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Laís Kemelly Lima de Araújo Imunidade no Trato Gastrintestinal Características Gerais → Camada epitelial externa: previne a invasão microbiana. → Tecido conjuntivo: linfócitos, células dendríticas, macrófagos. → Linfonodos: células B e T, células dendríticas e macrófagos. ↳ MALT: tecido linfoide associado a mucosa Os sistemas imunes regionais podem ter células especializadas, exclusivas da região onde se encontram. (pele = células de Langerhans; íleo = células M) → Resposta a patógenos, tolerância aos comensais. Imunidade Inata → Células caliciformes das vilosidades: secretam muco → Células epiteliais absortivas: secretam citocinas (defensinas) → Células M: APC’s, recobrem o tecido linfoide → Células de Paneth: porção basal das criptas, secretam peptídeos antibacterianos Mucinas Proteínas glicosiladas que formam uma barreira física, protegendo as células do TGI dos microorganismos. MUC 2, MUC 5, MUC 6 são as secretadas, formam um gel de duas camadas: ↳ Camada externa: menos densa, colonizada por bactérias ↳ Camada interna: densa, ligada ao epitélio e livre de bactérias As mucinas podem se desprender das células epiteliais do intestino e se ligarem às proteínas (adenosina) dos patógenos, que são responsáveis pela adesão às membranas celulares do hospedeiro. Superfície apical das células epiteliais gastrointestinais: MUC 12, MUC 13, MUC 17. As mucinas ligadas à membrana se associam com glicolipídios e formam o glicocálice, outra barreira física. As mucinas são produzidas pelas células epiteliais de superfície e por glândulas submucosas. Geralmente são renovadas a cada 6-12 horas, mas existem estímulos que podem reduzir esse período. ↳ Citocinas (IL’s, TNF, INF-2) ↳ Produtos de neutrófilos ↳ Proteínas de adesão microbiana Defensinas Peptídeos produzidos pelas células epiteliais intestinais. Possuem efeito tóxico sob as membranas fosfolipídicas externas dos patógenos. ↳ Alfa defensinas: produzidas por c. de Paneth ↳ HD5, HD6 ↳ Beta defensinas: c. absortivas nas criptas, produzidas em resposta à IL-1. Laís Kemelly Lima de Araújo ● Zônula ocludens: zonas de oclusão formadas por células epiteliais e proteínas, que bloqueiam o movimento de microrganismos pelos espaços intercelulares até a lâmina própria. TLR’s e NOD’s Os receptores reconhecem PAMP’s. No entanto, a expressão desses padrões não se limita à microorganismos patogênicos, estando também presentes em bactérias comensais da microbiota nativa do TGI. Como essas bactérias não induzem uma resposta imune? As bactérias comensais do lúmen intestinal só passam a ser patogênicas quando penetram a barreira desse órgão. As células epiteliais expressam os receptores TLR (2-9) em regiões distintas do intestino. Respostas decorrentes de sua ativação: ↳ Reorganização da zona de oclusão ↳ Aumento da na função de barreira, sem induzir uma resposta inflamatória. TLR5: superfície basolateral das células epiteliais. Devido à sua localização, só vai ser ativado caso uma bactéria consiga penetrar a barreira. Receptores NLR: expressos no citoplasma das células epiteliais intestinais. A localização desses receptores garante que a resposta só acontecerá quando a função de barreira falhar. Resposta inflamatória envolvendo as células epiteliais intestinais = prejuízo para a barreira, podendo levar à invasão bacteriana e inflamação patológica. Para evitar esse efeito, alguns macrófagos secretam a IL-10, com propriedades anti- inflamatórias. Além disso, a expressão do TLR4 também é reduzida. As células linfoides inatas secretam IL-17 e IL- 22, induzindo maior produção de muco e defensinas com conslaequente aumento da função de barreira. Imunidade Adaptativa Anatomia Funcional → GALT -> tecido linfoide associado ao intestino. Produz IgA. ↳ Placas de Peyer: contém linfócitos B e T auxiliadores, células dendríticas e macrófagos. → Células M: realizam transporte de substâncias do lúmen via transcelular pelas células epiteliais, levando-as até as APC’s. Podem capturar o conteúdo por fagocitose ou endocitose. Liberam essas substâncias por Laís Kemelly Lima de Araújo exocitose para as células dendríticas presentes na Placa de Peyer. Obs: existem bactérias que utilizam as células M como rota para entrada, como a Sallmonela. Essas bactérias são citotóxicas para as células M, formam lacunas no epitélio, levando à entrada de mais microorganismos. → Células dendríticas: presentes na lâmina própria, mas emitem projeções em direção ao lúmen intestinal sem romper a zona de oclusão. Desencadeiam as respostas adaptativas: processam e apresentam antígenos proteicos às células T do GALT, iniciando a resposta adaptativa.; → Linfonodos mesentéricos: diferenciação de células B em plasmócitos secretores de IgA, desenvolvimento de células B regulatórias e T efetoras. → Tonsilas: composta por folículos linfoides. Imunidade Humoral → IgA: produzida no GALT e transportada através do epitélio