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AAEF_Unidade 02

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AFETIVIDADE E LIMITES: 
FAMÍLIA, AMIGOS E ESCOLA 
Professora:
Esp. Andressa Schiavone Pereira Aquaroni Vieira 
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso 
Editoração Flávia Thaís Pedroso 
Qualidade Textual Meyre Aparecida Barbosa da Silva
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de 
Educação a Distância; VIEIRA, Andressa Schiavone Pereira Aquaroni; 
GONÇALVES, Silvia Suzi.
 
 Afetividade no Ambiente Escolar e Familiar. Andressa 
Schiavone Pereira Aquaroni Vieira; Silvia Suzi Gonçalves.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 31 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Afetividade 2. Escolar 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 370.1534
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
06| LIMITES E AFETIVIDADE
13| AMIZADES: IMPORTÂNCIA E CUIDADOS
19| RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Discorrer sobre a importância de impor limites e ao mesmo tempo transmitir 
afeto. 
 • Apresentar a importância das amizades e os cuidados com as amizades, assim 
como as influências que as amizades podem ter na formação da criança.
 • Apresentar a relação família e escola, discorrendo os papéis nas relações 
de afeto. 
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Limites e Afetividade
 • Amizades: Importância e Cuidados
 • Relação Família e Escola
AFETIVIDADE E LIMITES: FAMÍLIA, AMIGOS E ESCOLA 
INTRODUÇÃO
introdução
Prezado (a) aluno (a),
Neste estudo, abordaremos sobre a importância de impor limites e ao 
mesmo tempo transmitir afeto, apresentando que os pais devem educar os filhos, 
atribuir valores, princípios, apoiando-os e os orientando nas diversas situações 
que enfrentará no decorrer da vida. A família tem o dever de propiciar à criança 
quesitos essenciais para seu crescimento, sua saúde e sua formação. Assim, é 
essencial que, para a criança ter um excelente desenvolvimento, tenha limites. 
Isso mesmo, limites. Todo indivíduo necessita de limites, e abordaremos sobre 
a importância de impor limites com carinho.
Em seguida, apresentaremos a importância e os cuidados com as amizades, 
assim como as influências que elas podem ter na formação da criança. Observar 
e orientar sobre as amizades faz parte da função da família, mas que também 
pode ser alertada na escola, afinal, muitas amizades iniciam-se na escola. Por 
isso, não podemos deixar que as más companhias interfiram no desempenho 
e na formação do indivíduo. Deste modo, a afetividade contribuirá para que as 
orientações ocorram de forma sábia e com cautela. 
Para finalizarmos nossos estudos, apresentaremos a relação entre família e 
escola, discorrendo sobre os papéis nas relações de afeto, cada um realizando sua 
função, mas juntos contribuindo para a formação da criança. Assim, o afeto fará 
diferença não somente na família ou somente na escola, mas sim nos diversos 
ambientes no qual a criança está inserida, refletindo nas atitudes e na formação 
da criança. Vamos aprofundar nossos estudos?
Pós-Universo 6
LIMITES E 
AFETIVIDADE
Pós-Universo 7
Limites! Todas as pessoas devem ter limites, e a nossa vida diária está rodeada de 
questões que impõem limites, como: de velocidade, de espaço, nos diversos ambientes 
(escola, igreja, supermercado, lojas etc.), horário, limite mínimo de altura ou de idade 
para certos brinquedos, na compra de produtos em promoção, enfim, o limite faz 
parte do nosso cotidiano. Constantemente, escutamos a frase “Superar limites”, mas 
devemos superá-los quando algo nos impede de buscar o melhor. Por exemplo, a 
pessoa com deficiência física e que conhece suas limitações poderá encontrar soluções 
e meios para superá-las, tornando-se uma pessoa realizada. O tipo de limite sobre 
o qual discorreremos é voltada à educação do indivíduo. Assim, a seguir, faremos 
apontamentos que levarão à reflexão, essenciais para que desenvolva suas próprias 
ideias sobre o assunto.
Limite Familiar
Muitos já ouviram: “Aquela criança não tem limite”, “Se fosse meu filho, entraria na linha”. 
São algumas frases comuns que ouvimos, não é mesmo? Inclusive, de professores, 
que em vez de contribuir alertando, orientando e encaminhando os pais à ajuda 
especializada, quando necessário, rotula a criança e acusa a família do erro. Neste 
momento, não enfatizaremos as questões de limites na escola, mas sim a importância 
dos limites estipulados pela família.
O processo de educar, na família, ocorre desde o início da existência de um 
indivíduo até o fim da vida. Não nascemos sabendo tudo e continuaremos não 
sabendo tudo no decorrer da vida, todavia aprendemos a cada dia algo novo, e 
isso sim contribui para a nossa formação pessoal, intelectual, afetiva e profissional. 
A aprendizagem é algo maravilhoso, magnífico, em que conseguimos desenvolver 
novas habilidades e competências no decorrer da vida. E aprender nem sempre é 
uma tarefa fácil, no entanto, é fundamental para adquirimos novos conhecimentos. 
Engana-se quem acha que a aprendizagem ocorre apenas na escola, aprender faz 
parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, entretanto cada um na sua 
função. Assim, a família tem papel fundamental no processo de aprendizagem.
