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CURSO REGULAR DE DIREITO CIVIL PARA CONCURSOS 
Aula Demonstrativa: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Lauro Escobar 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
AULA DEMO 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Professor: Lauro Escobar 
 
CURSO REGULAR DE DIREITO CIVIL PARA CONCURSOS 
Aula Demonstrativa: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
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2 
CAROS AMIGOS E ALUNOS 
É um prazer poder usufruir dos atuais meios de comunicação e me dirigir 
a todos vocês. Nesta apresentação vou passar algumas breves informações 
sobre minha pessoa e o curso que pretendo ministrar. 
Sou graduado e pós-graduado em Direito pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (PUC/SP). Sempre fui o que se pode chamar de 
“concurseiro”. Exerci diversos cargos públicos, sempre por concurso, desde 
Atendente, Auxiliar, Escrevente, Técnico, passando por Procurador do Estado, 
sendo que atualmente sou Juiz de Direito. Ao lado das funções públicas, 
sempre fui ligado à área do ensino. Para mim, uma atividade completa a outra 
e com isso vou me mantendo sempre atualizado. Iniciei minha carreira docente 
na própria PUC/SP, onde lecionei durante alguns anos. Atualmente dedico-me 
aos cursos preparatórios para concursos públicos, tendo me especializado 
no DIREITO CIVIL, matéria que possuo algumas obras e artigos publicados. 
Minha intenção com este curso é ministrar aulas direcionadas para 
concursos na ÁREA DE TRIBUNAIS (Analista Judiciário) e na ÁREA FISCAL 
(Receita Federal, ICMS e ISS). No entanto, devido à amplitude e abrangência do 
curso e a quantidade de exercícios colocada, ele também serve para a primeira 
fase de carreiras jurídicas, como Procurador, Promotor de Justiça e Juiz de 
Direito. Exemplo disso é minha esposa que recentemente passou no concurso 
para a Magistratura do Trabalho utilizando, em Direito Civil, apenas esse 
material. Por isso demos nome de “Curso Regular Completo de Direito 
Civil para Concursos”. 
Vamos fornecer o máximo de informações ao aluno, abrangendo a 
totalidade dos últimos editais (que estão cada vez maiores), com uma 
linguagem simples, objetiva e clara, com muitos exemplos práticos, de 
fácil entendimento mesmo para aqueles que não são formados em 
Direito, evitando opiniões pessoais que não são acolhidas nas provas. 
Devemos lembrar que o Direito Civil vem sofrendo diversas alterações 
legislativas. Exemplo disso é que no início desse ano entrou em vigor o 
Estatuto da Pessoa Deficiente (Lei n° 13.146/2015) que alterou muito a 
parte referente à capacidade da pessoa natural, o Estatuto das Fundações 
(Lei n° 13.151/2015), etc. Por isso atualizamos todo o material doutrinário 
e também os exercícios referentes a esses novos aspectos. 
Por se tratar de um curso completo, vamos devagar. Penso que o ideal é 
enviar uma aula a cada 15 dias, dando tempo ao aluno de ler toda a matéria 
teórica e fazer os exercícios com calma. 
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Aula Demonstrativa: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
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3 
Vejamos agora a quantidades de aulas que teremos e conteúdo 
programático de cada uma delas, de forma pormenorizada. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS AULAS 
 
Além da Aula Demonstrativa de hoje, teremos OUTRAS 12 (DOZE) 
AULAS. Vejamos. 
Aula 00 – Aula Demonstrativa (fornecida hoje, logo após a esta apresentação). 
Noções Gerais de Direito e Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-
Lei n° 4.657/1942, com suas alterações). A) Noções Gerais de Direito. Conceito e 
Classificação de Direito: Público e Privado. Fontes de Direito Civil. B) Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Lei. Aspectos Gerais. Vigência e 
Eficácia das Leis no Tempo e no Espaço. Aspecto Temporal: Início da Obrigatoriedade 
da Lei. Revogação: ab-rogação e derrogação. Repristinação. Retroatividade. Direito 
Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada. Aspecto Territorial. Conflito das 
normas no tempo e no espaço. Preenchimento de lacuna jurídica. Interpretação das 
Leis – Hermenêutica. Integração da Norma Jurídica: analogia, costumes e princípios 
gerais de direito. Antinomia: conflitos entre as leis, critérios para solução. 
Aula 01 – Das Pessoas Naturais. Conceito. Personalidade: Início, Individualização e 
Término. Nascituro. Domicílio Civil. Residência. Direitos da Personalidade. Capacidade: 
classificação (atualizada com a Lei n° 13.146/2015). Incapacidade. Emancipação. 
Registro e Averbação. 
Aula 02 – Das Pessoas Jurídicas. Conceito. Classificação: Pessoa Jurídica de Direito 
Público e de Direito Privado. Personalidade Jurídica. Início da Personificação e Término 
de sua existência legal. Registro e Representação. Domicílio. Responsabilidade. Grupos 
não personificados. Abuso e Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
Aula 03 – Bens. Diferentes classes de bens. Conceito. Espécies. Classificação Geral: 
considerados em si mesmos; reciprocamente considerados; considerados em relação ao 
titular da propriedade; considerados quanto à possibilidade de comercialização. Bem de 
família legal e bem de família convencional. 
Aula 04 – Fatos e Atos Jurídicos (1a Parte). Fatos Jurídicos. Classificação. 
Aquisição. Resguardo. Modificação. Extinção de Direitos. Fato Natural. Ato Jurídico. 
Conceito. Classificação. Aquisição. Resguardo. Modificação. Extinção de Direitos. Fato 
Natural. Prescrição. Conceito. Disposições Gerais. Efeitos. Causas que impedem, 
suspendem e interrompem a Prescrição. Prazos Prescricionais. Decadência. Conceito. 
Disposições Gerais. Espécies de Decadência. Efeitos. Prazos Decadenciais. 
Aula 05 – Fatos e Atos Jurídicos (2a Parte). Ato Jurídico. Negócio Jurídico. 
Conceito. Classificação. Requisitos. Modalidades. Elementos Constitutivos. Elementos 
Essenciais: gerais e especiais (particulares). Elementos Acidentais: condição, termo e 
encargo (ou modo). Validade e Defeitos do Negócio Jurídico. Invalidade: Nulidade 
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Absoluta e Relativa (nulidade e anulabilidade). Conversão do Negócio Nulo. Invalidade. 
Confirmação. Conversão do Negócio Nulo. Interpretação. Forma e Prova dos Negócios 
Jurídicos. 
Aula 06 – Atos Ilícitos. Abuso de Direito. Responsabilidade Civil. Conceito, 
pressupostos, espécies e efeitos. Responsabilidade Contratual e Extracontratual. 
Responsabilidade Objetiva e Subjetiva. Teoria da Culpa e do Risco. Indenização. 
Exclusão da Ilicitude. Responsabilidade por ato de terceiros. 
Aula 07 – Direito das Obrigações – Parte Geral. Teoria Geral das Obrigações. 
Conceito. Elementos Constitutivos. Fontes. Classificação Completa. Modalidades de 
Obrigações. Cláusula Penal. Efeitos. Formas de Extinção das Obrigações. Pagamento ou 
Adimplemento (objeto, prova, lugar e tempo). Pagamento Direto. Pagamento Indireto. 
Dação em Pagamento. Novação. Confusão. Compensação. Formas Especiais de 
Pagamento (Consignação, Sub-rogação e Imputação). Mora. Extinção da Obrigação 
sem Pagamento (Remissão de Dívida). Execução Forçada. Inexecução das Obrigações. 
Transmissão – Cessão (de crédito, de débito e de contrato). 
Aula 08 – Contratos – Parte Geral. Teoria Geral dos Contratos. Disposições Gerais. 
Elementos. Princípios Fundamentais. Formação. Contratos Preliminares. Modalidades ou 
Espécies (unilaterais ou bilaterais; onerosos ou gratuitos; comutativos e aleatórios, 
etc.). Efeitosparticulares: exceção de contrato não cumprido, direito de retenção, 
revisão (resolução por onerosidade excessiva), arras ou sinal, vício redibitório, evicção. 
Extinção da Relação Contratual. Distrato. Declaração Unilateral de Vontade (atos 
unilaterais). 
Aula 09 – Espécies de Contratos Regulados pelo Código Civil. Compra e Venda. 
Troca ou Permuta. Contrato Estimatório. Doação. Locação de coisa móvel e imóvel. Lei 
n° 8.245/91 (Lei do Inquilinato). Empréstimo: Comodato e Mútuo. Prestação de 
Serviços. Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Agência e Distribuição. 
Corretagem. Transporte. Seguro. Constituição de Renda. Jogo e Aposta. Fiança. 
Transação. Compromisso. 
Aula 10 – Direito das Coisas – Posse: Conceito. Teorias sobre a Posse. Aquisição. 
Proteção. Efeitos. Perda. Propriedade: Função Social. Extensão e Restrição ao Direito 
de Propriedade. Aquisição. Perda. Usucapião. Condomínio (modalidades). Propriedade 
Resolúvel. Direito de Vizinhança. Uso Anormal da Propriedade. Passagem Forçada. 
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia. A) Gozo ou Fruição. Enfiteuse. Superfície. 
Servidão Predial. Usufruto. Uso e Habitação. B) Garantia. Penhor. Hipoteca. Anticrese. 
