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Medicina legal 1

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Medicina Legal – Primeiro Bimestre
Noções históricas da medicina legal
Em 1575, Ambroise Paré lançava o primeiro tratado sobre Medicina Legal, intitulado Des Rapports et des Moyens d'Embaumer les Corps Morts, onde tratava não apenas da técnica de embalsamento do cadáver, mas ainda da gravidade das feridas, de algumas formas de asfixia, do diagnóstico da virgindade e de outras questões do mesmo interesse. Por isso, atribui-se a Ambroise Paré a paternidade da Medicina Legal.
No Brasil...
· Virgílio Damásio foi quem nacionalizou e estruturou a nossa Medicina Legal
· influência da Medicina Legal francesa, alemã e italiana
· hoje, são notáveis as contribuições da nova escola médico-legal portuguesa
· Objetivos
“... transmitir as bases teóricas e os conhecimentos
fundamentais que o médico deve ter para auxiliar a Justiça, quando chamado a contribuir com provas de natureza médica para o esclarecimento de questões de interesse jurídico nos processos judiciais ou administrativos, bem como na elaboração das normas do Direito que exigem conhecimentos médicos e biológicos”
Objetivos: Direito
· Mostrar ao aluno o funcionamento e a estrutura de um Instituto de Medicina Legal;
· Análise e conhecimento dos documentos médico-legais;
· Mostrar como se realizam as perícias em pessoas, cadáveres, coisas e animais. 
· Conceito
Devido as suas inúmeras relações com outras ciências e ao seu extenso raio de atividade, é difícil definir com precisão a Medicina Legal. Em geral, cada um conceitua esta ciência como entende sua prática, sua contribuição e sua importância diante dos justos e elevados reclamos da sociedade.
· A medicina legal caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos que, no âmbito do direito, concorrem para a elaboração, interpretação e execução das leis existentes e ainda permite, através da pesquisa cientifica, o seu aperfeiçoamento
· A medicina legal inclui um vasto leque de serviços localizados na interface entre a prática científica e o direito, situando-se, atualmente, no âmbito da medicina social.
· Medicina Legal é a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais.
Relação com as ciências jurídicas
· Direito penal: exames de corpo de delito, homicídios, crimes sexuais
· Direito civil: ações de reparação, erro médico, paternidade
· Direito do trabalho: ações trabalhistas, de avaliação de capacidade laborativa
· Direito administrativo: bem-estar e saúde dos funcionários (absenteísmo, assistência à gestante)
PERÍCIA:
 tem o requisito de colaborar para o esclarecimento dos fatos e com a Justiça.
· “Juiz forma sua convicção pela livre apreciação da prova.” (art. 157 CPP)
· “O Juiz não fica adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.” (art. 182 CPP)
· O Direito moderno não pode deixar de aceitar a contribuição cada vez mais íntima da ciência, e o magistrado não deve desprezar o conhecimento dos técnicos, pois só assim é possível a aproximação da verdade que se quer apurar.
Relações com as ciências médicas
· Relaciona-se, especificamente com a Patologia, Psiquiatria, Traumatologia, Neurologia, Radiologia, Anatomia, com a Microbiologia e Parasitologia, Obstetrícia e Ginecologia, enfim, com todas as especialidades médicas.
· A Medicina Legal requer conhecimentos especiais e trata de assuntos exclusivamente seus, como, por exemplo, o infanticídio, a asfixia mecânica e a identificação médico-legal. Exige de quem a exerce conhecimentos jurídicos que só podem ser assimilados com a atividade pericial ante os tribunais no trato das questões médicas de interesse da Lei
Classificação geral:
Sob o ponto de vista didático, a Medicina Legal está dividida em:
Medicina Legal Geral (Deontologia e Diceologia)
Medicina Legal Especial.
Medicina Legal Geral
· também chamada de Jurisprudência Médica,
· estudam-se as obrigações, os deveres e os direitos dos médicos,
· Exercício Legal e Exercício Ilegal da Medicina, Segredo Médico, Honorários Médicos, Responsabilidade Médica e Ética Médica,
· assuntos que orientam o médico no exercício regular da sua profissão
Medicina Legal Especial
· Antropologia médico-legal. Estuda a identidade e a identificação médico-legal e judiciária.
· Traumatologia médico-legal. Trata das lesões corporais sob o ponto de vista jurídico e das energias causadoras do dano.
· Sexologia médico-legal. Vê a sexualidade do ponto de vista normal, anormal e criminoso.
· Tanatologia médico-legal. Cuida da morte e do morto. Analisa os mais diferentes conceitos de morte, os direitos sobre o cadáver, o destino dos mortos, o diagnóstico de morte, o tempo aproximado da morte, a morte súbita, a morte agônica e a sobrevivência; a necropsia médico-legal, a exumação e o embalsamento. E, entre outros assuntos, ainda analisa a causa jurídica de morte e as lesões post-mortem.
· Toxicologia médico-legal. Estuda os cáusticos e os venenos, e os procedimentos periciais nos casos de envenenamento.
· Asfixiologia médico-legal. Detalha os aspectos das asfixias de origem violenta, como esganadura, enforcamento, afogamento, estrangulamento, soterramento, sufocação direta e indireta, e as asfixias produzidas por gases irrespiráveis.
· Psicologia médico-legal. analisa o psiquismo normal e as causas que podem deformar a capacidade de entendimento da testemunha, da confissão, do delinquente e da própria vítima.
· Psiquiatria médico-legal. Estuda os transtornos mentais e da conduta, os problemas da capacidade civil e da responsabilidade penal sob o ponto de vista médico-forense.
· Criminologia. Preocupa-se com os mais diversos aspectos da crimiogênese, do criminoso, da vítima e do ambiente.
· Infortunística. Estuda os acidentes e as doenças do trabalho, não apenas no que se refere à perícia, mas também à higiene e à insalubridade laborativas.
· Genética médico-legal. Especifica as questões voltadas ao vínculo genético da paternidade e maternidade, assim como outros assuntos ligados à herança.
· Vitimologia. Trata da vítima como elemento inseparável da eclosão e justificação dos delitos.
Objetivos gerais:
· Entender de assuntos de abrangência médico legal, e de áreas afins.
· Compreender de como a Medicina pode colaborar no esclarecimento de questões judiciais.
· Adquirir de noções básicas de Direito.
· Adquirir de experiência na linguagem técnica em perícias médico-legais.
· Conhecer as implicações legais do exercício da Medicina.
· Conhecer os aspectos éticos do exercício de Medicina.
· Conhecer os direitos e deveres do médico, no exercício de sua profissão.
· Conhecer o Código de Ética Médica
O trabalho pericial é elaborar um laudo, seja ele criminal, trabalhista, previdenciário, (independente da área) e entregar a justiça quando solicitado a exercer essa função de perito. Portanto a perícia é o modo no qual o médico conversa com o judiciário e as outras áreas do direito, através da medicina legal.
Medicina Legal e Medicina do trabalho são especialidades médicas muito antigas desde que surgiu o homem e o trabalho. Antigamente, no século 3 a.C., quando havia suspeita de homicídio, colocavam-se o réu em frente ao cadáver e observavam sua reação fisionômica, palidez, sudorese, alteração no batimento cardíaco e a partir daí concluía-se se o suspeito era culpado ou não. Apesar de na época não haver todo o conhecimento de fisiologia disponível hoje, por observação eles tinham esse tipo de conhecimento, e que agora atribuímos ao sistema simpático. Hoje em dia a medicina legal está presente diariamente na mídia: crimes sexuais, corpos encontrados, acidentes, suicídios e homicídios. Hoje em dia, na medicina legal há uma gama muito grande de exames que são realizados e que dependem da situação envolvida.
