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Introdução à Criminologia

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CRIMINOLOGIA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
→ Criminologia: Sérgio Salomão Schecaira
→ Penas Perdidas: Louk Hulsman
→ Em busca das penas perdidas: Zaffaroni
→ Direito Penal Brasileiro v.1 – Nilo Batista e Zaffaroni
Sumário
1. CIÊNCIA DOGMÁTICA X CIÊNCIA ZETÉTICA	3
2. MODELO TRIPARTIDO DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS.	3
3. EVOLUÇÃO DA PENA NA CIÊNCIA CRIMINAL	4
3.1. PERÍODO DE VINGANÇA.	4
3.2. PERÍODO HUMANISTA/HUMANITÁRIO (CRIMINOLOGIA TRADICIONAL).	4
3.3. PERÍODO CIENTÍFICO (CRIMINOLOGIA MODERNA).	6
3.3.1 CESARE LOMBROSO → POSITIVISMO ANTROPOLÓGICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA.	7
3.3.2. POSITIVISMO SOCIOLÓGICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA – ENRICO FERRI.	8
3.3.3. RAFAEL GARÓFALO – POSITIVISMO JURÍDICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA.	9
4. CRIMINOLOGIA CONTEMPORÂNEA.	10
4.1 MODALIDADES DE CRIMINOLOGIA.	11
4.2. MÉTODOS DE ESTUDO.	12
4.2.1. TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA.	12
4.3. OBJETOS DE ESTUDO DA CRIMINOLOGIA.	13
4.4. CONTROLE SOCIAL.	13
4.5. FINALIDADES DA CRIMINOLOGIA.	13
5. PREVENÇÃO DELITIVA.	13
5.1. PREVENÇÃO PRIMÁRIA.	14
5.2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA.	14
5.3. PREVENÇÃO TERCIÁRIA.	14
5.4. TÉCNICAS DE PREVENÇÃO SITUACIONAL.	15
6. TRÍADE DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS OU TRÍPLICE ALCANCE DA CRIMINOLOGIA.	15
6.1. POLÍTICA CRIMINAL.	15
7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS.	16
8. FATORES CRIMINÓGENOS.	17
8.1. FATOR PSICOLÓGICO.	17
8.2. FATOR PSIQUIÁTRICO.	19
8.3. FATOR BIOLÓGICO.	20
8.4. FATOR SOCIAL.	21
9. ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINOLOGIA.	21
9.1 ESCOLAS CONSENSUAIS.	22
9.1.1 TEORIA DA ANOMIA.	22
9.1.2 ESCOLA DE CHICAGO.	23
9.1.3 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL.	24
9.1.4. SUBCULTURA DELINQUENTE/DELINQUENCIAL	25
9.2. TEORIAS CONFLITIVAS.	25
9.2.1. TEORIA DO ETIQUETAMENTO (LABELLING APPROACH).	25
9.2.2. TEORIA RADICAL (MARXISTA).	26
10. VITIMOLOGIA.	27
10.1. CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS (MENDELSOHN).	27
10.2. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES.	28
10.3 VITIMIZAÇÃO.	29
10.3.1. CRIMES COM PARTICIPAÇÃO ATIVA DA VÍTIMA.	29
10.3.2. LEIS DE PROTEÇÃO À VÍTIMA.	29
10.4. ITER VITIMAE.	30
11. CIFRAS DA CRIMINALIDADE.	30
12. STALKING (ASSÉDIO MORAL).	31
13. BULLYING.	31
13.1. MODALIDADES DE BULLYING.	32
13.2. CONSEQUENCIAS PARA O BULLYING.	33
14. TEORIA DA PENA.	33
14.1. MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO.	33
14.1.1. DISSUASÓRIO.	33
14.1.2. RESSOCIALIZADOR.	34
14.1.3 INTEGRADOR.	34
14.2 MODELOS ADOTADOS NO BRASIL.	34
14.3. TEORIA DA PENA.	34
14.3.1 TEORIA RETRIBUTIVA (ABSOLUTA)	35
14.3.2 TEORIA PREVENTIVA (RELATIVA).	35
14.3.3 TEORIA MISTA (UNIFICADORA)	36
15. PROGNOSE CRIMINOLÓGICA.	36
1. CIÊNCIA DOGMÁTICA X CIÊNCIA ZETÉTICA
DOGMÁTICA significa doutrinar. Parte de limites bem definidos, por exemplo, a lei, que delimita a ciência dogmática jurídica.
ZETÉTICA significa PERQUIRIR. Está ligada à realidade (à ciência do “ser”) e busca DESCONSTRUIR ESSES DOGMAS PRÉ-ESTABELECIDOS.
O Direito Penal é essencialmente dogmático, com seus conceitos pré-estabelecidos. Já a criminologia é zetética, buscando desconstituir todas essas teorias e voltar-se para a realidade (social).
Tanto o Direito Penal quanto a Criminologia têm o mesmo objeto, mas se distinguem pelo método que abordam esse objeto (Dogmático x Zetético).
2. MODELO TRIPARTIDO DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS.
Esse modelo foi criado por LIZST, que divide o conhecimento penal em 3 ramos autônomos:
a) DIREITO PENAL: é o conjunto de normas e princípios que subjaz ao ordenamento jurídico penal, e deve ser explicitado dogmática e sistematicamente. De acordo com Pablo Molina, o Direito Penal converte o saber criminológico em normas jurídicas.
O Direito Penal analisa o fenômeno delitivo dentro da moldura do princípio da Legalidade. O direito Penal não consegue analisar o fenômeno criminal fora do Tipo penal (condutas atípicas estão fora do interesse do Direito Penal), de modo que tem um objeto mais restrito do que a criminologia.
b) CRIMINOLOGIA: é a ciência empírica interdisciplinar (método empírico e interdisciplinar) que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social (objeto da criminologia), e que contempla o crime como problema individual e social.
O Método Empírico se utiliza da observância da realidade. Apesar disso, não se pode afirmar que a criminologia é uma ciência exata (trata-se de uma ciência humana, que é passível de reformulação constante). 
c) POLÍTICA CRIMINAL (que, ao contrário das outras, não é uma ciência): transforma a ciência criminológica em opções e estratégias concretas assumíveis pelo Legislador e pelo Poder Público. Trata-se da disciplina que oferece aos poderes públicos as opções científicas concretas mais adequadas para o controle do crime. Dentro do modelo tripartido das ciências criminais, a política criminal tem a função de interligar a criminologia e o Direito Penal.
A política Criminal pode ser tanto preventiva quanto repressiva. O Direito Penal é clássico exemplo de política criminal repressiva. Medidas simples tomadas pelo Poder Público se configuram como medidas de política criminal preventiva, como, por exemplo, iluminação pública, revitalização de espaços públicos, etc.
Por ser um poder, ela pode ser exercida em todas as esferas dos entes federativos. Tanto o executivo quanto o legislativo e o judiciário exercem a política criminal. 
3. EVOLUÇÃO DA PENA NA CIÊNCIA CRIMINAL
A pena criminal passa por 3 períodos, que são:
3.1. PERÍODO DE VINGANÇA. 
Durou do século XV ao XVI, durante um período de Governo Monárquico, e que possuía uma sistemática penal arbitrária e cruel, calcada na pena de morte, mutilações e imposição de sofrimento físico ao delinquente. 
Foi um MODELO TRIPARTIDO de períodos, sendo que em cada um desses períodos havia um titular do direito de punir: 
1º) PERÍODO DA VINGANÇA PRIVADA: o titular do direito de punir era a própria vítima. Vigorava a “Lei de Talião” (que não era uma lei escrita, mas uma corrente filosófica, que prega “olho por olho, dente por dente”). Competia à vítima revidar uma agressão injusta por ela sofrida. 
Obs.: O Código de Hammurab (antes de cristo) materializava a regra de Talião. 
2º) PERÍODO DA VINGANÇA DIVINA: A partir da metade do século XVI o titular do direito de punir era a igreja. O elemento purificador da alma era o fogo. Daí era comum o expurgo da iniquidade mediante fogueiras. Também chamada de “fase mitológica”. 
Aos padres competia apurar o comportamento criminoso. Esse juízo era feito através de ORDÁLIAS, que eram mecanismos processuais de aferição de culpabilidade pela igreja, consistindo basicamente em torturas corporais. 
3º) PERÍODO DA VINGANÇA PÚBLICA: o titular era o ESTADO. Foi apelidado de “ciclo do terror”. A população ficava à mercê do Rei. Não havia critérios pré-estabelecidos. Uma pessoa podia receber uma punição diversa de outra pessoa que cometera o mesmo crime. 
3.2. PERÍODO HUMANISTA/HUMANITÁRIO (CRIMINOLOGIA TRADICIONAL). 
SÉCULO XVIII. Aqui surge a ESCOLA CLÁSSICA, consagrada como “criminologia tradicional”. Já dizia Sócrates: “Se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam criminosos como não reincidirem no crime, dando a eles a instrução e formação de caráter de que precisavam”. 
O período humanista surge com a REVOLUÇÃO FILOSÓFICA DO ILUMINISMO. Através do desenvolvimento do Estado Liberal buscava-se a ruptura do momento absolutista. De acordo com Locke, só é possível chegar a um senso de justiça se substituirmos a emoção pela razão. Isso reflete na evolução da pena, pois possibilita a ruptura com a ideia de pena vingança. 
RUSSEAU tem uma obra muito relevante para a criminologia, que é “O CONTRATO SOCIAL”. As relações entre os indivíduos são contratuais. Assim, inclusive as relações criminais deveriam ser contratuais (através de uma codificação de leis). Isso concretiza um ideário de isonomia, vez que a uma determinada conduta seria “contratualmente” prevista uma determinada sanção. 
MONTESQUIEU é o responsável por colocar em prática o “sistema dos freios e contrapesos” – criado por Aristóteles. Enquanto houver um só ente investido no poder haverá arbitrariedade. Para que haja justiça é necessária a divisão das funções do Poder.
Obs.: o Poder é uno. O que é divisível são as suas funções. 
No estudodo DIREITO PENAL, durante o período Iluminista, surgiu a chamada “ESCOLA CLÁSSICA”, ou “RETRIBUCIONISTA”, que se baseava no CARÁTER RETRIBUTIVO DA PENA, ou seja, a pena como castigo pela VIOLAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. Mais tarde é que essa escola foi chamada de “Criminologia Tradicional”.
A Escola Clássica também se preocupava com o estudo do crime. O LIVRE ARBÍTRIO é o grande DOGMA da escola clássica (criminologia tradicional). Por ele se entende a faculdade de livre escolha ou o poder de decisão do indivíduo. Se o contrato social define o que é crime, e o indivíduo, tendo conhecimento desse contrato, pratica o crime, é porque assim o quis. Desse modo, o livre arbítrio seria sinônimo de Imputabilidade (para a escola clássica). 
No ramo do direito Penal eram criadas situações hipotéticas dedutivas aprioristicamente (assim como hoje, ex: “matar alguém”, “subtrair coisa alheia”, etc.). 
Os estudos voltados para a criminalidade deste período eram chamados de “pseudociências”, vez que esse método hipotético dedutivo (achismos) não tem comprovação científica. Trata-se de um momento pré-científico. 
