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Direito Civil - 1ª avaliação

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Direito Civil - 1ª avaliação 
1) Qual a diferença entre incapacidade e impedimento matrimonial?
Resposta: Impedimentos matrimoniais são condições positivas ou negativas, de fato ou de direito, físicas ou jurídicas, expressamente especificadas pela lei, que, permanente ou temporariamente, proíbem o casamento ou um novo casamento ou um determinado casamento; impedimento matrimonial é a ausência de requisitos para o casamento.
Incapacidade civil são as pessoas que não estão aptas ao exercício ou gozo de seus direitos. A incapacidade pode ser absoluta ou relativa. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. São relativamente incapazes os maiores de 16 anos e menores de 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos, entre outros.
2) Qual é a idade núbil? 
Resposta: Art. 1.517, homem e a mulher com 16 anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
3) O representante legal do menor pode revogar a autorização que já havia dado para acelebração do casamento?
Resposta: A autorização dos pais para o menor em idade núbil se casar pode ser revogada, pelo art. 1.518, até o momento da celebração do casamento.
4) É cabível o casamento antes de o menor atingir a idade núbil? 
Resposta: "Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código".
5) Os relativamente incapazes podem contrair casamento? 
Resposta: A pessoa com deficiência mental ou intelectual que já atingiu a idade núbil poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente, caso consiga, ou, em caso negativo, através de seu responsável ou curador, conforme §2º do art. 1.550 do código civil, incluído pela lei 13.146/2.015. Portanto, a pessoa com deficiência mental ou intelectual também desfruta de capacidade matrimonial, ainda que não consiga exprimir, de modo inequívoco, o seu consentimento.Assim, o surdo-mudo, que não puder externar diretamente a vontade, também poderá se casar e, nesse caso, a vontade será manifestada por meio de seu responsável ou curador.
6) Os absolutamente incapazes, previstos no art. 3°, II e III, do CC, podem se casar? 
Resposta: Entretanto, são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
7) A falta de capacidade gera a nulidade absoluta ou relativa do casamento? Resposta: São aqueles cuja violação provoca a nulidade absoluta do casamento. Os impedimentos dirimentes relativos, cuja violação provoca a nulidade relativa do casamento, no novo Código, são tratados como incapacidade matrimonial. 
8) O que são impedimentos absolutos ou públicos? 
Resposta: O impedimento é a falta de legitimação para se casar com certa pessoa. São aqueles cuja violação provoca a nulidade absoluta do casamento. Art.1.521 têm por objetivo: 
a) Impedir o casamento incestuoso (incs. I a V);
b) Preservar a monogamia (inc. VI);
c)Evitar o casamento motivado pelo homicídio.
9) O homem que vive em união estável pode se casar com a filha de sua companheira? 
Resposta: Não pode se casar com a filha de sua companheira. Dispõe o §2º do art.1.595 que na linha reta a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. 
10) O divorciado ou viúvo pode se casar com a sogra? E com a ex-cunhada?
Resposta: Nesse caso, a lei impede que os afins (aqueles parentes que recebemos pelo evento casamento ou união estável) se casem com os ascendentes e descendentes em linha reta, ou seja, impede que sogro se case com nora, genro e sogra, padrasto com enteada, etc.
O art. 1.595, em seu § 2º diz que, na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável, ou seja, ainda que haja a separação ou divórcio, não é permitido o casamento entre genro e ex-sogra, nora e ex-sogro, “ex-padrasto” e enteada, etc.
Todavia, a lei não traz nenhuma observação sobre impedimento de casamento entre colaterais, ou seja, é possível que exista o casamento entre cunhados, por exemplo.
11) É possível o casamento entre tio e sobrinha? E entre primos?
Resposta: Casamento avuncular nada mais é o nome que se dá ao casamento entre tios (as) e sobrinhos (as), ou seja, entre parentes colaterais em terceiro grau. 
O atual Código Civil Brasileiro de 2002, o reconhecimento do casamento avuncular foi proibido. O inciso IV do artigo 1521 do Código Civil foi explícito ao proibir este tipo casamento ao dispor que os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais até o terceiro grau (tio e sobrinhos) não podem se casar entre si.
