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- -1 PROJETO INTEGRADOR: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO CAPÍTULO 4 - VANTAGEM COMPETITIVA – COMO COLOCAR EM PRÁTICA UMA IDEIA OU UM PLANO? Dorival Paula Trindade - -2 Introdução Vamos explorar, neste capítulo, como extrair vantagens competitivas em um ambiente extremamente concorrencial e predatório no mundo dos negócios. Abordaremos todos os elementos que compõem um plano de ação para transformar ideias em situações concretas. O principal teórico articulador deste capítulo será Michel Porter com todas as suas teorias de como conquistar vantagens competitivas no mercado local e também em novos mercados, fora do país. Entre todas as teorias apresentadas a seguir, uma merece destaque, a teoria do Oceano Azul, que torna a concorrência irrelevante. Será? É possível, num mercado cada dia mais competitivo, tornar a concorrência irrelevante? Todas as estratégias aqui apresentadas ficam no campo da teoria. Como fazer para sair da teoria e passar para a prática? Que ferramentas podemos utilizar para que todas a ideias, objetivos e metas virem realidade? Um planejamento requer muitas horas de trabalho para se transformar em um documento em formato de relatório, pronto para ser colocado em prática. Mas é aí que está o perigo. Para que serve um plano se for para ficar no papel? O desafio é tirá-lo do papel e colocá-lo em prática. Veremos neste capítulo como fazer isso. Outro ponto interessante é analisar como uma indústria pode produzir com estoque zero e, por essa razão, além de não correr riscos, essa estratégia vira uma vantagem competitiva. Por fim, teremos a oportunidade de conhecer o Plano Integrado de Metas e Ações (PIMA), uma metodologia fundamental para a gestão do planejamento com condições plenas para garantir eficiência e, principalmente, eficácia. Acompanhe esse capítulo com atenção! Vamos lá? 4.1 Elementos adicionais ao planejamento estratégico Um planejamento só estará pronto quando puder ser colocado em prática. Durante a fase de estudos e desenvolvimento das ideias, ele fica no campo do subjetivo. Por isso, ele é visto de forma geral e não há atribuições de responsabilidades para poder cobrar resultados. A função do planejamento é fazer projeções futuras que gerarão mudanças. O foco é levar a empresa a um estado desejado por meio de estratégias inovadoras colocadas em prática. Contudo, para que este estado desejado vire realidade, tem-se um longo caminho entre a teoria e a prática. Esta é uma das fases mais importes do plano, já que, se o planejamento não entrar em movimento, restará ser apenas um relatório de intenções sem valor nenhum. Para colocar um planejamento em movimento, para sair do campo teórico, é preciso ter um plano tático, ou seja, um desdobramento das ações em tarefas detalhadas e mais concretas, como veremos a seguir. 4.1.1 Planos de Ação Para cada objetivo, meta, plano de ação, deve haver uma decomposição dos detalhes necessários que irão assegurar sua viabilidade e consequente execução (ANDRADE, 2016). É o momento no qual são alocados os recursos e envolvidas todas as pessoas que irão executar as tarefas combinadas, passo a passo. Isso inclui o detalhamento do orçamento financeiro e formas de execução de cada uma das tarefas. Desta forma, os planos de ações ganham consistência, sempre lembrando que este plano tático é um reflexo do planejamento estratégico, alinhado com a missão, visão e valores da empresa no longo prazo. Não é, e nunca deve ser, uma peça isolada ou independente. Para isso, a técnica proposta para organizar e dar vida ao plano é conhecida como 5W2H. Veja na figura a seguir como funciona. - -3 Figura 1 - 5W2H: Fundamental para atribuir responsabilidades e detalhar a ações. Quando executadas em sua totalidade, a meta esperada é atingida. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Note que esta figura no destaque traz o nome do responsável pela execução da tarefa. Dois pontos dessa ferramenta são fundamentais: a) a lista de tarefas; b) os responsáveis nominais. A tarefa é um trabalho individual, pode-se atribuir a responsabilidade sobre ela e, dessa forma, teremos de quem cobrar um resultado. Neste caso, todas as tarefas são interdependentes. Ou seja, é possível apontar quem será responsabilizado caso essa tarefa não seja executada. Veja na figura a seguir o detalhamento de um objetivo decomposto em tarefas e a forma como são atribuídas as responsabilidades nominais. Nesta figura abaixo há uma sequência lógica para se atingir um dos objetivos da empresa. É colocado como desafio aumentar a participação no mercado. No exemplo da figura, se Paulo e Marcelo falharem, as demais ações não poderão ser executadas e, consequentemente, o objetivo estará cancelado. A ferramenta de 5W2H, no Brasil, também é conhecida como 3Q1POC. Esta ferramenta foi desenvolvida no Japão e é de autoria desconhecida, contudo, caiu no uso público por administradores e principalmente por aqueles responsáveis por atividades de planejamento dentro das empresas. Observe no detalhamento das tarefas que a riqueza de detalhes é importante, para que nada fique subentendido, VOCÊ SABIA? A técnica 5W2H é uma sigla do inglês, (o que), (por que), (onde), What Why Where When (quando), (quem), (como) e (quanto). Ela reduz o risco das atividadesWho How How Much não serem executadas devido ao efeito dominó: um funcionário cobra o outro porque suas tarefas são dependentes. Esta ferramenta não requer recursos tecnológicos, ou seja, não requer investimentos. - -4 Observe no detalhamento das tarefas que a riqueza de detalhes é importante, para que nada fique subentendido, incluindo o orçamento. Figura 2 - Planejamento estratégico. Plano de ação anual. Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. A metodologia 5W2H também economiza discussão na hora de preparar qualquer plano orçamentário anua, por conta dos recursos financeiros já estarem nela estimados e justificados. Ela traduz todo o planejamento em um trabalho de equipe e, assim, tem a missão de garantir o cumprimento de todos os prazos. Esta ferramenta produz efeito próximo ao conceito de dependendo do número dedashboard ações a serem programadas. Com este modelo, foi possível aplicar várias estratégias nos processos de melhoria contínua no Japão, como o Kaizen. Portanto, foi testada e aprovada. 