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Prévia do material em texto

Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
1	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
			
 NEUANATOMIA 
	
										SISTEMA	NERVOSO		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	DEFINIÇÃO	
	O	sistema	nervoso	representa	uma	rede	de	comunicações	do	
organismo.	 É	 formado	 por	 um	 conjunto	 de	 órgãos	 do	 corpo	
humano	 que	 possuem	 a	 função	 de	 captar	 as	 mensagens,	
estímulos	do	ambiente,	"interpretá-los"	e	"arquivá-los".	
Consequentemente,	ele	elabora	respostas,	as	quais	podem	ser	
dadas	na	forma	de	movimentos,	sensações	ou	constatações.	
				 	 	 	EMBRIOLOGIA	DO	SISTEMA	NERVOSO		
O	sistema	nervoso	começa	a	sua	 formação	a	partir	da	quarta	
semana	 de	 vida,	 formando	 o	 tubo	 neural.	 Esse	 processo	 é	
denominado	de	neurulação.	
Neurulação	refere-se	ao	processo	de	dobramento	em	embriões	
de	vertebrados,	que	inclui	a	transformação	da	placa	neural	no	
tubo	neural.	O	embrião	nesta	fase	é	denominado	neurula.	
O	processo	começa	quando	o	notocórdio	induz	a	formação	do	
sistema	nervoso	central	(SNC),	sinalizando	a	camada	de	germe	
ectodérmico	acima	dela	para	formar	a	placa	neural	espessa	e	
plana.		
A	 placa	 neural	 se	 dobra	 sobre	 si	mesma	 para	 formar	 o	 tubo	
neural,	que	posteriormente	se	diferenciará	na	medula	espinhal	
e	 no	 cérebro,	 formando	 eventualmente	 o	 sistema	 nervoso	
central.	
Diferentes	 porções	 do	 tubo	 neural	 formam-se	 por	 dois	
processos	 diferentes,	 chamados	 de	 neurulação	 primária	 e	
secundária,	em	diferentes	espécies.	
Posteriormente,	a	placa	neural	sofre	uma	invaginação,	o	sulco	
neural.	Com	o	desenvolvimento	o	sulco	neural	se	transforma	na	
goteira	neural,	com	duas	cristas	neurais	presas.		
Ao	 final	 da	 terceira	 semana	 de	 vida	 a	 goteira	 neural	 se	
desprende	 do	 ectoderma,	 formando	 o	 tubo	 neural	 e,	 nas	
regiões	laterais	do	tubo	neural	são	formadas	as	cristas	neurais.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	TUBO	NEURAL	
O	 tubo	neural	 é	 a	estrutura	embrionária	que	dará	origem	ao	
cérebro	e	à	medula	espinhal.		
A	sua	formação		é	o	resultado	da	invaginação	da	ectoderme	que	
se	segue	à	gastrulação.	Este	processo	é	induzido	por	moléculas	
sinalizadoras	produzidas	na	notocorda	e	na	placa	basal.	
Durante	 a	 neurulação	 primária	 as	 células	 da	 ectoderme	
poderão	seguir	três	destinos	diferentes,	gerando	o	tubo	neural,	
a	epiderme	ou	a	crista	neural.	
Primeiramente,	ocorre	um	espessamento	da	placa	neural,	que	
se	dobra	para	cima,	ficando	em	formato	de	U	e	gerando	o	sulco	
neural.	 Eventualmente	 ocorre	 a	 fusão	 das	 dobras	 da	 placa,	
formando	o	tubo	neural.	Simplificando,	esse	processo	pode	ser	
dividido	em	4	partes:	
v Formação	da	placa	neural.	
v Espessamento	da	placa	neural.	
v Dobra	da	placa	neural	para	formar	o	sulco	neural.	
v Fechamento	 	 do	 sulco	 neural	 para	 formar	 o	 tubo	
neural.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
2	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
A	placa	neural	se	estende	ao	longo	do	eixo	antero-posterior	e	o	
aparecimento	da	placa	ocorre	pois	a	notocorda	secreta	fatores	
que	estimulam	sua	formação.	As	células	da	região	se	elongam,	
ficando	em	 formato	 colunar,	 o	que	as	distingue	do	 resto	das	
células	ao	redor.	
Para	que	 a	 placa	neural	 se	 dobre	ocorre	 a	 formação	de	uma	
região	onde	as	células	epidermais	na	 lateral	da	placa	acabam	
por	move-la	em	direção	a	linha	do	meio	do	embrião,	formando	
um	sulco.	O	movimento	dessas	células	epidermais	em	direção	
ao	meio	é	o	que	acaba	gerando	a	dobra	neural.	
O	tubo	se	fecha	quando	as	duas	extremidades	da	dobra	neural	
se	encontram	na	 linha	do	meio	do	embrião.	Entretanto,	esse	
processo	 não	 ocorre	 simultaneamente	 ao	 longo	 de	 toda	 a	
extensão	 do	 embrião,	 normalmente	 começando	 na	 região	
cefálica	e	terminando	na	região	caudal.		
O	 tubo	 neural	 sofre	 três	 dilatações,	 produzindo	 as	 vesículas	
primordiais,	sendo	prosencéfalo,	mesencéfalo	e	rombencéfalo.	
No	 arquencéfalo	 (	 cérebro	 primitivo)	 distinguem-se	
inicialmente	 três	 dilatações,	 que	 são	 as	 vesículas	 encefálicas	
primordiais	 denominadas:	 prosencéfalo,	 mesencéfalo	 e	
rombencéfalo.	 Com	 o	 subsequente	 desenvolvimento	 do	
embrião,	o	prosencéfalo	dá	origem	a	duas	vesículas,	telencéfalo	
e	 diencéfalo.	 O	 mesencéfalo	 não	 se	 modifica,	 e	 o	
romboencéfalo	origina	o	metencéfalo	e	o	mieloncéfalo.	
O	 telencéfalo	 compreende	 uma	 parte	 mediana,	 da	 qual	 se	
envagina	 duas	 porções	 laterais,	 as	 vesículas	 telencefálicas	
laterais.	 A	 parte	 mediana	 é	 fechada	 anteriormente	 por	 uma	
lamina	que	constitui	a	porção	mais	cranial	do	sistema	nervoso	
e	 se	 denomina	 lamina	 terminal.	 As	 vesículas	 telencéfalicas	
laterais	crescem	muito	para	formar	os	hemisférios	cerebrais	e	
escondem	 quase	 completamente	 a	 parte	 mediana	 e	 o	
diencéfalo.	
O	 diencéfalo	 apresenta	 quatro	 pequenos	 divertículos:	 dois	
laterais,	as	vesículas	ópticas,	que	formam	a	retina;	um	dorsal,	
que	forma	a	glândula	pineal;	e	um	ventral,	o	infundíbulo,	que	
forma	a	neuro-hipófise.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	FLEXURAS		
Durante	 o	 desenvolvimento	 das	 diversas	 partes	 do	
arquencéfalo	aparecem	flexuras	ou	curvaturas	no	seu	teto	ou	
assoalho,	 devidas	 principalmente	 a	 ritmos	 de	 crescimento	
diferentes.		
A	primeira	flexura	a	aparecer	é	a	flexura	cefálica,	que	surge	na	
região	entre	o	mesencéfalo	e	o	prosencéfalo.	Logo	surge,	entre	
a	 medula	 primitiva	 e	 o	 arquencéfalo,	 uma	 segunda	 flexura,	
denomina	 flexura	 cervical.	 Ela	 é	determinada	por	uma	 flexão	
ventral	 de	 toda	 a	 cabeça	 do	 embrião	 na	 região	 do	 futuro	
pescoço.	Finalmente	aparece	uma	terceira	flexura,	de	direção	
contraria	as	duas	primeiras,	no	ponto	de	união	entre	o	meta	e	
o	mielencéfalo:	a	flexura	pontina.	Com	o	desenvolvimento,	as	
duas	 flexuras	 caudais	 se	 desfazem	 e	 praticamente	
desaparecem.	 Entretanto,	 a	 flexura	 cefálica	 permanece,	
determinado,	no	encéfalo	do	homem	adulto,	um	ângulo	entre	
o	cérebro,	derivando	do	prosencéfalo,	e	o	resto	do	neuro-eixo.	
	
