Buscar

PERCEPÇÃO - CHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
3. PERCEPÇÃO 
Há muita coisa para ver, mas nossos olhos da manhã descrevem 
um mundo diferente do que os olhos da tarde contemplam, 
enquanto os olhos da noite, cansados, só podem registrar um 
mundo noturno cansado. 
John Steinbeck 
 
 
3.1 Fundamentos teóricos da percepção e sua influência no 
comportamento 
 
A percepção é algo individual e influi na forma como as pessoas se 
comportam na organização; é a base para o entendimento do 
comportamento humano nas organizações, se entendermos os fatores 
que levam a moldar ou distorcer a percepção. 
 
• Cada pessoa compreende a realidade de forma diferente. 
 
• O fato de um perceber de uma determinada forma não exclui a 
percepção do outro (certo-errado). 
 
• A não percepção do ponto de vista do outro pode acarretar problemas 
nos níveis prático e relacional. 
 
• Percepções diferentes podem aprofundar relacionamentos. 
 
Segundo Robbins (2004), percepção é o processo em que as pessoas 
selecionam, organizam e interpretam informações existentes, por meio de 
suas impressões sensoriais (tato, olfato, paladar, audição e visão) com a 
finalidade de dar sentido ao ambiente ou ao modo como veem objetos e 
situação. 
 
Pensamos de modo usual, criando um padrão que se ajusta ao 
nosso padrão tradicional, ou àquilo que gostaríamos que nosso padrão 
fosse, e raramente tentamos a verdadeira interpretação de uma situação. 
A percepção não reflete a realidade objetiva. 
 
Vemos o mundo da forma como fomos condicionados a vê-lo; na verdade, 
quando descrevemos o que vemos, estamos descrevendo a nós mesmos, 
nossas percepções e paradigmas. 
 
3.2 Fatores que influenciam na percepção 
 
Existem vários fatores que interferem na nossa percepção, como 
a atenção, os fatores externos e internos: 
2 
 
 
Fatores da situação 
• Momento 
• Ambiente de trabalho 
• Ambiente social 
 
 
Fatores do observador 
• Atitude • Motivação 
• Interesse • Experiência 
• Expectativa • Emoção 
• Valores 
 
Fatores do alvo 
• Novidade • Sons 
• Movimento • Tamanho 
• Proximidade • Tempo 
• Semelhança 
 
 
Dentre os fatores que influenciam nossa percepção, temos os fatores 
internos, ou seja, os fatores ligados ao observador. A forma como observo 
e interpreto uma situação, objeto ou pessoa está intimamente ligada aos 
meus valores, crenças, experiências passadas, interesse, emoção e 
motivação. 
 
Por exemplo, você pode passar todos os dias pela mesma rua e nunca ter 
reparado um restaurante, mas se você estiver com fome, com certeza 
notará. 
 
Outro ponto importante a ser destacado é a respeito do conceito que cada 
um tem de si mesmo, ou seja, sua autopercepção, pois ela influenciará 
fortemente a forma como vemos os objetos e as pessoas. Ela pode variar 
de acordo com as relações que mantemos, o trabalho que desenvolvemos 
e como lidamos com os nossos sucessos e fracassos. 
 
Os fatores externos, ou do alvo, também podem interferir na nossa 
percepção; o fato de estar mais próximo, como, por exemplo, a estratégia 
utilizada nos supermercados de se colocar o que se quer vender no campo 
de visão do consumidor. 
 
Podemos citar outros fatores do alvo, como o tamanho, o tempo, a 
semelhança etc. Como o alvo está sempre relacionado a uma situação, 
esses fatores também irão interferir. 
O nosso foco de estudo está em como percebemos os outros 
(heteropercepção), está ligado à impressão que tenho a respeito do outro, 
pelas suas ações, pela sua voz, pelos seus gestos, seu movimento, sua 
reação e pela experiência que tive com o outro. 
 
3 
 
3.3 Os vieses que interferem na forma de julgarmos o mundo 
 
O comportamento (atitude, conduta) das pessoas é que nos leva 
a percebê-las e julgá-las. 
 
Segundo Soto (2002), a teoria da atribuição procura explicar como 
julgamos de maneiras diferentes as pessoas, diante do sentido que 
atribuímos a um dado comportamento. 
A teoria sugere que quando observamos o comportamento de alguém, 
tentamos identificar se o que o motiva é interno ou externo. 
Ainda segundo o mesmo autor, as causas internas estariam sob o 
controle do indivíduo, enquanto as causas externas estariam 
relacionadas a uma situação externa que ocasionou tal comportamento. 
 