A metodologia apriorística (também chamada dogmática/dedutiva) é amparada em hipóteses e suposições, que não têm amparo científico.	 
Um grande expoente dessa fase pré-científica da criminologia é Cesar Bonessana, conhecido como MARQUÊS DE BECCARIA, com sua célebre obra, “DOS DELITOS E DAS PENAS”. Ele trás uma visão do crime completamente antagônica com a visão até então tradicional. Uma novidade que ele invoca é a ideia de prevenção do delito (foge com a ideia de repressão exclusiva). De acordo com o autor, o contrato social de Russeau é a lei, e identifica o primado da legalidade para o Direito Penal. 
Além disso, inova ao se atentar para a necessidade da pena deter proporcionalidade para com a conduta praticada. A OBRA DE BECCARIA VEICULA OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL E QUE ESTÃO EM VIGOR ATÉ OS DIAS ATUAIS. 
Foi durante este período que surgiram alguns MÉTODOS DE ESTUDO DA CRIMINALIDADE, que eram dissociados de qualquer embasamento científico (métodos pré-científicos, de metodologia hipotética dedutiva), tais como:
1) PENOLOGIA: estuda o sistema penitenciário. Os direitos do preso têm seu berço aqui. O principal expoente da penologia foi John Howard, que pregava a melhoria das prisões e a necessidade de uma lei de execução penal.
2) FRENOLOGIA: significa o mapeamento do crânio. O principal expoente é Franz Joseph Gall. Através da análise do crânio do ser humano ele mapeou as "zonas de criminalidade". Ex: o indivíduo que tem o crânio mais arredondado seria propenso a cometer crimes patrimoniais. Trata-se de uma pseudociência, vez que o método é hipotético, sem comprovação, baseado em suposições. 
3) FISIONOMIA: se interessava pelo estudo da aparência externa do indivíduo. (relação entre o somático e o psíquico). Existem duas vertentes:
a) estudava a beleza ou a feiura do indivíduo: acreditava-se que quanto mais feio fosse a pessoa, maiores chances ela teria de cometer crime. Esse método é de DELLA PORTA.
b) estudava a semelhança do ser humano com determinados animais. Este método é de KASPAR LAVATER. 
4) METOSCOPIA: analisava as linhas de expressão da testa e as posicionavam com relação ao posicionamento dos planetas. 
3.3. PERÍODO CIENTÍFICO (CRIMINOLOGIA MODERNA). 
Séculos XIX e XX. Surgiu a “ESCOLA POSITIVA” da criminologia, consagrada como criminologia MODERNA.
Perdura até os dias atuais. Estuda a criminalidade a partir de um MÉTODO CIENTÍFICO INDUTIVO (substituindo a dedução hipotética).
Enquadra-se dentro da perspectiva do naturalismo (evolucionismo), sendo que a ciência e a medicina estavam em franco desenvolvimento. Portanto, há uma BASE CIENTÍFICA EMPÍRICA (com base na comprovação) no estudo da criminalidade.
Há comprovação de que o comportamento criminoso é oriundo de uma CAUSA BIOLÓGICA, bem como de CAUSAS SOCIAIS. Daí se falar em “determinismo”, ou seja, as causas pontuais que geram a delinquência.
A criminologia moderna (científica) pode ser dividida em três grandes expoentes:
I) POSITIVISMO ANTROPOLÓGICO → CESARE LOMBROSO
II) POSITIVISMO SOCIOLÓGICO → HENRIQUE FERRI
III) POSITIVISMO JURÍDICO → RAFAEL GARÓFALO
Obs.: entre a escola do período humanista e a escola do período científico teve lugar a chamada “ESCOLA CARTOGRÁFICA”, que visa superar o pensamento abstrato da escola clássica. Para desenvolver um estudo concreto da criminalidade, a escola cartográfica se utilizava da matemática, mais precisamente do método estatístico (gráficos). Tem como representantes ADOLPH QUETELET e GUERRY. Nessa escola foram criados dois interessantes estudos:
a) LEIS TÉRMICAS DA CRIMINALIDADE (QUETELET): estudo que se pautou pelas ESTAÇÕES DO ANO. De acordo com esse estudo, o indivíduo que reside em um país muito frio tem maiores chances de cometer suicídio. Já os habitantes de países tropicais estão mais propensos a cometerem crimes. Além disso, esse estudo tentou fazer uma estatística dos crimes cometidos em cada estação, de modo que no inverno são praticados mais crimes contra o patrimônio. Na primavera são cometidos mais crimes contra os costumes (dignidade sexual). No verão são cometidos mais crimes contra a pessoa. No Outono não foi detectado um crime latente.
b) CURVA AGREGADA DA IDADE (QUETELET): justifica o ápice da carreira criminal. Percebe que o ápice da criminalidade é aos 25 anos, momento em que a pessoa pode desistir da criminalidade, ou persistir e se aperfeiçoar cada vez mais. A escola cartográfica pode cair na prova com o nome de “estatística moral”. 
3.3.1 CESARE LOMBROSO → POSITIVISMO ANTROPOLÓGICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA.
É considerado o PAI da criminologia moderna, com sua obra “O homem delinquente”, de 1876. Essa obra contou com 5 edições, sendo a última em 1896. Seu pioneirismo se deve ao MÉTODO INDUTIVO EXPERIMENTAL (EMPÍRICO) com o qual conduziu seus estudos (e não com relação às conclusões a que chegou). Foi ele quem INAUGUROU A CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA EMPÍRICA.
A escola positivista mudou o paradigma da criminologia, buscando aferir a causa, origem do crime.
Lombroso estudou 25.000 criminosos no período de 20 anos. 10.000 destes foram catalogados, dos quais 6.000 estavam presos e 4.000 foram mortos. Nos delinquentes mortos ele conduziu diversas observações através de necropsias e não conseguiu encontrar um padrão corporal do homem delinquente. Quanto aos criminosos presos, ele percebeu que não havia um padrão comportamental ou de motivos que os levassem à criminalidade. FOI POR CAUSA DESSE MÉTODO (CIENTÍFICO INDUTIVO) QUE ELE FICOU COM O TÍTULO DE PAI DA CRIMINOLOGIA POSITIVISTA MODERNA. 
Lombroso sempre acreditou que o comportamento criminoso era ORIUNDO DE UM FUNDO GENÉTICO, ou seja, A CRIMINALIDADE É NATA (“Teoria da delinquência nata”).
Como o enfoque dos estudos era o próprio homem, inaugurou um modelo criminológico conhecido como "antropocêntrico".
Esse estudo de Lombroso (que era médico psiquiatra) teve como marco teórico as teorias evolucionistas de Darwin. 
Com base nesse Estudo, Lombroso também defendia ser possível fazer um controle preventivo do crime, de modo que as pessoas que possuíssem as características biológicas de um criminoso poderiam ser identificadas e capturadas antes mesmo de virem a cometer o crime.
NO FINAL DA CARREIRA É QUE LOMBROSO MUDOU SUA CONCEPÇÃO, E NÃO CONSEGUIU COMPROVAR QUE A CRIMINALIDADE É UM FATOR GENÉTICO. Admitiu que fatores sociais influenciam as taxas de criminalidade. 
ATUALMENTE ADMITE-SE QUE O FATOR GENÉTICO É SIM UMA CAUSA DA CRIMINALIDADE, mas não o único. Ex: psicopatas e “serial killers” têm distúrbios genéticos que os levam a essa condição.
Essa concepção de Lombroso muito se assemelha à noção do direito penal do autor, ou do direito penal do inimigo. Podemos vislumbrar nos estudos de Lombroso um gérmen do Direito Penal do autor, tendo em vista que punimos determinadas pessoas com uma noção de "culpabilidade de autor". Até hoje nós temos no Direito Penal alguns instrumentos que são frutos da escola positivista, como o art.28, §2º da Lei 11.343/06.
Do mesmo modo, temos que perceber que uma escola não simplesmente desaparece com outra, mas a influencia. Por exemplo, esse método indutivo de Lombroso influenciou a escola de Chicago no que diz respeito à identificação das subculturas delinquentes, identificadas através das tatuagens.
RAIMUNDO NINA RODRIGUES: Foi outro estudioso que se baseou (praticamente copiou) no modelo de Lombroso. Ganhou o apelido de “lombroso dos trópicos”. É Pernambucano, tendo estudado em Salvador, onde publicou “As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil”. Introduziu, aqui no Brasil, a antropologia, a antropometria e a frenologia. 
3.3.2. POSITIVISMO SOCIOLÓGICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA – ENRICO FERRI. 
Enricco Ferri era advogado e professor universitário de Direito Penal na Itália. Segundo o autor, “deveria haver menos justiça penal e mais justiça social”.
Passou a entender que a CRIMINOLOGIA DEVE AVERIGUAR os FATORES BIOLÓGICOS, FÍSICOS E SOCIAIS. Ele abre o leque de possibilidades do estudo da criminologia. Entende que os fatores genéticos estão ao lado desses fatores nos motivos que levam a pessoa a delinquir. Por ter focado os estudos na sociedade, inaugurou o denominado positivismo sociológico da criminologia.
Lei da saturação criminal: atribui ao meio-ambiente a causa da criminalidade. O indivíduo inserido em um ambiente socialmente contaminado irá delinquir. 
Como TEÓRICO DO POSITIVISMO, seus estudos também levavam em conta o MÉTODO EMPÍRICO INDUTIVO.
Além disso, ele DIVIDIU OS CRIMINOSOS EM DIFERENTES CATEGORIAS, entendendo que não há uma categoria homogênea de criminosos. Foi pioneiro nesse sentido, e as classificações atuais são oriundas da classificação de FERRI.
RECHAÇA A TEORIA DO LIVRE ARBÍTRIO da escola humanista (que era sinônimo de imputabildade). Para Ferri, o livre arbítrio era insuficiente para ser comparado à imputabilidade. 
Para FERRI, o comportamento delinquente é formado pelo livre arbítrio + criminogênese (influência de fator criminógeno). Ex: no infanticídio esse fator criminógeno é a circunstância do estado puerperal. 
É O PAI DA SOCIOLOGIA CRIMINAL.
Se a sociedade interfere no indivíduo para que ele cometa crime, ele deve ser retirado da sociedade. Essa seria a resposta para o fato social da criminalidade.
 Mas, como o crime também é originado de fatores psicológicos e biológicos (para o positivismo jurídico), ao agente criminoso também deverá ser imposto um "tratamento". Daí surge a noção da medida de segurança (que, para Ferri, deveria ser imposta sem prazo).
A medida de segurança não se adéqua ao critério tripartido de crime, justamente por causa da culpabilidade. O inimputável não tem culpabilidade e, por isso, não comete crime. 
Portanto, entra em cena a noção de "periculosidade". AO SUJEITO PERICULOSO APLICA-SE A MEDIDA DE SEGURANÇA, cujo objetivo não é apenar (não se apena quem não sabe o que faz), mas sim TRATAR A PERICULOSIDADE. Essa é que determina a capacidade de voltar a delinquir. 
Obs.: DETERMINISMO: o MEIO (SOCIAL) DETERMINA O HOMEM. Ferri contribuiu para a noção de determinismo social. Ou seja, a sociedade determina o ser humano.