No entanto, o entendimento jurídico sobre o tema é que o atual Código Civil Brasileiro não revogou o Decreto-lei de 1941, ou seja, o Decreto de 1941 ainda está em vigor. Inclusive, há um enunciado aprovado pelo Conselho da Justiça Federal que diz que o inciso IV do art. 1.521 do novo Código Civil (aquele que proíbe este tipo de casamento) deve ser interpretado à luz do Decreto-Lei n. 3.200/41 no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau. Em outras palavras, atualmente é possível o reconhecimento do casamento avuncular desde que não traga riscos a vida e saúde do novo casal e de seus eventuais filhos e desde que com autorização judicial.
12) Há algum crime que impede o casamento?
Resposta: Os impedimentos são agrupados em três grupos: impedimentos resultante de crime, impedimentos resultantes de parentesco e impedimentos resultante de casamento anterior. 
Os impedimentos resultante de crime: O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu companheiro. Os impedimentos podem ser desconhecidos até o momento da celebração do casamento. Caso o juiz ou oficial de registro tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
 13) O que é casamento irregular?
Resposta: As causas suspensivas são as que obstam a celebração do casamento, mas quando infríngidas não anulam o ato. Trata-se do chamado casamento irregular. Na doutrina, recebiam o nome de impedimentos precautórios ou proibitivos ou meramente impedientes. O casamento celebrado com infrigência dessas causas suspensivas não é nulo nem anulável. É válido, apesar de irregular, impondo-lhe, porém, o regime da separação obrigatória de bens. (art. 1.641, I). 
14) Qual a consequência de o casamento violar as causas suspensivas?
Resposta: Todos os incisos do artigo 1.523 tem como punição a aplicação de sanção econômica o regime de separação obrigatória de bens, apenas o inciso I, inclui-se a hipoteca dos bens imóveis caso venha a descumpri-lo. Este tipo de sanção visa a proteção do patrimônio resguardando assim aos herdeiros. 
O artigo 1.641 traz os incisos em que se aplicam a obrigatoriedade do regime de separação obrigatória de bens.
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) ano;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
15) Quais são as causas suspensivas da celebração do casamento? Dentre essas causas, qual foi introduzida pelo Código de 2002?
Resposta: O art. 183 do CC/16 tratava respectivamente dos impedimentos matrimoniais, ou seja, se contraídos configurava-se como matrimônio proibido. Entretanto o CC/02 em seu art. 1.521 apresenta os impedimentos excluídos alguns deles que atualmente se encontram no art. 1.523 nas causas suspensivas decasamento.
O artigo citado do Código de 1916 abrangia e tratava alguns destes impedimentos que hoje são apenas causas suspensivas, que com sua eliminação não infringi a lei, art. 1.524 CC/02.
As causas suspensivas não tornam nulo ou anulam o casamento apenas o torna irregular. 
Art. 1.523 – Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros. Este inciso tem por objetivo a proteção patrimonial evitando a confusão patrimonial, ou seja, não confundir os bens oriundos do matrimônio anterior com o atual resguardando os herdeiros. Este inciso é o único que acarreta duas sanções, a primeira a sanção é a econômica, pois o regime passa a ser o de separação obrigatória de bens. O segundo é a hipoteca sobre os bens caso esta venha a contrair núpcias antes de fazer o inventário do casal anterior, artigo 1.489, inciso II.
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Não será permitido o casamento até os 10 meses após a viuvez ou desfazimento do casamento, isto para proteção do filho, caso venha a ter dúvidas quanto à paternidade da criança é o chamado turbatio sangunis, que seria a confusão sanguínea, devendo a mulher guardar o prazo exigido em lei, caso salvo prova em contrário se vier a contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho presume-se que este seja do primeiro marido ou exame de gravidez para comprovação, do contrário estarão submetendo-se assim ao regime de separação de bens art. 1.641, I.
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. Este outro inciso também tem por objetivo a proteção patrimonial evitando a confusão, com a nova lei de divórcio não será mais necessário aguardar a partilha de bens para divorciar-se, mas para contrair novas núpcias deve esperar s partilha de bens, caso contrário deverá provar que não haverá prejuízo para o ex-cônjuge. Descumprindo-a terá a mesma sanção já citada anteriormente, separação obrigatória de bens.
