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Hemorragia Digestiva Baixa

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1 Jéssica N. Monte – Turma 106 
Gastroenterologia 
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA (HDB) 
INTRODUÇÃO 
A hemorragia digestiva baixa consiste no sangramento agudo abaixo do 
ângulo de Treitz (flexura duodeno-jejunal). 
Inclui jejuno, íleo, cólons, canal anal e ânus. 
O volume de sangramento costuma ser muito menor do que uma 
hemorragia digestiva alta. 
 
QUADRO CLÍNICO 
A exteriorização do sangramento pode ocorrer por enterorragia ou 
hematoquezia. 
Enterorragia é uma diarreia sanguinolenta franca. 
Já a hematoquezia é a presença de sangue vivo junto a fezes forma-
das. 
Além disso, é importante considerar que cerca de 10% dos casos de 
melena possuem origem em uma hemorragia digestiva baixa. 
O quadro clínico da hemorragia digestiva baixa pode ser acompanhado 
por repercussões da perda volêmica. Entre elas, cita-se hipotensão 
postural, taquicardia, taquipneia, hipotensão, cianose e anemia (no início, 
subestimada). 
Além disso pode haver choque hemorrágico, com aumento do tempo 
de enchimento capilar (maior que 3 segundos), pulsos periféricos finos 
e pele fria e pegajosa. 
 
 
INVESTIGAÇÃO 
Diante de um paciente com hemorragia digestiva baixa, a primeira con-
duta é a estabilização clínica. Esta deve ser realizada na sala de emer-
gência, com monitorização e oxigênio. 
Deve-se ter dois acessos venosos calibrosos para reposição volêmica, 
idealmente com 2L de solução cristaloide. 
Quanto aos exames laboratoriais, deve-se solicitar hemoglobina, plaque-
tas e tempo de protrombina (RNI). 
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA (EDA) 
Deve se realizar após a estabilização clínica a fim de descartar HDA 
maciça. 
COLONOSCOPIA 
A colonoscopia diagnóstica é um método diagnóstico e terapêutico. 
Deve ser realizado após EDA normal para a busca de possíveis causas 
da hemorragia. 
Requer preparo do cólon. 
CINTILOGRAFIA COM HEMÁCIAS 
MARCADAS 
Pode diagnosticar sangramentos de até 0,1 ml/min, mesmo que inter-
mitentes. 
Não possibilita terapêutica. 
 
 
 
2 Jéssica N. Monte – Turma 106 
Gastroenterologia 
ARTERIOGRAFIA SELETIVA 
A angiografia ou arteriografia seletiva pode diagnosticar sangramentos 
de até 0,5 ml/min, não perceptíveis à colonoscopia, desde que estejam 
ativos no momento do exame. 
Possibilita terapêutica (embolização). 
ENTEROSCOPIA 
Deve ser realizada em caso de falha diagnóstica da EDA e da colonos-
copia. 
Serve para investigação do intestino delgado. 
Sua realização não é comum. 
Requer anestesia geral. 
Possibilita biópsia e terapêutica. 
CÁPSULA ENDOSCÓPICA 
É um método pouco invasivo que possibilita a visualização de todo o trato 
gastrintestinal. 
É útil na investigação de sangramento obscuro oriundo do intestino del-
gado. 
 
JEJUNO 
DOENÇA DE CROHN 
É uma doença inflamatória intestinal que pode acometer todo o trato 
gastrointestinal. 
O acometimento do jejuno não é sua apresentação típica. 
 
ÚLCERAS PÉPTICAS 
Nesses casos, a hemorragia consiste em sinal de alarme para doença 
ulcerosa péptica grave. 
Mais como nas porções proximais. 
 
ÍLEO 
DOENÇA DE CROHN 
O sangramento ocorre por úlceras da parede intestinal que erodem 
um vaso da submucosa. 
O mais típico é o acometimento íleo terminal. 
ENTERITE ACTÍNICA 
Ocorre como sequela de irradiação oncológica. 
Se manifesta como mucosite e endarterite. 
DIVERTÍCULO DE MECKEL 
É um divertículo verdadeiro, pois tem todas as camadas da parede 
intestinal. 
Ocorre devido à falha embriológica no fechamento do conducto onfa-
lomesentérico. 
Acomete o íleo distal. 
Pode apresentar mucosa gástrica, que sangra ao ulcerar. 
 
 
 
 
 
3 Jéssica N. Monte – Turma 106 
Gastroenterologia 
CÓLONS 
DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS 
Ocorrem pseudodivertículos nos locais de entrada das artérias cólicas 
na parede intestinal. 
É uma das principais causas de HDB, principalmente quando oriunda da 
parede direita. 
O sangramento costuma ser auto limitado, mas frequentemente res-
sangra (25%). 
O tratamento endoscópico pode ser realizado com injeção de epine-
frina, eletrocoagulação ou hemoclipes. 
ANGIODISPLASIA 
É uma ectasia (dilatação anormal) vascular patológica. 
Causa frequente de HDB, sendo a mais comum em pacientes com mais 
de 70 anos. 
Sua apresentação típica é no lado direito do ceco, mas pode ocorrer 
em todo TGI. 
Não deve ser tratada se encontrada em exames de rastreio ou se não 
for a origem do sangramento. 
O tratamento endoscópico pode ser feito com injeção de epinefrina, 
eletrocoagulação ou plasma de argônio. 
TUMORES DE CÓLON 
Todo tumor pode sangrar, mas o típico é um sangramento crônico. 
Se o sangramento for agudo, há uma maior chance de ser oriundo de 
tumores do lado direito (cólon ascendente e ceco). 
Todo paciente a partir da quinta década de vida com anemia crônica 
tem indicação de endoscopia e colonoscopia para excluir processo 
neoplásico. 
 
RETO 
RETITE ACTÍNICA 
Sequela de irradiação oncológica. 
Se manifesta como mucosite e endarterite. 
RETOCOLITE ULCERATIVA 
Doença inflamatória intestinal. 
TUMORES DE RETO: 
É mais comum obstruir do que sangrar, mas pode sangrar. 
O toque retal pode auxiliar no diagnóstico. 
 
ÂNUS E CANAL ANAL 
DOENÇAS ORIFICIAIS 
Fissura anal (mais associada à dor evacuatória) e doença hemorroidária 
(perda de sangue no vaso de forma indolor). 
A HDB somente deve ser atribuída às doenças artificiais após o des-
carte de outras causas. 
TUMORES DE CANAL ANAL 
Carcinoma escamocelular relacionado ao HPV. 
A lesão tumoral é frágil, friável e passível de sangramento.

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