A	 formação	 do	 tubo	 neural	 nas	 regiões	 sacral	 e	 caudal	
normalmente	se	dá	pelo	processo	de	neurulação	secundária.	
Em	 humanos,	 esse	 processo	 se	 completa	 na	 7ª	 semana	 de	
gestação.	 É	 importante	 salientar	 que	 a	 forma	 como	 se	 dá	 a	
formação	do	tubo	neural	durante	a	neurulação	secundária	varia	
de	espécie	para	espécie.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
3	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
			 	 	 	 	 	 	 	 	DIVISÕES	DO	SISTEMA	NERVOSO	
O	Sistema	Nervoso	está	dividido	em	duas	partes	fundamentais:	
sistema	nervoso	central	e	sistema	nervoso	periférico.	
	
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	NERVOSO	CENTRAL	–	SNC	
O	 sistema	 central	 é	 formado	 pelo	 encéfalo	 e	 pela	 medula	
espinhal.	 Todas	 as	 partes	 do	 encéfalo	 e	 da	 medula	 estão	
envolvidas	 por	 três	 membranas	 de	 tecido	 conjuntivo	 -	 as	
meninges.	 O	 encéfalo,	 principal	 centro	 de	 controle,	 é	
constituído	por	cérebro,	cerebelo,	tálamo,	hipotálamo	e	bulbo.	
O	 Sistema	 Nervoso	 Central	 também	 é	 protegido	 por	 partes	
ósseas.	 O	 encéfalo	 é	 resguardado	 pelo	 crânio	 e	 a	 medula	
espinhal	pela	coluna	vertebral.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	ENCÉFALO	
O	 encéfalo	 constitui	 a	 parte	 central	 do	 sistema	 nervoso	
(antigamente	denominado	sistema	nervoso	central	–	SNC),	que	
tem	como	principal	função	o	processamento	e	a	integração	das	
informações.	
É	formado	pelo	cérebro,	cerebelo	e	tronco	encefálico.	Encontra-
se	na	caixa	craniana,	ocupando	todo	seu	espaço	e	junto	com	a	
medula	e	os	nervos	compõe	o	sistema	nervoso.	É	envolvido	por	
membranas	 chamadas	 meninges,	 cuja	 função	 é	 proteger	 o	
encéfalo	e	a	medula	contra	choques	mecânicos.	
		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	CÉREBRO		
O		cérebro	é	dividido	em	dois	hemisférios,	esquerdo	e	direito,	
ligados	entre	si,	sendo	a	parte	mais	desenvolvida	do	encéfalo,	
totalizando	quase	90%	da	massaencefálica.	Tem	como	
característica	a	superfície	formada	por	sulcos	que	delimitam	
regiões	chamadas	giros	cerebrais	(circunvoluções).	
Sua	 parte	 mais	 externa	 é	 denominada	 córtex	 cerebral,	
constituída	 pelos	 corpos	 celulares	 dos	 neurônios.	 Devido	 ao	
aspecto	visual	dessa	parte,	ela	é	classificada	como	substância	
cinzenta.	
Já	a	parte	mais	interna	do	cérebro,	em	maioria,	é	formada	pelos	
prolongamentos	do	neurônio	e	pela	sua	aparência	mais	clara,	
quando	 comparada	 ao	 córtex,	 sendo	 classificada	 como	
substância	branca.	
Além	disso,	há	 regiões	delimitadas	no	 córtex	dos	hemisférios	
que	são	chamadas	de	lobos	e	são	responsáveis	por	coordenar	
funções	específicas,	como	memória,	 raciocínio	e	audição.	São	
quatro:	 lobo	 frontal,	 lobo	 temporal,	 lobo	 parietal	 e	 lobo	
occipital.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
4	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
v Lobo	 frontal,	 localizado	 na	 parte	 anterior,	 é	
responsável	 pelo	 controle	 motor,	 pelo	 pensamento,	
pela	fala	e	pelo	olfato;	
v Lobo	 parietal,	 localizado	 nas	 laterais	 superiores	 da	
cabeça,	 controla	 as	 sensações	 provenientes	 da	 pele,	
dos	músculos	e	dos	tendões;	
v Lobo	temporal,	localizado	na	lateral	inferior	da	cabeça,	
controla	a	audição;	
v Lobo	occipital,	localizado	na	parte	posterior	da	cabeça,	
controla	a	visão.	
DIENCÉFALO:	TÁLAMO	E	HIPOTÁLAMO	
	