4.1.2 Práticas organizacionais Para que o planejamento seja colocado em ação e apresente os resultados desejados é necessário dar atenção a alguns detalhes nas tipologias, estruturas e concepção das empresas e, assim, escolher qual a melhor tática e transformá-las em práticas organizacionais. Primeiro, vejamos as necessidades e características das pequenas empresas. A maioria das pequenas e médias empresas têm uma estrutura simples e poucos colaboradores. Todo o poder de decisão está concentrado nos proprietários. Normalmente elas exercem suas atividades comerciais em um nicho de mercado. As formulações estratégias são deliberadas e rapidamente ajustadas, adaptando-se às novas circunstâncias do mercado. - -5 Algumas instituições e empresas têm seus processos maquinais padronizados e articulados por uma liderança central. É o caso de franquias como o McDonald’s onde todo o planejamento é centralizado, basta que suas unidades de negócio implementem o que for definido (ANDRADE, 2016). As instituições ou organizações governamentais e empresas estatais também fazem planejamento, porém, dependem de articulações políticas para colocá-las em ação. São influenciadas pelo desejo do povo e reguladas por leis. Por fim, as organizações sem fins lucrativos, como igrejas, associações, ONGs, fundações, dentre outras, são fortemente influenciadas pelos grupos que as patrocinam ou financiam. A principal preocupação dos dirigentes é ter uma instituição eficiente, que se mantenha em funcionamento. Portanto, as estratégias deste setor focam muito na eficiência em detrimento dos resultados (eficácia). Essas afirmações dizem respeitoa modelos de práticas organizacionais que serão traduzidas ou amparadas por técnicas de acordo com as características e finalidade de cada tipo de organização (ANDRADE, 2016). Cada tipo requer técnicas específicas. A partir daqui vamos procurar nos focar mais nas pequenas e médias empresas, cuja vocação é produzir lucros e sobreviver em mercados altamente competitivos, nos quais estratégias e táticas inovadoras são necessárias. Estas devem ser implantadas em velocidades significativas, caso contrário, deixam de ser uma vantagem competitiva. A seguir, apresentamos algumas das práticas organizacionais baseadas em teorias estratégicas estruturadas em pesquisas. Estas práticas atingem todas as áreas da empresa: comercial, processos internos/gestão, finanças e recursos humanos. Teoria do Oceano Azul A teoria do Oceano Azul surge para criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. (KIN, MAUBORGNE, 2005). Neste modelo estratégico, o objetivo é criar a própria demanda em um mercado altamente competitivo ou comoditizado, que dá nome à teoria (Oceano Azul). Parte-se da metáfora que o oceano vermelho é onde há muitos predadores e, em sua luta pela sobrevivência, deixam um rastro de sangue. No oceano azul não existem predadores, o mar é calmo. A teoria e estratégia do Oceano Azul desafia as empresas a reinventarem seu modelo de negócios, fazendo o que todas fazem, mas de modo diferente. As diferenças surgem de uma nova proposta de valor aos seus clientes. Para exemplificar analisaremos dois pontos da estratégia de um famoso circo, o , que virou umCirque du Soleil ícone. Veja como essa proposta faz muita diferença: tiraram os animais. Isso permitiu, além da grande redução de custos, que houvessem simultâneos do mesmo espetáculo em vários lugares do mundo. Todos osshows artistas agora ficam fantasiados de palhaços porque o público gosta de palhaços e o custo é muito baixo. VOCÊ SABIA? Já nas grandes empresas, o planejamento é uma obrigação e passa ser sistemático em uma operação mais complexa. Envolve a necessidade de forte articulação com variáveis do ambiente externo, por conta de um ambiente de negócios altamente competitivo. Uma alteração ou inovação no produto de um concorrente pode colocar a empresa em xeque. Então as estratégias e práticas organizacionais passam a ser uma questão de ordem. - -6 Veja como criar um Oceano Azul na figura a seguir. Figura 3 - Oceano Azul: a teoria demostra como criar valor pela eliminação/redução de atributos ou pela criação /elevação de outros atributos. Fonte: Elaborada pelo autor, adaptado de KIM, MAUBORGNE, 2005, p. 16 e 93. Existem várias empresas que aplicaram essa estratégia e desenvolveram novas curvas e ofertas de valor. VOCÊ QUER LER? “A estratégia do Oceano Azul – Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante” (KIM; MAUBORGNE, 2005). Ler este livro é fundamental para entender com detalhes como colocar essa teoria em prática. Realmente, ela é capaz de tornar a concorrência irrelevante. Mais de 2,5 milhões de exemplares foram vendidos em todo o mundo. - -7 CASO Um artista de rua que fazia seus shows pelas cidades da Europa hoje é o CEO de uma das maiores empresas de entretenimento do mundo: o . Desde 1984, seusCirque du Soleil espetáculos já foram vistos por mais de 40 milhões de pessoas em 90 cidades do planeta. O faturamento na casa dos bilhões de dólares anuais é uma proeza que a maior empresa deste ramo só alcançou depois de mais de 100 anos de apresentações (KIM, MAUBORGNE, 2005). O mais impressionante é que o conseguiu essa façanha em um mercadoCirque du Soleil decadente, agonizando e altamente competitivo, não só pelos concorrentes diretos, mas também por outros meios de entretenimento, mais atrativos para o público-alvo. Ofertas de entretenimento em casa caseiras também roubaram esse público. Então como o Cirque du conseguiu vencer esses obstáculos e se destacar?Soleil A resposta é simples e está na teoria do Oceano Azul. Eles deixaram de competir no mercado que disputava uma mesma demanda para criar sua própria demanda. O Cirque du Soleil percebeu que, para vencer no futuro, as empresas devem parar de competir umas com as outras. Como circo, ele se reinventou, reduzindo ou eliminando