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Disciplina: Instalações Elétricas Período: 6º Curso: Engenharia Elétrica - CEFET-MG Profa. Gabriel Alves Mendonça Email: gforti@gmail.com Nota: Este material foi elaborado incluindo partes de notas de aula do prof. Prof.Thiago Vilela e Prof. Henrique Lopes - Dimensionamento de eletrodutos - Dimensionamento de proteção dos circuitos terminais - Equilíbrio de fases - Dimensionamento dos condutores e da proteção do circuito alimentador (circuito de distribuição) - Diagrama unifilar 2 Dimensionamento de Eletrodutos Dimensionar Alimentador Equilibrar as Fases Diagrama Unifilar Geral Detalhes, Memorial Descritivo/Cálculo e Lista de Material 3 Previsão de carga Definição da Categoria de Atendimento Dimensionar Padrão de Entrada Posicionamento dos Pontos de Utilização Localização do Quadro de Distribuição Divisão das Cargas em circuitos Traçado de Eletrodutos Traçado e Representação da Fiação Dimensionamento de Condutores Dimensionamento das Proteções 4 • Procurar os caminhos mais curtos (economia) entre os pontos de utilização e o QDC • Evite cruzar Eletrodutos em Linha Reta • Interligar os Pontos de Utilização com o menor número de Eletrodutos • São desenhados em “arcos”, mas executados em Linha Reta. • Em linha Reta: Não exceder 15 m de eletroduto sem caixa de passagem. Se em curva, reduza 3 metros para cada curva de 90º. • Eletrodutos em Pisos – Geralmente para Tomadas Baixas e Médias Eletroduto Curva de 90o Caixa Octogonal Caixa de derivação 4’’ x 2’’ Caixa de derivação 4’’ x 4’’ Eletrodutos e Caixas de Derivação • Podem ser fabricados em PVC, liso ou corrugado, rígidos ou flexíveis, podendo ser encontrados no mercado em barras de 3 metros ou em rolos • Estão disponíveis no mercado em vários diâmetros, como ½” (16mm); ¾” (20mm); 1” (25mm); 1 ½” (32mm); 2” (50mm); etc Conforme a Norma NBR 15465 Leve Médio Pesado 7 Simbologia Dimensionar eletrodutos é determinar seu diâmetro externo para cada trecho da instalação. Esse diâmetro é dado em mm e é padronizado. É obrigatório que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil dos eletrodutos Diâmetro nominal Diâmetro interno (mm) Área útil (mm2) 40% da área útil (mm2) 20 mm ½” 16,4 211,2 84,48 25 mm ¾” 21,3 356,3 142,52 32 mm 1” 27,5 593,9 237,56 Condutor (mm2) 1,5 2,5 4 6 10 16 25 Diâmetro externo (mm) 3,0 3,7 4,2 4,6 5,9 6,9 8,5 Área total do fio (mm2) 7,07 10,75 13,85 16,62 27,34 37,39 56,75 Área útil dos eletrodutos mais utilizados em instalações elétricas residenciais Área total de cada condutor incluindo sua isolação Exemplo O croqui abaixo mostra 4 circuitos deixando um quadro de distribuição por um mesmo eletroduto de PVC rígido do tipo rosqueável. De acordo com as bitolas dos condutores dadas a seguir, determine o diâmetro mínimo desse eletroduto. Circuitos 3 e 5: 2,5 mm2 Circuito 6: 4,0 mm2 Circuito 4: 6,0 mm2 No Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC) podem existir três equipamentos responsáveis por diferentes tipos de proteção em uma instalação elétrica: • Disjuntor Termomagnético • Dispositivo Diferencial-Residual (DR) • Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS) 12 Uma sobrecarga, em termos gerais, pode ser considerada como uma corrente elétrica acima da corrente nominal projetada para um determinado circuito. A sobrecarga acontece quando a corrente elétrica supera a capacidade de condução dos fios e cabos, reduzindo a vida útil desses componentes. As sobrecargas costumam provocar aquecimentos no sistema, danificando a isolação dos fios. Já uma curto-circuito resulta de uma falta (impedância insignificante), entre condutores vivos que apresentam uma diferença de potencial em funcionamento normal. Habitualmente, é uma corrente com valor muitas vezes acima do valor nominal. Nessa situação, se o disjuntor não atuar instantaneamente colocará em risco a segurança das pessoas e do patrimônio, provocando desde a perda de aparelhos elétricos e eletrônicos até incêndios. Disjuntor