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RESENHA - A Exerção dos Direitos Humanos e suas Interferências envolvendo Questões de Segurança Pública

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Disciplina: Tópicos Especiais em Segurança Pública
RESENHA CRÍTICA
ROLIM, Marcos. A Síndrome da Rainha Vermelha: Policiamento e Segurança pública no século XXI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006, p.108-110.
	
A Exerção dos Direitos Humanos e suas Interferências envolvendo Questões de Segurança Pública
Rolim, na obra A Síndrome da Rainha Vermelha: Policiamento e Segurança pública no século XXI, discorre acerca do crime e da violência e, simultaneamente, discute a respeito das intenções políticas que abordam essas temáticas. O livro é uma metáfora à personagem Rainha Vermelha, de Lewis Carroll. O autor e especialista em segurança pública e direitos humanos proporciona ao leitor peculiaridades inusitadas no que tange às relações entre o crime e a juventude, além de enfatizar o papel da mídia na ênfase dada a tais acontecimentos. As concepções do autor se distribuem em oito capítulos, nos quais ele se vale de dados da moderna criminologia para analisar exemplos e confrontar com práticas da polícia de outros países. Por fim, o especialista preconiza formas de repensar as práticas policiais e sugere medidas mais eficientes. Ademais, ele recomenda moldes de recuperação para sentenciados de crimes violentos e a viabilidade da prática de justiça restaurativa.
Esta resenha consiste em avaliar os capítulos 1, 3, 6, 7 e 8, da obra de Rolim, fazendo uma síntese e evidenciando críticas a respeito das concepções presentes nos referidos capítulos.
O autor, inicialmente, evidencia os anais das polícias no mundo, depois enfatiza o modelo de policiamento adotado no Brasil, ao qual ele chama de modelo reativo, traça comentários desfavoráveis e esclarece por que razão é um modelo improdutivo e ineficaz. 
Mais adiante, o especialista além de exibir estudos realizados a respeito de ações policiais que não logram êxito, sugestiona o que pode dar certo. Vale ressaltar que o especialista faz ponderações a respeito de dois modelos alternativos de policiamento – o Policiamento Comunitário e o Policiamento Orientado para a Solução de Problemas – analisando as vantagens e desvantagens de tais modelos.
É importante frisar que Rolim trata das modernas descobertas da criminologia no que concerne às razões, sejam elas familiares, individuais ou sociais, que impulsionam ao ato violento e, consequentemente, ao crime. 
Convém lembrar que as relações entre crime e juventude são disseminadas em várias partes do livro, nas quais o autor elucida que a violência e o crime fazem parte da vida de jovens no mundo inteiro. Ele estabelece uma relação entre o uso de drogas e a prática de violência e põe em suspeita a eficácia das prisões para adolescentes. O estudioso salienta que a prevenção da criminalidade focada no risco é uma ideia introduzida pela medicina e por vários estudos da saúde coletiva, já que a prevenção em saúde pública e a educação preservam uma estreita relação com a área de segurança.
Além disso, Rolim também questiona a real necessidade de a mídia expor esses crimes, uma vez que depois de expostos, podem repercutir resultados devastadores, visto que é comum a mídia brasileira divulgar de forma inconsequente notícias que envolvem tais assuntos, priorizando-os em jornais de horário nobre.
O autor questiona também a respeito da possibilidade de reabilitação de condenados violentos, expõe resultados de pesquisas feitas e discute sobre as práticas bem-sucedidas no mundo. É oportuno lembrar que o padrão de Justiça Restaurativa, aplicado em países que obtêm resultados positivos, é uma prática ainda ignorada e inexplorada no Brasil.
As estatísticas policiais brasileiras são vistas de forma improfícua, no ponto de vista de Rolim, visto que os dados recolhidos não têm eficácia para a elaboração de diagnósticos em segurança pública. O escritor também explica que o modelo reativo é um modelo tradicional de policiamento, o qual determina que é preciso que um crime seja cometido e que a polícia seja informada do ocorrido, para então atuar. O policiamento ostensivo é a ideia de “prevenção”, a qual é privilegiada nesse modelo tradicional. Acontece que se um indivíduo está determinado a cometer um crime, ele não irá mudar de comportamento em razão da presença da polícia, mas sim escolher outra oportunidade e outro lugar.
Mediante o exposto por Rolim nesta obra, é possível inferir que várias são as razões que facilitam a consumação de um crime, já que muitos episódios ao longo da vida podem instigar uma carreira criminal, impulsionando-a ou reprimindo-a. Concordamos com a opinião de Rolim que há várias soluções viáveis, restam às autoridades e aos órgãos competentes repensar e aumentar o investimento em relação à segurança pública, adotar os modelos eficazes de outros países, aplicar as medidas de prevenção associadas a fatores de risco. 
Concordamos com Luiz Eduardo Soares, no prefácio do livro, quando diz que é possível superar essa situação através de projetos específicos como as “delegacias legais” e as reformas do espaço físico das delegacias e da mudança do próprio conceito que temos de uma polícia ineficiente e descuidada, em razão da falta de investimento na estrutura e em pessoal qualificado. O policiamento orientado pode ser a solução de muitos problemas de segurança pública no Brasil, pois projetos desse tipo foram desenvolvidos nos EUA, a partir de experiência inovadora de policiamento comunitário, patrocinada pela polícia de Nova York, cujos resultados foram exitosos.
É importante, pois, salientar que é necessário uma grande reforma no Brasil, em vários setores, a começar pelo comprometimento dos gestores de segurança pública, pela inovação dos projetos de capacitação e melhorias salariais, porque não pode haver uma reforma profunda com baixo valor remuneratório. Isto posto, a valorização do policial deve ser um excelente e fundamental ponto para um novo começo, a recuperação de sua dignidade e melhores condições de trabalho vêm somar para que o país possa ter forças para “sair do lugar” e não ficar preso à “Síndrome da Rainha Vermelha”.

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