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Como os demais, este aqui também visa a proteção do patrimônio, em relação às contas saldadas o seu tutor ou curador deve a cada dois anos apresentar ao juiz um a prestação de contas. Esta suspensão deve-se ao fato do administrador dos bens seja ele tutor ou curador, bom muito bem contrair matrimônio com pessoa de sua responsabilidade, para livrar-se da prestação de contas.
As causas suspensivas não se aplicam a união estável, não caracterizam suspensão, conforme artigo 1.723, § 2º.
16) O tutor pode se casar com o pupilo?
Resposta: Art. 1.523. Não devem casar: 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
17) Quem tem legitimidade para apresentar a oposição dos impedimentos?
Resposta: A legitimidade para apresentar a oposição dos impedimentos é atribuída a qualquer pessoa capaz, aliás, se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo ( art. 1.522). Quanto ao Ministério Público, Sá Pereira sustenta que não pode opor impedimento, porque não recebe esta competência, e, como competência não se presume, falece-lhe atribuições específica. Ora, se ele pode o mais que é mover a ação de nulidade matrimonial não vejo razão para sonegar-lhe o direito de arguir o menos que é oposição de impedimento; ademais, a qualquer pessoa capaz é licito opor impedimento. 
18) Quem tem legitimidade para arguir as causas suspensivas da celebração do casamento?
Resposta: As causas suspensivas da celebração do casamento poderão ser arguidas inclusive pelos parentes em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais em segundo grau, por vínculo decorrente de parentesco civil. Anote-se que a lei não atribui legitimidade ao testamenteiro nem ao ex-cônjuge, sendo que Espinola sustenta que ex-marido teria interesse em opor a causa suspensiva do art. 1.523, II, do CC para evitar a confusão de sangue. A jurisprudência considera taxativo o rol do art. 1.524. Cumpre desde logo não confundir a legitimidade para oposição dos impedimentos e das causas suspensivas com a legitimidade para propor a ação de nulidade ou anulação de casamento. 
19) O casamento pode realizar-se fora do Cartório?
Resposta: Para realizar um casamento civil fora do Cartório, é necessário atender a alguns trâmites legais para que a união seja oficializada. Para dar entrada na habilitação para casamento, os noivos devem comparecer com todos os documentos necessários para o ato, entre eles, os documentos pessoais e a certidão de nascimento de ambos. Caso um dos noivos seja divorciado ou viúvo, é preciso levar a certidão de casamento com averbação de divórcio, ou a certidão de casamento e óbito, respectivamente. 
Após o pedido de habilitação de casamento – documento que atesta que os nubentes não possuem impedimento legal para se casar – o casal já pode solicitar o pedido de casamento em diligência no próprio Cartório. O juiz de paz, que celebrará a cerimônia, é indicado pela serventia e fará o ato com a mesma formalidade realizada em Cartório.
20) Quantas testemunhas se exigem para o casamento?
Resposta: Antes da cerimônia, ou seja, na hora de dar entrada no casamento no cartório, serão necessárias as assinaturas de 2 testemunhas no total, uma para o noivo e outra para a noiva. 
Não precisam ser casal, podem ser dois homens ou duas mulheres, o importante é que sejam maiores de 18 anos, porque irão declarar que conhecem os noivos e que não existe nenhum impedimento legal para se casarem, respondendo civil e criminalmente pelo que estão declarando. Podem ser amigos ou parentes (menos pai e mãe).
21) O casamento pode celebrar-se mediante procuração? Disserte sobre esse assunto.
Resposta: O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais ( art. 1.542). A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias ( § 3º) O casamento celebrado após esse prazo é tido como inexistente. O estrangeiro também pode se casar por procuração, ainda que a lei de seu país proíba esse casamento (art. 7º,§ 1º, da LINDB). Só por instrumento público se poderá revogar o mandato (§4º). A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivesse ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. 