Alienação Fiduciária em Garantia. C) Direito Real de Aquisição. Compromisso ou 
Promessa Irretratável de Venda. D) Direitos Reais de Interesse Social. Concessão de 
uso especial para fins de moradia. Concessão de direito real de uso. 
Aula 11 – Direito de Família. 1) Direito Matrimonial. Casamento: classificação, 
habilitação, requisitos formais, impedimentos, forma e prova. Anulação e efeitos 
jurídicos. Regimes de Bens entre os Cônjuges. Separação e Divórcio. 2) Direito 
Convivencial. União Estável: caracterização, efeitos alimentícios e sucessórios, 
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dissolução. 3) Direito Parental. Relação de parentesco. Filiação. Adoção. Poder Familiar. 
Alimentos. 4) Direito Assistencial. Guarda. Tutela. Curatela. Ausência. 
Aula 12 – Direito das Sucessões. Da Sucessão em Geral: Legítima e Testamentária. 
Legítima. Abertura, disposições gerais, ordem de vocação hereditária, capacidade 
sucessória, direito de representação, transmissão da herança, herança vacante e 
jacente, aceitação e renúncia da herança. Testamentária. Capacidade para testar, 
parte disponível. Cláusulas Restritivas. Substituição. Fideicomisso. Formas de 
Testamento. Inexecução. Deserdação. Indignidade. Codicilo. Legados. Colação. 
Pagamentos das dívidas e garantias. Inventário e Partilha. Sonegados e 
sobrepartilha. 
Vamos agora explicar como será desenvolvido este curso. 
Cada aula contém a matéria referente a um capítulo do Direito Civil 
geralmente exigido nos editais, sendo que a mesma será exposta de uma 
forma direta e objetiva. Durante as aulas forneço o maior número de exemplos 
possível. Tenho certeza que mesmo uma pessoa que não seja formada em 
Direito terá plenas condições de acompanhar o curso e entender tudo o que será 
ministrado. No entanto não posso fugir de algumas ‘complexidades jurídicas’, 
pois estas também costumam cair nas provas. Costumo dizer que os 
examinadores gostam de pedir “as exceções de uma regra...” e também “as 
exceções da exceção...”. Desta forma, darei um enfoque especial a estes 
aspectos, chamando a atenção do aluno quando um ponto é mais exigido nos 
concursos e onde podem ocorrer as famosas “pegadinhas”. 
Em todas as aulas, após apresentar a parte teórica, com muitos exemplos 
práticos, sempre faço um quadro sinótico, que na verdade é o resumo da 
aula. É o que eu chamo de “esqueleto da matéria”. A experiência demonstra 
que esse “quadrinho” é de suma importância, pois se o aluno conseguir 
memorizá-lo, saberá situar a matéria e completá-la de uma forma lógica e 
sequencial. Portanto, após ler toda a aula, o aluno deve também ler (e reler) o 
resumo apresentado, mesmo que tenha entendido toda matéria. Sem dúvida 
alguma, esta é uma excelente maneira de fixação do conteúdo da aula. Além 
disso, é ótimo para rápidas revisões às vésperas de um exame. 
Ao final de cada aula também apresento alguns exercícios. Aliás, muitos 
exercícios. São testes que já caíram em concursos anteriores. Este ponto 
merece um destaque especial em nosso curso. Trata-se de um diferencial. Até 
por experiência própria, entendo que os exercícios são imprescindíveis para 
um curso direcionado para concursos. Uma aula, por melhor que seja, só é 
completa se tiver exercícios, pois é por meio deles que o aluno vai pegando a 
“malícia” de uma prova. Inicialmente eles têm a finalidade de revisar o que foi 
ministrado na aula e fixar, ainda mais, a matéria dada. Resolver questões já 
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aplicadas em concursos anteriores é, indiscutivelmente, uma das melhores 
formas de se preparar para exames. Observem como os concursos costumam 
repetir questões que já caíram em outros exames ou fazer “variações sobre um 
mesmo tema”. 
Em cada aula teremos duas baterias de exercícios. A primeira da FCC 
(múltipla escolha) e a segunda da CESPE (Certo ou Errado), pois são as 
principais bancas e as mais adotadas em concursos. 
Finalmente, qualquer dúvida que porventura o aluno ainda tenha referente 
à aula deve ser encaminhada ao fórum deste site, para que eu possa respondê-
la da melhor forma possível. Assim, as perguntas dos alunos e as minhas 
respostas ficarão disponíveis para todos os matriculados no curso, enriquecendo 
ainda mais o nosso projeto. Por esse motivo é importante que o aluno leia todas 
as perguntas e respostas que já foram elaboradas e encaminhadas, mesmo 
que feitas por outros alunos, pois às vezes as suas dúvidas podem ser as 
mesmas que outro aluno já formulou. 
Com a exposição da matéria teórica acompanhada de exemplos práticos, 
quadros sinóticos, resumos e uma boa quantidade de testes com gabarito 
comentado, possibilitando ainda ao aluno eliminar qualquer dúvida que reste 
através do nosso fórum, acreditamos ser este trabalho uma importante 
ferramenta para o conhecimento e aprimoramento nos estudos. 
Finalizo, desejando a todos os votos de pleno êxito em seus objetivos, 
com muita tranquilidade e paz durante os estudos e na hora da realização das 
provas. 
 Um forte abraço a todos. 
 
Lauro R. Escobar Jr. 
 
 
 
 
 
 
 
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Meus amigos e alunos: antes de iniciar uma aula, costumo colocar no início e 
em destaque os itens que serão abordados na aula. Com isso, quando um 
edital for publicado, o aluno terá condições de cotejar o material fornecido com 
os pontos exigidos. Além disso, também aponto a legislação a ser 
consultada, para que o aluno possa acompanhar na lei o que está sendo 
ministrado, facilitando o estudo. Vejamos: 
����Itens que serão abordados nesta aula →→→→ LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS 
DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB). Noções Gerais de Direito. Lei. Aspectos Gerais. 
Vigência e Eficácia das Leis no Tempo e no Espaço. Aspecto Temporal: Início da 
Obrigatoriedade da Lei. Revogação: ab-rogação e derrogação. Repristinação. 
Retroatividade. Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada. Aspecto 
Territorial. Conflito das normas no tempo e no espaço. Preenchimento de lacuna 
jurídica. Interpretação das Leis. Hermenêutica. Integração da Norma Jurídica: analogia, 
costumes e princípios gerais de direito. Antinomia: conflitosentre as leis, critérios para 
solução. 
����Legislação a ser consultada: Decreto-Lei n° 4.657/42 (Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro). 
 Outra coisa. Como são abordados muitos pontos nas aulas, para que o 
aluno possa manusear o material didático de forma mais prática, há sempre um 
SUMÁRIO antes de começar a aula. Desta forma, principalmente quando o 
aluno deseja apenas revisar um ponto na matéria, ou tirar uma dúvida a 
respeito de um item específico, pode ir DIRETO AO PONTO. 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO E RESUMO DA LINDB ................................................ 08 
1.1 Fontes de Direito Civil ............................................................... 10 
1.2 Características das leis ............................................................. 13 
1.3 Classificação das leis ................................................................ 13 
2. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO ...................................................... 19 
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8 
2.1 Início da obrigatoriedade .......................................................... 20 
2.1 Fim da obrigatoriedade ............................................................. 29 
2.3 Repristinação ............................................................................ 32 
2.4 Leis gerais e especiais .............................................................. 33 
2.5 Conflito das normas no tempo .................................................. 34 
2.6 Interpretação das leis ............................................................... 39 
2.7 Integração da norma jurídica ................................................... 42 
2.8 Antinomia: conflito entre as normas ......................................... 47 
3. VIGÊNCIA DAS LEIS NO ESPAÇO .................................................... 51 
3.1 Estatuto de Direito Internacional .............................................. 53 
RESUMO ESQUEMÁTICO DA AULA ....................................................... 57 
Bibliografia Básica ............................................................................. 61 
EXERCÍCIOS COMENTADOS (FCC) ...................................................... 62 
EXERCÍCIOS COMENTADOS (CESPE) .................................................. 93 
 
Vamos agora entrar na matéria... 
 Mas... primeiro... uma curiosidade. O Decreto-Lei n° 4.657/42 tinha 
como “nome” (ou ementa) “Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro”. Pois 
bem... a Lei n° 12.376 de 31 de dezembro de 2010 alterou esse nome para Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Ou seja, nossos 
parlamentares elaboraram uma lei apenas para alterar o nome da lei. Nada, 
absolutamente nada, mudou em seu conteúdo. E a intenção foi somente deixar 
claro o que já dizíamos há muito tempo: a Lei de Introdução não tem aplicação 
somente ao Código Civil, mas sim a todo o Direito, respeitadas as peculiaridades 
de cada matéria, como veremos. Feita esta observação, comecemos... 
 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
 
INTRODUÇÃO E RESUMO 
Em 2003 entrou em vigor o novo Código Civil (Lei n° 10.406/02). Embora 
publicado no dia 10 de janeiro de 2002, somente entrou em vigor no ano 
seguinte. Mas antes disso já vigorava uma lei conhecida como Lei de Introdução 
ao Código Civil (ou simplesmente LICC), que é o Decreto-lei n° 4.657, de 04 de 
setembro de 1942, que atualmente é chamada de Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro (ou simplesmente LINDB). 
