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AFETIVIDADE E LIMITES: FAMÍLIA, AMIGOS E ESCOLA Professora: Esp. Andressa Schiavone Pereira Aquaroni Vieira Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Meyre Aparecida Barbosa da Silva DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; VIEIRA, Andressa Schiavone Pereira Aquaroni; GONÇALVES, Silvia Suzi. Afetividade no Ambiente Escolar e Familiar. Andressa Schiavone Pereira Aquaroni Vieira; Silvia Suzi Gonçalves. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 31 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Afetividade 2. Escolar 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370.1534 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| LIMITES E AFETIVIDADE 13| AMIZADES: IMPORTÂNCIA E CUIDADOS 19| RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Discorrer sobre a importância de impor limites e ao mesmo tempo transmitir afeto. • Apresentar a importância das amizades e os cuidados com as amizades, assim como as influências que as amizades podem ter na formação da criança. • Apresentar a relação família e escola, discorrendo os papéis nas relações de afeto. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Limites e Afetividade • Amizades: Importância e Cuidados • Relação Família e Escola AFETIVIDADE E LIMITES: FAMÍLIA, AMIGOS E ESCOLA INTRODUÇÃO introdução Prezado (a) aluno (a), Neste estudo, abordaremos sobre a importância de impor limites e ao mesmo tempo transmitir afeto, apresentando que os pais devem educar os filhos, atribuir valores, princípios, apoiando-os e os orientando nas diversas situações que enfrentará no decorrer da vida. A família tem o dever de propiciar à criança quesitos essenciais para seu crescimento, sua saúde e sua formação. Assim, é essencial que, para a criança ter um excelente desenvolvimento, tenha limites. Isso mesmo, limites. Todo indivíduo necessita de limites, e abordaremos sobre a importância de impor limites com carinho. Em seguida, apresentaremos a importância e os cuidados com as amizades, assim como as influências que elas podem ter na formação da criança. Observar e orientar sobre as amizades faz parte da função da família, mas que também pode ser alertada na escola, afinal, muitas amizades iniciam-se na escola. Por isso, não podemos deixar que as más companhias interfiram no desempenho e na formação do indivíduo. Deste modo, a afetividade contribuirá para que as orientações ocorram de forma sábia e com cautela. Para finalizarmos nossos estudos, apresentaremos a relação entre família e escola, discorrendo sobre os papéis nas relações de afeto, cada um realizando sua função, mas juntos contribuindo para a formação da criança. Assim, o afeto fará diferença não somente na família ou somente na escola, mas sim nos diversos ambientes no qual a criança está inserida, refletindo nas atitudes e na formação da criança. Vamos aprofundar nossos estudos? Pós-Universo 6 LIMITES E AFETIVIDADE Pós-Universo 7 Limites! Todas as pessoas devem ter limites, e a nossa vida diária está rodeada de questões que impõem limites, como: de velocidade, de espaço, nos diversos ambientes (escola, igreja, supermercado, lojas etc.), horário, limite mínimo de altura ou de idade para certos brinquedos, na compra de produtos em promoção, enfim, o limite faz parte do nosso cotidiano. Constantemente, escutamos a frase “Superar limites”, mas devemos superá-los quando algo nos impede de buscar o melhor. Por exemplo, a pessoa com deficiência física e que conhece suas limitações poderá encontrar soluções e meios para superá-las, tornando-se uma pessoa realizada. O tipo de limite sobre o qual discorreremos é voltada à educação do indivíduo. Assim, a seguir, faremos apontamentos que levarão à reflexão, essenciais para que desenvolva suas próprias ideias sobre o assunto. Limite Familiar Muitos já ouviram: “Aquela criança não tem limite”, “Se fosse meu filho, entraria na linha”. São algumas frases comuns que ouvimos, não é mesmo? Inclusive, de professores, que em vez de contribuir alertando, orientando e encaminhando os pais à ajuda especializada, quando necessário, rotula a criança e acusa a família do erro. Neste momento, não enfatizaremos as questões de limites na escola, mas sim a importância dos limites estipulados pela família. O processo de educar, na família, ocorre desde o início da existência de um indivíduo até o fim da vida. Não nascemos sabendo tudo e continuaremos não sabendo tudo no decorrer da vida, todavia aprendemos a cada dia algo novo, e isso sim contribui para a nossa formação pessoal, intelectual, afetiva e profissional. A aprendizagem é algo maravilhoso, magnífico, em que conseguimos desenvolver novas habilidades e competências no decorrer da vida. E aprender nem sempre é uma tarefa fácil, no entanto, é fundamental para adquirimos novos conhecimentos. Engana-se quem acha que a aprendizagem ocorre apenas na escola, aprender faz parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, entretanto cada um na sua função. Assim, a família tem papel fundamental no processo de aprendizagem. Pós-Universo 8 A educação familiar é a base para que as demais áreas fluam da melhor maneira possível, por isso, é fundamental que a família seja firme e amável, com o intuito de ensinar de forma enriquecedora para o futuro do indivíduo. Não existe manual com passo a passo sobre como criar filhos, pois cada ser é único, e na mesma família existem pessoas diferentes, pensamentos e opiniões variadas, mas que recebem a mesma base de princípios, regras, combinados, podendo variar a maneira de como ensinar cada um. Assim, manual não