 
exames com os devidos encaminhamentos e solicitação 
de outros se necessário. Atenção especial para as 
condições e agravo(s) específico(s) com análise das 
repercussões mútuas entre as condições clínicas da 
gestante e a gravidez; 
• Prescrição de sulfato ferroso a partir da 20º semana até a 
6ª semana pós-parto; reforçar o uso do ácido fólico 
durante a gravidez; prescrição de outros medicamentos 
quando indicados. 
• Atendimento prioritário, toda vez que a gestante 
apresentar algum sintoma e/ou sinal de alerta; 
• Atendimento prioritário, caso seja identificada alguma 
anormalidade nos resultados dos exames disponibilizados 
à unidade, independente do cronograma de consultas 
estabelecido; 
• Estabelecimento do contato com a gestante/familiar para 
reagendamento da consulta; Estabelecimento de contato 
com a unidade de atenção primária de origem, caso não 
consiga comunicação com a gestante e/ou familiar, de 
forma a garantir a continuidade do cuidado pré-natal; 
• Exames complementares segundo protocolo, ou de 
acordo com o caso. 
• Instrumentos de acompanhamento clínico: prontuário, 
ficha de acompanhamento do pré-natal, cartão da 
gestante, cartão de vacinação, cartilha de orientação à 
gestante, relatórios de encaminhamento; 
• Materiais de informação, educação e comunicação; 
• Documentos de apoio: documento técnico da linha de 
cuidado, protocolos clínicos, protocolos de serviços de 
saúde, manuais técnicos; 
• Agenda compartilhada com os profissionais envolvidos; 
 
MANEJO CLÍNICO PARA AS DHEG 
• Inibidores de ECA são contraindicados, pois o risco de 
anormalidades urinárias fetais é maior. 
• BRAs são contraindicados porque aumentam o risco de 
disfunção renal fetal, hipoplasia pulmonar, malformações 
ósseas e morte. 
• Antagonistas de aldosterona (espironolactona e 
eplerenona) devem ser evitados, pois podem causar 
feminização do feto masculino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
 
 
 
 
 DIAGNÓSTICO EXAMES FÁRMACOS TRATAMENTO 
HIPERTENSÃO 
LEVE A 
MODERADA 
(Crônica ou 
gestacional) 
PA sistólica de 140-159 
mmHg e PA diastólica de 
90-109 mmHg. 
A aferição da PA é o suficiente. Mulheres que tomavam 
metildopa, um 
betabloqueador, um 
bloqueador dos canais de 
cálcio ou uma combinação 
antes da gestação devem 
continuar a tomar esses 
medicamentos. No entanto, os 
inibidores da ECA e BRAs 
devem ser suspensos assim 
que a gestação é confirmada. 
Atividade física reduzida 
parece diminuir a PA. 
Porém, se essa medida 
conservadora não diminuir a 
PA, terapia medicamentosa. 
HIPERTENSÃO 
GRAVE 
(Crônica ou 
gestacional) 
PA sistólica ≥ 160 mm Hg 
ou PA diastólica ≥ 110 mm 
Hg. 
A PA é verificada habitualmente em 
todas as visitas pré-natais. Se a 
hipertensão grave ocorrer pela 
primeira vez em gestantes que não 
têm gestação múltipla ou doença 
trofoblástica gestacional, exames de 
ultrassom para excluir outras causas 
da hipertensão, devem ser 
considerados. 
• Metildopa 
• Betabloqueadores 
• Bloqueadores do canal 
de cálcio 
 
Para PA sistólica > 185 mm 
Hg ou PA diastólica > 110 
mm Hg, avaliação imediata é 
necessária. Múltiplas drogas 
são geralmente necessárias. 
Além disso, hospitalização 
pode ser necessária durante 
boa parte final da gestação. 
Se a condição clínica da 
mulher piorar, pode-se 
recomendar a interrupção 
da gestação. 
PRÉ-
ECLÂMPSIA 
• PA ≥ 140/90 mmHg, 
após 20 semanas de 
gestação, em 
pacientes 
previamente 
normotensas; 
• Proteinúria ≥ 0,3 g/24 
horas ou uma cruz na 
leitura com fita; 
• Edema geralmente 
nos membros 
inferiores, face, mãos, 
anasarca. 
Com o hemograma avalia-se a 
relação de dois biomarcadores: o 
fator de crescimento placentário 
(PlGF) e a tirosina quinase-1. 
 