termomagnético Protege os condutores de um circuito contra sobrecarga e curto-circuito. Possui disparadores eletromagnéticos que atuam em caso de curto-circuito e disparadores térmicos que são acionados em caso de sobrecarga. Correntes de sobrecarga: um pouco superiores à corrente nominal. Ex: 1,13 In Correntes de curto-circuito: muito superiores à corrente nominal. Ex: 5 In Atuação lenta: minutos Atuação rápida: mili-segundos 14 Fonte: Guia EM da NBR 5410 Ex.: Disjuntor em caixa moldada Características nominais dos disjuntores - Tensão nominal de serviço - Tensão nominal de isolamento - corrente nominal -Corrente convencional de não atuação e de atuação -Disparo instantâneo: faixas de ajuste -Capacidade de interrupção (comparada com o valor da Corrente de curto presumida). 16 IDISJUNTOR: 10 – 13 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 – 70 – 90 – 100 A ... IDISJUNTOR: 10 – 15 –20 – 25 – 30 – 35 – 40 – 50 – 60 – 70 – 100 A ... Norma IECNorma NEMA Exemplos de disjuntores Monofásicos Bifásicos Trifásicos A tabela abaixo fornece os limites da corrente convencional de atuação para disjuntores e fusíveis. A tabela abaixo fornece os limites da corrente convencional de atuação para disjuntores e fusíveis. 20 21 Especificação do disjuntor A corrente nominal do disjuntor (IDISJUNTOR) deve satisfazer a inequação abaixo. Dessa forma, garante-se que ele não atue erroneamente para a corrente calculada do circuito (ICIRCUITO) e que ele abra o circuito caso essa corrente seja maior que a suportada pelo fio (IFIO), protegendo-o. IFIO x (FCNC x FCT) ≥ IDISJUNTOR ≥ ICIRCUITO FCNCFCT I I circproj • Exemplo de aplicação: Dimensionar um disjuntor utilizando os critérios de sobrecarga para um circuito de distribuição trifásico, com condutores isolados (PVC) em eletroduto embutido em alvenaria: • Sendo a corrente o circuito, ICIRC = 24 A. (considere temperatura de 30 oC e sem agrupamento de condutores) Resolução: • bitola: S = 4 mm2. • Assim, a capacidade de condução do condutor, IZ = 32 A (para FCNCxFCT = 1), determina-se a corrente nominal do disjuntor In ≤ 32 A (In = 25 A);. E ainda: I2 = 1,30xIn ≤ 1,45xIZ Condição prevista para instalação: Iz = (FCNCxFCT) x IFIO Dispositivo DR O dispositivo diferencial residual detecta corrente de fuga em um circuito elétrico e abre esse circuito. Sua finalidade é proteger as pessoas em caso de choque elétrico. Associado a esse dispositivo pode ter um disjuntor ou um interruptor: Disjuntor DR Interruptor DR A NBR 5410:2004 exige a utilização de proteção diferencial residual (disjuntor ou interruptor) de alta sensibilidade em circuitos terminais que sirvam a: 1. Pontos de tomada de corrente de uso geral e específico e pontos de iluminação em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e em todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens. 2. Pontos de tomada de corrente em áreas externas. 3. Pontos de tomada de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas. 4. Pontos situados em locais contendo banheira ou chuveiro. Disjuntor termomagnético Interruptor DR 10 – 13 – 16 – 20 A 25 A 25 – 32 A 40 A 40 – 50 A 63 A 70 A 80 A 90 A 100 A Escolha do interruptor DR Deve ser feita de acordo com a corrente nominal do circuito. Não tem problema a escolha de um interruptor de corrente maior que a nominal, pois o equipamento que atuará em caso de sobrecarga ou curto-circuito é o disjuntor termomagnético. Para aplicações de proteção contra choques elétricos, deve-se escolher um interruptor DR com sensibilidade de 30 mA ou menos! Interruptor DR em cada circuito Disjuntor termomagnético Interruptor DR Essa configuração reduz a seletividade da proteção, pois se houver fuga de corrente em um circuito, todos os circuitos serão desligados. Interruptor DR na proteção geralDPS Dispositivo de Proteção contra Surtos O DPS tem o objetivo de proteger os equipamentos elétricos contra sobretensões de origem atmosférica transmitidas pela linha externa de alimentação dessa instalação. DPS