existe, existem, no entanto, inúmeros estudos que nos ajudam a compreender o desenvolvimento e garantem um apoio para descobrir a necessidade de cada ser, podendo ajudá-lo de acordo com suas facilidades e dificuldades. Conforme especificado, mesmo que a maneira de se chegar ao resultado seja diferente para cada indivíduo, os princípios, os valores, as regras devem ser as mesmas para todos que fazem parte da família. Sabemos que cada família tem sua rotina, suas crenças e seus valores, ocorrendo diferença apenas na organização de cada uma, porém alguns quesitos fundamentais para a convivência em sociedade deveriam ser unânimes neste processo da rotina familiar, como: respeito ao próximo, compaixão e ética. São questões que se aprende no âmbito familiar e que farão com que a sociedade seja mais justa. Por isso, e por muitos outros motivos é essencial que a família imponha limites, com muito amor e carinho. Segundo Pereira, Furtado e Stumvoll (2009, p. 18) “O sistema familiar com normas e regras claras cria um ambiente de convívio respeitoso e leal, de carinho, cuidado e proteção entre pais e filhos”. Muitas mudanças ocorreram e ocorrem na família, refletem na sociedade e a sociedade reflete na família. Para desempenhar opapel da família é essencial que esta imponha limites e regras que contribuirão imensamente com a formação da criança. Para Pereira, Furtado e Stumvoll (2009): “ A função da família está embasada nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. A função biológica se relaciona ampla com sobrevivência do indivíduo, no sentido nutricional e de condição ambiental. A função psíquica deve promover a saúde emocional de seus membros, possibilitando o desenvolvimento do sentimento de pertencimento para posterior separação e individuação, com a criação de sua identidade como indivíduo pertencente a diversos grupos. A função social deve apresentar a sociedade com suas normas e regras, como no sistema familiar, para o desenvolvimento e exercício da cidadania (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 18). Pós-Universo 9 Assim, a família é responsável para que os aspectos ocorram da melhor maneira possível. Para isso, é importante enfatizar que cada indivíduo tem seu papel na família e cada um deverá desempenhar sua função, a fim de que juntos consigam conviver em harmonia, respeitando as regras estabelecidas. Pereira, Furtado e Stumvoll (2009) complementam: “ Exercer esses papéis significa que há regras de um subsistema, estabelecidas pelas fronteiras do subsistema. As fronteiras são as regras de um subsistema, com a definição dos papéis dos membros, ou seja, quem participa e como participa. Fronteiras nítidas estabelecem um funcionamento adequado na família (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 18). Para as autoras, as regras devem ser delineadas com responsabilidade e autoridade. Assim, a família deve ter clareza na comunicação para que todos desempenhem seu papel, e os pais são os responsáveis por liderar estes aspectos. Quando não há comunicação adequada e firmeza nas decisões, prevalecem as dificuldades nas relações e na compreensão dos limites. “ Nas famílias com fronteiras difusas, as mensagens entre pais e filhos são falhas e confusas, havendo dificuldade de diferenciação dos membros. Os filhos, privados da autoridade e da voz firme dos pais, sentem-se desprotegidos e desencorajados a desenvolver sua autonomia. No lado oposto ao das famílias emaranhadas, com fronteiras difusas, encontramos as famílias desligadas, com fronteiras rígidas. A fronteira é rígida quando a comunicação é difícil e a função protetora da família é prejudicada. [...] Nessas famílias observamos pais desligados, que interagem pouco cm seus filhos, desconhecem a rotina destes, não sabem quem são seus amigos, que lugares frequentam e como está o desenvolvimento escolar (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 18-19). Pós-Universo 10 Como percebemos, a família deve impor limites aos filhos, acompanhar as amizades, observar e orientar sobre atitudes e expor rotina à criança para que ela assimile seu papel e compreenda a importância de questões essenciais à sua formação. São questões que podem influenciar na vida pessoal, social, escolar e, futuramente, profissional. Ter horário para as tarefas diárias (higiene, escola, atividades extraescolares, comer, dormir, passear, ajudar em casa etc.) contribuem para a rotina e organização da criança e família. Por exemplo: criança que dorme na hora que quer poderá sofrer consequências na escola por não acompanhar o raciocínio devido, ficando disperso em sala de aula. Deste modo, é importante que a criança tenha horário para as atividades diárias e que saiba as regras e os combinados. Promover momentos de comunicação faz a família superar as dificuldades, ficando as regras e os limites claros. É essencial que, ao apresentar as opiniões, os pais saibam discernir o que é melhor para o filho, tendo o bom senso ao dizer sim e não. Muitas vezes, a família protetora não permite algo que o filho poderia fazer sozinho, por outro lado, há famílias permissivas que não se importam com o que ele faz, desde que faça sozinho. É fundamental que as famílias tenham o bom senso na educação dos filhos, buscando a cada dia melhorar. Todos erram, mas o importante é buscar dar limites aos filhos enquanto ainda estão inseridos na rotina familiar. Para garantir uma convivência saudável, é importante que haja flexibilização dos diferentes interesses, acordos maleáveis, estabelecimento de regras e de limites de convivência e a possibilidade de uma comunicação clara e adequada (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 25). A falta de limites é visível nas atitudes das crianças, dos adolescentes e até mesmo dos adultos que, por algum motivo, não receberam a devida atenção quanto aos limites que devem prevalecer. Impor limites de maneira afetiva é proporcionar educação plausível, em que os filhos aprendem a respeitar ao próximo, a ter compaixão e ética. São questões que interferirão por toda a vida, em todos os ambientes em que estiverem inseridos. Para Rossini (2004, p. 23) “Devemos mostrar que limite não é castigo. É ensinar que as pessoas não podem nem são capazes de fazer tudo que querem”. Acredito que todos têm capacidades, mas nem todas as coisas convém. Mas, Rossini (2004, p. 22) orienta aos pais afirmando: [...] “Dê qualidade ao tempo que você dedica a seus filhos. Mesmo não sendo tarefa das mais agradáveis, estabelecer limites para as crianças é fundamental para que elas alcancem um desenvolvimento sadio e equilibrado”. Pós-Universo 11 A criança necessita de limites. Para Parolin (2006, p. 46), “É tão importante para uma criança ouvir um sim, quanto um não. Ao contrário do que muitos pais pensam, sentir a frustação de não ter atendido um desejo seu também educa.” Para a autora, a criança aprende muito ao receber um não verdadeiro e bem explicado. E Parolin (2006, p. 46) acrescenta, ainda, que “O não nos dá limites, parâmetros, linha de raciocínio, redimensionamento. Geralmente paramos para pensar quando recebemos um não”. Por isso, limites são importantes para não haver frustações, para a criança perceber seu papel na sociedade, desenvolver-se, significativamente, conseguir relacionar- se sabendo que cada um possui suas individualidades, respeitando as opiniões e sabendo valorizar os princípios ensinados. Limites na Escola As atitudes, no ambiente escolar, são reflexos das convivências no ambiente familiar. Na escola, cada criança apresenta um comportamento diferente, com opiniões variadas, valores e princípios distintos. E o professor convive, durante todo o ano, com turmas formadas por estas crianças. É um ambiente riquíssimo, em que podemos explorar as mais variadas formas de estímulos, habilidades e competências, com o intuito de proporcionar educação de qualidade. Os limites que as crianças recebem em casa influenciam na convivência na escola. Quando as crianças fazem o que querem em casa, vão se deparar com muitas dificuldades ao percebererem que na escola há regras a serem seguidas. “ É preciso acostumar nossas crianças a cumprir regras simples, dentro de um modelo bem planejado, sem exageros, mas que permita à criança exercitar- se e adquirir condições de preparar-se para a realidade – os muitos “nãos” que com certeza a vida vai-lhe mostrar, as muitas regras que vai encontrar (ROSSINI, 2004, p. 25). Pós-Universo 12 Na escola devem-se impor limites sim, e a equipe pedagógica deverá proporcionar isso aos alunos. Assim como na família, é necessário manter o bom senso e mediar o processo com cautela, atenção e afetividade. O cuidado na escola deve ser redobrado, pois além dos limites da escola, iremos nos deparar com a falta de limites do ambiente familiar, neste caso, os professores serão as principais referências dos alunos. Quando a escola demonstra uma atitude diferenciada, sendo firme nas regras e nos combinados, inicialmente, a criança terá dificuldades, mas, com o tempo e com a persistência, conseguirá adequar-se às normas que devem ser seguidas. Os limites têm a função de estabelecer fronteiras, fundamentais para a definição de papéise a organização de responsabilidades. Os limites promovem segurança e proteção. Os conflitos, por sua vez, fazem parte do sistema familiar e não devem ser negados, podendo ser utilizados para o crescimento e o aprendizado de novas experiências (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 25). O trabalho não é uma tarefa fácil para a família e para a escola, mas possível, por isso o professor deve-se ter paciência, amor, carinho e muita vontade para ajudar cada criança nas suas dificuldades, proporcionando bem-estar. É preciso banir a ideia de que somente a escola deve educar, ao contrário, a educação deve ocorrer em ambos os lugares, mas a escola tem a função de contribuir com a formação, proporcionando o conhecimento científico por meio das próprias vivências dos alunos. Porém vale ressaltar que a responsabilidade na formação de caráter e personalidade é da família. López (2004, p. 135) complementa que “[...] fatores externos à escola, mas que também influem nela e nas atitudes dos alunos em face de suas aprendizagens, são a família, a classe social e a cultura em que o aluno se desenvolve”. Assim, é fundamental que a família esteja presente no cotidiano escolar, observando mudanças e orientando no que for necessário para o desenvolvimento. “ A criança e o adolescente, guardadas as devidas proporções com relação às diferenças de idade, devem receber regras claras e firmes, conscientes de que é para seu próprio bem. É preciso mostrar que para tudo existem regras e que elas são feitas e devem ser cumpridas para nossa própria proteção (ROSSINI, 2004, p. 25). A maneira como serão inseridas as regras e os combinados será fundamental para que a criança compreenda seu papel no ambiente escolar. Por isso, a escola também deve ter comunicação adequada, ampliando a relação entre aluno, professor e família para que juntos consigam excelentes resultados. É fundamental que a inserção de limites ocorra de maneira afetiva, com dedicação e paciência. Pós-Universo 13 AMIZADES: IMPORTÂNCIA E CUIDADOS Pós-Universo 14 Amizade. Com é bom ter amigos, não