- Ecografia - rastrear crescimento 
fetal restrito; 
- Cardiotocografia; 
- Volume do líquido amniótico; 
- Dopplervelocimetria. 
• Metoprolol. 
• Sulfato de magnésio 
(MgSO4) 
• Anti-hipertensivos 
Tratamento farmacológico. 
ECLÂMPSIA • Agravamento da pré-
eclâmpsia; 
• Ocorrência de 
convulsão. 
Como é um agravamento da pré-
eclâmpsia, os exames são os 
mesmos. 
• Sulfato de magnésio 
(MgSO4) 
• Hidralazina – para crise 
hipertensiva. 
 
O tratamento definitivo é a 
interrupção da gestação, 
entretanto, algumas vezes, é 
possível aguardar o 
amadurecimento fetal para 
a realização do parto. A 
conduta clínica na eclâmpsia 
é representada pelo 
tratamento das convulsões 
e da hipertensão arterial 
sistêmica. 
A manutenção da 
medicação 
anticonvulsivante deve ser 
feita por 24 horas após o 
parto, podendo ser 
substituída por Fenitoína; ou 
Benzodiazepínicos como 
Diazepam: se as convulsões 
persistirem. 
HELLP Complicação da pré-
eclâmpsia; 
PA ≥ 140 x 90 mmHg; 
Proteinúria; 
Dor epigástrica e no QSD; 
Cefaleia frontal; 
- Tomografia computadorizada; 
- Avaliação laboratorial básica inclui 
hemograma completo com 
contagem de plaquetas e esfregaço 
sanguíneo, tempo de coagulação e 
dosagem sérica; 
 
• Opioides 
• Sulfato de Magnésio IV: 
(6g + 2-3g/h) 
• Anti-hipertensivos se PA 
for ≥ 160 x 105 mmHg. 
A corticoterapia está 
indicada nas gestações com 
menos de 34 semanas. 
Transfusão de plaquetas 
quando há sangramentos 
significativos ou quando os 
níveis plaquetários estão 
abaixo de 20.000/mm. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/abordagem-%C3%A0-gestante-e-cuidados-pr%C3%A9-natais/avalia%C3%A7%C3%A3o-da-paciente-obst%C3%A9trica#v1154267_pt
Scanned with CamScanner
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SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
PARTO EUTÓCITO E DISTÓCICO 
Parto Eutócico 
O parto eutócico é um parto normal, no qual não se verificam 
alterações e que se inicia e conclui de forma espontânea, sem 
necessidade de intervenção médica. Neste tipo de parto, o 
feto encontra-se em posição fetal cefálica e flexionada e a sua 
saída é vaginal. 
Parto Distócico 
O parto distócico requer intervenção médica; a identificação 
de distocias é feita pela observação da dilatação cervical e 
descida da apresentação. A contratilidade uterina torna-se 
ineficiente para dilatar o colo e atuar no progresso do parto, 
ou então a atividade uterina pode ser exagerada, capaz de 
provocar parto rápido e precipitado. 
As causas que provocam um parto distócico podem ser 
variadas. Distocia é qualquer dificuldade de origem fetal ou 
materna no progresso normal do parto. Num parto normal ou 
eutócico ocorrem uma sequência de vários fenômenos: 
contrações uterinas rítmicas e coordenadas, modificação e 
dilatação do colo do útero e descida do bebé através do canal 
de parto. Por outro lado, num parto distócico, pode existir 
um atraso, um bloqueio ou uma limitação destas sequências, 
o que faz com que o parto se prolongue excessivamente e 
que seja necessária uma intervenção médica para evitar 
riscos na saúde da mãe e do bebê. Alterações em um dos três 
fatores fundamentais que participam do parto: 
• Trajeto (pelve e partes moles) – caracteriza a distocia do 
trajeto; 
• Força motriz ou contratilidade uterina – caracteriza a 
distocia funcional; 
• Objeto – caracteriza a distocia fetal; 
 
