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CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – CIEJA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ENSINO MÉDIO P O R T U G U Ê S TOTAL DE MÓDULOS E AVALIAÇÕES EQUIVALENTES DA 1ª A 3ª SÉRIE: MÓDULOS: 5 - AVALIAÇÕES PARCIAIS - AP: 4 - AVALIAÇÃO FINAL - AF: 1 MÓDULOS EQUIVALENTES A 1ª SÉRIE MÓDULO 1 ................pág.07 (prazo para concluir os estudos e envio da AP: de 1 a 2 meses) Avaliação Parcial: 1 MÓDULO 2 ................pág.29 (prazo para concluir os estudos e envio da AP: de 3 a 4 meses) Avaliação Parcial: 1 Leia o módulo e resolva os exercícios, quando tiver dúvida consulte o tutor; Ao concluir os estudos de um módulo, resolva a atividade/avaliação e envie para a correção. Após o envio, passe para o módulo seguinte independentemente da nota obtida, tendo em vista que a média geral para a aprovação é 6,0(seis); Ao término de todos os módulos a coordenação marcará a AF; O aluno que fizer a avaliação de sondagem e o resultado for satisfatório ou apresente documentação escolar anterior compatível, poderá concluir o curso em menos tempo. Alguns módulos poderão coincidir o número de páginas, verifique sempre a disciplina que está estudando para não se equivocar. VOCÊ É CAPAZ! VOCÊ É SUCESSO! VOCÊ É VITORIOSO! VOCÊ QUER, VOCÊ PODE! AQUI É O SEU CAMINHO! Seja bem-vindo! CIEJA 7 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Fonética Introdução O propósito de estudarmos alguns concei- tos da fonética nesta unidade é refletir sobre aspectos da oralidade e escrita (ortografia e acentuação) na Língua Portuguesa. É importante termos consciência das possibilidades de realiza- ção dos fonemas e também sermos capazes de identificar realizações socialmente valorizadas e as que são estigmatizadas. Este estudo também é importante uma vez que nos auxilia não só a pronunciar adequadamente as palavras, como também escrevê-las corretamente. Você verá que esses conhecimentos re- presentam prerrequisitos para outros que, certamente, contribuirão para a internalização da fala e da escrita consideradas cultas e para o conhecimento das situações em que devem ser usadas – objetivos maiores do estudo das normas da língua na escola. Abordagem teórica Fonética Letra e fonema O fonema é a menor unidade distintiva da palavra percebida pela audição, e letra, o símbolo gráfico que representa o fonema. Em outras palavras, podemos dizer que fonema é o som da letra. É preciso observar, no entanto, que há pa- lavras que possuem mais letras que fonemas. Observe: Chave • nela, encontramos cinco letras, mas apenas quatro fonemas: / x a v e /. Pode também acontecer o contrário. Veja o que acontece com a palavra: Fixo • encontramos quatro letras, mas cinco fonemas / f i k s o/. Como se pode perceber, nem sempre o número de fonemas de uma palavra corresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la e vice-versa. É interessante observar também que alguns fonemas são representados por letras diferentes. É o caso dos fonemas / s /, / z /, / j / e / x /.* Observe: O fonema / • s / pode ser representado pelas seguintes letras: s (cansar), ss (passado), ç (calçado), sc (crescer), c (celeiro) e x (exceção). O fonema / • z / pode ser apresentado pelas letras: z (azaleia), s (asa) e x (exato). O fonema / • x / pode ser representado pelas letras: x (faixa) e ch (cheiro). Os fonemas devem ser escritos sempre entre barras. Classificação dos fonemas Os fonemas classificam-se em vogais, se- mivogais e consoantes. Os fonemas vogais são produzidos sem obstáculos à passagem de ar. É bom lembrar que consideramos vogal somente o fonema pronunciado com maior in- tensidade e semivogal, o fonema, geralmente / i / e / u /, junto de uma vogal que, com ela, forma sílaba. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 8 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Exemplo ` : sér • IE : I semivogal + E vogal f • OI : O vogal + I semivogal Outras vogais podem funcionar como semi- vogal. É o caso de: s • ÃO : A vogal + O semivogal Por outro lado, os fonemas / i / e / u / , às vezes, também podem ser vogais. Veja: ca • Ída baÚ saÚde raInha Os fonemas consoantes são produzidos com obstáculos à passagem de ar. É o que acontece quando pronunciamos, por exemplo, os fonemas / p /, / b /, / f / etc. Encontros vocálicos Temos os seguintes encontros vocálicos: Ditongoa) – é o encontro de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa, na mesma sílaba. Exemplos ` OI • to OI – to : O vogal + I semivogal reméd • IO re – mé – dIO : I semivogal + O vogal. De acordo com o posicionamento da vogal e da semivogal, os ditongos classificam-se: crescentes • semivogal + vogal = cárie decrescentes • vogal + semivogal = boi Eles podem ser também orais, quando, na produção do som, o ar é expelido totalmente pela boca (pausa, coisa etc.) e nasais, quando, na produção do som, parte dele é expelido pelas fossas nasais (mão, não, rojão etc.). Tritongob) – é o encontro da semivogal + vogal + semivogal. Exemplos ` Urug • UAI U – semivogal U – ru – gUAI : A vogal I semivogal Parag • UAI U semivogal A vogal I semivogal Hiatoc) é o encontro de vogal + vogal formando sílabas separadas. Exemplos ` mares • IA ma – re – sI – A I = vogal + A = vogal S • AAra SA – A – ra A = voga + A = vogal Encontros consonantais Os encontros consonantais são agrupamen- tos de duas ou mais consoantes (pronunciadas) na mesma sílaba ou em sílabas separadas. Exemplos ` CR • edo CRe – do C consoante pro- nunciada + R consoante pronunciada na mesma sílaba. po • RTa poR –Ta R consoante pronuncia- da + T consoante pronunciada em sílabas diferentes. Dígrafos Os dígrafos são conjuntos de letras que re- presentam apenas um fonema, isto é, um som. Os principais dígrafos são representados por: CH • – chave LH • – telha NH • – manhã XC • – exceder Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 9 E _E M _1 _L IP _0 0 1 SÇ • – nasça GU • – gueixa QU • – queijo RR • – arroz SS • – pássaro SC • - nascer Observe que em palavras como: ca • rro a representação gráfica RR tem apenas um som de R forte. fre • guesia note que o U não é pronun- ciado. Exemplos ` canja / • ã /, lindo / / , pondo / õ /, mundo / u /. ag • uentar U pronunciado ditongo gu • erra U não pronunciado dígrafo na • scer apenas um fonema dígrafo fre • sco dois fonemas encontro conso- nantal Nota: o m e o n , quando estão em final de sílaba, não são consoantes, mas sinais de nasalização, ou seja, indicam que as vogais anteriores a eles são nasais. Divisão silábica A sílaba é um movimento de força muscular que fica mais forte e atinge um limite máximo até o ponto em que vai diminuindo sua força. Para dividir as sílabas das palavras, deve-se observar esses movimentos. No entanto, deve- mos observar: não podemos separar os ditongos, os a) tritongos e alguns dígrafos (CH, LH, NH, QU e GU); ficam em sílabas separadas os hiatos e b) os dígrafos SS, RR, SC, XC e SÇ; toda consoante no interior da palavra, c) que não estiver acompanhada de vogal, deve ficar na sílaba anterior. Exemplos ` egípcio = e-gíp-cio • absoluto = ab-so-lu-to • Linguagem, língua e fala A palavra linguagem tem muitos signifi- cados. Aqui consideraremos que linguagem significa língua em uso, ou seja, com propósi- tos comunicativos. Como o homem é um ser social, está sempre estabelecendo processos de comunicação. É possível optar por diferentes formas de expressão. Assim, cada indivíduo pode fazer um uso próprio da língua, dando-lhe um caráter personalizado. Veja: “O amor é ferida que dói e não se sente.” • “O amor é legal pra caramba.” • As diferenças observadas nessas frases devem-se às diferentes manifestações da fala de cada um. Obviamente é necessário que se obedeçam às regras gerais da línguaportuguesa, a fim de que os enunciados possam ser com- preendidos por todos. Variedades linguísticas As variações linguísticas decorrem de situ- ações geográficas e culturais. Além delas, as diferenças ainda são motivadas pelos chamados níveis de linguagem. Para compreender melhor, basta que você observe seu próprio jeito de falar, conforme a situação em que se encontra. Não se fala com uma autoridade da mesma maneira que se conversa com um amigo íntimo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 10 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Da mesma forma, é possível observar diferenças de linguagem entre engenheiros, advogados e pedreiros, condicionadas pelas situações que vivenciam em seu trabalho. Certamente, esses profissionais mudam a maneira de falar quando se encontram em situações informais. A primeira grande distinção decorrente da existência dos níveis de fala é a que se faz entre a língua culta (formal, escrita) e a língua popular (informal, coloquial). Aqui é necessário especificar que a norma padrão culta está muito mais asso- ciada à escrita e a algumas situações formais de comunicação oral. Ela é empregada em situações que a requerem, por falantes escolarizados que sabem distinguir em que contextos seu uso é necessário e em que contextos não se faz o seu uso. A chamada língua popular poderia ser consi- derada a que fazemos uso em situações comuni- cativas informais, seja na nossa família, seja no nosso grupo de amigos. Nesses contextos, não há a preocupação com a gramática normativa. Há que se observar, também, que mesmo quando fa- zemos uso do registro culto (formal), não usamos todas as regras da gramática normativa, porque, afinal, ninguém