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Anatomia do coração coração é um vaso modificado constituição do endocardio → revestido por endotélio pericardio - revestimento externo, serosa miocardio - intermediaria maior parte do coração endocárdio - revestimento interno Endocardiose degeneração mixomatosa da valva mitral Conceito: Degeneração (sufixo OSE) das valvas caracterizada por espessamento nodular dos folhetos valvares, mais severamente em suas margens livres causando seu espessamento e conseqüentemente impedindo sua perfeita coaptação. causada por depósito de conteúdo extracelular Processo degenerativo das valvas, com deposição de tecido fibromixóide e conteúdo mucóide, caracterizada pelo espessamento ou retração das valvas, acometendo as funcionalidade das mesmas. conteúdo mucóide: hialino (azulado) mixóide → tecido frouxo, com matriz hialina com cor azulada é mais comum em cães machos idosos de pequeno porte é uma alteração muito comum na rotina Valva mitral é a mais acometida, pois está entre o átrio e ventrículo esquerdo, onde o estresse hemodinâmico é maior, ou seja, maior pressão mixóide → tecido frouxo, com matriz hialina com cor azulada Fisiopatologia Os folhetos valvares tornam-se espessos, ficam encurtados e curvos. Ocorre fibrose das valvas com acumulação de mucopolissacarídeos, tendendo a ocorrer hemorragia e calcificação. As cordas tendíneas também se tornam espessas e podem se romper. Geralmente o ventrículo esquerdo está dilatado e, em casos mais severos, o endocárdio pode romper-se criando um tampão cardíaco Etiologia desconhecida provavelmente hereditária macroscopicamente: - valvas espessas e curtas, lisas com ou sem nodulações (entre as áreas de inserção e as cordas tendíneas) - substituição da faixa densa de colágeno por tecido mixomatoso frouxo - brilhante - sem evidências de inflamação microscopicamente: - aspecto ondular no tecido conjuntivo abaixo do endotélio; proliferação fibroblástica, tecido mixomatoso, ou seja, frouxo, com muito espaço entre as fibras e entre os fibroblastos Consequências: A valva mitral alterada acarreta na insuficiência valvar e no sopro sistólico: quando a endocardiose ocorre, há o espessamento e retração das valvas acometidas, fazendo com que elas não se fechem corretamente e acometendo no refluxo do sangue. Dilatação do átrio esquerdo: tende a se ajustar ao refluxo, já que a regurgitação valvar resulta em enchimento superior à capacidade do átrio. Hipertrofia do ventrículo esquerdo: precisa fazer mais força Insuf. cardíaca congestiva: pressão do átrio aumenta muito, até que se forma edema pulmonar. - O espessamento do endocárdio em regiões de valva faz com que as valvas não fechem-se corretamente, o que chamamos de insuficiência valvar. O refluxo sanguíneo poderá causar uma congestão pulmonar, levando ao edema pulmonar e insuficiência respiratória. A valva mitral assegura que todo o volume sanguíneo que chega ao ventrículo esquerdo seja expelido para a aorta; tendo insuficiência da valva mitral, parte desse sangue reflui para o átrio esquerdo, o que causa sua dilatação e o fluxo para a aorta diminui. sinais clínicos Ativação de mecanismos compensatórios, que pode fazer com que o animal seja assintomático inicialmente. Mecanismos compensatórios - ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona devido à diminuição do débito cardíaco, com objetivo de restabelecer o volume sanguíneo e a pressão, o que causa retenção de sódio e água e vasoconstrição - ativação do SNA simpático devido ao sistema RAA, causando aumento da frequência cardíaca e vasoconstrição Tratamentos - dieta hipossódica - vasodilatadores - diuréticos - broncodilatadores Sinais clínicos: - tosse → aumento do átrio esquerdo pressiona o brônquio esquerdo - sopro sistólico - freqüência respiratória aumentada durante descanso - pouca tolerância à exercícios moderados ENDOCARDITES conceito: doença sistêmica causada por colonização bacteriana do endocárdio valvar processos inflamatórios do endocárdio, podendo ser ou não infecciosas. Endocardite urêmica Etiologia: doença renal crônica Acomete geralmente o átrio esquerdo, podendo se estender ao ventrículo esquerdo; Fisiopatologia animais com uremia (aumento de creatina e ureia no sangue; associados a doença renal) geram lesão tecidual, então também pode acometer outros órgãos, causando hemorragia; no endotélio, causa processo inflamatório Endocardite infecciosa Etiologia: microorganismos (bactérias, larvas, fungos e vermes) que colonizam outras partes do organismo e chegam até o coração pela circulação exemplo: doença