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9 
O novo Código não revogou a Lei de Introdução, nem a incorporou em seu 
texto (ela não é parte integrante do Código). Ou seja, o Código Civil e a Lei 
de Introdução são leis autônomas e independentes entre si. 
Na realidade a Lei de Introdução é um conjunto de normas sobre 
normas (alguns autores a chamam de lex legum: lei das leis), isto porque 
disciplina as próprias normas jurídicas, prescrevendo-lhes a maneira de 
aplicação e entendimento, predeterminando as fontes e indicando-lhes as 
dimensões espaço-temporais. Ela não rege a vida das pessoas (como o Código 
Civil), mas sim das próprias normas jurídicas, ultrapassando o âmbito do 
Direito Civil (suas normas são aplicáveis a todo nosso ordenamento jurídico, 
respeitadas as peculiaridades de cada matéria) e atingindo tanto o direito 
privado quanto o público (salvo naquilo que for regulado de forma diferente 
na legislação específica). 
Contém normas de sobredireito (também chamadas de normas de 
apoio, pois visa regular outras normas). Trata-se de um código de normas (lei 
de introdução às leis) por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer 
discriminação, indicando como aplicá-las. E, reforçando, continua em vigor, a 
despeito do novo Código Civil, de forma autônoma e em sua plenitude. 
 RESUMINDO A LINDB 
• Arts. 1° e 2° →→→→ vigência e eficácia das normas jurídicas sob o 
aspecto temporal (ou seja, determinando como e quando a lei entra em 
vigor). 
• Art. 3° →→→→ obrigatoriedade geral e abstrata das normas; garantia da 
eficácia global da ordem jurídica (ou seja, não admite a ignorância de lei 
vigente). 
• Art. 4° →→→→ fontes e mecanismos integração das normas (ou seja, 
quando houver lacunas na lei). 
• Art. 5° →→→→ critérios de interpretação das normas (hermenêutica jurídica). 
• Art. 6° →→→→ aplicação da norma no tempo (direito intertemporal: solução 
de conflitos temporais, dando certeza e segurança no ordenamento). 
• Arts. 7° a 19 →→→→ aplicação da norma no espaço (território). Também 
contem normas de Direito Internacional público e privado 
estabelecendo critérios para eliminar conflitos de normas entre Países 
(ex.: competência judiciária brasileira, prova de fatos ocorridos no 
estrangeiro, eficácia de tratados e convenções assinadas pelo Brasil, 
execução de sentença proferida no exterior, atos praticados pelas 
autoridades consulares brasileiras no exterior, etc.). 
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FONTES DO DIREITO CIVIL 
Fonte significa a origem, o nascedouro (daí fonte de água). Fonte do 
Direito (expressão figurada) significa onde o direito nasce ou o meio pelo qual 
se estabelecem as normas jurídicas. Para fundamentar uma sentença, o Juiz 
precisa apontar o dispositivo (que é a fonte) para fundamentá-la. 
Para caracterizar uma fonte de direito são necessários dois elementos: 
segurança e certeza. Cada autor possui uma classificação própria de fonte de 
direito. Citamos duas formas de se classificar. 
A primeira é a seguinte: 
• Fontes formais: formadas pela lei, a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. Lembrem-se que no Brasil a lei é a principal 
fonte de Direito. As demais são apenas formas acessórias. Mas nem por 
isso são menos importantes, especialmente para fins de concurso. 
• Fontes não-formais: formadas pela doutrina e pela jurisprudência. 
Para outra corrente doutrinária, a classificação é um pouco diferente: 
• Fontes diretas ou imediatas: são as que geram por si mesmas a regra 
jurídica (lei e costumes). Observem que esta classificação possui um 
caráter mais restrito, pois não menciona a analogia e os princípios gerais 
de direito, que seriam formas de integração (e não fontes) da norma 
jurídica. 
• Fontesindiretas ou mediatas: são as que não geram por si mesmas a 
regra jurídica, mas contribuem para que a mesma seja elaborada 
(doutrina e jurisprudência). 
FONTES INDIRETAS 
DOUTRINA é a interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria. 
Também é chamada de Direito Científico. Forma-se doutrina por meio dos 
pareceres dos jurisconsultos, das pesquisas, ideias e ensinamentos dos 
professores, das opiniões e juízos críticos dos tratadistas e dos trabalhos 
forenses, especialmente se há alguma controvérsia. Esta nossa aula, por 
exemplo, embora singela sob o ponto de vista jurídico, não deixa de ter um 
conteúdo doutrinário. 
JURISPRUDÊNCIA é a interpretação da lei feita pelos juízes em suas 
decisões. Como fonte de direito podemos dizer que a jurisprudência é o 
conjunto uniforme, constante e pacífico das decisões judiciais sobre 
determinada matéria em determinado sentido. “Uma andorinha não faz verão” 
e, da mesma maneira, uma decisão solitária não constitui jurisprudência. Por 
isso é necessário que as decisões se repitam sem variações de fundo. Costuma-
se usar o termo “jurisprudência mansa e pacífica” quando as decisões não 
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11 
sofrem alterações em julgados da mesma natureza. Quanto à importância dela, 
diversificam os sistemas jurídicos contemporâneos. Para os anglo-saxões, de 
direito costumeiro (dizemos direito consuetudinário – direito dos costumes), 
ela é de suma importância; a pessoa que tem a jurisprudência a seu favor 
certamente ganhará a causa (common law). Já para o nosso sistema jurídico, 
teoricamente, ela não tem tanta relevância, pois nosso sistema é baseado nas 
leis (civil law). No entanto, na prática, a jurisprudência tem-se revelado como 
uma importante fonte criadora de Direito e uma ótima ferramenta para os 
juristas. Basta verificar a quantidade de Súmulas de Jurisprudência de nossos 
Tribunais Superiores. A jurisprudência é fonte indireta de direito porque muitas 
vezes cria soluções não encontradas na lei ou em outras fontes. Mas, embora se 
constitua numa importante fonte de consulta, os Juízes não são obrigados a 
segui-la. 
É possível que a partir de agora a jurisprudência tenha maior relevância 
no cenário do Direito, pois a chamada “Reforma do Poder Judiciário” (Emenda 
Constitucional n° 45/04) aprovou a “Súmula de Efeitos Vinculantes”. Há uma 
grande discussão a respeito do tema, dividindo os autores a respeito dos “prós e 
contras” do dispositivo, pois por um lado ela “engessaria” a magistratura, 
tornando o direito estático, impossibilitando a interpretação do Juiz e afetando 
sua independência. Mas por outro lado dará uma melhor igualdade sistêmica, 
conferindo maior homogeneidade nas decisões judiciais e limitando o excessivo 
número de recursos para matérias que já foram amplamente debatidas, 
desafogando o Poder Judiciário. Mas não estamos aqui para defender uma ou 
outra posição. Nosso objetivo é dizer que atualmente elas existem, estão 
previstas na Constituição e por isso devem ser cumpridas. E caem nos 
concursos... 
Explicando melhor o tema: Súmulas são enunciados que, sintetizando as 
decisões assentadas pelo respectivo Tribunal em relação a determinados temas 
específicos de sua jurisprudência, servem de orientação para toda comunidade 
jurídica; são extraídas de reiteradas decisões judiciais em um mesmo sentido. 
As Súmulas podem ser vinculantes ou não vinculantes. As de efeito vinculante 
estão fundamentadas no art. 103-A da Constituição Federal, dispositivo este 
regulamentado pela Lei n° 11.417/06. Elas somente podem ser editadas pelo 
Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 
dois terços de seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional. A partir de sua publicação na imprensa oficial ela terá um efeito 
chamado “vinculante”, que torna estas Súmulas obrigatórias aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública (direta e indireta), nas 
esferas federal, estadual e municipal. Também poderá ser revisada ou cancelada 
pela nossa Suprema Corte, na forma estabelecida em lei. Alguns autores 
entendem que estas súmulas, ainda que tenham efeito vinculante, por não 
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serem atos normativos (e sim interpretativos do STF), são fontes indiretas. Já 
outros autores entendem que o efeito vinculante da súmula é a sua 
obrigatoriedade, conferida a determinado enunciado jurisprudencial. Neste caso 
específico, afasta-se a mera orientação, passando a obrigar o judiciário e os 
órgãos da administração a adotarem o conteúdo dela. Atribuindo-se as 
características essenciais de imperatividade e coercibilidade, passam a ser 
fontes diretas (um pouco de common law em nosso direito). 
FONTES DIRETAS 
Falemos, agora sobre as Fontes Diretas, que são as mais importantes 
para nosso sistema jurídico e, por isso mais complexas exigindo um estudo mais 
aprofundado: 
COSTUMES 
Costume é o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma conduta, 
na convicção de ser a mesma (a conduta) obrigatória. Falaremos mais acerca 
dos costumes no tópico “formas de integração das normas jurídicas”. Isso 
porque o costume pode ser considerado como fonte de Direito e também como 
forma de integração da norma jurídica. 