mucoso para o lúmen. As células secretoras se acumulam em regiões próximas ao epitélio que fará a captura da IgA secretada, facilitando o transporte para o lúmen. → Indução seletiva da troca de classe das células B para o isótipo A: ↑ produção de IgA Citocinas solúveis e proteínas se ligam a receptores de sinalização em células B, induzindo a troca. • TGF-b: citocina essencial para a troca. As bactérias comensais no lúmen produzem ligantes que se ligam a TLR’s específicos. Em resposta a essa ligação, as células epiteliais intestinais ou dendríticas do GALT expressam as moléculas necessárias para mudança de classe. → Troca independente de células T Bactérias comensais produzem TLR, ativando as células dendríticas. Quando ativadas, essas células secretam citocinas (APRIL, TGF-b) que induzem a troca de classe para IgA. Essa via produz anticorpos de afinidade relativamente baixa a bactérias intestinais. → Troca dependente de células T Laís Kemelly Lima de Araújo As células dendríticas na cúpula subepitelial das placas de Peyer capturam os antígenos bacterianos, que foram exocitados pelas células M, e os apresentam para as células TCD4+ imaturas. Quando ativadas, essas células se diferenciam em T helper. A troca de classe acontece pela ligação do CDL40L na célula T ao CD40 na célula B, associado com a ação do TGF-b. Os anticorpos produzidos nessa via são de alta afinidade. → Transporte da IgA para o lúmen: receptor poli-Ig. A IgA produzida na lâmina própria liga-se ao receptor poli-Ig, na base da célula epitelial. Associados, eles formam um complexo que realiza a transcitose (transporte através da célula, da base para o lúmen). Ao fim do processo, o receptor poli-Ig sofre clivagem proteolítica, liberando seu domínio extracelular contendo a IgA para o lúmen intestinal. (componente secretório) Imunidade Celular → Células T Determinandos subtipos de população de célula T são encontrados a depender do local. ↳ Células intraepiteliais: CD8+ ↳ Lâmina própria: CD4+ (células T efetoras ativadas ou células T de memória) ↳ Placas de Peyer: CD4+ (T helper, Treg) → Células dendríticas e macrófagos Projetam seus dendritos entre as células epiteliais, entrando em contato com o lúmen. Capturam o antígeno e migram, através da linfa, em direção aos linfonodos mesentéricos. Apresentam os antígenos proteicos processados e induzem a diferenciação das células T imaturas em células efetoras que produzam citocinas (IFN-y, IL-17, IL-4). A capacidade de atuação dessas células depende do acido retinóico e de TGF-b. → Homing intestinal: endereçamento da célula para o intestino. Quando ocorre a ativação de linfócitos no GALT, as células T efetoras e células B secretoras de IgA sofrem mudanças em suasmoléculas de adesão e adquirem receptores de quimiocinas. Esse processo faz com que elas adquiram o fenótipo de homing intestinal. A célula dendrítica do intestino expressa a vitamina A (retinol). Quando ela chega na Placa de Peyer, além de apresentar o antígeno para as células B ou T inativas, também apresenta o retinol. Na placa existe uma enzima que o converte em ácido retinóico. Esse ácido entra em contato com as células recém-ativadas e induz a expressão de novos receptores nas células. Os ligantes para esses receptores estão nas células endoteliais venulares da lâmina própria, e vão funcionar como um ímã, atraindo os receptores que foram introduzidos. É assim que os linfócitos ativados retornam para a lâmina própria. Os receptores introduzidos são uma bússola, indicando o local no qual eles atuarão. Laís Kemelly Lima de Araújo Hipótese da Higiene Relação inversa entre a rinite e o número de familiares do indivíduo: contato não higiênico na infância conferiam proteção contra o desenvolvimento de doenças alérgicas. Base Imunológica → TH1: infecções virais ou bacterianas, produz citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-12, IFN-y), envolvido na imunidade celular. → TH2: ameaças parasitárias, citocinas anti-inflamatórias (IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-13), envolvido na imunidade humoral. → A resposta alérgica é desencadeada pelo desiquilíbrio entre a relação TH1/TH2. → Células Treg: protegem o indivíduo contra os efeitos da inflamação. (Indivíduos alérgicos possuem disfunção nesse processo) Desenvolvimento do Sistema Imune Durante o período pós-natal, ocorre o desenvolvimento da resposta TH1 pelo estímulo microbiano, visando equilibrar a relação TH1/TH2 e assim evitar uma resposta alérgica. Como o TH1 é estimulado por bactérias, o contato dos neonatos com esses microorganismos é importante para estabelecer o equilíbrio. A falta dessa estimulação leva a uma resposta TH inapropriada (aumento de TH2) ou desregulada (ausência de Treg). A supressão de doenças infecciosas na infância, inclusive pela vacinação, poderia induzir o desenvolvimento posterior de doenças crônicas atópicas.
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