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Laudos, relatorios e pareceres instrumentos tecnicos-operativos do Servico Social

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1 
 
 
 
2 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2. OS INSTRUMENTOS TÉCNICOS OPERATIVOS .................................................... 7 
3. INSTRUMENTOS DE REGISTROS ....................................................................... 19 
4. TRABALHO EM REDE........................................................................................... 29 
QUESTÕES DE PROVAS .......................................................................................... 45 
GABARITO ................................................................................................................ 51 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Os instrumentos técnicos operativos são componentes intrínsecos à intervenção 
dos assistentes sociais, pois estes, para efetivação do trabalho, acionam instrumentais 
que mediam e potencialização ações. 
 O modo como será empregado e quando será empregado é determinado pelo 
profissional que deve dominar o conhecimento a respeito, bem como as condições para 
aplicá-lo com base nos princípios éticos da profissão. Os instrumentos e técnicas 
mostram-se como importante ponto de apoio em uma situação competente, todavia, não 
deve ter um fim sem si mesmo. (Magalhães, 2001). 
 
 
 O Serviço Social constitui uma profissão que atua na viabilização dos 
direitos da população através das políticas sociais. Esta constatação exige as 
seguintes premissas para o exercício do assistente social: 
* Clareza do norte teórico-metodológico de suas ações - visão do indivíduo e 
das relações sociais; 
* Clareza da orientação ético-política do atendimento às necessidades - 
respostas às requisições da sociedade conforme compromissos com valores 
e princípios do Código de Ética Profissional; 
* Identificação dos instrumentos e técnicas manejados como meios para 
alcance das finalidades profissionais - e não como fins em si mesmos 
aplicáveis de modo neutro. 
 Sendo assim, a operacionalização da prática profissional com uso de 
instrumentos e técnicas está completamente vinculada a um claro referencial teórico, 
ainda que seja de desconhecimento, e a uma dada compreensão ético-política do fazer 
– a compreensão do papel do Serviço Social junto à totalidade da vida social. 
 Os instrumentos e técnicas, meios para garantia da direção social do 
exercício profissional são componentes de uma das dimensões do exercício 
profissional: 
* A dimensão técnico-operativa - além da teórico-metodológica e ético-política; 
* Essas dimensões só adquirem sentido e direção mediante a postura 
teleológica do assistente social - liberdade e criatividade nas escolhas 
conforme as demandas e a finalidade do trabalho - que está ligada ao caráter 
social e ético-político do projeto profissional. 
 
 
5 
 
Segundo Trindade (2002), a atividade do assistente social não se vincula 
diretamente com a produção material e sim com a reprodução social - intervenção junto 
às condições de vida e às consciências dos trabalhadores. Assim, os nossos 
instrumentos e técnicas provêm das ciências sociais e “potencializam a produção de 
atitude. 
 
 
 Para Guerra (2000), instrumentalidade significa a instância de passagem 
entre as abstrações da vontade e a concreção das intencionalidades que confere 
um determinado modo de ser às profissões dentro das relações sociais. Essa 
leitura crítica é oposta à herança técnico-burocrática do Serviço Social dos anos 
60 e 70 preocupada com a eficácia e focalizada no imediatismo das ações. 
 Contexto para elenco de instrumentos e técnicas pelo assistente social: 
* Clareza das incumbências profissionais no cenário institucional; 
* Conhecimento dos modos de ser e viver da população usuária - linguagem e 
formas de abordagem; 
* Clareza das finalidades profissionais em relação às demandas assumidas 
junto aos usuários; 
* Condições objetivas de trabalho - caráter institucional, relacionamento com a 
equipe, conjuntura, recursos materiais. 
 Instrumentos interventivos e técnicas correlatas: 
* Instrumentos são mediadores e potencializadores do trabalho, só adquirem 
significado quando postos em movimento segundo a teleologia profissional. 
Exemplos: observação, entrevista, reunião, grupo, visita domiciliar; 
* Técnicas dizem respeito à habilidade humana de criar e utilizar instrumentos. 
Exemplos: discussão reflexiva - na entrevista; dinâmica do “telefone sem fio” 
- no grupo. 
 
 
 
 
2014/FCC/TRF3ª REGIÃO. O fazer profissional do assistente social requisita-o, 
muitas vezes, proceder com avaliações formais, ou seja, são realizadas num 
contexto profissional específico, cujos objetivos imediatos irão direcionar os 
critérios a serem utilizados no desenvolvimento da ação. Nessa lógica, é correto 
afirmar que: 
 
6 
 
 a- o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização 
da ação profissional é denominado de instrumental. 
 b- o eixo técnico-operativo da profissão deve estar relacionado ao seu norte técnico-
metodológico. 
 c- para avaliar, é dispensável o uso de instrumentos técnicos. 
 d- o instrumental técnico deve ter um fim em si mesmo em razão da sua própria 
utilidade. 
 e- independente da existência de uma intencionalidade, o assistente social deve estar 
atento aos objetivos de sua avaliação, à linguagem que utiliza e aos instrumentos 
escolhidos, pois esses vão direcionar a sua ação profissional. 
 
Resposta Correta: Letra a- o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que 
permitem a operacionalização da ação profissional é denominado de 
instrumental. 
Comentário: Os instrumentais técnico-operativos são como um conjunto articulado de 
instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional. 
 
 
 
 
 
Podemos identificar alguns instrumentos consagrados na história da profissão 
de Serviço Social, e que abaixo apresentamos de forma suscinta. 
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE - ENTREVISTA INDIVIDUAL E GRUPAL 
ENTREVISTA 
GRUPO - DINAMICA DE GRUPO – REUNIÃO 
VISITA DOMICILIAR - VISITA INSTITUCIONAL 
MOBILIZAÇÃO DAS COMUNIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2. OS INSTRUMENTOS TÉCNICOS OPERATIVOS 
 
Observação Participante 
 Observar é muito mais do que ver ou olhar. Observar é estar atento, é direcionar 
o olhar, é saber para onde se olha (Cruz Neto, 2004). 
 Na definição clássica, a observação é o uso dos sentidos humanos (visão, 
audição, tato, olfato e paladar) para o conhecimento da realidade. Mas não um uso 
ingênuo dos sentidos, e sim, um uso que tem como objetivo produzir um conhecimento 
sobre a realidade – tem-se um objetivo a alcançar. 
 Porém, o Assistente Social, ao estabelecer uma interação face a face, 
estabelece uma relação social com outro ser humano, que possui expectativas quanto 
às intervenções que serão realizadas pelo profissional. Assim, além de observador, o 
profissional também é observado. 
 E ainda: na medida em que o Assistente Social realiza intervenções, ele participa 
diretamente do processo de conhecimento acerca da realidade que está sendo 
investigada. Por isso, não se trata de uma observação fria, ou como querem alguns, 
“neutra”, em que o profissional pensa estar em uma posição de não envolvimento com 
a situação. Por isso, trata-se de uma observação participante – o profissional, além de 
observar, interage com o outro, e participa ativamente do processo de observação. 
 
Entrevista Individual e Grupal 
 A entrevista nada mais é do que um diálogo, um processo de comunicação direta 
entre o Assistente Social e um usuário (entrevista individual), ou mais de um (entrevista 
grupal). Contudo, o que diferencia a entrevista de um diálogocomum é o fato de existir 
um entrevistador e um entrevistado, isto é, o Assistente Social ocupa um papel diferente 
– e, sob determinado ponto de vista, desigual – do papel do usuário. 
 O papel do profissional entrevistador é dado pela instituição que o contrata – no 
momento da interação com o usuário, o Assistente Social fala em nome da instituição. 
Ambos os sujeitos (Assistente Social e usuário) possuem objetivos com a realização da 
entrevista – objetivos esses necessariamente diferentes. Mas o papel de entrevistador 
que cabe ao Assistente Social coloca-lhe a tarefa de conduzir o diálogo, de direcionar 
para os objetivos que se pretendem alcançar. 
 Nem sempre é possível conciliar os objetivos do usuário e os do Assistente 
Social e alcançar essa conciliação não é uma regra. Entretanto, estabelece-se uma 
 
8 
 
relação de poder entre esses dois sujeitos – relação essa em que o Assistente Social 
aparece em uma posição hierarquicamente superior. 
 Mas se defendemos a democracia e o respeito à diversidade como valores éticos 
fundamentais da nossa profissão, o momento da entrevista é um espaço que o usuário 
pode exprimir suas ideias, vontades, necessidades, ou seja, que ele possa ser ouvido 
em tempo: ser ouvido não é concordar com tudo o que usuário diz. 
 Estabelecer essa relação é fundamental, pois se o usuário não é respeitado 
nesse direito básico, não apenas estaremos desrespeitando-o, como prejudicando o 
próprio processo de construção de um conhecimento sólido sobre a realidade social que 
ele está trazendo, comprometendo toda a intervenção. 
 Importante ressaltar que, por ser um observador participante, o Assistente Social 
também emite suas opiniões, valores, a partir dos conhecimentos que já possui. 
 Desse modo, entrevistar é mais do que apenas “conversar”: requer um rigoroso 
conhecimento teórico-metodológico (Silva, 1995), a fim de possibilitar um planejamento 
sério da entrevista, bem como a busca por alcançar os objetivos estabelecidos para sua 
realização. 
 