Por exemplo, se um colaborador chega atrasado, posso atribuir que ele 
acordou tarde por ter ficado na “farra” ou atribuir ao trânsito. Aqui entram 
três fatores que irão interferir na atribuição: 
 
• Diferenciação: refere-se a comportamentos diferentes em situações 
diferentes. Se existe um comportamento que é habitual (chegar atrasado), 
a atribuição será a uma causa interna; caso contrário, se não é um 
comportamento habitual, o observador atribuirá a uma causa externa. 
 
• Consenso: quando todas as pessoas que enfrentam determinada 
situação respondem de maneira semelhante. Por exemplo, se todos os 
colegas do funcionário que chegou atrasado fazem o mesmo percurso, e 
também chegaram atrasados, a atribuição será a uma causa externa, se 
o consenso for alto. 
 
• Coerência: o observador sempre busca uma coerência nas ações das 
pessoas. Se o funcionário chega sempre atrasado, a atribuição será a uma 
causa interna. Quanto mais coerente o comportamento, mais a atribuição 
tenderá a ser interna. 
 
Soto (2002) nos diz que observamos e julgamos as ações segundo um 
contexto situacional. Há evidências de que, quando julgamos o 
comportamento das outras pessoas, tendemos a superestimar as causas 
internas, ou pessoais. Podemos, com isso, incorrer no erro fundamental 
de atribuição. Ele dá o exemplo: uma gerente de vendas atribui o fraco 
desempenho de seus vendedores à preguiça deles, e não ao lançamento 
de um produto concorrente. Existe também a tendência das pessoas de 
atribuírem o seu sucesso a fatores internos, e os fracassos, a fatores 
externos. 
Considerando que o processo perceptivo é pessoa e sofre a influência de 
vários fatores, ela pode sofrer distorções. 
 
4 
 
Distorções da percepção 
 
Distorção é o fenômeno pelo qual transformamos a realidade para que 
ela se adapte à nossa cultura, à nossa crença, aos nossos valores e até 
mesmo às impressões e intenções momentâneas. 
 
Abaixo, algumas distorções de percepção: 
• percepção seletiva: as pessoas selecionam o que veem, ouvem e 
falam, a partir de seus antecedentes, atitudes, experiências e interesses; 
• efeito de halo: impressão da pessoa a partir de uma só característica; 
• projeção: atribuição das características próprias a outra pessoa; 
• estereótipo: juízo formado a respeito da pessoa, segundo a percepção 
do grupo a qual pertence; 
• efeito de contraste: avaliação da pessoa a partir de comparação. 
 
As pessoas devem ter o cuidado ao julgar outras, pois podem cometer 
erros de julgamento em função das distorções apresentadas. Abaixo, são 
citados alguns processos que sofrem o impacto da nossa percepção e, por 
isso, devemos estar atentos às distorções, para que os mesmos sejam 
realizados com equidade: 
 
• entrevistas de emprego; 
• avaliação de desempenho; 
• tomada de decisão; 
• definição de estratégias; 
• lealdade do empregado; 
• esforço do empregado. 
 
Podemos adotar algumas medidas no sentido de minimizar as distorções 
de percepção e melhorar a nossa capacidade de perceber, como, por 
exemplo: 
• aumentar a frequência de observações e em situações diferenciadas; 
• coletar percepções de outras pessoas buscando o aumento de 
informações e confirmando ou não a sua percepção; 
• estar conscientes das distorções perceptivas; 
• estar conscientes da administração da impressão de si mesmo e dos 
outros; 
• ter consciência de que as relações interpessoais são influenciadas pela 
maneira como as pessoas se percebem e interpretam as suas percepções; 
• quanto melhor a compreensão de mim mesmo, maior a possibilidade de 
compreensão do outro. 
 
3.4 A ética no processo decisório 
 
Quando os funcionários são solicitados a classificarem as características 
mais importantes que buscam em um líder, a honestidade e a ética estão 
5 
 
quase no topo da lista. O termo ética refere-seao estudo dos princípios 
ou valores morais que determinam se as ações estão certas ou erradas e 
se os resultados são bons ou ruins. As pessoas se baseiam em seus 
valores éticos para determinar a coisa certa a se fazer. 
A importância da conduta empresarial ética está quase constantemente no 
noticiário, ainda que não pareça haver nenhum declínio perceptível nas 
transgressões. 
As considerações éticas devem ser um critério importante na orientação 
do processo decisório de todas as organizações. 
 
Três critérios éticos para o processo decisório 
 
Para compreender melhor a ética empresarial, precisamos considerar três 
tipos distintos de princípios éticos: utilitarismo, direitos individuais e justiça 
distributiva. Enquanto seus valores pessoais podem empurrar você mais 
para um princípio do que para os outros, todos os três devem ser 
considerados ativamente para colocar em teste as questões éticas 
importantes. 
 