I. Distocias maternas: 
• Distocias mecânicas (trajeto): Podem ser ósseas ou das 
partes moles. As distocias ósseas afetam a posição dos 
ossos da pélvis, que dificultam a saída da cabeça do bebê 
por falta de espaço. Esta desproporção cefalo-pélvica 
diagnostica-se quando a mulher já tem dilatação. 
As distocias das partes moles encontram-se dentro do 
próprio útero ou no canal de parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Distocias dinâmicas (funcional): É um conjunto de 
anomalias na atividade contrátil do útero que interferem 
no parto. Podem provocar transtornos na frequência ou 
na intensidade das contrações. Dividem-se em 
hiperdinâmicas (contrações fortes ou muito frequentes), 
hipodinâmicas (contraçõesfracas ou pouco frequentes) e 
descoordenações uterinas (contrações não ritmadas): 
 
▪ Hipoatividade: contrações apresentam frequência e/ou 
intensidade menores que as adequadas para o momento 
do parto observado, sendo assim o trabalho progride 
lentamente ou se interrompe. O tratamento é infusão de 
ocitocina em doses fisiológicas; 
▪ Hiperatividade: contrações apresentam frequência e/ou 
intensidade maiores que as adequadas para o momento 
do parto observado, é consequência do aumento da força 
de contração das fibras uterinas, sendo que o excesso 
dessas contrações pode levar ao sofrimento fetal agudo 
ou rotura uterina. O tratamento seria colocar a paciente e 
decúbito lateral, pois reduz a frequência das contrações. 
▪ Hipotonia: o tônus uterino está diminuído (inferior a 8 
mmHg) e, em geral, associado a hipoatividade; 
▪ Hipertonia: o tônus uterino (maior que 10 mmHg), divido 
em leve (entre 12 e 20), moderado (entre 20 e 30) e grave 
(superior a 30). 
▪ Inversão do tríplice gradiente descendente: 
predominância da atividade nas partes baixas do útero. 
Podendo ser total: afetando intensidade, duração e 
propagação; ou parcial: afetando um ou dos 
componentes desses, com contrações totalmente 
ineficazes para dilatar o colo (tendem a fechá-lo). 
▪ Incoordenação uterina: partes diferentes do útero 
contraem de forma independente e assincrônica, 
impedindo que o útero alcance o máximo de contrações 
simultaneamente. 
 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
II. Distocias do estado fetal (objeto): 
 
• Tamanho fetal: > 400 g ou quando, mesmo não tendo um 
peso aumentado, a bacia materna não apresenta 
diâmetros que permitam a sua passagem, ao que se 
denomina desproporção cefalo-pélvica. 
Deve-se tentar identificar uma distócia pelo tamanho fetal 
preferencialmente antes do trabalho de parto efetivamente, o 
que pode ser evidenciado de diversas maneiras: 
• Altura uterina acima do percentil 95 para idade 
gestacional; 
• Presença de edema suprapúbico e membros inferiores 
sem insinuação do pólo cefálico no estreito superior 
da bacia; 
• Estimativa do peso fetal por meio de ultrassonografia 
obstétrica; 
• Prova de trabalho de parto – caracteriza-se a parada 
secundária de dilatação pelo partograma. 
 
 
• Distocia de biacromial: Trata-se de complicação grave 
que pode ocorrer no trabalho de parto, quando a 
apresentação é cefálica e, após o desprendimento do pólo 
cefálico, os ombros não se soltam e não há outros fatores 
que impeçam seu desprendimento. 
− Associa-se frequentemente a obesidade materna, ao 
pós-datismo e à diabetes gestacional; 
− A distocia de ombros, como também é chamada, pode 
causar graves consequências à parturiente – como 
lacerações, atonia uterina, rotura uterina ou disjunção 
da sínfise púbica – e ao feto – lesões de plexo braquial, 
fratura de clavícula ou úmero, podendo evoluir para 
óbito intraparto ou neonatal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Anormalidades de situação e apresentação
 
 
MECANISMO DE PARTO 
 
Conjunto de movimentos que o feto é compelido a realizar na 
sua passagem no canal de parto. 
• Passivos; 
• Compulsórios; 
• Independem da vida do feto (vitalidade); 
• Resultantes de forças (contração uterina e abdominal); 
• Interação com os planos diversamente inclinados 
(acidentes topográficos da pelve); 
Adaptação dos diâmetros maiores do feto aos maiores 
diâmetros da pelve; 
• Movimentos acessórios: 
▪ Flexão: apresentação cefálica “queixo no peito”; 
▪ Deflexão: apresentação cefálica defletida “nuca nas 
costas”. 
 Na apresentação cefálica de 2º grau o bebê não nasce 
de parto normal, pois o maior o diâmetro é occipício-
fronte. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÕES CEFÁLICAS FLETIDAS 
 Estreito superior 
 