Entrevista 
* Instrumento mais utilizado para operar na realidade de trabalho do Assistente Social; 
* Há predomínios das entrevistas individuais, com casal, com a família e com os 
colaterais; 
* Com grupos são menos utilizadas; 
* Os tipos de entrevistas se dão pela especificidade da situação atendida e pelos 
locais adequados para atendimento; 
* Deverá ser realizada em condições ambientais adequados; 
* Os entrevistados deverão estar em condições emocionais de participarem. 
* Estabelece-se vínculo entre duas ou mais pessoas; 
* Os objetivos a serem buscados por quem a aplica e os fundamentos da profissão é 
que definem e diferenciam seu uso; 
* A coleta de informações para conhecer e compreender as situações possibilita a 
construção de alternativas de intervenções; 
* O diálogo é o elemento fundamental da entrevista, exige do profissional a 
qualificação necessária para o desenvolvimento com base em princípios éticos, 
teóricos e metodológicos, na direção de garantia de direitos; 
 O profissional, durante a entrevista, deve procurar compreender o sujeito, sua 
realidade, contradições e relações que consegue estabelecer. A postura profissional 
 
9 
 
tem de ser atenta, com uso de linguagem adequada, postura de ser entendida pelo 
entrevistado, que deve ser compreendido e visto como sujeito de direitos (Magalhaes, 
2003). 
 
 
 Conforme Magalhães (2003) é um instrumento de comunicação oral cujos 
objetivos em geral são: 
* Coleta de dados; 
* Identificação das demandas/estabelecimento de prioridades; 
* Convite à reflexão sobre o cotidiano e as formas de enfrentamento de 
situações; 
* Devolução do que foi constado na interação profissional. 
 
Tipos de Entrevistas 
* Livre - o entrevistado traz o tema a ser discutido; 
* Estruturada ou dirigida- o entrevistador conduz conforme seus objetivos 
específicos; 
* Semiestruturada ou semidirigida - o entrevistador deixa que o entrevistado fale 
e direciona essas falas para os objetivos. 
* Caráter/Direção: informativo ou educativo. 
 
Recursos: conhecimentos referenciais ético-políticos, relacionamento profissional, 
linguagem adequada, habilidades técnicas - saber observar – o silêncio, os gestos, os 
olhares, os tons de voz - perguntar, ouvir; 
 
Tipos de perguntas: 
* Esclarecimento - Há quanto tempo trabalha lá? 
* Análise - Por que acha que ele bate em você? 
* Ação - O que você pretende fazer em relação a isso? 
 
Atenção pertinente na entrevista: 
* Clareza e objetividade na formulação das perguntas - não fazer interrogatórios; 
* Cuidado para não induzir ou manipular as respostas; 
* Direcionamento das verbalizações do usuário para os objetivos do trabalho, não se 
precipitando em interromper o entrevistado; 
* Estímulo das reflexões evitando conselhos ou críticas; 
 
10 
 
* Solicitação de permissão para realizar anotações durante a entrevista, explicando a 
razão. 
 
 
2013/FCC/TRT - 5ª Região (BA). O Assistente Social possui instrumentos técnico-
operativos para o desenvolvimento de seu trabalho. Ao atuar no Tribunal Regional 
do Trabalho, com relação a esse instrumental, é correto afirmar que a: 
a- orientação social é de responsabilidade do profissional. Não cabe a ele, realizar 
encaminhamentos com vistas a atender a uma necessidade e/ou direito da pessoa que 
está prestando atendimento e sim, realizar a orientação a esta pessoa, para que busque, 
por si própria, os caminhos para o atendimento à necessidade apresentada. 
b-perícia social para conhecer e interpretar a realidade social é realizada pelo assistente 
social e não cabe a ele, intervir na situação para além dessa perícia. 
c- visita domiciliar é comumente utilizada pelos profissionais da política de assistência 
social. Portanto, para evitar a duplicidade de atuação profissional, quando da 
necessidade do uso desse instrumento, deve ser demandado ao assistente social da 
Assistência Social. 
d- entrevista é um instrumento utilizado pelo profissional, sendo que para desenvolvê-
la, faz-se importante munir-se das informações referentes a antecedentes da situação 
a ser estudada, para obter elementos que possibilitem o avanço do diálogo. 
e- articulação com a rede social se configura como função do Centro de Referência de 
Assistência Social - CRAS na execução da gestão territorial da Proteção Social Básica. 
Essa ação deve ser requisitada pelo Promotor ou Juiz. 
 
Resposta Correta: Letra d- entrevista é um instrumento utilizado pelo profissional, 
sendo que para desenvolvê-la, faz-se importante munir-se das informações 
referentes a antecedentes da situação a ser estudada, para obter elementos que 
possibilitem o avanço do diálogo. 
Comentário: Ao se realizar uma entrevista, parte-se de um objetivo profissional e se 
almeja uma finalidade. Sempre que possível, o primeiro passo para desenvolvê-la é 
munir-se das informações referentes a antecedentes da situação a ser estudada, para 
obter elementos que possibilitem o avanço do diálogo, evitando que o usuário seja 
obrigado a repetir informações que já constam de um prontuário ou auto processual. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
2013/FGV/MPE-MS. As entrevistas constituem uma das modalidades mais usuais 
de abordagem realizadas pelo Serviço Social para a apreensão da realidade na 
qual se inscreve a população atendida nos diferentes estabelecimentos que 
implementam políticas sociais. Embora possa ser utilizada a partir de diferentes 
aportes teórico-metodológicos a entrevista consiste em um dos instrumentos da 
intervenção profissional que muitas vezes segue padrões previamente definidos 
pelas instituições contratantes, pelos programas sociais ou, mesmo, pelas 
chefias imediatas. 
Em relação à condução da entrevista por parte do Assistente Social, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Pressupõe uma prática voltada para a valorização do indivíduo em detrimento do 
social. 
b) Depende da autonomiatécnica do Serviço Social mesmo contemplando requisições 
institucionais 
 c) Trata-se de um instrumental apenas investigativo e não interventivo. 
 d) Deixa de ser instrumental do assistente social sempre que requisitada 
institucionalmente. 
 e) A razão instrumental que a orienta só pode ser pensada sob o ponto de vista 
institucional. 
 
Resposta Correta: Letra b) Depende da autonomia técnica do Serviço Social 
mesmo contemplando requisições institucionais. 
Comentário: Reescrevendo, pode-se alegar que a entrevista social precisa, 
necessariamente, que o assistente social tenha autonomia profissional para apreender 
a realidade social. 
 
 
 
2011/CESGRANRIO/PETROBRÁS. A entrevista é um dos instrumentos 
tradicionalmente utilizados pelo assistente social para realizar estudos sociais. 
Dentre as várias modalidades, as entrevistas: 
a- conjuntas permitem observar o comportamento de cada indivíduo e suas relações 
fora de seu contexto social. 
 
12 
 
b- familiares possibilitam ao assistente social compreender a dinâmica e a estrutura 
psicológica dos indivíduos. 
c- estruturadas privilegiam o diálogo aberto e livre, conduzido preferencialmente pelo 
próprio entrevistado. 
d- semiestruturadas comportam os roteiros preestabelecidos e o diálogo aberto com os 
entrevistados. 
e- não estruturadas são conduzidas através de um formulário para a obtenção de 
informações previamente definidas. 
 
Resposta Correta: Letra d- semiestruturadas comportam os roteiros 
preestabelecidos e o diálogo aberto com os entrevistados. 
Comentários: Semiestruturada ou semidirigida - o entrevistador deixa que o 
entrevistado fale e direciona essas falas para os objetivos. 
 
 
 
2012/CESPE/TJ-AC. Em sua intervenção, é facultado ao assistente social trabalhar tanto 
com entrevistas não estruturadas quanto com entrevistas semiestruturadas, já que ambas 
utilizam o diálogo aberto com os entrevistados. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: estruturada ou dirigida - entrevistador conduz conforme seus objetivos 
específicos; semiestruturada ou semidirigida - o entrevistador deixa que o entrevistado fale e 
direciona essas falas para os objetivos. Ambos os métodos possibilitam o diálogo. Ao contrário 
da entrevista estruturada/ dirigida que se trata de perguntas fechadas, onde o entrevistador 
conduz toda a entrevista para um objetivo. 
 
 
Grupo 
 Conforme Magalhães (2003) é outro instrumento de comunicação oral cujos 
objetivos em geral se aproximam da entrevista, mas com a diferença de envolverem um 
maior número de pessoas. 
 
 
 
13 
 
 
Tipos de grupo: 
* Aberto- possibilidade de ingresso de novos participantes quando a duração não é 
programada e o próprio grupo define o momento de se dissolver; 
* Fechado- limites de tempo, duração e número de participantes. 
Tipos de condução: 
* Diretiva- atividades grupais com objetivos determinados; 
* Não diretiva- propícia à reflexão e à autonomia do grupo. Aqui o trabalho pode 
iniciar-se “a partir de uma queixa, uma fala, um tema escolhido pelos membros 
do grupo ou, dependendo do tipo de grupo, pelo coordenador” (p.51). 
* Caráter/Direção: informativo ou educativo. 
* O grupo favorece experiências horizontais e solidárias; 
 
Recursos: os mesmos da entrevista, isto é, conhecimentos e referenciais ético-
políticos, relacionamento profissional, linguagem adequada, habilidades técnicas-saber 
observar – o silêncio, os gestos, os olhares, os tons de voz, perguntar, ouvir. 
 
Atenção pertinente ao grupo: 
* Firmamento de um contrato de trabalho “no tocante a horário, pontualidade e demais 
normas, muitas delas emanadas do próprio grupo” (p.52); 
* Atividade com grande número de participantes caracteriza-se palestra; 
* O silêncio também é comunicação; 
* Observação das conversas paralelas e daqueles participantes que se destacam no 
grupo; 
* Devolução das indagações e dúvidas para os participantes. 
 