LEI 
É a principal fonte de Direito no Brasil. Etimologicamente o vocábulo lei é 
originário do verbo latino legere = eleger, escolher (em sentido figurado seria a 
escolha de uma determinada regra dentro de um conjunto). A lei pode ser 
definida de vários modos. Para conceituá-la adotamos o ensinamento da 
Professora Maria Helena Diniz: Lei é a norma imposta pelo Estado e tornada 
obrigatória na sua observância, assumindo forma coativa. Também podemos 
conceituá-la como sendo um preceito jurídico escrito formulado por meio de um 
processo previamente definido pela autoridade competente, sendo instituidora 
de uma ordem jurídica, impondo-se coercitivamente a todos (somente o Estado 
detém o monopólio da força coercitiva), protegendo interesses e normatizando 
as ações. 
Atualmente há uma exigência de maior certeza e segurança para as relações 
jurídicas. Por isso, nas sociedades modernas, há um entendimento de 
supremacia da lei, da norma escrita sobre as demais fontes. Portanto a lei é, 
indiscutivelmente, a fonte mais importante na ordem jurídica brasileira. Trata-
se, portanto, de uma norma jurídica escrita, elaborada pelo Poder Legislativo, 
por meio de um processo adequado, de caráter geral e obrigatório. 
Vejam o que diz nossa Constituição Federal: “Ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5°, inciso II: 
Princípio da Legalidade). E o art. 4° da Lei de Introdução ao Código Civil 
determina que somente quando a lei for omissa é que se aplicarão as demais 
formas de expressão de direito. O novo Código de Processo Civil (CPC) prevê 
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que o juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico. Assim, em um julgamento, deverá aplicar as normas 
legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios 
gerais de direito. 
CARACTERÍSTICAS DA LEI 
• Generalidade: não se dirige a um caso particular, mas a um número 
indeterminado de indivíduos, tendo-se em vista o seu caráter abstrato(pode ser destinada a todos os cidadãos em geral ou a uma categoria de 
pessoas, como o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar ou o Estatuto 
dos Funcionários Civis). 
• Imperatividade: impõe um dever, uma conduta a ser observada pelos 
indivíduos. Trata-se de ordem, quando exige a prática de uma ação ou uma 
proibição quando exige uma abstenção. 
• Autorizamento: autoriza que o lesado pela violação exija o seu 
cumprimento ou a reparação pelo mal causado. 
• Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação; ela perdura até que 
seja revogada por outra. No entanto, como veremos adiante, algumas 
normas são temporárias, como por exemplo, as disposições transitórias de 
uma lei, as leis orçamentárias, etc. 
• Competência: como a lei é um ato do Estado, deve emanar de autoridade 
competente, ou seja, respeitando o processo legislativo previsto na 
Constituição. Se o ato for emanado por autoridade incompetente será 
considerado nulo, não sendo possível a sua convalidação e não estando 
apto a produzir efeitos, podendo haver um questionamento perante o Poder 
Judiciário. 
 Observação Alguns autores ainda acrescentam como característica o 
registro escrito da lei, pois garante maior estabilidade das relações 
jurídicas, com a sua consequente divulgação em órgãos oficiais (publicação 
em Diário Oficial). 
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS 
Existem várias formas de se classificar as leis. Depois de ler muito sobre o 
assunto, elaborei uma classificação, baseada na melhor e mais atualizada 
doutrina. A classificação que daremos a seguir ajuda o aluno a entender o 
sentido de diversas palavras que têm caído nos concursos. Já vi cair em alguns 
testes, logo no enunciado da questão, o seguinte: “Nossa lei adjetiva 
prescreve......” O que é uma lei adjetiva? E uma lei substantiva? E cogente? E 
dispositiva? Vejamos as respostas destas indagações... 
 
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A) Quanto à Obrigatoriedade (ou imperatividade) 
 Cogentes (imperatividade absoluta ou ordem pública): são as normas que 
ordenam ou proíbem determinada conduta; estabelecem princípios de 
aplicação obrigatória; são taxativas; não podem ser ignoradas ou alteradas 
independente da vontade dos interessados. Ex.: os requisitos e as 
solenidades para se contrair um casamento são absolutos, pois a vontade 
dos contraentes não é levada em consideração; neste caso, na hipótese de 
desrespeito, a consequência é a nulidade do ato (ex: um viúvo é proibido 
de casar com a sua sogra; mesmo que ambos queiram, isto é proibido; se 
eventualmente conseguiram se casar, este casamento é nulo). As normas 
cogentes podem ser mandamentais (quando ordenam uma determinada 
ação) ou proibitivas (quando impõem uma abstenção, um não-fazer). 
 Dispositivas (ou não-cogentes ou de imperatividade relativa): são as 
normas de ordem particular. Não proíbem nem determinam uma conduta 
de modo absoluto, por não estarem ligadas diretamente ao interesse da 
sociedade. Por isso, apesar da lei dizer algo, as pessoas podem 
convencionar de modo diverso, como melhor lhes convier. A norma irá 
funcionar no silêncio dos contratantes. Ex.: o art. 327, CC prevê que o 
pagamento de uma dívida deve ser feito no domicílio do devedor, salvo se 
as partes convencionarem diversamente. Assim, se um contrato for omisso 
em relação ao pagamento, este deverá ser feito no domicílio do devedor. 
Outro exemplo: o art. 313, CC estabelece que um credor não é obrigado a 
receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que mais valiosa. 
Ele credor não é obrigado, mas ele pode aceitar outra coisa ao invés 
daquela originalmente pactuada. As normas dispositivas podem ser: a) 
permissivas: quando permitem que os interessados disponham como lhes 
convier (ex.: regime de bens no casamento, art. 1.639, CC: “É lícito aos 
nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto a seus bens, 
o que lhes aprouver”); b) supletivas: quando se aplicam na falta de 
manifestação de vontade das partes (aproveitando o exemplo anterior, art. 
1.640, CC: “Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, 
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão 
parcial”). 
B) Quanto à sua Natureza 
 Substantivas (também chamadas de materiais, primárias ou de primeiro 
grau): são as normas jurídicas voltadas ao regramento da vida em 
sociedade; servem para originar regras de conduta (conferem direitos e 
deveres, estabelecendo os requisitos para seu exercício). Elas visam 
realizar uma ordem à sociedade, disciplinando a conduta dos indivíduos 
no seu cotidiano. Nosso ordenamento jurídico, na sua maior parte, possui 
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normas de natureza substancial, sejam elas no plano constitucional ou 
infraconstitucional, em suas especialidades, como o Civil (Código Civil), 
Penal (Código Penal), Tributário (Código Tributário Nacional). E assim por 
diante nas outras matérias: Comercial, Trabalhista, Militar, Eleitoral, etc. 
Mesmo que não haja um Código específico, uma lei pode ser considerada 
material, como no Direito Administrativo. 
 Adjetivas (também chamadas de formais, processuais, secundárias ou de 
segundo grau): nosso ordenamento jurídico possui um grupo de normas 
também denominadas de instrumentais, que irão realizar a eficácia 
contida na norma material. Elas regem o exercício da jurisdição, buscando 
organizar o trâmite de um processo. Assim o direito adjetivo ou 
processual é um instrumento para solucionar eventuais conflitos do direito 
material, visando a satisfação deste. Exemplos: Código de Processo Civil, 
Código de Processo Penal, etc. É de se observar que a aplicação do Direito 
Processual é exclusiva do Poder Judiciário, exercendo sua função típica 
(lembrando que tanto o Poder Legislativo, como o Executivo também 
podem exercer a função julgadora, porém de forma atípica). 
Exemplificando. Duas pessoas querem se casar! Quais as normas aplicáveis? 
Normas de direito material (ou substantivas). Ou seja, para realizar um 
casamento aplica-se o Código Civil. É ele que vai apontar as formalidades 
essenciais da cerimônia, os regimes de bens que os nubentes podem escolher, 
adotar as proibições e eventuais as nulidades, etc. Passados alguns anos estas 
pessoas desejam se separar! E agora? Quais as normas aplicáveis? Normas de 
direito processual (ou adjetivas). Ou seja, essas pessoas necessitarão ingressar 
com uma ação no Poder Judiciário e o processo irá tramitar de acordo com as 
normas processuais. O divórcio está previsto no Código Civil; mas os meios para 
se divorciar estão disciplinados no Código de Processo Civil. 
Outro Exemplo. Duas pessoas desejam celebrar um contrato de locação: 
aplicam-se então as disposições do direito material. Se uma das partes não 
respeitar o contrato (ex.: deixa de pagar o aluguel), surge para a outra o direito 
de ingressar com uma ação de despejo, que é norma do direito processual (ou 
adjetiva). Mais um Exemplo: “A” matou “B”. Pelo Código Penal (direito material 
ou substantivo) cometeu o crime de homicídio (art. 121). E agora? Como 
fazemos? Esta pessoa será processada! Mas como se desenvolverá o processo? 
É o Direito Processual Penal (direito adjetivo ou formal) que determinará qual o 
rito que o processo seguirá. Assim, direito material descreve o crime e as penas, 
mas é o direito processual que estabelece o rito processual. Concluindo: se 
uma regra do direito material não for observada o Estado-juiz é acionado para 
que o conflito seja composto. E é aí que inicia o âmbito de atuação do direito 
processual. 