 
 
 Plano zero 
 
 INSINUAÇÃO 
Consiste na passagem do diâmetro biparietal pelo estreito 
superior da bacia. A sutura sagital é a linha de orientação e 
corresponde, na maioria das vezes, ao diâmetro transverso do 
estreito superior. No início do trabalho de parto, a cabeça fetal 
está em moderada flexão e, para se acomodar ao estreito 
superior, acentua a posição de flexão no sentido de diminuir 
os diâmetros de insinuação. As contrações uterinas obrigam a 
cabeça a executar um movimento de báscula, e, 
progressivamente, ocorre a substituição dos diâmetros 
maiores por outros menores, até atingir o diâmetro da flexão 
fisiológica da cabeça: suboccipitobregmático (9,5cm). 
Ocorrem, também, movimentos de inclinação lateral da 
apresentação, denominados assinclitismo: 
Se o bebê lateralizar a cabeça para o sacro e apresentar a placa 
sagital para o púbis será anterior; se ele lateralizar a cabeça 
para o púbis e apresentar a placa sagital para o sacro, o 
movimento será posterior. 
DESCIDA 
É a continuação da insinuação em que a cabeça penetra no 
estreito médio (planos 0, +1,+2,+3... DeLee). 
Quando a cabeça fetal está no plano zero de De Lee, diz-se 
que ela está insinuada. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
ROTAÇÃO INTERNA 
Tem, como finalidade, colocar a linha de orientação no 
diâmetro anteroposterior do estreito inferior da bacia 
materna. O ponto de referência da posição, a fontanela 
lambdoide, localiza-se abaixo do púbis. 
 
A rotação interna levará a sutura sagital a se orientar no 
sentido anteroposterior da saída do canal (OP ou OS) – vai de 
encontro ao plano inclinado formado pelo músculo elevador 
do ânus (forma uma goteira mediana) Ocorre a penetração das 
espáduas através do estreito superior da bacia. 
DESPRENDIMENTO CEFÁLICO 
Ao término da rotação interna, a cabeça fetal desprende-se do 
estreito inferior, com o auxílio da retropulsão do cóccix, que 
aumenta o diâmetro de 9 para 11cm. 
• Com a cabeça fletida, toma-se ponto de apoio 
(hipomóclio) a sínfise púbica, deslizando ao redor dela em 
forma de arco; esse desprendimento cefálico se faz por 
movimento de deflexão. 
 O desprendimento da cabeça pode ser explicado pelo fato de, 
ao chegar à vulva, ser solicitado por 2 forças que atuam em 
sentido convergente: a contração uterina, propulsora no 
sentido da menor resistência (fenda vulvar), e a contrapressão 
do períneo. 
ROTAÇÃO EXTERNA 
Também denominada movimento de restituição, por voltar o 
occipício à orientação observada antes da rotação interna. 
DESPRENDIMENTO 
Nesse momento estando as espáduas no maior diâmetro do 
estreito inferior (ântero-posterior), o ombro anterior vai se 
colocar sob a arcada púbica impelindo para trás o coccige 
materno. 
− Desprendimento do ombro anterior; 
− Desprendimento do ombro posterior. 
 