fala como livro. Pode-se, ainda, falar num outro nível lin- guístico: a linguagem literária. Essa modalidade distingue-se das demais pela capacidade de produzir prazer estético, além da simples comu- nicação. Caracteriza-se pela elaboração artística do código linguístico, visando a finalidades ex- pressivas e criativas. Para saber mais O personagem abaixo troca o fonema / r / pelo / l / e isso gerou um problema semân- • tico, como podemos ver no desfecho desta tirinha: IE S D E B ra si l S .A . A da pt ad o. Cuidado! tem uma lata bem na sua flente! ora, e que mal uma lata pode me fazer? aaaaiiii!!! Uma mudança fonética pode ajudar a vender mais: • “O XYZ não é mais caro. É mais carro” (anúncio de automóvel). Já vimos que em português temos várias letras que representam um mesmo som, de- • pendendo de sua posição na sílaba. Observe as seguintes frases e veja como isso pode ocorrer. “Nunca confie numa mulher que diz sua verdadeira idade. Se ela diz isso, é capaz de di(z)er qualquer coi(s)a”. (Oscar Wilde) “Se quiser que o mundo (s)aiba de uma determinada história, escolha a pe(ss)oa (c)erta, conte e pe(ç)a segredo absoluto”. (Danuza Leão) “O (c)a(qu)i não passa de um tomate diabético”. (Max Nunes) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 11 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Exercícios resolvidos (UCS-RS) A alternativa em que todas as 1. palavras apresentam separação correta de sílabas é: ex-ce-ção, cre-sci-men-to, pro-fes-sor.a) ins-tru-ção, ex-ci-tar, eu-ro-pe-u.b) ex-ce-len-te, a-vi-ão, me-io.c) pers-pe-cti-va, am-bí-guo, trans-por-te.d) rit-mo, dig-no, ap-to.e) Solução ` : E Na alternativa A, a palavra “cres-ci-men-to” foi separada erradamente. Na B, é a palavra “eu-ro- peu”; na C, a palavra “mei-o”; na D, é a palavra “pers-pec-ti-va” que foi dividida erradamente. Assinale a alternativa que apresenta triton-2. go, hiato, ditongo e dígrafo, nessa ordem: quais, saúde, perdoe, álcool.a) cruéis, mauzinho, quais, psique.b) quão, mais, manduí, quieto.c) aguei, caos, mágoa, chato.d) Solução ` : D Observe: a-guei tritongo ca-os hiato má-goa ditongo cha-to dígrafo Marque a opção em que todas as palavras 3. apresentam um dígrafo: fixo, auxílio, tóxico, exame.a) enxergar, luxo, bicho, olho.b) bicho, passo, carro, banho.c) choque, sintaxe, unha, coxa.d) Solução ` : C Os dígrafos são CH, SS, RR e NH. Exercícios de aplicação Leia o texto e responda às questões.1. Gírias saem da informalidade A linguagem informal de grupos sociais ganha fôlego ao virar objeto de registro e difusão, sem deixar de refletir modos de ser e subverter o idioma Dino Preti* O filme Tropa de Elite: retrato das gírias dos morros e dos policiais cariocas. D iv ul ga çã o. A gíria é a marca característica da lin- guagem de um grupo social. Torna-se difícil analisar esse fenômeno sob um enfoque geográfico, embora possa afirmar-se que a gíria é predominantemente um vocabulário urbano. Mas, de qualquer ponto geográfico que se parta, a gíria estará sempre ligada a um grupo social diferente. É na maior variedade das situações de interação da cidade que ela surge como um importante recurso de expressividade. Sendo um instrumento de agressivi- dade no léxico, a gíria está mais ligada à linguagem dos grupos socialmente menos favorecidos ou de oposição a um contexto social. Ela pertence a um grupo e, por isso, seu estudo pressupõe, inicialmente, con- siderações a respeito das relações entre língua e grupo social. [...] A língua é só uma entre outras formas de comportamento, um entre outros mo- dos de realização das atividades culturais Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 12 E _E M _1 _L IP _0 0 1 praticadas pelo grupo. Como essas formas de comportamento, a língua varia no interior de uma sociedade de tal maneira que os indi- víduos que têm entre si laços mais estreitos de convívio, relações de maior e mais durável intimidade, apresentam modos de falar mui- to semelhantes (ou quase idênticos), que os distinguem de outros indivíduos. Quando esses comportamentos contri- buem para a formação de uma consciência de grupo; quando os indivíduos fazem dessas marcas grupais uma forma de se autoafirma- rem na sociedade, dizemos que essas marcas constituem signos de grupo. Por exemplo, a moda característica de grupos; a apresenta- ção pessoal (maquiagem, cabelos etc.); o vocabulário gírio pelo qual se comunicam. Força própria No caso específico da língua ou, mais precisamente, do léxico, damos o nome de gíria de grupo ao vocabulário de grupos sociais restritos, cujo comportamento se afasta da maioria, seja pelo inusitado ou pelo conflito que estabelecem com a so- ciedade. Inusitados são, por exemplo, os grupos jovens ligados à música, às diver- sões, aos esportes, aos pontos de encontro nos shoppings, à universidade; conflituosos ou violentos são os grupos comprometidos com as drogas e o tráfico, com a prostitui- ção, o roubo e o crime, com o contrabando, o ambiente das prisões, entre outros. Quando esses grupos sociais restritos, por meio de contato com a sociedade, vul- garizam seu comportamento e sua lingua- gem, perde-se o signo de grupo. No caso da gíria, ela se incorpora à língua oral popular, tornando-se o que costumamos chamar de gíria comum, ou segundo estudiosos mais ortodoxos, simplesmente parte do vocabu- lário popular. [...] Mundinho Na sua origem, os vocábulos gírios de- monstram que há, muitas vezes, uma forma de se relacionar a gíria com a visão que o falante expressa do mundo em que vive. Nesse processo de designação subjetiva, os vocábulos expressam os sentimentos, as atitudes em face do meio em que o fa- lante vive, o julgamento crítico e a represen- tação do mundo. Daí se poder considerar a gíria como um dos instrumentos verbais na luta de classes. [...] Muitos dos vocábulos gírios tornam-se conhecidos fora dos limites do grupo em que são gerados e acabam por incorporar- -se à linguagem popular, particularmente ao vocabulário das classes mais populares ou das dos grupos jovens, sempre dispostos a marcar sua oposição à linguagemculta, dos adultos, em geral ligada às classes mais altas. [...] *Dino Preti é linguista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, autor de Estudos de Língua Oral e Escrita (Lucerna, 2004). (Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos. asp?codigo=11713>. Acesso em: 25 out. 2009.) Qual é a definição de gíria no texto de a) Dino Preti? Segundo o texto, em quais lugares as b) gírias são mais encontradas? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 13 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Utilizando as informações do texto ante-c) rior, escreva V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmativas. A língua é uma atividade cultural. )( Somente os grupos menos favorecidos )( possuem gírias. Muitas gírias perdem ao longo do tem- )( po seu caráter de pertencimento a um determinado grupo. A gíria tem um caráter inusitado ou )( conflitante em relação à sociedade. As gírias manifestam sempre marcas )( de autoafirmação. Determine o número de letras e de fonemas 2. de acordo com o som nasal das seguintes palavras: Letras Fonemas Hábito Arraigado Expressões Mulher Qualquer Quinhentos Obviamente, ao escrever o texto, Dino 3. Preti não pensou em dígrafos, encontros vocálicos, hiatos ou quaisquer dos fatos linguísticos estudados nesta unidade. Com certeza, a maior preocupação do narrador foi expor com clareza e objetividade suas ideias acerca de um assunto. No entanto, esses fatos estão presentes nas palavras empregadas no texto. Mostre que você entendeu as normas da língua retirando exemplos de: ditongo:a) tritongo:b) hiato:c) dígrafos:d) encontros consonantais separáveis:e) encontros consonantais inseparáveis:f) (Unirio) Assinale a melhor resposta. Em 4. papagaio temos: um ditongo.a) um trissílabo.b) uma proparoxítona.c) um tritongo.d) um dígrafo.e) Assinale a sequência em que todas as pala-5. vras estão separadas corretamente. Trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar.a) Bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu.b) Sub-lin-gual, bis-ne-to, de-ses-pe-rar.c) Des-li-gar, sub-ju-gar, sub-cres-ver.d) Cis-na-di-no, es-pé-cie, a-teu.e) (PUC-SP) Nas palavras 6. que, tranquilidade, concluía e muito ocorrem os seguintes encontros: dígrafo, dígrafo, tritongo, ditongo.a) dígrafo, ditongo, tritongo, dígrafo.b) ditongo, dígrafo, hiato, ditongo.c) ditongo, ditongo, tritongo, ditongo.d) dígrafo, ditongo, hiato, ditongo.e) (IMS-SP) Assinale o vocábulo que contém 7. cinco letras e quatro fonemas: estou.a) adeus.b) livro.c) volto.d) daqui.e) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 14 E _E M _1 _L IP _0 0 1 (FASP-SP) Assinale a alternativa que apresen-8. ta os elementos que compõem o tritongo: vogal + semivogal + vogal.a) vogal + vogal + vogal.b) semivogal + vogal + vogal.c) semivogal + vogal + semivogal.d) Proposta de redação Escreva para a Revista Língua, na qual foi veiculado o texto que você leu e posicione-se sobre o uso das gírias: quando elas são neces- sárias e quando é exagerado. Sua carta será publicada na seção Carta do Leitor. Questões de processos seletivos (CEFET-PR) Fonema é cada um dos sons da 1. fala. Letra é cada um dos sinais gráficos da linguagem escrita. Quantas letras formam o vocábulo bilíngue e quantos fonemas pronunciamos ao dizê-lo. 8 letras; 8 fonemas.a) 7 letras; 3 fonemas.b) 8 letras; 6 fonemas.c) 3 letras; 3 fonemas.d) 8 letras; 7 