A procuração deve, é claro, indicar o nome da pessoa com quem o mandante vai se casar, outrossim, constar o regime de bens, caso contrário será o da comunhão parcial a não ser que em pacto antenupcial tenha sido escolhido outro regime. O Código não exige fundamentação para o casamento realizar-se por procuração. É irrelevante o sexo do procurador. Pontes de Miranda admite que ambos os nubentes se casem por procuração por intermédio de procurador único. Data venia, é necessário um procurador para cada um, porque o código usa a expressão “o outro contraente” ( § 1º do art. 1.542). Para Maria Helena Diniz é inadmissível que ambos os nubentes se façam representar por mandatários, já que, sem a presença de um deles, o ato nupcial perde os caracteres cerimoniais peculiares. Data venia, não há qualquer óbice legal para que ambos sejam representados por procuradores. No casamento nuncupativo, só poderá fazer-se representar por procurador o nubente que não estiver em iminente risco de vida ( § 2º do art. 1.542). 
Quando ao casamento realizado por procuração após a morte do mandante, o código é omisso, mas prevalece a corrente que é inexistente, diante da extinção ex vi legis do mandato e da consequenteausência de consentimento, sendo inaplicável o art. 689 do CC que considera válido os atos praticados de boa-fé pelo mandatário que ignorava a morte do mandante, pois essa norma é restrita aos atos patrimoniais, não se aplica ao casamento, afastando-se também a incidência do art.1.550, V, do CC, que considera o casamento apenas anulável quando celebrado por procurador cuja procuração estava revogada, tendo em vista que a morte não é causa de revogação do mandato e sim de extinção ( art. 682 do CC). 
22) A celebração do casamento pode ser imediatamente suspensa? O nubente pode se retratar no mesmo dia?
Resposta: Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
II - declarar que esta não é livre e espontânea;
III - manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
23) Em quanto tempo deve ser registrado o casamento de brasileiro celebrado no estrangeiro? Onde é registrado?
Resposta: O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Oficio da Capital do Estado em que passaram a residir ( art. 1.544). Os cônsules de carreira só poderão celebrar casamento quando ambos os nubentes forem brasileiros e a legislação local, isto é, do país onde está instalado o consulado reconhecer efeitos civis aos casamentos assim celebrados ( Decreto nº 24.113/34, art.13, parágrafo único). 
Por outro lado, os estrangeiros residentes no Brasil podem casar-se perante as autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes, no próprio consulado ou fora dele (§ 2º do art. 7º da LINDB). 
24) Um brasileiro pode casar com uma japonesa no Consulado do Japão?
Resposta: O registro de casamento celebrado por autoridade japonesa, em que ao menos um dos cônjuges seja nacional brasileiro, poderá ser lavrado neste Consulado-Geral, no livro de Escrituras e Registro de Títulos e Documentos.
O registro consular será efetuado mediante declaração do cônjuge de nacionalidade brasileira e terá como base a certidão japonesa de casamento, de onde se extrairão os dados dos cônjuges e da celebração do casamento. Dessa forma, no registro consular constarão os mesmos nomes e dados da certidão de casamento japonesa.
Os casamentos de brasileiros celebrados por autoridades estrangeiras são considerados válidos pela legislação brasileira. Assim, o cidadão brasileiro que tenha se casado no exterior também será considerado casado no Brasil. 
A legislação brasileira determina que os casamentos de brasileiros celebrados no exterior sejam registrados em Repartição Consular brasileira e, posteriormente, transcritos em cartório de 1º Ofício de Registro Civil no Brasil.
Para que produza efeitos jurídicos plenos em território brasileiro, a certidão consular de casamento deverá ser trasladada em Cartório de 1º Ofício de Registro Civil localizado no domicílio declarado do interessado no Brasil ou, na ausência de residência no Brasil, em Cartório no Distrito Federal.
O registro consular de casamento somente poderá ser solicitado quando o casamento celebrado no exterior não houver sido registrado em outra repartição consular brasileira ou em cartório de Registro Civil no Brasil. A duplicidade de registros e/ou a declaração de informações inverídicas no requerimento de registro podem implicar crime de falsidade ideológica.
25) Qual a lei que rege a validade do casamento de brasileiro celebrado no exterior?
Resposta: Os casamentos de brasileiros celebrados no exterior serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ( art. 32 da LRP).
26) O que é casamento nuncupativo.
