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FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 1 Neoplasias Pulmonares 1. LÂMINA DE TRAQUEIA – epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. Musculatura lisa com pouca capacidade contrátil + glândula submucosa 2. Epitélio de revestimento com células caliciformes + glândulas submucosas produzindo muco 3. LÂMINA DE BRONQUIOLOS PRIMARIOS: ao lado do alvéolo 4. BRONQUIOLO TERMINAIS E RESPIRATORIOS – sua diferença será a camada muscular. Não a musculo no alvéolo para não dificultar a troca. Ocorre aqui grande parte das neoplasias pulmonares, de 90-95% serão neoplasias de padrão carcinoides adenocarcioma e carcinoma epitedermoide FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 2 O câncer de pulmão ocorre mais frequente entre as idades de 40 e 70 anos, com uma incidência máxima na faixa etária de 50 a 60 anos. O prognostico para indivíduos diagnosticados com câncer de pulmão é desanimador. Surge pelo acúmulo gradual de anormalidades genéticas que transformam o epitélio brônquico benigno em um tecido neoplásico. Etiologia para Neoplasias de Pulmão - Em 85%-90% dos casos o agente etiológico é o TABACO. - Estudos retrospectivos - associação da frequência do câncer de pulmão com: - Quantidade diária de cigarros - Tendência em tragar (inalar) - Duração do hábito Tabagismo e Neoplasias de Pulmão: Evidências - O risco é 60x maior entre fumantes pesados habituais (2 maços/dia por 20 anos) comparado com não fumantes - Apenas 11% dos tabagistas pesados desenvolvem câncer de pulmão. - As mulheres têm maior suscetibilidade aos carcinógenos da fumaça do tabaco do que os homens - Interrupção do tabagismo por 10 anos: ↓ o risco (não mais aos níveis dos não fumantes). O Papel do Cigarro nas Neoplasias Malignas do Pulmão - Alterações genéticas que antecedem o desenvolvimento do câncer podem persistir por anos no epitélio brônquico de ex-fumantes - Associação com outros carcinomas: boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, colo uterino, rim, fígado, bexiga urinária… Tabagismo Passivo e outras formas: - Não há nível seguro de exposição aos carcinógenos do tabaco. - Estima-se que 3.000 adultos não fumantes morram de câncer pulmonar como resultado da inalação passiva da fumaça do tabaco. - Charutos e cachimbos também aumentam o risco (em proporções menores que a fumaça de cigarros). Outros Fatores de Risco: - A radiação ionizante em altas doses é carcinogênica: O risco aumenta com a quantidade e duração do tabagismo Carcinoma in situ – ainda não ultrapassaou a membrana basal. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 3 © explosões das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki © desastre de Chernobyl. - Urânio: mineradores de urânio não fumantes: 4x risco, se mineradores fumantes: 10x/risco - Asbestos também aumenta os riscos de desenvolvimento do câncer de pulmão. © Latência antes do desenvolvimento de câncer de pulmão é de 10 a 30 anos. © se não fumam: 5x/risco. © Se fumam: 55x/risco Genética no câncer de Pulmão CARCINOMA EPIDERMÓIDE - Exposição à fumaça do tabaco - Deleções 3p, 9p (local do gene CDKN2A) e 17p (local do gene TP53) - Perda de expressão do gene supressor de tumor do retinoblastoma (RB) CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS - Associação mais forte com o tabagismo - Perda de função envolvendo o TP53, RB, deleções no cromossomo 3p - Amplificação dos genes da família MYC. - Mais comum no gênero masculino e constitui cerca de 13% dos tumores malignos do pulmão. - A neoplasia é altamente maligna e a que tem o pior prognóstico entre os tumores pulmonares. Ao diagnóstico, frequentemente já existem metástases linfonodais e na medula óssea. O tumor pode produzir e secretar ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos e hormônio de crescimento, resultando em diversas manifestações paraneoplásicas. ADENOCARCINOMA - Mutações com ganho de função oncogênicas: receptores do fator de crescimento. - EGFR, ALK, ROS, MET e RET, KRAS. – Mutação dos proto-oncogenos. Quais são as Manifestações Clínicas Importantes? Assintomático Sintomas mais comuns e vários meses de duração: – Tosse (75%): © Sempre investigar: >3 semanas, fumante, idosos. © Principalmente em tumores centrais. – Perda de peso (40%) – Dor torácica (40%) © Causas: Acometimento de pleura –Dispneia (20%) –Hemoptise (escarro com sangue – sinal de alerta) © 20-50% ao diagnóstico © Sinal de alerta © Principalmente tumores centrais –Descoberto pela disseminação secundária Origens Prováveis para as Neoplasias de pulmão - Periferia do pulmão (muito frequentemente em adenocarcinomas) - Região central/hilar (geralmente carcinomas de células escamosas) - Às vezes associados a lesões precursoras reconhecíveis. 