Pós-Universo 8
 A educação familiar é a base para que as demais áreas fluam da melhor maneira 
possível, por isso, é fundamental que a família seja firme e amável, com o intuito de 
ensinar de forma enriquecedora para o futuro do indivíduo. Não existe manual com 
passo a passo sobre como criar filhos, pois cada ser é único, e na mesma família existem 
pessoas diferentes, pensamentos e opiniões variadas, mas que recebem a mesma 
base de princípios, regras, combinados, podendo variar a maneira de como ensinar 
cada um. Assim, manual não existe, existem, no entanto, inúmeros estudos que nos 
ajudam a compreender o desenvolvimento e garantem um apoio para descobrir 
a necessidade de cada ser, podendo ajudá-lo de acordo com suas facilidades e 
dificuldades. Conforme especificado, mesmo que a maneira de se chegar ao resultado 
seja diferente para cada indivíduo, os princípios, os valores, as regras devem ser as 
mesmas para todos que fazem parte da família.
Sabemos que cada família tem sua rotina, suas crenças e seus valores, ocorrendo 
diferença apenas na organização de cada uma, porém alguns quesitos fundamentais 
para a convivência em sociedade deveriam ser unânimes neste processo da rotina 
familiar, como: respeito ao próximo, compaixão e ética. São questões que se aprende 
no âmbito familiar e que farão com que a sociedade seja mais justa. Por isso, e por 
muitos outros motivos é essencial que a família imponha limites, com muito amor 
e carinho. Segundo Pereira, Furtado e Stumvoll (2009, p. 18) “O sistema familiar com 
normas e regras claras cria um ambiente de convívio respeitoso e leal, de carinho, 
cuidado e proteção entre pais e filhos”.
Muitas mudanças ocorreram e ocorrem na família, refletem na sociedade e a 
sociedade reflete na família. Para desempenhar opapel da família é essencial que 
esta imponha limites e regras que contribuirão imensamente com a formação da 
criança. Para Pereira, Furtado e Stumvoll (2009):
 “
A função da família está embasada nos aspectos biológicos, psicológicos 
e sociais. A função biológica se relaciona ampla com sobrevivência do 
indivíduo, no sentido nutricional e de condição ambiental. A função psíquica 
deve promover a saúde emocional de seus membros, possibilitando o 
desenvolvimento do sentimento de pertencimento para posterior separação 
e individuação, com a criação de sua identidade como indivíduo pertencente 
a diversos grupos. A função social deve apresentar a sociedade com suas 
normas e regras, como no sistema familiar, para o desenvolvimento e exercício 
da cidadania (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 18).
Pós-Universo 9
Assim, a família é responsável para que os aspectos ocorram da melhor maneira 
possível. Para isso, é importante enfatizar que cada indivíduo tem seu papel na família 
e cada um deverá desempenhar sua função, a fim de que juntos consigam conviver 
em harmonia, respeitando as regras estabelecidas. Pereira, Furtado e Stumvoll (2009) 
complementam:
 “
Exercer esses papéis significa que há regras de um subsistema, estabelecidas 
pelas fronteiras do subsistema. As fronteiras são as regras de um subsistema, 
com a definição dos papéis dos membros, ou seja, quem participa e como 
participa. Fronteiras nítidas estabelecem um funcionamento adequado na 
família (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 18).
Para as autoras, as regras devem ser delineadas com responsabilidade e autoridade. 
Assim, a família deve ter clareza na comunicação para que todos desempenhem 
seu papel, e os pais são os responsáveis por liderar estes aspectos. Quando não há 
comunicação adequada e firmeza nas decisões, prevalecem as dificuldades nas 
relações e na compreensão dos limites.
 “
Nas famílias com fronteiras difusas, as mensagens entre pais e filhos são falhas 
e confusas, havendo dificuldade de diferenciação dos membros. Os filhos, 
privados da autoridade e da voz firme dos pais, sentem-se desprotegidos e 
desencorajados a desenvolver sua autonomia. No lado oposto ao das famílias 
emaranhadas, com fronteiras difusas, encontramos as famílias desligadas, 
com fronteiras rígidas. A fronteira é rígida quando a comunicação é difícil e 
a função protetora da família é prejudicada. [...] Nessas famílias observamos 
pais desligados, que interagem pouco cm seus filhos, desconhecem a rotina 
destes, não sabem quem são seus amigos, que lugares frequentam e como 
está o desenvolvimento escolar (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 
18-19).
Pós-Universo 10
Como percebemos, a família deve impor limites aos filhos, acompanhar as amizades, 
observar e orientar sobre atitudes e expor rotina à criança para que ela assimile seu 
papel e compreenda a importância de questões essenciais à sua formação. São 
questões que podem influenciar na vida pessoal, social, escolar e, futuramente, 
profissional. Ter horário para as tarefas diárias (higiene, escola, atividades extraescolares, 
comer, dormir, passear, ajudar em casa etc.) contribuem para a rotina e organização 
da criança e família. Por exemplo: criança que dorme na hora que quer poderá sofrer 
consequências na escola por não acompanhar o raciocínio devido, ficando disperso 
em sala de aula. Deste modo, é importante que a criança tenha horário para as 
atividades diárias e que saiba as regras e os combinados.
Promover momentos de comunicação faz a família superar as dificuldades, ficando 
as regras e os limites claros. É essencial que, ao apresentar as opiniões, os pais saibam 
discernir o que é melhor para o filho, tendo o bom senso ao dizer sim e não. Muitas 
vezes, a família protetora não permite algo que o filho poderia fazer sozinho, por outro 
lado, há famílias permissivas que não se importam com o que ele faz, desde que faça 
sozinho. É fundamental que as famílias tenham o bom senso na educação dos filhos, 
buscando a cada dia melhorar. Todos erram, mas o importante é buscar dar limites aos 
filhos enquanto ainda estão inseridos na rotina familiar. Para garantir uma convivência 
saudável, é importante que haja flexibilização dos diferentes interesses, acordos 
maleáveis, estabelecimento de regras e de limites de convivência e a possibilidade 
de uma comunicação clara e adequada (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 25). 