O processo é um conjunto de providências para sanar uma lesão de direito. Qualquer um que se sinta lesado pode recorrer à justiça, é possível alegar o que desejar dentro de um processo, mas também é necessário a comprovação através de fatos do que está afirmando.
Quando não há vestígios, deve-se recorrer a prova por testemunha. Por exemplo, se houver uma agressão na sexta- feira e oexame de lesão corporal for na segunda, e já não houver mais vestígio a ser examinado pelo perito, o laudo será baseado em testemunhas, porém nunca em fotos, porque provas feitas pela vítima não são aceitas no laudo médico, prevalece na perícia a imparcialidade. No entanto, fica a cargo do delegado ao elaborar o inquérito policial aceitar ou não as imagens como prova.
Fica a cargo de autoridade competente solicitar o exame médico no IML. A princípio só há exames no IML se houver solicitação do judiciário (juiz) ou da polícia (delegado) e alguns outros funcionários. Mas na essência, quem solicita é o delegado, logo após a ocorrência ser registrada. Só que desde 2009 há uma lei na qual o IML é obrigado a fazer perícia em todo acidente automobilístico relacionado ao DPVAT, o que foge do seu objetivo inicial que é o motivo da sua criação: realização da perícia em casos de morte violenta (suicídio, homicídio, acidente, lesões corporais e morte suspeita). Tal situação criou uma desavença entre a justiça e o IML, porque há a colocação de funcionários públicos a disposição das seguradoras privadas. Ainda essa determinação é do governo federal, mesmo que os institutos médicos legais sejam administrados pelos governos estaduais. Com isso desavenças são geradas entre as esferas de governo, também. De qualquer modo, situações de crime devem ser encaminhados pelo delegado.
Peritos 
são técnicos de nível superior, especializados em uma determinada área, que prestam serviço à justiça e vão se manifestar a respeito de fatos, pessoas e situações, quando solicitados. De acordo com a investidura, os peritos podem ser oficiais (concursados, atuam no IML), nomeado (empossado, com fé pública) e assistentes técnicos (peritos contratados pela parte). Por exemplo, no caso de lesão por erro médico, o juiz designa um oficial para a perícia e a parte -vítima- pode solicitar assistente técnicos para também examinar a situação, desse modo, cada parte do processo pode defender seu caso da maneira que lhe for mais interessante. Promovendo assim maior discussão do caso e evitando favorecimento de uma das partes.
O perito médico é um médico que por determinação do juiz pode estar sujeito a sindicância e responder processo ético-profissional, porque o médico está vinculado ao código de ética médica (tudo que está escrito é obrigação e tem peso de lei para o médico- o que está escrito é dever do médico e direito do paciente).
Hoje em dia há uma ligação muito grande entre os concelhos regionais de medicina e o judiciário, o juiz da vara civil pode encaminhar o processo contra os médicos ao CRM e este também investiga, caso haja irregularidades, o profissional sofrerá as punições de acordo com o que é determinado. Por exemplo, o perito tem um prazo para entregar o laudo médico, caso atrase o caso pode ser direcionado ao CRM e notificado pelo mesmo.
Dentro da área criminal, o exame de corpo de delito será realizado por oficiais. Não havendo perito oficial, o exame deve ser realizado por duas pessoas com curso superior afeitas à área da natureza do ocorrido. É compulsório a aceitação da realização da perícia, a não ser que alegue foro íntimo e se não haver correlação com a vítima.
Pericia se resume, então, ao laudo que é o relatório do que foi observado durante o exame médico e que objetiva esclarecer à justiça, independente da área do direito. Funciona como meio de prova, a partir do momento que o concursado escreve suas conclusões, elas são admitidas como evidencias no processo judicial correspondente.
· A perícia é toda a atuação de um técnico, consubstanciada em um documento (laudo, na maioria dos casos), para informar ou esclarecer a Justiça;
· A perícia é o meio probatório pelo qual se procurar obter para o processo uma opinião, fundamentada em conhecimentos técnico-científicos sobre uma questão de fato que é útil no descobrimento ou na valoração de um elemento de prova.
· Todos os exames elaborados por médicos (exames clínicos, laboratoriais ou necroscópicos) e que são destinados ao uso judicial são denominados PERÍCIAS MÉDICO-LEGAIS: Psiquiátrica, necroscópica, traumatológica etc.
· Os exames elaborados por profissionais de outras áreas, desde que destinados ao uso como meio de prova em juízo, são denominados PERÍCIAS: Contábil, De Engenharia, Química, balística etc.
Classificação das pericias
· Quanto ao ramo do direito:
I. Cível
II. Criminal
III. Trabalhista
Quanto ao modo como se realiza o exame:
I. Perícia direta – exame na própria vítima
II. Perícia indireta – exame realizado por fichas hospitalares ou outros documentos
A perícia indireta é mais comum em casos de erro médicos no caso em que o paciente vem a óbito, pois não há outra maneira de avalia-lo a não ser por exames médicos, documentos, fichas hospitalares, tudo aquilo que foi feito no paciente até o óbito deve ser analisado (concluindo uma perícia indireta)
Há também o seguinte exemplo: uma pessoa chega ferida ao hospital alegando lesões corporais, passado um tempo ela registra boletim de ocorrência porém os hematomas e machucados já não são visíveis, neste caso o delegado responsável pode pedir para o plantonista que atendeu a vítima preencher o laudo de lesões corporais e o perito médico faz uma perícia direta com base no documento emitido pelo médico em plantão. Portanto, quando um médico estiver de plantão deve anotar tudo o que observa e o que é relatado, porque -apesar de não ser tão comum- pode ser requisitado a prestar futuros esclarecimentos à justiça, sob o risco de caso contrário, ser indiciado ao CRM.
Na maioria das vezes, o erro médico em si é justificável, previsto e explicado em literatura, raramente condenável. O que não pode haver é omissão de informação ou a não anotação do procedimento tal como foi realizado, passível de fácil condenação.
Quanto ao momento de realização:
· Retrospectivas – exames realizados no presente, mas relacionados com fatos passados com o objetivo de perpetuar os elementos de prova (maioria)
· Prospectivas – tratam de situações presentes cujos efeitos deverão ocorrer no futuro – p.ex.: exame de cessação de periculosidade (art. 775 CPP). Relacionada ao trabalho, aposentadoria por invalidez.
Corpo de delito x exame de corpo de delito
-O que é realizado no dia a dia, resulta em um laudo policial
-Algumas infrações penais, como a injúria verbal não deixam vestígios;
-Outras, como homicídios ou delitos contra o patrimônio, deixam modificações no mundo material que podem ser percebidas por nossos sentidos ou por aparelhos especiais.
-CPP - Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
-Nos delitos que deixam vestígios, então, necessariamente deverá existir exame pericial, sob pena de nulidade processual
Corpo de delito
· é a somatória de elementos vestigiais encontradiços nos:
· Locais dos fatos
· Nos instrumentos
· Peças ou
· Pessoas físicas (vivas ou mortas);
· conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso.
Exame de corpo de delito
· todo exame relacionado com o fato criminoso, inclusive aqueles feitos no local e os exames subsequentes realizados nos laboratórios da Polícia Técnico-Científica;
· não é apenas o exame realizado na pessoa.