Resposta: O casamento in extremis dispensa o processo de habilitação, a publicação de proclamas e a presença da autoridade. É celebrado pelos proprios nubentes ou por qualquer pessoa na presença de seis testemunhas que com eles não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. Aludido casamento só é possível mediante dois requisitos: 
1) Que um dos contraentes esteja em iminente risco de vida; 
2) Impossibilidade de os contraentes obterem a presença da autoridade celebrante ou de seu substituto. 
Note-se que é o único casamento que:
a) Dispensa a presença de autoridade celebrante; 
b) As testemunhas não podem ter vínculo de parentesco em linha reta, ou colateral até segundo grau, com os nubentes; 
c) Exige seis testemunhas. 
Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer, voluntariamente ou mediante intimação, perante a autoridade judiciária competente, dentro de 10 dias, sob pena de inexistência do casamento, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: 
1. Que foram convocadas por parte do enfermo; 
2. Que este parecia em perigo de vida, mas em perfeito juízo; 
3. Que em sua presença declaram os contraentes, livre e espontaneamento, receber-se por marido e mulher ( art. 1.541).
27) Quais as espécies de casamento religioso?
Resposta: O casamento pode ser de várias espécies:
Civil – ato de celebração oficializado perante o oficial do Cartório de Registro Civil. O matrimônio civil é um ato solene e gratuito. Esta gratuidade, contudo, somente se estende ao processo de habilitação, ao registro e à primeira certidão de casamento quando os nubentes firmarem declaração de pobreza, na forma do art. 1.512, parágrafo único do Código Civil.
Religioso com Efeitos Civis – aqui, o casamento celebrado por qualquer credo religioso pode ter efeitos civis, desde que haja o processo de habilitação e o devido registro. Ainda que estes sejam posteriores a cerimônia religiosa, pois podem ocorrer a qualquer tempo, os seus efeitos retroagem a data da cerimônia. A anulação de casamento religioso, por sua vez, não afeta o casamento civil.
Nuncupativo ou In Extremis – celebra-se quando um dos nubentes (noivos) está em iminente risco de morte, conforme expressão legal, autorizando-se a celebração sem cumprimento de qualquer das formalidades legais. O único requisito é a presença de 6 testemunhas que deverão confirmar o ato perante a autoridade competente no prazo de dez dias.
Putativo – casamento nulo ou anulável contraído de boa-fé por um ou ambos os cônjuges, pelo que produz efeitos apenas em relação ao cônjuge de boa-fé, da data da celebração ao trânsito em julgado de sentença desconstitutiva do ato (ou seja, sentença que declara a nulidade do casamento).
Homoafetivo – entre pessoas de mesmo sexo.
Consular – casamento realizado no exterior, perante autoridade consular brasileira, admissível para cidadão brasileiro que pretenda a submissão do enlace à legislação brasileira. Além dos requisitos do casamento civil, o ato deve ser levado a registro em 180 dias do retorno do(s) cônjuge(s) ao território nacional.
Casamento por Conversão de União Estável – neste casamento, com o atendimento das formalidades legais para a celebração do casamento, a união estável converte-se em casamento, retroagindo os seus efeitos ao início da união estável.
28) Como se prova o casamento?
Resposta: O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro ( art. 1.543). Dispõe, porém, o parágrafo único do art. 1.543 que: Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova. Como se vê, a prova supletiva só é possível se demonstrada a falta ou a perda do livro de registro do casamento. Nesse caso, qualquer outro documento hábil pode servir para comprovar o casamento; mas sem essa demonstração de perda ou falta de registro nenhuma outra prova poderá substituir a do assento do registro civil. 
Na hipótese de perda ou falta do registro, admite-se a ação declaratória de existência do casamento. Nesse caso, a sentença favorável ao casamento deve serregistrada no livro de registro civil e produzirá, tanto no que toca ao cônjuge como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento (art. 1.546). Nessa ação, em havendo dúvida entre as provas favóraveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados (art.1.547). É o princípio in dubio pro matrimonium, cuja aplicação se restringe à celebração do casamento, que, na dúvida se foi ou não celebrado, decide-se pela celebração, se presentes dois requisitos: 
a) Falta ou perda do registro;
b) Posse do estado de casado;
Sem a posse do estado de casado a referida ação ainda pode ser procedente desde que hajam provas contundentes acerca da celebração do casamento. Exemplo: As testemunhas confirmam a cerimônia do casamento que por desleixo do oficial registrador não foi registrado no Registro Civil das Pessoas Naturais.