 
Dinâmica de Grupo 
 Sucintamente, a dinâmica de grupo é uma técnica que utiliza jogos, brincadeiras, 
simulações de determinadas situações, com vistas a permitir que os membros do grupo 
produzam uma reflexão acerca de uma temática definida. 
 No caso do Serviço Social, uma temática que tenha relação com o objeto de sua 
intervenção – as diferentes expressões da “questão social”. Para tanto, o Assistente 
Social age como um facilitador, um agente que provoca situações que levem à reflexão 
do grupo. Isso requer tanto habilidades teóricas (a escolha do tema e como ele será 
trabalhado), como uma postura política democrática (que deixa o grupo produzir), mas 
 
14 
 
 
também uma necessidade de controle do processo de dinâmica – caso contrário, a 
dinâmica vira uma “brincadeira” e não alcança os objetivos principais: provocar a 
reflexão do grupo. 
 
 
 
 
2009/ FCC/TJ-AP. A metodologia do trabalho em grupo, é fundamental quando se 
atua com famílias e comunidades, pois pode propiciar: 
I. Situações de envolvimento, troca, participação, comunicação e criatividade. 
II. Ampliação do conhecimento da realidade atual em termos da constituição da família 
levando os profissionais a atuarem de acordo com essa realidade. 
III. Reconstrução de histórias de vida, espaço da revivência dos sentimentos e emoções. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, somente. 
b) I e II, somente. 
c) I e III, somente. 
d) II e III, somente. 
e) I, II e III. 
Resposta Correta: Letra e- I, II e III. 
 
 
Reunião 
 Assim como a dinâmica de grupo, as reuniões são espaços coletivos. São 
encontros grupais, que têm como objetivo estabelecer alguma espécie de reflexão sobre 
determinado tema. Mas, sobretudo, uma reunião tem como objetivo a tomada de uma 
decisão sobre algum assunto. 
 As reuniões podem ocorrer com diferentes sujeitos – podem ser realizadas junto 
à população usuária, junto à equipe de profissionais que trabalham na instituição. Enfim 
ela se realiza em todo espaço em que se pretende que uma determinada decisão não 
seja tomada individualmente, mas coletivamente. 
 
15 
 
Essa postura já indica que, ao coletivizar a decisão, o coordenador de uma reunião se 
coloca em uma posição democrática. 
 Entretanto, colocar-se como um líder democrático não significa não ter firmeza 
quanto ao cumprimento dos objetivos da reunião. O espaço de tomada de decisões é 
um espaço essencialmente político, pois diferentes interesses estão em confronto. 
Saber reconhecê-los e como se relacionar com eles requer uma competência teórica e 
política, de modo que a reunião possa alcançar o objetivo de tomar uma decisão que 
envolva todos os seus participantes. 
 
 
Visita Domiciliar 
 De acordo com Magalhães (2003, p. 54) a visita tem como objetivo “clarificar 
situações, considerar o caso na particularidade do seu contexto sociocultural e de 
relações sociais”, não podendo, jamais, ser uma “visita invasiva”. 
 Por meio de entrevistas, individuais ou conjuntas, busca-se “... conhecer as 
condições (residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do 
cotidiano das suas relações, aspectos esses que geralmente escapam às entrevistas 
de gabinete” (Mioto, 2001, p.148). 
 No transcorrer da visita outros instrumentos são utilizados, como a observação, 
e em muitas situações ocorre também à intervenção na dinâmica familiar. 
 Conforme Sarmento é preciso “... compreender a visita domiciliar como um 
instrumento que potencializa as possibilidades de conhecimento da realidade 
(conhecendo como o usuário as suas dificuldades e não o que já sei...), e, que tem como 
ponto de referência, a garantia de seus direitos (...) onde se exerce um papel educativo 
(colocando o saber técnico à disposição) de reflexão sobre a qualidade de vida” (1994, 
p.303). 
 As visitas domiciliares até o contexto do Movimento de Reconceituação 
tinham as seguintes características: 
* Os ‘visitadores sociais’ tinham como objetivo “ajudar oindivíduo a ele próprio 
alcançar o seu propósito dentro de um padrão de normalidade previamente 
estabelecido” (averiguação, inspeção). 
* Tendências psicologizante e individualizante no enfrentamento das 
expressões da questão social; 
* Indivíduo a ser apoiado para se “ajustar” à sociedade equilibrada (controle 
social). 
 
16 
 
 Após, retomada do uso da técnica - visão crítica- as visitas domiciliares 
adquiriram as seguintes características: 
* Deve ser realizada, depois de devido planejamento, apenas quando de fato 
necessária e de acordo com o usuário - prévio agendamento para evitar 
invasão de privacidade; 
* Utilização das informações coletadas nas entrevistas dando, mas ênfase na 
capacidade de observação para leitura das condições socioeconômicas e 
culturais de vida. 
 
Atenção pertinente na visita domiciliar: 
* A comunicação deve ser descontraída, horizontal com linguagem adequada para 
estabelecimento de confiança; 
* A razão da visita deve ser confirmada na chegada e o consentimento do usuário 
deve ser requisitado para continuação; 
* Auto-observação do profissional em relação aos seus valores é fundamental porque 
inexiste a neutralidade; 
* Anotações breves ajudam na memorização - esclarecimento ao usuário de que o 
registro visa valorizar os assuntos tratados e explicação do seu destino. 
 
 
2015/FGV/DPE-MT. A idosa Isaura sofre maus tratos praticados por seu filho. Os 
vizinhos, ao perceberem o comportamento violento do rapaz, fizeram uma 
denúncia ao Ministério Público, que designou um Assistente Social para avaliar o 
caso. Ao receber a denúncia, o Assistente Social construiu um plano de 
intervenção que tinha como primeira ação clarificar a situação, considerando o 
caso na particularidade de seu contexto sociocultural, objetivando complementar 
dados, observar relações sociais em sua singularidade, no ambiente de 
convivência da idosa. 
Com base nessa descrição, assinale a opção que indica a ação realizada. 
 a) Visita domiciliar. 
 b) Diagnóstico social. 
 c) Entrevista social. 
 d) Vistoria técnica. 
 e) Observação empírica. 
 
Resposta Correta: Letra a) Visita domiciliar. 
 
17 
 
Comentário: Visita Domiciliar. Trata-se de um instrumento que tem como principal 
objetivo conhecer as condições e modos de vida da população usuária em sua realidade 
cotidiana, ou seja, no local onde ela estabelece suas relações do dia a dia: em seu 
domicílio. A visita domiciliar é um instrumento que, ao final, aproxima a instituição que 
está atendendo ao usuário de sua realidade, via Assistente Social. Assim as instituições 
devem garantir as condições para que a visita domiciliar seja realizada (transporte, por 
exemplo). Como os demais instrumentos, a visita domiciliar não é exclusividade do 
Assistente Social: ela só é realizada quando o objetivo da mesma é analisar as 
condições sociais de vida e de existência de uma família ou de um usuário – pois é esse 
“olhar” que determina a inserção do Serviço Social na divisão social do trabalho. 
Contudo, a visita domiciliar sempre foi um dos principais instrumentos de controle das 
classes populares que as instituições utilizavam. Uma vez que o usuário está sendo 
atendido na instituição, ele está acionando um espaço público: quando a instituição se 
propõe a ir até a casa do usuário, ela está adentrando no terreno do privado. A 
residência é o espaço privado da família que lá vive. Ter essa dimensão é fundamental 
para que o Assistente Social rompa com uma postura autoritária, controladora e 
fiscalizadora. Porém, é de suma importância que o profissional que realiza a visita tenha 
competência teórica para saber identificar que as condições de moradia não estão 
descoladas das condições de vida de uma comunidade onde a casa se localiza, e que, 
por sua vez, não estão separadas do contexto social e histórico. Assim, o profissional 
consegue romper uma mera “constatação” da singularidade, mas situá-la no campo da 
universalidade, ou seja, no contexto sócio econômico vigente. 
 
Visita institucional 
 Assim como a visita domiciliar, aqui se fala de quando o Assistente Social realiza 
visita a instituições de diversas naturezas – entidades públicas, empresas, ONGs etc. 
Muitas podem ser as motivações para que o Assistente Social realize uma visita 
institucional. 
 
Motivações da visita institucional: 
1. Quando o Assistente Social está trabalhando em uma determinada situação singular, 
e resolve visitar uma instituição com a qual o usuário mantém alguma espécie de 
vínculo; 
2. Quando o Assistente Social quer conhecer um determinado trabalho desenvolvido 
por uma instituição; 
3. Quando o Assistente Social precisa realizar uma avaliação da cobertura e da 
qualidade dos serviços prestados por uma instituição. 
 Em todos os casos, sobretudo nos 02 últimos, o que se quer fazer é conhecer e 
avaliar a qualidade da política social – o que requer do profissional um intenso 
conhecimento teórico e técnico sobre políticas sociais. 
 
18 
 
 Pode-se perceber, a partir do elencado acima, que os instrumentos de trabalho 
não são atomizados ou estáticos: eles podem coexistir em um mesmo momento. A 
observação participante está presente em todos os demais; em uma visita domiciliar a 
entrevista pode ser utilizada; no trabalho de mobilização comunitária, reuniões podem 
ocorrer, além de visitas institucionais, dentre outras situações. 
 Várias combinações entre eles podem ser descritas, porque a realidade da 
prática profissional é muito mais dinâmica e rica do que qualquer tentativa de 
classificação dos instrumentos de trabalho. 
 