PERÍCIAS
· Perícias em vivos – violências sexuais em geral, conjunção carnal, atos libidinosos, gravidez, parto, lesão corporal, estimativa da idade, dosagem alcoólica, exames toxicológicos, infortúnios do trabalho e outros.
-Cerca de 70% dos exames realizados no IML são realizados em vivo
· Perícias em cadáveres – realidade da morte, causa da morte, necropsia em mortes violentas (suicídio, homicídio e acidentes) e suspeitas, cronologia da morte, identificação, exames toxicológicos das vísceras e outros complementares.
· Perícias no esqueleto – identificação antropológica (diagnóstico da espécie), sexo, estatura, idade, achados de violência.
· Perícias em locais e objetos – impressões digitais, armas de fogo, manchas em vestes e em instrumentos.
DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS
·Os documentos relativos às perícias realizadas por médicos são denominados DOCUMENTOS MÉDICO- LEGAIS.
· Aqueles relativos ao trabalho pericial realizados por peritos que não atuam na área médica são usualmente denominados LAUDOS PERICIAIS.
· São todas as informações de conteúdo médico e que tenham interesse judicial
Características:
· Emitidos por médicos habilitados
· Decorrentes de exames médicos
· Apresentados geralmente por escrito
· Objetivam o esclarecimento de questão judicial
· Classificação:
Atestados (afirmação por escrito dos fatos médicos e suas consequências)
Notificações compulsórias
Relatórios médico-legais
Pareceres
Depoimentos orais (legalmente sem valor, a não ser que esteja documentado)
Basicamente, existem três tipos de atestados e dependem de quem solicita, a finalidade e o exemplo:
· Atestados:
· Atestados clínicos: simples declarações para certificar condições de sanidade ou enfermidade, p.ex., para justificar ausência do paciente ao trabalho (é sempre fornecido a pedido do interessado)
· Atestados para fins previdenciários (administrativos): para comprovação do estado de saúde (INSS)
· Atestados judiciários: justificam faltas em júri popular, por exemplo
· Atestados de óbito: em casos de morte natural, atribuição do próprio médico desde que tenha assistido o paciente; natural, mas por doenças mal definidas: médicos do SVO – Serviço de Verificação de Óbito; Violenta (acidente, suicídio e crime) e suspeita (inesperada, sem causa evidente): IML – Instituto Médico Legal. O atestado de óbito é utilizado para controle e estudo epidemiológico, verbas direcionada à prevenção do que está causando tais mortes, ex. diabetes, obesidade, problemas cardíacos
O atestado é chamado de:
· Gracioso, de favor ou complacente, quando fornecido a alguém por amizade ou por qualquer outro motivo;
· não se efetiva o ato médico (exame, por exemplo);
· às vezes é dado com fim de lucro;
· é improcedente a alegação de que a finalidade do atestado é meramente protocolar, sem importância.
· Além de problemas e questões ÉTICAS, um atestado gracioso ou “lucrativo” poderá vir a caracterizar um “atestado falso”, punível, nos termos do Código Penal:
· Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Ou punição por medidas administrativas: Censura pública, em diário oficial, juntamente com suas faltas e indiciados ao CRM, caso seja reincidente, a punição não pode ser a mesma
· Notificações compulsórias
São notificações OBRIGATÓRIAS às autoridades competentes por razões sociais ou sanitárias
· doenças de notificação obrigatória: p.ex., dengue, hanseníase, Aids, tuberculose etc.
· comunicação de acidente de trabalho - CAT: inclui também doença profissional e do trabalho
· comunicação de ocorrência de crime de ação penal pública incondicionada (desde que não exponha o cliente a procedimento criminal)
· comunicação de ocorrência de morte encefálica: para captação e distribuição de órgãos (Lei 9.434/1997)
· ocorrências induzidas ou causadas por alguém não médico: óbitos, lesão corporal, danos à saúde (comunicação ao CRM e à Polícia)
· ocorrência de violência contra a mulher: p.ex., esterilizações cirúrgicas (Lei 10.778/2003)
Pode ser punido pelo CRM, por descumprir as leis e normas vigentes
· Pareceres
· São consultas feitas a renomados especialistas na área médica para utilização em processo judicial,
· São documentos oficiosos, particulares, encomendados pelas partes para reforçar sua tese e, por isto, devem ser analisados com cautela e raramente se sobrepõem aos exames oficiais
· Compõe-se de quatro partes (não possui descrição):
Preâmbulo: qualificação do médico consultado
Exposição: transcrição dos quesitos e do objeto da consulta
Discussão: parte mais importante, onde os fatos apresentados serão analisados em minúcias
Conclusões: modo de ver do parecerista, dando resposta aos quesitos formulados
· Depoimentos orais
· Dados pelo médico perante autoridade policial ou judicial, objetivando o esclarecimento de questão médica de interesse judicial
· Tais depoimentos são normalmente reduzidos a termo
· São resultantes da atuação médico legal:
· auto: relatório ditado ao escrivão ou ao escrevente na presença do delegado ou do juiz;
· são normalmente elaborados por peritos “ad hoc”;
· é assinado pelos peritos nomeados, pelo escrivão e pelo delegado.
· laudo: elaborado pelos próprios médicos;
· é o mais comum dos relatórios; se for ditado logo após o exame: auto;
se for redigido posteriormente pelos peritos: laudo.
· Não existe forma legal para sua apresentação
· O laudo apresenta no mínimo:
Preâmbulo: dados gerais como autoridade requisitante, objeto do exame, data da ocorrência;
Quesitos: na área criminal os quesitos são oficiais e padronizados para as principais perícias
– são perguntas relevantes para o Direito;
Histórico: é resumidamente os fatos geradores da perícia.
Descrição: pormenores e etapas dos exames realizados com apresentação dos elementos colhidos no decorrer do exame - É A PARTE MAIS IMPORTANTE DO RELATÓRIO;
Discussão: interpretação dos fatos, diagnósticos, prognósticos – os peritos comentam os dados obtidos, discutem várias hipóteses e exteriorizam suas impressões
Conclusões: ilações e ponderações decorrentes do exame feito – É A SÍNTESE DO LAUDO;
Respostas aos quesitos oficiais e aos formulados – devem ser simples, breves, com o mínimo possível de palavras
Fecho ou encerramento.
Falsa pericia:
- Prevista no art. 342 do CP
· Alcança peritos oficiais e não oficiais
· Na falsa perícia o especialista PROPOSITADAMENTE:
· faz afirmação falsa ou nega a verdade ou silencia sobre fato relevante
Prazo para realização da pericia
· CPP
· regra: o mais rápido possível
· exceções:
-exame necroscópico – mínimo de 6 horas
-exame complementar de lesão corporal – mínimo de 30 dias
CPC
-logo após a nomeação pelo juiz
CPP
-regra: 10 dias
exceções:
cessação de periculosidade (1 mês ou 15 dias)
incidente de insanidade (até 45 dias)
dilação solicitada pelos peritos
outras hipóteses
CPC
regra: prazo determinado pelo juiz
exceções:
dilação solicitada pelo perito do juízo
10 dias a mais para os assistentes técnicos
Suspeição, Impedimento, Incompatibilidade dos peritos:
· Suspenção: vínculo do perito com as partes
· Impedimento: relação de interesse com o objeto do processo
· Incompatibilidade: outras razões de conveniência previstas nas leis de organização judiciária
· Tais situações são as mesmas previstas para os juízes (CPP – art.: 252, 253 e 254. / CPC – art.: 134 e 135)
CÓDICO DE ÉTICA MÉDICA
É vedado ao médico:
· Art. 110 - Fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não corresponda à verdade.