é? No ambiente escolar é o lugar ideal para fazer novas amizades. Já ouviu alguém dizer: “O fulano tem que entrar na escola para conseguir se relacionar, fazer novos amigos”? Então, é uma frase comum quando percebemos que uma criança é muito apegada à mãe e não aceita se relacionar com outras pessoas. Por estar o tempo todo com a mãe a tê-la como referência, esta é uma atitude normal. Por isso, a escola é o lugar onde construímos novas relações e novas amizades, pois é o ambiente em que a criança permanece por mais tempo além da sua casa. Assim, falaremos a seguir sobre a importância das amizades, mas também dos cuidados com as amizades e como elas podem influenciar na formação da criança. Importância das Amizades Todo indivíduo tem direito a ter amigos, e esta relação de amizade contribui para a formação do indivíduo, positiva ou negativamente. Mas a relação de amizade é essencial. Durante o processo de formação, as relações são essenciais, contribuem para momentos de prazer, alegria, entusiasmo, assim como aprender a conviver com outras pessoas, respeitar as diferenças, realizar trocas que enriquecem, ou não, o desenvolvimento do indivíduo. Segundo Lopes (2017,on-line)1, “ a amizade tem um papel muito importante na vida das pessoas, são laços de afeto que nos sustentam a vida inteira. Laços estes que nos permitem conforto nos momentos tristes, dividindo nossas alegrias, aprendendo o sentido de cooperação, lealdade e solidariedade. A infância é um momento no qual isso pode ser descoberto, através das brincadeiras de bonecas, pega-pega, jogos de vôlei, futebol (LOPES, 2017, on-line)1. Lopes (2017) ainda complementa os benefícios das relações afetivas de amizade. “ Essas relações proporcionam à criança a descoberta de muitos aspectos sobre a convivência em grupo, como por exemplo, a percepção de estar junto com o outro, o respeito e a questão do limite, uma vez que para se relacionar é necessário seguir algumas regras. O relacionamento nessa fase é um aprendizado, pois a criança adquire um conhecimento melhor de si mesma e do mundo. É um aprendizado construído na proporção que a criança amadurece (LOPES, 2017, on-line)1. Pós-Universo 15 Ao nascer, as relações afetivas ocorrem apenas no ambiente familiar, em que a família cuida, acalma, alimenta e proporciona momentos únicos à criança. Com o passar do tempo, os estímulos podem variar de acordo com cada família. Alguns estimulam mais, outros menos e também há os que não estimulam. Os estímulos são essenciais para o desenvolvimento do indivíduo, por isso, inicialmente, depende apenas da família. Ela, que é superprotetora, fica sempre sondando as novas amizades, protegendo e intervindo em possíveis desentendimentos. Para pais omissos, a criança não é orientada sobre como conviver com o próximo, mas há também a família que consegue mediar o desenvolvimento da criança, incentiva novas relações de amizade, deixando que aprenda a criar novas amizades com autonomia. Quando a criança inicia sua jornada escolar, consegue criar vínculos de amizades sem a intervenção da família, isto é, as amizades são conquistadas por mérito próprio. A amizade é conquistada e permanece fiel pela afinidade e cumplicidade entre ambas as partes. Ainda pequenos, suas amizades são sinceras, demostram e descrevem os amigos da escola ao detalhar para a família. Assim, as relações são essenciais para o desenvolvimento da criança, contribuindo para o incentivo, troca de experiências, para alertar um ao outro, ajudar, respeitar e para demonstrar que os ensinamentos familiares fazem diferença. As amizades podem interferir no processo de ensino e aprendizagem quando colegas influenciam com más atitudes, intervindo no desenvolvimento da criança. Este tipo de amizade, desde os pequenos, dependendo dos limites impostos à criança, acaba influenciando negativamente. Por exemplo, aquela criança que não tem limite em casa, no momento em que professor solicita que não corra na sala de aula, poderá encontrar aliados que o deixem mais forte, ou seja, influenciam outros colegas a correrem na sala para enfrentarem o professor. Pode parecer um exemplo tolo, mas é real e nos faz perceber o quanto as amizades podem influenciar em qualquer faixa etária. Assim, percebemos que as amizades e os limites devem caminhar juntos para que prevaleçam as relações afetivas de amizade positivas. Então, vale ressaltar a importância de impor limites para que as amizades tenham o papel de caráter positivo, influenciando e enriquecendo as novas descobertas. Pós-Universo 16 “ Limites são regras, combinações, atitudes que determinam aquilo que se pode ou não fazer, incluindo o reconhecimento de que nossos atos têm consequências. Sabemos que respeitar regras é a base para uma vida em sociedade e que a pessoa sem limites em suas ações apresentará importante dificuldade para viver em grupo. Para muitos, o conflito é tão regressivo que a pessoa não percebe onde está seu limite e onde começam o outro e seu espaço (FRANARIN, FURTADO, 2009, p. 39). Em suma, a amizade é fundamental para que o indivíduo estabeleça relações afetivas além das que têm no ambiente familiar, como forma de enriquecer os laços afetivos, contribuir para as trocas de conhecimentos, de valores, aprendendo a respeitar as individualidades e ter incentivo para buscar novos conhecimentos, tornando o ambiente escolar prazeroso e alegre. Seria perfeito se as relações de amizade ocorressem apenas de forma positiva, mas, infelizmente, outras influências familiares negativas também fazem parte do processo de formação do indivíduo. Cuidados e as Amizades Diante das dificuldades do mundo