Obs.: art. 352 do CP. É um resquício do "sistema duplo-binário", vez que aplica pena e medida de segurança ao delinquente. Atualmente o sistema é o "vicariante", ou seja, alternativo, pelo qual ao agente será imposta ou uma pena ou uma medida de segurança. Pela redação do art. 352 do CP, se o inimputável empreender fuga, cometerá um crime - bem esquisito isso. 
Obs.: ver ponto 8, da classificação dos criminosos. Ferri contribuiu muito para a classificação moderna.
Ferri trabalha a ideia de defesa social, pela qual o crime, na verdade, viola as expectativas sociais. Essa ideia é comum ao Funcionalismo, principalmente com relação ao Funcionalismo Radical de Jakobs. Quando se viola uma expectativa social, ela deve ser restabelecida a todo custo, pouco importando as consequências. Desse modo, o agente delinquente, quem quer que seja, deve ser expurgado da sociedade, sacrificando direitos individuais. Assim, a sanção será aplicada independentemente das garantias individuais (como devido processo legal, contraditório, etc.). A preocupação é a defesa dos direitos sociais (coletivos/difuso). Para a defesa social vale qualquer sacrifício para restabelecer a expectativa social. 
Atualmente, o mais adequado é considerar o funcionalismo teleológico de Roxin, de modo que a expectativa social violada deve ser restabelecida, mas garantindo-se os direitos individuais do acusado.
3.3.3. RAFAEL GARÓFALO – POSITIVISMO JURÍDICO DA CRIMINOLOGIA MODERNA.
Obs.: Os três pensadores acima compõem a chamada “TRÍADE POSITIVISTA”.
Rafael Garófalo era Juiz de Direito. Observou que desde Beccaria o cenário do Direito Penal estava mudando. Os estudos Lombrosianos, Ferrianos e de Beccaria romperam com o estudo tradicional do Direito Penal. 
Desse modo, GARÓFALO PROPÔS QUE FOSSE CRIADA UMA DISCIPLINA AUTÔNOMA a partir destes estudos, qual seja, a CRIMINOLOGIA. Essa foi sem dúvida a maior contribuição de Garófalo para a criminologia.
A primeira obra intitulada de “Criminologia” foi de autoria de Garófalo, em 1885. Em sua obra, ele observa tanto os estudos de Lombroso quanto de Ferri para concordar com ambos.
A Criminologia NASCEU COM BECCARIA, foi consagrada como CIÊNCIA POR LOMBROSO, e foi divulgada internacionalmente como uma DISCIPLINA AUTONOMA POR GARÓFALO.
DELITO NATURAL: significa uma falha moral de caráter que compromete os sentimentos altruístas. O delinquente nato, para Garófalo, está sujeito ao delito natural. Em outras palavras, o delito faz parte natural do comportamento do indivíduo criminoso. Portanto, o criminoso nato tem uma falha moral. 
Além disso, o criminoso teria uma ausência de piedade que lhe permitiria cometer os mais variados crimes. A ausência de piedade é relacionada à psicopatia (que para Garófalo é uma doença na alma). Para tais indivíduos não adiantaria a ressocialização, defendendo, para tais casos, a pena de morte (para os irrecuperáveis).
Para Garófalo: “O crime é sintoma de uma anomalia moral ou psíquica do indivíduo”.
	Escola Clássica (criminologia tradicional)
	Escola Positiva (criminologia moderna)
	Etapa pré-científica da criminologia.
	Etapa científica da criminologia
	Método dedutivo hipotético de estudo.
	Método empírico de análise e observação.
	Responsabilidade penal se baseava no livre-arbítrio.
	Responsabilidade penal baseada no determinismo.
	Aplicação da justiça ao invés de arbitrariedades.
	Pesquisa minuciosa das causas que deram origem ao crime.
	Não havia preocupação com a origem do comportamento delitivo.
	Preocupa-se com os aspectos biopsicossociais do indivíduo.
	Inexistiam métodos preventivos da criminalidade.
	Prevenção do delito é um dos principais objetivos da criminologia moderna.
	As teorias de estudo eram desprovidas de fundamento científico.
	As teorias de estudo se baseiam em técnicas científicas experimentais.
4. CRIMINOLOGIA CONTEMPORÂNEA.
Conceituação segundo Antonio de Garcia Pablos de Molina (considerado o papa da Criminologia no âmbito internacional): “É a ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, que trata de subministrar uma informação válida e contrastada sobre a gênese, dinâmica e variáveis do crime, contemplando este como problema individual e como problema social, buscando programas de prevenção eficaz e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito”.
Trata-se de um conceito muito complexo. Podemos tecer um conceito mais sucinto: “é a ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social, buscando compreender as causas que impulsionam a delinquência (etiologia criminal). Sua finalidade é a prevenção delitiva”. 
A diferença entre “ciência” e “disciplina” está na metodologia e na finalidade do estudo. A ciência deve ter uma metodologia própria, diferenciada,e uma finalidade específica (prevenção delitiva). Por isso a criminologia é uma CIÊNCIA, e não uma disciplina.
CRIMINOGÊNESE: é o estudo da “gene” do delito, isto é, suas causas e motivações. 
ETIOLOGIA CRIMINAL: é o estudo das causas do crime. 
Podemos dizer que “crininogênese” e “etiologia criminal” são o estudo das causas motivadoras do delito. 
A criminologia não esgota a sua tarefa na coleta de dados. Esta é apenas a primeira etapa do estudo criminológico. 
O profissional da criminologia é chamado de Criminólogo. O “criminologista” é especialista em ciências criminais.
4.1 MODALIDADES DE CRIMINOLOGIA.
I) CRIMINOLOGIA GERAL: consiste no estudo sistemático da criminologia, isto é, uma visão ampla abordando seus principais aspectos. 
II) CRIMINOLOGIA CLÍNICA: é o estudo criminológico direcionado ao preso durante o cumprimento da pena. É realizada por meio da “laborterapia prisional”, consistindo numa modalidade de prevenção terciária (visa evitar a reincidência).
III) CRIMINOLOGIA ACADÊMICA: consiste no estudo criminológico com fins pedagógicos e didáticos (fins de ensino).
IV) CRIMINOLOGIA RADICAL: é o trabalho criminológico desempenhado pela ESCOLA CRÍTICA ou radical, à qual ATRIBUI AO CAPITALISMO O FATOR GERADOR DA DELINQUÊNCIA. A ótica do estudo é Marxista. As sociedades capitalistas pautadas pelo consumo acarretam a desigualdade que desencadeia a violência.
V) CRIMINOLOGIA CRIMINALÍSTICA: É uma disciplina auxiliar das ciências criminais que estuda os vestígios deixados pelo crime, através de exames periciais. É o trabalho forense feito pela polícia científica (estilo CSI). A relação com a criminologia é indireta. 
4.2. MÉTODOS DE ESTUDO.
A Criminologia é calcada em dois métodos principais, que são:
I) MÉTODO EMPÍRICO: é um método científico que se baseia na experiência e na observação (processo indutivo) de fatos e dados, para somente, então, concluí-los através da indução. Metodologia indutivo-experimental = método empírico. A experimentação não é a única técnica empírica.
Obs.: Informe de autodenúncia: são questionários e formulários dirigidos à população em geral, com a finalidade de descobrir quantos dos entrevistados já se envolveram em situação criminal. É uma técnica de coleta de informações (“self reporter”), que visa à prevenção de crimes. 
II) INTERDISCIPLINARIDADE: estudo que leva em conta outras ciências e disciplinas. É a junção de ciências diversas no estudo e na investigação do fenômeno criminal. É a interdisciplinaridade que CONFERE À CRIMINOLOGIA A QUALIDADE DE CIÊNCIA PLURAL. A interdisciplinaridade faz com que a criminologia seja uma ciência DEPENDENTE, muito embora seja AUTONOMA (vez que tem método próprio e finalidade específica). 
Obs.: existem doutrinadores que entendem que a criminologia é multidisciplinar. Entretanto, quanto à metodologia de estudo, é errado tecer essa afirmação, vez que ela é interdisciplinar.
4.2.1. TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA.
I) INVESTIGAÇÃO EXTENSIVA: é a investigação baseada em amostragem, logo, é mais quantitativa do que qualitativa.
II) INVESTIGAÇÃO INTENSIVA: se baseia no estudo do caso particular (concreto). Logo, é mais qualitativa do que quantitativa.
III) INVESTIGAÇÃO AÇÃO: consiste na participação do examinador no caso concreto. 
IV) TESTES PROJETIVOS: são muito utilizados. Engloba três programas:
a) TESTE DE RORSCHACH: Consiste na submissão do examinado à análise de lâminas contendo figuras abstratas e simétricas, buscando uma interpretação através de sua afetividade e valores morais. São aqueles desenhos esquisitos que vemos nos filmes. Cabe a um psicólogo fazer a interpretação da declaração da pessoa submetida ao teste.
b) TESTE DO DESENHO: teste do HTP. Pede-se para pessoa desenhar uma casa, uma árvore e uma pessoa. 
c) TESTE DE INTELIGÊNCIA: teste de QI. O QI considerado normal é de 90. 
Pessoas com um QI INFERIOR são chamados de HIPOFRÊNICOS (ou OLIGOFRÊNICOS). Dentre estes há três categorias:
I) IDIOTA: tem o QI MENOR QUE 20.
II) IMBECIL: tem o QI MAIOR QUE 20 E MENOR QUE 50.
III) DÉBIL MENTAL: tem o QI MAIOR QUE 50 E MENOR DE 90.
Já as pessoas com QI SUPERIOR a 120 são chamados de HIPERFRÊNICOS. 
4.3. OBJETOS DE ESTUDO DA CRIMINOLOGIA.
Atualmente são reconhecidos 4 objetos de estudo da criminologia (crime, criminoso, vítima, controle social). 
A escola CLÁSSICA (criminologia tradicional) tinha como objeto apenas o CRIME (este era a principal preocupação de BECCARIA E CARRARA).
Já na Criminologia MODERNA (escola positiva) o foco do estudo foi o “CRIMINOSO”. Desde então esses objetos de estudo vêm sendo ampliados. 
Em 1950 surgiu a vitimologia. Em 1980 iniciou-se o estudo do controle social.
4.4. CONTROLE SOCIAL.
Pode ser definido como o conjunto de instituições e estratégias que submetem o indivíduo a normas e regras de comportamento. É concretizado por meio dos agentes de controle e possui a finalidade de manter a ordem pública através da disciplina social. 
Existem AGENTES FORMAIS de controle social, que são os agentes estatais que atuam na repressão e na punição da conduta criminosa. Ex: Polícia, Poder Judiciário, Ministério Público, Administração Penitenciária, etc. 
Existem também AGENTES INFORMAIS de controle social, que são aqueles que visam educar a pessoa a não cometer crimes. São eles: FAMÍLIA, ESCOLA, AMIGOS, etc. 
4.5. FINALIDADES DA CRIMINOLOGIA.
1ª: PREVENÇÃO DO DELITO;
2ª: RESSARCIMENTO DA VÍTIMA;
3ª: RESSOCIALIZAÇÃO DO CONDENADO.
5. PREVENÇÃO DELITIVA.
É a FINALIDADE PRINCIPAL da Criminologia.