29) Quando é cabível a ação declaratória de existência do casamento?
Resposta: A sentença favorável ao casamento deve ser registrada no livro de registro civil e produzirá, tanto no que toca ao cônjuge como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento (art. 1.546). Nesta ação, em havendo dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados. 
30) O que é posse do estado de casado e qual a sua importância?
Resposta: Dá-se a posse do estado de casados quando duas pessoas de sexos opostos viverem aparentemente como marido e mulher. Tradicionalmente, o reconhecimento da posse do estado de casados depende de três requisitos: 
- Nominatio (assim, a esposa deve usar o nome do marido);
- Tractatus ( devem-se tratar como marido e mulher);
- Reputatio ( devem ter fama de casados);. 
A posse do estado de casados é, na verdade, um critério para sanar dúvidas sobre a existência ou não do casamento. Não se adota, porém, no Brasil, a idéia de que a posse do estado de casados sana qualquer vício na celebração do casamento, impedindo sua invalidação. Aliás, a posse do estado de casados não é uma prova do casamento, pois este não se presume. Trata-se de um critério para sanar dúvida entre a existência ou não do matrimônio. Com efeito, dispõe o art. 1.547, na dúvida entre provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados. 
Por outro lado, dispõe o art. 1.545 que o casamento de pessoas que, na posse do estado de casados, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
31) Quais os requisitos de existência do casamento?
Resposta: Requisitos de existência do casamento são:
a) a diversidade de sexo entre os nubentes;
b) que a celebração se dê por autoridade competente;
c) que haja manifestação da vontade.
32) A inexistência de casamento pode ser declarada sem que haja uma ação judicial?
Resposta: A inexistência pode ser declarada a qualquer momento, sem necessidade de ação judicial específica para tal fim. 
33) Quais os requisitos de existência do casamento?
Resposta: Resposta questão 31.
34) Quais as diferenças entre o casamento inexistente e o casamento nulo?
Resposta: Casamento inexistente é considerado inexistente o casamento no qual o consentimento não existe, na ausência de autoridade celebrante, ou quando há identidade de sexos. É considerado um nada jurídico, não devendo gerar qualquer efeito.
Casamento nulo somente as partes legítimas podem pedir a nulidade, que são as partes envolvidas e o Ministério Público, porém este ultimo, facultativamente. O rol previsto no código civil em seu art. 1.548 é taxativo, portanto, somente pode se pedir nulidade naquelas hipóteses, quais sejam
I) Pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II) Por infringência de impedimento. Não pode ser decretado de ofício pelo juiz. Alguns efeitos desse casamento permanecem. O juiz pode declarar a nulidade quando não restar nenhuma dúvida sobre se deve ou não ser nulo aquele casamento, não podendo se fundar em indícios ou provas testemunhais. Deve estar tudo comprovado, só pode ser suscitada em ação exclusiva para esta finalidade. A ação é imprescritível podendo ser promovida a qualquer tempo. O cônjuge pode pedir ao juiz a separação de corpos antes de pedir a nulidade, pode ser usada sempre que haja risco para algum dos cônjuges ou que fique insuportável a convivência entre eles. Tem efeito retroativo até a data da celebração do casamento, ex tunc. Se a nulidade for declarada e se provar a má-fé de ambos os cônjuges cada um sai do casamento com os bens que trouxe até ele. 
35) Em quais hipóteses o casamento é nulo?
Resposta: A nulidade de casamento, pela gravidade de suas consequências, não admite interpretação extensiva, ou seja, ela só acontecerá na hipótese prevista em lei, qual seja: quando um ou ambos os cônjuges incorrerem em impedimento matrimonial. 
Os impedimentos matrimoniais estão previstos no artigo 1521 do Código Civil:
Art. 1.521. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Sobre os impedimentos decorrentes do parentesco (I a V)
36) Quem pode mover a ação de nulidade do casamento? Qual o prazo desta ação?
Resposta: A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público.
O prazo para ser intentada a ação de anulação de casamento, a contar da data da celebração, é de:
 I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.548 (1.550)
 II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
 III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art.