Ligadas	 ao	 córtex	 cerebral,	 essas	 pequenas	 estruturas	 estão	
localizadas	na	base	do	cérebro.		
O	 tálamo	 é	 composto	 de	muitos	 corpos	 celulares	 tal	 como	 a	
substância	 cinzenta	 dos	 hemisférios	 cerebrais.	 É	 responsável	
pela	 recepção	 das	 mensagens	 sensoriais,	 atuando	 na	
transmissão	 delas	 ao	 córtex.	 Está	 também	 envolvido	 com	 a	
regulação	do	estado	de	atenção	e	consciência.	
O	tálamo	é	uma	região	de	integração	entre	os	impulsos	elétricos	
provenientes	de	diferentes	regiões,	como	o	córtex	cerebral.	
Com	 exceção	 dos	 impulsos	 nervosos	 provenientes	 do	 olfato,	
todas	as	outras	informações	passam	pelo	tálamo.	
O	hipotálamo	é	tão	pequeno	como	um	grão	de	ervilha,	sendo	
encontrado	 logo	 abaixo	 do	 tálamo.	 Atua	 na	 regulação	 da	
temperatura	 corporal	 e	 controle	 de	 água	 do	 corpo,	 tendo	
importante	papel	na	homeostase.		
v Participa	 do	 controle	 da	 temperatura	 corporal,	 da	
pressão	arterial,	de	sensações,	como	fome	e	sede,	dos	
impulsos	sexuais	etc.;	
v É	responsável	também	por	participar	da	integração	do	
sistema	nervoso	com	o	sistema	endócrino,	produzindo	
hormônios	ou	controlando	algumas	glândulas.	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	CEREBELO	
O	 cerebelo	 está	 localizado	 na	 parte	 posterior	 do	 encéfalo,	
próximo	 à	 ponte.	 Tem	 suas	 fibras	 nervosas	 ligadas	 ao	 córtex	
cerebral,	 ao	 mesencéfalo,	 à	 ponte,	 ao	 bulbo	 e	 à	 medula	
espinhal.	Participa	do	controle	do	tônus	muscular,	do	equilíbrio	
e	da	postura	corporal.	
Esse	 órgão	 é	 constituído	 internamente	 de	 substância	 branca	
(prolongamentos	 dos	 neurônios)	 e	 revestido	 pelo	 córtex	
cerebelar	 constituído	 dos	 corpos	 celulares	 (substância	
cinzenta).	
As	 funções	 do	 cerebelo	 estão	 relacionadas	 com	 a	 integração	
sensorial	 e	motora.	 Ele	 participa	 nos	movimentos	 da	 cabeça,	
dos	olhos	e	dos	membros	coordenando	todo	o	movimento	do	
corpo.	 Além	disso	 o	 cerebelo	 controla	 o	 equilíbrio	 durante	 a	
caminhada	e	também	é	responsável	pela	postura.	
Coordena	a	atividade	muscular,	de	modo	que	os	movimentos	
voluntários,	como	caminhar,	correr,	tocar	instrumentos,	nadar	
ou,	 simplesmente,	 manter	 o	 equilíbrio,	 ocorram	 sem	
necessidade	de	controle	consciente.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	TRONCO	ENCEFÁLICO	
	
O	tronco	encefálico	é	uma		estrutura	situada	na	base	do	cérebro	
que	conecta	as	estruturas	subcorticais	com	a	medula	espinhal.	
Ele	está	associado	com	vários	sinais	vitais,	como	o	ciclo	sono-
vigília,	consciência	e	controle	respiratório	e	cardiovascular.	Nele	
também	ficam	a	maioria	dos	núcleos	dos	nervos	cranianos	e,	
através	 dos	 tratos	 neurais,	 ele	 facilita	 a	 comunicação	 entre	
cérebro,	medula	espinhal	e	cerebelo.	
Contém	 muitos	 corpos	 celulares	 de	 neurônios	 e	 de	
prolongamentos	 dos	 nervos	 cranianos	 relacionados	 com	
respostas	 sensoriais,	 motoras	 e	 autônomas	 da	 cabeça	 e	 do	
pescoço.	 Através	 dos	 nervos	 cranianos,	 o	 encéfalo	 recebe	
informações	 e	 controla	 funções	 de	 estruturas	 da	 cabeça	 e	
pescoço	prioritariamente.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
5	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
Há	 uma	 formação	 reticular	 constituída	 por	 uma	 rede	 de	
neurônios,	 que	 estão	 envolvidos	 na	 regulação	 das	 atividades	
cardíacas	e	respiratórias.	
Uma	 lesão	 em	 alguma	 região	 do	 tronco	 encefálico	 é	
frequentemente	muito	perigoso,	dependendo	da	área	afetada	
pode	 romper	 fibras	 relacionadas	 com	 a	 consciência,	 a	
percepção	 e	 a	 cognição.	 Se	 a	 lesão	 afetar	 os	 centros	 vitais	
cardíacos	e	respiratórios	 leva	à	parada	cardíaca	e	respiratória	
irreversível,	sendo	portanto	fatal.	
O	tronco	encefálico	é	formado	por	três	partes:	bulbo,	ponte	
(protuberância)	e	mesencéfalo.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	MESENCÉFALO	
É	 a	 porção	 mais	 superior,	 situando-se	 entre	 a	 ponte	
(protuberância)	 inferiormente	 e	 o	 tálamo	 superiormente.	
Desempenha	um	importante	papel	no	movimento	dos	olhos,	no	
processamento	 visual	 e	 auditivo,	 no	 estado	 de	 alerta	 e	 na	
regulação	da	temperatura.	
Primeiramente,	 o	 mesencéfalo	 é	 dividido	 em	 duas	 metades	
pelo	 aqueduto	 cerebral,	 que	 o	 atravessa.	 A	 parte	 anterior	 é	
conhecida	 como	 tegmento	 e	 a	 posterior	 como	 tecto	
mesencefálico.	
	