tudo que gerava muito custo e era pouco valorizado pelos clientes e aumentou ou criou tudo aquilo a que o cliente dava muito valor com investimento muito baixo. Doravante, passou a ser um circo, ou melhor, continuou sendo um circo, mas um circo completamente diferente dos outros, tornando os concorrentes irrelevantes. Teoria da Cauda Longa A teoria da Cauda Longa, de Cris Anderson (ANDERSON, 2006) é um outro modelo estratégico que privilegia a atuação em nichos de mercado com o mesmo produto. A proposta é analisar as necessidades ainda não tão satisfeitas e produzir variações de um produto para, assim, atingir a todos os públicos. Exemplificando, a Coca-Cola partiu do seu produto principal e hoje tem 150 variações deste mesmo produto: ex. Coca light, Coca zero, Coca limão, variações na embalagem (de latas de 150 ml a garrafas de 2 litros), dentre muitas outras. Com essa estratégia, a empresa procura ocupar todos os espaços preenchidos pela concorrência ou dividir mercado com eles. Veja no exemplo abaixo como funciona essa estratégia. - -8 Figura 4 - O gráfico demonstra o produto principal sendo decomposto em vários nichos e, por isso, o desenho forma uma cauda longa. Fonte: Adaptado de ANDERSON, 2006. Alianças Estratégicas Para se tornarem mais fortes, as empresas vencem barreiras em atributos que sozinhas não conseguiriam. Para isso, elas podem formar alianças estratégicas para colocar seus planos em ação (ZACCARELLI et al., 2008). Existem vários tipos de alianças, conforme Zaccarelli et al., clique sobre a interação e veja. APL (Arranjo Produtivo Local) Realizado por empresas não concorrentes que se unem para formar uma coalisão e atender melhor seus clientes, como se fossem uma única indústria. Isso faz com que todos sejam geradores de demanda para si e para outros. Exemplo: mercado de turismo (hotéis, agências, restaurantes, empresas de entretenimento). Clusters As empresas são concorrentes, mas se unem para compartilharem recursos, aumentarem seu poder político, para colaborarem entre si e se tornarem mais eficientes (PORTER, 1992. Exemplo: as empresas da indústria calçadista do município de Franca, em São Paulo, se uniram para compartilhar centros de pesquisas, centros de capacitação, logística de distribuição de produtos, custos de exportação etc. Fusão/Aquisição Empresas que se unem para aumentar sua participação no mercado e se tornarem mais fortes. Exemplos: Itaú /Unibanco, Sadia/Perdigão. Observe a imagem a seguir: - -9 Figura 5 - Representação esquemática de uma aliança: demonstra como objetivos comuns podem unir empresas em prol de benefícios. Fonte: DUSSAUGE; GARRETTE, 1999, p. 3. Novos modelos de gestão Há vários modos de aumentar a eficiência e eficácia administrativa e de produção que impactam diretamente na produtividade e também no resultado. Entre eles estão o e o . downsizing outsourcing • Downsizing Achatamento da pirâmide organizacional, diminuindo seus níveis. Pode ou não levar à redução do quadro de funcionários e à revisão de todos os fluxos de processos automatizando/modernizando a produção. • Outsourcing Terceirização da mão-de-obra. Permite à empresa transferir para terceiros as atividades que não agregam valor no seu negócio. Por exemplo: atividades de suporte, como contabilidade, segurança, processamento de dados etc. Isso permite reduzir custos e que empresa tenha mais tempo para se dedicar ao seu negócio principal. Ações financeiras Implicam em aumentar a eficiência e eficácia nas ações financeiras, transformando e tratando o dinheiro que circula no caixa e os ativos financeiros da empresa como produto e gerando receitas adicionaiscom ele. Exemplificando, no início dos anos 2000 grandes bancos venderam todas as suas agências com sede própria e colocaram o capital a serviços de empréstimos porque, dessa forma, obtinham mais rendimento do que com seu capital imobilizado. Ainda, algumas empresas utilizam seu fluxo de caixa positivo para investir no mercado de ações. Com estas teorias, já é possível nortear taticamente como serão as ações e suas decomposições para, enfim, • • - -10 Com estas teorias, já é possível nortear taticamente como serão as ações e suas decomposições para, enfim, atingir os objetivos estratégicos em busca da vantagem competitiva. 4.2 Em busca da vantagem competitiva As empresas estão constantemente em busca da vantagem competitiva. Isso é o que torna o negócio interessante: que uma empresa seja única e tenha toda a demanda à sua disposição. Um mercado só seu. No entanto, como conseguir essa vantagem? A essência reside em criar uma estratégia de posicionamento único e valioso para o cliente e rentável para a empresa. Isso evolve uma série de arranjos internos e externos, muita atenção a todos os detalhes do ambiente de negócios, em principal aos movimentos da concorrência, para, com isso, buscar a vantagem competitiva. Esses arranjos permitirão às empresas oferecer algo a seus clientes que os concorrentes não conseguem fazer ou que irão levar muito tempo para copiar. Veremos esse ponto a seguir comparando as estratégias de Porter. 4.2.1 Teorias de Porter Michael Eugene Porter, conhecido como Porter, nasceu em 1947 é um acadêmico de Harvard, Estados Unidos, e também consultor de empresas. É doutor em economia empresarial pela mesma universidade onde leciona desde os seus 26 anos. Tornou-se um dos mais renomados estrategistas da área de negócios. Seus trabalhos tinham como base a indústria e a vantagem competitiva. Vamos conhecer algumas das teorias de Porter em busca da vantagem competitiva e compará-las entre si para entender qual a mais apropriada para uma indústria considerando suas características e objetivos. Uma empresa tem vantagem sobre seus concorrentes quando implementa estratégias capazes de conseguirem uma distância relativa no mercado em relação aos seus competidores. Conseguir uma vantagem é algo conseguido a partir de uma análise de fatores e combinação de forças. VOCÊ O CONHECE? Porter, atualmente com mais de 70 anos, ainda leciona, dá palestras pelo mundo e faz consultorias nas maiores empresas globais. Embora seja doutor em