Mobilização de comunidades 
 Faz-se necessário clarificar o que se entende por comunidade. Segundo a 
definição de Souza (2004), comunidade é um Conjunto de grupos e subgrupos de uma 
mesma classe social, que têm interesses e preocupações comuns sobre condições de 
vivência no espaço de moradia e que, dadas as suas condições fundamentais de 
existência, tendem a ampliar continuamente o âmbito de repercussão dos seus 
interesses, preocupações e enfrentamentos comuns (SOUZA: 2004; p. 68). 
 Assim, temos algumas características que definem o que entendemos por 
comunidade: Falamos de um território geograficamente definido, mas ao mesmo tempo, 
entendendo que a divisão geográfica do espaço territorial reflete as diferentes divisões 
da sociedade em classes sociais e segmentos de classes sociais. 
 Assim, trabalhar em uma comunidade significa compreendê-la dentro de um 
contexto econômico, social, político e cultural de uma sociedade dividida em classes 
sociais – e que ela não está descolada da totalidade da realidade social. 
 Trabalhar em projetos comunitários na perspectiva ético-política defendida pelo 
Serviço Social, hoje, significa criar estratégias para mobilizar e envolver os membros de 
uma população situada historicamente no tempo e no espaço nas decisões das ações 
que serão desenvolvidas, uma vez que são eles o público-alvo do trabalho do Assistente 
Social. Assim, trata-se de um processo de mobilização comunitária. 
 
Recursos Institucionais e Comunitários 
 O Assistente Social deve conhecer a comunidade, os atores sociais que lá 
atuam: os agentes políticos, as instituições existentes, as organizações (religiosas, 
comerciais, políticas) e como se constroem as relações de poder dentro da comunidade, 
mas também é necessário conhecer quais são as principais demandas e necessidades 
da comunidade, de modo a propor ações que visem ao atendimento das mesmas. 
 
19 
 
 
3. INSTRUMENTOS DE REGISTROS 
 
 
Estudo Social 
 É um estudo de caso ou avaliação social com fundamentação rigorosa, teórica, 
ética e técnica. O estudo social é um processo metodológico específico do Serviço 
Social, que tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma 
determinada situação ou expressão da questão social, objeto de intervenção 
profissional - em seus aspectossócios econômicos e culturais. Vale afirmar que de sua 
fundamentação rigorosa, teórica, ética e técnica, com base no projeto da profissão, 
depende a sua devida utilização para a garantia e ampliação de direitos dos sujeitos 
usuários dos serviços sociais. 
 
 
 
2013/CESPE/MPU. A respeito de estudo social, laudo social e parecer social, 
julgue o item que se segue. O estudo social é um instrumento empregado pelo 
assistente social para conhecer e interpretar a situação que motiva sua 
intervenção profissional, que pode se utilizar, ainda, de dados obtidos em visita 
domiciliar. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: Estudo Social: se objetiva por meio de entrevistas, visitas domiciliares e 
contatos com colaterais, pesquisas documentais e bibliográficas instrumentais que tem 
no relacionamento um elemento constante e dinâmico. 
 
 
 
 
Perícia social 
 Quando solicitada a um profissional de Serviço Social se trata de estudo ou 
parecer cuja finalidade é subsidiar uma decisão, via de regra, judicial. Ela é realizada 
por meio do estudo social e implica na elaboração de um laudo e emissão de um 
parecer. A perícia, quando solicitada a um profissional de Serviço Social, é chamada de 
perícia social, recebendo esta dominação por se tratar de estudo e parecer cuja 
 
20 
 
finalidade é subsidiar uma decisão, via de regra, judicial. Ela é realizada por meio de 
estudo social e implica na elaboração de um laudo e emissão de um parecer. O 
profissional faz uso de instrumentos e técnicas pertinente ao exercício da profissão, 
sendo facultada a ele a realização de tantas entrevistas, visitas, pesquisa documental 
bibliográfica que considerar necessárias para análise e a interpretação da situação em 
questão e a elaboração de parecer. A perícia é o estudo social, realizado com base nos 
fundamentos teórico-metodológico, éticos políticos e técnico-operativos próprios do 
Serviço Social e com finalidades relacionadas a avaliações e julgamentos. 
 
 
 
2016/CESPE/DPU. Relativamente à dimensão técnico-operativa do serviço social, 
às concepções e debates sobre instrumentos e técnicas, julgue o próximo item. 
Caso seja solicitado para realizar uma perícia, o assistente social deverá ater-se 
aos procedimentos de constatação, descrição e interpretação da demanda 
solicitada. 
Certo / Errado. 
 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: A perícia social tem sido no decorrer da atividade profissional, o 
documento pelo qual o assistente social tem manifestado o seu trabalho técnico e 
científico, frente a uma realidade específica. Ela é realizada por meio do estudo social 
e implica na elaboração de um laudo e emissão de um parecer. Para a sua construção, 
o profissional faz uso dos instrumentos e técnicas pertinentes ao exercício da profissão, 
sendo facultado a ele a realização de tantas entrevistas, contatos, visitas, pesquisa 
documental e bibliográfica que considerar necessária para a análise e a interpretação 
da situação em questão e a elaboração de parecer. Mesmo que solicitado para uma 
perícia, o assistente social pode – e, em muitas situações, deve – ir além do 
procedimento da constatação, descrição e interpretação da situação. A ação em prol da 
possibilidade de efetivação de direitos pode ser parte integrante de informações 
importantes a serem registradas em relatórios e laudos que instruirão o processo 
judicial. 
 
 
 
2009/FCC/ MPE-SE. Dentre os instrumentos básicos que o Assistente Social 
dispõe para a realização da perícia social está: 
 a) a técnica. 
 
21 
 
 b) a documentação. 
 c) o recurso. 
 d) a metodologia. 
 e) a teoria. 
 
Resposta Correta: Letra b) a documentação. 
Comentário: Dentre os instrumentos básicos que o Assistente Social dispõe para 
realização da perícia, na etapa do estudo social, são: entrevista, observação, visita 
domiciliar e análise da documentação. 
 
 
 
 
Laudo social 
 O laudo oferece elementos de base social para a formação de um juízo e tomada 
de decisão que envolve direitos fundamentais e sociais. Enquanto documento resultante 
do processo de perícia social ele apresenta o registro das informações mais 
significativas do estudo e da análise realizada, e o parecer social. Ele possui uma 
estrutura que se constitui por uma introdução (demanda judicial e objetivo), uma 
identificação breve dos sujeitos envolvidos, a metodologia para construí-lo 
(especificidade da profissão e os objetivos do estudo), um relato analítico da construção 
histórica da questão estudada e do estado social, e uma conclusão ou parecer social, 
que deve sintetizar a situação, conter uma breve análise crítica e apontar conclusões ou 
indicativos de alternativas, do ponto de vista do Serviço social. 
 
 
2014/CESPE/TJ-SE. Acerca da instrumentalidade no serviço social, articulada ao 
projeto ético-político da categoria, julgue o item. O laudo social é resultante do 
processo de perícia social e deve conter o registro das informações mais 
relevantes do estudo realizado e o parecer social. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Certo. 
 
 
22 
 
Comentário: O Laudo Social enquanto documento resultante do processo de perícia 
social, apresenta o registro das informações mais significativas do estudo e da análise 
realizada e o parecer social. É resultante do processo de perícia social (avaliação, 
exame técnico ou científico da área do Serviço Social). É, portanto, o registro escrito e 
fundamentado dos estudos e conclusões da perícia (ou seja, que envolve uma avaliação 
detalhada do que foi estudado) no qual o perito emite seu parecer e eventualmente 
responde a quesitos que lhe foram propostos pelo juiz e/ou pelas partes interessadas. 
 
 
 
2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. No que se refere aos instrumentos técnicos do 
serviço social, julgue os itens que se seguem. Na elaboração do laudo social de 
um usuário, os marcos da história de vida deste constituem importantes dados 
de análise. Essas informações geralmente compõem a introdução do laudo, o 
desenvolvimento assume características de análise, e a avaliação final direciona-
se à conclusão e às sugestões para resolução do problema. 
 Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: Laudo Social: Introdução: indica a demanda judicial e objetivos; 
Identificação breve dos sujeitos envolvidos; Metodologia; Relato analítico da construção 
histórica da questão estudada e do estado social atual da mesma e Conclusão ou 
Parecer, que deve sintetizar a situação, conter uma breve análise crítica e apontar 
conclusões ou indicativos de alternativas, do ponto de vista do Serviço Social. Conforme 
literatura da área, os marcos significativos da história de vida são também um dado 
importante de análise, especialmente para profissionais que lidam com depoimentos 
verbais, com manifestos. Esse histórico deve ser breve, com o relato do que é 
sumamente importante para melhor entendimento da situação e da análise do 
profissional. Desse modo, o histórico de vida assume papel introdutório no corpo do 
texto, e o desenvolvimento assume características de análise. A avaliação final 
encaminha para a conclusão e para as sugestões. 
 
 
 
Parecer social 
 Opinião do assistente social, com base em observação e estudo de uma 
situação, esse parecer deve ser elaborado tendo como referência a perspectiva do 
direito social e da inclusão da população usuária na concessão de benefícios sociais, o 
parecer, portanto é um instrumento de viabilização de direitos. O parecer deve 
 
23 
 
apresentar aspectos socioeconômicos do núcleo familiar básico, análise das relações 
de necessidades básicas, avaliar as implicações sócias da doença e outras dimensões, 
dependendo da finalidade do parecer. 
* Exposição e manifestação suscinta; 
* Referenciada em fundamentos teórico, éticos e técnicos do Serviço Social; 
* Estudo rigoroso e fundamentado; 
* Finalização de caráter conclusivo ou indicativo;* Parte final ou conclusão de um laudo 
* Resposta e consulta 
* Expõe, esclarece, analisa 
* Conclusivo e final de laudo social. 
 