A	superfície	anterior	do	mesencéfalo	contém	dois	pedúnculos	
cerebrais	 e	 o	 núcleo	 rubro.	 Cada	 pedúnculo	 contém	 a	
substância	negra	e	o	crus	cerebri	que	leva	as	fibras	dos	tratos	
corticoespinhais,	as	quais	são	parte	do	tracto	piramidal.	Situada	
entre	os	pedúnculos	está	a	fossa	interpeduncular,	que	contém	
a	 substância	 perfurada	 posterior,	 através	 da	 qual	 as	 artérias	
perfurantes,	 que	 suprem	 o	 mesencéfalo,	 passam.	 O	 núcleo	
rubro	 é	 uma	 massa	 redonda	 e	 bastante	 vascularizada	 de	
substância	 cinzenta	 onde	 os	 tratos	 rubros	 aferentes	
(corticobulbar,	 cerebelo-rubral)	 e	 eferentes	 (rubro-espinhal,	
rubro-olivar)	 começam	 e	 terminam,	 respetivamente.	 Outras	
estruturas	 na	 superfície	 anterior	 do	 mesencéfalo	 incluem	 os	
tratos	 ópticos	 e	 a	 emergência	 do	 nervo	 oculomotor	 (NC	 III).	
Rodeando	 o	 mesencéfalo,	 encontramos	 várias	 estruturas	
visíveis	na	sua	face	posterior.	
As	 mais	 proeminente	 são	 os	 corpos	 quadrigêmeos,	 que	 se	
apresentam	como	quatro	eminências	arredondadas,	chamadas	
de	colículos,	na	lâmina	do	teto	mesencefálico.		
Cada	 colículo	 superior	 representa	 a	 estação	 retransmissora	
para	 reflexos	 visuais,	 enquanto	 cada	 colículo	 inferior,	
localizados	 inferiormente,	 funciona	 como	 uma	 estação	
retransmissora	da	via	auditiva.	Cada	colículo	correspondente	é	
separado	medialmente	pelo	frênulo	do	véu	medular	superior.	
Aqui	emerge	o	nervo	troclear	(NC	IV).	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	BULBO	
O	bulbo	é	a	porção	mais	inferior	do	tronco	cerebral,	que	fica	na	
fossa	 posterior	 do	 crânio.	 Ela	 se	 continua	 com	 a	 medula	
espinhal	abaixo	e	com	a	ponte	cerebral	acima.	
Da	 sua	 face	 anterior	 emergem	 vários	 nervos	 cranianos	 e	 ali	
existem	áreas	elevadas,	chamadas	de	protuberâncias,	formadas	
por	vários	tratos	e	núcleos	que	atravessam	o	bulbo.	Elas	são	a	
fissura	 mediana	 anterior,	 pirâmides	 (trato	 corticoespinhal),	
decussação	 das	 pirâmides,	 olivas	 (núcleo	 olivar	 inferior)	 e	 os	
nervos	hipoglosso	(NC	XII),	glossofaríngeo	(NC	XII)	e	vago	(NV	
X).	
O	bulbo	também	tem	muitas	estruturas	anatômicas	na	sua	face	
posterior.	Isto	inclui	o	sulco	medial	posterior,	fascículos	grácil	e	
cuneiforme,	 tubérculos	 grácile	 cuneiforme	 (núcleos	
respetivos),	 tubérculo	 trigeminal	 (núcleo	 espinhal	 do	 nervo	
trigêmeo),	funículo	lateral	(fibras	de	substância	branca	lateral),	
metade	 inferior	 da	 fossa	 romboide	 (assoalho	 do	 quarto	
ventrículo),	e	o	óbex.		
O	suprimento	arterial	do	bulbo	é	feito	pelas	artérias	cerebelares	
anterior	 e	 posterior,	 juntamente	 com	 a	 artéria	 espinhal	
anterior.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
6	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	PONTE	
A	ponte	é	a	porção	central	do	tronco	cerebral	interposta	entre	
o	bulbo	e	o	mesencéfalo.	As	funções	da	ponte	(protuberância)	
cerebral	são	variadas	e	envolvem	sono,	respiração,	deglutição,	
audição,	controle	da	bexiga,	equilíbrio	e	gustação,	entre	tantas	
outras	funções	motoras.	
A	face	anterior	da	ponte	(protuberância)	tem	aparência	estriada	
e	 contém	 várias	 linhas	 paralelas	 em	 virtude	 da	 presença	 de	
fibras	 córtico-ponto-cerebelares,	 que	 a	 percorrem	
horizontalmente.	 Os	 sulcos	 pontinos	 superior	 e	 inferior	
separam	a	ponte	(protuberância)	das	partes	vizinhas	do	tronco	
encefálico,	enquanto	os	nervos	trigêmeo	(NC	V),	abducente	(NC	
VI),	 facial	 (NC	 VII)	 e	 vestibulococlear	 (NC	 VIII)	 saem	 de	 sua	
superfície	ventral.	Existe	também	o	sulco	basilar	que	a	percorre	
longitudinalmente	e	aloja	a	artéria	basilar.	
A	 face	 posterior	 da	 ponte	 (protuberância)	 cerebral	 está	
intimamente	conectada	com	o	quarto	ventrículo	e	o	cerebelo.	
As	 estruturas	 associadas	 e	 protuberâncias	 incluem	 a	metade	
superior	da	fossa	rombóide,	eminência	mediana,	sulco	mediano	
posterior,	colículo	facial	(nervo	facial),	estrias	medulares	(fibras	
do	 núcleo	 arqueado),	 locus	 coeruleus	 (parte	 da	 formação	
reticular)	 e	 áreas	 vestibulares	 (núcleos	 vestibulares).	 A	ponte	
(protuberância)	 é	 suprida	 pelos	 ramos	 pontinos	 da	 artéria	
basilar.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	MEDULA	ESPINHAL		
A	medula	espinhal	é	uma	massa	cilindroide	de	tecido	nervoso	
situada	 dentro	 do	 canal	 vertebral	 sem	 entretanto	 ocupa-lo	
completamente,	 envolvida	 por	 membranas	 fibrosas	
denominadas	meninges,	que	são:	Dura-máter,	Aracnoide	e	Pia-
máter..	
Cranialmente	 a	 medula	 limita-se	 com	 o	 bulbo,	
aproximadamente	ao	nível	do	forame	magno	do	osso	occipital.	
O	limite	caudal	da	medula	tem	importância	clinica	e	no	adulto	
situa-se	geralmente	em	L2.	
A	medula	 termina	 afinando-se	 para	 formar	 um	 cone,	 o	 cone	
medular,	que	continua	com	um	delgado	filamento	meníngeo,	o	
filamento	terminal.	
Seu	calibre	não	é	uniforme,	pois	ela	apresenta	duas	dilatações	
denominadas	 de	 intumescência	 cervical	 e	 intumescência	
lombar.		
	Estas	 intumescências	 medulares	 correspondem	 às	 áreas	 em	
que	fazem	conexão	com	as	grossas	raízes	nervosas	que	formam	
o	 plexo	 braquial	 e	 lombossacral,	 destinados	 à	 inervação	 dos	
membros	superiores	e	inferiores	respectivamente.	
A	 formação	 destas	 intumescências	 se	 deve	 pela	 maior	
quantidade	de	neurônios	 e,	 portanto,	 de	 fibras	 nervosas	que	
entram	ou	saem	destas	áreas.	
	
