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Trombose Venosa Profunda Trombo Embolismo Pulmonar Revisão da função endotelial normal e da cascata de Coagulação: HEMOSTASIA • Personagens: Plaquetas Fatores de coagulação Endotélio • Onde: no local de lesão vascular • Objetivo: formar o tampão fibrino-plaquetário • Finalidade: Controle do sangramento Revisão da função endotelial normal e da cascata de coagulação. HEMOSTASIA • FASES: 1. Contração endotelial 2. Hemostasia primária 3. Hemostasia secundária 4. Estabilização e resolução do trombo Fases da Hemostasia: Vasoconstrição • Mecanismos reflexos neurogênicos • Tecido lesado libera endotelina Hemostasia primária – formação do tampão plaquetário • Plaquetas: adesão / ativação / agregação Hemostasia secundária: deposição de fibrina • Ativação da cascata de coagulação Estabilização e reabsorção do tampão Caso Clínico: • Paciente de 85 anos, sexo feminino, após queda da própria altura sofreu fratura da cabeça do fêmur. • Foi submetida a cirurgia de quadril, com colocação de prótese Evoluiu com edema e dor na perna ipsilateral a fratura • Intensa dor quando o médico tentava dorsifletir o pé Perguntas: 1) Descreva as alterações clínicas encontradas na perna acometida • Edema: sinal de Godet ou do Cacifo (má perfusão). • Congestão. • Sinal de Homans (é um sinal de desconforto ou dor na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé). • Sinal da Bandeira • Sinal de Bancroft (é quando um membro inferior é comparado com outro durante a palpação, nota-se menor mobilidade da panturrilha que fica empastada). 2) Quais as alterações nas forças de Starling explicam essas alterações? Congestão, resultando em aumento da pressão hidrostática intravascular em território venoso. 3) O que aconteceu na cirurgia que levou a esse quadro? • Posicionamento do membro no procedimento • Edema relacionado ao procedimento • Mobilidade reduzida após cirurgia • Sangramento 4) Quais alterações na Tríade de Virchow que explicam a etiopatogênese dessa doença? Tríade de Virchow: estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade. estase venosa → posicionamento do membro durante o procedimento, edema pós-operatório localizado, da mobilidade reduzida após a operação e de redução substancial do fluxo venoso dos membros inferiores demonstrado durante a cirurgia. lesão do endotélio → resultado do posicionamento e manipulação do membro inferior na mesa cirúrgica. O trauma associado cirurgia → ativação de fatores trombogênicos, que apresentarão tropismo por áreas de lesão vascular e estase venosa. A perda sanguínea associada ao procedimento cirúrgico pode reduzir os níveis de antitrombina III e inibir o sistema fibrinolítico endógeno, permitindo, assim, a formação e crescimento do trombo. Sem profilaxia, a trombose venosa profunda (TVP) pode ocorrer em 40% a 70% dos submetidos à ATQ, sendo possível sobrevir embolia pulmonar fatal em 0,5% a 2% destes pacientes. A mortalidade devida à embolia pulmonar naqueles submetidos à ATQ que não receberam medicação profilática é descrita como sendo cinco vezes maior do que a ocorrida após cirurgia torácica ou abdominal em pacientes da mesma faixa etária. Rev Bras Ortop _ Vol. 37, Nº 5 – Maio, 2002 Trombose venosa profunda Caso Clínico - continuação • A mesma paciente, durante seu pós operatório de cirurgia no quadril, devido a dor local, evitava movimentar-se • Após insistência da equipe e da família, tentou deambular com a ajuda de um andador • Apresentou mal estar súbito, com falta de ar intensa • Retornou para o leito e chamou a enfermagem • Apresentava-se taquicárdica, Taquidispneica Perguntas 1) Quais são os destinos possíveis de um trombo? 2) Qual foi o destino provável do trombo desta paciente? 