A falta de limites é visível nas atitudes das crianças, dos adolescentes e até mesmo 
dos adultos que, por algum motivo, não receberam a devida atenção quanto aos limites 
que devem prevalecer. Impor limites de maneira afetiva é proporcionar educação 
plausível, em que os filhos aprendem a respeitar ao próximo, a ter compaixão e 
ética. São questões que interferirão por toda a vida, em todos os ambientes em que 
estiverem inseridos. Para Rossini (2004, p. 23) “Devemos mostrar que limite não é 
castigo. É ensinar que as pessoas não podem nem são capazes de fazer tudo que 
querem”. Acredito que todos têm capacidades, mas nem todas as coisas convém. 
Mas, Rossini (2004, p. 22) orienta aos pais afirmando: [...] “Dê qualidade ao tempo que 
você dedica a seus filhos. Mesmo não sendo tarefa das mais agradáveis, estabelecer 
limites para as crianças é fundamental para que elas alcancem um desenvolvimento 
sadio e equilibrado”.
Pós-Universo 11
A criança necessita de limites. Para Parolin (2006, p. 46), “É tão importante para 
uma criança ouvir um sim, quanto um não. Ao contrário do que muitos pais pensam, 
sentir a frustação de não ter atendido um desejo seu também educa.” Para a autora, a 
criança aprende muito ao receber um não verdadeiro e bem explicado. E Parolin (2006, 
p. 46) acrescenta, ainda, que “O não nos dá limites, parâmetros, linha de raciocínio, 
redimensionamento. Geralmente paramos para pensar quando recebemos um não”. 
Por isso, limites são importantes para não haver frustações, para a criança perceber 
seu papel na sociedade, desenvolver-se, significativamente, conseguir relacionar-
se sabendo que cada um possui suas individualidades, respeitando as opiniões e 
sabendo valorizar os princípios ensinados. 
Limites na Escola
As atitudes, no ambiente escolar, são reflexos das convivências no ambiente familiar. Na 
escola, cada criança apresenta um comportamento diferente, com opiniões variadas, 
valores e princípios distintos. E o professor convive, durante todo o ano, com turmas 
formadas por estas crianças. É um ambiente riquíssimo, em que podemos explorar 
as mais variadas formas de estímulos, habilidades e competências, com o intuito de 
proporcionar educação de qualidade. Os limites que as crianças recebem em casa 
influenciam na convivência na escola. Quando as crianças fazem o que querem em 
casa, vão se deparar com muitas dificuldades ao percebererem que na escola há 
regras a serem seguidas.
 “
É preciso acostumar nossas crianças a cumprir regras simples, dentro de um 
modelo bem planejado, sem exageros, mas que permita à criança exercitar-
se e adquirir condições de preparar-se para a realidade – os muitos “nãos” 
que com certeza a vida vai-lhe mostrar, as muitas regras que vai encontrar 
(ROSSINI, 2004, p. 25).
Pós-Universo 12
Na escola devem-se impor limites sim, e a equipe pedagógica deverá proporcionar 
isso aos alunos. Assim como na família, é necessário manter o bom senso e mediar o 
processo com cautela, atenção e afetividade. O cuidado na escola deve ser redobrado, 
pois além dos limites da escola, iremos nos deparar com a falta de limites do ambiente 
familiar, neste caso, os professores serão as principais referências dos alunos. Quando a 
escola demonstra uma atitude diferenciada, sendo firme nas regras e nos combinados, 
inicialmente, a criança terá dificuldades, mas, com o tempo e com a persistência, 
conseguirá adequar-se às normas que devem ser seguidas. 
Os limites têm a função de estabelecer fronteiras, fundamentais para a definição 
de papéise a organização de responsabilidades. Os limites promovem segurança 
e proteção. Os conflitos, por sua vez, fazem parte do sistema familiar e não devem 
ser negados, podendo ser utilizados para o crescimento e o aprendizado de novas 
experiências (PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 25).
O trabalho não é uma tarefa fácil para a família e para a escola, mas possível, por 
isso o professor deve-se ter paciência, amor, carinho e muita vontade para ajudar cada 
criança nas suas dificuldades, proporcionando bem-estar. É preciso banir a ideia de 
que somente a escola deve educar, ao contrário, a educação deve ocorrer em ambos 
os lugares, mas a escola tem a função de contribuir com a formação, proporcionando 
o conhecimento científico por meio das próprias vivências dos alunos. Porém vale 
ressaltar que a responsabilidade na formação de caráter e personalidade é da família. 
López (2004, p. 135) complementa que “[...] fatores externos à escola, mas que também 
influem nela e nas atitudes dos alunos em face de suas aprendizagens, são a família, 
a classe social e a cultura em que o aluno se desenvolve”. Assim, é fundamental que 
a família esteja presente no cotidiano escolar, observando mudanças e orientando 
no que for necessário para o desenvolvimento.
 “
A criança e o adolescente, guardadas as devidas proporções com relação às 
diferenças de idade, devem receber regras claras e firmes, conscientes de 
que é para seu próprio bem. É preciso mostrar que para tudo existem regras 
e que elas são feitas e devem ser cumpridas para nossa própria proteção 
(ROSSINI, 2004, p. 25).
A maneira como serão inseridas as regras e os combinados será fundamental para 
que a criança compreenda seu papel no ambiente escolar. Por isso, a escola também 
deve ter comunicação adequada, ampliando a relação entre aluno, professor e família 
para que juntos consigam excelentes resultados. É fundamental que a inserção de 
limites ocorra de maneira afetiva, com dedicação e paciência.