5.1. PREVENÇÃO PRIMÁRIA.
Consiste na CONSCIENTIZAÇÃO COLETIVA que visa a NEUTRALIZAR O CRIME ANTES QUE ELE OCORRA. Ex: escola, família, amigos que criam uma estrutura antidelito (ou seja, a atuação dos agentes informais de controle social é muito importante para a eficácia da prevenção primária). 
Diz-se primária pois consiste na primeira medida a ser tomada para evitar o crime, que é conscientização na população de que não se deve delinquir.
É a modalidade MAIS EFICAZ DE PREVENÇÃO DO DELITO, vez que dota o cidadão de capacidade para resistir a uma oportunidade delitiva. Segundo Ferri, o delinquente é aquele que não resiste a uma tentação determinada em sua vida em sociedade.
É um processo de médio a longo prazo. A conscientização começa na infância, para que surta efeitos na adolescência e na vida adulta.
A prevenção primária tem também como objetivo evitar que determinados criminosos que não merecem permanecer no sistema carcerário se contaminem com delinquentes mais perigosos. Por exemplo, o réu primário de bons antecedentes, se ficar preso com criminosos perigosos sairá pior da cadeia e tenderá a cometer mais crimes e mais graves (o sistema disuasório do Estado não é o modelo ideal à luz da prevenção primária) – é o chamado “efeito da ladeira escorregadia”.
Portanto, a prevenção primária visa evitar justamente o fenômeno da ladeira escorregadia.
A prevenção satisfatória precisa de PRESTAÇÕES SOCIAIS e INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA. Ressalta a educação, a habitação, o trabalho, a inserção do homem no meio social e a qualidade de vida como elementos essenciais para a prevenção do crime.
5.2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA.
Atua POSTERIORMENTE À OCORRÊNCIA DO CRIME. É a tentativa de prevenção que deve ser tomada quando a prevenção primária se mostrou ineficiente. Opera a curto e médio prazo.
Engloba a POLÍTICA LEGISLATIVA PENAL bem como a AÇÃO POLICIAL (OSTENSIVA). 
Trata-se de uma prevenção em sentido estrito. Não se confunde com a atuação estatal repressiva. Na prevenção secundária há um MONITORAMENTO DE ÁREAS DE RISCO. 
Identificados os locais onde ocorrem mais crimes, o ESTADO MANDA SEUS AGENTES COM O OBJETIVO DE PREVENIR A PRÁTICA DE NOVAS INFRAÇÕES. 
Trata-se da pretensão de INTIMIDAÇÃO FEITA PELOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA, comummente desenvolvida pelo policiamento ostensivo. É DIRIGIDA A GRUPOS DE RISCO E A VULNERÁVEIS.
5.3. PREVENÇÃO TERCIÁRIA.
É a única dentre as modalidades de prevenção que TEM DESTINATÁRIO CERTO E IDENTIFICADO, que é o PRESO, durante o cumprimento da pena, e tem como objetivo EVITAR A REINCIDÊNCIA.O trabalho de prevenção é feito através da LABORTERAPIA PRISIONAL, ou seja, o ensinamento de um oficio durante o cumprimento da pena, visando a sua reintegração à sociedade. Também chamado de MICROCRIMINOLOGIA, ou CRIMINOLOGIA CLÍNICA.
É a menos eficaz, na prática, das formas de prevenção, tendo em vista o caos do sistema penitenciário Brasileiro (verdadeiro estado de coisas inconstitucional).
5.4. TÉCNICAS DE PREVENÇÃO SITUACIONAL.
São modalidades preventivas que cuidam da diminuição das oportunidades que influenciam a vontade delitiva dificultando a prática do crime. São elas:
I) TÉCNICA DO ESFORÇO: consiste na alteração do cenário criminal buscando dificultar o acesso pelo criminoso. Seria uma espécie de proteção individual, implementando num determinado local barreiras físicas, obstáculos materiais e pessoais (são os aparatos de segurança e ofendículos). O “esforço” diz respeito ao criminoso, que terá um esforço maior para passar pelo aparato.
II) TÉCNICA DO RISCO: controla a entrada e a saída de pessoas e de coisas de determinado local. São comummente utilizadas nas lojas e no comércio. Ex: alarmes em etiquetas, sistemas de vigilância, alarmes nas saídas, etc. Não altera o cenário criminal. Há dispositivos de segurança;
III) TÉCNICA DA RECOMPENSA: visa demonstrar que o crime não compensa, através de práticas que desestimulam o cometimento do crime. Ex: os caixas eletrônicos que inutilizam as cédulas toda vez que o sistema de saída for arrombado. 
IV) TÉCNICA DO SENTIMENTO DE CULPA: busca conscientizar o criminoso, demonstrando que o seu comportamento pode gerar prejuízo para outras pessoas. Utiliza de campanhas de sensibilização. Ex: aquelas propagandas dos acidentes de carro por causa da embriaguez.
6. TRÍADE DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS OU TRÍPLICE ALCANCE DA CRIMINOLOGIA.
A Criminologia e o Direito Penal são ciências. Já a Política Criminal é uma ciência auxiliar. 
A política criminal faz a ponte entre as conclusões do estudo criminológico e a lei penal. Ex: estado puerperal foi “descoberto” pela criminologia e colocado no CP pela Política Criminal (esta pode ser entendida como o aparato do Estado para reduzir a criminalidade). 
6.1. POLÍTICA CRIMINAL.
É o conjunto sistemático de princípios e estratégias segundo as quais o Estado luta contra o delito.
FRAZ VON LIZST É O PATRONO DA POLÍTICA CRIMINAL, através da obra “princípios da política criminal”.
Engloba tanto os benefícios penais e processuais previstos pelo legislador quanto manobras governamentais. Ex: iluminação pública, livramento condicional, sursis, etc.
	Direito Penal
	Criminologia
	Proteção de bens essenciais ao convívio em sociedade através de sanções penais.
	Tem como principal objetivo a prevenção de delitos.
	Não dá o diagnóstico do fenômeno criminal.
	Faz o diagnóstico do crime e a tipologia do criminoso, analisando o meio em que vive, seus antecedentes emocionais, motivações do crime...
	Preocupa-se unicamente com a dogmática. Isto é, com o crime enquanto fato descrito na norma legal, para descobrir sua adequação típica.
	Busca conhecer a realidade para interpretá-la e criar soluções para prevenir o delito visando o progresso.
	É a ciência normativa do “dever ser”.
	É a ciência empírica do “ser”.
7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS.
Quem primeiramente lecionou acerca da classificação dos criminosos foi ENRICO FERRI. Atualmente utilizamos a classificação mais moderna de CÂNDIDO MOTTA, mas que foi baseada na obra de Ferri.
Os criminosos se classificam em:
a) HABITUAL: também chamado de “profissional do crime”. Vive da prática delitiva de forma contumaz, rotineira. 
b) OCASIONAL: é aquele que pratica crime de maneira eventual, de acordo com uma oportunidade surgida. De acordo com Ferri é aquele indivíduo que caiu em tentação e não conseguiu evitar. Geralmente o delinquente ocasional pratica delitos de pequena monta. Ex: apropriação de coisa achada. É muito comum o arrependimento no delinquente ocasional.
c) IMPETUOSO: é aquele que pratica o crime impulsionado por um determinado sentimento (em sentido lato, ex: vingança, raiva, assédio, amor, etc.), que age sem pensar. Ex: vitriolagem: arremesso de ácido no rosto da vítima → é o típico comportamento do criminoso impetuoso.
d) FRONTEIRIÇO: está na linha LIMÍTROFE ENTRE A SANIDADE E A INSANIDADE MENTAL. É acometido de surtos, tendo episódios de insanidade. O Psicopata faz parte desse grupo.
e) LOUCO: é o indivíduo INIMPUTÁVEL. Aquele que não sofre nem a reprimenda da pena, mas está sujeito a medida de segurança. Não tem discernimento da sua conduta. 
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO HILÁRIO VEIGA DE CARVALHO.
a) BIOCRIMINOSO PURO: agente que tem a influência 100% biológica no seu comportamento. É o indivíduo equiparado ao louco ou ao semi-imputável.
b) BIOCRIMINOSO PREPONDERANTE: tem uma influência biológica maior, mas não exclusiva. O fator biológico é determinante para o comportamento desviante. Ex: Mãe durante o estado puerperal.
c) MESOBIOCRIMINOSO: seria o indivíduo normal, que tem influência metade biológica, metade social.
d) MESOBIOCRIMINOSO PURO: é o indivíduo que pratica crime 100% influenciado por um fator social. Pratica o crime de acordo com a criação. Ex: índio que anda semi-nu; mulçumano que casa com várias mulheres (que pro Brasil é bigamia - crime). 
e) MESOBIOCRIOMINOSO PREPONDERANTE: a causa social é determinante para o comportamento desviante, mas não exclusiva. Ex: um adolescente que furta um tênis da moda.
Os “puros” são chamados pela doutrina de “criminalóides” ou falso criminoso, vez que não sofrem punição (agem por valor biológico ou social).
Demais classificações:
	LOMBROSO
	FERRI
	GAROFALO
	MARANHÃO
	Nato
	Nato
	Assassino
	Ocasional
	Louco
	Louco
	Violento
	Sintomático
	Ocasião
	Habitual
	Ladrão
	Caracterológico
	Paixão
	Ocasional
	Lascivo
	
	
	Passional
	
	
Obs.: Fórmula de Abrahamsem: C = (T + S)/R;
Onde C = Comportamento Criminoso; T = Tendências Criminais; S = Situação Global; R = Resistências.
8. FATORES CRIMINÓGENOS.
São circunstâncias identificadas pela criminologia como capazes de levar o indivíduo a delinquir.
8.1. FATOR PSICOLÓGICO. 
É um DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL. Ou seja, o agente não é doente, nem deficiente mental, mas possui um transtorno de COMPORTAMENTO, desencadeado por fatores psicológicos.
O estudo dos fatores psicológicos é chamado de “PSICOCRIMINOGÊNESE”. Existem 6 fatores psicológicos que motivam o comportamento delinquente:
1) EGO FRACO ("ABULOMANIA"): consiste na dificuldade do indivíduo em tomar decisões. Fator este que contribui para que seja altamente INFLUENCIÁVEL. Popularmente são conhecidos como “maria vai com as outras”. O indivíduo se deixa influenciar pela vontade de terceiros. 
2) MIMETISMO: consiste na arte da IMITAÇÃO (como no meio animal), cujo imitador se espelha num estilo de vida criminoso, delinquente, e o adota para si. 
3) DESEJO DE LUCRO IMEDIATO: caracterizado pelos indivíduos gananciosos 	e ambiciosos, os quais não suportam a espera para atingirem seu intento ou alcançar seu objetivo. Geralmente, esse “caminho rápido” é a delinquência. 
4) NECESSIDADE DE STATUS OU NOTORIEDADE: consiste na necessidade do indivíduo em estar em evidência. Chamar atenção dos outros é essencial para a satisfação do ego. Trata-se de um desvio comportamental muito comum atualmente, com o surgimento das redes sociais.
5) INSENSIBILIDADE MORAL: são indivíduos desprovidos de sentimento altruísta, como a compaixão e a piedade com o próximo. Na definição de Garófalo são criminosos irrecuperáveis, devido a falha moral de caráter. 