periodontal (cálculo dentário), gera quadro de bactéria recorrente, podendo acarretar em endocardite e posteriormente em IC. Sinais pode provocar febre, sopros cardíacos, petéquias, anemia, fenômenos embólicos e vegetações endocárdicas aspectos macroscópicos- vegetações e verrugosidades nas valvas – mitral> aórtica>tricúspide>pulmonar (sequência de frequência de acometimento); aspectos microscópicos – deposição de fibrina, colônias bacterianas, infiltrado leucocitário, granulação; Fisiopatologia A endocardite infecciosa ocorre quando uma bactéria entra na corrente sanguínea e viaja para válvulas previamente lesionadas, aderindo-se a elas; O ecocardiograma é utilizado para detectar válvulas cardíacas lesionadas, e as culturas de sangue são utilizadas para identificar o micro-organismo responsável pela endocardite infecciosa; consequências: abscessos miocárdicos, com destruição tecidual e, às vezes, anormalidades do sistema de condução (em geral com abscessos septais baixos), desenvolvimento súbito e grave de insuficiência valvar, causando insuficiência cardíaca, levando a IC e morte (normalmente em virtude de lesões das valvas aórtica e mitral); Aortite devido à disseminação contínua da infecção; no lado direito → embolia pulmonar bacteriana MIOCARDITES características gerais - conceito: inflamação dos cardiomiócitos (músculo do coração) - no geral são infecciosas, podem ser agudas e fatais, lesões geralmente são multifocais - podem ser primárias (em que o agente infeccioso não provoca patologia importante em outros locais do organismo) secundárias (há infecções primárias em outros locais do organismo) etiologia 1) agentes infecciosos associados a doenças sistêmicas, como bactérias, vírus ou vermes 2) extensão direta: que vai direto para o coração (não passa pelo sangue) como por exemplo, algo que perfure e esteja infectado 3) extensão de uma endocardite classificação miocardites de acordo com o exsudato ou causa - infecciosa: mais comum em animais, multifocais - imunomediada: não detecta agente infeccioso eosinófila - miocardite viral: as vezes nem tem alteração e o organismo resolve consequências - cicatrizes por todos o coração, indicam lesão, perda muscular e reparo por cicatrização - essas cicatrizes podem desenvolvimento de insuf cardíaca aguda ou crônica - falência do bomba cardíaca, ou seja, redução da capacidade do coração de bombear o sangue, e o surgimento de arritmias cardíacas micocardites supurativas - tem pus → bactérias - muitas fibras musculares mortas - predomínio de neutrófilos - lesões amareladas - focos pálidos e abcessos - pode ser uma extensão de endocardite https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-da-aorta-e-seus-ramos/aortite miocardites necrosantes - toxoplasmose e outras protozooses - focos necróticos pálidos no miocárdio - há presença de macrófagos → processo inflamatório misto miocardite linfocitária infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário, causa coração tigrado comum em infecções virais - exemplo: parvovirose e febre aftosamacroscopia: coração tigrado, áreas vermelhas intercaladas com áreas brancas → infiltrado de leucócitos associados a patologias virais - febre aftosa (doença de grande porte, com exceção de equinos), faz viremia, chegando primeiro ao coração, provoca lesões na boca, faz viremia, vai para o casco fundido e chega ao coração causando morte súbita; se a carga viral for baixa e o animal sobreviver, ele apresentará áreas de fibrose no coração, podendo causar insuficiência cardíaca miocardite eosinofílica Patologia: Infiltração e lesão do miocárdio por eosinófilos citotóxicos. Os eosinófilos possuem grânulos citoplasmáticos que contêm proteínas citotóxicas que, uma vez libertadas, podem lesar diretamente os tecidos. - cisticercose - dirofilariose - idiopáticas ventrículo direito, átrio direito e artéria pulmonar CARDIOMIOPATIAS miocardiopatias que não possuem características inflamatórias cardiomiopatia dilatada é caracterizada pela dilatação do ventrículo esquerdo e disfunção sistólica, ocorre quando o músculo cardíaco está fino, enfraquecido, e não se contrai corretamente; se caracteriza por diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, remodelação cardíaca com dilatação do ventrículo esquerdo e insuficiência cardíaca congestiva etiologia: - idiopáticas ou genéticas, afetando cães de porte grande ou gigante nao sao infecciosas - deficiência nutricional (taurina), - D. chagas; alcoolismo; - hereditário; - secundárias atravessa cavidades torácicas macroscopicamente: - ápice arredondado parede fica mais fina, Dilatação