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Finalizando: durante o trâmite de um processo, o Juiz deve aplicar as normas 
de direito material que estavam em vigor quando da existência do conflito 
(como regra estas regras não retroagem). Já as normas de direito processual, 
como regra, têm vigência imediata. Se uma regra processual for alterada no 
curso de um processo em trâmite, ela já se aplica a este processo (ressalvados 
apenas os atos já realizados). Nesta aula, mais adiante, falaremos de forma 
detalhada sobre o princípio da retroatividade das leis. 
C) Quanto ao Autorizamento (encaradas sob o prisma da sanção) 
 Mais que perfeitas: são as que autorizam a aplicação de mais de uma 
sanção na hipótese de sua violação: nulidade do ato ou o restabelecimento 
à situação anterior e ainda uma aplicação de pena ao violador. Ex.: uma 
pessoa casada contraiu novas núpcias. Para o Direito Civil este segundo 
casamento é considerado nulo. Além disso, esta pessoa também irá 
responder pelo crime de bigamia (Direito Penal). Outro exemplo: o não 
pagamento da pensão alimentícia pode gerar a prisão civil do devedor, 
além da execução judicial da obrigação de pagar a dívida. A Lei de 
Alimentos prevê expressamente (art. 19, §1°, da Lei n° 5.478/68) que o 
cumprimento integral da pena de prisão não eximirá o devedor do 
pagamento das prestações alimentícias vincendas ou vencidas e não pagas. 
 Perfeitas: a violação a elas autoriza apenas nulidade ou anulabilidade do 
ato, sem gerar outra penalidade ao violador. Ex.: pessoa menor de 16 anos 
que vendeu sua casa sem ser representado (negócio nulo: art. 166, I, CC). 
Pródigo que vendeu seu automóvel sem ser assistido (negócio anulável: 
art. 171, I, CC). 
 Menos que perfeitas: há uma aplicação de sanção ao violador da norma, 
mas o ato não é considerado nulo ou anulável. Ex.: o divorciado, enquanto 
não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal não 
deve se casar (art. 1.523, I, CC). Mas se ele se casou sem ter feito a 
partilha? –Neste caso o casamento não será anulado. No entanto, o regime 
de bens do novo casamento será, obrigatoriamente, o da separação de 
bens (art. 1.641, I, CC). 
 Imperfeitas: são leis cuja violação não acarreta qualquer consequência 
jurídica, não havendo penalidade alguma. Ex.: perdi dinheiro no jogo; a lei 
prevê que ninguém é obrigado a pagar dívidas de jogo (art. 818, CC). O 
mesmo ocorre com as dívidas prescritas (falaremos sobre isso em aula mais 
adiante). 
D) Quanto ao Alcance 
 Gerais: são as normas de direito comum, que se aplicam para todo um 
sistema de relações jurídicas. Ex.: Código Civil, Código Penal, etc. 
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 Especiais: são as que se aplicam a situações jurídicas específicas, 
afastando a aplicação do direito comum para estas situações especiais. Ex.: 
regras específicas relativas aos contratos previstos no Código de Defesa do 
Consumidor, da Lei do Inquilinato, etc. 
E) Quanto às Espécies Normativas 
 Quanto a esse ponto, aconselhamos a leitura da Constituição Federal 
(arts. 59 a 69, CF/88). Como esta matéria não é específica de Direito Civil, se 
quiserem, podem “pular” este item, passando de imediato ao tópico “Vigência 
das Leis”. Nosso objetivo neste ponto é apenas relembrar as diversas espécies 
de lei, consideradas em seu sentido amplo e tecer alguns breves comentários 
sobre elas. Vejamos. 
1) Constitucionais: são as que constam na Constituição, que é um conjunto 
de normas supremas de nosso ordenamento; é a lei máxima de nosso País e 
servem de fundamento para todo o nosso sistema jurídico positivo. Trata-se do 
princípio da supremacia (ou primazia) da Constituição, que está em um 
patamar superior a qualquer outra lei, no topo da pirâmide normativa. Em 
uma apertada síntese, ele limita o poder, organiza o Estado e define os direitos 
e garantias individuais. Nossa Constituição é escrita e da espécie rígida, pois 
exige, para sua alteração, um processo muito mais solene do que é exigido 
para a elaboração das demais espécies normativas (ditas infraconstitucionais). 
Nossa Constituição também possui mecanismos de controle da 
constitucionalidade das leis, evitando a aplicação de normas incompatíveis com 
a própria Constituição. Recebe também o nome de (isso cai em concurso): Lei 
Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei Maior, Carta Magna, etc. 
2) Emendas à Constituição: nossa Constituição permite sua reforma por meio 
de emendas, que podem modificá-la parcialmente (trata-se do Poder 
Constituinte Derivado, ou Reformador, ou de Segundo Grau, ou Limitado). A 
proposta de emenda deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso, 
em dois turnos cada. Considera-se aprovada se obtiver em todas as votações 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
3) Lei Complementares: tratam de matérias especiais, estipuladas na própria 
Constituição, para melhor regulamentar determinado assunto. Possuem quorum 
especial para aprovação (maioria absoluta). 
4) Leis Ordinárias: são as “leis comuns”, elaboradas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional = Federal; Assembleia Legislativa = Estadual; Câmara dos 
Vereadores = Municipal). A aprovação se dá por maioria simples ou relativa. 
Lembrando que o Código Civil, apesar do nome, trata-se de uma Lei Ordinária. 
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 Observações 
O art. 47, CF estabelece que “salvo disposição constitucional em contrário, 
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria 
dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. Por esse dispositivo 
percebe-se que as deliberações legislativas no Brasil são tomadas, em regra, 
pela maioria simples ou relativa de votos, isto é, pelo voto da maioria dos 
presentes, desde que presente na sessão a maioria absoluta dos membros da 
Casa Legislativa. Assim, se a Constituição não exigir expressamente outro 
quorum (maioria absoluta, dois terços, três quintos), aplica-se a regra da 
maioria simples ou relativa. Ex: em relação à lei complementar, a Constituição 
exige expressamente maioria absoluta (art. 69). Mas em relação à lei ordinária, 
a Constituição não estabelece o quorum. Logo, neste caso, aplica-se a regra 
geral, da maioria simples ou relativa. Para se instalar a sessão de deliberação, 
exige a Constituição que estejam presentes, pelo menos, a maioria absoluta dos 
membros da Casa Legislativa. 
Já a maioria absoluta corresponde ao primeiro número inteiro 
posterior à metade dos integrantes da Casa (costuma-se usar a expressão 
“metade mais um”; no entanto, não se aconselha falar assim, pois tecnicamente 
não é correto). Ex: o Senado Federal é composto atualmente de 81 Senadores, 
portanto há a necessidade da presença de, pelo menos, 41 Senadores para 
instalar a sessão de votação. Se não for obtida esta presença mínima 
(maioria absoluta), a sessão não se instala. Instalada a sessão, a matéria será 
aprovada pela maioria dos votos dos presentes. 
Portanto, uma lei é aprovada por um número variável (e muitas vezes 
reduzido) de votos. Se presentes 60 Senadores à sessão, serão necessários 31 
votos para se aprovar uma lei. Acrescentando: se presentes 60 Senadores e 10 
deles se abstiverem (a abstenção não conta), serão necessários apenas 26 
votos para aprovação. 
Já para aprovação de uma lei complementar (maioria absoluta), leva-se em 
consideração o númerototal de integrantes da Casa Legislativa, sendo, por isso, 
um número fixo de votos, independentemente do número de parlamentares 
presentes à sessão. Tomando mais uma vez o exemplo do Senado: presentes 
41, 57 ou 80 Senadores, o número exigido para aprovação da lei complementar 
é o mesmo: 41 votos (maioria absoluta dos integrantes da Casa). O mesmo se 
aplica à Câmara dos Deputados que atualmente conta com 513 Deputados 
Federais. Resumindo: o quorum da maioria simples é um número variável e o 
da maioria absoluta e também o da qualificada (dois terços, três quintos) é 
sempre fixo. 
5) Leis Delegadas: são normas elaboradas pelo Presidente da República em 
função de autorização expressa do Poder Legislativo e nos limites impostos por 
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este. Podem ser internas (o encargo é atribuído a uma comissão do próprio 
Poder Legislativo) ou externas (atribui-se ao chefe do Executivo a elaboração da 
lei). 
6) Medidas Provisórias: são normas com força de lei, editadas pelo 
Presidente da República, em caso de relevância e urgência. Devem ser 
submetidas de imediato ao Congresso Nacional. Este tem 60 dias (prorrogáveis 
por igual período) para analisar o seu texto. Se ela não for apreciada em 45 
dias, entrará em regime de urgência, ficando sobrestadas todas as demais 
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando, até que se ultime a 
sua votação. Três situações podem ocorrer: a) aprovação (com ou sem 
alteração do texto) – neste caso ela se converterá em lei ordinária, sendo 
promulgada pelo presidente do Senado Federal que a remeterá ao Presidente da 
República para publicação; b) rejeição expressa – neste caso ela será arquivada 
e caberá ao Presidente do Congresso Nacional baixar ato declarando-a ineficaz; 
c) rejeição tácita – se a análise da lei não findar em 120 dias, também acarreta 
a perda de sua eficácia. É proibida a reedição da medida provisória na mesma 
sessão legislativa, que tenha sido rejeitada ou tenha perdido sua eficácia por 
decurso de prazo. 