6) ESPÍRITO DE REBELDIA: é a discrepância entre a maturidade psicológica e a idade biológica. São chamados também de “anômicos” por terem dificuldade em respeitar a lei. Um de seus desdobramentos é a “SÍNDROME DE PETER PAN”. Essa síndrome geralmente vem por um trauma da criança. Michael Jackson sofria dessa síndrome. 
Obs.: PSICOPATIA: é um TRANSTORNO DE PERSONALIDADE (não é uma doença) configurado por algumas características negativas e peculiares que o indivíduo ostenta. Os psicopatas possuem dificuldade em sesocializar, entretanto, não são loucos, tampouco doentes, mas sim pessoas diferenciadas. A psicopatia é progressiva. Existem pessoas que nascem com um grau muito alto de psicopatia. No Brasil temos o exemplo do “Champinha”, aquele psicopata que assassinou o casal de adolescentes. A personalidade psicopata está catalogada no CID, apesar de não ser doença. Essa catalogação tem razão de ser para fins de diagnóstico. São características do psicopata:
→ Pobreza afetiva (frieza sentimental);
→ Não aprendem com a experiência (não adianta tentar ressocializar)
→ Narcisistas (é bem comum eles serem homossexuais);
→ Egocêntricos; 
→ Comportamento egossintônico (não enxerga nada de errado na conduta);
→ Manipuladores (é uma das características mais marcantes do psicopata);
→ Atraentes;
→ Inteligência Potencial.
Não existe tratamento, remédio, e não há cura. Dentre as categorias de psicopatas há o “serial killer”; o “psicopata do trabalho” (obcecado profissionalmente); etc. 
A PSICOPATIA NÃO SE ENCAIXA NEM NOS FATORES PSICOLÓGICOS NEM NOS PSIQUIÁTRICOS. É um disturbio sui generis. 
8.2. FATOR PSIQUIÁTRICO.
Consiste num TRANSTORNO MENTAL. São indicados por meio de “transtornos”. Os transtornos psiquiátricos só são tratados mediante remédio. Em regra ele não regride. No máximo ele fica estável. 
Existem três categorias de fatores psiquiátricos, que são “leve”, “moderada”, e “grave”. Os casos graves podem tornar a pessoa inimputável para o direito penal, e sujeitá-la a medidas de segurança, ante a alta periculosidade que tais transtornos podem acarretar.
Existem 6 transtornos psiquiátricos mais evidentes, que são:
1) ESQUIZOFRENIA e TRANSTORNO PSICÓTICO: a esquizofrenia consiste no transtorno de realidade, cujo portador vive e interage com o mundo real e o mundo imaginário. É uma distorção da realidade traduzida em surtos de alucinações. O esquizofrênico sofre de “mania de perseguição”, na maioria das vezes de perseguição policial. O “delírio” é caracterizado por uma fantasia criada pelo esquizofrênico com um dado da realidade (ex: ele vê uma patrulha da PM e fantasia que ela o está perseguindo). A alucinação é uma “miragem”, que somente ele percebe.
2) TRANSTORNO DE ÂNIMO E HUMOR: é caracterizado como uma doença bifásica (fase maníaca eufórica e fase bucólica depressiva), denominada também de “BIPOLARIDADE”. 
3) TRANSTORNO DE ANSIEDADE (NEUROSES): Consiste numa perturbação leve, desencadeada por algum vício ou fanatismo. Varia desde comportamentos criminosos a não criminosos. Ex: roer unha (transtorno de ansiedade por excelência); hipocondria (efeito placebo); síndromes de esquecimento; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); FANATISMOS CRIMINOSOS (de índole ideológico, religioso, esportivo, etc.).
4) TOXICÔMANOS: consiste no grupo dos indivíduos dependentes químicos ou alcoólicos, os quais se encontram num estado avançado de dependência, sendo considerados semi-imputáveis ou inimputáveis, a depender do grau. Necessitam de tratamento (e não de reprimenda jurídica). A fase de “abstinência” é posterior à fase “amotivacional”. Esta é a fase em que o usuário dependente para bruscamente de consumir os entorpecentes. A fase de abstinência se inaugura quando o usuário está no “fundo do poço”, e se mantém sem utilizar-se de drogas. 
5) TRANSTORNO SEXUAL: é caracterizado pela “PARAFILIA”, isto é, os fetiches sexuais criminosos. Ex: “Pigmalionismo” ou agaumatofilia → a pessoa tem atração sexual por bonecos, fantoches, anúncios em posters, mascotes, etc. – neste caso é comum que o agente cometa atos obscenos. Ex: necrofilia (que é crime contra o respeito dos mortos); zoofilia ou bestialismo (a Câmara dos deputados já aprovou a inclusão do crime de zoofilia na Lei 9.605, mas o projeto ainda tramita).
6) TRANSTORNO NO CONTROLE DE IMPULSO: são as COMPULSÕES de origem criminosa, sendo elas: 
I) CLEPTOMANIA: compulsão por furtar;
II) PIROMANIA: compulsão por promover incêndios.
III) LUDOPATIA: compulsão por jogo.
IV) ONEOMANIA: compulsão por comprar. 
8.3. FATOR BIOLÓGICO. 
Pode aparecer na prova com o nome de “biocriminogênese”. Outro nome é “FATOR SOMÁTICO”, “fator físico”, ou “fator endógeno” da criminalidade. 
Para aqueles que reconhecem o fato biológico, há um problema na estrutura física do indivíduo. Notadamente a Criminologia separa os fatores psíquicos dos fatores biológicos. Há 6 fatores biológicos principais, que são:
1) ANTROPOMETRIA: conjunto de medidas corporais que associadas à fotografia do indivíduo preso serve como instrumento de identificação criminal, técnica esta denominada “bertilonagem”, em homenagem a Alphonse Bertillon, seu criador. São 11 as medidas corporais da antropometria. A foto frente/perfil do indivíduo é chamada de “sinalética”, e vem acompanhada das medidas corporais do indivíduo. 
2) ANTROPOLOGIA CRIMINAL: consiste no estudo da evolução do homem delinquente, em regra, através das pesquisas lombrosianas. Para José Maria Marlet a idade, o sexo, e a “raça” do indivíduo também são considerados fatores antropológicos que estimulam a criminalidade. Segundo os estudos desse antropólogo o adolescente infrator é mais violento do que o adulto infrator. 
3) BIOTIPOLOGIA: é o estudo dos tipos constitutivos (esteriótipo físico), relacionando tais estruturas com o temperamento e a agressividade. De acordo com a tipologia de Sheldon, o “gordinho” tem a estrutura chamada de “endomorfa”, e tende a ser menos agressivo. O Indivíduo mediano é chamado de “mesomorfo”. O indivíduo magro é chamado de “ectomorfo”, e tende a ser o mais agressivo.
Há uma segunda classificação, de Krestschmer, que chama o endomorfo de “pícnico”, o mesomorfo de “atlético”, e o ectomorfo de “leptossomático”.
4) NEUROFISIOLOGIA: é o estudo do ritmo cerebral, com a finalidade de mensurar a atividade elétrica do cérebro. É feito por meio do exame chamado eletroencefalograma (EEG). A atividade cerebral do psicopata é bastante rápida e irregular. As ondas cerebrais saem bem bagunçadas, porque eles têm um cérebro diferente, constatado por ressonância magnética.
5) ENDOCRINOLOGIA CRIMINAL: consiste no estudo da relação da disfunção hormonal com o temperamento e caráter do indivíduo, através da produção escassa ou excessiva de hormônios. 
6) GENÉTICA CRIMINAL: relaciona a influência da carga hereditária do indivíduo em seu comportamento. Estudos demonstram que a transferência genética relacionada à criminalidade existe na mesma proporção que a transferência de genes vinculados às características físicas do indivíduo. 
8.4. FATOR SOCIAL. 
Também chamado de “sóciocriminogênese”, “fator ambiental”, “fator de entorno físico”, “fator mesológico”, “fator exógeno”. São 5 os principais fatores sociais:
1) DESESTRUTURAÇÃO FAMILIAR: consiste na desorganização social, evidenciada na falta de estrutura das relações intrafamiliares. Fator altamente criminógeno por comprometer a formação e desenvolvimento da personalidade. 
2) REENCULTURAÇÃO: trata da dificuldade de adaptação do indivíduo a uma cultura diversa da sua. Geralmente ocorre nos processos de migração, isto é, com a mudança do indivíduo de sua cidade natal para outro local, onde seus valores muitas vezes são considerados criminosos. 
3) PROMISCUIDADE: é a perda dos valores éticos morais, tornando mais fácil o ingresso do indivíduo na criminalidade. É decorrência da ausência de probidade e honestidade em seu meio social. 
4) ANALFABETISMO: é a carência educacional, fator altamente criminógeno que por vezes diminui a oportunidade lícita de trabalho, haja vista a forte concorrência em termos de mão de obra qualificada. Indivíduo sem estudo é indivíduo discriminado em sem oportunidades no mercado de trabalho. 
5) FATOR ECONÔMICO: a riqueza e a pobreza são considerados fatores criminógenos de mesma relevância. Ou seja, não há prevalência de um sobre o outro. Na primeira hipótese, ou seja, a riqueza, o criminoso se deixa levar pela ganância e ambição em manter um alto padrão de vida. Na pobreza o indivíduo sede à criminalidade como forma de subsistência ou ainda por desestruturação social. 			
Os “fatorescriminógenos” podem aparecer nas provas com várias nomenclaturas, como “fator condicionante da criminalidade”, “fator desencadeante”, “fator impulsionante”. São todos de natureza biopsicossocial. Não se pode afirmar que esses fatores são “causas” da criminalidade. Eles são fatores impulsionadores da criminalidade.
9. ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINOLOGIA.
As escolas sociológicas da criminologia se dividem de acordo com duas teorias:
I) ESCOLAS CONSENSUAIS: que, por sua vez compreende:
a) Escola De CHICAGO;
b) Teoria da ANOMIA;
c) Teoria Da ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL;
d) Teoria Da SUBCULTURA DELINQUENTE.
II) ESCOLAS CONFLITIVAS: que compreendem:
a) Teoria Do ETIQUETAMENTO;
b) Teoria MARXISTA.
9.1 ESCOLAS CONSENSUAIS.
9.1.1 TEORIA DA ANOMIA.
Anomia é uma SITUAÇÃO SOCIAL na qual FALTA COESÃO E ORDEM, especialmente no tocante a normas e a valores. Trata-se de uma situação fática em que a sociedade não consegue se autorregular, seja porque produz regras ineficientes, seja porque há fatores externos que rompem com a normalidade social fazendo com que os INDIVÍDUOS NÃO SE COMPORTEM DE ACORDO COM AS LEIS. Há o CAOS.
São exemplos de situações deflagradoras da anomia (falta de normas):
I) Ambiguidade e falta de clareza dos diplomas normativos;
II) Instauração de uma Guerra, civil ou externa;
III) organização sistêmica da sociedade em que os valores institucionalizados promovam o isolamento e autonomia do indivíduo a ponto das pessoas se identificarem muito mais com seus próprios interesses individuais do que com os do grupo social. 