Pós-Universo 13
AMIZADES: 
IMPORTÂNCIA E 
CUIDADOS
Pós-Universo 14
Amizade. Com é bom ter amigos, não é? No ambiente escolar é o lugar ideal para 
fazer novas amizades. Já ouviu alguém dizer: “O fulano tem que entrar na escola para 
conseguir se relacionar, fazer novos amigos”? Então, é uma frase comum quando 
percebemos que uma criança é muito apegada à mãe e não aceita se relacionar 
com outras pessoas. Por estar o tempo todo com a mãe a tê-la como referência, esta 
é uma atitude normal. Por isso, a escola é o lugar onde construímos novas relações 
e novas amizades, pois é o ambiente em que a criança permanece por mais tempo 
além da sua casa. Assim, falaremos a seguir sobre a importância das amizades, mas 
também dos cuidados com as amizades e como elas podem influenciar na formação 
da criança. 
Importância das Amizades
Todo indivíduo tem direito a ter amigos, e esta relação de amizade contribui para 
a formação do indivíduo, positiva ou negativamente. Mas a relação de amizade é 
essencial. Durante o processo de formação, as relações são essenciais, contribuem 
para momentos de prazer, alegria, entusiasmo, assim como aprender a conviver 
com outras pessoas, respeitar as diferenças, realizar trocas que enriquecem, ou não, 
o desenvolvimento do indivíduo. Segundo Lopes (2017,on-line)1,
 “
a amizade tem um papel muito importante na vida das pessoas, são laços de 
afeto que nos sustentam a vida inteira. Laços estes que nos permitem conforto 
nos momentos tristes, dividindo nossas alegrias, aprendendo o sentido de 
cooperação, lealdade e solidariedade. A infância é um momento no qual isso 
pode ser descoberto, através das brincadeiras de bonecas, pega-pega, jogos 
de vôlei, futebol (LOPES, 2017, on-line)1.
Lopes (2017) ainda complementa os benefícios das relações afetivas de amizade.
 “
Essas relações proporcionam à criança a descoberta de muitos aspectos 
sobre a convivência em grupo, como por exemplo, a percepção de estar 
junto com o outro, o respeito e a questão do limite, uma vez que para se 
relacionar é necessário seguir algumas regras. O relacionamento nessa fase 
é um aprendizado, pois a criança adquire um conhecimento melhor de si 
mesma e do mundo. É um aprendizado construído na proporção que a criança 
amadurece (LOPES, 2017, on-line)1.
Pós-Universo 15
Ao nascer, as relações afetivas ocorrem apenas no ambiente familiar, em que a família 
cuida, acalma, alimenta e proporciona momentos únicos à criança. Com o passar do 
tempo, os estímulos podem variar de acordo com cada família. Alguns estimulam mais, 
outros menos e também há os que não estimulam. Os estímulos são essenciais para 
o desenvolvimento do indivíduo, por isso, inicialmente, depende apenas da família. 
Ela, que é superprotetora, fica sempre sondando as novas amizades, protegendo e 
intervindo em possíveis desentendimentos. Para pais omissos, a criança não é orientada 
sobre como conviver com o próximo, mas há também a família que consegue mediar 
o desenvolvimento da criança, incentiva novas relações de amizade, deixando que 
aprenda a criar novas amizades com autonomia.
Quando a criança inicia sua jornada escolar, consegue criar vínculos de amizades 
sem a intervenção da família, isto é, as amizades são conquistadas por mérito próprio. 
A amizade é conquistada e permanece fiel pela afinidade e cumplicidade entre ambas 
as partes. Ainda pequenos, suas amizades são sinceras, demostram e descrevem os 
amigos da escola ao detalhar para a família. Assim, as relações são essenciais para o 
desenvolvimento da criança, contribuindo para o incentivo, troca de experiências, 
para alertar um ao outro, ajudar, respeitar e para demonstrar que os ensinamentos 
familiares fazem diferença.
As amizades podem interferir no processo de ensino e aprendizagem quando 
colegas influenciam com más atitudes, intervindo no desenvolvimento da criança. 
Este tipo de amizade, desde os pequenos, dependendo dos limites impostos à criança, 
acaba influenciando negativamente. Por exemplo, aquela criança que não tem limite 
em casa, no momento em que professor solicita que não corra na sala de aula, poderá 
encontrar aliados que o deixem mais forte, ou seja, influenciam outros colegas a 
correrem na sala para enfrentarem o professor. Pode parecer um exemplo tolo, mas 
é real e nos faz perceber o quanto as amizades podem influenciar em qualquer faixa 
etária. Assim, percebemos que as amizades e os limites devem caminhar juntos 
para que prevaleçam as relações afetivas de amizade positivas. Então, vale ressaltar 
a importância de impor limites para que as amizades tenham o papel de caráter 
positivo, influenciando e enriquecendo as novas descobertas.
Pós-Universo 16
 “
Limites são regras, combinações, atitudes que determinam aquilo que se 
pode ou não fazer, incluindo o reconhecimento de que nossos atos têm 
consequências. Sabemos que respeitar regras é a base para uma vida em 
sociedade e que a pessoa sem limites em suas ações apresentará importante 
dificuldade para viver em grupo. Para muitos, o conflito é tão regressivo que 
a pessoa não percebe onde está seu limite e onde começam o outro e seu 
espaço (FRANARIN, FURTADO, 2009, p. 39).
Em suma, a amizade é fundamental para que o indivíduo estabeleça relações afetivas 
além das que têm no ambiente familiar, como forma de enriquecer os laços afetivos, 
contribuir para as trocas de conhecimentos, de valores, aprendendo a respeitar 
as individualidades e ter incentivo para buscar novos conhecimentos, tornando 
o ambiente escolar prazeroso e alegre. Seria perfeito se as relações de amizade 
ocorressem apenas de forma positiva, mas, infelizmente, outras influências familiares 
negativas também fazem parte do processo de formação do indivíduo.