· Art. 111 - Utilizar-se do ato de atestar como forma de angariar clientela.
· Art. 112 - Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou seu responsável legal.
· Parágrafo único: O atestado médico é parte integrante do ato ou tratamento médico, sendo o seu fornecimento direito inquestionável do paciente, não importando em qualquer majoração de honorários.
· Art. 113 - Utilizar-se de formulários de instituições públicas para atestar fatos verificados em clínica privada.
· Art. 114 - Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto, ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.
· Art. 115 - Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
· Art. 116 - Expedir boletim médico falso ou tendencioso.
· Art. 117 - Elaborar ou divulgar boletim médico que revele o diagnóstico, prognóstico ou terapêutica, sem a expressa autorização do paciente ou de seu responsável legal.
· Art. 118 - Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência.
· Art. 119 - Assinar laudos periciaisou de verificação médico-legal, quando não o tenha realizado, ou participado pessoalmente do exame.
· Art. 120 - Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer pessoa com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho.
· Art. 121 - Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório.
“Se você não pode ser perito e honesto, seja honesto e não perito”
A medicina legal estabelece alguns critérios de identificações para que haja correta aplicação da lei e justiça. Na realidade, é o Instituto de Identificação que se encarrega de fazer o estudo e reconhecimento do corpo da vítima sob o ponto de vista legal. A antropologia, então, vai estudar isso: a identidade, a identificação e os processos pelo qual a identificação é realizada. Tem importância muito grande nas ocasiões que são encontradas ossadas, pois só é possível a identificação com o uso do DNA. NÃO É O MÉDICO LEGISTA QUEM FAZ, e sim o perito em identificação. Em IML mais “sofisticados” há o setor próprio para a identificação de ossadas, como o de São Paulo e o Instituto de Antropologia vinculado à Unicamp
Antropologia Forense
· ANTROPOLOGIA: É o estudo do homem ou ciência do homem.
· FORENSE: É a aplicação prática desses conhecimentos, dos métodos nos casos em que a lei deles necessita para a sua execução
· Estuda a identidade e a identificação médico-legal e judiciária.
No entanto, não adianta nada coletar o material genético se não há base de comparação para ser comprovado. Mesmo se a ossada for encontrada com documentação, precisa de comprovação cientifica.
Legislação
· C.P.P. Art. 166: Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e identidade, no qual se descreverá com todos os sinais e indicações
Como na situação de Brumadinho, os familiares das vítimas e desaparecidos foram requeridos para descrever detalhadamente as características (tatuagens, cicatrizes) dos entes queridos para que, caso seja identificado tais pessoas com as especificidades correspondentes, o delegado – sem fazer exames nenhum- ele pode emitir um documento, o auto de reconhecimento, que comprove a identificação do corpo e a partir daí são tomadas as providências necessárias. Esse documento também pode ser expedido se o delegado se convencer da descrição familiar, caso seja necessário. Do contrário, as devidas medidas de identificação devem ser tomadas.
No IML é comum aparecerem corpos sem base para identificação. Nesses casos, informações gerais são divulgadas para a mídia e os interessados podem ir ao IML reconhecer o corpo, com isso, perguntas especificas devem ser feitas para que as relações entre as partes sejam comprovadas, características sutis (como tatuagem, cicatriz, marcas, cortes) devem ser evidenciadas para a confirmação. Perguntas como “ele tinha algum sinal específico?” são ideais, pois não induzem a uma resposta exclusiva.
Conceitos e definições
· RECONHECER ("recognocere"): conhecer de novo, afirmar, admitir como certo, certificar-se de.
· RECONHECIMENTO: Ato ou efeito de reconhecer.
· IDENTIDADE ("dentidate"): conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa. "Qualidade de ser a mesma cousa e não diversa". (Moraes)
· IDENTIFICAÇÃO: "Processo pelo qual se determina a identidade ou não. É a descrição de uma pessoa que se quer conhecer". (Litre)
· IDENTIFICAR: Determinar a identidade.
· Identificação é o ato pelo qual se estabelece a identidade de alguém ou de alguma coisa. O processo, método ou técnica, usado para evidenciar as propriedades individuais.
· Identidade: é a qualidade de ser a mesma coisa e não diversa, isto é, a qualidade de ser único e imutável, diversificando de seus semelhantes. É um conjunto de propriedades ou características que tornam alguém essencialmente diferente de todos os demais, com quem se assemelhe ou possa ser confundido.
· Identificar consiste em demonstrar que certo corpo ou objeto que se apresenta hoje para exame é o mesmo que ontem já havia sido apresentado.
É preciso partir de um pressuposto, de uma base de dados para que haja certeza de identificação, válido sobre do ponto de vista científico, o primeiro e precursor documento de identificação é a certidão de nascimento
A identidade pode ser:
· SUBJETIVA: É a noção que cada indivíduo tem de si próprio, no tempo e no espaço. É à sua maneira de ser, sua natureza, sua essência.
· OBJETIVA: É aquela fornecida pelos seguintes caracteres:
Físicos: Normais ou patológicos. Funcionais: Normais ou patológicos. Psicológicos: Normais ou anormais.
Na medicina, para saber o que é alterado, é necessário conhecer o normal
· Prof. Alexander Lacassagne, 1889, Lion (França):
“O cadáver é a testemunha mais importante de um crime”.
Identificação
· A Antropologia Forense constitui a aplicação de conhecimentos de Antropologia Física às questões de direito, sobretudo no que concerne à identificação de cadáveres ou restos cadavéricos ainda que, numa pequena parte (em razão da sua frequência), se aplique também a questões relacionadas com indivíduos vivos.
Para que haja a eficiente identificação a características devem ser: únicas, imutáveis, práticas, classificáveis e perene.
· OBJETIVO:
· Questões de fórum cível
· Questões de fórum criminal
· MATERIAL DE ESTUDO:
· No vivo
· No morto
· Em restos ou outros materiais
· MEIOS DE IDENTIFICAÇÃO:
· Registro dos caracteres
· Verificação
· Comparação
· Arquivamento
· REQUISITOS TÉCNICOS
· Unicidade (ser único)
· Imutabilidade (não mudar)
· Praticabilidade (qualidade de ser prático, fácil)
· Classificabilidade (ser possível classificar)
· Perenidade (desde a vida embrionária à putrefação)
· DIVISÃO:
· MÉDICO LEGAL OU PERICIAL: realizada pelo médico
· Física
· Funcional: Normais; Patológicas (deficiências e doenças funcionais)
· Psíquica: Normais Patológicos: deficiências e doenças funcionais
· POLICIAL OU JUDICIÁRIA: realizadas por técnicos e peritos Pratica- DNA – Datiloscopia
Não precisa ser médico para identificar características gerais, como tatuagem e especificidades. Na verdade, o médico auxilia a determinar características que podem ou não ajudar na conclusão do caso. Lembrando que identificação médica NÃO fecha diagnóstico, ela ajuda.
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL FÍSICA
· ESPÉCIE ANIMAL: ossos, dentes, pelos, sangue etc.
· Quando se encontram restos de ossadas, é preciso determinar se realmente é humana. Cabe à anatomia essa distinção.
· RAÇA: forma do crânio, índice cefálico, ângulo facial, dimensões da face, cor da pele, cabelos, etc.
