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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Especialização em Políticas Sociais Integradas A Questão Social e a inserção ao mercado de trabalhos de pessoas portadoras de deficiência Ana E. F. da Silva Pessoas com Deficiência Tutor: Prof. Fátima Souza Pelotas (RS) 2020 2 Referência: A Questão Social e a inserção ao mercado de trabalhos de pessoas portadoras de deficiência. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 88392000000200008. Acesso em: 17/04/2020 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 19/042020 BRASIL. Ministério do trabalho e emprego. A inclusão de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. 2Ed. Brasília: MTE. Maciel, Maria Regina Gazzaniga. Portadores de deficiência a da questão social, Junho 2000. Deficiente online.com.br Disponível em: https://www.deficienteonline.com.br/mercado-de-trabalho-e-deficiencia- desafios-e-conquistas_pcdsc_303.html. Acesso em: 19/04/2020 DINIZ, Debora; MEDEIROS, Marcelo. Envelhecimento e deficiência. Brasília: Anis, 2004. Estatuto da pessoa com deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm Acesso em: 19/04/2020 FÁVERO, Eugenia Augusta Gonzaga. O direito das pessoas com deficiência: Garantias de igualdade na diversidade Rio de Janeiro: WVA, 2004 BRASIL. Lei nº. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742compilado.htm Acesso em: 19/04/2020 FIGUEIRA, Emílio. Caminhando em silêncio: uma introdução à trajetória das pessoas com deficiência na história do Brasil. São Paulo: Giz Editorial, 2008. BRASIL. LEI 8080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Lei Orgânica de Saúde: LOS Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em 19/04/2020 SPOSATI, Aldaíza de Oliveira (org.). Proteção Social de Cidadania: inclusão de idosos e pessoas com deficiência no Brasil, França e Portugal. São Paulo: Cortez, 2004. 3 Introdução O trabalho a ser apresentado tem por objetivo contextualizar o cenário das expressões da questão social das pessoas portadoras de deficiências (PCD). Faremos um breve contexto sobre como o tema era tratado no Brasil monárquico, passando pelas constituições anteriores ate a atual constituição, a Constituição Federal de 1988, iremos citar algumas instituições que prestam atendimentos. Os avanços e conquistas alcançados por esse público. Também serão abordados alguns tópicos das legislações pertinentes como estatuto dos portadores de deficiência. Lei nº 13146, de 6 de junho de 2015. Lei orgânica da saúde (LOS) Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, Lei orgânica de Assistência Social (LOAS).Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, a qual foi alterada pela Lei nº 12.435, de 6 de junho 2011e Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011 Para finalizar iremos problematizar a questão do Beneficio de Prestação Continuada, (BPC), o mercado de trabalho e famílias. 4 O cuidado com as pessoas portadoras de deficiência. O antes de depois da constituição de federal de 1988 Acredita-se que as pessoas com algum tipo de deficiência ou múltiplas eram vistas como incapazes de estarem inseridas na sociedade, exercendo algum tipo de atividade seja estudar e/ou trabalhar. Conforme Del (1985) na Grécia antiga o infanticídio pratica utilizada através de lei especifica que impedia o recém nascido de desenvolver-se por tal deficiência, pois acreditava-se que este cidadão não teria condições de trabalhar quando adulto. No Brasil, essa pratica é comum pelos indígenas, assim gerando um debate sobre as falhas em nossa constituição, pois esta declara o direito da pratica de infanticídio pelos povos indígenas. Por outro lado temos algumas etnias que consideram ter pessoas especiais em suas famílias um ritual de sorte, em alguns casos, acredita-se que ter uma pessoa cega na família é ter um ser de muita luz. As primeiras iniciativas voltadas aos PCD’s surgem no século XIX, como: Instituto dos Meninos cegos e o Instituto de surdos e Mudos, Hospício de Pedro II. O atendimento era apenas para cegos e surdos. Durante a decadência monarquia tais institutos sofreram alterações. A República viabilizou a sociedade de constituir novas iniciativas para atender aos PCD’s. Como por exemplo: APAE(1954), Fenapaes(1962), ABBR(1954), Centros de Reabilitação e etc. O conceito de deficiência vem