7) Decretos Legislativos: são normas promulgadas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional) sobre assuntos de sua competência (ex: ratificação de 
tratados internacionais; autorização de referendo ou convocação de plebiscito). 
8) Resoluções: são normas expedidas pelo Poder Legislativo (Câmara dos 
Deputados ou Senado Federal), destinadas a regular matéria de sua 
competência, de caráter administrativo ou político, de seu peculiar interesse 
(ex: fixação de subsídios, licença dos parlamentares, perda de cargo, etc.). 
 
I. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO 
 
 
VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO 
Toda norma jurídica tem um âmbito de aplicação temporal, espacial, 
material e pessoal, dentro dos quais ela tem vigência e validade. Vamos iniciar 
nosso estudo quanto à vigência, analisando as leis sob o aspecto temporal. 
Depois passaremos para o âmbito territorial. 
As leis também possuem um ciclo vital: nascem, aplicam-se a 
determinadas situações, podem ser modificadas e “morrem”. São regidas por 
dois princípios fundamentais: 
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1. Princípio da obrigatoriedade das leis (também chamado de princípio da 
inescusabilidade da ignorância das leis). 
Publicada a lei, ninguém se escusa de cumpri-la alegando que não a 
conhece (art. 3°, LINDB), tornando-se obrigatória para todos os seus 
destinatários (ignorantia legis neminem excusat). Tal dispositivo visa garantir a 
estabilidade e a eficácia do sistema jurídico que ficaria comprometido, caso 
admitida a alegação de ignorância de lei em vigor. Segundo a doutrina, três 
teorias procuram justificar este preceito: 
 Presunção legal: uma vez publicada, presume-se que todos leram e 
tomaram conhecimento do teor da lei, tornando-se conhecida de todos. 
 Ficção: pressupõe que se uma lei foi publicada torna-se conhecida de todos. 
 Necessidade social: sustenta que a lei é obrigatória e deve ser cumprida 
por todos não por ser de conhecimento ficto ou presumido, mas para tornar 
possível a convivência social. Isso não significa dizer que o cidadão tem 
obrigação de conhecer todas as leis, mas sim de que ninguém pode deixar 
de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. É a mais aceita no mundo 
jurídico, para não se estabelecer o caos ou a anarquia. Em consequência, 
não é necessário se provar em juízo a existência de uma lei, pois parte-se do 
pressuposto que o juiz conhece o direito (jura novit curia). No entanto, 
estabelece o CPC (art. 376) que “a parte que alegar direito municipal, 
estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se 
assim o juiz determinar”. 
A alegação de desconhecimento da lei não é uma regra absoluta. O 
erro de direito apesar de não poder ser alegado pela LINDB, pode ser invocado, 
por expressa disposição do art. 139, III, CC, em situações especiais, e desde 
que não haja intenção de furtar-se ao cumprimento da lei (serve para justificar 
a boa-fé no descumprimento de um contrato). Concluindo. Para a LINDB o 
desconhecimento da lei não pode ser alegado como escusa de seu cumprimento. 
Para o Código Civil tal alegação é admissível em situações especialíssimas. 
2. Princípio da continuidade das leis 
A partir de sua vigência, a lei tem eficácia contínua, até que outra a 
modifique ou revogue (embora possam existir “leis temporárias”, conforme 
veremos adiante: art. 2°, LINDB). O desuso ou o decurso de tempo, não fazem 
com que a lei perca sua eficácia. 
INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
A criação de uma lei obedece a um procedimento próprio, definido nas 
normas constitucionais (arts. 59 a 69, CF/88). Há todo um processo solene de 
elaboração da lei, chamado de processo legislativo, que geralmente passa por 
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21 
cinco etapas. Embora este não seja um tema específico do Direito Civil é 
conveniente fazer um resumo sobre o tema. Há várias espécies de leis, cada 
uma possui peculiaridades próprias. Vamos falar sobre o “processo padrão” (ou 
processo legislativo ordinário): 
A) INICIATIVA. É o ato que inicia todo o processo legislativo. Trata-se da 
faculdade conferida a alguém ou a algum órgão para apresentar um projeto de 
lei. A Constituição confere legitimação a várias pessoas e órgãos para a 
apresentação de projetos de lei ao Poder Legislativo. Na área federal, 
dependendo da matéria, cabe: 
1. Iniciativa Parlamentar: a qualquer membro ou comissão do Poder 
Legislativo. 
2. Iniciativa Extraparlamentar: ao Presidente da República (em regime 
normal ou de urgência para apreciar o projeto), Supremo Tribunal Federal, 
demais Tribunais Superiores, Procurador Geral da República e também aos 
cidadãos em geral (iniciativa popular), como previsto no art. 61, CF/88. Nesta 
última hipótese o caso mais famoso foi o da autora de novelas Glória Peres, 
que perdeu uma filha assassinada e liderou uma campanha vitoriosa por todo 
Brasil para incluir o homicídio qualificado como crime hediondo. 
B) DISCUSSÃO E APROVAÇÃO. Apresentado o projeto são realizados estudos, 
debates, redações, correções, emendas e votação do projeto. Este trabalho é 
chamado de deliberação parlamentar. O projeto inicialmente passa pelo crivo de 
comissões parlamentares, dependendo do assunto. No âmbito federal, como o 
nosso sistema é bicameral, o projeto deve ser aprovado pelas duas Casas 
Legislativas(Iniciadora e Revisora). No caso de uma lei ordinária, que trata, em 
tese, de matérias mais simples, a aprovação se dá por maioria simples de cada 
Casa Legislativa. Já uma lei complementar possui um quorum qualificado 
(maioria absoluta), isto para que se tenha certeza de que aquele assunto 
tratado realmente reflete o interesse da sociedade. Lembrando: na maioria das 
vezes a Casa Iniciadora é a Câmara dos Deputados. Isso ocorre quando o 
projeto é apresentado por um Deputado Federal, pelo Presidente da República, 
pelo Supremo Tribunal Federal, pelos Tribunais Superiores, etc. A exceção 
ocorre quando o projeto é de autoria de um Senador ou comissão do Senado. 
Neste caso a Casa Iniciadora é o próprio Senado Federal. 
A Casa Iniciadora pode aprovar ou rejeitar o projeto. Se for rejeitado, será 
arquivado, não podendo ser apresentado outro sobre a matéria na mesma 
sessão legislativa, salvo se houver proposta da maioria dos Deputados ou dos 
Senadores. Aprovado na Casa Iniciadora (com ou sem emendas) o projeto 
segue para a Casa Revisora, para nova deliberação. Ela poderá: a) aprovar 
integralmente o projeto (segue-se, então, para a próxima etapa, que é a sanção 
ou veto); b) emendar o projeto (neste caso as emendas – somente as emendas 
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– retornam para a Casa Iniciadora, podendo aprová-las ou rejeitá-las); ou c) 
simplesmente rejeitar o projeto (neste caso ele será arquivado). Não há um 
poder ilimitado para apresentar emendas; elas devem ser relacionadas ao tema 
de que trata o texto. Sendo o projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da 
República, não serão admitidas emendas que acarretem aumento da despesa 
prevista, salvo se se tratar de lei orçamentária (este “salvo”, como temos visto 
na prática, é uma “festa”...). 
C) SANÇÃO OU VETO. Nesta fase o Poder Executivo participa do processo 
(deliberação executiva). No plano federal é ato exclusivo da alçada do 
Presidente da República. 
1. Com a sanção ele manifesta a sua concordância com o projeto 
aprovado pelo Poder Legislativo. Há uma conjugação das vontades dos Poderes 
Legislativo e Executivo, nascendo a lei. A sanção incide em um projeto de lei e, 
ao incidir, faz com que este projeto se transforme em lei. O projeto pode ser 
sancionado de forma expressa (quando o Executivo se manifesta por despacho, 
aprovando o projeto) ou tácita (quando o Executivo simplesmente se omite, 
deixando de apreciar o projeto no prazo de 15 dias úteis), conforme estabelece 
o art. 66, §3°, CF/88. 
2. Com o veto o chefe do Executivo manifesta sua recusa ou não-
concordância com o projeto de lei. O veto é irretratável e deve ser sempre 
expresso e motivado. Não há o chamado “veto tácito”, pois o silêncio do 
Chefe do Executivo implica em sanção. O veto pode ser total, quando atinge 
todos os dispositivos do projeto ou parcial, quando atinge um ou alguns dos 
dispositivos do projeto. Como falei acima, o veto deve ser motivado. E são dois 
os motivos para se vetar: inconstitucionalidade e/ou inconveniência. Costuma-
se dizer que o veto é jurídico (caráter formal) quando o projeto é considerado 
inconstitucional; ele contraria a Constituição. Por outro lado ele pode ser 
político (caráter material - mérito), ou seja, contrário ao interesse público; o 
Chefe do Executivo faz um juízo sobre a inconveniência de se aprovar 
determinada matéria. Assim, um projeto pode ser constitucional, e, mesmo 
assim, ser vetado por não ser conveniente para o interesse público. O veto só 
pode ser supressivo, ou seja, o Chefe do Executivo nada pode acrescentar ao 
projeto; ele somente pode retirar. Não pode haver veto de palavras isoladas; 
isso para evitar alterações ou inversões de sentido (ex.: vetar a palavra “não”). 