· No Brasil não existe essa divisão corretamente, por conta da grande diversidade e mistura étnica, portanto esse critério, aqui, não é levado muito em consideração
· IDADE: elementos morfológicos = aparência, pele, estatura, pelos, peso, olhos, dentes, órgãos genitais e raio x = dentes e ossos.
· SEXO: Vivo: Inspeção das genitálias. Morto e Esqueleto (ossos em geral, ossos do crânio, ossos do tórax e ossos da bacia, órgãos internos etc.).
· Método mais eficaz de determinar, in vivo, é a ultrassom
· Ossos como a bacia são de grande auxilio na identificação sexual devido à suas diferenças entre homens e mulheres
· ESTATURA: Vivos, mortos, esqueleto.
· PESO.
· MALFORMAÇÕES: lábio leporino, pé torto, desvios da coluna, doenças cutâneas etc.
· CICATRIZES: Naturais, cirúrgicas, traumáticas etc.
· TATUAGENS: bélicas, religiosas, amorosas, eróticas, sociais, profissionais, históricas, patrióticas, iniciais do nome etc.
· SINAIS PROFISSIONAIS: espessura e coloração da pele, alterações musculares, estigma em movimento etc.
· CICATRIZES: Naturais, cirúrgicas, traumáticas etc.
· SINAIS INDIVIDUAIS: prótese, nariz, orelhas, mamas etc.
BIÓTIPO: síntese das qualidades vitais do indivíduo (morfológica, funcional, intelectual, moral) Brevelíneo, normolíneo e longelíneoSegundo o estudo feito pela SSP-BA, criminosos que praticavam roubo tinham um revólver tatuado na barriga, indicando que usavam armas para cometer o roubo. Na perna, significa latrocínio. Soco inglês, a tatuagem relacionada a praticantes de crimes de intolerância. Pênis, o desenho é usado para punir estupradores, assim como a sobrancelha raspada.
Diferenças entre furto, roubo e latrocínio: No furto, um ladrão subtrai algo da vítima sem ser percebido ou sem entrar em contato com ela. No roubo, há contato com a vítima através de ordens, ameaças ou violência. O latrocínio é o roubo seguido de morte.
Identificação médico-legais funcionais
· Normais
· Patológicos: deficiências e doenças funcionais Identificação médico-legais psíquicas
· Psicopatologia forense: doenças mentais, distúrbios psicológicos
A identificação médico-legal pode dar-se de diversos modos dependendo de especificidades, tais como: língua bífida, alargador, ossadas com ferimento de arma de fogo, lesões ósseas, próteses dentárias. No entanto, se não houver nada com o que comparar, não há como haver identificação
· Não há sentido em recuperar um projetil, se não há uma arma suspeita para comparar
· Mesmo se houver DNA do agressor, não tem serventia se ele não estiver registrado em alguma base de dados que possa ser comparado e identificado
A análise de arcada dentária é muito eficiente além de ser um método seguro (Sistema odontológico de Amoedo). Grande valor no corpo carbonizado, ossadas, sendo usado em grandes desastres (como quedas de avião). Devido ao valor da ficha odontológica, no Brasil não funciona de forma muito eficiente, porque grande parte da população não tem acesso à tratamento odontológico. É necessário um dado registrado para haver comparação.
Além disso, características diferenciadas como dedos anormalmente articulados, prodalactilia (excesso de dedo), deformações fetais são cruciais para a identificação
Identificação Judiciária
· Independe de conhecimentos médicos
· Fundamentação: dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos
· Processo efetuado por peritos em identificação
· Processos antigos: marcar a ferro, mutilações, etc.
· Arcada dentária
· Assinalamento sucinto: estatura, raça, idade, cor dos olhos, etc.
· Bertinolagem: sistema antropométrico de Bertillon (11 medidas preconizadas)
· Estudo da voz
· Fotografia
· D.N.A. (apesar de cada um ter o seu e ser possível extrair muito facilmente mesmo de materiais genéticos pequenos, no Brasil ninguém é obrigado a produzir provas contra ele mesmo, portanto não é obrigatório a coleta do material genético. Caso o DNA seja utilizado como prova e o suspeito for condenado, esse processo pode ser anulado pois a evidência foi coletada indevidamente, ilegalmente)
· Retrato falado (caso no RJ, várias pessoas foram espetadas com uma agulha durante o carnaval, e por isso foi possível criar algo bem fidedigno ao suspeito, o que não acontece na maioria dos casos por conta da falta de informações e detalhes)
· Datiloscopia (o que realmente vale para nós, cada um tem a sua e nenhuma igual)
Datiloscopia
Sistema Dactiloscópico de Vucetich
Lançado em 1891 e instituído no Brasil em 1903.
“ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”
-Vantagens:
Perenidade: 6º mês de vida IU -> depois da morte.
Imutabilidade: desenhos digitais imutáveis.
Variedade: desenhos digitais não se repetem.
Ainda, é um processo rápido e fácil, essa coleta
Ao tirar o registro de identidade, atualmente, são cadastradas as dez digitais. No Brasil, é possível tirar RG uma em cada estado, pois o sistema de identificação não é unificado (ao contrário do de cobrança, arrecadação -multa te segue até sua casa)
DESENHO DIGITAL: (Cristas + Sulcos)
IMPRESSÃO DIGITAL: reverso do desenho (Linhas brancas e pretas- utilizados no RG)
O elemento principal, base de todo o sistema é o delta: triângulo resultante do encontro dos três sistemas de linhas. Em função da presença, ausência ou posição, direção é possível estabelecer quatro tipos de fundamentos: Verticilo, presilha interna, presilha externa e arco
Elemento importante: DELTA – pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas
Quatro tipos fundamentais do Sistema Datiloscópico de Vucetich:
Verticilo (V): dois deltas e um núcleo 
central 	Presilha externa (E): presença de um delta à esquerda do observador e de núcleo em sentido contrário.
 
Presilha interna (I): presença de um Arco (A): ausência de deltas e núcleos
delta à direita do observador 
e núcleo em sentido contrário
 
 
	
Fórmula datiloscópica: sucessão de letras (polegar) e algarismos (restante) que configuram os tipos fundamentais de uma pessoa a partir do polegar direito até o mínimo esquerdo, representado através de uma fração que tem como numerador a mão direita e denominador a mão esquerda.
Fórmula dactiloscópica – Arquivamento 
V – 4
E – 3
I – 2
A – 1
Indefinida – X (defeitos, cicatrizes etc) Ausência - 0
Ex.
 
𝑉−3334
𝐼−2221
 
são sempre dez elementos constituintes
A fórmula datiloscópica não pode ser utilizada para identificação, pois há um número finito de combinação delas e elas podem ser repetidas.
No Brasil, são necessários doze pontos característicos combinantes para que a pessoa possa ser identificada, ou seja, é necessário ter tanto as provas quanto a suspeita (para haver combinação).
A essência básica da identificação é: A Comparação.
Tanatologia
A palavra tanatologia origina-se do grego thanatus que quer dizer morte e do sufixo logia que significa estudo. É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos fenômenos com ela relacionados.
· Fenômenos relacionados à morte e suas conseqüências na esfera jurídico-social;
O óbito não é a maior analise do IML, tendo em vista que corresponde a apenas 30% dos casos analisados. No entanto, é função do legista caracterizá-lo.