Cuidados e as Amizades
Diante das dificuldades do mundo atual, relacionadas à falta de limite e de afeto, é 
visível que quando não ocorre a base familiar na educação, as dificuldades aumentam. 
Temos que lidar com o desrespeitode muitos, mas também de amigos que influenciam 
na vida do indivíduo. A gravidade de más influências aumenta conforme a faixa 
etária em que a criança se encontra. Quanto mais idade, maiores as dificuldades, 
incertezas que podem ser supridas com novas amizades, boas e/ou más influências, 
mas que aliviam momentos que podem parecer sem solução. Esta necessidade de 
amizade, muitas vezes, ocorrem pela omissão dos pais, por não perceberem que o 
filho apresenta alguma dificuldade.
Ao refletirmos sobre a influência da amizade, temos que pensar que as consideradas 
más companhias são frutos da desestrutura familiar, ocasionada por diversos motivos, 
desde a rejeição até mesmo a falta de limites. Para Franarin e Furtado (2009, p. 39) “A 
falta de limites ocorre em diferentes etapas da vida e em todas as camadas sociais”. 
Isto é, não importando a classe social, pode ocorrer a falta de limites, o que influencia 
nas amizades.
Pós-Universo 17
 “
A permissividade dos familiares, sem a devida colocação de limites, favorece a 
manutenção de comportamentos regredidos na criança, incapaz de conviver 
com as perdas e frustações, o que não favorece o seu desenvolvimento 
emocional e não auxilia no estabelecimento de uma homeostase 
comportamental. A crença de que tudo pode e a qualquer momento, e que 
o mundo deve funcionar ao seu modo, acompanhará essa criança nos seus 
próximos anos, acentuando a sua dificuldade em conviver tanto com regras 
escolares quanto sociais. A impulsividade segue aumentando, explicitada por 
respostas automáticas e agressividade sem controle diante das frustações 
banais. Isso poderá gerar um círculo vicioso, uma vez que colegas e professores 
reagirão desfavoravelmente a essa criança, que será vista como inoportuna 
ou perturbadora da ordem mais saudável dos acontecimentos (CYPEL, 2006, 
p. 384 apud FRANARIN; FURTADO, 2009, p. 45).
Diante do exposto, percebemos o quanto as relações afetivas são importantes para 
que o indivíduo consiga desenvolver relações saudáveis e amizades verdadeiras que 
contribuam com sua formação. 
 “
E as famílias, o que lhes cabe fazer? Acredito na importância do monitoramento 
dos filhos. Isso significa estar junto dos filhos, conhecê-los, identificar 
sentimentos manifestados por eles, quando estão bem e quando não estão, 
entender a fase em que se encontram e exigir aquilo que eles podem fazer, sem 
transformá-los em algo que os pais gostariam que fossem. [...] É importante 
dar suporte, acompanhá-los nesse trânsito de cobrança, compromissos, 
comparações, que já acontecem naturalmente no grupo de amigos (FRANARIN; 
FURTADO, 2009, p. 46).
Por isso, é essencial que a família tenha o acompanhamento nos diversos aspectos 
de desenvolvimento, monitore as amizades, aconselhe, comunicando e mantendo 
uma relação afetiva de trocas, em que o indivíduo sinta segurança e confiança na 
família, para aprender lidar com as adversidades, observar qualquer mudança de 
atitude, conversar sobre como foi a rotina, alertar sobre perigos, enfim, ter uma 
relação saudável.
Pós-Universo 18
Pereira, Furtado e Stumvoll (2009) enfatizam e complementam sobre a dificuldade 
dos pais em impor limites, mas também aconselham:
 “
Muitos são os motivos: culpa, insegurança, indefinição de papéis, vida agitada, 
excesso de compromissos, influência dos amigos e dos meios de comunicação. 
Os pais necessitam confiar no papel de autoridade e cumprir a função parental 
de forma firme e comprometida com o desenvolvimento saudável dos filhos. 
Estabelecer limites significa amar os filhos. Com frequência, os pais também 
ficam confusos e inseguros. Não sabem como orientar o filho, o que proibir ou 
permitir. [...] Muitas vezes, conversar com os filhos a respeito de suas dúvidas 
e tomar decisões compartilhadas com eles une e promove o crescimento 
(PEREIRA; FURTADO; STUMVOLL, 2009, p. 27).
Em suma, cada ser é influenciado pelo meio em que vive, por isso, a base familiar deve 
ser valorizada ao se atribuir funções para cada membro da família, conversar, respeitar 
e atribuir valores e princípios. É evidente que, com limites, a criança conquistará 
excelentes amizades, essenciais para compartilhar ensinamentos e, consequentemente, 
contribuindo para uma sociedade melhor. Assim, as amizades são importantes e 
contribuem para a formação do indivíduo, por isso, a família deve estar atenta às 
amizades dos seus filhos.
É dever dos pais, da família, acompanhar as amizades dos filhos, mesmo que 
as amizades ocorram no ambiente escolar. Mas nada impede que os pais 
sejam alertados quanto às amizades que prejudiquem o desenvolvimento 
do aluno.
Fonte: a autora.
atenção
Pós-Universo 19
RELAÇÃO FAMÍLIA 
E ESCOLA
Pós-Universo 20
A família é a base fundamental para a formação da criança. Por outro lado, temos 
a escola que dará subsídios para complementar a formação com o conhecimento 
científico. Para que ocorra a aprendizagem significativa da criança, é essencial que seja 
valorizado o seu conhecimento prévio, suas vivências. Se para a educação escolar é 
importante a valorização do senso comum, então, a influência da família é fundamental 
para que ocorra a aprendizagem. Deste modo, a escola precisa da família, e a família 
da escola. Assim, ambos devem ter uma relação de parceria em busca do mesmo 
objetivo.