fonemas.e) (ITA-SP) Assinale a alternativa correta.2. PAIS, PAÍS, URUGUAI e VIU possuem, res- pectivamente: um ditongo oral decrescente, hiato, tri-a) tongo, ditongo oral decrescente. um ditongo oral crescente, hiato, triton-b) go, ditongo oral crescente. um ditongo oral crescente, hiato, triton-c) go, ditongo oral decrescente. um ditongo oral decrescente, hiato, tri-d) tongo, ditongo oral crescente. um hiato, ditongo oral decrescente, tri-e) tongo, hiato. (FEMPAR) Em qual dos vocábulos o “u” não 3. é semivogal? Causa.a) Quase.b) Delinquiu.c) Gratuito.d) Sequestre.e) (ITA–SP) Examinando as afirmações de que 4. o: X na palavra sintaxe soa como S X na palavra exame soa como Z X na palavra exorcismo soa como Z X na palavra exonerar soa como Z Verifica-se: apenas uma está correta.a) apenas duas estão corretas.b) três estão corretas.c) todas estão corretas.d) nenhuma está correta.e) (Unifenas) Em uma das alternativas abaixo 5. há divisão silábica incorreta. Assinale-a. De-cep-ção; me-mó-ria.a) Lei-tei-ro; ba-ú.b) Rá-di-o; di-sen-te-ria.c) Véus; sô-fre-go.d) Mei-a; gai-o-la.e) (FUMBA-RS) No vocábulo 6. Anhangabaú há: 5 sílabas, 1 dígrafo, 1 hiato.a) 4 sílabas, 1 grupo consonantal, 1 hiato.b) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 15 E _E M _1 _L IP _0 0 1 5 sílabas, 1 grupo consonantal, 1 hiato.c) 5 sílabas, 1 dígrafo, 1 ditongo, 1 hiato.d) (UnB) Marque a opção em que todas as 7. palavras apresentam um dígrafo. Fixo, auxílio, tóxico, exame.a) Enxergar, luxo, bicho, olho.b) Bicho, passo, carro, banho.c) Choque, sintaxe, unha, coxa.d) (IMES-SP) Assinale a alternativa em que a 8. palavra não tem suas sílabas separadas corretamente. In-ter-lec-ção.a) Cons-ci-ên-cia.b) Oc-ci-pi-tal.c) Psi-co-lo-gia.d) Ca-a-tin-ga.e) (FUMBA-RS) Quantos fonemas há em 9. santo, hoje, anexo e filho? 5, 4, 5 e 5.a) 5, 4, 5 e 4.b) 4, 3, 5 e 5.c) 4, 3, 5 e 4.d) 4, 3, 6 e 4.e) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 16 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 17 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Exercícios de aplicação 1. A gíria é a marca característica da lin-a) guagem de um grupo social. Nos centros urbanos.b) V, F, V, V, F.c) Hábito: 6 l e 5 f; arraigado: 9 l e 8 f; expres-2. sões: 10 l e 9 f. mulher: 6 l e 5 f; qualquer: 8 l e 7 f; qui- nhentos: 10 l e 7 f. ditongo3. : própria, imaginação, linguagem e muitos outros. tritongo: não há exemplos de tritongos. hiato: surpreendido, dia, aí, compreende etc. dígrafos: arraigado, expressões, excessiva- mente etc. encontros consonantais separados: modis- mo, instrumento etc. encontros consonantais inseparáveis: trou- xe, malandro etc. A4. C5. E6. E7. D8. Questões de processos seletivos E1. A2. D3. D4. C5. A6. C7. D8. E9. Gabarito Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 18 E _E M _1 _L IP _0 0 1 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 19 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Sílaba e tonicidade Introdução Ao pronunciarmos as palavras, emitimos sonoridade, que pode ser percebida por meio das sílabas que têm, em português, diferentes tonicidades. Você aprenderá, nesta unidade, a identificar a sílaba tônica das palavras. Esse aprendizado é prerrequisito para saber acentuar graficamente as palavras. Além disso, intensifi- caremos a questão das variedades linguísticas, a fim de que você possa empregar a linguagem com adequação. Ortoepia e prosódia completam esta unidade. Esse assunto diz respeito à pronúncia correta das palavras, questão muito importante para quem deseja fazer uso da variedade culta, nos contextos em que ela é a adequada. Abordagem teórica Sílaba e tonicidade Leia estas palavras: Séria: aquela moça sempre pareceu muito séria. Seria: isto seria muito bom para todos. Ao pronunciarmos as palavras, é possível perceber a diferença de significados entre elas graças à intensidade de voz que se dá às síla- bas que as compõem. Chama-se sílaba tônica aquela pronunciada com maior intensidade. Observe outros exemplos: fé-rias mar-te-lo lou-vor rá-pi-do sa-í-da a-mor Pa-ra-náa-mên-doa É importante observar que nem sempre a sílaba tônica aparece marcada pelo acento gráfico. Assim, é importante distinguir: acento tônico • : é aquele que se ouve, é o acento da fala. acento gráfico • : é aquele que se escreve, ou seja, é o sinal empregado para indicar a sílaba tônica. Na língua portuguesa, os sinais indicados para marcar a sílaba tônica na escrita, chamados de sinais diacríticos, são: Acento agudo (´): indica a pronúncia aberta. Acento circunflexo (^): indica a pronúncia fechada. Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica Na língua portuguesa, nem todas as pa- lavras têm acento gráfico, mas quase todas apresentam uma sílaba tônica. De acordo com a posição dessa sílaba tônica, as palavras classificam-se em: oxítonas – são as que apresentam toni- • cidade na última sílaba. Ex.: paletó, jacaré, Bauru, avô etc. paroxítonas – são as que apresentam • tonicidade na penúltima sílaba. Ex.: remédio, caldeira, camisa, repórter, essência etc. proparoxítonas – são as que apresentam • tonicidade na antepenúltima sílaba. Ex.: rápido, época, lâmpada, pálido, rís- pido etc. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 20 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Ortoepia e prosódia Ortoepia É a parte da gramática que se preocupa com a correta articulação e pronúncia das palavras. Exemplos ` : Mortadela, e não mortandela Bandeja, e não bandeija Advogado, e não adevogado Beneficente, e não beneficiente Umbigo, e não imbigo Prosódia É parte da gramática que se preocupa com a correta acentuação tônica de uma palavra. Comete-se um erro de prosódia quando se transforma em proparoxítona uma palavra que é paroxítona. Eis alguns casos mais comuns de troca de sílaba tônica: Rubrica, e não rubrica Condor, e não condor Nobel, e não Nobel Látex, e não latex Gratuito e não gratuito Palavras de dupla prosódia, ou seja, que apresentam duas pronúncias corretas: Acróbata ou acrobata Ortoépia ou ortoepia Projétil ou projetil Réptil ou reptil Xérox ou xerox Observação Algumas palavras formam o plural com a mudança de timbre da vogal tônica. A essa ocorrência damos o nome de metafonia. Veja estes exemplos: Singular Plural esforço (ô) esforços (ó) corpo (ô) corpos (ó) forno (ô) fornos (ó) tijolo (ô) tijolos (ó) poço (ô) poços (ó) Adequação da linguagem Leia com atenção essa letra de música: As mariposa Adoniran Barbosa As mariposa quando chega o frio Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá Elas roda, roda, dispois si senta Em cima do prato da lâmpida pra discansá Eu sou a lâmpida E as muié é as mariposa Que fica dando vorta em vorta de mim Todas as noite, só pra mi beijá – Boa noite, lâmpida! – Boa noite, mariposa! – Pelmita-me oscular-lhe as alfácias? – Poi não, mas rápido porque daqui a pou- co eles mi apaga. Você deve ter percebido que a linguagem empregada no texto é diferente da que se cos- tuma aprender na escola. Isso acontece porque o objetivo da língua portuguesa ensinada na escola é a apreensão da norma culta da lingua- gem e os contextos nos quais sua utilização é necessária. É a norma culta da linguagem que se deve empregar nas situações formais ou nos textos acadêmicos, e na maioria dos textos de revistas e jornais. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 21 E _E M _1 _L IP _0 0 2 É importante esclarecer que, do ponto de vista da linguística, não se pode dizer que uma forma de linguagem é certa ou errada. Isso significa que essas variedades representam apenas sistemas linguísticos adequados às necessidades dos falantes e aos contextos em que a comunicação acontece. Variantes regionais e sociais Sabe-se que a linguagem empregada no Nordeste é bem diferente daquela empregada no Sul do Brasil. Essas diferenças são observadas entre os estados e também entre as distintas regiões do país. Quem não conhece o modo pe- culiar como o carioca pronuncia alguns fonemas ou ainda expressões típicas empregadas pelos gaúchos, pelos cearenses, pelos baianos? Você já deve ter observado, também, as diferenças linguísticas existentes na fala urbana e na fala rural. Não se pode deixar de mencionar as expressões que acabam identificando inclu- sive as profissões dos falantes. O motorista de táxi, o médico, o garimpeiro, o metalúrgico, por exemplo, acabam sendo identificados pela ma- neira como utilizam a linguagem. Qual das palavras abaixo você costuma empregar? Mandioca – Aipim – Macaxera Bisteca – Chuleta Meia – Carpim Pão francês – Cacetinho Essas palavras representam apenas exem- plos da nossa diversidade linguística. Como você pôde observar no início desta unidade, há vários registros de linguagem igual- mente aceitos do ponto de vista da comunicação humana. No entanto, para empregar a linguagem de modo que ela cumpra a sua função social com eficiência, é necessário adequá-la às circunstân- cias. Isso significa que, primeiramente, deve-se definir o que escrever (um texto acadêmico, um bilhete, um diário, um relatório), com que objeti- vo (informar, sensibilizar, denunciar) e para quem escrever (a um amigo, a uma autoridade, ao meu superior). Estabelecidos esses aspectos, certamente o narrador já terá definido também o tipo de linguagem que deverá empregar. Coloquial • : para as situações informais. Culta • : para as situações formais. Para saber mais Observe o seguinte quadrinho e veja que as inadequações de pronúncia podem gerar si- tuações engraçadas. Se você não sabe qual é a palavra correta (lagarto ou largato) procure-a no dicionário. IE S D E B ra si l S .A . A da pt ad o. ... passou tão depressa que não deu nem pra distinguir. larGato ou laGarto? sei lá... Ih, olha lá um larGato correndo! Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 22 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Exercícios resolvidos Identifique a sílaba tônica das palavras 1. abaixo: Item Clímax Substantivo Posição Maçã Melancia Anãozinho História Pezinho Maio Saia Acento Solução ` : Para identificar a sílaba tônica, melhor separar as palavras em sílabas que têm acento gráfico pois já são identificadas pelo próprio sinal. Quanto às outras, é preciso pronunciá-las e ouvir a sílaba com maior intensidade. Assim, temos: i-tem, substan-ti-vo, ma-çã, a-não-zinho, pe-zi-nho, sai-a, clí-max, po-si-ção, me-lan-ci-a, his-tó-ria, mai-o, a-cen-to. Assinale a alternativa em que todas as pa-2. lavras são paroxítonas. Falaria, amendoim, fato, férias.a) Molécula, rapidez, rapidamente, sócio.b) Azia, Ásia, parede, ensaio.c) Logo, prazer, comendo, lindo.d) Solução ` : Em A, amendoim é oxítona; em B, molécula é proparoxítona e rapidez é oxítona; em D prazer é oxítona. Logo, a alternativa correta é a C: a-zi-a; Á-sia; pa-re-de; en-sai-o, todas paroxítonas. Classifique os vocábulos abaixo, de acordo 3. com a posição da sílaba tônica. Peritoa) Êxodob) Hostilc) Escândalod) Tulipae) Viveramf) Viverãog) Aquih) Amemi) Amémj) Solução ` : Observar que a tendência da língua portuguesa é para as palavras paroxítonas. Exercícios de aplicação Leia o texto e responda às questões.1. Ensinar português? Comecemos a conversa, a meio cami- nho entre o sério e o cômico [...], imaginan- do um diálogo, alguém chega e pergunta a um professor de português [...]: – Ensina-se mesmo português, esta língua que a gente usa todo dia? – É claro, em escolas do primeiro ao terceiro graus, há aulas de português, portanto... – A quem se ensina português? – Ora além de estrangeiros interessa- dos, ensina-se principalmente brasileiros. – ... que já falam português! ...Ah! Então eles não falam português?! – Bem, claro que falam desde crianças ... – Ah ! Entendi ... existem duas línguas com o mesmo nome “português’’, uma nacional, natural, que todo mundo já nasce falando e umaoutra, estrangeira, que é preciso ir à escola aprender ... – ...epa, pera aí! Num é bem assim... Desculpe-me, deixe-me começar novamente a frase: um momento, você está equivoca- do, este assunto não é exatamente como você está colocando. – Ué, isto que você acabou de me falar está nessa língua estrangeira? – Claro que não, pô? Você não entendeu. – Entendi... soou um pouco estranho, mas até que é bonito. Você fala assim na sua casa, também? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 23 E _E M _1 _L IP _0 0 2 – Claro que não, somente em alguns lugares e com algumas pessoas. – Ah! Então você troca de língua como troca de roupa, às vezes mais chique, outras mais esportivo, outras mais popular... – Sim, claro, você não quer que eu vá falar com o Diretor daquela indústria ali, por exemplo, mal vestido e falando de qualquer jeito, não? – [...] – ... mesmo se você vai lá pra dizer pra ele que os salários estão horríveis, que tá todo mundo passando fome, que enquanto ele viaja de Mercedes [...] – Ô meu, para né? Você já tá baixando o nível... é claro que você precisa falar di- reitinho... até para reclamar... – Ah! Então é por isso que se ensina português... para as pessoas aprenderem a falar direitinho com os patrões! – Não simplifica, né?! Não é só isso, não. – Tem mais? – [...] se você não souber falar e escre- ver direito, corretamente, você não arranja um bom emprego, não consegue passar num concurso... – Poxa, agora estou entendendo melhor, pra arranjar um bom emprego a língua que a gente usa não serve. – Serve sim, mas só pra coisinhas, conversinhas banais, mas pra subir na vida, ganhar bem, não! – Ah! Entendi. Então esses milhões de desempregados que estão por aí foram despedidos porque não sabiam escrever e falar corretamente! Eles não podem voltar pra escola? – Ô meu, lá vem você de novo com ques- tões que não dizem respeito ao ensino de português... quando esses caras quiserem novamente emprego ele vão ter que saber português... – Então você poderia abrir um cursinho de português para desempregados!... – Vê se não goza, vá! – Agora me lembrei, você é professor de português, não é? – Sou. – Então você sabe português perfeita- mente, não? – Claro, tenho diploma, cursos de aper- feiçoamento, trabalhos publicados etc... – Ah! Quer dizer que você deve ganhar super bem, não ? Fiquei até com vontade de fazer curso de Letras... – Bem... não é bem assim, você sabe, ehr, hum, ahn... Estado paga mal... – ...não quero te deixar chateado, mas sabe, o diretor daquela indústria que você mostrou agorinha não sabe falar português nenhum, nem aquele vulgarzinho, nem esse da escola ... e ele ganha muito mais que nós todos juntos... – Pô, você tá um saco hoje, vamos mu- dar de assunto... – [...] – Ah!... (ALMEIDA, Milton José de. In: GERALDI, João Wanderley (Org.). O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 1999. (Coleção Na sala de aula). A língua é produzida socialmente. Isso quer dizer que a sua produção e reprodução é fato cotidiano, localizado no tempo e no espaço da vida dos homens: uma questão dentro da vida e da morte, do prazer e do sofrer. Numa sociedade, como a brasileira, que, por sua dinâmica econômica e política, divide e individualiza as pessoas, isola-as em grupos, distribui a miséria entre a maio- ria e concentra os privilégios nas mãos de poucos, a língua não poderia deixar de ser, entre outras coisas, também expressão dessa mesma situação. Qual o assunto principal da conversa en-a) tre os interlocutores no texto? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 24 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Um dos interlocutores parece ter dificuldade de entender por que alguém deve passar os b) anos escolares aprendendo uma língua que já conhece antes de entrar na escola. Por quê? Que tipo de linguagem predomina no texto? Aponte um exemplo que confirme sua resposta.c) Todas as alternativas abaixo apresentam vocábulos de timbre aberto, 2. exceto uma. Aponte-a. Socorros, tortos, esforços.a) Caroços, miolos, porrosb) Reforços, portos, tijolos.c) Subornos, tornos, transtornos.d) Identifique a sequência em que as três palavras fazem o plural com metafonia.3. Dorso, poço, suborno.a) Canhoto, almoço, estorvo.b) Forno, morno, aeroporto.c) Reforço, tosco, alvoroço.d) Assinale a alternativa que apresenta erro na identificação na sílaba tônica:4. Bara) bante, acarajé, romântico, mosquito. Marmeb) lada, melancia, javali, cartucho. Inc) seto, célebre, tatu, informação. Cand) ção, aprendo, cria, paralisia. Classifique as palavras do 1.5. o parágrafo do texto “Ensinar português”, conforme a posição de sílaba tônica. Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas Monossílabos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 25 E _E M _1 _L IP _0 0 2 A prosódia ocupa-se essencialmente da 6. correta acentuação tônica das palavras. Assinale a opção em que a sílaba tônica está marcada erradamente. Boea) mia. Grab) tuito. Circ) cuito. Filand) tropo. Sue) til. Leia as frases em voz alta, pronunciando 7. corretamente as palavras destacadas e assinale a sílaba tônica delas. Esta a) rubrica não é minha. É preciso b) distinguir o joio do trigo. A mocinha era muito c) pudica. Os d) advogados e os psicólogos fizeram atendimento gratuito. O fumo e) intoxica o organismo. Proposta de redação Imagine que você precise faltar às aulas por dois dias. Escreva um bilhete a um amigo expli- cando por que você vai precisar faltar. Depois, escreva outro bilhete com o mesmo conteúdo ao diretor da escola. Note que você deve escrever a mesma explicação para as faltas, mas a maneira de escrever (o registro – formal ou informal) vai ser diferente em cada um dos bilhetes. Questões de processos seletivos (ITA) Para a presente questão, observar que:1. a acentuação gráfica foi eliminada.I. as sílabas tônicas propostas estão re-II. presentadas por letras maiúsculas. Exemplo: ca(TÁS)trofe (a sílaba tônica proposta é TAS). Ao escutar, então, ruBRIca, proTÓtipo, gra- TUIto, verifica-se que: apenas uma palavra foi pronunciada cor-a) retamente. apenas as duas primeiras foram pronun-b) ciadas corretamente. somente a última foi pronunciada corre-c) tamente. todas foram pronunciadas corretamente.d) nenhuma foi pronunciada corretamente.e) (UEPG) Nesta relação, as sílabas tônicas 2. estão destacadas. Uma delas, porém, está destacada incorretamente. Assinale-a: Intea) rim. Pub) dico. Ruc) brica. Grad) tuito. Inaue) dito. (FAFEOD-MG) Qual a alternativa que melhor 3. define o acento tônico? Maior intensidade silábica.a) Sílaba tônica associada a sinal gráfico.b) Sinal gráfico, marcando sílaba de maior c) intensidade. Sinal gráfico, marcando a intensidade d) silábica. (UEM-PR) Assinale a alternativa em que a 4. sílaba tônica está sublinhada corretamente em todas as palavras. Misa) ter, decano, avaro, circuito. Rub) brica, aziago, ibero, mister. Noc) bel, látex, avaro, recém-nascido. Rud) brica, látex, ibero, filantropo. Decano, êe) xodo, edito, ureter. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 26 E _E M _1 _L IP _0 0 2 (Unisinos) Forró, ciúmes, operário, época e já 5. são acentuadas pelos mesmos motivos de: Dendê, gaúcho, milenário, mártir, dá (v).a) Forro, ateísmo, glória, médico, mês.b) Ananás, baú, moreia, lâmina, pó.c) Alá, lápis, gáudio, cônego, três.d) Pataxó, alaúde, núcleo, molécula, vá.e) (ACAFE-SC) Considerando a estrutura fo-6. nética da língua portuguesa, assinale a alternativa correta. As palavras fato, cultura, sociedade e a) possível são todas paroxítonas sem o acento gráfico. Em “a b) orelha do próximo”, a palavra em destaque apresenta cinco (5) letras e um (1) dígrafo. As divisões silábicas de proíbe, essen-c) cial,cachorrinhos e evidentemente são, respectivamente, pro-í-be, es-sen-ci-al, ca-chor-rin-hos e e-vi-den-temen-te. A palavra muito é trissílaba.d) A palavra “proíbe” é acentuada grafica-e) mente porque o “i” é tônico, é segunda vogal de um hiato, forma sílaba sozinho e não é seguido de nh. (CEFET-PR) Assinale a alternativa em que 7. nenhuma palavra exige acento gráfico. Item, polens, erros, germens.a) Caqui, atroz, depor, órgão.b) Cutis, governos, almoços, ser.c) Coroa, essencial, frequente, virus.d) Nuvens, jovem, semen, parti.e) (Enem) Diante da visão de um prédio com 8. uma placa indicando SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA? Levado o problema à sala de aula, a discus- são girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acentuação e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras. Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes con- clusões a respeito da palavra PAPALIA: Se a sílaba tônica for o segundo PA, I. a escrita deveria se PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona terminada em ditongo crescente. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deve-II. ria ser PAPALÍA, pois “i” e “a” estariam formando hiato. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deve-III. ria ser PAPALIA, pois não haveria razão para o uso do acento gráfico. A conclusão está correta apenas em: Ia) IIb) IIIc) I e IId) I e IIIe) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 27 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Gabarito Exercícios de aplicação 1. Os interlocutores falam sobre a língua portuguesa e sobre a importância de se dominar a a) variante culta da linguagem. Esse interlocutor domina uma modalidade da língua que lhe permite comunicar-se com b) autonomia. No entanto, reage com estranheza quando o professor tenta explicar-lhe sobre a variante culta da linguagem, aquela que pode ampliar as possibilidades sociais e profis- sionais ao cidadão. No texto, predomina a variante coloquial ou informal. Ex.: “[...] ô meu, para né?”c) D2. C3. B4. 5. Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas Monossílabas Alguém, professor, português. Comemos, conversa, meio, caminho, entre, sério, imaginando, chega, pergunta. Cômico, diálogo. A, e, o, um, de. A6. 7. (rua) brica) (distinb) guir = não pronunciar o “u”) (puc) dica) (advogado/psicólogo= d) d e p mudos; gratuito) (intoxica=/e) intoKSica/) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 28 E _E M _1 _L IP _0 0 2 Questões de processos seletivos D1. A2. A3. D4. E5. E6. A7. E8. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - CIEJA PROPOSTA DE REDAÇÃO Redija texto dissertativo-argumentativo com escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: “OLIMPIADAS NO BRASIL 2016”. Organize de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Nome Nº. Mat. INFORMAÇÕES: a) O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha apropriada de 10 a 30 linhas. b) Escreva sua redação com letra legível. c) FOLHA DE REDAÇÃO PARA O ALUNO PRATICAR CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - CIEJA PROPOSTA DE REDAÇÃO Redija texto dissertativo-argumentativo com escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: “SAÚDE PÚBLICA”. Organize de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Nome Nº. Mat. INFORMAÇÕES: a) O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha apropriada de 10 a 30 linhas. b) Escreva sua redação com letra legível. c) FOLHA DE REDAÇÃO PARA O ALUNO PRATICAR CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – CIEJA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ENSINO MÉDIO ATIVIDADE - AVALIAÇÃO PARCIAL AP1 – Atividade de 10 questões: 01. Assinale o vocábulo que possui o mesmo número de fonemas da palavra falência: a) palhaçada; b) consciência; c) guerreando; d) companhias; e) referência. 02. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo: a) folha - ficha - lenha – fecho b) lento - bomba - trinco – algum c) águia - queijo - quatro - quero d) descer - cresço - exceto – exsudar e) serra - vosso - arrepio – assina 03. A alternativa em que as letras sublinhadas nas palavras constituem, respectivamente, dígrafo e encontro consonantal é: a) exceção / étnico b) banho / desça c) seguir / nascimento d) aquático / psicologia e) occipital / represa 04. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo ? 05. Nas palavras alma, pinto e porque, temos, respectivamente: a) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas. b) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas. c) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas. d) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas. e) 4 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas. 06. Faça a divisão silábica e sublinhe a sílaba tônica. Classifique as palavras quanto ao número de sílabas e quanto à posição da sílaba tônica conforme o modelo: amiguinho: a – mi – gui – nho: polissílaba e paroxítona a) impossível: ____________________________________________________________________ b) plástico: ______________________________________________________________________ c) fértil: _________________________________________________________________________ d) lâmpada: ______________________________________________________________________ 07. São acentuados os monossílabos tônicos terminados em: ________________________________________________________________________________ Aluno(a) Nº. Mat. Data Tutor Disciplina NOTA USO EXCLUSIVO DO TUTOR 08. Acentuam-se as oxítonas terminadas em: ________________________________________________________________________________ 09. Destaque a sílaba tônica e dê sua colocação na palavra. Siga o modelo: Flamengo – men – penúltima a) Jacaré: b) Música: c) Regador: d) Prateleira: 10. Separe as silabas das palavras e risque a sílaba tônica e classifique: a) menina _________________________________________ b) médico _________________________________________ c) boneca _________________________________________ d) chocalho _________________________________________ 29 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Acentuação gráfica Introdução Ao ler um texto, uma notícia de jornal, uma crônica, é comum observarmos um narrador “tomar emprestado” de outro, passagens que ilustram as ideias que deseja expressar. A esse fato damos o nome de intertextualidade. Para identificarmos esses “diálogos” entre os textos, é importante que leiamos muito, pois, quanto maior for o nosso potencial intelectual, mais facilmente reconheceremos esses aspectos, ou seja, mais identificaremos passagens de outros textos no texto que estivermos lendo. Veremos, ainda, que o sistema de acen- tuação gráfica é necessário. Sem ele, seria impossível, por exemplo, ler as palavras: sábia, sabia e sabiá. Também nesta aula, vamos mostrar que existem diferentes modos para organizar nossas ideias. Em outras palavras: podemos dizer a mesma coisa de inúmeras formas. Essa é uma habilidade que precisamos desenvolver. Abordagem teórica Como você já sabe, quase todas as pala- vras da língua portuguesa possuem um acento tônico, mas nem todas são acentuadas grafi- camente. Para acentuar graficamente uma palavra corretamente, é necessário: identificara sílaba tônica. • classificar a palavra quanto à tonicidade, • isto é, definir se a palavra é oxítona, pa- roxítona ou proparoxítona. observar a terminação da palavra. • aplicar a regra. • Acentuação das oxítonas Acentuam-se as oxítonas terminadas em: a (s) • : Araxá, Paraná, sofá. e (s) • : até, dendê, vocês. o (s) • : vovô, vovós, cipó. em (ens) • : quando essas palavras tive- rem mais de uma sílaba vinténs, porém, amém, parabéns. Notas As formas verbais • amá-lo, vendê-lo, com- pô-lo, devem ser incluídas nesta regra. Os monossílabos tônicos terminados em • -a (s), -e (s), -o (s) também devem ser acentuados. Não devem receber acento os monossíla- • bos átonos: bem, sem, nos, vos etc. Acentuação das paroxítonas Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l • : agradável, móvel. n • : hífen, pólen. r • : caráter, dólar. x • : tórax, látex. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 30 E _E M _1 _L IP _0 0 3 ps • : bíceps, fórceps. ã • : ímã, órfãs. ao • : órfão, órgãos. i (s) • : táxi, lápis. us • : vírus, ônus. um (ns) • : álbum, álbuns. Ditongos orais • : média, vários, névoa. Notas: Os prefixos terminados em • i e r não devem ser acentuados: semiárido, super-herói. Quanto às paroxítonas terminadas em • -n, seguidas de -s , se a terminação for -ens, a palavra perde o acento: hífen hifens; pólen polens. Já o mesmo não acon- tece se a terminação no plural for -ons: nêutron nêutrons; íon íons etc. Acentuação das proparoxítonas Todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. Exemplos ` rá • pido, época, cálido, agrônomo etc. Intertextualidade Você já teve a oportunidade de identificar em letras de música, poesia, artigos de jornais ou revistas trechos já lidos em outros textos? Observe: D om ín io p úb lic o. “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Ao compor o Hino Nacional Brasileiro, seu autor aproveitou algumas passagens do poema de Gonçalves Dias. Veja: D om ín io p úb lic o. Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim Osório Duque Estrada. Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tem mais flores: “Nossos bosques têm mais vida”. “Nossa vida”, no teu seio, “mais amores”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 31 E _E M _1 _L IP _0 0 3 A esse “diálogo” entre os textos damos o nome de intertextualidade. Assim, quanto mais texto lermos, quanto maior for o nosso repertório, mais possibilidades teremos para identificar essas relações intertextuais. Para saber mais Os acentos gráficos têm suas normas. Algumas, estudadas neste módulo. Eles ajudam na correta pronúncia da palavra. Onde houver manifestação escrita, lá estão eles, como no JB e em Veja, publicações que passam a limpo o nosso cotidiano. Às vezes, em vocábulos que nos orgulhamos de pronunciar, por exemplo o nome do mais • famoso jogador de futebol no Brasil: C re at iv e C om m on s/ Fá bi o R od ri gu es P oz ze bo m . Júri da FIFA escolhe Pelé. Às vezes em músicas, que podem nos fazer rir ou chorar. • D iv ul ga çã o. “Quem é que nunca sofreu por alguééééémmm” Agnaldo Timóteo cantando um velho bolero no horário eleitoral. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 32 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Exercícios resolvidos A palavra que obedece à mesma regra de 1. acentuação que corroído é: ataúde.a) sapé.b) corróis.c) láurea.d) crédulo.e) Solução ` : A palavra corroído é acentuada por ter “i” tônico de um hiato, ou seja, forma sílaba sozinha. A mesma regra vale para o “u” tônico dos hiatos. Assim, a alternativa que apresenta a palavra nessa condição é a letra A. A alternativa em que há 2. erro de acentuação gráfica é: raízes, juízes, juiz, faísca.a) rúbrica, hífens, jibóia.b) panaceia, anéis, árdua.c) girassóis, vintém, ônix.d) boêmia, ruína, infância.e) Solução ` : A palavra “rubrica” é paroxítona e não leva acento, pois a sílaba tônica é “bri”; “hifens” no plural perde o acento e “jiboia” tem ditongo aberto “oi” e não precisa de acento gráfico. As demais estão corretas. Escolha a alternativa correta para preencher 3. as lacunas. O _________________________ era grande. Os exportadores de __________________________ tentaram , em vão, _______________________ prejuízo – têxteis – reduzi-lo.a) prejuizo – têxteis – reduzi-lo.b) prejuizo – têxteis – reduzí-lo.c) prejuizo – texteis – reduzí-lo.d) prejuízo – textis – reduzi-lo.e) Solução ` : A alternativa que preenche corretamente é a alternativa A. “Prejuízo” leva acento por ter “i” tônico de um hiato; “têxteis” é paroxítona termi- nada em ditongo e “reduzi-lo” não tem acento, uma vez que é oxítona terminada em “i”. Exercícios de aplicação Leia o texto e responda às questões.1. D iv ul ga çã o. Às vezes, em palavras que representam um desafio para os médicos de hoje. • O Ministério da Saúde adverte: Fumar pode causar câncer de pulmão. Às vezes, em palavras cujos atos já não deveriam mais existir na sociedade. • Receita de Aiatolá Religiosos na Turquia e na Espanha aconselham o uso da violência para manter as espo- sas submissas. Não é que pessoas com deficiência não existem. São os outros que não as veem Mara Gabrilli* D iv ul ga çã o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 33 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Hoje podemos perceber mais a preocupa- ção com a população idosa, com gestantes e famílias com carrinhos de bebê – que são consideradas pessoas com mobilidade redu- zida. Foi preciso muito esforço para chegar até aqui, mas aos poucos a inclusão social das pessoas com deficiência vem ocupando seu espaço na capital. Ainda falta muito, mas percebemos o início de um movimento, seja por parte dos governantes, seja por parte da sociedade. Mais precisamente, há um grupo relativa- mente pequeno de profissionais que têm uma grande responsabilidade em suas mãos, que são os síndicos. Eles podem fazer toda a diferença para as três milhões de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que vivem em São Paulo. Apesar do número expressivo, são paulistanos que pouco vemos nas ruas por um simples motivo: a pouca acessibilidade da cidade, a começar pelos edifícios onde residem e suas calçadas. Essa é a primeira de muitas e imensas barreiras que preci- samos enfrentar diariamente. Digo nós, em primeira pessoa, porque estou entre esses três milhões de paulistanos. Sofri um acidente de carro aos 26 anos de idade e fiquei tetraplégica. Nestes 15 anos, desde que passei a me locomover em cadeira de rodas, já presen- ciei avanços e participei, com orgulho, de muitas conquistas na construção de uma so- ciedade justa e solidária, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Apesar do Poder Público ainda precisar investir muito em calçadas acessíveis, ôni- bus adaptados, edificações com rampas e muitas outras estruturas que dependem de orçamento, a sociedade civil tem também a sua parcela de responsabilidade e seu papel a cumprir. Não podemos mais passar às pessoas a mensagem velada de que elas não deveriam sair de casa e que isso não é problema nosso. A falta de acessibilidade é um preconceito silencioso, porém extrema- mente limitante. A legislação brasileira já garante o acesso universal: da Lei Federal de Aces- sibilidade (10.098/2000) e o Decreto Federal (5.296/2004) que a regulamenta, ao Código de Obras do Município de São Paulo que incorporou as normas técnicas brasileiras de acessibilidade (NBR 9050) em 1992 e a Lei Municipal 11.345/93 que dispõe sobre a adequação das edificações à pessoa com deficiência, além de outros documentos nacionais e internacionaisdos quais o Brasil é signatário. Como bem sabemos, não basta que a lei exija as mudanças; é preciso ter consciên- cia, vontade agir e começar a realizá-las den- tro de nossas próprias casas, condomínios, estabelecimentos comerciais e calçadas, já que estes são de nossa responsabilidade. Por isso, é de suma importância que os síndicos e administradores de condomínio se sensibilizem e criem um cronograma de obras de acordo com suas possibilidades orçamentárias visando ao bem-estar de to- dos seus moradores, presentes e futuros. Nunca é demais lembrar que seremos ido- sos um dia e precisaremos de facilidades para nosso ir e vir. *Mara Gabrilli, 42, tetraplégica, psicóloga e publicitária, é vereadora da cidade de São Paulo. Fundadora da ONG Projeto Próximo Passo, hoje Instituto Mara Gabrilli, foi Secretária Mu- nicipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de 2005 a 2007. Site: <www.maragabrilli.com.br>. (Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/ur- banias/indexurb.htm>. Acesso em: 19 nov. 2009. Adaptado.) 2. Qual é o tema tratado no texto?a) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 34 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Qual é seu objetivo?b) Que parte da população poderia direta-c) mente influenciar a adaptação da arqui- tetura às pessoas com necessidades especiais? Qual é a relação entre a autora e o tema d) do texto? O título do texto resume um pouco o as-e) sunto tratado nele. O que você acha do título desse texto? Que outro você colo- caria? Justifique o acento gráfico do vocábulo 3. ônix. Acentue devidamente as palavras quando 4. necessário. alguem juri contemporaneo eter helio oasis refens fosseis (verbo) rubrica faceis ruim Tonico (nome próprio) decada tonico textil tatu vulneravel Iguaçu bisavo (fem.) hortensia paleto torax espelho cumplice silencio (subst.) ambiguo magoo ate Acentue as palavras, quando necessário, 5. e justifique. Aniversarioa) Eguab) Mac) Poluidod) Escandaloe) Biquinif) Baleg) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 35 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Nas frases a seguir, foram retirados os acen-6. tos gráficos das palavras. Copie as frases e acentue os vocábulos, quando necessário. Os tres gatos siameses tinham o pelo a) cinzento, bem diferentes do cão pequi- nes que ganhamos. Você vai por o sapatinho atras da porta.b) O ônibus para em frente ao bar com mui-c) ta frequencia. As pessoas de carater receiam os que d) agem de ma-fe. Mario, você parece refem dos psicologos!e) Proposta de redação Depois de ter lido o texto “Não é que pesso- as com deficiência não existem. São os outros que não as veem”, faça um comentário sobre ele para enviar ao site de Gilberto Dimenstein, onde o texto está disponível. Questões de processos seletivos (UF. Ouro Preto-MG) Abaixo estão cinco 1. grupos de palavras. Analise-as quanto à acentuação gráfica e marque, depois, a opção correta. Grupo 1: satanás, cortês, fé, bônus, ópio. Grupo 2: conhecê-lo, movê-las, ítem, além, magna. Grupo 3: tainha, eles crêem, eles têm, con- tínua, ele contém. Grupo 4: boêmia, ínterim, quilômetro, pera, ilhéu. Grupo 5: juízo, balaústre, papéis, silépse, asteróide. Apenas o grupo 1 está totalmente cor-a) reto. Apenas os grupos 1 e 4 estão totalmen-b) te corretos. Todos os grupos estão corretos.c) Apenas os grupos 3 e 4 estão totalmen-d) te corretos. Todos os grupos contêm palavras incor-e) retas. (UCEPEL-RS) Assinale a alternativa em que 2. todas as palavras estão acentuadas corre- tamente. Estreiam, intuito, ruim, perdoo.a) Leem, estreiam, luminária.b) Néctar, bauru, maquinaria.c) Ciclope, tainha, polens.d) Boêmia, caqui (fruta), apóio (substantivo).e) (UM-SP) Assinale a alternativa que contém 3. vocábulos que obedecem à mesma regra de acentuação da palavra tênue. Agrônomo, índex, fóssil, díspar.a) Boêmia, herói, amáveis, imundície.b) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 36 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Amêndoa, mágoas, supérfluo, bilíngue.c) Míope, ímã, médiuns, volúvel.d) Argênteo, viúvo, baía, esferóide.e) (Fuvest)4. Nem sempre Junqueira Freire De rir irado, estridulo e sardonico Que, como a seta, me transpasse as fibras; De rir danado, que me inspira furias, Às vezes gosto. Transcreva o texto, acentuando correta- mente os vocábulos cujos acentos foram omitidos. (PUC-SP) Assinale a alternativa de vocábulo 5. corretamente acentuado. Hífen.a) Ítem.b) Ítens.c) Rítmo.d) (UECE) São dissílabos paroxítonas os vo-6. cábulos: seio, tinha, lábios.a) abria, cordões, meus.b) podia, aí, puxei.c) doía, caixa, senão.d) (Fuvest) Copie apenas as palavras que 7. devem ser acentuadas graficamente, colo- cando os respectivos acentos: boia – boa – doce – substitui-lo – reune – heroico – benção – parti-lo (FGV) Assinale a alternativa que completa 8. corretamente as frases: Normalmente ela não _______ em casa.1) Não sabíamos onde _______ os discos.2) De algum lugar _______ essas ideias.3) pára – pôr – provém.a) para – pôr – provém.b) pára – por – proveem.c) para – pôr – provêm.d) para – por – provém.e) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 37 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Gabarito Exercícios de aplicação 2. A mobilidade das pessoas com necessi-a) dades especiais. Conscientizar as pessoas, em especial b) os síndicos e administradores de condo- mínio, sobre a importância de acessos para pessoas com necessidades espe- ciais. Síndicos e administradores de condomí-c) nio. Ela mesma tem necessidades especiais.d) Resposta pessoal.e) Acentuam-se as paroxítonas terminadas 3. em “x”. 4. alguém júri contemporâneo éter hélio oásis reféns fôsseis (verbo) rubrica fáceis ruim Tonico (nome próprio) década tônico têxtil tatu vulnerável Iguaçu bisavó (fem.) hortênsia paletó tórax espelho cúmplice silêncio (subst.) ambíguo magoo até 5. aniversário: paroxítona terminada em di-a) tongo. égua: paroxítona terminada em ditongo.b) má: monossílabo tônico terminado em c) “a”. poluído: “i” 2.d) a vogal do hiato e forma sílaba sozinha. escândalo: proparoxítona.e) biquíni: paroxítona em “i”.f) balé: oxítona em “e”.g) 6. Os três gatos siameses tinham o pelo a) cinzento, bem diferentes do cão pequi- nês que ganhamos. Você vai pôr o sapatinho atrás da porta.b) O ônibus para em frente ao bar com mui-c) ta frequência. As pessoas de caráter receiam os que d) agem de má-fé. Mário, você parece refém dos psicólogos.e) Questões de processos seletivos B1. C2. C3. Estrídulo, sardônico, fúrias.4. A5. D6. substituí-lo – reúne – bênção.7. D8. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 38 E _E M _1 _L IP _0 0 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 39 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Funções da linguagem Introdução O uso da linguagem acontece normalmente de modo automático para a maioria das pessoas que fazem uso dela. Essa é a razão pela qual dificilmente se percebe que o modo como a linguagem se organiza está diretamente ligado à função que se deseja dar-lhe, ou seja, à intenção de quem a utiliza. Nesta unidade, você verá que a linguagem desempenha diferentes funções, conforme a ênfase que se queira imprimir a cada um dos componentes do ato de comunicação. Abordagem teórica Funções da linguagem O texto deve ser um conjunto de palavras e ideias que formam sentido, uma vez que o objetivo de todo texto é transmitir uma mensagem. No entanto, nem só de mensagens verbais vive o ho- mem. A linguagem ultrapassa os limites da palavra. É possível, por exemplo, observar um quadro artístico e construir um sentido possível paraele, que pode ser o que o autor quis transmitir ou não. Importa que o sentido seja possível a partir do texto. É preciso entender que o texto é sempre uma manifestação que pode ser expressa com ou sem palavras. Assim, é possível classificar a linguagem em: verbal • : utiliza as palavras (a língua) como código. não verbal • : emprega outros códigos como a cor, a forma, o movimento etc. Toda comunicação tem como objetivo transmitir uma mensagem e funciona assim: um emissor emprega um código para mandar uma mensagem ao receptor. A mensagem, por sua vez, refere-se a um contexto, e o suporte físico, que é o canal, transmite essa passagem do emissor para o receptor. São seis as funções da linguagem. Conforme o tipo de mensagem, dá-se ênfase a um desses fatores. Assim: Quando se enfatiza Prevalece A função canal fática referente referencial emissor emotiva recepetor apelativa ou conativa mensagem poética código metalinguística Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 40 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Função emotiva ou expressiva Também chamada de função expressiva da linguagem, a função emotiva enfatiza o emissor. Por essa razão é marcada pelo emprego de verbos e pronomes em 1.a pessoa (eu preciso, ... meu desejo, ... minha dor,...). Pode-se observar a função emotiva da linguagem nas cartas, nos poemas, nas letras de música, principalmente. Veja a função emotiva ou expressiva da linguagem nesta estrofe da música “Tocando em frente”, de Almir Sater e Renato Teixeira: Ando devagar porque já tive pressa Elevo esse sorriso porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte, mais feliz, Quem sabe eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei Ou nada sei Função apelativa ou conativa A linguagem conativa é assim designada porque a palavra significa “influenciar o outro por meio de um esforço”. Por isso, essa função tem o objetivo de exercer influência no receptor. A linguagem conativa ou apelativa é marcada pelos verbos no modo imperativo. Ela está pre- sente, sobretudo, nos anúncios e propagandas. Veja este exemplo: “Deseja mais? Então PED – Programa de Especialização Docente” (Campanha de Divulgação – PED IESDE). Veja que aqui temos uma sigla, PED, que se refere à Programa de Especialização Docente, mas que também quer dizer “pede”, gerando um duplo sentido à frase. O verbo está no imperativo e visa convencer o leitor a fazer os estudos. Função referencial A função referencial da linguagem acontece quando se observa o predomínio da informação e do conhecimento. Nos livros didáticos, por exemplo, há o predomínio dessa função. Exemplo ` : O Padre Antônio Vieira ficou célebre como orador, e seus sermões constituem a essência de sua obra, sobretudo pela riqueza de imagens, mas também soube comunicar suas ideias de maneira consciente, revelando grandeza humanitária e sentimento patriótico. Função metalinguística Observe esta definição encontrada no dicionário: s.f. metalinguística: estudo das relações entre a língua e os demais sistemas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 41 E _E M _1 _L IP _0 0 4 A função metalinguística está centrada no código e os dicionários são o melhor exemplo dessa função. Assim, para explicar uma função da linguagem, usou-se a própria linguagem. Quando se tenta explicar a linguagem por meio da própria linguagem, se está fazendo uso da função metalin- guística. IE S D E B ra si l S .A . A da pt ad o.Você é tão romântico! “AMOR” é um substantvo. Simples. Masculino. Abstrato. Romeu, o que é o amor? Função fática Ela acontece quando o objetivo é o de ape- nas “testar” o canal. É o caso que acontece, por exemplo, quando pegamos um microfone para observar se está funcionando e dizemos “alô, alô!”. Na verdade, não se espera obter nenhuma resposta para essa manifestação. Exemplo ` – E aí, cara! – Belê??? – Belê!!! Função poética A função poética está centrada na mensa- gem, na organização das palavras, nas estraté- gias e nos recursos que o narrador enfatiza ao colocar sua mensagem no papel. Exemplo ` A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda onda aonde? aonde? (BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 4. ed. Rio de Janeiro: J. Olímpio, 1973.) Regras especiais de acentuação gráfica Acentos diferenciais Após a reforma ortográfica, valem somente os seguintes acentos diferenciais: pôde • (passado) para diferenciar de pode (presente) por • para diferenciar de (preposição) de pôr (verbo) Monossílabos tônicos Os monossílabos tônicos seguem as mes- mas regras das oxítonas. Assim, serão acentua- dos todos os monossílabos tônicos terminados em -a, -e e -o, seguidos ou não de S. Exemplos ` pá(s), pé(s), pó(s) Ditongos abertos Acentuam-se os ditongos abertos -éu, -éi, -ói, sempre que não estiverem na penúltima sílaba. Palavras paroxítonas em ditongo aberto não levam mais acento conforme a nova reforma ortográfica vigente desde janeiro de 2009. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 42 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Exemplos ` chapéu, papéis, lençóis, véu, dói, coronéis etc. Hiatos Devem ser acentuados o i e o u, quando essas letras representarem a segunda vogal de um hiato. Exemplos ` sa • ída, baú, saúde, juízes, caída, Ivaí, faísca, balaústre etc. Notas: Se essas letras (a) i e u) formarem sílaba com qualquer consoante, exceto o s, não devem receber acento. Exemplos ` ca- • ir, ju-iz, Ca-im etc. Também não recebem acento se estiverem seguidas de b) nh. Exemplos ` rainha, bainha, tainha etc. • Com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o trema (c) u) deixou de existir. Ainda: Se o u for pronunciado, mas tônico, emprega-se o acento agudo. Exemplos ` averig • úe, obliqúe etc. Verbos que requerem atenção especial Ter Vir 3.a pessoa Singular Ele tem Ele vem Plural Eles têm Eles vêm Verbos Derivados conter/ deter/ reter provir/ convir/ advir 3.a pessoa Singular contém/ detém/ retém provém/ convém/ advém Plural contêm/ detêm/ retêm provêm/ convêm/ advêm Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 43 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Notas: As formas verbais lê, dê, crê, vê e seus derivados não têm mais o acento circunflexo no plural. Exemplo ` Leem, deem, creem, veem, releem, descreem, reveem etc. Elementos da narrativa A narrativa nada mais é do que a represen- tação, por meio de palavras, de um aconteci- mento real ou fictício. O elemento mais importante da narrativa é o enredo ou a história, uma vez que sem ela não há um caso. Observe também que ela acontece em determinado tempo, num determinado local ou espaço. A história é vivenciada por uma ou mais personagens, outro elemento importante da narrativa. E, por fim, sempre há alguém que conta a história, e a esse elemento damos o nome de foco narrativo. Assim, podemos sintetizar: Enredo • – é o conjunto de fatos da história a ser contada. Tempo • – é o momento em que esses fatos acontecem. Espaço • – é a definição do local onde as ações se realizam. Personagem • – é quem participa pro- priamente da história. Não há número definido de personagens para participar de uma narrativa. Os tipos são os mais variados e podem ser construídos confor- me a observação do narrador. Foco narrativo • – é preciso entender que sempre haverá alguém a contar a histó- ria. Assim o narrador pode ser: em 1. • a pessoa – o narrador é um “eu” que conta a própria história. Nesse caso, é o protagonista. Observe: O narrador também pode usar a 1.a pessoa para contar a história de outra. Nesse caso, ele é um mero observador dos fatos. Exemplo ` Estou numa esquina de Copacabana, são duas horas da madrugada. Espero uma condução que me leve para casa. À porta de um “dancing”, homens conversam, mulheres entram e saem, o porteiroespia sonolento. Outras se esgueiram pela calçada, fazendo a chamada vida fácil. De súbito a paisagem perturba. Corre um frêmi- to no ar, há pânico no rosto das mulheres que fogem. Que aconteceu? De um momento para outro, não se vê mais uma saia pelas ruas – e mesmo os homens se recolhem discretamente à sombra dos edifícios. [...] (SABINO, Fernando. “Quadrante I”.) em 3. • a pessoa – o narrador não participa dos fatos. Ele apenas os relata, demons- trando que conhece os pensamentos e sentimentos das personagens. Conta a história objetivamente. Exemplo ` Redator de um vespertino desde a sua fundação, tendo comprado um apartamento, foi à reparti- ção dar entrada nos papéis requerendo isenção de impostos de transmissão, como jornalista. Um funcionário pálido e de bigodinho antipático o atendeu. Depois de examinar os documentos, sorriu sadicamente: – O senhor não vai conseguir isenção. – Posso saber por quê? – perguntou o jorna- lista. – Porque – explicou o homenzinho, juntando os dedos no ar e escandindo as palavras com precisão – estou aqui para selecionar papéis. [....] (SABINO, Fernando. “A mulher do vizinho”.) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 44 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Observe que ao lado da imagem do anúncio há um enunciado parecido com um verbete de di- cionário. Sem dúvida, a intenção do anunciante é vender produtos da marca: embalagens de plás- tico para armazenar alimentos na geladeira. Temos no exemplo duas funções da lingua- gem: a conativa (o anúncio) e a metalinguística (o emprego do “verbete”). Para saber mais D iv ul ga çã o. Mulher Tupperwa- re. [Da sabedoria popular] S.í. A que tem orgulho de ser mulher. Que é ousada e audaciosa. Contemporâ- nea. Vencedora. Que tem objetivos de vida e luta por eles. Sintonizada com o seu tempo. Que rejeita imita- ções. Que aprecia o belo e o prático. De todas as raças. De todas as cores. Exercícios resolvidos Identifique a função da linguagem predomi-1. nante nos textos abaixo Leia. Leia tudo e diariamente.a) Solução ` : Conativa ou apelativa. Observe que o verbo está no imperativo (leia) e o propósito é convencer o leitor da importância da leitura. Quando a chuva cessava e um vento fino b) franzia a tarde tímida e lavada, eu saía a brincar pela calçada, nos meus tempos felizes de menino. Solução ` : Função emotiva ou expressiva e também a fun- ção poética. Observe que verbos e pronomes estão empre- gados na 1.a pessoa (função emotiva). A orga- nização da mensagem em versos e a presença das rimas conferem. O radical metro, de origem grega, sig-c) nifica medida e aparece em palavras que designam instrumentos para medir, como, por exemplo: “termômetro”, “ba- rômetro”, “velocímetro” e outras. Solução ` : Função referencial, uma vez que o propósito é transmitir a informação. No entanto, temos também a função metalinguística. ...após o sinal, deixe a sua mensagem d) ou, então, retorne mais tarde. Solução ` : Função fática. Observe que não há intenção imediata de se estabelecer uma comunicação. Reescreva as frases abaixo e acentue devi-2. damente as palavras, quando necessário. As guerras tem feito muitas vitimas.a) Solução ` : As guerras têm feito muitas vítimas. Os garotos vem a escola porque tem b) vontade. Solução ` : Os garotos vêm à escola porque têm vontade. Não se detem o poder a força.c) Solução ` : Não se detém o poder à força. Os mediocres detem o povo por decreto.d) Solução ` : Os medíocres detém o povo por decreto. Como se detem essa formula?e) Solução ` : Como se detém essa fórmula? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 45 E _E M _1 _L IP _0 0 4 Sempre me magoo com facilidade.f) Solução ` : Sempre me magoo com facilidade. Todos creem em Deus.g) Solução ` : Todos creem em Deus. O garoto viu que a faisca pode queimar.h) Solução ` : O garoto viu que a faísca pode queimar. Não fiz a bainha porque a roupa ficou i) no bau. Solução ` : Não fiz a bainha porque a roupa ficou no baú. Perdoo com facilidade, mas ninguem cre.j) Solução ` : Perdoo com facilidade, mas ninguém crê. Acentue, quando necessário, e justifique.3. Graúna a) Solução ` : “U” tônico de hiato. Cárieb) Solução ` : Paroxítona terminada em ditongo. Essênciac) Solução ` : Paroxítona terminada em ditongo. Dóid) Solução ` : Monossílabo terminado em ditongo aberto “ói”. Anéise) Solução ` : Ditongo aberto “éi”. Baleiaf) Solução ` : não se acentua Melanciag) Solução ` : Não se acentua. Saúvah) Solução ` : “U” tônica de hiato. Anzóisi) Solução ` : Oxítona terminada em ditongo aberto “ói”, se- guido ou não de “s”. Eles contêmj) Solução ` : 3.a pessoa do plural do verbo conter derivado de ter. Exercícios de aplicação Leia o texto e responda às questões:1. Plebiscito Artur Azevedo A cena passa-se em 1890. A família está toda reunida na sala de jantar. O senhor Rodrigues palita os dentes, re- pimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade. Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga. Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 46 E _E M _1 _L IP _0 0 4 cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias. Silêncio. De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta: – Papai, o que é plebiscito? O senhor Rodrigues fecha os olhos ime- diatamente para fingir que dorme. – Papai? Pausa: – Papai? Dona Bernardina intervém: – Ó “seu” Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar que lhe faz mal. O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos. – Que é? Que desejam vocês? – Eu queria que o papai me dissesse o que é plebiscito. – Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer 12 anos e não sabes ainda o que é plebiscito. – Se eu soubesse não perguntava. O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola: – Senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito! – Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei. – Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito? – Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito. – Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante. – A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga! ... – A senhora o que quer é enfezar-me! – Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário. Você falou, falou, e o menino ficou sem saber! – Proletário, acudiu o senhor Rodrigues, é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado. – Sim, agora sabe por que foi ao dicio- nário; mas dou-lhe um doce se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira! – Que gostinho tem a senhora em tornar- me ridículo na presença destas crianças. – Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: – Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o dicionário, meu filho. O senhor Rodrigues ergueu-se de um ímpeto e brada: – Mas se eu sei! – Pois se sabe, diga! – Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo! E o senhor Rodrigues, exasperadíssi- mo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta. No quarto havia o que mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário... A menina toma a palavra: – Coitado do papai! Zangou-se logo de- pois do jantar!
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