Tanatologia forense estuda a morte e seus aspectos jurídico-sociais. (França, 2004)
Uma pessoa só deixa de existir legalmente a partir do momento que é emitido o certificado de óbito, jurídica e legalmente falando. O atestado de óbito serve para que aconteça o enterro, após registrado em cartório, e corroborar a causa da morte.
Caso: diretor do bando do Brasil tinha um irmão gêmeo e quando ele morreu não registrou em cartório, possivelmente sabendo das consequências que ia ser preso assumiu a identidade.
Morte para transplante de órgãos está definida pela morte encefálica (CFM)
MORTE:
Conceito:
· Perda da consciência 
· Desaparecimento da motilidade e do tônus muscular
· Parada da respiração
· Parada do coração
· Perda da ação reflexa ao estímulo
· Cessação definitiva de todos os fenômenos vitais
· Processo progressivo e não instantâneo 
Evolução do conceito
Tradicional: cessação total e permanente das funções vitais 	Avanços das técnicas de reanimação e de sustentação da vida para pacientes com lesões cerebrais severas mudança do conceito: morte encefálica
· 1.1.- Critério do C.F.M. P/ Definição (Resolução1346/91)
· “O Conselho Federal de Medicina, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268/57, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958”.
· Os critérios, no presente momento, para a caracterização da parada total e irreversível das funções encefálicas em pessoas com mais de dois anos são, em seu conjunto:
Clínicos:
Coma perceptivo com arreatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de causa definida.
Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular e do vômito.
Positividade do teste de apnéia.
· Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações metabólicas, intoxicações por drogas, choque ou hipotermia.
Complementares: 
Ausência das atividades bioelétricas ou metabólicascerebrais ou da perfusão encefálica;
O período de observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas.
Os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas e eletroencefalográficas necessárias para a caracterização da morte encefálica são definidos por faixa etária, como: de 7 dias a 2 meses incompletos – 48 h; de 2 meses a 1 ano incompleto – 24 h; de 1 ano a 2 anos incompletos – 12 h; acima de 2 anos – 6 h. Nosso ponto de vista é que o prazo mínimo deveria ser de 24 h para os maiores de 2 anos e 48 h para os de idade entre 7 dias e 2 anos.
A parada total e irreversível das funções encefálicas será constatada através da observação desses critérios registrados em protocolo devidamente aprovado pela Comissão de Ética da Instituição Hospitalar
Constatada a parada total e irreversível das funções encefálicas do paciente, o médico, imediatamente, deverá comunicar tal fato aos seus responsáveis legais, antes de adotar qualquer medida adicional.
· Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília - DF, 08 de agosto de 1991.
O conceito de morte encefálica vem crescendo, devido aos transplantes, e atualmente e pode ser dividido
· Morte do encéfalo: é quando o encéfalo em si perde sua função, geralmente é derivada de traumatismos cranianos
· Morte do tronco encefálico: onde localizam-se estruturas essenciais para a homeostasia corporal, tal como os centros responsáveis pela respiração e batimentos cardíacos, é comum caso ocorra um trauma raquimedular que atinja essa região
· Morte do encéfalo: acontece quando o córtex é atingido, relacionados a doenças demenciais e degenerativas
Na prática o que importa é o defunto se encaixar em morte encefálica, para tornar-se um possível doador. Há um protocolo clínico para seguir, desde que seja de causa irreversível e conhecida.
-O paraná é destaque estatístico em doação de órgão, sendo que ano passado, um bebe de 3 meses se tornou o mais novo doador
-A morte pode ser real: interesse da medicina-legal, ou morte aparente (quando há a quase morte- o indivíduo entra em parada, mas há reanimação)
- Determinada por sentença judicial, após um prazo de desaparecimento da pessoa, a partir dessa determinação, os interessados podem se dirigir ao cartório e obter o atestado de óbito.
Ex. Caso do ex-goleiro Bruno, do Flamengo, ele foi julgado através de testemunhas, mas o corpo nunca apareceu
C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73
DEFINIÇÃO DE TANATOLOGIA FORENSE:
OMS: Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o nascimento sem possibilidade de ressuscitação.
Com o surgimento dos modernos processos de transplantes de órgãos e os avanços da Medicina, por exemplo: respiração artificial, medidas eficientes de ressuscitação e as máquinas de circulação extracorpórea tornaram-se controvertido a determinação do exato momento da morte de um indivíduo.
CONCEITO ATUAL:
Hoje o critério é o cérebro, ou seja, condição mórbida orgânica caracterizada pela abolição total e definitiva das funções da vida em relação (vida x utilidade).
· Tanatocronologia:
Características cadavéricas para ser determinada a morte:
· Abiótico: avitais (dificilmente são visto no momento da perícia visto que são fugazes, aparecem e desaparecem rapidamente após o óbito)
· Abióticos: imediatos (conceito da morte a ser avaliado, no ps- por exemplo, mas não dá certeza de morte) presumíveis da morte
Parada cardiorrespiratória
Imobilidade do cadáver
Abolição da motilidade e tónus muscular
Ausência de circulação
Dilatação pupilar
Abertura das pálpebras e da boca
Relaxamento esfincteriano (perda de fezes; urina e esperma)
Perda de consciência, de sensibilidade (táctil, térmica e dolorosa)
 Ocorrem de formas concomitantes 
· Abióticos: consecutivos (capaz de determinar certeza de morte)
desidratação
arrefecimento do corpo
 - Corpo esfria
livores cadavéricos (hipostases viscerais)
rigidez cadavérica (rigor mortis) 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS:
· DESTRUTIVOS:
-Autólise;
-Maceração;
-Putrefação:
· CONSERVADORES:
-Saponificação:
 Transformação do cadáver em substância de consistência untosa, em geral após a sexta semana depois da morte, pela embebidação do cadáver em água e dificuldade da aeração.
-Mumificação
-Alteração pós morte que detém, em parte, o processo da destruição tissular pela decomposição. O ressecamento dos tecidos ocorre em condições ambientais de alta temperatura, baixa umidade e boa ventilação. Identificado com pele e ossos basicamente intactos, pouco comum na área da medicina legal.
-Calcificação
Mais freqüentes em fetos mortos, onde as partes moles desintegram-se pela putrefação rápida e o esqueleto começa assimilar uma grande quantidade de sais de cálcio.
-Corificação
Urnas, cadáver passa pela putrefação inicial e para, dando origem a um processo de mumificação natural.
-Congelação:
Baixas temperaturas
-Fossilização:
Corpo manter sua forma sem qualquer estrutura de composição orgânica
-Cabeça reduzida:
Retirada dos ossos da face com integralidade da pele
DETERMINAR TEMPO DE MORTE:
Perda de peso: os cadáveres perdem em média 8 g/Kg/dia.
Algidez: nas primeiras 3 horas a queda de temperatura do cadáver é de meio grau (0,5°) por hora. A partir da quarta hora é de 1° por hora 
Depende da temperatura ambiente e situação do cadáver. Os parâmetros acima são referentes a 24 graus Celsius.
 Livores de Hipóstase: surgem em geral 2 a 3 h. após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 10 h."post mortem". São manchas no corpo que se formam pela deposição do sangue nas regiões em declive no cadáver, devido à gravidade. Importância: diagnóstico da realidade da morte, estimativa do tempo de morte, posição do cadáver depois da morte
 Rigidez cadavérica: surge na mandíbula depois da 2ª hora; em seguida nuca (2-4h); nos membros (4-6h) e nos músculos do tórax (6-8h). Desaparece na mesma sequência. De oito a dez horas (tempo estimado para transporte do corpo) já está em rigidez cadavérica total e a seqüente flacidez cadavérica se estabelecerá na mesma ordem que ocorre a rigidez. Está-se totalmente flácido, significa que está morto a pelo menos 16 horas- 8 da flacidez e 8 da rigidez. Nunca há horário exato, e sim estimativo de intervalo de tempo que ocorreu a morte.