economia, formou-se em engenharia mecânica e aeroespacial. Sempre preocupado e envolvido em políticas econômicas, tornou-se um dos maiores estrategistas de negócios industriais (SCHNEIDER et al., 2009). Para saber mais sobre o tema leia “Estratégia Competitiva: Porter 30 anos depois”, disponível em: < >.https://www.redalyc.org/html/2734/273420378010/ - -11 Porter (2008) conseguiu compreender e detalhar esse campo, criando teorias estratégicas que se confirmaram na prática, sendo adotadas por muitas empresas pelo mundo, independentemente de seu porte, faturamento, alcance etc. Suas teorias produzem efeitos no ambiente econômico, político e legal dos países impactando, quando aplicadas em escala, na economia local e internacional. Vejamos algumas delas: Estratégica Genérica de Porter (1992) Nesta teoria, uma empresa deve se posicionar claramente no seu mercado para que ela possa se identificar com seus produtos e serviços oferecidos. A empresa que não se posiciona corretamente, corre o risco de não fidelizar seus clientes, ou, ainda, de não conseguir traçar estratégias porque não tem definido a que público ele serve. A estratégia genérica de Porter sugere que as empresas devem se posicionar de três maneiras: Liderança em Custos, Diferenciação ou Foco. Quando a empresa está em um destes três posicionamentos, fica mais fácil determinar as ações para atingir o objetivo. Pelo posicionamento de liderança em custos a empresa procura eficiência operacional reduzindo seus custos ao mínimo possível e, assim, transferindo esse ganho para o cliente. No oposto, temos o posicionamento de diferenciação, no qual a empresa foca em valorizar atributos que podem onerar o preço final. Contudo, os serviços serão diferenciados, com mais valor agregado. Por exemplo: uma clínica médica que oferece convênios com estacionamento, serviços de transporte até em casa etc. É evidente que essas benesses aumentam o preço final e deixam de ser uma benesse, porém, irão atrair um público não sensível ao preço. Ainda nessa linha, Porter aponta um terceiro posicionamento: o enfoque para clientes que buscam exclusividade. Por essa exclusividade, as empresas atendem poucos clientes e isso repercute no preço alto e o cliente arca com todas as despesas sem possibilidade de rateio. É o caso de boutiques de roupas finas. O cliente paga caro para ter roupas exclusivas. Veja a ilustração a seguir. VOCÊ QUER LER? Um dos livros de Porter é “As vantagens competitivas das nações” (PORTER, 2008). Ele descreve como é possível mudar e influenciar a economia dos países adotando estratégias competitivas. Esta é uma leitura indispensável para entender que a competição não acontece apenas por concorrentes próximos, mas também por várias condições e fatores globais que podem interferir na estratégia, por exemplo, acordos comerciais entre países de um bloco econômico. - -12 Figura 6 - A estratégia genérica de Porter demostra a relação entre o público-alvo e a vantagem estratégica gerada. Fonte: Adaptado de PORTER, 1992, p. 99. Essa estratégia de posicionamento indica quais são as ações a serem planejadas para atingir os referidos públicos-alvo. Cinco Forças de Porter Esta teoria foi concebida em 1979. Ela considera que, em um mercado competitivo, cinco fatores são extremamente relevantes durante a fase de determinação das estratégias para identificar uma vantagem competitiva. É um estudo da rivalidade produzida por todos os níveis de concorrência e também do poder dos clientes e dos fornecedores, o qual Porter chama de 5 forças. Clique sobre a interações e conheça essas estratégias. • Rivalidade entre os concorrentes Deve ser colocada no centro da discussão e observação. A rivalidade, ou seja, as rivais lançam mão de todas as ações agressivas ao seu alcance para ter a maior fatia do mercado. Isso eleva os custos e as margens ficam apertadas. Com isso, cabe uma investigação de como os concorrentes estão atuando em seu , qual o grau de diversificação, suas estratégias de preços, pontos demarketing vendas, margem de negociação, dentre outras estratégias. • Quarteto de forças iguais Apontam para o centro da discussão: fatores que influenciam a capacidade das rivais. Trata-se da ameaça de produtos substitutivos, que podem vir não só dos concorrentes diretos, mas no avanço da tecnologia, por exemplo: o lançamento de um novo produto ou serviço que atenda melhor às necessidades do público-alvo. O risco de novos produtos é tornar o seu obsoleto. Como estratégia, • • - -13 da tecnologia, por exemplo: o lançamento de um novo produto ou serviço que atenda melhor às necessidades do público-alvo. O risco de novos produtos é tornar o seu obsoleto. Como estratégia, a empresa deve ficar atenta às tendências e tentar se antecipar a elas. Este é um concorrente invisível, mas real. • Ameaça de novos entrantes (novos concorrentes) Esses concorrentes desejam apenas abocanhar uma fatia do mercado que você já consolidou. Geralmente fazem uma cópia do seu produto e partem para ações agressivas de vendas. A ação estratégica mais indicada, nesse caso, para neutralizar os efeitos do concorrente, é produzir barreiras de entrada para dificultar esses novos agentes. As barreiras de entrada podem ser algum aspecto tecnológico difícil de imitar, algum segredo de fórmulas, exigência de alto capital de entrada, patentes etc. • Poder de barganha dos fornecedoresQuando seu negócio fica refém de fornecedores, por exemplo, por conta de alguma negociação malfeita ou devido à dependência da matéria-prima, este fornecedor pode ditar as regras de valores e reduzir suas margens, ou ainda ser infiel, fornecendo o mesmo produto a outros rivais por um preço menor, o que deixa sua empresa em condições de desigualdade frente ao mercado. A ação estratégica para essa condição é desenvolver seus próprios insumos, procurar novos fornecedores, trabalhar com insumos alternativos e, assim, aumentar o seu poder de barganha. É o caso da cervejaria que resolveu comprar uma fábrica de garrafas porque se sentia refém da fabricante que, em épocas de aumento da demanda, aumentava o preço das garrafas. • Poder de