Exemplo corriqueiro da situação de anomia no Brasil são as favelas tomadas por traficantes ou milicianos. Nestes espaços o poder paralelo afasta as normas impostas pelo Estado, e impõe suas próprias normas de conduta.
A teoria da anomia foi desenvolvida por dois grandes pensadores, cada um a enxergando de maneira distinta:
I) EMILE DURKHEIN: quando se criam na sociedade espaços anômicos, ou seja, quando um indivíduo ou um grupo perde as referências normativas que orientavam a sua vida, enfraquece-se a solidariedade social. Este indivíduo sente-se livre de vínculos sociais, tendo muitas vezes um comportamento anti-social ou autodestrutivo, que o leva a delinquir.
II) ROBERT MERTON: toda sociedade estabelece metas sociais a serem atingidas pelos indivíduos. Há pessoas que seguem os meios e os recursos institucionalizados para o sucesso (educação, trabalho, empreendedorismo, concorrência no mercado, etc.), e há aqueles que buscam "atalhos" para o sucesso, utilizando de meios ilícitos que não respeitam as regras do jogo, e acarretam o comportamento desviante.
O insucesso em atingir as metas sociais devido à ausência ou à insuficiência dos meios institucionalizados pode produzir o que Merton chama de anomia, que é a manifestação de um comportamento no qual as regras do jogo social são abandonadas ou contornadas. O indivíduo não respeita as regras de comportamento que indicam os meios de ação socialmente aceitos. Surge então o desvio, ou seja, o comportamento desviante.
Foi com base nessas metas sociais que Merton desenvolveu a Filosofia do SONHO AMERICANO, através da qual propõe uma sociedade de bem estar, fundada na real igualdade de oportunidades. Segundo ele existem 5 formas de adaptação individual ao sonho americano, que são:
a) conformidade: é a adaptação à norma;
b) inovação: atalho ilícito em busca da ascensão cultural (não se adapta)
c) ritualismo: conformismo com os costumes e renúncia ao sonho de ascenção;
d) retraimento: não adaptação às normas institucionais;
e) rebelião: inconformismo e revolta com o sistema social.
Podemos citar 3 obras famosas de Durkheim acerca dessa escola sociológica, que são: “Da divisão do trabalho social”; “As regras do método sociológico”; “O suicídio”.
9.1.2 ESCOLA DE CHICAGO.
É fruto do VIÉS ITERACIONISTA, entendendo que o HOMEM É DETERMINADO PELO MEIO SOCIAL EM QUE SE INSERE (DETERMINISTMO).
Em sede de sociologia, a escola de Chicago encarou o crime como fenômeno ligado a uma área natural.
Historicamente coincidente com o período das grandes migrações e da formação das metrópoles, a escola de Chicago se deparou com o problema característico dos ghetos. O trabalho dessa escola explorou a RELAÇÃO ENTRE A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO (geográfico) e a CRIMINALIDADE.
Para esta teoria a cidade produz delinquência. A deterioração dos grupos primários (família); a modificação qualitativa das relações interpessoais que se tornam superficiais; a alta mobilidade e a consequente perda de raízes no lugar de residência; a crise dos valores tradicionais e familiares; a superpopulação; a tentadora proximidade às áreas comerciais e industriais aonde se acumula riqueza e enfraquecimento do controle social, criam um meio desorganizado e criminógeno. 
Em seus estudos, a Escola de Chicago concluiu que o CRIME ESTÁ NA PERIFERIA (ghetos). Assim, o criminoso surge nos ghetos, e isso orienta a política de segurança pública de combate ao crime na periferia (ou seja, combate aos "marginais"). A prevenção secundária é feita toda na periferia, mas esquece-se da prevenção primária, que é a mais eficiente.
Na medida em que a sociedade cresce, o CONTROLE SOCIAL INFORMAL DIMINUI, ante a MUDANÇA DOS VALORES e a diminuição da fiscalização.
A criminalidade é fruto da SUPERPOPULAÇÃO (desorganização social, ou “slum”) combinada com a FALTA DE INFRAESTRUTURA. 
Essa escola utiliza dos inquéritos sociais (Social Surveys), que são pesquisas realizadas junto à população para verificar a expansão da cidade.
A escola de Chicago divide-se em DUAS TEORIAS:
I) TEORIA ECOLÓGICA: de Robert Park e Ernest Burguess. É a primeira teoria dentro da escola de Chicago. À medida em que a cidade aumenta é conveniente que se faça uma restruturação urbanística e arquitetônica com a finalidade de prevenir a criminalidade. Ex: antigamente as casas não tinham muros. Atualmente é inconcebível uma residência sem proteção.
Além disso, leva em conta o fato de que o crime é cometido na periferia (longe do centro urbano rico). 
II) TEORIA ESPACIAL: do arquiteto Oscar Newman, que trouxe os modelos adequados de construção habitacional, colocando em prática as ideias de Robert Park. Ex: no Brasil não é aconselhável que se façam casas com grandes fachadas de vidro e nem com chaminés. Assim, a teoria espacial busca adequar as construções à criminalidade.
Com a escola de Chicago a criminologia abandonou o paradigma até então dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de Lombroso, e GIROU PARA AS INFLUÊNCIAS QUE O AMBIENTE, sobretudo as cidades, PODEM TER NO FENÔMENO CRIMINAL.
Pergunta: em que consiste a TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS? 
Se desenvolveu na década de 80. Iniciou-se por um estudo. Essa teoria leva em conta a ausência de políticas públicas e do Estado na periferia. Aquilo que é esteticamente feio, depredado, renegado, gera a possibilidade de crime. A ausência de organização é um fator primordial da ocorrência do crime. 
Os espaços públicos depredados e negligenciados são propensos à prática de crimes. Assim, qualquer tipo de dano ou de transformação estética indesejável deve ser corrigida. Se o Estado não atua, tem-se um fato criminógeno. 
O grande erro dessa escola foi não se preocupar com os crimes que acontecem no subúrbio e no centro cívico, pois se tratam de crimes não violentos, que são os "crimes de colarinho branco". O policiamento ostensivo (prevenção secundária), bem como várias políticas públicas de prevenção primária não são adequadas para o combate a estes crimes. 
Pergunta: em que consiste a política da TOLERÂNCIA ZERO? 
Implementada por Rudolph Juliani em Nova York. Significa a repressão estatal ante a menor infração cometida. Não significa cárcere, mas qualquer infração enseja multa, restrição de direitos, pena alternativa, etc. 
É a ideia de direito penal máximo. Surgiu da teoria das janelas quebradas (resposta rápida à conduta desviante). 
Pergunta: em que consiste a POLÍTICA DE LEI E ORDEM? 
É uma resposta à criminalidade. Prega a aplicação da lei nua e crua ao agente delinquente,sem a possibilidade de qualquer flexibilização da lei penal. Relaciona-se com a noção da terceira velocidade do direito penal.
A qualquer expectativa social violada deve ser aplicada a lei, indistintamente, sem qualquer mitigação (como princípio da insignificância, etc.), com o objetivo de se manter a ordem.
9.1.3 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL.
Década de 30, e teve sua explosão em 1939. Tem em Edwin Sutherland seu principal representante.
Estuda uma CATEGORIA DIFERENCIADA DE CRIMINOSOS, que são os criminosos de COLARINHO BRANCO, que fogem ao perfil geral da criminalidade de massa.
Esses criminosos são diferenciados, vez que sua atividade criminosa é muito mais complexa, movimenta muito mais dinheiro, e é feita por pessoas instruídas e de alto padrão de vida. 
Para Sutherland, essa conduta delitiva é resultado de conhecimento técnico + habilidade. Se estrutura em uma organização criminosa empresarial.
“Crime de colarinho branco”: expressão criada por Edwin Sutherland. É o crime cometido por pessoas respeitáveis, com elevado estatuto social, praticado no exercício da profissão, ocorrido com violação de confiança, em regra.
É a chamada “CRIMINALIDADE DOURADA”.
9.1.4. SUBCULTURA DELINQUENTE/DELINQUENCIAL
Tem em Albert Cohen seu principal expoente. É uma teoria da década de 50. Principal obra: Dellinquent Boys, na qual ele estudou a criminalidade entre adolescentes.
Reparou que o crime, PARA ALGUMAS CATEGORIAS DA POPULAÇÃO, serve como sinal de PROTESTO.
CULTURA: são os valores de um povo, como idioma, folclore, pessoas relevantes, artesanato, culinária, etc. 
SUBCULTURA: pequenos grupos que se assemelham de acordo com ideologias. Ex: grupos ligados por gosto musical → Metaleiros. 
SUBCULTURAS DELINQUENTES: pessoas que se agrupam defendendo ideais criminosos. Ex: máfia, comandos, organizações criminosas, torcidas organizadas, galera de pichadores; skinheads, motoqueiros delinquentes; gangues. 
São ideais fundamentais das subculturas:
I) PLURALIDADE DE NORMAS: Na subcultura vislumbram-se dois valores:
a) linear: cultura, Estado.
b) paralelo: o valor da própria subcultura;
II) ACEITAÇÃO DA CONDUTA DESVIADA;
III) SEMELHANÇA ESTRUTURAL.
Obs.: a ideia de coculpabilidade nasce aqui, na análise da subcultura delinquente, e também das demais teorias iteracionistas, vez que são calcadas no determinismo. 
9.2. TEORIAS CONFLITIVAS.
9.2.1. TEORIA DO ETIQUETAMENTO (LABELLING APPROACH).
 Também chamada de “teoria da rotulação”; “teoria da REAÇÃO SOCIAL” e “teoria interacionista”.
Tem como principais representantes Erving Goffman e Howard Becker.
Surgiu na década de 60. Entende que o crime é uma resposta individual a algo supostamente feito. O CRIMINOSO É AQUELE A QUEM A SOCIEDADE ATRIBUI O RÓTULO DE CRIMINOSO.
Essa escola pega o paradigma etiológico (que busca a origem) da criminologia, que já era inerente à escola positivista, mas realiza uma filtragem tendo em vista um viés puramente social.
Segundo a escola iteracionista, não existe o livre-arbítrio, de modo que o homem é fruto do meio em que se insere. As pessoas não escolhem, mas é a sociedade que escolhe para elas o que é certo e o que é errado. O meio determina o homem. 
OS MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL SÃO ESTIGMATIZANTES, na medida que aquele que difere dos padrões sociais (ou seja, pelas escolhas impostas pela sociedade) são automaticamente rotulados pela sociedade.
Identificam que o indivíduo é estigmatizado pela sociedade em que vive, sem que ele seja mesmo o autor do crime, e são contra isso. São contra o sistema disuásório penal e contra o etiquetamento → ex: “EX-PRESIDIÁRIO”.
Sustenta que é mais fácil ser tido como criminoso pelo que se é, e não pelo que se faz (isso é verdade). A ESTIGMATIZAÇÃO DO PRESO É EXTREMAMENTE NOCIVA PARA O PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL. 
A pena tem função reprodutora, denominada “ladeira escorregadia”, ou seja, o indivíduo quando adentra no sistema carcerário cai em uma ladeira. Mesmo que o indivíduo tenha cometido um crime não tão grave, ele sairá muito pior da penitenciária, onde tem o contato com criminosos perigosos, integrantes de organizações criminosas, e cometedores de crimes graves.