Mancha verde abdominal: surge entre 18 a 36 horas. Tem início na fossa ilíaca direita (Clostrídium welchii).
Aparece na fossa ilíaca direita pois é onde o ceco está mais próximo da superfície, sendo mais evidente em pessoas emagrecidas e crianças, essa mancha é causada pela proliferação de uma bactéria intestinal, marcando o início da decomposição. Além disso, em casos de morte por afogamento, é possível que essa mancha seja visualizada no tórax devido a manifestação de fungos no parênquima pulmonar.
Gases da putrefação: lº dia: gases não inflamáveis: CO2; 
2º ao 4º dia: gases inflamáveis: HC e H,
A partir do 5º dia: gases não inflamáveis: N e NH4.
Do primeiro ao quinto dia, portanto, há a fase de decomposição gasosa 
Cristais de Sangue Putrefeito: (WESTENHOFFER-ROCHA): surgem depois do 3º dia e permanecem até o 35º dia depois da morte
Crioscopia do sangue: Ponto de congelação do sangue. Valor normal: O,57°C.
Crescimento dos Pelos da Barba: crescem 0,021 mm/hora.
Conteúdo estomacal: a digestão se faz no estômago em torno de 4 a 7 horas.
Para base de comparação, a refeição normal demora cerca de uma hora
Tem importância ocasionalmente, exemplo: salva vidas morreu afogado ao entrar na piscina após curto período de tempo, estava almoçando quando ouviu o pedido de socorro, passou mal por congestão, perdeu a consciência e morreu devido à asfixia por afogamento
Fauna Cadavérica: Para saber a estimativa do tempo de morte, análise de fauna cadavérica é a mais fidedigna pois independente das circunstâncias elas sempre aparecem na mesma ordem, mas, cuidado, depende da situação do cadáver e do meio onde estava pode aparecer em períodos de tempo diferente (por isso a estimativa varia)
No entanto, não há treinamento adequado para isso, poucos profissionais têm especialização para identificara fauna cadavérica
1ª Legião: Dipteros, Muscina stabulans (8-15 dias); 
2ª Legião: Lucila coesar (15 a 20 dias);
3ª Legião:Dermester lardarins 20 a 30 dias/3a 6 meses; 
4ª Legião: Pyophila patasionis. Depois da fermentação; 5ª Legião: Tyreophora Cyrophila. Na liquefação;
6ª Legião: Uropoda nummularia. Absorvem os humores; 7ª Legião: Aglossa cuprealis (12 a 24 meses);
8ª Legião: Tenebrio Obscurus (3 anos após a morte). 
Outros sinais comuns após a morte são:
Midríase bilateral Opacificação da córnea
 
Livores cadavéricos
Maceração
Gases de putrefação Fauna cadavérica
 
Fase de decomposição:
· Fase cromática:
Inicia-se pela mancha verde abdominal (nos corpos que é possível ver) após 18-32h
Mancha se espalha pelo corpo, decorrente da proliferação (independentemente da cor da pessoa)
Difunde por todo abdome, pelo tórax, cabeça e membros (Max em 7 a 12 dias)
Tonalidade esverdadeada até enegrecidada
Tonalidade verde -> sulfometahemoglobina
· Fase Gasosa:
Enfisema putrefativo
Flictenas putrefativas (bolhas na epiderme)
Cadáver de aspecto gigantesco 
Posição de lutador
Circulação póstuma de Broulardel -> desenho dos vasos sanguineos subcutâneos, pela decomposição e formação de sulfahemoglobina e hematina (entre 36-48h) 
· Fase Coliquação:
quando há a dissolução do corpo, as partes moles desintegram e a fauna cadavérica está em proliferação constante. Nessa fase, a menos que haja alterações específicas da pessoa (perfurações/quebras ósseas, por exemplo), não há como haver identificação de hematomas, devido ao estágio avançado da decomposição
epiderme se desprega da derme, corpo perde forma
esqueleto fica coberto por uma massa de putrilagem
· Fase de esqueletização
Ação continua dos germes, insetos e do meio ambiente levam os tecidos à ressecação, redução do volume e pulverização.
A atuação da fauna cadavérica continua, dependendo do meio ambiente, os ossos se desprendem ou ficam unidos por apenas ligamentos
Os ossos, apesar de resistir bastante, tornam-se mais frágeis à medida que o tempo vai passando
Pode durar 3-5 anos, dependendo da ação do meio ambiente.
A partir de um ano e meio de decomposição, é possível observar somente ossos e ligamentos. Já de três a cinco anos é observado apenas ossos
-Muitas vezes, são encontradas ossadas parciais nessa fase, com isso é importante avaliar calçados e vestimentas para caracterização, pois se não houver arcada dentária, com ficha odontológica compatível para ser comparada é difícil a identificação. No entanto, é possível inferir a partir do tamanho dos ossos longos, características diferenciais (ex. pé torturado, sem dedo) quando há base para comparação
CALENDÁRIO DA MORTE 
· corpo flácido, quente e sem livores: menos de 2 h 
· rigidez da nuca e mandíbula, esboço de livores e esvaziamento das papilas oculares no fundo d olho: de 2 a 4 h
· rigidez dos membros superiores, da nuca e da mandíbula, livores relativamente acentuados e anel isquêmico de 1/2 do diâmetro papilar no fundo de olho: de 4 a 6 h
· rigidez generalizada, manchas de hipóstase, não surgimento da mancha verde abdominal e desaparecimento das artérias do fundo de olho: mais de 8 e menos de 16 h 
· rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, e reforço da fragmentação venosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho: mais de 16 e menos de 24 h 
· presença de mancha verde abdominal, início de flacidez e papilas e máculas não localizáveis fundo de olho: de 24 a 48 h 
· extensão da mancha verde abdominal e fundo de olho reconhecível só na periferia: de 48 a 72h
· fundo de olho irreconhecível: de 72 a 96 h 
· desaparecimento das partes moles do corpo e presença de insetos: de 2 a 3 anos
· esqueletização completa: mais de 3 anos
QUESITOS:
· Houve a morte? (sim e porquê- descrever o que o caracteriza como cadáver)
· Qual a causa da morte? (clínica- tem que ter no CID)
· Qual o instrumento ou meio que produziu?
· Foi produzida por veneno, fogo, explosivo, asfixia ou outro meio insidioso ou cruel?
LESÕES CORPORAIS
Conceito: toda e qualquer ofensa ocasionada à normalidade funcional do corpo ou organismo humano, seja do ponto de anatômico, fisiológico ou psíquico.
-o ponto de vista psíquico não é possível ser avaliado pelo perito
Legal: elementos objetivos de um crime, sendo definidas na legislação penal constante do art. 129 e parágrafos do Código Penal Brasileiro.
· Divisão:
Segundo a quantidade de dano:
a. Lesões leves: pena de 3 meses a 1 ano
b. Lesões graves: pena de 1 a 5 anos
c. Lesões gravíssimas: pena de 2 a 8 anos 
d. Lesões seguidas de morte.