atual, relacionadas à falta de limite e de afeto, é visível que quando não ocorre a base familiar na educação, as dificuldades aumentam. Temos que lidar com o desrespeitode muitos, mas também de amigos que influenciam na vida do indivíduo. A gravidade de más influências aumenta conforme a faixa etária em que a criança se encontra. Quanto mais idade, maiores as dificuldades, incertezas que podem ser supridas com novas amizades, boas e/ou más influências, mas que aliviam momentos que podem parecer sem solução. Esta necessidade de amizade, muitas vezes, ocorrem pela omissão dos pais, por não perceberem que o filho apresenta alguma dificuldade. Ao refletirmos sobre a influência da amizade, temos que pensar que as consideradas más companhias são frutos da desestrutura familiar, ocasionada por diversos motivos, desde a rejeição até mesmo a falta de limites. Para Franarin e Furtado (2009, p. 39) “A falta de limites ocorre em diferentes etapas da vida e em todas as camadas sociais”. Isto é, não importando a classe social, pode ocorrer a falta de limites, o que influencia nas amizades. Pós-Universo 17 “ A permissividade dos familiares, sem a devida colocação de limites, favorece a manutenção de comportamentos regredidos na criança, incapaz de conviver com as perdas e frustações, o que não favorece o seu desenvolvimento emocional e não auxilia no estabelecimento de uma homeostase comportamental. A crença de que tudo pode e a qualquer momento, e que o mundo deve funcionar ao seu modo, acompanhará essa criança nos seus próximos anos, acentuando a sua dificuldade em conviver tanto com regras escolares quanto sociais. A impulsividade segue aumentando, explicitada por respostas automáticas e agressividade sem controle diante das frustações banais. Isso poderá gerar um círculo vicioso, uma vez que colegas e professores reagirão desfavoravelmente a essa criança, que será vista como inoportuna ou perturbadora da ordem mais saudável dos acontecimentos (CYPEL, 2006, p. 384 apud FRANARIN; FURTADO, 2009, p. 45). Diante do exposto, percebemos o quanto as relações afetivas são importantes para que o indivíduo consiga desenvolver relações saudáveis e amizades verdadeiras que contribuam com sua formação. “ E as famílias, o que lhes cabe fazer? Acredito na importância do monitoramento dos filhos. Isso significa estar junto dos filhos, conhecê-los, identificar sentimentos manifestados por eles, quando estão bem e quando não estão, entender a fase em que se encontram e exigir aquilo que eles podem fazer, sem transformá-los em algo que os pais gostariam que fossem. [...] É importante dar suporte, acompanhá-los nesse trânsito de cobrança, compromissos, comparações, que já acontecem naturalmente no grupo de amigos (FRANARIN; FURTADO, 2009, p. 46). Por isso, é essencial que a família tenha o acompanhamento nos diversos aspectos de desenvolvimento, monitore as amizades, aconselhe, comunicando e mantendo uma relação afetiva de trocas, em que o indivíduo sinta segurança e confiança na família, para aprender lidar com as adversidades, observar qualquer mudança de atitude, conversar sobre como foi a rotina, alertar sobre perigos, enfim, ter uma relação saudável. Pós-Universo 18 Pereira, Furtado e Stumvoll (2009) enfatizam e complementam sobre a dificuldade dos pais em impor limites, mas também aconselham: “ Muitos são os motivos: culpa, insegurança, indefinição de papéis, vida agitada, excesso de compromissos, influência dos amigos e dos meios de comunicação. Os pais necessitam confiar no papel de autoridade e cumprir a função parental de forma firme e comprometida com o desenvolvimento saudável dos filhos. Estabelecer limites significa amar os filhos. Com frequência, os pais também ficam confusos e inseguros. Não sabem como orientar o filho, o que proibir ou permitir. [...] Muitas vezes, conversar com os filhos a respeito de suas dúvidas e tomar decisões compartilhadas com eles une e promove o crescimento (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 27). Em suma, cada ser é influenciado pelo meio em que vive, por isso, a base familiar deve ser valorizada ao se atribuir funções para cada membro da família, conversar, respeitar e atribuir valores e princípios. É evidente que, com limites, a criança conquistará excelentes amizades, essenciais para compartilhar ensinamentos e, consequentemente, contribuindo para uma sociedade melhor. Assim, as amizades são importantes e contribuem para a formação do indivíduo, por isso, a família deve estar atenta às amizades dos seus filhos. É dever dos pais, da família, acompanhar as amizades dos filhos, mesmo que as amizades ocorram no ambiente escolar. Mas nada impede que os pais sejam alertados quanto às amizades que prejudiquem o desenvolvimento do aluno. Fonte: a autora. atenção Pós-Universo 19 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Pós-Universo 20 A família é a base fundamental para a formação da criança. Por outro lado, temos a escola que dará subsídios para complementar a formação com o conhecimento científico. Para que ocorra a aprendizagem significativa da criança, é essencial que seja valorizado o seu conhecimento prévio, suas vivências. Se para a educação escolar é importante a valorização do senso comum, então, a influência da família é fundamental para que ocorra a aprendizagem. Deste modo, a escola precisa da família, e a família da escola. Assim, ambos devem ter uma relação de parceria em busca do mesmo objetivo. Família, Escola e Afetividade Formar um indivíduo capaz de relacionar-se, criativo, cidadão, que saiba respeitar as individualidades, que seja crítico, valorize a família e