37) Em que hipótese o casamento é anulável?
Resposta: Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
E art. 1.558 do CC/02 É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. 
Além da dissolução do casamento, a anulação também provoca alguns efeitos para a pessoa do cônjuge que tiver dado causa a anulação, como: honrar obrigações havidas na constância do casamento; perde vantagens que havia ganhado com o outro cônjuge, entre outros.
38) O casamento do menor pode ser anulado se houver gravidez?
Resposta: Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
39) Qual o prazo para se anular casamento por coação?
Resposta: Art 1.560, IV do CC, 4 anos, se houver coação.
40) Quais os requisitos para o mandante anular o casamento realizado pelo mandatário fora dos casos permitidos em lei?
Resposta: O casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro cônjuge soubesse da revogação do mandato, também constitui causa de anulação do matrimônio (inciso V, art.1.550, CC): Para que seja causa de anulação, os contraentes não poderão ter coabitado após a celebração do casamento. 
O mandato declarado inválido por sentença judicial equipara-se à revogação de mandato, como prescreve o parágrafo único do artigo 1.550 do Código Civil de 2002.
Neste caso, também será de 180 dias o prazo para que o mandante proponha a ação de anulação, a contar do dia em que tomou ciência da realização do casamento (art. 1.560, parágrafo 2º, CC).
41) Qual o prazo para se anular o casamento, por incompetência da autoridade celebrante?
Resposta: A incompetência da autoridade celebrante (inciso VI, art. 1.550, CC)Deixou de ser causa de nulidade absoluta e passou a ser causa de anulação, tendo o prazo de 02 anos para a propositura da ação, a contar da data de celebração.
42) Qual a diferença entre a incompetência ratione loci e ratione materiae?
Resposta: A incompetência relativa (ratione loci) não é causa de nulidade do processo e sim de anulabilidade. Não pode ser decretada pelo juiz sem a parte solicitar. Se a parte não solicitar a anulação do processo na ocasião apropriada o processo será válido. Ocorre mais em questão de qual local a causa deve ser proposta.
Quanto a incompetência absoluta (ratione materiae) por ser mais grave esta deve ser decretada de ofício pelo juiz. Sem necessidade de nenhuma das partes alegá-la. E pode ser decretada a qualquer tempo. Um exemplo é incompetência em razão da matéria. Como ocorre em ação de divórcio. Competente é a Justiça Estadual, Vara de Família. Se a parte propõe ação em Vara da Justiça Federal ou Justiça do Trabalho nulo é o processo visto à competência em razão da matéria ser somente da Justiça Estadual.
Enquanto a incompetência relativa deve ser alegada em autos apartados do processo principal, na chamada exceção de incompetência, a absoluta deve ser alegada na contestação como preliminar de mérito. Isto quer dizer, a parte a quem interessa a decretação da nulidade na contestação alega primeiro a incompetência absoluta e após ela ataca o mérito da questão, ou seja, o direito alegado pelo autor, negando-o ou provando que não é da forma que o autor entende que o direito é. O juiz decretando a nulidade, nem precisa analisar o mérito.
Num caso como noutro, atualmente os autos são enviados ao juiz competente, podendo conforme o caso ser aproveitados os atos até a decretação da nulidade. Antes o autor devia entrar com outra ação e começar tudo do zero. Evidente que sentença e outras decisões, não podem ser aproveitadas no caso de envio dos autos ao juiz competente. Mas coleta e produção de provas para embasar a decisão judicial são admissíveis por questão de economia processual.
43) O matrimônio perante uma autoridade incompetente em razão da matéria pode ser válido?
Resposta: É anulável casamento realizado perante autoridade incompetente (CC, artigo 1.550, VI). Trata-se de incompetência relativa, ratione loci, logo, só será válido o ato nupcial que for celebrado por juiz do distrito em que se processou a habilitação matrimonial.
44) Qual o prazo para se anular o casamento por erro? Quem pode mover a ação anulatória?
Resposta: Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
 45) Em que hipótese se anula o casamento por erro?
Resposta: É possível ocorrer a anulação do casamento, por vício de vontade quando, se houver por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro, conforme o art. 1.556 do Código Civil. 