barganha dos clientes Isso é muito comum em mercados ou produtos comoditizados. Nesta situação, as ofertas para os clientes são muito grandes, com vários fornecedores do mesmo produto ou serviço e, com tantas opções, o cliente passa a ter o controle dos preços, seu poder de barganha. A estratégia ideal é tornar o concorrente irrelevante e uma boa saída é usar a teoria do Oceano Azul saindo da condição de produto comoditizado. Observe a figura a seguir: • • • - -14 Figura 7 - As 5 forças de Porter: ao centro, de forma genérica, estão os concorrentes diretos, funcionando como uma justificativa para ações neutralizadoras de todas as demais forças dos concorrentes indiretos. Fonte: Elaborada pelo autor, adaptada de PORTER, 1992. A seguir, analisaremos a teoria de Diamante de Porter. Diamante de Porter Esta abordagem teórica de Porter (1992) levanta a questão da competitividade global e o fato de que todas as empresas competem entre si, em uma escala que pode afetar toda a economia de um país. Então nada mais justo do que a interversão de ações do governo para aumentar a competitividade de um setor no mercado mundial. A maneira como a indústria nacional enfrenta a competição externa é fundamental para ser mais forte no mercado interno. Isso pede uma análise de condições e fatores que influenciam na capacidade da indústria se desenvolver. O Diamante de Porter é assim chamado porque a sua tradução em um diagrama forma uma figura similar a um diamante. Também foi atribuído esse nome por ter como princípio trabalhar informações (brutas) que lapidadas transformam-se em ações preciosas. - -15 Figura 8 - O Diamante de Porter demonstra as estratégias interligadas e interdependentes. Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Ao examinar mais de perto a figura do diamante é possível perceber a inter-relação entre os elementos que estão no macroambiente de negócios onde um impulsiona o outro. Na sequência abordaremos os 4 elementos desse diamante. Condições de Fatores Consiste na posição do país em relação aos fatores de produção que são proporcionados à indústria. São as condições relacionadas com a infraestrutura que dão apoio às atividades de produção. Exemplo: força de trabalho, capacidade profissional, recursos e insumos retirados do meio, dentre outros. A lista é longa, muitos fatores podem ser uma condição que freia ou dificulta a produção, e até mesmo pede intervenção de forças com poder para eliminar tais fatores. Com essas condições satisfeitas em uma região, pode- se atrair investidores e viabilizar a instalação de uma empresa competitiva. Condições de Demanda Essa condição está muito ligada à capacidade das empresas inovarem. Hoje, com o efeito da globalização e da tecnologia de comunicação os consumidores estão muito informados. Nesse sentido, comparam os produtos produzidos no Brasil com produtos fabricados em outros países. Assim, os compradores pressionam as indústrias a inovarem para acompanharem o mesmo nível de sofisticação ou evolução dos produtos. Indústria de Suporte e Relacionadas É caracterizada pela capacidade das indústrias que darão suportes a outras indústrias com sua matéria-prima. - -16 É caracterizada pela capacidade das indústrias que darão suportes a outras indústrias com sua matéria-prima. Diz respeito às empresas fornecedoras de insumos. Quanto maior a capacidade e competência da indústria de suporte, maiores serão as chances de ter produtos finais de qualidade e competitivos. Em outras palavras, essas empresas devem se tornar fornecedores internacionalmente competitivos. Estratégia, Estrutura e Rivalidade Este é um papel muito forte do governo. Ele é o catalisador da demandas internacionais por meio de acordos e negociações. Ao mesmo tempo que pode atrair demanda para o país, ele deve preparar as empresas para poder atender essa demanda colocando à disposição destas, institutos de pesquisas, concessão de créditos e financiamentos, legislação e tributos atraentes, subsídios, dentre outras medidas. No entanto, o governo não é responsável pela estruturação das empresas para que tenham uma administração e gestão eficiente/eficaz. Isso deve ser inerente a cada indústria. A forma como a empresa se organiza e administra seus negócios é um fator preponderante, não só para gerar uma vantagem competitiva, mas também para que ela se torne sustentável. Então, como visto acima, podemos definir competitividade como a capacidade que as indústrias/empresas têm de se organizarem para, em um ambiente de alta competitividade, determinarem quais são as condições e fatores determinante do seu sucesso e, assim, produzirem ações e práticas organizacionais que farão parte do planejamento estratégico organizacional. 4.3 Modelo americano ou modelo japonês de produção? A produção industrial ganhou força no início do século XX, principalmente pela revolução proposta pelas linhas de montagem de Ford. A novidade não era a produção em massa, até então, já muito conhecida e difundida pela revolução industrial. O segredo não estava mais só na produção em massa, mas também em série. Tempos mais tarde, se transformou na produção (antecipação da produção).Just in Case Na contramão surgiu o (produção sob demanda), modelo criado pelos japoneses após a 2ª guerraJust in Time mundial como forma de gestão na linha de produção. A técnica fazia parte dos programas de qualidade total, mas virou um novo modelo estratégico de produção em massa. Confira no vídeo a seguir a busca pela vantagem competitiva por meio da estratégia americana em comparação com a japonesa. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id /1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549895243&entry_id=1_cvjq4nvq A seguir, vamos apresentar as vantagens e desvantagens de cada uma dessas estratégias para comparar qual dessas é a mais interessante a ser adotada por uma linha de produção em massa representando uma vantagem competitiva. 