DPS DPS Fase A Fase B Fase C Esquema de conexão no QDC Profa. Cláudia Rejane de Mesquita - Disciplina Instalações Elétricas - Engenharia Elétrica - CEFET-MG 30 31 Para não superdimensionar o disjuntor geral nem os condutores do circuito de distribuição, é adotado um fator de demanda, que representa uma porcentagem das potências previstas que serão utilizadas simultaneamente. Caso a instalação tenha um fornecimento tipo C, a Cemig sugere um procedimento para estimar sua demanda. Em residências de pequena carga, o fator de demanda pode ser considerado igual a 100%. C = Somatório das cargas de iluminação e TUG’s (kVA) Fator de demanda (FD) C ≤ 1 0,86 1 < C ≤ 2 0,81 2 < C ≤ 3 0,76 3 < C ≤ 4 0,72 4 < C ≤ 5 0,68 5 < C ≤ 6 0,64 6 < C ≤ 7 0,60 7 < C ≤ 8 0,57 8 < C ≤ 9 0,54 9 < C ≤ 10 0,52 C > 10 0,45 Cálculo do fator de demanda de acordo com a carga instalada Número de aparelhos FD (TUE’s) 1 1,00 2 0,92 3 0,84 4 0,76 5 0,70 Exemplo TUG’s + iluminação = 10,42 kVA → FD = 0,45 3 chuveiros de 6600 VA (TUE) → FD = 0,84 Potência total instalada: 30.220 VA Potência total demandada: 10.420 x 0,45 + 3 x 6600 x 0,84 = 21.321 VA Esse dimensionamento é feito com base na potência demandada. (Fornecimento tipo C) A circuitoI 56 127.3 21321 ou A 56 220.3 21321 Caso não haja correções nessa corrente devido ao FCT ou ao FCNC, a seção dos condutores de distribuição para esse caso deverá ser de 10 mm2. Mas o critério da queda de tensão também deve ser verificado... Para a potência demandada do exemplo anterior e considerando o fornecimento trifásico: Exemplo Profa. Cláudia Rejane de Mesquita - Disciplina Instalações Elétricas - Engenharia Elétrica - CEFET-MG 37 Proteção geral O disjuntor geral é definido de acordo com a potência demandada para consumidores com fornecimento tipo C (cargas maiores). Para os fornecimentos tipo A e B (cargas menores), a definição do disjuntor geral é feita de acordo com a potência instalada. Tabela extraída parcialmente da ND 5.1 indica a proteção geral (disjuntor a ser usada no quadro de medição). 38 Para instalações com fornecimento bifásico ou trifásico, deve-se dividir as cargas o mais homogeneamente possível entre as fases. Uma recomendação é não deixar a diferença de carga entre as fases ultrapassar os 10%. Exemplo de um tipo de fornecimento bifásico: 1. Iluminação: C1 = 480 VA 2. TUG’s quarto e banho: C2 = 1000 VA 3. TUG’s cozinha: C3 = 1900 VA 4. Chuveiro: C4 = 6600 VA 5. Torneira elétrica: C5 = 2500 VA Fase A: C3 + C4/2 + C5/2 = 6450 VA Fase B: C1 + C2 + C4/2 + C5/2 = 6030 VA Equilíbrio de fases 39 Diagrama unifilar final da instalação O diagrama unifilar final oferece uma visão geral dos circuitos terminais e de distribuição da instalação elétrica residencial. Disjuntor geral Disjuntores do QDC Exercício dimensionamento Exercício para entregar na próxima aula: Dimensione o alimentador e faça o diagrama unifilar de uma instalação sabendo-se que possui 8 circuitos, com as seguintes tensões e potências. (no máx. de circuitos no eletroduto) ◦ C1 – 5500 VA – 220V – chuveiro (2) ◦ C2 – 5500 VA – 220V – Chuveiro (2) ◦ C3 – 1500 VA – 127V – Micro ondas (3) ◦ C4 – 1300 VA – 127V – iluminação (3) ◦ C5 – 1200 VA – 127V – iluminação (4) ◦ C6 – 2300 VA – 127V – tomadas (3) ◦ C7 – 2000 VA – 127V – tomadas cozinha e área de serviço (3) ◦ C8 – 3500VA – 127V – torneira elétrica (2) ◦ _______ ◦ 22800 VA = Potencia total instalada (fornecimento tipo D) 41 NOTAS: - Dimensione os condutores dos circuitos terminais considerando o CCC. A temperatura ambiente de 30 oC e o número máximo de circuitos no eletroduto está indicado entre parênteses. - Considere que o CQT não prevaleça sobre o CCC devido aos curtos comprimentos dos circuitos. - Considerar a distância do medidor ao QDC de 10 metros -Fornecimento tipo C considerar a potência demandada para o dimensionamento do alimentador - Realizar o equilíbrio de fases adequadamente. - Dimensionar os disjuntores dos circuitos terminais e do circuito de distribuição. Básica: 1. Cotrim, A. M. B. Instalações Elétricas. 