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Pectus excavatum EM FILHOTE DE CÃO – RELATO DE CASO Alana Lucena OLIVEIRA¹; Annalú Pinton FERREIRA², Stephanie FERNANDEZ³, Fabiana Azevedo VOORWALD³; Victor José Vieira ROSSETTO³, André Luiz Baptista GALVÃO³ 1 Aprimorando(a) em Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Dr. Halim Atique, e-mail: alanalucenaoliveira@gmail.com 2 Aprimorando(a) em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Dr. Halim Atique. 3 Professor(a) Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) Resumo Pectus excavatum é uma deformidade caracterizada por depressão condroesternal, ou descolamento dorsal da porção caudal do esterno e das cartilagens costais associadas. A etiologia proposta inclui redução do tendão central do diafragma, anormalidades na pressão intrauterina e deficiência congênita da musculatura na porção craniana do diafragma. Essa enfermidade pode ser assintomática, ou estar associada à menor tolerância a exercício e a episódios recorrentes de doença respiratória, frequentemente pode estar associado a anomalias respiratórias e cardiovasculares. No exame físico pode aparecer como uma depressão no esterno na palpação necessitando de exames complementares como o exame radiográfico de tórax, descrito que pode confirmar o diagnóstico de Pectus excavatum. Objetiva- se com este trabalho relatar a ocorrência de Pectus excavatum em um filhote de cão da raça American Bully, com 11 dias de vida apresentando alterações respiratórias. Palavras-chave: Anomalia congênita, cianose, dispneia Keywords: congenital anomaly, cyanosis, dyspnoea Introdução Pectus excavatum é uma deformidade caracterizada por depressão condroesternal, ou descolamento dorsal da porção caudal do esterno e das cartilagens costais associadas. O esterno se projeta no tórax, reduzindo o diâmetro dorsoventral da cavidade torácica (KEALY et al., 2012). Existem também alguns sinônimos para o Pectus excavatum (peito escavado), tórax em funil, peito de quilha, peito de sapateiro ou tórax escavado (FOSSUM, 2008) Embora, está alteração em seres humanos possa ser de origem congênita ou adquirida, todos os estudos em animais são descritos como uma malformação (SAMII, 2010). As teorias propostas incluem ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0172 redução do tendão central do diafragma, anormalidades na pressão intrauterina e deficiência congênita da musculatura na porção craniana do diafragma (FOSSUM, 2008). É uma alteração mais frequente em gatos do que em cães, sendo que gatos pode estar associada a hérnia peritoneopericardial congênita (KEALY et al., 2012). Na espécie canina os animais braquicefálicos apresentam uma alta prevalência da doença (MOLINA-DÍAZ et al, 2012). Alguns graus variáveis de deformidade são encontrados nas cartilagens costais e nas costelas adjacentes, e o coração pode estar deslocado. Essa enfermidade pode não provocar sinais clínicos, ou estar associada à menor tolerância a exercício e a episódios recorrentes de doença respiratória (KEALY et al., 2012). Objetiva-se com o presente relato de caso descreve a ocorrência de Pectus excavatum em um filhote de cão da raça American Bully, com 11 dias de vida apresentando alterações respiratórias. Descrição do caso Foi atendido no Serviço de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Dr. Halim Atique, Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP), um filhote com 11 dias de vida, fêmea, da raça American Bully, com histórico clínico de dispneia e cianose e há aproximadamente um dia e crescimento retardado comparando com os outros filhotes da mesma ninhada. No exame físico, o paciente apresentava mucosa cianótica e dispneia, sem alterações cardíacas, glicemia 166, sem sensibilidade abdominal. Dando continuidade do exame notou-se uma depressão no esterno na palpação. No exame radiográfico de tórax, na projeção latero-lateral direito, observou-se os campos pulmonares sem alterações e estreitamento dorso-ventral da região torácica