E o art.1.557 do Código Civil nos traz expressamente o que se considera o erro essencial sobre a pessoa, vejamos: 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
Resumindo para que se configure uma das hipóteses do erro essencial da ação de anulação de casamento é preciso que estejam presentes três pressupostos, conforme Rolf Madaleno:
a) tenha ocorrido antes do casamento;
b) o cônjuge enganado não tinha conhecimento antes do casamento; 
c) a vida em comum tornou-se insuportável.
Para Conrado Paulino da Rosa:
“O erro é uma falsa representação da realidade e faz com que uma pessoa acabe por manifestar uma vontade diferente daquela a ser realmente externada se tivesse conhecimento exato da situação. Ele vicia a vontade que não se fez livre e nem soberana, e, para determinar a anulação o erro há de ser substancial, fundamental e determinante para a manifestação e escusável, como ordena o art. 139 CC.”
46) Quais os requisitos para se anular o casamento por erro?
Resposta: Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
Na maioria das vezes, os pedidos de anulação são por erro essencial (art. 1557 do CC): I) o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II) a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por natureza, torne insuportável a vida conjugal; III) a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia rave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência.
47) O que é adultério precoce?
Resposta: O adultério precoce é quando o cônjuge, recém casado, logo após a celebração matrimonial abandona o lar conjugal.
48) Trace um paralelo entre ação de nulidade e anulação de casamento.
Resposta: Ação de nulidade de casamento, essa ação visa solver o casamento com uma sentença de eficácia declaratória, já que a nulidade é preexistente, sendo apenas reconhecida e proclamada pelo juiz.
· O casamento não chegou sequer a se constituir juridicamente por infringência a uma proibição legal.
· Se a lei impõe proibições não adianta infringir, pois o casamento é nulo.
Observamos os artigos no código civil: 
Art. 1.548: É nulo o casamento contraído: 
I - Pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
II – Por infringência de impedimento.
Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério.
Art. 1.521. Não podem casar: 
I – Os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil; 
II – Os afins em linha reta;
III – O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi do adotante. 
IV – Os irmãos, unilaterais ou bilaterais,e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – O adotado com o filho do adotante
VI – As pessoas casadas;
VII – O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
· A ação é imprescritível, não está sujeita a prazo decadencial ou prescricional.
Ação de anulação de casamento
· Essa ação também visa solver o casamento com uma sentença de eficácia constitutiva.
· A sentença dissolve o casamento como se nunca tivesse existido.
· O código civil elenca as situações cabíveis de uma ação de anulação de casamento 
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
· Induzir a erro essencial é crime imposto pelo código penal conforme o artigo abaixo: 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Conhecimento prévio de impedimento
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
· É indispensável à participação do Ministério Publico, pois trata de ação de estado.
· As sentenças devem ser averbadas no registro civil e no registro de imóveis, se tiverem.
· A ação de anulação não é imprescritível, está sujeita a decadência, observando os prazos estipulados em lei.
· Os efeitos da sentença são iguais tanto para anulação quanto para nulidade, possui efeito retroativo, ou seja, ex tunc (artigo 1563) e o vinculo matrimonial resta dissolvido, como se nunca tivesse existido.
49) O que é casamento putativo?
Resposta: O instituto do casamento putativo é preconizado por meio do artigo 1.561 do Código Civil de 2002, in verbis: 
 Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
 §1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
 §2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão. 
Por conseguinte, tem-se por casamento putativo aquele que é maculado por uma das causas de anulabilidade ou nulidade, mas que foi celebrado de boa-fé ao menos por um dos cônjuges. Todos os efeitos jurídicos inerentes ao casamento incidem para o cônjuge de boa-fé e aos filhos que sejam frutos da relação.
50) O casamento inexistente pode ser putativo?
Resposta: Enquanto o casamento nulo ou anulável pode ser declarado putativo, se foi contraído de boa-fé pelos cônjuges ou por um deles, o casamento inexistente, por ser o nada jurídico, não pode obter a declaração de putatividade. 
No casamento inexistente, ao menos teoricamente, os pseudocônjuges podem contrair nova união sem ter a declaração de inexistência da precedente. De outra parte, os casamentos nulos necessitam de ação declaratória de nulidade.

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