 
PERÍODOS CLÍNICOS DO TRABALHO DE PARTO 
• PERÍODO PREMUTÓRIO 
 Caracteriza-se por adaptações fisiológicas, com duração 
extremamente variável, que antecedem o trabalho de 
parto; 
 Dores que podem se iniciar semanas antes do parto; por 
ação da ocitocina no músculo. A qual leva a um aumento 
gradual da atividade uterina – contrações com ritmo 
irregular e incoordenadas; 
 Amadurecimento do colo uterino – amolecimento, 
alteração da sua orientação no eixo vaginal e princípio do 
seu encurtamento (apagamento); 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 Acomodação do pólo fetal ao estreito superior da pelve; 
 Aumento das secreções cervicais – perda do tampão 
mucoso – eliminação de muco, por vezes acompanhado 
de sangue; 
 Descida do fundo uterino, caracterizado por seu 
abaixamento em cerca de 2 a 4 cm. 
PERÍODO DE CONTRAÇÃO E DILATAÇÃO 
A duração do período varia entre nulíparas e multíparas: 
Nulíparas podem permanecer em trabalho de parto em até 24 
horas. 
• O diagnóstico do trabalho de parto é firmado na presença 
dos seguintes fatores: contrações uterinas rítmicas e 
coordenadas, com frequência de 2 a 5 eventos a cada 10 
minutos e duração de 45 a 60 segundos. 
Em cada episódio, pode ser observada uma fasede 
contração, que dura de 40 a 60 segundos, e outra de 
relaxamento, com duração de até 120 segundos. 
A intensidade mínima necessária para haver dilatação do 
colo é de 15mmHg. 
 Miométrio: sensibilidade, excitabilidade, elasticidade, 
contratilidade e tonicidade. 
• Sensibilidade do útero é pequena, restrita ao colo uterino. 
• O útero apresenta atividade contrátil durante toda a 
gestação. 
As contrações são de 2 tipos: 
• Generalizadas e de intensidade entre 10 e 20mmHg, que 
se difundem por todo o útero, chamadas contrações de 
Braxton Hicks; 
• Contrações pequenas e localizadas, com intensidade 
entre 2 e 4mmHg. Todas elas são indolores e têm por 
efeito facilitar a circulação útero-placentária e possibilitar 
a formação do segmento inferior e a acomodação fetal. 
Até a 30ª semana de gestação, a atividade uterina é discreta 
intensificando-se ao se aproximar do termo da gestação. 
Frequentemente, nas 2 últimas semanas que precedem o 
parto, as contrações uterinas adquirem os caracteres 
peculiares àquelas do parto. O tônus uterino durante a 
gestação situa-se entre 3 e 8mmHg. 
A atividade uterina é controlada por fatores neuro-
hormonais, com papel de destaque para a ocitocina. 
 
 
Dilatação cervical: é o aumento do diâmetro do colo uterino 
de milímetros até a dilatação completa (10 cm). 
Causas: contrações uterinas e suas consequências (pressão da 
apresentação e aumento da pressão hidrostática da bolsa 
amniótica). 
• Esvaecimento ou apagamento do colo: é a incorporação 
do colo à cavidade uterina. 
- Ao toque vaginal: fino - médio – grosso 
 
 
• O período de dilatação pode ser subdividido em 2 
etapas: 
− Fase de Latência: caracterizada pela presença de 
contrações regulares e pelo começo da dilatação, e que 
tem duração média de 8 horas. 
− Fase Ativa: Aumento rápido da velocidade de dilatação 
(de 5cm a 9cm); Durante a fase ativa do trabalho de parto, 
espera-se dilatação média de 1,2cm por hora nas 
primíparas e de 1,5cm por hora nas multíparas. 
O partograma é iniciado quando há uma dilatação de 6 
cm. 
 
 
 
Efeitos das contrações sobre o organismo materno: 
• Elevação da PA, principalmente sistólica; 
• Elevação da FC por aumento do retorno venoso 
à custa do esvaziamento das paredes uterinas; 
• Compressão da aorta e veia cava inferior pelo 
útero. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
Padrão evolutivo de Friedman (divisão funcional do parto): 
 