Parecer social 
 Segundo Moreira e Alvarenga in CFESS (2003:56), parecer social constitui “a 
opinião profissional do assistente social, com base na observação e estudo de uma dada 
situação, fornecendo elementos para a concessão de um benefício, recurso material e 
decisão médico-pericial”. 
 Exemplos de situações para emissão de parecer na previdência: dependência 
econômica/ união estável (pensão por morte, auxílio reclusão) e patologias (subsídio à 
perícia médica para auxílio-doença, aposentadoria por invalidez). 
 Para as autoras (ibid:66), “a elaboração do parecer social não pode ser uma 
comprovação de informação e não deve possuir um caráter de fiscalização: ele é um 
viabilizador de direitos”. 
 Consideram-se como elemento constitutivo do parecer social as representações, 
os valores e os significados presentes no contexto sociocultural, no qual o usuário 
desenvolve relações sociais e de convivência. O parecer deve considerar o núcleo 
familiar e a posição do usuário, a satisfação das necessidades básicas, a inserção no 
mercado de trabalho. 
 A elaboração do parecer deve se basear num estudo socioeconômico e cultural 
(história de vida) por meio de entrevistas, visita domiciliar etc. Sem que estes insumos 
detalhados sejam encaminhados para os solicitantes. O conteúdo do parecer deve ser 
sucinto, claro e objetivo sem ser superficial. 
 Atenção pertinente no Parecer social: 
* Parecer social não é relatório; 
* O processo de elaboração deve se socializado com o usuário numa desmistificação 
do poder institucional; 
 
24 
 
* O assistente social pode emiti-lo por iniciativa própria conforme a situação; 
* Quando da falta de provas documentais, cuidado com os próprios preconceitos – 
princípio do Código de 1993, pelo empenho na eliminação. 
 Atenção pertinente ao Parecer social: 
* Clareza quanto ao objetivo, coerência dos aspectos levantados e expressão de 
posicionamento profissional; 
* Na conclusão, mais adequado o termo “caracterização” do que “verificação”, 
“constatação”, “comprovação”. 
 
 
 
2015/CESPE/STJ. Em relação ao parecer social, julgue o item subsecutivo. 
Considerando que o parecer social constitui a descrição detalhada de uma 
questão ou situação social, para sua elaboração dispensa-se o levantamento de 
hipóteses sobre possíveis consequências e a realização de análises prospectivas. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Errada. 
Comentário: Parecer Social diz respeito a esclarecimento e análises, com base em 
conhecimento específico do Serviço Social, a uma questão ou questões relacionadas a 
decisão a serem tomadas. É uma finalização, de caráter conclusivo ou indicativo. O 
Parecer Social é um instrumento de viabilização de direitos, um meio de realização do 
compromisso profissional com os usuários, tendo em vista a equidade, a igualdade, a 
justiça social e a cidadania. É necessário que o conteúdo não seja excessivo e deve ser 
expresso de maneira clara e objetiva. É preciso compreender que Parecer Social não é 
relatório. Tem que ser sucinto, sem ser superficial. Parecer social - é uma das partes 
que integram o estudo social, onde o assistente social, tomando por base os dados 
coletados ao longo do estudo social, cuja análise sempre se dá à luz do referencial 
teórico, é onde o profissional expressa a sua posição técnica de como alguma situação 
em questão (que gerou o estudo social) poderá ser solucionado. 
 
 
 
 
2014/CESPE/TJ-SE. Acerca da instrumentalidade no serviço social, articulada ao 
projeto ético-político da categoria, julgue o item. O parecer social deve prestar 
esclarecimentos e análises a fim de subsidiar tomadas de decisões. 
Certo / Errado 
 
25 
 
 
Resposta Correta: Certo 
Comentário: O Parecer emitido pelo assistente social, pode ser emitido enquanto parte 
final ou conclusão de um laudo, bem como resposta à determinação da autoridade 
judiciária a respeito de alguma questão constante em processo. Ou seja, diz respeito as 
análises e esclarecimentos, tendo como base os conhecimentos específicos do Serviço 
Social, a questões relacionadas a decisões judiciais. Finalização de caráter conclusivo 
ou indicativo. 
 
 
 
2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. No que se refere aos instrumentos técnicos do 
serviço social, julgue o item que se segue. Considerando-se que, ao elaborar o 
parecer social, cabe ao assistente social emitir opinião acerca de uma situação 
social com base em análise essencialmente teórica, é vedado a esse profissional o 
levantamento de hipóteses a respeito das possíveis consequências dessa situação. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: De acordo com a literatura da área, o parecer social diz respeito ao 
esclarecimento e análise, com base em conhecimentos específicos do Serviço Social, de 
uma questão relacionada a decisões a serem tomadas. Trata-se de exposição e 
manifestação sucinta, enfocando objetivamente a questão ou a situação social analisada, 
os objetivos do trabalho solicitado e apresentado, portanto, é uma análise referenciada em 
fundamentos teóricos, éticos e técnicos inerentes ao Serviço Social. Esse parecer também 
deve conter uma análise prospectiva e levantar hipóteses acerca de possíveis 
consequências da situação. 
 
 
2014/FCC/TJ-AP. Considera-se como elemento constitutivo do parecer social, 
instrumento técnico utilizado pelo assistente social: 
a- a caracterização da personalidade do usuário, sobretudo em seu ambiente familiar e 
social. 
b- a coleta de dados visando a comprovação das informações fornecidas pelo usuário. 
c- o estudo, diagnóstico social com análise dos fatores internos e subjetivos de natureza 
psicossocial, situacional e social. 
 
26 
 
d- coleta de informações, procedendo todas as investigações relativas ao usuário com 
vistas ao restabelecimento da “verdade” dos fatos, ou da construção “de provas”, de 
forma a oferecer subsídios técnico-científicos à decisão do juiz. 
e- representações, os valores e os significados presentes no contexto sociocultural, no 
qual o usuário desenvolve relações sociais e de convivência. 
 
Resposta Correta: Letra e- representações, os valores e os significados presentes 
no contexto sociocultural, no qual o usuário desenvolve relações sociais e de 
convivência. 
Comentário: Elementos constitutivos do parecer social: Ao levantar os elementos 
constitutivos para emissão do parecer social devem-se levar em consideração as 
representações, os valores e os significados presentes no contexto sociocultural onde 
o usuário desenvolve relações sociais e de convivência. 
 
 
SERVIÇO SOCIAL 
Instrumental Técnico Operativo 
Registros de Atendimentos 
 
Estudo Social 
 
Conhecer aspectos socioeconômico e cultural. 
Garantir e ampliar direitos sociais. 
Perícia Social 
Estudo Social (fundamentos teórico, ético e técnico). 
Avaliar e julgar. 
Subsidiar decisão judiciária. 
Laudo e Parecer. 
Laudo Social 
(Registro mais 
importante) 
 
Laudo 
(Relato/Conclusão/P
arecer) 
 
Elemento de prova. 
Suporte à decisão judicial. 
Fornece elementos socioeconômico e cultural. 
Introdução (demanda, objetivo, identificação dos 
sujeitos). 
Metodologia (objetivos do estudo). 
Relato analítico histórico. 
Conclusão ou parecer social (sintetizado/ breve 
análise crítica/ apontar conclusões). 
Expressar posição profissional frente à questão. 
Parecer Social 
 
 
Esclarecer. 
Analisar. 
Exposição suscinta e objetiva. 
Fundamentos: teóricos, éticos e técnicos. 
Finalização: conclusivo ou indicativo. 
Parte final e ou conclusão de um laudo 
 
 
27 
 
 
2012/FCC/MPE-AP. Foi solicitado a um assistente social que atua junto ao 
Ministério Público elaborar um estudo social que envolve a requisição de direito 
de um adolescente referente ao acesso aos serviços de saúde mental. O estudosocial é um procedimento que tem como objetivo: 
a- exercer a vistoria, solicitada ou determinada, sempre que a situação exigir um parecer 
do assistente social. 
b- oferecer informações para as autoridades competentes com base, exclusivamente, 
nos depoimentos dos adolescentes. 
c- conhecer com profundidade e de forma crítica uma determinada situação, 
especialmente em seus aspectos socioeconômicos e culturais. 
d- manifestar sucintamente a situação social na qual se envolveu o adolescente, sem, 
contudo ter caráter conclusivo. 
e- conhecer profundamente a situação com base nos fatos relatados no processo 
judicial e na visita domiciliar. 
 