4.3.1 Just in Time Do início do século XX até meados dos anos 70, o mundo das organizações foi dominado pelo movimento de expansão industrial de produção em massa, porém a influência do sistema de produção criado por Henry Ford nas suas indústrias de automóveis contaminava todo os setores industriais (MAXIMIANO, 2005). Porém, a partir dos anos 70, os japoneses começaram a se destacar no mercado, principalmente pela produção de veículos. Eles passaram a ocupar um espaço significativo no comércio exterior, impactando diretamente na posição de concorrentes já consolidadas como Ford, Fiat, GM, Volkswagen e Mercedes. No século XXI, o modelo japonês tornou-se um modelo universal, com um dos pilares que sustentam a economia global: sustentabilidade com qualidade. O modelo ficou conhecido como Sistema Toyota de Produção. Mais do que um sistema de produção, era uma filosofia e metodologia de qualidade. A referência à Toyota se deve ao fato dela ter sido criada e amplamente difundido pela fábrica Toyota de automóveis, que virou sinônimo de qualidade. - -17 A filosofia ou modelo de produção Toyotista não se baseia em uma única estratégia de produção, mas sim em um conjunto de técnicas comoKaizen, Kanban, TQC, , dentre outras.Just in time Clique sobre a interação e acompanhe o raciocínio. A técnica que significa bem na hora, no momento certo ou na hora certa tem por objetivo produzirJust in time sem gerar estoques. Foram vários os motivos que levaram os japoneses a adotar essa técnica, as duas maiores são decorrentes do Japão ser um país pequeno e carente de espaços para estoques, bem como sua obsessão pela excelência na qualidade. Essa técnica procura reduzir ao máximo o tempo de fabricação e a necessidade ou volume de estoques (inicial e final). A saída foi estabelecer um fluxo contínuo de materiais, sincronizado com as etapas de produção. Os insumos ou materiais chegam do fabricante bem na hora que se inicia a produção e na quantidade certa para aquele lote de produção. Para essa técnica funcionar, alguns ajustes são feitos: só iniciar a produção com demanda garantida (vendera) primeiro e produzir depois); parceria de confiança com os fornecedores, que não podem falhar nas entregas b) conforme o cronograma da produção; equipe atenta aos detalhes, com uma cultura organizacional focada nac) excelência. O se relaciona com a qualidade de quatro maneiras descritas a seguir (RIBEIRO, COLMENERO, 2006,Just in Time p. 167). Clique na interação e conheça-as. Redução do custo da qualidade Como não há estoque, não há retrabalho, perdas, danos, manutenção de itens em estoque. Melhora da qualidade Com os itens de estoque permanecendo pouco tempo em estoque, não há risco de obsolescência ou prazo de validade. Melhor qualidade significa menores estoques Se estoques existem para compensar o mau desempenho de produtos de qualidade não confiável, então insumos de qualidade possibilitam a redução dos estoque e de todos os custos associados a ele. Reconhecimento da qualidade Produtos de qualidade são reconhecidos facilmente, dão notoriedade à marca e não custam mais por isso. Assim foram definidos alguns dos parâmetros de qualidade na produção. 4.3.2 Just in case Este modelo de produção começou a ser desenhado em 1907, com a escola clássica da administração de Frederick Taylor, e ganhou força nos conceitos de Henry Ford. Ou seja, quase meio século antes do Japão lançar o oficialmente.Just in Time Este modelo é focado na eficiência e produtividade. As vantagens apresentadas por Ford estimularam outros fabricantes a adotarem essa estratégia. Após o hiato das duas guerras mundiais, que prejudicaram empresas europeias, as montadoras Volkswagen, Renault, Fiat e Mercedes já estavam produzindo na mesma escala, VOCÊ SABIA? O Sistema Toyota de produção foi criado por Eiji Toyoda, da família Toyota, e Taiichi Oho, chefe de engenharia, como uma versão melhorada de todos os conceitos dos pais da administração. O destaque estava na eliminação do desperdício e na fabricação com qualidade, dando origem a um novo conceito de administração (MAXIMIANO, 2005, p. 191). - -18 europeias, as montadoras Volkswagen, Renault, Fiat e Mercedes já estavam produzindo na mesma escala, comparáveis às melhores empresas americana. Não só na indústria automobilística, mas todos os setores estavam adotando essa técnica. A técnica vai no sentido contrário do . O sistema não é puxado pelas vendas,Just in Case Just in time Just in Case ele procura empurrar a vendas. Parte do princípio: se estiver disponível no estoque, basta vender. Então privilegia levar a produção à sua capacidade máxima para ter sempre grandes volumes estocados de mercadoria, antecipando a demanda futura sob a forma do próprio estoque. A própria expressão do significa Just in Case caso seja necessário, já estará pronto. O diz: for necessário, estará pronto.Just in time quando Essa técnica tem uma ligação muito forte com o modelo Ford de produção em massa e em série. Ao ganhar escala (grandes volumes de produção) reduzem os custos e tornam os preços mais competitivos e aproveitam toda a capacidade ociosa da fábrica, que também repercute na relação produtividade versus custos, gerando uma vantagem competitiva. Outra forte preocupação desta técnica é evitar o , que é quando a empresa recebe um pedido e nãobackorder consegue atendê-lo, perdendo o cliente ou as vendas para seu concorrente. 