Família, Escola e Afetividade
Formar um indivíduo capaz de relacionar-se, criativo, cidadão, que saiba respeitar as 
individualidades, que seja crítico, valorize a família e os ensinamentos, que continue 
sempre buscando novos conhecimentos, capacitações, aprimorando a cada dia suas 
capacidades, são alguns aspectos que desejamos desenvolver com mais frequência no 
mundo atual. Para que isso ocorra realmente, é fundamental a relação entre família e 
escola para que desenvolvam seus papéis nas relações de afeto, cada um realizando 
sua função, mas juntos contribuindo para a formação da criança. Assim, o afeto fará 
diferença não somente na família ou somente na escola, mas sim fará diferença 
nos diversos ambientes ao qual a criança está inserida, refletindo nas atitudes e na 
formação da criança.
Baseado no ECA – Estatuto da criança e do adolescente, no capítulo IV, Do Direito 
à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer:
 “
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias 
escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
Pós-Universo 21
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais 
(BRASIL, 2010, p. 1056).
Reforçamos a ideia de que a criança tem o direito à educação de qualidade, e que é 
dever da família matricular a criança em uma escola, garantindo um dos seus direitos, 
que é a educação. É importante enfatizar o Parágrafo único do artigo 53 do ECA: “É 
direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como 
participar da definição das propostas educacionais” (BRASIL, 2010, p. 1056). Para que a 
família tenha ciência do processo pedagógico, é importante que tenha contato com a 
escola, participando intensamente do processo de ensino e aprendizagem da criança, 
com o intuito de alertar a escola sobre qualquer dificuldade da criança. Mas também 
é dever da escola alertar aos pais das dificuldades enfrentadas dentro do ambiente 
escolar. A intenção desse conhecimento da família nas questões pedagógicas é 
verificar a evolução do aluno e intervir quando necessário. 
Especificamos que a família depende dos ensinamentos da escola, masque a 
escola necessita do apoio da família, para que a aprendizagem ocorra de maneira 
significativa. Chalita (2001, p. 17 e 18) enfatiza que,
 “
Por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados que estejam seus 
professores, nunca vai suprir a carência por uma família ausente. Pai, mãe, 
avó ou avô, tios, quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da 
criança deve dela participar efetivamente sob pena de a escola não conseguir 
atingir seu objetivo (CHALITA, 2001, p. 17 e 18).
Chalita (2001) fala claramente sobre a importância da afetividade e a falta que essa 
faz no desenvolvimento da criança. E sim, a falta de afeto dos pais e a omissão da 
família na escola refletem no desenvolvimento do aluno. O autor complementa:
 “
Educação é afeto! O ato de educar não pode ser visto apenas como depositar 
informações nem transmitir conhecimentos. Há muitas formas de transmissão 
de conhecimento, mas o ato de educar só se dá com afeto, só se completa 
com amor (CHALITA, 2001, p. 11).
Pós-Universo 22
A afetividade é essencial para que a educação ocorra de maneira significativa. Criança 
feliz realiza atividades e brinca com alegria. Deste modo a aprendizagem torna-se 
mais atrativa e interessante. O ambiente feliz nos faz querer permanecer nele, por 
isso, os dois principais ambientes que não podem faltar à afetividade são: a escola e 
sua casa. Tanto a família quanto a escola influenciam na formação do indivíduo, mas 
é importante lembrar que cada um na sua função. A escola não tem a obrigação de 
suprir a falta que a família faz, mas poderá contribuir ao realizar sua parte, alertando aos 
pais e buscando soluções que possam contribuir para que a criança sinta-se acolhida 
na escola e a motivando a se interessar por novas descobertas, novos conhecimentos.
A relação entre professor e aluno contribuirá para que o ambiente escolar torne-
se atrativo, significativo, em que o aluno perceberá o contexto em que está inserido 
e se sentirá seguro para realizar as trocas de experiências, questionar e aprimorar 
conhecimentos.
Sobre a afetividade do educador, Tassoni (2008, p. 69) cita Marchand apud Almeida 
(1997, p. 16) “... sustenta que a criança e o professor compõem [...] um par educativo 
que desde o primeiro contato escolar, transforma-se também em par afetivo, cuja 
harmonia ou desacordo leva o ensino para os numerosos (des) caminhos possíveis”. 
E Tassoni (2008, p. 69) complementa que “Ter consciência de que a relação professor-
aluno é permeada pela afetividade é urgente e necessário. A Educação pressupõe 
uma ação interativa, que envolve ambos, em toda sua complexidade”.
Quando a criança recebe a afetividade em casa, e não recebe na escola, ela também 
dará indícios do que está acontecendo, recusando-se a ir à escola, regredindo no 
desenvolvimento, enfim, sinalizações que podem ser perceptivas por pais atentos. 
Por isso, o olhar atento dos pais nas possíveis mudanças dos filhos. Para Rossini (2004, 
p. 15-16), 
 “
a falta de afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de motivação para 
a aprendizagem, à ausência da vontade de crescer. Portanto, uma das nossas 
máximas é: Aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, 
prazeroso. 
Por que a afetividade? Porque é a base da vida. Se o ser humano não está bem 
afetivamente, sua ação como ser social estará comprometido, sem expressão, 
sem força, sem vitalidade. Isto vale para qualquer área da atividade humana, 
independentemente de idade, sexo, cultura (ROSSINI, 2004, p. 15-16).
Pós-Universo 23
Os conflitos existem tanto no ambiente familiar quanto no escolar, mas de maneira 
afetiva, com muita paciência e amor, conseguirão superar as dificuldades e buscarão 
apoio necessário para ajudar a superar os desafios diários. Para isso, é essencial que 
a relação entre aluno e professor, família e escola enriqueçam o processo educativo, 
proporcionando um desenvolvimento significativo e de qualidade.