Utilitarismo 
Aconselha a buscar o maior bem para o maior número de pessoas. Em 
outras palavras, devemos escolher a opção que proporcione o mais alto 
grau de satisfação para as pessoas afetadas. Algumas vezes, isso é 
conhecido como princípio da consequência porque se concentra nas 
consequências das nossas ações e não em como as obtemos. Um 
problema com o utilitarismo é que é quase impossível avaliar os benefícios 
ou custos de muitas decisões, particularmente quando as partes 
interessadas têm necessidades e valores amplamente variados. Outro 
problema é que a maioria de nós não se sente confortável ao adotar 
comportamentos que parecem antiéticos para alcançar resultados éticos. 
O enfoque no utilitarismo pode promover a eficiência e a produtividade, 
mas pode resultar também no desrespeito aos direitos de alguns 
indivíduos, especialmente os pertencentes a minoria, dentro das 
organizações. 
 
Direitos individuais 
Reflete a crença de que todas as pessoas têm direitos que as permitem 
agir de certa maneira. Alguns dos direitos mais citados é o da liberdade de 
ir e vir, a segurança física, a liberdade de expressão, o julgamento justo e 
a proibição da tortura. O princípio dos direitos individuais inclui mais do 
que direitos legais, mas também os direitos humanos, concedido a todas 
as pessoas como uma norma moral da sociedade. Um problema com os 
direitos individuais é que uns podem conflitar com outros. O direito dos 
acionistas de serem informados sobre as atividades da empresa pode 
acabar conflitando com o direito de um executivo à privacidade, por 
exemplo. Ele protegeria, com base no direito à liberdade de expressão, os 
6 
 
“dedos-duros” que denunciassem à imprensa ou aos órgãos 
governamentais as práticas ilegais ou antiéticas cometidas por suas 
organizações. 
O uso dos direitos protege os indivíduos de atos ilegais e é coerente com 
a liberdade e a privacidade, mas pode acarretar uma sobrecarga de 
questões legais, sob risco de prejudicar a eficiência e a produtividade. 
 
Justiça distributiva 
Sugere que as pessoas similares às outras devem receber benefícios e 
ônus similares; os que são diferentes devem receber benefícios e ônus 
diferentes na proporção da sua dessemelhança. Por exemplo, esperamos 
que dois funcionários que contribuem igualmente em seu trabalho devem 
receber recompensas similares, enquanto os que fazem uma contribuição 
menor devem receber menos. Uma variação do princípio da justiça 
distributiva diz que as desigualdades são aceitáveis quando beneficiam os 
menos favorecidos na sociedade. Assim, os funcionários em empregos 
arriscados devem ser mais bem pagos se o seu trabalho beneficiar outras 
pessoas menos favorecidas. Um problema com o princípio da justiça 
distributiva trata da dificuldade em chegar a um consenso sobre quem é 
similar e quais fatores são relevantes. 
O enfoque na justiça protege os interesses dos mais fracos e 
sub-representados, mas pode estimular um espírito de acomodação que 
reduz a propensão aos riscos, à inovação e à produtividade. 
 
Os tomadores de decisões, especialmente em organizações privadas, 
sentem-se confortáveis e seguros com relação ao utilitarismo. Várias 
ações questionáveis, como demissões em massa, podem ser justificadas 
quando são definidas como de interesse “da organização”, de seus 
trabalhadores e acionistas. Mas muitos críticos sentem que essa 
perspectiva precisa mudar. A crescente preocupação da sociedade com 
os direitos humanos e a justiça social sugerem que os gestores devem 
desenvolver padrões éticos baseados em critérios não utilitaristas. Essa 
situação coloca um grande desafio para os executivos, pois respeitar a 
justiça social e os direitos humanos traz uma carga muito maior de 
ambiguidade do que o uso de referências utilitárias, como as 
consequências sobre a eficácia e a produtividade. Isso ajuda a explicar por 
que os executivos têm sido cada vez mais alvo de críticas por sua atuação. 
Aumento de preços, venda de produtos que põem a saúde dos 
consumidores em risco, fechamento de fábricas, demissões em massa, 
mudança dos centros de produção para outros países com a finalidade de 
reduzir custos e outras decisões do gênero podem ser justificáveis sob a 
ótica utilitarista. Mas não pode mais ser o único critério para julgar as boas 
decisões. 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
Elaborada pelo professor Celso de Carvalho Vieira 
UNIP – Campus Cambuí – Campinas -SP 
Fevereiro/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BRANDÃO, Leonor C. “Comportamento Organizacional” – 
Conteúdo Disciplina On Line – Comportamento Humano nas 
Organizações – UNIP . São Paulo, 2012. 
 
McSHANE, Steven L, VON GLINOW, Mary A. Comportamento 
organizacional. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
 
ROBBINS, Stephen P, JUDGE, Timothy A, SOBRAL, Filipe. 
Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto 
brasileiro. 14ª Ed. São Paulo: Pearson Education, 2010. 
 
SOTO, Eduardo. Comportamento Organizacional: o impacto das 
emoções. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Continue navegando