O veto, ainda que parcial, deve abranger o texto integral do artigo, de 
parágrafos (§1°, §2° ...), de incisos (I, II, III...), ou alíneas (“a”, “b”, “c”...). 
Por outro lado, o veto pode ser superado (ou derrubado). Isto é, 
ocorrido o veto, o Presidente da República comunica ao Presidente do Senado os 
motivos do veto no prazo de 48 horas e o Congresso Nacional irá reapreciar a 
matéria, no prazo de 30 dias. A votação será feita pelo Congresso Nacional, de 
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forma conjunta, mas os votos dos Deputados e Senadores serão computados 
separadamente. Ou seja, embora a sessão seja conjunta, para derrubar o veto é 
necessária a maioria absoluta dos Deputados e dos Senadores. Sendo o veto 
total e não sendo alcançada a maioria absoluta em cada Casa, encerra-se o 
processo legislativo (o projeto será arquivado). Se o veto for parcial e o mesmo 
for mantido, o próprio Presidente do Congresso promulgará a lei (evidentemente 
que somente com as partes não vetadas), uma vez que o texto já estava com a 
concordância com o Chefe do Executivo. Se o veto for derrubado, o projeto volta 
ao Chefe do Executivo apenas para a promulgação. 
D) PROMULGAÇÃO (existência da lei). Decorre da sanção e tem o significado 
de proclamação, de “ateste de validade de lei”. Dá-se conjuntamente com a 
sanção, quando o Presidente da República assina o projeto de lei. Promulgar é 
declarar a existência de uma lei, inovando-se a ordem jurídica. Costuma-se 
dizer que “a lei nasce com a promulgação”. Quando está escrito no texto da lei 
...faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei... 
implicitamente quer dizer que a lei também está sendo promulgada, no mesmo 
tempo e instrumento. Apesar de ocorrer conjuntamente, a doutrina majoritária 
gosta de afirmar que “a sanção incide sobre o projeto de lei (transforma o 
projeto de lei em lei), enquanto a promulgação já incide sobre a lei (declara a 
existência de uma lei válida; por isso o que se promulga é a lei e não o 
projeto)”. O Chefe do Executivo atesta perante a sociedade a existência 
válida de uma lei, ordenando-lhe o respectivo cumprimento. Lembrando 
que não há sanção ou veto no caso de uma Emenda Constitucional, mas sim de 
promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado. Nos casos de sanção tácita 
(transcorreram 15 dias úteis sem manifestação do Executivo) ou derrubada de 
veto, o Chefe do Executivo terá 48 horas para promulgar a lei. Não o fazendo no 
prazo a atribuição cabe ao Presidente do Senado. 
E) PUBLICAÇÃO. É o ato por meio do qual se dá a divulgação da existência 
da nova lei em órgão oficial, tornando-se, portanto, conhecida de todos (trata-
se de uma presunção). A finalidade da publicação é garantir (ao menos 
potencialmente) que uma lei seja conhecida por todos os que estarão sujeitos 
ao seu comando; é uma condição de vigência e de eficácia da lei. Como já 
dissemos, a teoria mais aceita para justificar a obrigatoriedade da lei para todos 
é a da necessidade social. Com a publicação encerra-se o processo legislativo. 
 Resumindo Observando-se o processo de criação de uma lei (processo 
legislativo) notamos que a lei só deixa de ser um projeto quando ocorre a 
sanção. Já na promulgação atesta-se a existência de uma lei válida, 
confirmando sua executoriedade (possibilidade de ser executada). Todavia, 
para que possa ser aplicada e possa produzir seus efeitos, a lei deve ser 
obrigatória, e a obrigatoriedade depende de sua publicação oficial. Mas não 
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é só, para que a lei possa obrigar seus destinatáriosnão basta a simples 
publicação; é preciso ainda que a lei possua vigência. Assim, mesmo antes de 
ser publicada, uma lei já é executável e existente. No entanto, ainda que exista 
e que se possa cobrar sua produção de efeitos, só isso não basta. É preciso, 
também, que se tenha dado conhecimento aos destinatários da lei, o que ocorre 
mediante sua publicação em veículo oficial. Com isso pode-se falar que ela é 
obrigatória. E ainda assim, para que possa produzir seus efeitos ela precisa 
estar vigente, ou seja, apta para produzir seus efeitos. 
 Frases da doutrina referentes a este tópico que costumam cair em concurso: 
“A promulgação, por ser ato de competência do Executivo, é que dará força 
executória à lei, que tenha sancionado, dando-lhe autenticidade”. “A 
executoriedade é efeito da promulgação”. “A obrigatoriedade é efeito da 
publicação”. “A obrigatoriedade supõe a publicação, sendo que a lei só a 
adquirirá após a vacatio legis” (que veremos mais adiante). 
����IMPORTANTE ���� Distinção entre validade, vigência e eficácia. 
a) Validade: qualidade da norma por terem sido obedecidas as condições 
formais e materiais para sua produção. Validade Formal: norma produzida por 
autoridade legítima e competente (competência para elaboração da lei), 
além da tramitação pelo devido processo legislativo e consequente 
integração no sistema jurídico da sociedade. Validade Material: diz respeito ao 
conteúdo da norma; se está de acordo com nosso sistema jurídico (ex.: 
respeito à Constituição). 
b) Vigência: deriva da expressão latina vigentia (do verbo vigere, vigens – 
estar em voga, vigorar), que significa a qualidade de vigente, o tempo durante o 
qual uma coisa vige ou vigora. Refere ao intervalo de tempo em que a norma 
jurídica está legalmente autorizada a produzir seus efeitos. É o período de 
vida da lei, que vai do momento em que ela entra em vigor (passa a ter força 
vinculante; início da obrigatoriedade) até o momento em que é revogada, ou em 
que se esgota o prazo prescrito para sua duração (lei temporária). Como 
veremos a seguir, uma lei pode ter sido publicada e ainda não estar vigorando, 
pois a própria lei marcou um prazo para que ela entre em vigor (vacatio legis). 
Outro tópico interessante aqui é a diferença entre vigência e vigor. Como 
vimos, vigência está relacionada com o período de vida da lei (tempo de sua 
duração); a vigência de uma lei acaba quando esta lei é revogada. Já vigor está 
relacionado com a força vinculante da lei. Uma lei pode vigorar, mesmo tendo 
sido revogada (perdeu a vigência). É o caso de um contrato celebrado sob a 
égide de uma lei que posteriormente foi revogada, mas ela continua sendo 
aplicada naquele caso concreto (ultra-atividade). 
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c) Eficácia (ou efetividade): refere-se aos efeitos ou consequências da 
norma jurídica; é a qualidade da norma que está em vigor no tocante à 
possibilidade de produção de efeitos concretos, seja porque foram 
cumpridas as condições exigidas para isso (eficácia jurídica ou técnica), seja 
porque estão presentes as condições fáticas exigíveis para sua observância, 
espontânea ou imposta, ou para a satisfação dos objetivos pretendidos. Neste 
último caso leva-se em conta se a lei atende aos anseios da sociedade e se os 
destinatários da norma a estão cumprindo (eficácia social da norma). No 
entanto, na prática, como veremos, as pessoas não podem se eximir do 
cumprimento de suas disposições. 
Quase todas as leis que entram em vigor, também possuem eficácia. No 
entanto, há normas que foram editadas, mas ainda não foram regulamentadas. 
Já outras exigem que o Estado crie um órgão que viabilize sua execução. 
Portanto, pode ocorrer que uma lei seja válida e possua vigência (já está 
vigorando), estando apta a produzir efeitos, porém ainda não tenha eficácia 
(não produzindo efeitos concretos), pois depende da prática de algum ato por 
parte do Estado. 
REGRAS DA LINDB SOBRE O INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE 
PRIMEIRA REGRA. Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar, 
em todo o País, quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada 
(art. 1°, caput, LINDB). Essa regra não é absoluta, pois na prática quase 
todas as leis contêm em seu texto disposição que elas entram em vigor “na data 
de sua publicação”. 
O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor 
(quando há esse espaço de tempo) denomina-se vacatio legis. Trata-se de 
uma expressão latina, muito comum em concursos, que significa “vacância da 
lei”. Geralmente este prazo é estabelecido para melhor divulgação dos textos 
legais e adaptação dos cidadãos, para que sejam melhor compreendidos antes 
que entrem em vigor e se tornem obrigatórios e para que os órgãos da 
administração se aparelhem melhor ao novo texto legal. Enquanto não 
transcorrido esse período, a lei nova, ainda que já publicada, não tem força 
obrigatória ou vinculante. Observem: a norma é válida, mas ainda não é 
vigente. 
Notem que esse mesmo dispositivo também consagrou o princípio da 
vigência sincrônica (sincronismo significa ao mesmo tempo) ou sistema 
simultâneo (princípio da simultaneidade ou prazo único). Ou seja, a lei entra em 
vigor a um só tempo em todo o território nacional (portanto, não há 
vigência progressiva da lei). Trata-se de um prazo único para todo País (45 
dias após a sua publicação oficial), sendo simultânea a sua obrigatoriedade. 