Tecnologia e o Papel da Família e da 
Escola
São inúmeras as questões que podem interferir nas relações afetivas, dentre elas, a 
tecnologia. Ao mesmo tempo em que a tecnologia surge para facilitar a vida do ser 
humano, se não utilizada com sabedoria, poderá prejudicar as relações familiares 
e escolares. Tudo em excesso é prejudicial, por isso, o uso das tecnologias deve ser 
balanceado pela família e até mesmo pela escola.
Atualmente, quem não está envolvido com o mundo tecnológico? Há muitos 
benefícios que facilitam nossa vida, mas também há os malefícios, entre eles afetar 
as relações afetivas, que é o nosso tema principal, ao não se ponderar a utilização 
destes meios tecnológicos. Ao especificarmos a importância de impor limites, não 
podemos deixar de mencionar as tecnologias. Hoje em dia, desde a criança pequena 
tem desenvoltura para manusear um celular, tablets, iphone etc., mas não desenvolve 
habilidades, como correr, pular, escorregar, andar de bicicleta. A coordenação motora 
ampla, muitas vezes, é comprometida por falta de estímulos. Em vez de brincar, os 
pais deixam os filhos assistindo à TV, brincando no celular como forma de mantê-
los quietos, mas não sabem da importância de estímulos com atividades diárias 
que envolvem materiais concretos e atividades mais ativas, por exemplo, jogar bola, 
brincar de carrinho, de pega-pega, de esconde-esconde entre inúmeras brincadeiras 
que contribuirão para o seu desenvolvimento.
 “
Vivencia uma realidade em que as crianças nascem e crescem manuseando 
as tecnologias que estão ao seu alcance. [...] A era da informação é fruto do 
avanço das novas tecnologias que estocam, de forma prática, o conhecimento 
e gigantescos volumes de informações. [...] Estas novas tecnologias permitem-
nos acessar não apenas conhecimentos transmitidos por palavras, mas também 
por imagens, sons, vídeos, dentre outros (VIANA, 2004, p. 11-12). 
Pós-Universo 24
Os prejuízos pela falta de limite com o mundo tecnológico são muitos, por isso, é 
importante que o papel da família e da escola sejam claros para as crianças. Ambos 
mediarão um processo que poderá ser afetado, se não for explorado moderadamente. 
O uso das tecnologias deve sim ocorrer tanto no ambiente escolar quanto no familiar, 
pois garantem também importantes momentos de aprendizagem. Entretanto não 
se pode esquecer-se de moderar este acesso e monitorar o que fazem.
Limitar é amar, é garantir que a criança tenha outros meios de aprendizagem, 
aprendendo a conviver, a conversar, ser gentil e educada, construindo relações de 
amizade e convivência, que contribuirão para sua formação. É comum encontrarmos, 
nos restaurantes, famílias reunidas à mesa, mas cada um interagindo com seu celular, 
não interagir entre si, não conseguem ficar muito tempo sem olhar no celular nem 
mesmo conseguem olhar um para o outro. Mas também é comum encontrarmos 
professores que colocam filmes e desenhos como forma de passar o tempo, para 
deixar que as crianças fiquem quietas e mais calmas. Os exemplos citados ocorrem 
com frequência, e torno dizer que as tecnologias são importantes e podem ser 
exploradas como complemento na aprendizagem, no entanto não podemos deixar 
que interfiram na comunicação e no desenvolvimento.
A escola poderá tornar o ambiente atrativo e, para isso, a equipe pedagógica deve 
estar disposta a desenvolver um trabalho criativo com muito amor e carinho, às vezes, 
a escola deverá alertar os pais sobre a importância de impor limites, apresentar rotina 
à criança, dar autonomia para realização de tarefas coniventes com a faixa etária, 
enfim, questões relevantes contribuintes para o processo de ensino e aprendizagem.
Em suma, desenvolver um trabalho de qualidade não é fácil, assim como não é 
fácil manter a relação entre escola e família. Precisamos lembrar que cada criança 
tem seus valores, suas crenças, seus costumes, suas individualidades baseadas no 
contexto familiar, e que a escola tem responsabilidades com a criança em buscaro 
melhor desenvolvimento, garantindo a educação de qualidade. O professor deverá 
buscar meios que levem à aprendizagem real, com muita paciência, muito amor e 
carinho, não permitindo que as dificuldades diárias abalem os objetivos que pretende 
alcançar, para que cada um desenvolva seu papel, garantindo um futuro promissor 
para a criança e educação de qualidade.
Pós-Universo 25
Que tipo de comunicação e relação afetiva estamos tendo nos dias atuais? 
Será que estamos fazendo nosso papel com qualidade? Será que estamos 
deixando as tecnologias afetarem as relações afetivas com as crianças? O 
que podemos fazer para mudar isso?
Fonte: a autora. 
reflita
atividades de estudo
1. Na primeira aula, discutimos que a aprendizagem é algo maravilhoso, magnífico, com 
que conseguimos desenvolver novas habilidades e competências no decorrer da 
vida. E aprender nem sempre é uma tarefa fácil, mas é fundamental para adquirimos 
novos conhecimentos. Sobre a aprendizagem, assinale a alternativa correta:
a) A aprendizagem ocorre apenas na escola.
b) Aprender faz parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, mas cada 
um com sua função. 
c) A aprendizagem ocorre apenas no âmbito familiar.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
2. Na segunda aula, falamos sobre a importância de impor limites. Assinale a alternativa 
correta em relação a eles:
a) Limites não devem ser inseridos na família, pois a criança deve superar limites.
b) Impor limites é papel da escola, colocando regras, e não da família.
c) Impor limites contribui com a formação do indivíduo.