A	intumescência	cervical	estende-se	dos	segmentos	C4	até	T1	
da	medula	 espinhal	 e	 a	 intumescência	 lombar	 (lombossacral)	
estende-se	dos	segmentos	de	T11	até	L1	da	medula	espinhal.	
A	 superfície	 da	 medula	 apresenta	 os	 seguintes	 sulcos	
longitudinais,	que	percorrem	em	toda	a	sua	extensão:	o	sulco	
mediano	 posterior,	 fissura	 mediana	 anterior,	 sulco	 lateral	
anterior	e	o	sulco	lateral	posterior.	
Na	medula	 cervical	 existe	 ainda	 o	 sulco	 intermédio	 posterior	
que	se	situa	entre	o	sulco	mediano	posterior	e	o	sulco	lateral	
posterior	e	que	se	continua	em	um	septo	intermédio	posterior	
no	interior	do	funículo	posterior.	
Nos	 sulcos	 lateral	 anterior	e	 lateral	posterior	 fazem	conexão,	
respectivamente	 as	 raízes	 ventrais	 e	 dorsais	 dos	 nervos	
espinhais.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
7	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	NERVOSO	PERIFÉRICO		
O	SNP	constitui-se	principalmente	de	nervos,	que	são	feixes	de	
axônios	que	ligam	o	sistema	nervoso	central	a	todas	as	outras	
partes	do	corpo.	O	SNP	inclui:		
O	Sistema	Nervoso	Periférico	(SNP)	é	formado	pelos	nervos	e	
gânglios	nervosos.	
Sua	função	é	ligar	o	Sistema	Nervoso	Central	aos	outros	órgãos	
do	corpo	e	com	isso	realizar	o	transporte	de	informações.	
v Neurônios	 motores,	 mediando	 o	 movimento	
voluntário;		
v O	 sistema	 nervoso	 autônomo,	 compreendendo	 o	
sistema	nervoso	simpático		
v O	 sistema	 nervoso	 parassimpático,	 que	 regulam	 as	
funções	involuntárias	
v O		sistema	nervoso	entérico,	que	controla	o	aparelho	
digestivo.	
				 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	NERVOS	
Os	nervos	correspondem	a	feixes	de	fibras	nervosas	envolvidas	
por	tecido	conjuntivo.	Eles	são	responsáveis	por	fazer	a	união	
do	SNC	a	outros	órgãos	periféricos	e	pela	transmissão	dos	
impulsos	nervosos.	
Os	nervos	apresentam	a	seguinte	divisão:	
v Nervos	Espinhais:	compostos	por	31	pares,	são	os	que	
fazem	conexão	com	a	medula	espinhal.	 Estes	nervos	
são	responsáveis	por	inervar	o	tronco,	os	membros	e	
algumas	regiões	específicas	da	cabeça.	
v Nervos	Cranianos:	compostos	por	12	pares,	são	os	que	
fazem	conexão	com	o	encéfalo.	São	estes	nervos	que	
inervam	as	estruturas	da	cabeça	e	do	pescoço.	
Os	nervos	apresentam	os	seguintes	tipos:	
	