Resposta Correta: Letra c- conhecer com profundidade e de forma crítica uma 
determinada situação, especialmente em seus aspectos socioeconômicos e 
culturais. 
Comentário: ESTUDO SOCIAL- Processo metodológico de especificidade do 
assistente social, que tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, 
uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção 
profissional. PARECER SOCIAL- é uma das partes que integram o estudo social, onde 
o assistente social, tomando por base os dados coletados ao longo do estudo social, 
cuja análise sempre se dá à luz do referencial teórico, é onde o profissional expressa a 
sua posição técnica de como alguma situação em questão (que gerou o estudo social) 
poderá ser solucionado. PERÍCIA SOCIAL- a perícia, quando solicitada a um 
profissional de Serviço social, é chamada de perícia social, recebendo esta 
denominação por se tratar de estudo e parecer cuja finalidade é subsidiar uma decisão, 
via de regra, judicial. Ela é realizada por meio do estudo social e implica na elaboração 
de um laudo e emissão de um parecer. Para sua construção o profissional faz uso dos 
instrumentos e técnicas pertinentes ao exercício da profissão, sendo facultado a ele a 
realização de tantas entrevistas, contatos, visitas, pesquisa documental e bibliografia 
que considerar necessárias para análise e a interpretação da situação em questão e a 
elaboração de parecer. Assim, a perícia é o estudo social, realizado com base nos 
fundamentos teórico-metodológicos, ético-político e técnico operativo, próprios do 
serviço social, e com finalidade relacionada a avaliações e julgamento. RELATÓRIO 
SOCIAL- é referente a apresentação das atividades desenvolvidas na área de atuação 
do profissional (visitas domiciliares, informações e providências tomadas, bem como as 
suas justificativas). Seu conteúdo deve ir além do burocrático, contendo informações 
relevantes ao processo interventivo, não deve, porém, somente informar, mas explicitar 
as razões das ações (encaminhamentos) tomadas ou a serem realizadas. O relatório 
não se trata de um boletim informativo. LAUDO SOCIAL- o laudo resulta de um estudo 
 
28 
 
 
mais minucioso e aprofundado sobre determinada problemática, que contém um 
parecer bem fundamentado acerca de determinada problemática atendida pelo 
profissional. O laudo oferece elementos de base social para formação de um juízo e 
tomada de decisão que envolve direitos fundamentais e sociais. Documento 
RESULTANDO de PERÍCIA SOCIAL, ele apresenta o registro das informações mais 
significativas do estudo e da análise realizada, e o parecer social. Não necessita 
expressar detalhamento dos conteúdos do estudo realizado (salvo exceções). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
4. TRABALHO EM REDE 
 
Conceituação de Rede 
 Como definição básica, o termo rede origina-se do latim retis, e é definido pelos 
dicionários da língua portuguesa como o entrelaçamento de fios com aberturas 
regulares, capazes de formar uma espécie de tecido. A partir da noção de 
entrelaçamento, assim como da estrutura reticulada, a palavra rede foi ganhando novos 
significados, de modo a caracterizar-se diante das mais diferenciadas situações. 
 Os diversos sentidos de “rede” foram enfatizados ainda no artigo de Loiola e 
Moura (2000 p.54). As autoras buscaram evidenciar a natureza e ressaltar as vantagens 
e definições do termo, fator que auxiliou e serviu de base para identificar, por 
comparação, os sentidos convergentes e divergentes relacionados às redes de 
atendimento, possibilitando o destaque de aspectos atuais, vinculados à utilização do 
conceito. 
 Ressaltando as várias implicações, as quais permeiam o sentido do termo em 
destaque, para as autoras anteriores, tal termo nos remete às diferentes vertentes, tais 
como armadilha (rede de pesca); instrumento amortecedor ou protetor (rede de circo, 
tela de arame); ideia de fluxo e de circulação (enfatizando pontos de origem e destino, 
tal como a energia elétrica). Em consideração a determinados fluxos, estes ocorrem 
sem que haja necessariamente um centro propulsor e as várias unidades constituem a 
rede, como no caso da internet. 
 
 
As redes podem ainda ser consideradas como sistemas organizacionais 
capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e 
participativa, em torno de objetivos ou realizações comuns. 
 Segundo informações do site rits (2007) o conceito de rede 
transformou-se, nas últimas duas décadas, em uma alternativa prática de 
organização, capaz de possibilitar e responder às demandas de flexibilidade, 
conectividade e descentralização das esferas de atuação e articulação social 
diversa. 
 
 
Dentre tantas vertentes, uma que realmente nos interessa por ocasião, refere-
se àquela direcionada às ciências sociais, enfatizando as áreas relativas à Sociologia, 
 
30 
 
juntamente ao Serviço Social, o qual se preocupa com o estudo do ser humano em suas 
inter-relações contextualizando-o ao ambiente em que vive. 
 No sentido de estudar e trabalhar em rede parte-se do conceito fundamental, 
diante do qual a Sociologia aborda as redes sociais, agregando-as ao mundo dos 
negócios; estes, por sua vez, caracterizam-se a partir de algumas definições, 
considerando as inter-relações, associações encadeadas, interações, vínculos não 
hierarquizados, todos estes aspectos envolvendo relações de comunicação, assim 
como o intercâmbio de informações e trocas diversas. 
 Faz-se necessário relacionar, segundo Amaral (2007) que “a rede se refere a um 
sistema aberto & fechado, cujos elementos encontram-se intrinsecamente relacionados 
por regras, dispositivos, artefatos e situações de comunicação não subordinada”. Deste 
modo compreende-se que as redes compartilham objetivos e tarefas comuns e, na 
conectividade, geram dinâmicas capazes de promover a auto-organização. 
 No jargão das Organizações Não Governamentais - ONGs, o termo rede refere-
se às pessoas de uma organização, as quais se comunicam com outros integrantes de 
uma instituição diferenciada ou movimento, através de qualquer meio, objetivando 
articular uma ação. Redes de ONGs podem ser consideradas, portanto, um modo 
estratégico de articulação. 
 A igualdade e a complementariedade entre as partes entendendo por este termo 
todas as organizações, programas governamentais ou não governamentais 
representam aspectos básicos, onde cada organização institucional que compõe a rede 
de atendimento social apresenta-se como fundamental para o todo, mas só formam a 
rede se ligadas e inter-relacionadas. 
FIGURA 1 
CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE REDES 
NO CAMPO DOS NEGÓCIOS E NAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
CAMPO REDE CARACTERIZAÇÃO 
 
NEGÓCIOS 
Sistêmica 
Agrupamento de organizações que tomam 
decisões conjuntas e articulam esforços para 
produzir produtos ou serviços. 
Secundária 
Surgiram em respostas às necessidades 
específicas para fornecer serviços particulares. 
Estratégia 
Conjunto de relações complexas recíprocas de 
caráter mais cooperativo do que competitivo. 
 
CIÊNCIAS SOCIAIS 
Urbana 
Indica níveis de interdependência e de fluxos 
entre as cidades. 
Primária 
Indica formas específicasde interação entre os 
indivíduos de determinados agrupamentos. 
 Baseado em Loiola e Moura 2000. 
 
31 
 
 
 Importa ressaltar que não há diferenças hierárquicas significativas a serem 
priorizadas dentre as redes, uma vez que se parte da importância das informações, as 
quais transitam através dos canais que interligam os vários integrantes ou 
colaboradores de uma determinada instituição organizacional. 
 Verifica-se ainda que as informações transitadas pela rede de atendimento social 
deverão circular livremente, tendo como alvo e principal meta o atendimento às 
demandas dos usuários finais do serviço considerado. 
 
 
 No plano das políticas públicas, mais especificamente na política de 
assistência social, a rede socioassistencial constitui-se de ação articulada e 
integrada entre as diversas organizações governamentais e não governamentais 
que atuam nas políticas sociais. Só existe a rede na medida em que ela integra e 
articula diferentes ações. 
 A rede de atendimento socioassistencial constitui em uma salvaguarda, para 
o apoio e a proteção social destinada aos usuários dos serviços sociais, e que deverão 
receber dessa rede o amparo e o atendimento aos seus direitos. 
 Para ser uma rede os pontos precisam estar bem “amarrados”, ou seja, 
integrados e articulados para que a rede consiga cumprir o seu papel, a sua 
função, ou seja, a rede de atendimento socioassistencial estará sendo tecida na 
proporção direta da integração e articulação de seus diversos pontos, ou seja, 
das diversas ações desenvolvidas pelas organizações que integram a política 
social pública. 
 
Estruturação e Categorias das Redes. 
 
 Observa-se que o padrão organizacional de rede se refere a um dos modelos de 
organização da vida, o qual se remete ao caráter de continuidade, articulando-se como 
um ciclo, elemento básico destacado por Amaral (2007) que caracteriza a estrutura de 
rede, considerando-a como a manifestação de um sistema tanto aberto quanto fechado. 
 O ciclo aberto advém do conhecimento dos sistemas vivos e dinâmicos, assim 
como também da cibernética. Por ser aberta, a referente dinâmica deve considerar as 
abordagens sistêmicas que possibilitem a visão de contexto, emergências e mudanças 
qualitativas. 
 
32 
 
 Os fatores que diferenciam as redes sociais das redes espontâneas referem-
se aos objetivos, juntamente à intencionalidade nos relacionamentos comuns, 
conscientes e compartilhados. 
 Na obra “redes sociais e redes naturais: a dinâmica da vida” a autora realiza uma 
significativa caracterização destas formas de rede, destacando: 
 
[...] apesar das características especiais, a forma de operar das 
redes sociais, assim como das espontâneas traduz princípios semelhantes aos que regem os 
sistemas vivos. Deste modo, um passo importante para entender as dinâmicas próprias do 
trabalho em rede é conhecer os sistemas vivos, entender como a vida se sustenta e se 
autoproduz. Uma diferença essencial entre os dois sistemas é que os fluxos e ciclos das redes 
sociais estão permeados, representam canais de circulação de informação, conhecimentos e 
valores representados pelos sistemas simbólicos. (AMARAL 2007, p 02). 
 
 A rede, ao caracterizar-se como um sistema fechado, manifesta-se em função 
dos seus objetivos, foco, perfil de integrantes, regras, trama de interações e vínculos 
entre os componentes, uma vez considerando os territórios biogeográficos que 
normalmente abrange. 
 Acionar uma rede consiste deste modo, em criar um processo comum de 
comunicação para todos os que estão envolvidos no problema e possuem um objetivo 
comum. A efetivação da rede implica na comunicação estruturada e ainda na estratégia 
viável e eficaz para articulação, intervenção e gestão dos processos. 
 