d) A criança deve aprender sobre limites na escola, pois em casa deve fazer o que 
quer para se sentir acolhida.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. A tecnologia deve ser contribuinte no processo de ensino e aprendizagem, porém 
muitas vezes, prejudicam as relações afetivas. Assim, assinale a alternativa correta:
a) Os pais não devem limitar o uso das tecnologias, pois garantem amplitude de 
informações.
b) A escola não deve limitar o uso das tecnologias, pois a tarefa é da família.
c) O uso exagerado das tecnologias não afeta o desenvolvimento.
d) O uso da tecnologia deve ser moderado, sendo colocado limites.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
resumo
Ao finalizarmos este estudo, percebemos a importância e a necessidade de impor limites de 
maneira afetiva, com muito amor e carinho, apresentando que a responsabilidade na formação 
de caráter, personalidade, atribuição de valores, princípios são quesitos que cabem à família. 
Discutimos sobre a necessidade de a família ter comunicação saudável, de deixar claro o papel 
exercido no meio em que vive, garantindo momentos importantes de interação e relação afetiva, 
assim como o apoio e a orientação nas mais variadas situações que o indivíduo deverá enfrentar. 
Enfatizamos que dar limites é fundamental para a formação da criança, ao se criando rotinas e 
construir uma relação de confiança e autonomia.
Enfatizamos, também, sobre a importância do convívio e das relações de amizade, como quesito 
essencial para estimular a criança na busca por novas conquistas e novos conhecimentos. Vimos o 
quanto é fundamental a amizade, inclusive, no contexto escolar, contribuindo para a formação do 
indivíduo. Também especificamos sobre os cuidados que a família deve ter ao lidar com situações 
de amizade, e que as más companhias podem ser reflexo da desestrutura familiar, a qual poderá 
influenciar com atitudes inadequadas. Para isso, são necessárias observação e atenção dos pais 
para que consigam acompanhar as relações dos filhos e não influenciem no desenvolvimento 
de maneira negativa.
Finalmente, discorremos sobre a relação entre família e escola, sobre os papéis que devem 
desempenhar nas relações de afeto para que ambos contribuam para a formação da criança. Assim, 
as relações afetivas no ambiente escolar e familiar refletirão nas atitudes e no desenvolvimento. 
A inserção do mundo tecnológico precisa ser balanceada pela família e pela escola a fim de 
buscarem novos conhecimentos, explorando outros meios além do tecnológico. Assim, a intenção 
é permitir que a família e a escola unam-se para garantir a aprendizagem de qualidade, formando 
cidadãos responsáveis e éticos, que saibam respeitar ao próximo. Estas são questões que farão 
sentido ao serem ensinadas em ambientes que ensinam com afetividade.
material complementar
Limites: entre o Prazer de Dizer Sim e o Dever de Dizer Não
Autor: Nina Rosa Furtado e Colaboradores
Editora: Editora Artmed
Sinopse: pais e professores sempre tentam fazer o melhor para seus filhos 
e alunos, mas, muitas vezes, dúvidas e ansiedades os perturbam: o que 
será melhor para eles? E os alunos e filhos, como ficam nessa história? 
Pais e professores devem se tranquilizar? Será que serão entendidos? 
Como aplicar os limites no dia-a-dia? Quando é válido proibir? Como fazer tudo isso sem 
tolher a criatividade, a iniciativa e a liberdade de escolha? 
Este livro contém múltiplos olhares sobre o estabelecimento de limites, atentando para 
a diversidade de visões e conceitos sobre o tema, o que assegura ao leitor uma leitura 
comprometida com o moderno estágio do conhecimento: em constante questionamento. 
LIMITES ensina que nada é estático, vivemos no gerúndio, aprendendo sempre.
Comentário: excelente livro que nos faz refletir enquanto pais e educadores, desde os 
pequenos até a fase adulta.
referências
BRASIL. Estatuto da criança e do Adolescente - ECA. In: PINTO, A. L. T.; WINDT, M. C. V. S.; CÉSPEDES, 
L. (col.) 9. ed. atual. e ampl. Manuais Vade-mécuns. São Paulo: Saraiva, 2010.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001.
FRANARIN, T. C.; FURTADO, N. R. Séries iniciais: os outros chegaram. In: FURTADO, N. R. Limites: 
entre o prazer de dizer sim e o dever de dizer não. Porto Alegre: Artmed, 2009.
TASSONI, E. C. M. Dimensões afetivas na relação professor-aluno. In: LEITE, Sérgio Antônio da Silva 
(Org.). Afetividade e práticas pedagógicas. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
LÓPEZ, F. Problemas afetivos e de conduta na sala de aula. In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. 
(Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades 
educativas especiais. v. 3. 2ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.
PAROLIN, Isabel. Pais e educadores: é proibido proibir. 4. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
PEREIRA, J.; FURTADO, M. G.; STUMVOLL, M. Z. B. Família. In: FURTADO, N. R. Limites: entre o prazer 
de dizer sim e o dever de dizer não. Porto Alegre: Artmed, 2009.
VIANA, M. A. P. Internet na Educação: Novas formas de aprender, necessidades e competências 
no fazer pedagógico. In: MERCADO, L. P. L. (Org.). Tendências na utilização das tecnologias da 
informação e comunicação na educação. Maceió: EDUFAL, 2004. 228p.
REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: <http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/amizade-na-infancia.htm>. Acesso em: 27 abr. 
de 2018.
resolução de exercícios
1. b) Aprender faz parte da vida de cada pessoa, dentro ou fora da escola, mas cada 
um com sua função.
2. c) Impor limites contribui com a formação do indivíduo.
3. d) O uso da tecnologia deve ser moderado, sendo colocado limites.
	Limites e afetividade

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