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BANCO DE SANGUE Andresa Costa Hemoterapia: A primeira transfusão no Brasil O relato mais importante veio de Salvador (Bahia), onde o médico Garcez Fróes, por meio do uso de um aparelho de agote improvisado por ele, realizou uma transfusão de 129 ml de sangue, braço a braço, para tratar uma paciente com metrorragia (sangramento vaginal anormal) , por pólipo (crescimento de tecido anormal) uterino. Na dec. 40, a hemoterapia é vista como especialidade médica, surgindo assim, inúmeros bancos de sangue pelo pais. O primeiro foi no RJ em 1942. Dentro do banco de sangue atuava um médico transfusionista, que selecionava os doadores do grupo sanguíneo O. Primeiros testes sorológicos Na déc 60, começam a realizar os testes sorológicos para as seguintes doenças: chagas, sífilis e hepatite B. Em 1965, o presidente da república estabelece a Política Nacional de Sangue e é criada a Comissão Nacional de Hemoterapia, que estabeleciam critérios visando a proteção dos doadores e receptores de sangue, porém, essas medidas ainda não eram suficientes. Evolução da segurança transfusional Na déc 80, com o surgimento da AIDS, modificou-se significativamente a preocupação com a segurança transfusional, mediante o risco de disseminação e contaminação de pessoas por doenças transmissíveis via transfusão. Nesta época, cerca de 2% dos casos de AIDS foram causados por transfusões. Na constituição de 1988 incluiu-se o artigo 199, onde determina a proibição de toda e qualquer forma de comercialização do sangue humano ou de seus componentes. As técnicas, a segurança do processo e os critérios de aplicabilidade da terapia transfusional foram se expandindo e sendo aprimoradas. E hoje em dia temos a hemoterapia envolvida por avanços científicos e de conhecimentos para o desenvolvimento de uma prática mais segura. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA Doadores de Sangue no Brasil No Brasil estima-se que 66% das doações são espontâneas, e aos poucos estamos evoluindo, um nível tímido, porém, crescente nas doações. Hoje, 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue, no país. O percentual corresponde a 1,6% da população brasileira e está dentro dos parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda que 1% a 3% da população de cada país seja doadora. Do total de doadores de sangue em 2017, 62% são do sexo masculino e 38% são do sexo feminino. Nos últimos anos, as taxas de doação de sangue apresentam-se estáveis, no Brasil. O Ministério da Saúde avalia que essa estabilidade indica um processo de conscientização da população, mas, reforça que é necessário promover e fortalecer as ações que estimulam a doação voluntária e constante para manutenção dos estoques de sangue. A seguir vamos conhecer os perfis dos doadores. Perfil dos doadores de sangue Doação autóloga doação do próprio paciente para seu uso exclusivo. Doação de reposição indivíduo que doa para atender à necessidade de um paciente. Doação espontânea doação feita por pessoas motivadas a manter o estoque de sangue Doador apto doador cujos dados e saúde se encontram em conformidade com os critérios exigidos. Doador de repetição doador que realiza duas ou mais doações no período de 12 meses. Doador esporádico doador que repete a doação após intervalo superior a 12 meses da última doação. Doador inapto definitivo doador que nunca poderá doar sangue para outra pessoa. Doador inapto temporário doador que se encontra impedido de doar sangue para outra pessoa por determinado período de tempo, mas apto a realizar doação autóloga quando possível e necessário . Doador inapto por tempo indeterminado doador que se encontra impedido de doar sangue para outra pessoa por um período indeterminado tempo, mas apto a realizar doação autóloga qnd possivel. O Ciclo do Sangue O ciclo sanguíneo possui suas etapas regulamentadas por resoluções (Portaria nº 1.376/93), para que isso proporcione mais segurança e qualidade durante todo o processo. Elas devem ser cumpridas por todos os estabelecimentos de hemoterapia que desenvolvem essas práticas e pelos serviços de saúde, públicos e privados, que realizem procedimentos transfusionais em todo o território nacional. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA Profissionais atuantes no Banco de sangue Em geral, os serviços dessa área contam com uma equipe multiprofissional composta por técnicos e especialistas. O Técnico em Hemoterapia atua nas rotinas do ciclo produtivo do sangue, desde a captação do doador até a transfusão. Especialista em Hemoterapia atua em atividades mais analíticas de laboratório e gestão da qualidade das rotinas de um serviço de hemoterapia. Técnico Especialista Formação Curso tec. de nível médio Graduação com curso na área de saúde com pós em hemoterapia Atribuições Captação, triagem, epidemiológica e sorológica. Coleta, processamento, controle etc. Procedimentos técnicos, analise e liberação de resultados. Preservação da qualidade de equipamentos, insumos, hemocomponentes e hemoderivados Possibilidades de atuação Bancos de sangue, hospitais, clinicas, lab de analises clinicas, produção de hemoderivados e etc Bancos de sangue, de medula e cordão umbilical, clinicas e hosp. Especializados em analises clinicas, prod. e controle de qualidade de hemocomponentes, hemoderivados, etc. Estimativa salarial 2 a 3 salários min 3 a 6 salários mínimos Atribuições do Biomedico segundo CRBM. Banco de Sangue: (sob a supervisão de médico especialista em hemoterapia ou hematologia), A lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, regulamenta o §4º do art. 199 da Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados e estabelece o ordenamento institucional indispensável à execução adequada dessas atividades. Compete ao Biomédico: Assumir chefias técnicas, assessoramento e executar trabalhos específicos e relacionados ao processamento semi-industrial e industrial do sangue, correlatos e realizar todos os procedimentos técnicos de banco de sangue, transfusão, infusão de sangue, hemocomponentes e hemoderivados; Executar o processamento de sangue e suas sorologia; Realizar exames pré e pós transfusionais; Assumir chefias técnicas, assessorias e direção de unidades; Manusear equipamentos de auto-transfusão; O profissional legalmente habilitado nesta área poderá exercer todas as atividades inerentes a este campo, com exceção do ato transfusional. A responsabilidade técnica deve ficar a cargo de um médico especialista em Hemoterapia e / ou Hematologia. Resolução CFBm nº 78, de 29 de Abril de 2002, Resolução CFBm nº 227, de 7 de maio de 2013, RDC Anvisa nº 57, de 16 de dezembro de 2010. O que um BIOMÉDICO pode fazer dentro do BANCO DE SANGUE Executar o processamento de sangue e suas sorologias: pode realizar a coleta de sangue e executa os testes obrigatórios de AIDS, Sífilis, HTLV 1 e 2, Hepatite B e C, Chagas e Malária em regiões endêmicas. Realizar exames pré e pós-transfusionais Após cada doação serão realizados os seguintes exames no sangue coletado: Tipagem sanguínea ABO e Rh; Pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares (PAI); Teste de Coombs Indireto; Fenotipagem do Sistema Rh Hr (D,C,E.c,e), Fenotipagem de outros sistemas; Testes sorológicos para: Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV I/II. O Biomédico é profissional legalmente capacitado e habilitado para assumir o assessoramento e executar trabalhos específicos e relacionados ao processamento semi-industrial e industrial do sangue. Realizar todos os procedimentos técnicos de banco de sangue: manusear equipamento de auto-transfusão, infusão de sangue, hemocomponentes e hemoderivados; Pode assumir chefias técnicas e assessorias destas atividades independentemente de seu nível de complexidade,devendo estar sob responsabilidade técnica de profissional médico, especialista em hemoterapia ou hematologia, ou qualificado por órgão competente devidamente. O salário de um biomédico em início de carreira gira em torno de R$ 2.400.00. O valor tem como base informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, de 2018. Mas, a remuneração pode aumentar consideravelmente se o profissional apostar na qualificação de seu currículo investindo em uma pós-graduação em hemoterapia e terapia celular. Nessa área, o biomédico pode atuar no serviço público e privado em laboratórios, bancos de sangue e doação de medula e cordão umbilical. Referências https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45520-dezesseis-a-cada-mil-brasileiros-fazem-doacao-de-sangue (acessado em 28/03/2020) https://avasus.ufrn.br/pluginfile.php/483255/mod_page/content/3/ciclo_do_sangue_UN1.pdf (acessado em 28/03/2020) http://www.hemocentro.fmrp.usp.br/canal-do-doador/?fbclid=IwAR2kRQ-Zvet0_wAMiL9epTojn8JZqO9VUwm0X96yqf6t5gJtgDhJgkpnGYg (acessado em 29/03/2020) https://www.blogsenacsp.com.br/o-que-e-hemoterapia-e-como-voce-pode-trabalhar-na-area/ (acessado em 29/03/2020) https://crbm1.gov.br/banco-de-sangue-2/ (acessado dia 10/04/2020) https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/10/biomedicina-e-banco-de-sangue.html (acessado em 20.04.20)
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