v Nervos	 Aferentes	 (Sensitivos):	 enviam	 sinais	 da	
periferia	da	corpo	para	o	sistema	nervoso	central.	Este	
tipo	de	nervo	é	capaz	de	captar	estímulos	como	o	calor	
e	a	luz,	por	exemplo.	
v Nervos	Eferentes	(Motores):	enviam	sinais	do	sistema	
nervoso	central	para	os	músculos	ou	glândulas.	
v Nervos	Mistos:	formados	por	fibras	sensoriais	e	fibras	
motoras,	por	exemplo,	os	nervos	raquidianos	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	NERVOS	PERIFÉRICOS	
Os	elementos	funcionais	do	sistema	nervoso	periférico	são	os	
nervos	periféricos.	Cada	nervo	consiste	em	um	feixe	de	muitas	
fibras	 nervosas	 (axônios)	 e	 seus	 revestimentos	 de	 tecido	
conjuntivo,	podendo	ser	comparados	aos	tratos	(feixes)	do	SNC.	
Por	sua	vez,	cada	fibra	nervosa	é	uma	extensão	de	um	neurônio	
cujo	corpo	celular	é	mantido	dentro	da	substância	cinzenta	do	
SNC	ou	dentro	dos	gânglios	do	SNP.	
Os	neurônios	periféricos	que	transportam	informações	para	o	
SNC	 são	 chamados	 de	 neurônios	 aferentes	 ou	 sensitivos,	
enquanto	 os	 que	 transmitem	 informações	 do	 SNC	 para	 a	
periferia	são	conhecidos	como	neurônios	eferentes	ou	motores.	
Neurônios	 aferentes	 transmitem	 uma	 variedade	 de	 impulsos	
provenientes	de	receptores	sensitivos	(sensoriais)	e	dos	órgãos	
sensoriais.	 Por	 exemplo,	 eles	 transmitem	 sensações	 gerais	
como	 toque,	 dor,	 temperatura	 e	 posição	 no	 espaço	
(propriocepção).	 Além	 disso,	 eles	 também	 transmitem	
informações	 sensoriais	 mais	 específicas,	 como	 os	 sentidos	
especiais	 do	 olfato,	 da	 visão,	 da	 audição	 e	 do	 equilíbrio.	 Por	
outro	lado,	os	neurônios	eferentes	levam	informações	gerais	do	
sistema	 nervoso	 para	 os	 órgãos	 efetores,	 por	 exemplo,	 os	
músculos	esqueléticos,	os	órgãos	viscerais	e	as	glândulas.	Eles	
são	responsáveis	por	iniciar	a	contração	muscular	voluntária	e	
involuntária,	 além	 de	 estarem	 envolvidos	 em	 outras	 outras	
funções	motoras,	como	na	secreção	glandular.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	GÂNGLIOS	NERVOSOS	
Os	gânglios	nervosos	são	aglomerados	de	corpos	celulares	de	
neurônios	 que	 se	 localizam	 fora	 do	 sistema	 nervoso	 central,	
próximo	 à	 coluna	 vertebral,	 que	 se	 associam	 aos	 nervos,	
funcionando	como	estações	de	interligação	entre	neurônios	e	
estruturas	do	organismo.	Estes	gânglios	nervosos	se	mostram	
como	pequenas	dilatações	em	alguns	nervos.	
O	gânglio	é	envolvido	pelo	tecido	conjuntivo,	e	internamente	o	
gânglio	é	constituído	por	neurônios	esféricos	ou	asteriscos	(que	
são	grandes	células	com	núcleos	que	possuem	vesículas).Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
8	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
	
	
Existem	dois	 tipos	de	gânglios,	os	 sensitivos	e	os	autônomos.	
Estes	últimos	se	subdividem	em	simpáticos	e	parassimpáticos,	
localizando-se	no	sistema	autônomo	simpático,	parassimpático	
e	no	sistema	nervoso	entérico.		
Já	 os	 gânglios	 sensitivos	 se	 dividem	 em	 craniospinais	 (fazem	
parte	 os	 gânglios	 da	 raiz	 dorsal	 e	 os	 gânglios	 craniais),	
autônomos	 (fazem	parte	os	 gânglios	paravertebrais	 e	os	pré-
vertebrais),	 parassimpático	 (também	 chamados	 de	 gânglios	
terminais,	 estão	 perto	 dos	 órgãos	 ou	 paredes,	 onde	 são	
chamados	de	gânglios	 intramurais),	e	são	encontrados	na	raiz	
dorsal	 dos	 nervos	 espinais	 e	 nos	 nervos	 cranianos	 trigêmeo,	
facial	e	vago.	
O	 gânglio	 sensitivo	 é	 formado	 por	 um	 envoltório	 de	 tecido	
conjuntivo	 e	 recebe	 fibras	 aferentes.	 Ele	 é	 composto	 por	
neurônios	do	tipo	pseudo-unipolares	e	o	axônio	é	mielinizado.	
Cada	corpo	celular	é	rodeado	por	células	similares	às	células	de	
Schwann,	e	tem	o	papel	de	sustentação,	que	fica	a	cada	lado	da	
medula	espinhal.	É	possível	encontrar	no	gânglio	autônomo	o	
neurônio	 pós-ganglionar.	 Trata-se	 de	 neurônio	 de	 tipo	
multipolar,	 com	 corpo	 celular	 volumoso,	 citoplasma	 com	
granulações	e	nucléolo	saliente.	Assim	como	o	gânglio	sensitivo,	
o	 gânglio	 autônomo	 também	 vai	 possuir	 um	 envoltório	 de	
tecido	conjuntivo.	
O	 sistema	 nervoso	 autônomo	 simpático	 e	 o	 sistema	 nervoso	
autônomo	 parassimpático	 possuem	 algumas	 diferenças	
anatômicas.	 Por	 exemplo,	 os	 gânglios	 nervosos	 do	 sistema	
nervoso	simpático	se	localizam	nas	grandes	cavidades	do	corpo,	
e	também	na	cavidade	torácica	e	abdominal,	longe	do	sistema	
nervoso	 central.	 Já	 os	 gânglios	 do	 sistema	 nervoso	
parassimpático	se	situam	em	sua	grande	maioria	no	interior	dos	
órgãos	que	serão	inervados	e,	por	este	motivo,	estes	gânglios	
são	 chamados	 também	 de	 gânglios	 intramurais,	 ficando	
localizados	 próximo	 à	 medula	 espinhal,	 partindo	 da	 região	
torácica	e	lombar.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	NERVOS	CRANIANOS	
	