5. ed. Pearson Education, 2008. 2. Niskier, J e Macintyre, A. J. Instalações Elétricas. 8. ed. LTC Editora, 2008 42 Complementar: 1. ND-5.1 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de Distribuição Aérea - Edificações Individuais. CEMIG. 2013. 2. ND-5.2 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de Distribuição Aérea - Edificações Coletivas. CEMIG. 2013. Adicional: 1. ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2005. 2. ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 (que substitui a antiga NBR 5413 – Iluminação de Interiores). 3. ABNT NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. 2015??. 4. Revista Eletricidade Moderna. Guia EM da NBR 5410. 2001. 5. Osram do Brasil. Iluminação: Conceitos e Projetos. Disponível em http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_%26_Catlogos/Downloads/Iluminacao_Geral/Manual_do_Curso_Ilu minacao_Conceitos_e_Projetos/index.html Colaboração: Notas de aula – professores Thiago Vilela e Henrique Lopes http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_&_Catlogos/Downloads/Iluminacao_Geral/Manual_do_Curso_Iluminacao_Conceitos_e_Projetos/index.html 43 44 Valores de corrente de curto-circuito no secundário do transformador 45 Fonte: Guia EM da NBR 5410 46 Fonte: Guia EM da NBR 5410 47 Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Exemplo: Dimensione o alimentador e faça o diagrama unifilar de umai nstalação sabendo-se que possui 9 circuitos, com as seguintes tensões e potências. De acordo com a Tabela 12 da ND 5.1 temos que o fator de demanda de iluminação e TUG será 0,57. Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Exemplo: Dimensione o alimentador e faça o diagrama unifilar de uma instalação sabendo-se que possui 9 circuitos, com as seguintes tensões e potências. De acordo com a Tabela 15 da ND 5.1 temos que o fator de demanda de para aparelhos do mesmo tipo de uso serão: 0.92 (chuveiros), 1.0 (micro ondas) e 1.0 (torneira elétrica) Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Exemplo: Dimensione o alimentador e faça o diagrama unifilar de umai nstalação sabendo-se que possui 9 circuitos, com as seguintes tensões e potências. Assim de acordo com a Tabela do tipo de dimensionamento da proteção geral esta instalação será do tipo C2 com disjuntor geral de 60 A trifásico. Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar De acordo com o critério da capacidade de condução de corrente: E ainda de acordo o critério da queda de tensão (VAm), considerando um comprimento de 10 m: Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Seção nominal (mm2) Sd máximo (VA * m) Tensão: 127 V Tensão: 220 V # 1,5 14.032 42.108 # 2,5 23.387 70.180 # 4,0 37.419 112.288 # 6,0 56.129 168.432 # 10 93.548 280.720 # 16 149.677 449.152 # 25 233.871 701.800 • Diagrama unifilar da instalação: • Deve-se dividir as cargas INSTALADAS o mais igualmente possível entre as fases: carga da fase A, B e C com valores em torno da potência de referencia. É importante que no final dos cálculos,a DEMANDA média por fase fique bem equilibrada (valores bem próximos). Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar • Segundo o exemplo dado, teremos uma potência instalada de 21.400 VA que é a soma dos 9 circuitos. Dimensionamento do Alimentador e Diagrama unifilar A maneira segundo a qual os condutores estão instalados influenciana capacidade de troca térmica entre eles e o ambiente e, em consequência, na capacidade de condução de corrente dos mesmos. Quanto melhor as condições do condutor dissipar calor, maior poderá ser a corrente transportada por ele! O método construtivo mais empregada em instalações elétricas residenciais é o B1 da norma NBR 5410:2004, ou seja, condutores unipolares em eletroduto embutido em parede de alvenaria. Profa. Cláudia Rejane de Mesquita - Disciplina Instalações Elétricas - Engenharia Elétrica - CEFET-MG 58 59 exemplo
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