os ensinamentos, que continue sempre buscando novos conhecimentos, capacitações, aprimorando a cada dia suas capacidades, são alguns aspectos que desejamos desenvolver com mais frequência no mundo atual. Para que isso ocorra realmente, é fundamental a relação entre família e escola para que desenvolvam seus papéis nas relações de afeto, cada um realizando sua função, mas juntos contribuindo para a formação da criança. Assim, o afeto fará diferença não somente na família ou somente na escola, mas sim fará diferença nos diversos ambientes ao qual a criança está inserida, refletindo nas atitudes e na formação da criança. Baseado no ECA – Estatuto da criança e do adolescente, no capítulo IV, Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer: “ Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; Pós-Universo 21 V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais (BRASIL, 2010, p. 1056). Reforçamos a ideia de que a criança tem o direito à educação de qualidade, e que é dever da família matricular a criança em uma escola, garantindo um dos seus direitos, que é a educação. É importante enfatizar o Parágrafo único do artigo 53 do ECA: “É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais” (BRASIL, 2010, p. 1056). Para que a família tenha ciência do processo pedagógico, é importante que tenha contato com a escola, participando intensamente do processo de ensino e aprendizagem da criança, com o intuito de alertar a escola sobre qualquer dificuldade da criança. Mas também é dever da escola alertar aos pais das dificuldades enfrentadas dentro do ambiente escolar. A intenção desse conhecimento da família nas questões pedagógicas é verificar a evolução do aluno e intervir quando necessário. Especificamos que a família depende dos ensinamentos da escola, masque a escola necessita do apoio da família, para que a aprendizagem ocorra de maneira significativa. Chalita (2001, p. 17 e 18) enfatiza que, “ Por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência por uma família ausente. Pai, mãe, avó ou avô, tios, quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da criança deve dela participar efetivamente sob pena de a escola não conseguir atingir seu objetivo (CHALITA, 2001, p. 17 e 18). Chalita (2001) fala claramente sobre a importância da afetividade e a falta que essa faz no desenvolvimento da criança. E sim, a falta de afeto dos pais e a omissão da família na escola refletem no desenvolvimento do aluno. O autor complementa: “ Educação é afeto! O ato de educar não pode ser visto apenas como depositar informações nem transmitir conhecimentos. Há muitas formas de transmissão de conhecimento, mas o ato de educar só se dá com afeto, só se completa com amor (CHALITA, 2001, p. 11). Pós-Universo 22 A afetividade é essencial para que a educação ocorra de maneira significativa. Criança feliz realiza atividades e brinca com alegria. Deste modo a aprendizagem torna-se mais atrativa e interessante. O ambiente feliz nos faz querer permanecer nele, por isso, os dois principais ambientes que não podem faltar à afetividade são: a escola e sua casa. Tanto a família quanto a escola influenciam na formação do indivíduo, mas é importante lembrar que cada um na sua função. A escola não tem a obrigação de suprir a falta que a família faz, mas poderá contribuir ao realizar sua parte, alertando aos pais e buscando soluções que possam contribuir para que a criança sinta-se acolhida na escola e a motivando a se interessar por novas descobertas, novos conhecimentos. A relação entre professor e aluno contribuirá para que o ambiente escolar torne- se atrativo, significativo, em que o aluno perceberá o contexto em que está inserido e se sentirá seguro para realizar as trocas de experiências, questionar e aprimorar conhecimentos. Sobre a afetividade do educador, Tassoni (2008, p. 69) cita Marchand apud Almeida (1997, p. 16) “... sustenta que a criança e o professor compõem [...] um par educativo que desde o primeiro contato escolar, transforma-se também em par afetivo, cuja harmonia ou desacordo leva o ensino para os numerosos (des) caminhos possíveis”. E Tassoni (2008, p. 69) complementa que “Ter consciência de que a relação professor- aluno é permeada pela afetividade é urgente e necessário. A Educação pressupõe uma ação interativa, que envolve ambos, em toda sua complexidade”. Quando a criança recebe a afetividade em casa, e não recebe na escola, ela também dará indícios do que está acontecendo, recusando-se a ir à escola, regredindo no desenvolvimento, enfim, sinalizações que podem ser perceptivas por pais atentos. Por isso, o olhar atento dos pais nas possíveis mudanças dos filhos. Para Rossini (2004, p. 15-16), “ a falta de afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de motivação para a aprendizagem, à ausência da vontade de crescer. Portanto, uma das nossas máximas é: Aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, prazeroso. Por que a afetividade? Porque é a base da vida. Se o ser humano não está bem afetivamente, sua ação como ser social estará comprometido, sem expressão, sem força, sem vitalidade. Isto vale para qualquer área da atividade humana, independentemente de idade, sexo, cultura (ROSSINI, 2004, p. 15-16). Pós-Universo 23 Os conflitos existem tanto no ambiente familiar quanto no escolar, mas de maneira afetiva, com muita paciência e amor, conseguirão superar as dificuldades e buscarão apoio necessário para ajudar a superar os desafios diários. Para isso, é essencial que a relação entre aluno e professor, família e escola enriqueçam o processo educativo, proporcionando um desenvolvimento significativo e