 
 
 A rede, processo estruturado de comunicação de forma reticular, segundo 
Amaral (2007), apresenta as seguintes características: articula pontos que estão em 
lugares diferentes; policêntrico; não hierárquico; não linear; múltiplos níveis de 
organização; auto-organização; objetivos compartilhados, construídos coletivamente; 
múltiplos níveis de organização e ação; dinamismo e intencionalidade dos envolvidos; 
coexistência de diferentes; produção, reedição e circulação de informação; 
empoderamento dos participantes; desconcentração do poder; multi-iniciativas; tensão 
entre estruturas verticais e processos horizontais; tensão entre comportamento de 
competição/cooperação/compartilhamento; composição multisetorial; formação 
permanente; ambiente fértil para parcerias; oportunidade para relações multilaterais; 
evolução coletiva e individual para a complexidade e configuração dinâmica e mutante. 
 
 
33 
 
Tornar a rede produtiva implica em ações conjuntas, requer investimentos 
financeiros, de tempo, dentre outros, pois as pessoas precisam conviver e se integrar, 
desenvolvendo a confiança recíproca, deve concordar em relação aos objetivos e as 
realizações, além da possibilidade de desenvolver um sentimento de que fazem parte 
da rede. Tais pessoas devem constituir um grupo capaz de agir coletivamente e, para 
os representantes e colaboradores das organizações os objetivos da rede e as regras 
de convivência necessitam ser significativamente claros. 
 Amaral (2007) enfatiza que as redes manifestam um desejo coletivo de inovação 
quanto às formas de organização política, numa desorganização consciente e 
intencional de estruturas que não mais correspondem às demandas e aspirações do 
grupo; revelam a existência de problemas que não conseguem ser resolvidos através 
das antigas estruturas e formas de gestão. A autora destaca que o padrão rede pode 
trazer vários benefícios, tais como, 
 
[...] a comunicação estruturada com públicos estratégicos; 
transparência; desenvolvimento de uma cultura de cooperação; desenvolvimento do 
protagonismo; descentralização das gestões; um ambiente/campo estruturado para possibilitar 
parcerias mais seguras e confiáveis; democratização das relações, regidas pelo par 
representado pela autonomia-interdependência; um espaço estruturado de interação social para 
as pessoas e organizações com objetivos comuns, além de um padrão organizacional cujas 
características são, por si, potencialmente facilitadoras de integração e democracia. (AMARAL, 
2007 p. 02). 
 
 Vale ressaltar ainda alguns aspectos que constituem o incremento referente ao 
capital social com foco no objetivo da rede, na aprendizagem individual e coletiva, além 
da soma relativa à produção e difusão de informações estratégicas direcionadas aos 
objetivos. 
 Uma vez considerando que as redes sociais se dividem em organizacional 
piramidal e estrutura em rede, faz-se necessário destacar as ideias de Whitaker (2007) 
que define muito bem as redes nas duas estruturas alternativas de organização 
ressaltadas anteriormente. 
 Embora algumas redes muitas vezes surjam como uma reação aos problemas 
originados a partir das estruturas piramidais, essas novas redes não pretendem 
substituir ou se contrapor às estruturas relacionadas. Em algumas situações, a estrutura 
em rede pode ser mais favorável à realização dos objetivos perseguidos e, deste modo, 
verificam-se que o melhor seria exatamente a combinação de ambas as estruturas. 
 Para Whitaker (2007, p.03) “Os elos básicos - os fios - que dão consistência a 
uma rede são as informações que transitam pelos canais que interligam seus 
 
34 
 
integrantes. Inclusive podem se organizar redes com o único objetivo de intercâmbio de 
informações”. 
 O autor destaca que a informação implica em poder, sendo que nas pirâmides, 
o poder se concentra, por isso também a informação permanece guardada para ser 
usada no momento oportuno, com vistas a se acumular e se concentrar cada vez mais. 
 Nas redes,o poder se desconcentra, por isso também a informação se distribui 
e a livre intercomunicação horizontal torna-se uma exigência essencial para o bom 
funcionamento de uma rede. Todos os seus membros têm que ter acesso a todas as 
informações que nela circulem pelos canais que os interliguem. 
 Em seus estudos o autor enfatiza ainda o fato de que quando pessoas ou 
entidades se associam para realizar determinados objetivos, estes precisam se 
organizar, sendo que a estrutura de organização mais usualmente adotada é a 
piramidal. Outra estrutura de organização que vem sendo cada vez mais experimentada, 
principalmente nos países do Primeiro Mundo se refere à estrutura horizontal em rede. 
 Assim, o mais importante da rede refere-se à distribuição de responsabilidades 
e as redes sociais partem do conceito básico de horizontalidade, como uma malha, fios 
ligados horizontalmente, sem ganchos de sustentação. 
 
 
 
 Abaixo, destaca-se uma comparação entre as duas estruturas destacadas, 
relacionando-as a partir de alguns conceitos significativos, os quais fazem referências 
ao contexto social das organizações. Pode-se observar, a partir da ilustração, o modo 
como os conceitos básicos relativos a um trabalho em equipe são muito mais 
democráticos na estrutura em rede do que na estrutura organizacional piramidal, a qual 
trabalha com maior rigidez, concentração de poder e hierarquia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
FIGURA 2 
RELAÇÃO COMPARATIVA ENTRE A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PIRAMIDAL E A ESTRUTURA EM REDE 
 
CONCEITOS 
 
------------------------- 
 
ESTRUTURA 
ORGANIZACIONAL PIRAMIDAL ESTRUTURA EM REDE 
 
DEMOCRACIA 
 
Depende do modo como são 
escolhidos seus dirigentes 
 
Medem-se pela abertura à entrada de 
novos membros pela liberdade de 
circulação de informações em seu 
interior, pela inexistência de censuras, 
controles, hierarquizações ou 
manipulações da respectiva circulação 
de articulação 
 
PARTICIPAÇÃO 
 
Depende da aceitação dos 
membros em relação ao poder de 
quem coordena, além da 
legitimidade e a forma de 
condução do processo 
 
Realização do objetivo perseguido, de 
mofo que este seja vital para quem 
participa da ação; o objetivo só pode 
ser alcançado se houver efetiva 
participação. 
 
REPRESENTAÇÃO 
OU DELEGAÇÃO DE 
PODER 
 
Representação 
 
Não são estabelecidos níveis de poder, 
mas sim tipos de responsabilidades 
com vistas à realização dos objetivos 
perseguidos; não existe representação; 
o poder pertence a todos os 
integrantes e refere-se ao “poder 
conjunto”. 
 
ESTRUTURA 
 
Superpõem-se níveis de poder de 
decisão: na base: muitos com 
pouco poder e menos 
responsabilidade; 
No topo: poucos com muito poder 
e muita responsabilidade. 
 
Seus integrantes se ligam 
horizontalmente a todos os demais 
diretamente ou através dos que o 
cercam. Todos têm o mesmo poder de 
decisão, pois decidem sobre sua 
própria ação; corresponsabilidade. O 
poder se desconcentra. 
 
DISCIPLINA E 
COMANDO 
 
Obediência e concentração de 
poder. 
 
Conta com a lealdade de cada um, 
para com todos baseada na 
corresponsabilidade e na capacidade 
de inciativa individual. 
 BASEADO EM WHITAKER, 2007. 
 
Para Silva (2007) caracterizando-se como estruturas flexíveis e cadenciadas, as 
redes devem se estabelecer por relações horizontais, através de uma interconexão e 
 
36 
 
em dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. Sustentam-se através 
da vontade e afinidade de seus integrantes, revelando um significativo recurso 
organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social. 
Partindo-se dos pressupostos fundamentais capazes de caracterizar as várias 
possibilidades de integração quanto ao ambiente de rede podem ser considerados como 
integrantes do referido processo as pessoas e as entidades organizacionais, elementos 
que se encontram destacados na figura a seguir. 
 
 
 
 Na estrutura em rede podem-se relacionar pessoas, juntamente às entidades 
organizacionais, interligar colaboradores de uma mesma organização, ou ainda unir 
organizações ou entidades diferenciadas. Deste modo é possível checar programas, 
assim como projetos semelhantes e trabalhar o diferencial dos mesmos, 
redimensionando-os em função dos usuários dos serviços sociais, evitando a 
sobreposição de ações e, sobretudo, vislumbrando o significativo aumento de recursos 
financeiros, humanos e materiais direcionados em benefício das ações existentes e dos 
objetivos pretendidos. 
 Uma entidade organizacional tem que ter conhecimento do que é feito pelas 
outras organizações para poder acionar ou encaminhar o usuário que atende para 
outros serviços de atendimento social. 
 
 Não é incomum encontrar em uma entidade organizacional com grande 
variedade de serviços, a existência de um total desconhecimento e uma falta de 
integração entre seus próprios serviços. 
 
37 
 
 As redes sociais, em suas diferentes configurações indicam uma nova forma de 
organizar e vivenciar espaços de poder e segundo as afirmações de Amaral (2007) a 
expressão denominada “horizontalidade das relações resulta em princípios, os quais 
devem se revelar através da gestão e nas relações caracterizadas pela 
descentralização, insubordinação, conectividade, multiliderança, autonomia, 
transparência, cooperação e interdependência”. 
 Cada rede possui uma configuração particular, dependente do ambiente onde 
se forma e atua, depende ainda da cultura política dos membros e, em especial, 
daqueles considerados como os facilitadores, além dos objetivos compartilhados. 
 Verifica-se que as configurações e dinâmicas das redes podem ser delineadas 
como significativamente variáveis. O que há em comum são os princípios sistêmicos do 
padrão organizacional em rede, por isso faz-se essencial entender tal padrão, 
juntamente com os seus princípios. 
 Em consideração às contribuições do padrão rede, para os bons resultados 
ocorrerem faz-se necessário que a operação da rede, sua facilitação, permita o 
desenvolvimento de dinâmicas de opostos (contraditórias) e emergências (surgimento 
do novo). 
 Para Amaral (2007) “gerir uma dinâmica de opostos implica abordagens 
dialéticas e dialógicas, em conseguir conviver com contradições sem cair no erro da 
simplificação, em buscar a descentralização, o desejo de colaboração e a capacidade 
para enfrentar a novidade”. 
 