3) Qual a correlação do evento trombótico com o atual quadro de dispneia da paciente Evolução da Trombose Propagação do Trombo: • Após a formação do trombo • Novos ciclos de ativação plaquetária • Novos ciclos de ativação da cascata de coagulação • Maior deposição de plaquetas, fibrina e hemácias • O trombo progride em tamanho Dissolução do Trombo: • A coagulação DEVE ser restrita ao local da lesão vascular • Plaquetas – fornecem fosfolipídeos com carga negativa (para ativar cascata de coagulação) – limitado ao local de lesão vascular • Endotélio adjacente – se está sadio, produz fatores anticoagulantes • Ativar a cascata de coagulação → também ativa a cascata fibrinolítica Dissolução do Trombo – fibrinólise: • Plasminogênio circulante • Ativado pelo fator XIIa e pelo t-PA (do endotélio) • Gera a PLASMINA • Plasmina – quebra da Fibrina (Dimero-D: produto da degradação da fibrina • Plasmina – controlada: rapidamente se liga a alfa2-antiplasmina Dissolução do Trombo – ação do endotélio: • Endotélio sadio – inibe fatores prócoagulantes, inibe fatores de coagulação, inibe fatores pró- fibrinólise. • Endotélio lesado – exposição de vWF, colágeno. • Endotélio com fatores inflamatórios – perde sua capacidade de controle da coagulação. - PGI2 / NO / Adenosina disfosfatase → inibem ativação e agregação plaquetária. - Trombomodulina → liga a trombina e altera sua estrutura. - Trombina alterada →perde capacidade de ativar plaquetas →ativa a proteína C. - Proteína C, complexo com Proteína S → inibe fatores Va e VIIIa. - Moléculas Semelhantes a Heparina → ativa antitrombina III. - Antitrombina III → inibe a trombina, e os fatores IXa, Xa, XIa e XIIa. Organização e Recanalização do Trombo • Trombos antigos: • Eventualmente serão povoados por células: Endoteliais Musculares Lisas Fibroblastos • O Trombo se torna uma massa de tecido conjuntivo • Formação de canais capilares – abre nova luz para o fluxo sanguíneo Fragmentação e Embolização do Trombo • O trombo se desaloja e viaja para outros locais da rede vascular • Trombo venoso – tendência a parar onde o calibre vascular se reduz – leito vascular pulmonar • Êmbolo pulmonar Embolia Massa intravascular solta Sólida, líquida ou gasosa Transportada pelo sangue até local distante Onde vai causar disfunção tecidual ou infarto Embolia pulmonar: • Doença tromboembólica mais comum • Se origina na trombose venosa profunda • Trombo formado em veia profunda do membro inferior • Se destaca e viaja por veias progressivamente maiores • Chega ao coração direito e atinge vasos pulmonares • Êmbolos grandes – maior comprometimento clínico do paciente • Êmbolo na bifurcação das artérias pulmonares → Tromboembolia “a cavaleiro” • Risco de Cor Pulmonale • Quadro mais comum – Êmbolos pequenos • Êmbolos em artéria de médio calibre – hemorragias pulmonares • Êmbolos em artérias pequenas – hemorragias e/ou infartos • Múltiplos êmbolos, cronicamente → evolução para hipertensão pulmonar Tromboembolia Sistêmica: • Êmbolos originados no sistema arterial • Intramurais cardíacos • Aneurismas de grandes artérias • Consequências: depende de: - Vulnerabilidade do tecido que sofre isquemia - Calibre do vaso ocluído - Existência de circulação colateral - Resultado final → infarto tecidual. Embolia Gasosa: • Bolhas gasosas dentro da circulação • Massas espumosas que obstruem o fluxo da circulação • Lesão isquêmica distal Origem : gás remanescente na artéria numa cirurgia (revascularização coronária, neurocirurgia em posição sentada) • Doença da descompressão (mergulhadores) Embolia de líquido amniótico: • 5ª causa mais comum de morte materna • 1:40.000 partos, mortalidade de 80% • Líquido amniótico e componentes fetais na circulação materna • Ocorre por laceração de tecidos placentários ou ruptura de veias uterinas • Leva a ativação de fatores decoagulação e ativação do sistema imune Embolia Gordurosa: • Fratura de ossos longos, traumas em partes moles, queimaduras • Fragmentos de gordura, associados a medula óssea • Aparecem na vasculatura pulmonar • Frequente achado de autópsia após RCP Síndrome da Embolia Gordurosa: • Raro, quando a embolia gordurosa é sintomática • Insuficiência pulmonar, sintomas neurológicos, anemia e plaquetopenia
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