de qualidade. Tecnologia e o Papel da Família e da Escola São inúmeras as questões que podem interferir nas relações afetivas, dentre elas, a tecnologia. Ao mesmo tempo em que a tecnologia surge para facilitar a vida do ser humano, se não utilizada com sabedoria, poderá prejudicar as relações familiares e escolares. Tudo em excesso é prejudicial, por isso, o uso das tecnologias deve ser balanceado pela família e até mesmo pela escola. Atualmente, quem não está envolvido com o mundo tecnológico? Há muitos benefícios que facilitam nossa vida, mas também há os malefícios, entre eles afetar as relações afetivas, que é o nosso tema principal, ao não se ponderar a utilização destes meios tecnológicos. Ao especificarmos a importância de impor limites, não podemos deixar de mencionar as tecnologias. Hoje em dia, desde a criança pequena tem desenvoltura para manusear um celular, tablets, iphone etc., mas não desenvolve habilidades, como correr, pular, escorregar, andar de bicicleta. A coordenação motora ampla, muitas vezes, é comprometida por falta de estímulos. Em vez de brincar, os pais deixam os filhos assistindo à TV, brincando no celular como forma de mantê- los quietos, mas não sabem da importância de estímulos com atividades diárias que envolvem materiais concretos e atividades mais ativas, por exemplo, jogar bola, brincar de carrinho, de pega-pega, de esconde-esconde entre inúmeras brincadeiras que contribuirão para o seu desenvolvimento. “ Vivencia uma realidade em que as crianças nascem e crescem manuseando as tecnologias que estão ao seu alcance. [...] A era da informação é fruto do avanço das novas tecnologias que estocam, de forma prática, o conhecimento e gigantescos volumes de informações. [...] Estas novas tecnologias permitem- nos acessar não apenas conhecimentos transmitidos por palavras, mas também por imagens, sons, vídeos, dentre outros (VIANA, 2004, p. 11-12). Pós-Universo 24 Os prejuízos pela falta de limite com o mundo tecnológico são muitos, por isso, é importante que o papel da família e da escola sejam claros para as crianças. Ambos mediarão um processo que poderá ser afetado, se não for explorado moderadamente. O uso das tecnologias deve sim ocorrer tanto no ambiente escolar quanto no familiar, pois garantem também importantes momentos de aprendizagem. Entretanto não se pode esquecer-se de moderar este acesso e monitorar o que fazem. Limitar é amar, é garantir que a criança tenha outros meios de aprendizagem, aprendendo a conviver, a conversar, ser gentil e educada, construindo relações de amizade e convivência, que contribuirão para sua formação. É comum encontrarmos, nos restaurantes, famílias reunidas à mesa, mas cada um interagindo com seu celular, não interagir entre si, não conseguem ficar muito tempo sem olhar no celular nem mesmo conseguem olhar um para o outro. Mas também é comum encontrarmos professores que colocam filmes e desenhos como forma de passar o tempo, para deixar que as crianças fiquem quietas e mais calmas. Os exemplos citados ocorrem com frequência, e torno dizer que as tecnologias são importantes e podem ser exploradas como complemento na aprendizagem, no entanto não podemos deixar que interfiram na comunicação e no desenvolvimento. A escola poderá tornar o ambiente atrativo e, para isso, a equipe pedagógica deve estar disposta a desenvolver um trabalho criativo com muito amor e carinho, às vezes, a escola deverá alertar os pais sobre a importância de impor limites, apresentar rotina à criança, dar autonomia para realização de tarefas coniventes com a faixa etária, enfim, questões relevantes contribuintes para o processo de ensino e aprendizagem. Em suma, desenvolver um trabalho de qualidade não é fácil, assim como não é fácil manter a relação entre escola e família. Precisamos lembrar que cada criança tem seus valores, suas crenças, seus costumes, suas individualidades baseadas no contexto familiar, e que a escola tem responsabilidades com a criança em buscaro melhor desenvolvimento, garantindo a educação de qualidade. O professor deverá buscar meios que levem à aprendizagem real, com muita paciência, muito amor e carinho, não permitindo que as dificuldades diárias abalem os objetivos que pretende alcançar, para que cada um desenvolva seu papel, garantindo um futuro promissor para a criança e educação de qualidade. Pós-Universo 25 Que tipo de comunicação e relação afetiva estamos tendo nos dias atuais? Será que estamos fazendo nosso papel com qualidade? Será que estamos deixando as tecnologias afetarem as relações afetivas com as crianças? O que podemos fazer para mudar isso? Fonte: a autora. reflita atividades de estudo 1. Na primeira aula, discutimos que a aprendizagem é algo maravilhoso, magnífico, com que conseguimos desenvolver novas habilidades e competências no decorrer da vida. E aprender nem sempre é uma tarefa fácil, mas é fundamental para adquirimos novos conhecimentos. Sobre a aprendizagem, assinale a alternativa correta: a) A aprendizagem ocorre apenas na escola. b) Aprender faz parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, mas cada um com sua função. c) A aprendizagem ocorre apenas no âmbito familiar. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2. Na segunda aula, falamos sobre a importância de impor limites. Assinale a alternativa correta em relação a eles: a) Limites não devem ser inseridos na família, pois a criança deve superar limites. b) Impor limites é papel da escola, colocando regras, e não da família. c) Impor limites contribui com a formação do indivíduo. d) A criança deve aprender sobre limites na escola, pois em casa deve fazer o que quer para se sentir acolhida. e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 3. A tecnologia deve ser contribuinte no processo de ensino e aprendizagem, porém muitas vezes, prejudicam as relações afetivas. Assim, assinale a alternativa correta: a) Os pais não devem limitar o uso das tecnologias, pois garantem amplitude de informações. b) A escola não deve limitar o uso das tecnologias, pois a tarefa é da família. c) O uso exagerado das tecnologias não afeta o desenvolvimento. d) O uso da tecnologia deve ser moderado, sendo colocado limites. e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. resumo Ao finalizarmos este estudo, percebemos a importância e a necessidade de impor limites de maneira afetiva, com muito amor e carinho, apresentando que a responsabilidade na formação de caráter, personalidade, atribuição de valores, princípios são quesitos que cabem à família. Discutimos sobre a necessidade de a família ter comunicação saudável, de deixar claro o papel exercido no meio em que vive, garantindo momentos importantes de interação e relação afetiva, assim como o apoio e a orientação nas mais variadas situações que o indivíduo deverá enfrentar. Enfatizamos que dar limites é fundamental para a formação da criança, ao se criando rotinas e construir uma relação de confiança e autonomia. Enfatizamos, também, sobre a importância do convívio e das relações de amizade, como quesito essencial para estimular a criança na busca por novas conquistas e novos conhecimentos. Vimos o quanto é fundamental a amizade, inclusive, no contexto escolar, contribuindo para a formação do indivíduo. Também especificamos sobre os cuidados que a família deve ter ao lidar com situações de amizade, e que as más companhias podem ser reflexo da desestrutura familiar, a qual poderá influenciar com atitudes inadequadas. Para isso, são necessárias observação e atenção dos pais para que consigam acompanhar as relações dos filhos e não influenciem no desenvolvimento de maneira negativa. Finalmente, discorremos sobre a relação entre família e escola, sobre os papéis que devem desempenhar nas relações de afeto para que ambos contribuam para a formação da criança. Assim, as relações afetivas no ambiente escolar e familiar refletirão nas atitudes e no desenvolvimento. A inserção do mundo tecnológico precisa ser balanceada pela família e pela escola a fim de buscarem novos conhecimentos, explorando outros meios além do tecnológico. Assim, a intenção é permitir que a família e a escola unam-se para garantir a aprendizagem de qualidade, formando cidadãos responsáveis e éticos, que saibam respeitar ao próximo. Estas são questões que farão sentido ao serem ensinadas em ambientes que ensinam com afetividade. material complementar Limites: entre o Prazer de Dizer Sim e o Dever de Dizer Não Autor: Nina Rosa Furtado e Colaboradores Editora: Editora Artmed Sinopse: pais e professores sempre tentam fazer o melhor para seus filhos e alunos, mas, muitas vezes, dúvidas e ansiedades os perturbam: o que será melhor para eles? E os alunos e filhos, como ficam nessa história? Pais e professores devem se tranquilizar? Será que serão entendidos? Como aplicar os limites no dia-a-dia? Quando é válido proibir? Como fazer tudo isso sem tolher a criatividade, a iniciativa e a liberdade de escolha? Este livro contém múltiplos olhares sobre o estabelecimento de limites, atentando para a diversidade de visões e conceitos sobre o tema, o que assegura ao leitor uma leitura comprometida com o moderno estágio do conhecimento: em constante questionamento. LIMITES ensina que nada é estático, vivemos no gerúndio, aprendendo sempre. Comentário: excelente livro que nos faz refletir enquanto pais e educadores, desde os pequenos até a fase adulta. referências BRASIL. Estatuto da criança e do Adolescente - ECA. In: PINTO, A. L. T.; WINDT, M. C. V. S.; CÉSPEDES, L. (col.) 9. ed. atual. e ampl. Manuais Vade-mécuns. São Paulo: Saraiva, 2010. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001. FRANARIN, T. C.; FURTADO, N. R. Séries iniciais: os outros chegaram. In: FURTADO, N. R. Limites: entre o prazer de dizer sim e o dever de dizer não. Porto Alegre: Artmed, 2009. TASSONI, E. C. M. Dimensões afetivas na relação professor-aluno. In: LEITE, Sérgio Antônio da Silva (Org.). Afetividade e práticas pedagógicas. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. LÓPEZ, F. Problemas afetivos e de conduta na sala de aula. In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. v. 3. 2ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004. PAROLIN, Isabel. Pais e educadores: é proibido proibir. 4. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006. ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. PEREIRA, J.; FURTADO, M. G.; STUMVOLL, M. Z. B. Família. In: FURTADO, N. R. Limites: entre o prazer de dizer sim e o dever de dizer não. Porto Alegre: Artmed, 2009. VIANA, M. A. P. Internet na Educação: Novas formas de aprender, necessidades e competências no fazer pedagógico. In: MERCADO, L. P. L. (Org.). Tendências na utilização das tecnologias da informação e comunicação na educação. Maceió: EDUFAL, 2004. 228p. REFERÊNCIA ON-LINE 1 Em: <http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/amizade-na-infancia.htm>. Acesso em: 27 abr. de 2018. resolução de exercícios 1. b) Aprender faz parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, mas cada um com sua função. 2. c) Impor limites contribui com a formação do indivíduo. 3. d) O uso da tecnologia deve ser moderado, sendo colocado limites. Limites e afetividade
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