 
 As redes sociais, nos últimos anos, definem-se como um padrão 
organizacional capaz de expressar, em seu arranjo de relações, as ideias políticas 
e econômicas inovadoras, as quais surgiram a partir do desejo de resolver 
problemas atuais. Representam um grau de complexidade política de uma 
determinada comunidade ou grupo e não podem ser criadas artificialmente, pois 
emergem de processos culturais e políticos. 
 
A partir da contextualização em destaque, cumpre ainda considerar que o 
Serviço Social trabalha com o que é chamado de redes sociais. Estas mesclam as 
categorias de redes vistas anteriormente, pois, as atividades possuem como foco o 
indivíduo e passam deste modo a constituir uma proposta democrática de realização do 
trabalho coletivo indispensável aos vários modos de transformações sociais. 
 
 
 
38 
 
 
 
 Na perspectiva de formular um referencial analítico para a inter-relação 
entre as diferentes redes, Baptista, (2000) localiza e destaca os vários espaços e 
âmbitos nos quais tais redes se configuram, sendo que as características em 
destaque se encontram ilustradas abaixo. 
 
QUADRO REFERENTE AS CARACTERIZAÇÕES DAS DIFERENCIADAS FORMAS DE REDES 
 
 
REDES SOCIAIS ESPONTANEAS 
Relações sociais primárias, interpessoais e espontâneas (família, amigos, vizinhança, trabalho, etc.). Sua 
açãoconcretiza-se através das relações de reciprocidade, circulação de informações e prestação de 
serviços imediatos. 
 
REDES DE SERVIÇO SÓCIOCOMUNITÁRIOS 
Produzem serviços assistenciais de caráter mutualista, tais como mutirões para construção de moradias, 
estas comunitárias, eventos culturais, esportivos, etc. 
 
REDES SETORIAIS PÚBLICAS OU SOCIOGOVERNAMENTAIS 
No campo do Estado as redes representam formas de articulação entre agências governamentais, 
juntamente com as redes sociais e implementam-se através das políticas públicas. Estrutura-se a partir 
do espaço público em função de necessidades tidas como direitos dos indivíduos (saúde, educação, 
habitação, etc.). Representam ainda coordenações ou comissões formais que reagrupam instituições 
engajadas nas mesmas políticas. A composição e missão são, geralmente impostas, por uma 
regulamentação, sendo que ocorre a constituição de espaços públicos de negociação e participação da 
cidadania, na gestão local, devido ao processo da democratização, nas relações entre Estado e Sociedade 
Civil. 
 
REDES SETORIAIS PRIVADAS 
Por serem de caráter privado, seguem as leis do mercado, oferecendo seus serviços mediante pagamento. 
As relações que caracterizam as mesmas são definidas por normas precisas, por funções e papeis 
atribuídos aos indivíduos para realização dos serviços. Nessas redes ocorre um nível avançado de 
formalização. 
 
REDES SOCIAIS MOVIMENTALISTAS 
Movimento social de defesa, garantia de direitos, de vigilância e luta reivindicatória por melhores condições 
de vida, além da afirmação de direitos. Constituem-se a partir da articulação de grupos e organizações 
sociais de natureza e funções diversas, ligados através de relações institucionais e interpessoais. Estas 
redes oxigenam todas as demais, assumindo o papel de instituintes das novas demandas de justiça, 
mudanças de paradigmas evolução sócio educacional e promoção humana. 
 Com adaptação. Baseado em Baptista (2000). 
 
39 
 
 
 Considerando as ideias de Néri (2004) pode-se melhor compreender o fato de 
que as várias redes de relações sociais, assim como o apoio social representam 
pressupostos, os quais devem ser considerados como inseridos nos âmbitos de outras 
áreas científico humanas que se encontram inter-relacionadas de forma complexa, tais 
como a psicologia, a sociologia, a pedagogia, dentre outras, sendo que todas possuem 
ações, direcionamentos e fundamentações teóricas que muito contribuem para os 
estudos e efetivação da promoção relativa ao bem-estar da população em geral. 
Importa ressaltar que o interesse pelo desenvolvimento das teorias relacionadas ao 
suporte social aumentou significativamente e ainda encontra-se vinculado às redes de 
atendimento social, aspecto que se fundamentou a partir da década de 1970, com 
destaque para os estudos de Matsukura; Marturano; Oishi, (2002) tendo em vista, 
particularmente a relação entre suporte social e os indicadores de presença ou ausência 
de vários desajustes sociais, além de diversas doenças, bem como a relação de suporte 
com as previsões de diagnóstico e restabelecimento pessoal. 
 Os autores enfatizam o fato de que o suporte social ajuda a aumentar a 
competência adaptativa, através do manejo e contribuição para o maior direcionamento 
e equilíbrio como um todo, fatores que se encontram vinculados à dependência de 
influências ambientais e sociais às quais os indivíduos encontram-se expostos. 
 
 
 
2011/FUNIVERSA/SES-DF. A realização de trabalho com grupos no serviço social 
contribui para formação de redes, apoio mútuo, construção de identidade, 
organização política dos sujeitos, ou seja, ações permitidas pela troca de 
experiências, de orientação social, de vivências, entre outras. Assinale a 
alternativa correta com relação ao trabalho com grupos em serviço social. 
 
 a) Os momentos de silêncio que permeiam o processo de grupo devem ser evitados 
para não causar constrangimentos e demonstrar o esgotamento do assunto. 
 b) A socialização de informações pelo assistente social representa o conhecimento 
profissional que deve ser acrescentado ao que já foi produzido a partir dos próprios 
integrantes do processo, quando este tiver se esgotado. 
 c) O uso de analogias entre diferentes situações e de decomposição de uma questão 
em partes constitui uma estratégia de aproximação da prática profissional a uma 
conversa informal. 
 
40 
 
 d) O contrato de trabalho visa aprofundar e estimular o exercício de reflexão pelo 
usuário. 
 e) A sumarização e a devolução de diversas situações e questões têm por finalidade 
integrar o grupo nas suas relações interpessoais. 
 
Resposta Correta: Letra b) A socialização de informações pelo assistente social 
representa o conhecimento profissional que deve ser acrescentado ao que já foi 
produzido a partir dos próprios integrantes do processo, quando este tiver se 
esgotado. 
 
 
 
 
2012/CESPE/TJ-AC. Os instrumentos e as técnicas presentes nos procedimentos 
profissionais do assistente social constituem acervo imparcial e essencialmente 
técnico. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: A configuração dos procedimentos e do instrumental técnico-operativo 
acompanha as alterações históricas da base sócio organizacional do Serviço Social e 
está marcado por tratamentos diferenciados conferidos pelos diversos projetos 
profissionais. Ainda que alguns instrumentos e técnicas constituam o acervo interventivo 
dos assistentes sociais desde os primórdios, eles são acionados como parte dos 
procedimentos que constituem um processo de intervenção nas relações sociais. Assim, 
o instrumental coloca-se como um conjunto articulado historicamente, pois faz parte do 
atendimento de necessidades reais, permeadas pelas relações sociais. Não se 
constituindo, portanto, um acervo neutro e meramente técnico, embora assim seja 
apresentado pelo pensamento dominante, racionalista-formal. 
 
 
 
2011/CESPE/TJ-ES. A escolha dos instrumentos, técnicas ou estratégias e dos 
modelos de abordagem individual, familiar ou de grupos a serem adotadas pelos 
assistentes sociais, no âmbito das instituições sociais, independe do objetivo da 
ação profissional. 
Certo / Errado 
 
41 
 
 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: Para que o profissional possa intervir numa dada realidade, é importante 
primeiramente conhecer essa tal realidade, em seguida definir os objetivos da ação, e 
finalmente escolher qual o instrumento e a estratégia para desenvolvimento da sua 
ação. Para que o profissional tenha uma intervenção segura, eficaz e eficiente o 
instrumental e a técnica deve estar de acordo com o problema. Não sendo assim, sua 
ação não causará mudança, muito menos impacto na tal realidade e o seu trabalho não 
terá sentido. 
 
 
PONTOS COMENTADOS 
Serviço Social 
Os Instrumentos Técnicos Operativos 
 
• Os instrumentais técnico-operativos são como um conjunto articulado de 
instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional. 
• Ao se realizar uma entrevista, parte-se de um objetivo profissional e se almeja uma 
finalidade. Sempre que possível, o primeiro passo para desenvolvê-la é munir-se 
das informações referentes a antecedentes da situação a ser estudada, para obter 
elementos que possibilitem o avanço do diálogo, evitando que o usuário seja 
obrigado a repetir informações que já constam de um prontuário ou auto processual. 
• Reescrevendo, pode-se alegar que a entrevista social precisa, necessariamente, 
que o assistente social tenha autonomia profissional para apreender a realidade 
social. 
• Semiestruturada ou semidirigida - o entrevistador deixa que o entrevistado fale e 
direciona essas falas para os objetivos. 
• Estruturada ou dirigida - entrevistador conduz conforme seus objetivos 
específicos.

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