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Teoria da Imputação objetiva

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1. RESENHA
A teoria da imputação objetiva surge no mundo jurídico a partir de sua concepção pelo alemão Claus Roxin, dando entrada a hipótese da existência de uma imputação objetiva, e afirmando que antes se deve a análise política do crime e somente após, a analise sistemática.
A teoria da imputação objetiva tem como um de seus principais elementos, estabelecer um limite ao sine qua non da teoria da equivalência dos antecedentes evitando um regressus ad infinitum. Também funciona como um filtro de causalidade com o objetivo de evitar a imputação elemento objetivo do tipo a uma determinada conduta produzida pelo indivíduo, independente do elemento subjetivo.
A doutrina proposta por Roxin conceitua que no âmbito do fato típico, atribui-se ao autor somente a responsabilidade penal, não levando-se em consideração a intenção de causar o dolo, que por sua vez é requisito próprio devendo ser analisado pela imputação subjetiva.
De acordo com a teoria de Roxin, não há possibilidade de imputação objetiva quando o perigo causado pelo agente se tratar de um risco permitido, devendo o sujeito responder penalmente somente pelo risco proibido relevante que por ele fora criado ou agravado.
As ideias básicas da moderna teoria da imputação objetiva, de acordo com a doutrina de Roxin são: (a) a criação ou incremento de um risco proibido relevante; (b) a conexão direta entre esse risco e o resultado jurídico (o risco deve se realizar no resultado) e (c) que esse resultado esteja no âmbito de proteção da norma. Tudo que Honig e Welzel haviam desenvolvido na década de trinta (do século XX) acabou sintetizado nessas regras de Imputação Objetiva de Roxin. (Gomes, 2006, p. 1)
Roxin ainda descreve que deve-se pautar por critérios, como o risco juridicamente permitido ou proibido, e o impacto desempenhado na esfera social, para então orientar a decisão do julgador em excluir ou reconhecer a imputação de tais elementos objetivos do tipo ao autor.
Aquilo que se imputa objetivamente na verdade trata-se do resultado, uma vez que este é o mais importante, já que de acordo com a teoria, a causalidade é apenas uma condição mínima, devendo a ela ser agregada a relevância jurídica do nexo entre o sujeito e o resultado jurídico produzido.
O critério que busca imputar ao sujeito determinado fato e diferenciá-lo dos acontecimentos vinculados ao acaso é a finalidade objetiva, e não a subjetiva, devendo ser observado não o real conhecimento do autor, mas sim as capacidades potenciais do ato.
O que o sujeito realmente deseja não encontra-se no âmbito da cognição, mas sim na criação do próprio interprete do fato, baseado em um conceito significativo de ação.
“A imputação objetiva se relaciona com o nexo normativo entre a conduta criadora de relevante risco proibido e o resultado jurídico (afetação do bem jurídico) ” conforme leciona Jesus (2007, p. 33). Não se trata de uma teoria autônoma que prescinde da análise da causalidade, mas sim de uma teoria complementar à própria causalidade, na forma de atribuir novos filtros valorativos no processo de atribuição de responsabilidade penal.
O autor alemão sustenta que a missão do direito penal é a defesa da integridade do indivíduo e da sociedade contra riscos sócio-políticos intoleráveis. Sendo os riscos que não violem tais condições irrelevantes ao direito penal devendo ser combatidos por outros ramos do direito.
Critério também abordado por Roxin trata da realização do plano do autor, tendo como objetivo estender a imputação objetiva à esfera do dolo. Surgindo este como um elemento essencial para a imputação de um delito consumado a título de dolo.
O que deve ficar claro é que somente os riscos proibidos e intoleráveis permitem a imputação do resultado ao agente criador do risco. A essência da teoria da imputação objetiva está no aspecto valorativo proposto, em caso de riscos permitidos a imputação é vedada; em caso de riscos proibidos a imputação é permitida. O critério do risco é que delimitará quando uma determinada conduta pode ser tornar um relevante penal em termos de imputação.
“Há determinadas condutas arriscadas cujo empreendimento é permitido e até muitas vezes incentivado pela sociedade, assumindo-se eventuais danos como funcionalmente toleráveis” (CABETTE, 2006).
O risco se dá em decorrência do avanço social, devendo os conceitos de riscos permitidos ou proibidos serem projetados sobre a atividade humana. Sendo as formas de risco permitidas delimitadas pela sociedade e suas normas culturais especificas, as quais nortearão o interprete penal nas tarefas de definir se determinada conduta gerou um risco aceito ou não. 
Após a criação de um risco proibido que seja juridicamente relevante deve-se verificar, no processo de imputação, se tal risco se materializou no resultado ou se decorreu de uma relação fortuita com relação ao ocorrido.
Um exemplo do uso pratico da teoria da imputação objetiva, seria, um determinado evento no qual o agente atenta contra a vida de um sujeito, deferindo-lhe um disparo de arma de fogo, que causa lesão ao sujeito, porém não letal, e então a vítima é socorrida ainda com vida, e por infortúnio do destino, a ambulância na qual se encontra o sujeito colide com um indiano montado em um elefante que atravessa a via abruptamente, e a colisão causa o óbito do paciente. A culpa pela morte do sujeito não será imputada ao agente que atentou contra a sua vida utilizando de arma de fogo, pois o disparo em si não foi a causa mortis, e sim o acidente de transito, portanto, o único crime imputado ao agente será o da tentativa do homicídio, que foi o risco por ele causado.
Para finalizar pode-se dizer que a teoria da imputação objetiva incide somente sobre o aspecto objetivo normativo, e não naturalístico, sendo sua principal inovação o incremento da teoria de risco, qual permite imputar ao agente apenas os fatos que concretamente contribuíram para o aumento do risco juridicamente permitido.
REFERENCIAS
ROXIM, Claus. Política Criminal e Sistema Jurídico Penal. Rio de Janeiro e São Paulo. Renovar 2000.
CAMPANELLA, Luciano Magno Campos.	TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA. Disponível em: < https://juridicocerto.com/p/lucianocampanella/artigos/teoria-da-imputacao-objetiva-240> Acesso em: 19 nov 2018.
RODRIGUES, Emanuele Abreu.	Noções sobre a teoria da imputação objetiva. Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11035> Acesso em: 19 nov 2018.
BRAMBILLA, Leandro Vilela.	No que consiste a Teoria da imputação objetiva?. Disponível em: < https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1781169/no-que-consiste-a-teoria-da-imputacao-objetiva-leandro-vilela-brambilla> Acesso em: 19 nov 2018.
BARBOSA, Karine Andréa Eloy.	Teoria da Imputação Objetiva Disponível em: < https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1232/Teoria-da-Imputacao-Objetiva> Acesso em: 19 nov 2018.
PAIVA, Paula Michelli Mesquita.	Teoria da imputação objetiva no Direito Penal Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/50258/teoria-da-imputacao-objetiva-no-direito-penal> Acesso em: 19 nov 2018.
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. 	Imputação objetiva e teoria da adequação social Disponível em: < https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/121938010/imputacao-objetiva-e-teoria-da-adequacao-social> Acesso em: 19 nov 2018.

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