4.3.3 Just in time versus just in case Comparar os modelos de produção para cada ambiente e cultura organizacional é o melhor modo de escolher entre qual das duas opções é a melhor ou mais conveniente para adotar como estratégia para uma empresa. Clique sobre a interação e conheça as principais vantagens e desvantagens. • Vantagens do Just in Time Estoque e produtos não ficam obsoletos; rapidez na alteração de projetos, sem se preocupar com estoque existentes; baixo custo de manutenção e operação de estoque e produção; baixo capital imobilizado. • Desvantagens do Just in Time Risco de falha nas entregas do fornecedor pode comprometer a produção e prazos de entregas ao cliente final; não estar preparado para pedidos extra com urgência; se não houver sincronismo com a área de vendas a proposta de demanda de produção puxada não funciona. Na demanda puxada primeiro é vendido o produto e depois inicia-se a produção, ou seja, as vendas geram a demanda e puxam a produção. • VOCÊ SABIA? Henry Ford, o fundador da fábrica de automóveis Ford, foi uma pessoa visionária e com uma capacidade de inovar incrível. Em 1914, adotou a jornada de 8h e duplicou o valor do salário para 5 dólares. Ford até mesmo construía estradas. Isso porque, na sua visão, os funcionários deveriam ter dinheiro para comprar o produto que fabricavam e deviam ter acesso estradas para utilizar os produtos. (MAXIMIANO, 2005, p. 68) • • • - -19 • Vantagens do Just in Case Preços mais competitivos pelos ganhos em escala; maiores estoques finais, com maiores chances de vendas por tornar os produtos visíveis; com estoques altos o risco de perder produção ou vendas não existe; caso apareça algum pedido extra ou venda excepcional, a empresa atende sem maiores problemas. • Desvantagens do Just in Case Alto custo de manutenção de estoques; risco dos produtos no estoque sofrerem danos, além de prazos de validade vencidos, ou obsoletos; os espaços utilizados para estocagem poderiam ser utilizados em processos mais úteis. Simplesmente analisando as vantagens e desvantagens não é possível decidir qual a melhor estratégia, pois ela se equilibram. Neste caso, devem ser consideradas outras variáveis, como condições e fatores do negócio em relação ao seu macroambiente de negócios. No microambiente, a cultura organizacional também pode ser um valor a ser estudado ao considerar as duas opções. O Japão não tem muito espaço físico, mas há muita facilidade em introduzir o modelo pela cultura organizacional e tradições de seu povo. Esse ambiente é o oposto das empresas ocidentais. Além dessas variáveis, deve-se considerar questões como a confiança que sua empresa deposita nos fornecedores: se o nível de confiança for baixo, então o é a melhor opção. Se os produtos sãoJust in Case comoditizados, o modelo mais apropriado também é o . Se a empresa conhece muito bem a demandaJust in Case e tem um ciclo de produção muito afinado e confiável, a melhor opção é o . Just in time Assim, concluímos que não existe modelo ou técnica mais ou menos apropriada, mas sim aquela que melhor se adapta às suas condições e fatores naquele momento, alinhadas com a visão estratégica pretendida. 4.4 PIMA – Plano Integrado de Metas e Ações Para concluir um planejamento, o Planejamento Integrado de Metas e Ações (PIMA) pode incluir toda a gestão, desde a concepção de ideias até sua finalização, com objetivos e metas alcançados. O PIMA traça todo o cenário de negócios e da situação atual da empresa em um diagnóstico muito próximo da realidade, permitindo ditar objetivos, metas, e definir, a partir daí, a estratégia a ser utilizada. Ele auxilia na comunicação e promove a colaboração e ocomprometimento de todos os colaboradores, integrando todas áreas, departamentos e pessoas como uma grande equipe. Veremos mais sobre o PIMA a seguir. • • VOCÊ QUER VER? O Sistema (STOCKTON, 2011) é um documentário que mostra de maneira muitoJust-in-Time simples como funciona o sistema e o compara com os sistemas eJust-in-Time Just-in-Case Kanban. O filme traz depoimentos interessantes e no final dá a receita do sucesso dos sistemas. Você pode assisti-lo em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=HLWgkPk0mMs - -20 4.4.1 Como implantar um plano A formalização de um comitê gestor é a primeira atitude para uma empresa que tem um projeto e deseja executá- lo. A função desse comitê é ter uma equipe dedicada e responsável por operacionalizar, fiscalizar e fazer toda a gestão do plano. Esse comitê deve ser composto de uma equipe multidisciplinar, com representantes de vários setores. Quando se fala em equipe dedicada, não significa com dedicação exclusiva durante todo o expediente. A equipe pode trabalhar na gestão do projeto em (em parte do tempo), a ser definida a periodicidade.part time Durante o expediente de trabalho, cada membro irá se dedicar às suas atividades normais e, em alguns períodos, se reunirão para atividades ligadas ao planejamento (aferição e decisões) (REZENDE, 2015). O segundo ponto da implantação é a comunicação como instrumento de transparência em todo o processo, para que todos os colaboradores possam dar suas contribuições. Ações de ( interno) sãoendomarketing marketing fundamentais para esta tarefa. Da mesma forma, este comitê deverá receber status de departamento e ter autonomia em suas ações. Com o comitê formado e todos os comunicados, inicia-se o PIMA. Este é o empacotamento de tudo stakeholders que foi visto até o momento neste capítulo, conforme a sequência abaixo, clique sobre a interação e veja. Primeiro, a alta administração define o ponto de partida e de chegada do plano. Ou seja, onde querem que a empresa esteja nos próximos anos (em média um plano é preparado para 5 anos). Após essa reflexão e definições, está traçada a diretriz a ser seguida. Então o próximo passo é fazer um diagnóstico da empresa em relação à visão e aos objetivos da empresa, considerando todo o cenário micro e macroeconômico do ambiente de negócios. O produto final é a análise de cenário da matriz SWOT, conforme a figura abaixo. Note que consta desse material o Fator Crítico de Sucesso (FCS), o detalhe que pode representar o sucesso ou fracasso de um plano. VOCÊ SABIA? Pelo menos um gestor fixo (dedicação exclusiva/tempo integral) deve existir para o monitoramento, correções e decisões em tempo real. Esse gestor pode ser o patrocinador (o mais interessado – um gerente/executivo/membro da diretoria). A figura do patrocinador, que pode ou não acumular a função do gestor, é para exercer o poder de liderança e interlocução com a alta administração e os gerentes das áreas da empresa. Para tanto, estes devem ter o perfil de conhecimentos em técnicas de gestão de projetos, domínio da metodologia adotada, conhecimentos básicos de cada setor (Finanças, RH, Produção, Vendas). - -21 Figura 9 - Análise de cenários e preparação da carta de valores. Inclui a análise do Fator crítico de sucesso. Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Com o cenário definido com seus pontos fortes, pontos fracos e com mapeamento das amaças, bem como com a identificação de algumas oportunidades, é a hora de traduzir todo esse conjunto de informações em um plano de ações plurianual, com capacidade de envolver a todos os colaboradores, de forma indistinta, no projeto e na execução. Isso é fundamental para atribuir responsabilidades e cobrar resultados ou punir exemplarmente (de forma que sirva de exemplo) aqueles que negligenciarem suas tarefas. Neste momento, é fundamental a definição de metas e indicadores de desempenho balanceado (BSC) para a correta gestão e justa aferição (sistema de controles). Esta fase produz um documento que será organizado por diretoria e estas, em efeito cascata, farão a decomposição para seus subníveis conforme a figura a seguir. - -22 Figura 10 - O Plano Integrado de Metas e Ações (PIMA) demonstra a decomposição do plano central em vários níveis e subníveis. Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Para facilitar o entendimento de todos os , é interessante produzir um mapa estratégico. Este mapastakeholders apresentado em um infográfico deixa bem clara a importância de cada ação e de seus reflexos. É um instrumento de gestão muito interessante, por permitir enxergar o processo como um todo e, possivelmente, fazer alguns ajustes finos ou correção de cursos. Este é o último elemento do planejamento estratégico, conforme a figura a seguir. - -23 Figura 11 - Mapa estratégico. Sua função é dar maior acuidade visual a todos que participam ou querem conhecer o plano da empresa, estabelecendo relações de causa e efeito. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Uma etapa pouco explorada neste capítulo é a apresentação e aprovação do projeto do planejamento pela diretoria. Nada pode ser colocado em movimento sem a aprovação deste colegiado supremo dentro das organizações, afinal eles são os verdadeiros responsáveis por tudo e, se algo der errado e não tiver a aprovação deles, alguém pode ser responsabilizado severamente. Então, é melhor não arriscar. Concluímos mais esse capítulo com a apresentação de todos os elementos necessários para elaborar e executar um planejamento estratégico empresarial. Abordamos todas as ferramentas úteis e fundamentais para sua gestão, de modo que se realize a expectativa de futuro e visão corporativa da organização, no menor tempo e ao menor risco. Foi um prazer contar com sua atenção. Até a próxima disciplina! - -24 Síntese Este capítulo foi fundamental para compreender como é possível garantir o sucesso nos planos dos negócios da empresa. Agora você já sabe quais e como utilizar as ferramentas a disposição de um bom projeto e execução de um plano plurianual. Todo o conjunto das peças que compõem um planejamento pode ser condensado no PIMA, cuja função é organizar o pensamento e materializá-lo em um documento em formato de relatório, que possa ser utilizado por todos os envolvidos no processo. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • identificar todos os elementos necessários para um bom planejamento estratégico; • compreender a importância de atribuir responsabilidades aos colaboradores com o propósito de conseguir o comprometimento de todos os envolvidos; • aprender quais são a estratégias mais adotadas pelas empresa, sendo que algumas possuem caráter inovador; • analisar as diversas formas de se produzir uma vantagem competitiva; • compreender pelo PIMA como fazer a gestão do plano. Bibliografia ANDERSON, C. – A nova dinâmica de e vendas: como lucrar com a fragmentação dosA cauda longa marketing mercados. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2006. ANDRADE, A. R. : formulação, implementação e controle. Rio de Janeiro: Atlas, 2016.Planejamento estratégico DUSSAUGE, P.; GARRETTE, B. . England: John Wiley & Sons, 1999.Cooperative strategy KIM, W. C.; MAUBORGNE, R. – como criar novos mercados e tornar a concorrênciaA estratégia do Oceano Azul irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. MAGALHÃES, M. F. : planejamento estratégico. Rio de Janeiro: LTC, 2012.Excelência competitiva MAXIMIANO, A. C. A. – da revolução urbana à revolução digital. São Paulo:Teoria Geral da Administração Atlas, 2005. OLIVEIRA, D. P R. : conceito, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas, 2015.Planejamento estratégico PORTER, M. E. . 11. ed. São Paulo: Campus, 2008.As vantagens competitivas das nações PORTER, M. E. . 12. ed. São Paulo: Campus Elsevier, 1992.Vantagem Competitiva REZENDE, D. A. : guia para projetos em organizações de governoPlanejamento estratégico público ou privado e de negócios. Rio de Janeiro: Atlas, 2015. RIBEIRO, F.P.; COLMENERO, M. R. P. (org). – Teoria e prática para o êxitoAdministração Integrada empresarial. São Paulo: LCTE, 2006. SCHNEIDER, A. B., et al. Estratégia competitiva: Michael Porter 30 anos depois. , Santa Maria, v. Rev. Adm. UFSM 2, n. 2, p. 298-326, maio/ago. 2009. Disponível em: < >.https://www.redalyc.org/html/2734/273420378010/ Acesso em: 18 jan. 2019. STOCKTON, P. . Produção e direção de Philip Stockton, 27 minutos, Canal do YouTubeO sistema Just-in-Time Julio Ferrari, publicado em: 21/09/2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HLWgkPk0mMs >. Acesso em: 15 nov. 2018. ZACCARELLI, S. B. et al. – uma nova visão para a gestão dos negócios. São Paulo: e Redes de negóciosClusters Atlas, 2008. • • • • • Introdução 4.1 Elementos adicionais ao planejamento estratégico 4.1.1 Planos de Ação 4.1.2 Práticas organizacionais Downsizing Outsourcing 4.2 Em busca da vantagem competitiva 4.2.1 Teorias de Porter Rivalidade entre os concorrentes Quarteto de forças iguais Ameaça de novos entrantes (novos concorrentes) Poder de barganha dos fornecedores Poder de barganha dos clientes 4.3 Modelo americano ou modelo japonês de produção? 4.3.1 Just in Time 4.3.2 Just in case 4.3.3 Just in time versus just in case Vantagens do Just in Time Desvantagens do Just in Time Vantagens do Just in Case Desvantagens do Just in Case 4.4 PIMA – Plano Integrado de Metas e Ações 4.4.1 Como implantar um plano Síntese Bibliografia
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