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Quanto ao prazo de vacatio legis, as leis podem ser classificadas em: 
a) Lei com vacatio legis expressa: a própria lei faz referência ao seu 
período de vacatio. O melhor exemplo é o atual Código Civil, que prevê em 
seu art. 2.044: “Este Código entrará em vigor um ano após a sua publicação”. 
b) Lei com vacatio legis tácita: o texto da lei é omisso em relação ao 
momento em que ela entra em vigor; neste caso ela passará a vigorar 45 dias 
após a publicação; é a regra teórica do art. 1°, caput, LINDB (raríssimo de se 
encontrar na prática). 
c) Lei sem prazo de vacatio legis: a lei entra em vigor na data de sua 
publicação, devendo esta frase constar de seu texto. 
����Art. 8°, da Lei Complementar n° 95/98 (com texto modificado pela Lei 
Complementar n° 107/01 e regulamentada pelo Decreto n° 4.176/02, que 
dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, 
conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal): “A 
vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula 
‘entra em vigor na data de sua publicação’ para as leis de pequena 
repercussão”. 
 Resumindo: uma lei pode entrar em vigor na data de sua publicação ou em 
outra data mais à frente, desde que haja previsão expressa no seu texto. Isto 
é assim devido à importância ou urgência de determinada lei e a maior ou 
menor dificuldade de adaptação da sociedade a esta nova lei. Somente quando 
não houver expressa disposição na própria lei acerca da data em que ela 
entrará em vigor (omissão proposital da lei), aí sim, ela entrará em vigor em 45 
dias após a publicação. Trata-se, portanto, de um dispositivo legal que atua 
supletivamente, caso a lei seja publicada sem menção ao momento em que 
deva entrar em vigor. 
SEGUNDA REGRA. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente 
publicada (art. 1°, §1° da LINDB). Isto é, se uma lei for editada no Brasil, mas 
para surtir efeitos no estrangeiro (emgeral, quando cuida de atribuição de 
ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito internacional, etc.) e a 
lei for omissa quanto à data que entrará em vigor (a data de sua vigência 
efetiva), ela lei somente entrará em vigor 03 (três) meses após a sua 
publicação. 
���� Atenção ���� Como vimos, a regra (teórica) quanto ao prazo para uma lei 
começar a vigorar em todo País é de 45 dias depois de oficialmente publicada; 
já o prazo para vigorar nos Estados estrangeiros é de 03 meses (e não 90 dias 
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como às vezes eu vejo cair em concursos, como uma forma de “pegadinha”). 
Parece ser óbvio, mas é importante deixar claro que para o Direito, 03 meses é 
prazo bem diferente do que 90 dias! Há um “macete” bem manjado para não 
fazer confusão: esTRangeiro = TRês meses. 
TERCEIRA REGRA. Uma lei pode ter sido publicada com algum erro 
substancial, implicando em uma divergência de aplicabilidade (geralmente são 
erros materiais ou falhas de ortografia). O art. 1°, §3° da LINDB determina que 
“se antes de entrar em vigor ocorrer nova publicação desta lei, destinada à 
correção de seu texto, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
começará a correr da nova publicação”. Exemplo: uma lei foi publicada em 
determinado dia e é omissa em relação ao dia que entrará em vigor. Assim, 
somente entrará em vigor 45 dias após a publicação. Vinte dias depois de 
publicada (portanto ainda estamos no curso do prazo de vacatio legis), alguém 
notou que houve um erro no texto da lei. Desta forma ela deve ser republicada. 
E aquele prazo de 45 dias recomeça a contar; inicia-se novamente a contagem 
do prazo de vacatio a partir do dia da republicação da lei. Notem que continua 
sendo a mesma lei. 
QUARTA REGRA. As emendas e correções de texto de lei que já tenha entrado 
em vigor consideram-se lei nova (art. 1°, §4°, LINDB). Exemplo: uma lei foi 
publicada, cumpriu o prazo de vacatio legis e entrou em vigor. Alguns dias 
depois, um erro foi notado. Neste caso, quando houver a “republicação”, esta 
será considerada como lei nova. No entanto, para haver esta “republicação de 
correção”, é necessário um novo processo legislativo, pois se trata de lei 
nova. Os direitos adquiridos na vigência da lei emendada serão resguardados. 
Admite-se que o Juiz ao aplicar determinada lei corrija um evidente erro 
ortográfico, mas ele não pode alterar erros substanciais, que possam alterar o 
sentido da norma; nesse caso é imprescindível a edição de uma nova lei. 
���� Atenção ���� No período entre a publicação da lei nova e o início de sua 
vigência, subsistirá a “lei velha”, que ainda estará em vigor, enquanto não se 
vencer o prazo de vacatio legis; a “lei nova” nada obriga, pois ainda não entrou 
em vigor. 
 Resumindo: norma corretiva 
• Correção antes da publicação →→→→ a norma pode ser corrigida sem 
problema algum. 
• Correção após a publicação, mas durante a vacatio legis →→→→ trata-se 
da mesma lei; sendo o texto republicado por incorreção, conta-se novo 
prazo de vacatio, a partir da republicação (leiam mais abaixo o item 
“questão polêmica”). 
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• Correção após entrar em vigor →→→→ nesse caso a lei somente pode ser 
corrigida mediante a edição de uma nova lei, após o trâmite de um 
processo legislativo regular. 
 Observação: pelo princípio da simetria as mesmas regras valem para 
os processos legislativos federais, estaduais e municipais. 
� Questão Polêmica � Digamos que uma lei esteja no período de vacatio 
legis e quase no final do prazo ela foi republicada com algumas modificações. 
Pergunta-se: a lei inteira deve cumprir novo prazo de vacatio? Ou aplica-se o 
novo prazo de vacatio apenas àquilo que foi modificado pela nova publicação? A 
professora Maria Helena Diniz, em sua obra, “Lei de Introdução ao Código Civil 
Interpretada”, pondera que: “Se apenas uma parte da lei for corrigida o prazo 
recomeçará a fluir somente para a parte retificada, pois seria inadmissível, 
no que atina à parte certa, um prazo de espera excedente ao limite imposto 
para o início dos efeitos legais, salvo se a retificação afetar integralmente o 
espírito da norma” (grifos meus). Portanto, diante dessa situação, devemos 
analisar cada caso em concreto. Se a parte corrigida afetar a norma de uma 
forma geral, a lei inteira deve esperar o novo prazo de vacatio. Mas se a parte 
corrigida não afetar o espírito da lei, ou for independente em relação a ela, nada 
impede que a lei entre em vigor, excetuada a parte que foi 
modificada, recomeçando-se o prazo de vacatio apenas naquilo que foi 
modificado. 
���� Importante ���� Contagem do prazo da vacatio 
Conforme o art. 8°, §1° da LC n° 95/98 (com redação dada pela LC n° 
107/01), o prazo de vacatio legis deve ser contado: incluindo-se o dia do 
começo (o dies a quo, ou seja, o dia da publicação da lei) e também do último 
dia do prazo (o dies ad quem, que é o dia do seu vencimento). Assim, a lei 
entrará em vigor no dia subsequente a sua consumação integral, ou seja, 
no dia seguinte ao último dia de prazo, ainda que se trate de domingo ou 
feriado (o prazo não é prorrogado até o primeiro dia útil, pois não se trata de 
cumprimento de obrigação, mas de início de vigência de uma lei, que também 
deve ser obedecida aos domingos e feriados). Ex.: uma lei foi publicada no dia 
10 de abril com prazo de vacatio de 15 dias. O prazo começou a ser contado a 
partir do próprio dia 10. No dia 24 de abril completaram-se os 15 dias de 
vacatio. A lei entrará em vigor no dia 25 de abril (10+15=25), pouco 
importando se esse dia é um domingo ou feriado. 
 Observação. Prazo de vacatio para decretos, resoluções e 
regulamentos. Tais espécies normativas entram em vigor na data que eles 
determinarem. Na falta de tal determinação a doutrina majoritária é no sentido 
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que entram em vigor na data de sua publicação. Ou seja, para eles não há 
vacatio legis. O mesmo ocorre com os atos administrativos que têm 
obrigatoriedade a partir de sua publicação. 
FIM DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
Não se destinando à vigência temporária, uma lei terá vigor até que 
outra a modifique ou a revogue. É o que dispõe o art. 2°, caput, LINDB. 
REGRA GERAL →→→→ A lei tem caráter permanente e irá perdurar até a sua 
revogação. Isto é, uma lei não tem um prazo certo para vigorar; ela permanece 
em vigor enquanto não for modificada ou revogada por outra lei (eficácia 
contínua). O desuso não implica em perda de vigência. 
No entanto, algumas leis são expedidas com prazo de duração. Nestes 
casos a lei possui vigência temporária. Ex.: lei que concede favores fiscais 
durante 10 anos às indústrias que se instalarem em determinada região; 
racionamento de combustível durante a guerra; Imposto/Contribuição Provisória 
sobre Movimentações Financeiras (IPMF, CPMF), Leis Orçamentárias, etc. Tais 
normas desaparecem do ordenamento jurídico com o decurso do prazo 
estabelecido ou quando ela já cumpriu os objetivos a que se propôs (ex.: lei 
que se destina alojar, de forma temporária, em escolas públicas, pessoas 
desabrigadas por causa de uma inundação). 
Assim, lei temporária é a que nasce com termo prefixado de 
duração ou com um objetivo a ser cumprido. Contudo, não se fixando um 
prazo determinado, prolonga-se a obrigatoriedade

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