biventricular, Endocárdio espesso e esbranquiçado Cães gigantes (Boxer, São Bernardo, Dog Alemão e Pastor Alemão) Fibrose e infiltração gordurosa complicações: - insuficiência cardíaca congestiva taurina: - adicionada em rações de porte grande para prevenção cardiomiopatia hipertrófica caracteriza-se pelo aumento da espessura do músculo ventricular, diminuição da cavidade ventricular, com alteração de relaxamento, com diminuição da luz da câmara cardíaca etiologia (causas) - primária: herança autossômica recessiva e uma mutação genética na miosina cardíaca - secundária: estenose valvar (devido a insuficiência valvar nessa doença, o ventrículo esquerdo tenta se adaptar, aumentando sua força, e então hipertrofiando seu músculo), hipertireoidismo (miocardio é o que mais tem receptores hormonais da tireoide), deficiências nutricionais (falta de taurina em gatos causa disfunção nas fibras cardíacas) e situações inflamatórias engrossamento do músculo cardíaco devido à hipertrofia das células cardíacas (fibras) → aumenta organelas, causa sopro gatos persas macroscopicamente: - dilatação átrio esquerdo (ventrículo esquerdo hipertrofiado então há diminuição da cavidade, tendo menos sangue para a aorta e o átrio esquerdo tenta estabilizar isso), hipertrofia do VE e septo interventricular complicações: - o dano endotelial secundário à dilatação do átrio esquerdo expõe o colágeno endotelial, que então induz à agregação plaquetária e ativação intrínseca da cascata de coagulação formando um coágulo no átrio esquerdo, formação de trombos devido à dilatação do átrio esquerdo, que tem potencial de causar um tromboembolismo arterial, onde pedaços dele se desprendem, causando infarto; desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva, devido a disfunção diastólica sinais clínicos: - podem permanecer assintomáticos por anos, depois apresentam manifestações respiratórias e sinais de tromboembolismo agudo PERICARDIOPATIAS Pericardites caracterizadas pelo tipo de exsudato: 1. fibrinosa 2. purulenta 3. fibrinopurulenta 4. serosa as infecciosas na maioria das vezes são secundárias (pleurite, pneumonia, etc) Não infecciosas: início de uremia, efusão serosa - componentes hidrogenados lesam as células endoteliais e serosas, podendo causar hemorragia (petéquias - hemorragia superficial), lesão endotelial que extravasa líquido seroso Retículo pericardite traumática - principalmente vacas prenhas - o animal engole corpos estranhos, provocando lesão no retículo, que é próximo ao coração, então, podendo causar lesão no saco pericárdio - “pão com manteiga” → fibrino purulenta Pleurisias - inflamação das pleuras que reveste o pulmão, e, que por extensão, afetam o pericárdio - exsudado fibrinoso de coloração branco-amarelada Macroscopicamente: cavidade pericárdica preenchida por líquido viscoso, amarelo e com fibrina Causas: - PIF (pericardite infecciosa felina); Pasteurella, pleuropneumonia, Haemophilus parasuis, Streptococcus sp → bactérias que vêm do pulmão e infectam a pleura e então o pericárdio por extensão - lobos esquerdo e direito do pulmão → maior proximação com o coração Consequências - parada cardíaca → fibrina dificulta na expansão do coração → diminuição do DC → choque cardiogênico traumas hemopericárdio → sangue (elementos figurados) NEOPLASIAS Hemangioma neoplasia benigna → aglomeração de vasos sanguíneos hemangiomas são tumores benignos das células endoteliais dos vasos sanguíneos Hemangiossarcoma neoplasia maligna que se origina do endotélio vascular sanguíneo, podendo acometer qualquer local vascularizado neoplasias malignas, agressivas, podendo atingir vários órgãos e desenvolver metástases regionais ou distantes ( neoplasia cardíaca que mais afeta os cães e principalmente os idosos e machos Etiologia acredita-se em fator hereditário com predisposição de raças pastor alemão, golden e labrador Fisiopatologia principal local acometido é a aurícula direita e o átrio direito ocasionalmente encontrado no septo e base do coração é geralmente acompanhada de metástases noutros órgãos devida à rápida disseminação de células tumorais por via hematogênica (pulmão, baço, fígado, pericárdio) frequentemente associado com massa esplênica Classificação fase I = tumor solitário menor que 5 cm fase II = tumor solitário maior que 5 cm, podendo haver metástase em linfonodos regionais fase III - tumor com metástase a distância Consequências derrame pericárdio hemorrágico tamponamento cardíaco Rabdomiomas Rabdomioma → tumor originário de musculatura estriada Rabdomiossarcoma
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