 
PERÍODO EXPULSIVO 
• As contrações uterinas atingem intensidade e frequência 
máximas; com frequência de 5 contrações em 10 
minutos; 
• O tônus uterino eleva-se; 
• O efeito das contrações impele a apresentação para o 
canal do parto; 
• A pressão intra-abdominal eleva-se até 100 mmHg, à 
custa do abaixamento do diafragma e da prensa 
abdominal; 
• A impulsão do feto pelo canal do parto distende 
passivamente as fibras musculares da vagina; 
• A vulva fica entreaberta, o períneo distendido e abaulado 
e o ânus entreaberto até que o feto é expulso, 
descrevendo um mecanismo. 
• Duração normal da fase ativa do segundo período: 
Primíparas: cerca de 0,5–2,5 horas sem peridural e 1–3 
horas com peridural. 
 Multíparas: até 1 hora sem peridural e 2 horas com 
peridural. 
Obs: Peridural tira a dor das contrações, porém não 
impossibilita os movimentos da gestante, o que auxilia no 
parto. 
DEQUITAÇÃO 
Começa logo após o desprendimento do bebê e termina com 
a saída da placenta. 
Após a expulsão, ainda são observadas contrações uterinas 
indolores, menos frequentes, porém mais intensas. Tais 
contrações auxiliam a passagem do sangue da placenta para o 
recém-nascido, ajudam no descolamento, na descida e na 
expulsão da placenta e asseguram a hemostasia. 
A dequitação ocorre entre 5 e 10 minutos após o período 
expulsivo e é considerada prolongada quando ultrapassa 30 
minutos. 
O descolamento da placenta pode ocorrer por 2 mecanismos: 
- Descolamento central (Baudelocque-Schultze): observado 
em 75% dos casos e reconhecido pela presença de 
sangramento vaginal após a saída da placenta; 
- Descolamento marginal (Baudelocque-Duncan): observado 
em 25% dos casos e reconhecido pela presença de 
sangramento. 
A placenta descola-se da parede uterina no nível da camada 
esponjosa; a camada basal remanescente propiciará a 
reepitelização do endométrio. 
QUARTO PERÍODO – GREEMBERG 
Constituído pela 1ª hora após a dequitação. Nesse intervalo, 
esperam-se a estabilização dos sinais vitais maternos e a 
consolidação da hemostasia uterina. É muito importante 
observação atenta, para que sangramentos genitais anormais 
possam ser rapidamente diagnosticados. 
 A hemostasia uterina se dá por 2 mecanismos principais: 
− Miotamponamento (oclusão dos vasos miometriais pela 
retração muscular); 
− Trombotamponamento (os vasos são obliterados por 
trombose vascular). 
A perda sanguínea média total no parto vaginal é de, 
aproximadamente, 500ml. 
PARTOGRAMA 
É a representação gráfica do trabalho de parto que permite 
acompanhar analisar a dilatação cervical, contrações uterinas 
e apresentação fetal e, função do tempo. 
Objetivos: documentar, diagnosticar alterações e indicar a 
tomada de condutas apropriadas para a correção destes 
desvios, ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias. 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
• Eficaz e de baixo custo; 
• Detecta rapidamente o progresso normal ou os desvios 
na evolução do trabalho de parto, permitindo decisões 
clínicas mais rápidas; 
• Promove a redução de intervenções desnecessárias. 
 
Registrar as seguintes observações no primeiro período do 
trabalho de parto: 
• Frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora; 
• Pulso de 1 em 1 hora; 
• Temperatura e PA de 4 em 4 horas; 
• Frequência da diurese; 
• Exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma 
preocupação com o progresso do parto ou em resposta 
aos desejos da mulher (após palpação abdominal e 
avaliação de perdas vaginais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello 
 
 
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL 
Perfil biofísico fetal: avaliação de cinco parâmetros de 
vitalidade fetal, sendo quatro analisados pela ultrassonografia 
e o quinto pela cardiotocografia fetal. Está indicado para todas 
as gestantes de alto risco. 
Cada parâmetro recebe uma pontuação, sendo 0 quando está 
alterado ou ausente e 2 para o parâmetro presente ou normal. 
 
PARTO HUMANIZADO 
Parto humanizado é a denominação que se dá ao tipo de parto 
– normal ou cesárea, seja em hospital, casa de parto ou na 
própria casa da parturiente – em que o tratamento oferecido 
à mãe e ao seu bebê terá como premissa o respeito máximo 
às suas vontades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Humanização no tratamento e escolhas da gestante, 
como luz baixa, trilha sonora de sua preferência, liberdade 
para escolher a posição mais confortável, em que será 
oferecido um serviço humano e transformador para um 
evento familiar, emocionante e transformador; 
 Para a dor de um parto normal não se transformar em 
sofrimento, a gestante conta com uma serie de técnicas 
não invasivas para alívio de dor, como musicoterapia, 
acupuntura, banheira quente, massagens relaxantes, 
liberdade de se movimentar, se alimentar e até mesmo 
a possibilidade de analgesia caso a dor seja insuportável. 
O parto, principalmente o normal, era considerado um 
evento traumático, de puro sofrimento, pois a mãe não 
tinha direito a acompanhante, era obrigada a ficar na 
posição vertical com as pernas para cima – posição essa 
que não favorece a gravidade, por isso é a menos eficaz – 
eram introduzidas técnicas dolorosas e desnecessárias 
como soro de ocitocina para acelerar o processo, assim 
como corte no períneo, a episiotomia, tudo isso sem 
consultar a mãe que, diante da falta de informação, 
desenvolvia trauma de um momentos que deveria estar 
entre os mais

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