Obs.: uma evolução legislativa no sentido de se evitar a “ladeira escorregadia” foi a mudança com relação à fiança, que ampliou suas possibilidades, justamente para se evitar a prisão. 
Defendem a JUSTIÇA RESTAURATIVA e a aplicação do DIREITO PENAL MÍNIMO, ou seja, MEDIDAS ALTERNATIVAS AO CÁRCERE.
9.2.2. TEORIA RADICAL (MARXISTA).
Também chamada de “TEORIA CRÍTICA”, “Teoria Marxista”, “Nova Criminologia”.
Tem como principais expoentes: Berkeley e I. Taylor.
Defendem o SOCIALISMO COMO A SOLUÇÃO PARA A SOCIEDADE. Surgiu na década de 70 e baseia-se nos ideais de Marx.
O crime é um problema típico e insolúvel da sociedade capitalista. O CONSUMO E A OSTENTAÇÃO SERIAM AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CRIMINALIDADE.
Obras: “Criminologia Crítica” e “Nova Criminologia”.
10. VITIMOLOGIA.
É a disciplina que estuda a vítima enquanto sujeito passivo do crime, sua participação no crime, os fatores de vulnerabilidade e sua consequente vitimização.
Não é uma ciência autônoma. Trata-se de uma DISCIPLINA AUXILIAR DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS, especialmente da criminologia. 
Ela não se baseia tão somente no estudo da vítima, levando em conta outros aspectos, como a participação da vítima no crime (há situações em que a vítima é a única culpada do crime).
Patrono: Benjamin MENDELSOHN. 
Exemplos de fator de vulnerabilidade: pobreza, riqueza, deficiência física, idade avançada, gravidez.
O redescobrimento da vítima se deu por volta de 1950, através de um seminário internacional promovido por Benjamin Mendelsohn, em Bucareste na Romênia, intitulado de “o horizonte novo da ciência biopsicossocial: a vitimomogia”. Buscou promover uma conscientização dos estudiosos acerca da situação da vítima e o Estado ante uma situação delitiva. 
Em 1953 Mendelsohn publicou uma obra intitulada “vitimologia”. 
Em 1985 a ONU também se manifestou em prol das vítimas, criando a chamada “DECLARAÇÃO UNIVERSAL DO DIREITO DAS VÍTIMAS” através da resolução 40/34. O conceito trazido por essa declaração é muito similar ao previsto pela Lei Maria da Penha.
No Brasil a vitimologia chegou na década de 70, através dos estudos de Armida Berghamini Miotto. Edgar de Moura Bittencourt foi o responsável pela primeira obra de vitimologia no Brasil (em 1964).
10.1. CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS (MENDELSOHN).
O critério utilizado por Mendelsohn na classificação das vítimas LEVA EM CONTA A PARTICIPAÇÃO DESTAS NO EVENTO CRIMINOSO. A vítima pode ser:
I) INOCENTE: é aquela que não colabora de nenhum modo para a ocorrência do delito. É chamada também de vítima ideal. Logo, a punição do criminoso deve ser feita em grau máximo. 
II) MENOS CULPADA QUE O CRIMINOSO: é aquela que, com o comportamento inadequado, provoca ou instiga o criminoso, desencadeando a perigosidade/periculosidade vitimal, isto é, a primeira etapa da vitimização. Conhecidas também como “vítima nata”. É o famoso “dar mole” da vítima. Ex: descuido, distração, deixar o vidro do carro aberto enquanto parado no semáforo, etc. 
III) TÃO CULPADA QUANTO O CRIMINOSO: é aquela que colabora para o delito na mesma proporção que o criminoso acarretando o equilíbrio da dupla penal (é o agressor e a vítima). Ex: crime de rixa; algumas situações de estelionato; aborto consentido pela gestante (gestante e o feto são vítimas). 
IV) MAIS CULPADA QUE O CRIMINOSO (PSEUDOVÍTIMA): são VÍTIMAS DE CRIME PRIVILEGIADO, nos quais o AUTOR (CRIMINOSO) TERÁ SUA PENA REDUZIDA por tê-lo praticado sob o domínio de violenta emoção ou em defesa de valores morais e sociais. Ex: homicídio privilegiado do pai que mata o estuprador da filha. 
V) ÚNICA CULPADA: são vítimas de crimes acobertados pela excludente de ilicitude da LEGÍTIMA DEFESA, haja vista ter o AUTOR DO FATO REAGIDO A UMA INJUSTA AGRESSÃO da própria vítima. Ex: alguém que deseja matar um desafeto, mas acaba sendo morto por ele em legítima defesa; troca de tiros; tentativa de resgate de presos.
10.2. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES.
I)VÍTIMA POTENCIAL: também chamada de “latente”. São aquelas que ostentam um alto grau de vulnerabilidade. Ex: gestantes; idosos; crianças; etc.
II) VÍTIMA INDEFESA: São aquelas restringidas de defesa por MEDO DE REPRESÁLIA. Ex: mãe agredida pelo filho por medo dele ser preso; o comerciante extorquido por policial. 
III) VÍTIMA FALSA: São aquelas dissimuladas que forjam uma situação criminosa para tirar proveito. Muito comum no crime de estelionato na modalidade fraude contra seguro.
IV) VÍTIMA SIMBÓLICA: São aquelas que representam, marcam um determinado período histórico. Ex: Jesus, Daniela Perez; Isabela Nardoni; Elisa Samúdio.
V) VÍTIMA INTRAFAMILIAR: são aquelas que sofrem abusos, maus tratos e injustiças dentro das relações familiares.
VI) VÍTIMA DA POLÍTICA SOCIAL: são os cidadãos pagadores de impostos, VITIMIZADOS PELA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DOS GOVERNANTES e MÁ UTILIZAÇÃO DO DINHEIRO PÚBLICO.
VII) VÍTIMA ATUANTE: são aquelas que reivindicam seus direitos, denunciando o crime, contratando assistentes técnicos, bem como se socorrendo da imprensa para dar maior publicidade ao fato. 
VIII) VÍTIMA OMISSA: são aquelas que permanecem silentes frente ao crime, deixando de denunciá-los por vergonha, medo de represália, ou por descrédito com a polícia e a justiça. Colaboram para o aumento das cifras negras. 
IX) VÍTIMA COLETIVA: são grupos de pessoas vitimizadas pelo mesmo fato. Ex: na relação de consumo; crimes ambientais.
10.3 VITIMIZAÇÃO.
É o ato ou efeito de alguém se tornar vítima. É o sofrimento da vítima em escalas variadas.
I) PRIMÁRIA: é a consequência natural do crime, seus efeitos. Ex: no crime de roubo a consequência natural é a perda do patrimônio. Ocorre tanto na modalidade consumada quando tentada.
II) SECUNDÁRIA: denominada também “sobrevitimização”. É a mais severa das vitimizações, consistindo no sofrimento adicional à vitimização primária, gerado pelo poder público e pela imprensa. Ex: a imprensa sobrevitimiza SENSACIONALIZANDO O OCORRIDO; aqueles programas como “linha direta”; “cidade alerta”, etc. 
III) TERCIÁRIA: é a SEGREGAÇÃO DA VÍTIMA PELA SUA FAMÍLIA, a qual a discrimina após o crime. Ex: irmão que atormenta a vida do outro irmão por ter sido vítima de estelionato.
IV) INDIRETA: ocorre o sofrimento dos familiares da vítima, os quais se compadecem vendo a situação do ente querido. 
V) HETEROVITIMIZAÇÃO: é a autoculpabilização da vítima pelo crime ocorrido.
10.3.1. CRIMES COM PARTICIPAÇÃO ATIVA DA VÍTIMA.
→ Rixa;
→ Estelionato (pela torpeza bilateral);
→ Aborto consentido;
→ Corrupção ativa e passiva;
→ Homicídio Privilegiado.
10.3.2. LEIS DE PROTEÇÃO À VÍTIMA.
Lei 9.807/99 → Proteção da Vítima e da Testemunha: 
Lei 9.503/97 → Código Brasileiro de Trânsito: Seguro DPVAT e multa reparatória.
Lei 9.605/98 → Lei Ambiental: autoriza o pagamento imediato de indenização à vítima de crime ambiental. Ex: o proprietário que teve as águas do terreno contaminada por espuma industrial. A pichação é outro exemplo, se for possível pegar o autor gera a indenização.
Lei 8078/90 → Código de Defesa do Consumidor: ônus da prova invertido, direito de devolver o produto, responsabilidades por vicio no produto e no serviço.
Lei 9099/95 → Lei dos juizados especiais: 
Lei 11.340/06 → Lei Maria da Penha: medidas protetivas. 
10.4. ITER VITIMAE.
É o caminho percorrido pela vítima para que ela seja protegida. No Direito Penal há o iter criminis, que é o caminho percorrido pelo criminoso. Se o inter criminis se concretiza é sinal de que o iter vitimae falhou. 
É o conjunto de etapas que se operam cronologicamente no desenvolvimento da vitimização. É composto de 5 fases:
I) INTUIÇÃO: momento em que a vítima suscita, pensa na possibilidade de ser vitimizada. Não excede a esfera de pensamento. É como se fosse um pressentimento. 
II) ATOS PREPARATÓRIOS: também chamado de “conatus remotus”. É o momento em que a vítima passa a pesquisar um mecanismo de defesa. Ex: deseja blindar o automóvel.
III) INICIO DA EXECUÇÃO: também chamado de “conatus proximus”. É o momento em que a vítima adquire o mecanismo de proteção almejado. Ex: é o ato de blindagem do automóvel.
IV) EXECUÇÃO: é o momento em que o mecanismo de defesa é acionado em virtude de uma lesão ou tentativa desta, contra um bem da vítima.
V) CONSUMAÇÃO: ocorre com a tentativa de crime, ou seja, com a não violação do bem jurídico protegido por circunstâncias alheias à vontade do agente. Ex: o disparo do delinquente que não ultrapassou a blindagem do carro.
11. CIFRAS DA CRIMINALIDADE.
“Cifras” é o distanciamento progressivo (processo de atrição) entre a criminalidade legal e a criminalidade real, ACARRETANDO O PREJUÍZO DAS ESTATÍSTICAS OFICIAIS do Estado relacionadas à criminalidade. 
São 5 as modalidades de cifras estatísticas: 
I) CIFRA NEGRA: é o conjunto de crimes que NÃO CHEGAM AO CONHECIMENTO DO ESTADO para registro por razões subjetivas, como medo de represália (sequestro e ameaça); vergonha (estupro, assédio); ou por descrédito com a polícia e a justiça (crimes de bagatela).
II) CIFRA CINZA: são crimes que CHEGAM AO CONHECIMENTO DA AUTORIDADE POLICIAL, entretanto, NÃO PROSPERAM NA FASE PROCESSUAL, haja vista a composição das partes ou a ausência de representação. Ex: é muito comum nos atropelamentos e nos boletins de ocorrência por agressão, que serão remetidos ao juizado e será feita a composição civil dos danos antes que se instaure um processo judicial.
III) CIFRA AMARELA: são crimes praticados com ABUSO DE PODER ou arbitrariedade e violência POLICIAL, os quais NÃO SÃO NOTICIADOS AOS ÓRGÃOS FISCALIZADORES COMPETENTES. Portanto, são crimes cometidos por agentes determinados, ligados à segurança pública, e que por isso, na maioria dos casos, não chegam ao conhecimento dos órgãos fiscalizadores.