O	primeiro	conjunto	de	nervos	periféricos	são	os	doze	nervos	
cranianos:	olfatório	 (NC	 I),	óptico	 (NC	 II),	oculomotor	 (NC	 III),	
troclear	(NC	IV),	trigêmeo	(NC	V1,	NC	V2,	NC	V3),	abducente	(NC	
VI),	facial	(NC	VII),	vestibulococlear	(NC	VIII),	glossofaríngeo	(NC	
IX),	vago	(NC	X),	acessório	(NC	XI)	e	hipoglosso	(NC	XII).	
Os	 nervos	 cranianos	 são	 nervos	 periféricos	 que	 inervam	
principalmente	estruturas	anatômicas	da	cabeça	e	do	pescoço.	
A	 exceção	 é	 o	 nervo	 vago,	 que	 também	 inerva	 vários	 órgãos	
torácicos	 e	 abdominais.	 Os	 nervos	 cranianos	 se	 originam	 de	
núcleos	 específicos	 localizados	 no	 cérebro.	 Eles	 deixam	 a	
cavidade	craniana	através	dos	forames	(buracos)	e	se	projetam	
para	 sua	 estrutura	 alvo	 respectiva.	 Os	 nervos	 cranianos	 são	
divididos	em	três	grupos	de	acordo	com	o	tipo	de	informação	
transportada	pelas	suas	fibras:	
v Sensitivos	
v Motores	
v Mistos	
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	NERVOS	ESPINHAIS	
O	 segundo	 conjunto	 de	 nervos	 periféricos	 são	 os	 nervos	
espinais,	 dos	 quais	 existem	 31	 pares	 no	 total:	 oito	 cervicais,	
doze	 torácicos,	 cinco	 lombares,	 cinco	sacrais	 (sagrados)	e	um	
coccígeo.	Sua	numeração	correlaciona-se	com	a	numeração	dos	
níveis	 da	 coluna	 vertebral:	 os	 nervos	 espinhais	 cervicais	 são	
numerados	de	acordo	com	a	vértebra	localizada	imediatamente	
abaixo,	enquanto	 todos	os	demais	de	acordo	com	a	vértebra	
situada	acima.	
Cada	nervo	espinhal	 começa	como	várias	pequenas	 raízes	ou	
radículas	que	se	unem	para	formar	duas	raízes	principais.	A	raiz	
anterior	 transporta	 fibras	motoras	de	neurônios	 cujos	 corpos	
celulares	 estão	 localizados	 no	 corno	 anterior	 da	 medula	
espinhal.	 A	 raiz	 posterior	 transporta	 fibras	 sensitivas	 de	
neurônios	 cujos	 corpos	 celulares	 se	encontram	no	gânglio	da	
raiz	 dorsal.	 Nas	 regiões	 torácica	 e	 lombar	 superior,	 a	 raiz	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
9	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
anterior	 também	transporta	 fibras	autonômicas	de	neurônios	
pré-ganglionares	 simpáticos	 cujos	 corpos	 celulares	 estão	
localizados	no	corno	lateral	da	medula	espinhal.	A	raíz	anterior	
se	junta	à	raíz	posterior	subsequentemente	para	formar	o	nervo	
espinhal	 posteriormente	 dito,	 que	 transporta	 fibras	 mistas	
(sensoriais,	motoras	e	autonômicas).	
	
Os	 nervos	 espinhais	 deixam	 a	 coluna	 vertebral	 através	 dos	
forames	 (buracos)	 intervertebrais	 localizados	 entre	 duas	
vértebras	adjacentes.	Cada	nervo	espinhal	divide-se	então	em	
dois	 ramos	 chamados	 de	 ramo	 posterior	 (dorsal)	 e	 ramo	
anterior	 (ventral),	 ambos	 carregando	 fibras	mistas.	Os	 ramos	
posteriores	 deslocam-se	 posteriormente	 e	 dividem-se	 em	
ramificações	que	inervam	estruturas	pós-vertebrais.	Os	ramos	
anteriores	 inervam	 a	 pele	 e	 os	músculos	 dos	membros	 e	 do	
tronco	anterior.	
Imediatamente	 após	 a	 divisão	 do	 nervo	 espinhal	 nos	 dois	
ramos,	ramificam-se	fibras	comunicantes	menores.	Esses	ramos	
comunicantes	 brancos	 e	 cinzentos	 estabelecem	 uma	
comunicação	 entre	 os	 nervos	 espinhais	 e	 os	 dois	 troncos	
simpáticos	 do	 sistema	 nervoso	 autônomo	 que	 percorrem	 a	
extensão	da	coluna	vertebral.	É	importante	notar	que	os	ramos	
comunicantes	cinzentos	existem	em	todos	os	níveis	da	medula	
espinhal,	enquanto	os	ramos	brancos	são	encontrados	apenas	
nos	níveis	T1-L2.	
	
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	NERVOSO	SOMÁTICO	
O	sistema	nervoso	somático,	também	conhecido	como	sistema	
nervoso	 voluntário,	 é	 responsável	 por	 fornecer	 inervação	
sensitiva	 e	 motora	 a	 todas	 as	 estruturas	 do	 corpo	 humano,	
exceto	órgãos,	glândulas	e	vasos	sanguíneos.		
Em	 outras	 palavras,	 ele	 transporta	 impulsos	 referentes	 às	
sensações	do	corpo	(dor,	tato,	temperatura,	propriocepção)	e	
inerva	 os	 músculos	 esqueléticos	 que	 estão	 sob	 controle	
consciente	ou	voluntário,	iniciando	o	movimento.	Além	disso,	o	
sistema	 nervoso	 somático	 está	 envolvido	 nos	 reflexos	
espinhais,	como	por	exemplo	no	reflexo	de	retirada.	Isso	ajuda	
você	a	tirar	sua	mão	instantaneamente	ao	tocar	em	um	objeto	
quente.	
Tanto	os	nervos	cranianos	quanto	os	espinhais	contribuem	para	
o	 sistema	 nervoso	 somático.	 Os	 	 nervos	 cranianos	 fornecem	
controle	motor	voluntário	e	percepção	sensitiva	da	 região	da	
face.		
Com	 relação	 aos	 nervos	 espinhais,	 como	 mencionamos	
anteriormente,	 os	 ramos	 posteriores	 deslocam-se	
posteriormente	 para	 inervar	 a	 coluna	 vertebral,	 os	músculos	
vertebrais	e	a	pele	das	 costas,	enquanto	os	 ramos	anteriores	
inervam	os	membros	e	o	tronco	anterior.		
A	maioria	 dos	 ramos	 anteriores	 se	 unem	 para	 formar	 plexos	
nervosos	 dos	 quais	 muitos	 nervos	 periféricos	 principais	 se	
originam.	A	exceção	são	os	ramos	anteriores	da	região	torácica,	
que	viajam	de	uma	forma	relativamente	independente	uns	dos	
outros	 sem	 formar	 plexos,	 como	 nervos	 intercostais	 e	
subcostais	do	tronco.Os	plexos	nervosos,	formados	pelos	ramos	
anteriores	dos	nervos	espinhais,	são	os	seguintes:	
	
	
v C1-C4	formam	o	plexo	cervical	
v C5-T1	 se	 agrupam	 no	 plexo	
braquial	
v T12-L4	formam	o	plexo	lombar	
v L4	-	S4	se	agrupam	no	plexo	sacral	
(sagrado)	
	