caudal com luz traqueal sem alterações. Devido ao fato do presente animal ter somente 11 dias o proprietário foi orientado a deixar em observação necessitando de oxigênioterapia. Discussão Pectus excavatum é uma deformidade que causa depressão condroesternal, ou descolamento dorsal da porção caudal do esterno e das cartilagens costais associadas (KEALY et al., 2012). O esterno, nesse ponto, vai resultar em um ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0173 estreitamento ventro-dorsal do tórax (FOSSUM, 2008). No presente relato o paciente apresenta alterações respiratórias como dispneia e chegou apresentando cianose, além do retardo ao crescimento, como relatado por SINGH; et al 2013 e FOSSUM, 2008. Pacientes apresentando Pectus excavatum podem apresentar anormalidades nas funções respiratórias e cardiovasculares às vezes logo após o nascimento (FOSSUM, 2008; ZARDO et al, 2015), alterações respiratórias são comuns como o aumento inspiratória por esforço, estridor inspiratório e estertores úmidos, a dispneia, a intolerância ao exercício, perda de peso, hiperpnéia, recorrentes infecções pulmonares, tosse, vômito, cianose, falta de apetite e episódios de trato respiratório superior. Os distúrbios circulatórios nos animais podem ser resultantes do posicionamento anormal do coração, os grandes vasos com anormalidade vascular, o que dificulta o retorno venoso; compressão do coração, predisposto a arritmias; restrição da capacidade ventricular e diminuição da reserva respiratória (FOSSUM, 2008; SINGH et al 2013; ZARDO et al, 2015). No exame físico notou-se uma depressão no esterno na palpação como relatado na literatura por MOLINA-DÍAZ et al, 2012 e. SINGH et al, 2013 No exame de tórax como descrito por SINGH et al 2013 pode confirmar o diagnóstico, foi realizado a projeção latero-lateral direito, no qual observou o estreitamento dorso-ventral da região torácica caudal. O tratamento prescrito para o animal após ter recebido alta segundo o proprietário foi a realização de compressões médio-laterais no tórax do animal, sabendo que a elevação acentuada do esterno no caso do animal pode ser que não se beneficiaria com essa técnica ou com talas que fornece apenas compressão médio-lateral e não corrigem o esterno mal posicionado (FOSSUM, 2008). Para a paciente em questão, a adoção do tratamento paliativo pela massagem compressiva foi indicado devido ao fato do animal apresentar-se jovem e os riscos de óbito do animal caso não seja isolado dos outros da ninhada podendo agravar o quadro respiratório. Conclusão Pectus excavatum é uma deformidade do esterno e das cartilagens costais, resultando em estreitamento ventro-dorsal, sendo uma anormalidade congênita e as manifestações clínicas ocorrem no nascimento. Sendo indicado adoção de medidas paliativas e mantendo o animal em observação. ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0174 Referências FOSSUM, T.W. Cirurgia de pequenos animais. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p.889-893. KEALY, J. K; MCALLISTER, H; GRAHAM, J. Radiologia e Ultra-sonografia do Cão & do Gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 280-281 MOLINA-DÍAZ, V.M; AGUIRRE, J. C. Pectus excavatum en un Bulldog Inglés: reporte de caso. Revista CES Medicina Veterinaria y Zootecnia, v. 7, n.2, Julho – Dezembro de 2012. p. 65-70. SAMII, V.S. Parede torácica. In:THRALL, D.E Diagnóstico de radiologia veterinária: 5ª ed. Rio de Janeiro; Elsevier, 2010. 512p. SINGH M., PARRAH J.D., MOULVI B.A., ATHAR H., KALIM M.O. & DEDMARI F.H. A review on pectus excavatum in canines: a congenital anomaly. Iranian Journal of Veterinary Surgery, v. 8, n.1, p. 59-64, 2013. ZARDO J.S; SOUZA T.D; GAVA M.G. Pectus excavatum em dois neonatos da raça buldogue francês. In: Anais da IX Semana Acadêmica de Medicina Veterinária e II Simpósio da Pós-graduação em Ciência Animal, Espírito Santo 2015. 47p. ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0175
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