· Lesão leve- CP art. 129
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
Lesões que compromete as ocupações habituais da vítima por menos de 30 dias
Lesões de pouca repercussão orgânica de fácil recuperação. Ex: escoriação, equimose, edema 
· Lesão grave- C.P. art. 129, §1° - se resulta:
Incapacidade para as ocupações habituais (não só trabalho) por mais de 30 dias;
-conceito funcional; incapacidade física, funcional, anatômica
Perigo de vida;
-situação de iminência de morte, dano efetivo e atual, evidente presente ou passado, decorre de um diagnóstico
-ex: asfixia, choque
Debilidade permanente de membro, sentido ou função;
-Debilidade= enfraquecimento da capacidade funcional ou de uso;
Aceleração de parto; 
-=antecipação
-nexo-causal= antecipação do parto decorrente da lesão
-feto nasça antes do tempo normal, esteja vivo e com capacidade de sobreviver;
Pena: reclusão de 1 ano a 5 anos
· Lesão corporal gravíssima – C.P. art. 126, §2° - se resulta:
Incapacidade permanente para o trabalho;
-A incapacidade é genérica, torna-se incapaz para qualquer trabalho e não um específico.
Enfermidade incurável;
-moléstia, doença, afecção.
-deve causar um défict funcional com seqüela evidente
-ex: demência senil, epilepsia e diabetes, decorrentes da lesão
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
-perda é amputação
-inutilização é a falta de utilidade, inaptidão
-ex: amputação de braço, hemorragia de retina bilateral.
Deformidade permanente;
-Qualquer alteração que atinge a fisionomia, a atitude ou a maneira habitual da pessoa.
-Fatores: idade, cor, profissão, sede da lesão, extensão da lesão
-Ex= encurtamento de membro, claudicação, cicatrizes extensas em face
Aborto;
-interrupção da gestação com morte do produto da concepção
-critérios: intenção de lesar; conhecer o estado da gestação.
Pena: reclusão de 2 a 8 anos.
Órgãos duplos: 
-perda ou grave comprometimento permanente de um só dos órgãos duplos são considerados uma lesão grave (debilidade da função)
- a perda de um deles acompanhada de grave comprometimento ou perda do outro é lesão gravíssima 
· Lesão qualificadora agravante:
É a lesão corporal produzida por meio de:
-veneno
-fogo
-explosivos
-asfixia ou tortura
-ou outro meio insidioso ou cruel
O CPB art. 61, inciso II, letra “d” diz que o emprego de asfixia, veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel como meio de produzir a morte constitui circunstância agravante do crime, pela crueldade de que se reveste este recurso.
· LESÕES CORPORAIS- QUESITOS:
1. Há ofensa à integridade ou à saúde do paciente?
2. Qual foi o instrumento ou meio que o produziu?
3. Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou meio insidioso ou cruel?
4. Resultará incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias ou perigo de vida ou debilidade permanente do membro, sentido ou função? (grave)
5. Resultará incapacidade permanente para trabalho ou enfermidade incurável ou pêra ou inutilização de membro, sentido ou função ou deformidade permanente? (gravíssima)
RESPOSTAS AOS QUESITOS:
Prevê a graduação das lesões:
· Leve
· Grave
· Gravíssima
· Seguida de morte
· Qualificadora agravante (veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura ou outro meio insidioso ou cruel)
Em grávidas:
· Resultouaceleração do parto?
· Resultou aborto?
LAUDO COMPLEMENTAR OU DE SANIDADE FISICA:
1. Resultará incapacidade para as ocupações habituais por mais e 30 dias ou perigo de vida ou debilidade permanente de membro, sentido ou função? (grave)
2. Resultará incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função ou deformidade permanente? (gravíssima)
Instrumento ou meios- energia:
Mecânica 
Física 
Química 
Fisico-química
Bioquímica
Biodinâmica
TRAUMATOLOGIA FORENSE
Estuda as lesões corporais resultantes de traumatismo danoso ao corpo ou à saúde física ou mental. 
Podem levar a morte ou só as lesões corporais
· Energias mecânicas: são aquelas que incidindo sobre o corpo são capazes de modificar o estado de repouso ou movimento. 
	AÇÃO
	INSTRUMENTO
	LESÃO
	EXEMPLO
	SIMPLES
	PERFURANTE
CORTANTE CONTUDENTE
	PUNCTORIA
INCIOSA
CONTUSA
	AGULHA, ESTILETE
NAVALHA E GILETE
MÃOS E TIJOLO
INSTRUMENTO PERFURANTE:
Atuam mediante pressão, penetração, agem separando as fibras sem seccioná-las.
Produz um afastamento tissular
Retorno imediato com obliteração do pertuito.
FERIDA PUNCTÓRIA:
Forma circular (elíptica)
Diâmetro pequeno
Recoberta por crosta hemática
Sangramento: inexistente ou pequeno, mesmo que atinja um vaso de grande profundidade.
INSTRUMENTOS CONTUDENTES
Atuam mediante pressão, arrastamento, torção, etc
Agem lesando as fibras
Ex: mão, pedra, cassetete
LESÕES CONTUSAS:
Equimose: Infiltração de sangue no tecido devido à ruptura de capilares
A distância->migração do sangue extravasado
Atestam que houve lesão contundente e que havia vida no momento da lesão
-Espectro equimótico de LEGRAND DE SAULLE: 
Sucessão de cores que se inicia pelos bordos
Importância pericial-> determinar a data provável da agressão
-lesão leve (menos de 30 dias de afastamento do trabalho)
-cores dão suposta data de agressão
Escoriação: agente contundente desliga sobre a pele, fazendo o arrancamento traumático da epiderme e exposição da derme
Arranhões;
Hematoma: rompimento dos vasos com pressão suficiente para dissecar os tecidos formando uma bolsa;
Geralmente confundido com as equimoses
Comum em traumatismos intensos
Geralmente órgãos parenquimatosos (fígado, baço, mesentério, cérebro)
Edema: elevação e palidez da área do impacto
Surge após 1 a 3 minutos e desaparece rapidamente (não dá para o perito ver)
Ferida contusa: solução de continuidade da pele e subcutâneo
O agente força a epiderme e derme de encontro ao osso
Lesão: bordas escoriadas, as vertentes irregulares, infiltrados por sangue, ligados por pontes de tecido e fundo sujo e irregular 
Luxação: deslocamento das superfícies articulares-> rotura da cápsula articular em seus pontos fracos;
Mais comum nos homens e em MMSS
As crianças e idosos são menos vulneráveis, porque as crianças têm articulações mais flexíveis e idosos possuem ossos mais enfraquecidos que se fraturam com facilidade. 
Fratura: solução de continuidade de estruturas duras e mineralizadas (ossos e dentes)
-lesão grave
-encurtamento do membro= gravíssima pq vai ser para sempre
INSTRUMENTOS CORTANTES
Agem por pouca pressão e muito deslizamento
Afastam as fibras e seccionam 
Produzidos pela ação de deslizamento de gume afiado
-instrumentos:
Típicos: navalha, lâmina de bisturi, faca afiada
Atípicos: folhas de papel, linha com pó de vidro (cerol), capim (capim navalha)
LESÕES INCISAS:
Pouco profundas
Profundidade inicial maior e terminal menor, com cauda de escoriação
Bordos regulares- boa coaptação
Sangrantes- secção de vasos 
1. Na parte anterior do pescoço: esgorjamento
2. Na parte posterior do pescoço: secção quase total do pescoço: degolamento
3. Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo: decaptação

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