	
Os	 plexos	 lombares	 e	 sacrais	 também	 podem	 ser	 agrupados	
como	 plexo	 lombossacral	 (lombossagrado),	 mas	 os	
manteremos	separados	para	melhor	compreensão.Cada	plexo	
nervoso	 produz	 vários	 nervos	 periféricos,	 que	 transportam	
fibras	sensitivas	e	motoras	para	suas	respectivas	estruturas-alvo	
e	vice-versa.	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
10	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula		
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	NERVOSO	AUTÔNOMO	
O	 sistema	 nervoso	 autônomo	 (SNA)	 tem	 uma	 natureza	
involuntária,	o	que	significa	que	não	temos	controle	consciente	
sobre	 ele.	 É	 responsávelpor	 fornecer	 inervação	 sensitiva	 e	
motora	 para	 os	 músculos	 lisos,	 os	 vasos	 sanguíneos,	 as	
glândulas	 e	 os	 órgãos	 internos.	 Dessa	 forma,	 ele	 controla	 de	
forma	 coordenada	 as	 funções	 glandulares	 e	 viscerais,	
desempenhando	um	papel	na	manutenção	da	homeostase.		
Os	 nervos	 do	 SNA	 também	 são	 periféricos	 por	 natureza,	 de	
forma	que	a	estrutura	geral	de	um	nervo	periférico	discutida	
anteriormente	 ainda	 se	 aplica.	 No	 entanto,	 há	 uma	 ressalva:	
todos	 os	 nervos	 autônomos	 fazem	 sinapse	 com	 um	 gânglio	
nervoso	simpático	ou	parassimpático.	A	porção	do	nervo	antes	
da	 sua	 sinapse	 com	 o	 gânglio	 nervoso	 é	 referida	 como	 pré-
ganglionar,	e	carrega	o	impulso	em	direção	ao	aglomerado	de	
corpos	celulares	no	gânglio.	Por	outro	lado,	a	porção	do	nervo	
após	o	gânglio	é	chamada	de	pós-ganglionar,	e	leva	o	impulso	
para	longe	dos	corpos	celulares.	
	
O	SNA	possui	três	grandes	divisões:	sistema	nervoso	simpático,	
sistema	nervoso	parassimpático	e	sistema	nervoso	entérico.	
SISTEMA	NERVOSO	SIMPÁTICO	
As	 fibras	 pré-ganglionares	 dos	 nervos	 simpáticos	 deixam	 a	
medula	 espinhal	 através	 das	 raízes	 anteriores	 de	 T1	 a	 L2,	
entrando	no	nervo	espinhal	 correspondente.	As	 fibras	 viajam	
então	através	dos	ramos	comunicantes	brancos	até	os	gânglios	
paravertebrais	dos	troncos	do	simpático,	localizados	em	ambos	
os	lados	da	coluna	vertebral.	
Algumas	fibras	fazem	sinapse	nestes	gânglios,	enquanto	outras	
passam	 por	 eles	 sem	 fazer	 sinapse,	 saindo	 dos	 troncos	
simpáticos	 como	 nervos	 esplâncnicos	 (maior,	 menor,	 imo,	
lombar,	sacral).		
Esses	nervos	esplâncnicos	fazem	sinapse	mais	próximos	de	seus	
órgãos-alvo	nos	gânglios	pré-vertebrais	chamados	de	celíacos,	
aórtico-renais	e	mesentéricos	(superiores	e	inferiores).	As	fibras	
pós-ganglionares	então	se	projetam	sobre	suas	estruturas-alvo,	
de	 forma	direta	ou	retornando	através	do	ramo	comunicante	
cinzento	e	seguindo	o	caminho	dos	nervos	espinhais	por	todo	o	
corpo.	 Os	 órgãos-alvo	 incluem	 vasos	 sanguíneos,	 glândulas	
sudoríparas,	músculos	eretores	do	pêlo,	íris	e	órgãos	internos.	
Um	exemplo	de	órgão	alvo	do	sistema	nervoso	simpático	é	a	
glândula	suprarrenal.		
A	atividade	do	sistema	nervoso	simpático	estimula	a	liberação	
de	adrenalina	(também	conhecida	como	epinefrina)	através	do	
sistema	medular	simpático-suprarrenal.	
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	NERVOSO	PARASSIMPÁTICO	
O	sistema	nervoso	parassimpático	pode	ser	dividido	em	parte	
craniana	e	parte	sacral	(sagrada).	As	fibras	pré-ganglionares	da	
parte	craniana	saem	do	tronco	encefálico	nos	nervos	cranianos	
oculomotor,	 facial,	 glossofaríngeo	 e	 vago.	 Elas	 fazem	 sinapse	
nos	 gânglios	 ciliar,	 pterigopalatino,	 ótico,	 submandibular	 e	
entéricos.	 Por	 fim,	 as	 fibras	 pós-ganglionares	 inervam	 as	
glândulas	salivares	da	cabeça,	a	íris,	os	músculos	ciliares	do	olho	
e,	no	caso	do	nervo	vago,	as	vísceras	torácicas	e	abdominais.	
As	fibras	pré-ganglionares	da	parte	sacral	(sagrada)	são	muito	
mais	 restritas,	 saindo	da	medula	espinhal	 apenas	através	das	
raízes	anteriores	dos	nervos	espinhais	S2-S4.	Elas	viajam	com	os	
nervos	 esplâncnicos	 pélvicos,	 por	 fim	 inervando	 as	 vísceras	
pélvicas	(cólon	descendente,	cólon	sigmóide,	reto,	bexiga,	pênis	
/	clitóris).	
FONTES		
https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-
nervoso/medula-espinhal/	
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso-periferico	
https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/embriologia-do-sistema-nervoso/	
	
	
Neuroanatomia-	Sistema	Nervoso	–	Ana	Luiza	Azevedo		
11	Ana	Luiza	Azevedo	de	Paula

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