IV) CIFRA DOURADA: são os crimes praticados por criminosos diferenciados, denominados “criminosos do COLARINHO BRANCO”. Ex: um auditor fiscal da receita era um chefe de uma organização criminosa que sonegava impostos.
V) CIFRA VERDE: são os CRIMES AMBIENTAIS CUJA AUTORIA NÃO É IDENTIFICADA, impossibilitando a responsabilização. É bastante comum. Ex: PICHAÇÃO.
12. STALKING (ASSÉDIO MORAL).
É uma forma de violência moral (psicológica), devendo haver um vínculo hierárquico de subordinação no ambiente profissional (em regra). Consiste em uma VIOLAÇÃO DE PRIVACIDADE da vítima por hábitos repetitivos e incessantes. 
O sujeito ativo exerce forte poder psicológico, exercendo controle geral dos movimentos da vítima (por observação). 
A vítima, muitas das vezes, adota a lei do silêncio por medo de perda do emprego. 
Obs.: De acordo com o professor Damásio, enquanto não houver uma regulamentação específica para esta conduta, ela pode se amoldar à contravenção penal da “perturbação da tranquilidade”.
13. BULLYING.
É a violência física ou psicológica, intencional e repetitiva entre pares, que ocorra sem motivação evidente praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, isolar, humilhar ou ambos, causando dano emocional e/ou físico à vítima em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes. 
Essa é a definição dada pelo art. 2º da lei 13.632/10 do Estado do Paraná.
“Bullying” é uma palavra de origem Inglesa, e significa “brigão”. Para que se fale em Bullying é necessário a presença de três sujeitos:
a) agressor;
b) vítima (alvo);
c) testemunha;
São características do autor do Bullying:
→ personalidade autoritária;
→ comportamento agressivo;
→ uso da força para resolver problemas;
→ rapidez para se enraivecer;
→ intolerância;
→ hostilidade;
→ baixa autoestima;
→ necessidade de notoriedade.
São sinais de que a vítima está sofrendo Bullying:
→ distúrbios de sono: sono agitado.
→ enurese noturna: urinar durante o sono.
→ transtorno alimentar: bulimia ou anorexia.
→ transtorno de ansiedade: automutilação por necessidade de atenção. 
→ agressividade familiar: a passividade no ambiente escolar não se demonstra dentro de casa.
→ aversão à escola;
→ mau rendimento escolar.
13.1. MODALIDADES DE BULLYING.DIRETO: é o mais comum. Ex: colocar apelidos; agressões físicas; ameaças; roubos; ofensas verbais; expressões e gestos de mau estar. 
INDIRETO: é mais praticado por mulheres. Ex: atitudes de indiferença; isolamento da vítima; difamação; fofocas; ridicularização. 
CYBERBULLYING: ações difamatórias online; utilização de recursos tecnológicos; internet; rede sociais de comunicação; torpedos/SMS; gravação em celular; e-mail; foto digital. Segundo a professora o cyberbullying é muito pior do que o bullying direto.
TROLL: comportamento provocativo utilizando dos meios sociais, através de mensagens polêmicas que desencadeiam reações em cadeia. Discussões e apelos para baixaria; exposição de outrem ao ridículo; falácias.
13.2. CONSEQUENCIAS PARA O BULLYING.
Jurídicas PARA O AGRESSOR (lembrando que o bullying em si não é crime, tampouco infração penal, mas a depender da maneira que é praticado, por exemplo, com lesões corporais, poderá haver responsabilização penal para o agressor):
I) medidas sócio-educativas: é o que ocorre na maioria das situações por ser o agressor adolescente.
II) penas privativas de liberdade (somente para o maior imputável);
III) penas alternativas;
IV) multa;
V) indenização;
14. TEORIA DA PENA.
14.1. MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO.
Existem 3 modelos de resposta ao delito:
14.1.1. DISSUASÓRIO.
Chamado também de modelo “CLÁSSICO”, “RETRIBUTIVO”, ou “Penal”. É um modelo punitivo, coercitivo.
É o mais comum dos modelos de resposta ao delito. Consiste na punição do infrator através de atuação estatal punitiva e intimidatória, proporcional ao dano causado. É a lei que exercerá esse caráter intimidatório, ao lado da pena. 
A função dele é PUNIR ATRAVÉS DA PENA, NÃO HAVENDO ESPAÇO PARA QUALQUER OUTRO OBJETIVO, COMO RESSOCIALIZAÇÃO, REPARAÇÃO DO DANO, etc. Não há que se falar em justiça restaurativa no âmbito do modelo dissuasório. 
Orienta-se apenas pelo caráter retributivo da pena. Ao agente criminoso deve ser imposta uma sanção penal.
A JUSTIÇA É DURA, INFLEXÍVEL, capaz de deter a criminalidade por meio do contra-estímulo da pena. É o que se adotou na política da LEI E ORDEM.
14.1.2. RESSOCIALIZADOR.
Seu foco está na pessoa do delinquente, enquanto preso.
Busca ressocializar o condenado reeducando-o para REINTEGRÁ-LO À SOCIEDADE, após o cumprimento da pena que lhe foi imposta. Foca na recuperação do condenado, de modo que é um DEVER DO ESTADO investir na ressocialização.
Delito é reconhecido como um evento multifatorial, entendido como a influência de vários fatores que levam a pessoa a delinquir. 
Compete ao Estado a árdua missão de agregar valores ao infrator enquanto estiver sob sua tutela com o fito de reabitá-lo para a vida em sociedade. Relaciona-se, portanto, com a prevenção terciária. 
Obs.: o nosso modelo de teoria da pena é chamado de “unificador” (teoria da pena mista), vez que é híbrido, contendo tanto o aspecto dissuasório quanto ressocializador.
14.1.3 INTEGRADOR.
Também chamado de “CONSENSUAL” ou “restaurador”.
Defende a DESJUDICIALIZAÇÃO DO DELITO, baseado na intervenção mínima. Dá a PRIORIDADE A PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS.
Sistema carcerário está reservado como última ratio.
Potencializa o desenvolvimento de MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS (acordo, negociação, conciliação, transação etc). A isso se dá o nome de JUSTIÇA RESTAURATIVA.
No Brasil, a lei que exprime a adoção pelo modelo integrador foi a lei dos juizados especiais criminais (9.099/95).
Busca a participação através da utilização de práticas restaurativas em casos penais, razão pela qual o torna o modelo mais completo de reação ao delito. 
14.2 MODELOS ADOTADOS NO BRASIL.
NO BRASIL É POSSÍVEL VERIFICARMOS A COEXISTÊNCIA DOS TRÊS MODELOS. O que prevalece é o modelo dissuasório. 
O modelo integrador é comum nas infrações penais de menor potencial ofensivo, no procedimento dos juizados especiais criminais. 
O modelo ressocializador pode ser verificado nas APAC’s (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). 
Mas tanto o modelo integrador quanto o ressocializador são exceções no Brasil. Portanto, podemos afirmar que EM REGRA O MODELO NO BRASIL É DISSUASÓRIO.
14.3. TEORIA DA PENA.
Existem 3 teorias principais da pena:
I) TEORIA RETRIBUTIVA (ABSOLUTA): tem como o foco o castigo.
II) TEORIA PREVENCIONISTA (RELATIVA): que tem como foco a conscientização, e se subdivide em:
a) teoria prevencionista geral: tem a coletividade como foco. Pode ser:
I) positiva: que visa demonstrar os malefícios do crime;
II) negativa: que visa a intimidação da coletividade;
b) teoria prevencionista especial: tem o criminoso como foco. Pode ser:
I) positiva: que tem como foco a ressocialização;
II) negativa: que tem como foco a inocuização;
C) TEORIA MISTA (UNIFICADORA): é a teoria adotada pelo Brasil, conforme já vimos acima. Prega uma pluralidade funcional da pena.
14.3.1 TEORIA RETRIBUTIVA (ABSOLUTA)
Considera que a pena se esgota na ideia de PURA RETRIBUIÇÃO PELO MAU CASADO À SOCIEDADE.
Sua finalidade é basicamente punitiva, ou seja, responde ao mal constitutivo do delito com outro mal imposto ao autor do delito.
Considera a pena uma espécie de penitência que o condenado deve cumprir para purgar seu ato injusto e sua culpabilidade.
Esta medida parte de uma doutrina puramente social-negativa que acaba por se revelar estranha e inimiga de qualquer tentativa de socialização do delinquente e de restauração da paz jurídica da comunidade afetada pelo crime. 
14.3.2 TEORIA PREVENTIVA (RELATIVA).
Atribui à pena a capacidade e a missão de evitar a prática de crime. Subdivide-se em teoria preventiva geral (coletividade) e teoria preventiva especial (criminoso). A pena é uma medida de política criminal com a finalidade precípua de profilaxia criminal. 
TEORIA PREVENTIVA GERAL: está direcionada à generalidade dos cidadãos, esperando que a ameaça da imposição da pena e sua execução sirva para intimidar os delinquentes em potencial (concepção negativa) e, por outro lado, robustecer a consciência jurídica dos cidadãos e sua confiança e fé no Direito (concepção positiva).
I) Prevenção geral positiva: Estado se serve da pena para manter e reforçar a confiança da comunidade na validade e na força de vigência das suas normas e no ordenamento jurídico-penal.
II) Prevenção geral negativa: a pena é concebida como forma de intimidação através da demonstração do sofrimento alheio.
Para Roxin é a fase da ameaça penal: formulação de um preceito legal, abstratamente definido na lei em que existe a tipificação do comportamento criminoso e os estabelecimentos prisionais correspondentes.
TEORIA PREVENTIVA ESPECIAL: está direcionada ao CONDENADO. A pena é instrumento de atuação preventiva sobre a pessoa do criminoso com o fim de EVITAR QUE NO FUTURO COMETA NOVOS CRIMES.
Sua função é proteger bens jurídicos, incidindo na personalidade do delinquente através da intimidação com a finalidade de que não volte a delinquir.
Divide-se em prevenção positiva (ressocializadora) e prevenção negativa (inocuisadora, ou neutralizadora). 
I) Prevenção especial positiva: persegue a ressocialização do delinquente através da correção;
II) Prevenção especial negativa: busca a intimidação mediante a privação da liberdade, neutralizando a reincidência delitiva.
Para Roxin é a fase de execução da pena. A finalidade da pena estaria na recuperação ou ressocialização do delinquente.
14.3.3 TEORIA MISTA (UNIFICADORA)
Essa corrente tenta recolher os aspectos mais destacados das teorias absolutas e relativas.
Entende-se que a retribuição, a prevenção geral e a prevenção especial são distintos aspectos de um mesmo complexo fenômeno que é a pena.
Sustentam que a unidimensionalidade, em um ou outro sentido, mostra-se incapaz de abranger a complexidade dos fenômenos sociais que interessam ao Direito Penal, com consequências graves para a segurança e os direitos fundamentais do homem.
Ressalta a necessidade de adotar uma teoria que abranja a pluralidade funcional da pena.
É A TEORIA ADOTADA PELO BRASIL, muito embora não haja técnicas de prevenção especial negativa consistentes

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