evoluindo ao longo da historia. Após a segunda guerra mundial, muitos jovens surgiram com algum tipo de deficiência causado por esse conflito atestando-se a cidadania por inteiro, observou o dever de prestigiar o interesse de um grupo, obedecendo a suas particularidades. Surgindo as primeiras normas regulamentadoras. Na década de 70 surge o movimento de vida independente sob coordenação de PCD’s e tinha como seguinte lema: “Nada sobre nós, sem nós”. Durante essa época temos um novo movimento com o objetivo de integrar os alunos com necessidades especiais na rede pública de ensino o que também resultou no CENESP Centro Nacional de Educação Especial junto ao Ministério da Educação adequando aos serviços de atendimento em suas modalidades. 5 Com a Constituição Federal de 1988 as ações de cuidados e proteção com as pessoas portadoras de deficiência, passou a integrar a proteção social, o que antes era visto como benemerência não sendo trabalhadas no âmbito das políticas sociais e como sujeitos de direitos. “Em 1981, foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) a responsabilidade dos governos por garantir direitos iguais às pessoas com deficiência num marco democrático de reajustes sociais, estruturas e políticos para contratar o tema na esfera dos direitos humanos (DINIZ, 2007; FIGUEIRA, 2008)”. Diante das transações no cenário brasileiro advindos com a constituição Federal de 1988 ocorrem significativas transformações no que se refere proteção por parte do Estado. Com a Constituição Federal de 1988 a política de Assistência Social é intitulada como Política Pública juntamente com a Política de Previdência Social e a Política de Saúde, formando o tripé da Seguridade Social. Conforme Sposati (2004, p. 78) “A seguridade social é um instrumento disciplinados pela ordem social para o implemento do bem-estar e da justiça sociais. É instituto jurídico definido pelo artigo 194, da Constituição Federal: compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos a saúde, previdência e assistência social”. Baseado pela ordem social a seguridade social é um dispositivo para execução do bem estar e da justiça sociais. Sendo deliberado pelo artigo 194, da constituição Federal de 1988: englobando as praticas de iniciativa dos poderes públicos e sociedade, dirigida a garantir os direitos pertinentes a saúde, previdência e assistência social. No Brasil com a criação da lei de cotas (Lei do PCD 8213/91), que visa a inclusão efetiva das pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho, essa visa ultrapassar o assistencialismo excludente existente em nosso pais (Brasil, 2007). A lei no Brasil obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências. A lei viabiliza que entre 2% a 5% do número total de funcionários, seja reservada para pessoas portadora de deficiência 6 O estatuto também tem por objetivo promover as potencialidades e habilidades profissionais, desta maneira colaborando para conquista da autonomia das pessoas portadoras dedeficiência proporcionando sua participação na sociedade como as demais pessoas. O Estatuto da pessoa portadora de deficiência, Lei 13.146, de 06 de junho de 2015 no Art.16 nos trás, São garantidos: os programas e serviços de habilitação e reabilitação para pessoas portadoras de deficiência. I - Organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às características de cada pessoa com deficiência; II - Acessibilidade em todos os ambientes e serviços; III - tecnologia assistida, tecnologia de reabilitação, materiais e equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo com as especificidades de cada pessoa com deficiência; IV - Capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos programas e serviços. A lei ainda nos trás em seu Art. 17: Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena participação social. Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua cidadania. 7 Importante ressaltar o do estatuto da pessoa portadora de deficiência enfatiza em seu Art. 34, A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. § 1o As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. § 2o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor. § 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames adicional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena. § 4o A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados. § 5o É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação. Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. 8 A constituição federal de 1988 visa promover a garantia de direitos da pessoas portadoras de deficiência como sujeitos de direitos conquistados nesta constituição, desconsiderando qualquer tipo de preconceito, discriminação, de isolar as pessoas portadoras de deficiências da sociedade, configurando em penalidade administrativa as empresas pelo Ministério do Trabalho e emprego dessa maneira certifica-se garantir as pessoas portadoras de deficiência o seu direito de estar trabalhando para prover sua existência. A pessoa portadora de deficiência inserida no mundo do trabalho desenvolve uma maneira de conviver socialmente, construído laços e identificando como cidadão socialmente ativo. Os desafios de PCD no mercado de trabalho BPC e Família O beneficio de prestação continuada o PBC garantido pelo Art. 203 no inciso V de nossa atual constituição federal e pela Lei nº 8.742 A Lei orgânica de Assistência Social-(LOAS) de 7 de dezembro de 1993, a qual foi alterada pela Lei nº 12.435 de 6 de junho 2011e Lei nº 12.470 de 31 de agosto de 2011 visa garantir aos idosos maiores de 65 anos e pessoas portadoras de deficiência de qualquer idade o beneficio de um salário mínimo mensal aos beneficiários que comprovem os seguintes requisitos: não possuir meios de prover subsistência ou de tê-la provida por sua família, possuir renda per capta de ½ de salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) O conceito para concessão do beneficio considera: Deficiência é o impedimento de longo prazo de natureza física, sensorial, mental, intelectual e/ou múltipla a qual o convívio com inúmeros obstáculos impeça sua participação legitima na sociedade semelhante as demais pessoas. Acredita-se que o beneficio de prestação continuada motiva dependências aos beneficiários e principalmente seus familiares no que se refere inserção ao mercado de trabalho. Julgados como inabilitados por seus familiares, sendo estes responsáveis pela verba recebida, não investida na qualificação deste familiar optando manter tal recurso. Conforme Faveros (2004) elucida: A pessoa com deficiência para concessão de tal beneficio não é benéfico, pois como no trás o Art. 20, s2º pessoa com deficiência é aquela incapacitada 9 para vida independente e para o trabalho. A descrição destaca a divisão da ação de inclusão de pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho que busca promover as potencialidades desses sujeitos indo contra ao que a lei cita. A falta de conhecimento impedi que esse grupo de pessoas busque uma oportunidade de trabalho. Com o medo de perder o beneficio acredita-se que muitos não sabem que caso o beneficiário seja demitido, ele pode acessar novamente o beneficio, desde que não haja nenhum um vinculo trabalhista e após seguro desemprego. Nos casos do beneficiário ser contratado como jovem aprendiz o beneficio pode ser acumulado por até dois anos, conforme dispõe o Art. 21, s2º. Diante dessa situação é preciso que os centros de referencia em assistência social trabalhem com seus usuários beneficiados por este beneficio o BPC e seus familiares, mostrando as suas potencialidades, habilidades. Levando informações precisas. Buscando emancipar esse público, mostrando que suas limitações não impedem de desenvolver um bom trabalho e estarem inseridos na sociedade. 10 Considerações Finais Através deste trabalho busquei trazer um pouco sobre o debate do tema questão social e o cotidiano das pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho. Suas conquistas e seus obstáculos, os direitos adquiridos a esse público. Os avanços, a inserção ao mundo do trabalho que vem se transformando a cada dia. As transformações nos mais diversos aspectos, que muito já avançou e muito iremos avançar. As conquistas e lutas desse povo tão guerreiro em busca de seu reconhecimento como sujeitos pertencentes à sociedade como qualquer outro sujeito sem deficiência. Para que de fato possamos tem uma sociedade mais inclusiva precisamos ir além, é preciso que seus direitos sejam respeitados através de acesso aos meios de comunicação, transportes públicos, acessibilidade entre outros. É preciso se colocar no lugar do outro.
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