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Resumo Crítico -- O Ovo da Serpente

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2
CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
CURSO DE DIREITO
ADRIANA MARIA MACIEL BATISTA
RESUMO CRÍTICO: FILME “O OVO DA SERPENTE”
MACEIÓ
2018
ADRIANA MARIA MACIEL BATISTA
RESUMO CRÍTICO: FILME “O OVO DA SERPENTE”
Trabalho para obtenção de nota da disciplina Hermenêutica Jurídica.
Professora: Nilzete Gomes Patriota
MACEIÓ
2018
1. RESUMO 
O filme é ambientado na Alemanha, no período da República de Weimar, que designa o momento vivido pelo país após a primeira guerra mundial e que se findou no início do período nazista. Aborda temáticas que flutuam em diferentes esferas da vida em sociedade, são estas: políticas; culturais; jurídicas; antropológicas; sociais e ideológicas. É importante salientar que o pós-guerra foi um momento de profundas mudanças e reflexões, o qual a Alemanha precisou conviver com uma população revoltada, a sensação de injustiça provocada pelo Tratado — injusto — de Versalhes e a crise monumental do capitalismo, protagonizada pela mais nova potência mundial: Estados Unidos.
“O Ovo da Serpente” conta a história da Abel, um judeu que trabalhava em um circo como trapezista. Abel precisou lidar com o suicídio de seu irmão, ao lado de sua cunhada, Manuela. Uma das primeiras cenas já permeia o assunto a ser tratado: Ao chegar em Berlim para visitar Manuela, que canta em um cabaré, Abel ouve do inspetor que a preocupação dos alemães com ele só irá durar o tempo enquanto ele houver dinheiro para oferecer ao país, além de perguntar hostilmente se o turista era judeu. O americano também foi acusado, posteriormente, de assassinatos que misteriosamente aconteceram em seu bairro. Em outra cena, dois judeus são coagidos a limparem uma escada com escovas por um grupo de jovens alemães, mas o inspetor (policial) ignora completamente a cena. É clara, mas sutil, a alusão ao antissemitismo, crescente corrente ideológica que prega o repúdio incondicional aos judeus, com destreza o diretor conseguiu mostrar como aquela corrente se espalhou tão rápido e o quão prejudicial se tornou. 
Cenas interessantes mostram a participação dos próprios judeus em seu final trágico, pois pouco se sabe que o nazismo foi, inicialmente, apoiado pelos mais prejudicados: os judeus. A fome também protagonizou chocantes cenas, como a do cavalo morto sendo cortado por vários populares para consumir sua carne. O desemprego era um dos maiores problemas na época, e também uma das circunstâncias que corroboraram para a aversão a imigrantes, pois havia uma ideia de que estes poderiam ocupar empregos e “roubar” as chances de um verdadeiro alemão. 
Apesar de mostrar a realidade dura dos problemas que foram enfrentados na Europa, em especial, na Alemanha, o grande ideal do filme era mostrar como surgiu o nazismo, os passos seguidos, além das circunstâncias, que levaram ao fatídico momento trágico para o mundo. Mostrou elegantemente e com destreza, o “chocar do ovo da serpente”, serpente esta que veio carregada de veneno e ódio, que conquistou poder e oportunidades através de medo, eventos trágicos e dissimulação, serpente que perseguiu e matou muito mais do que prosperou economicamente. 
É masoquistamente cômico pensar em como uma nação pediu pela guerra, pelo ódio e a destruição, como viu nesta guerra a solução para todos os problemas que assolavam o mundo, sem se atentar, no entanto, que estes problemas vieram de outra guerra. O crescer de Hitler, às custas de um discurso populista que simplesmente reunia um compilado de frases prontas, um patriotismo raso e promessas grandiosas de prosperidade e renovação, levou ao seu clamor e popularidade entre toda a Alemanha. 
Hoje em dia, com a ascensão do fascismo por todo o mundo, fica claro como esse sentimento de insegurança sempre busca no autoritarismo sua solução, são sempre as mesmas etapas e promessas, são sempre finais catastróficos, mas o ser humano parece nunca aprender. 
O filme também mostra como Hitler foi apenas uma figura central, um nome a dar para se correr “na boca do povo”, mas como a própria população teve sua parcela de responsabilidade no nazismo, pois vieram destes o discurso e a ideologia antissemita. Os alemães espalharam preconceitos, distribuíram ódio e desdenharam do diferente, chocando o ovo da serpente, e essas pessoas já podiam ver o que se formava dentro do ovo, já enxergavam a serpente através da fina membrana que o envolvia, mas continuaram a chocar até que a serpente pudesse se valer de seu veneno.
 Na cena final, onde previamente Abel ouve sobre o “nascimento de um salvador que está disposto a dar seu sangue pela Alemanha”, o americano observa — calado — cenas abomináveis e desumanas de experimentos behavioristas, enquanto o cientista discursa, animado, e o conta que seu irmão se suicidou sob efeito da mesma toxina testada pelos experimentos que Abel estava a visualizar. Closes da câmera se dividiam entre as cenas no monitor e os olhos marejados e chocados de Abel, talvez a cena mais dramática e comovente de todo o filme. O cientista então, disserta sobre o futuro da Alemanha, supõe a possibilidade de uma revolta liderada por Hitler, e sobre esta, é categórico: “será um fiasco”, diz que as pessoas estão cansadas demais, humilhadas demais e que mais nada os fará reviver o espírito brilhante da luta, mas que seus filhos, depois de 10 anos, herdarão o ódio e o desejo de vingança de seus pais, e só assim conseguirão reerguer a Alemanha, alertando ainda, que essa nova sociedade será construída sobre pilares duros e segregacionistas, que não haverá espaço para ideias “românticas” e que só os “úteis” serão bem-vindos.
 Transparece, a partir desse discurso, o fim inevitável: o nascimento da serpente. 
2. REFERÊNCIAS 
O Ovo da Serpente. Produzido por Dino De Laurentiis, dirigido por Ingmar Bergman. Estados Unidos: 1997. Disponível: <https://www.youtube.com/watch?v=M0WqyFnNs iE> acesso em 29 out. 2018.

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