1. presença de enfisema (ar no pulmão) Ciclinas faz o ciclo ciclar. - Cigarro inativa a ligação da cilcina com seu antagonista, resultando em uma ativação da proliferação. Faz mutação do p53, perda da expressão do gene RB. Fator de transcrição haverá ganho de função Alterações genéticas nas células pulmonares, que se acumulam e, eventualmente, provocam o fenótipo neoplásico. Os oncogenes dominantes, que frequentemente estão envolvidos no câncer de pulmão, incluem c-MYC, KRAS, EGFR, c-MET e c-KIT. Os genes supressores de tumor comumente deletados ou inativados incluem p53, RB1,p16(INK4a) e múltiplos lócus no cromossomo 3p.Dos vários genes associados a câncer, C-KIT (40-70%), MYCN e MYCL (20-30%), p53 (90%), 3p (100%), RB (90%) e BCL2 (75-90%) são os mais comumente envolvidos no carcinoma de pulmão de células pequenas. Em comparação, EGFR (25%), KRAS (10-15%), p53 (50%), p16INK4a (70%) são os mais comumente afetados no carcinoma de pulmão de células não pequenas. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 4 Tipos Histológicos das Neoplasias de Pulmão e Epidemiologia Adenocarcinoma (38%) Carcinoma de células escamosas (20%) Carcinoma de pequenas células (14%) Carcinoma de grandes células (3%) Outros (25%) Características Morfológicas Macroscópicas e Microscópicas do Adenocarcinoma e do Carcinoma Epidermóide de Pulmão - Adenocarcinoma © Neoplasia epitelial maligna invasivo com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais; © Neoplasia pulmonar mais prevalente e menor associação ao tabagismo; © Acomete preferencialmente mulheres e em não fumantes; © Variam histologicamente de tumores bem diferenciados com elementos glandulares óbvios a lesões papilares que lembram outros carcinomas papilares e até massas sólidas com glândulas e células produtoras de mucina apenas ocasionais. A maioria é positiva para o fator 1 FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 5 de transcrição de tireoide-1 (TTF-1) e aproximadamente 80% contêm mucina. Na periferia do tumor, frequentemente existe um padrão de disseminação broncoalveolar. © Crescem mais lentamente que os carcinomas de células escamosas, porém tendem a apresentar metástases amplas e mais precoces. © Origina-se de células de Clara e pneumócitos do tipo II © Localização periférica predominante (muitas vezes envolve a pleura visceral) © Padrão mucinoso ou não mucinoso © Disseminação hematogênica e linfonodal precoces. © Mutações KRAS ocorrem primariamente em adenocar- cinomas e são observadas com frequência muito menor em não fumantes (5%) que em fumantes (30%). Muta- ções e inativação de p53, RB1 e p16 apresentam a mesma frequência no adenocarcinoma que no carcinoma de células escamosas. Padrões de Crescimento do Adenocarcinoma de Pulmão © Lepídico: células neoplásicas que revestem o revestimento alveolar, sem rupturas / complexidade arquitetônicas e sem invasão linfovascular e / ou pleural. Espaço branco – era o espaço alveolar; células neoplasias estão contornando o septo alveolar em todas as áreas contorndas por células neoplásicas – padrão caminhante de células alveolares. © Papilar: núcleos fibrovascularesverdadeiros revestidos por células tumorais que substituem o revestimento alveolar. Fica + na periferia do pulmão, associado a necrose e há colágeno (desmoplasia). FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 6 © Micropapilar: projeções mal definidas, sem núcleo fibrovascular. © Acinar: formação glandular. Parede que esta formando glândula © Sólido: lençóis e nichos sólidos de tumor - Forma padrão de papila, há colágeno FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 7 Análise Molecular e Imunohistoquímica Lesões Precursora © Hiperplasia adenomatosa atípica é uma pequena lesão (≤ 5 mm). © Pneumócitos displásicos revestindo paredes alveolares que são levemente fibróticas. © Única ou múltipla. © Comum em homens e fortemente associado ao tabagismo. © Podem ser precedidos pelas lesões precursoras. • metaplasia escamosa ou displasia do epitélio brônquico • Carcinoma in situ (pode durar vários anos) • Esfregaços citológicos do escarro, lavados broncoalveolares ou escovados brônquicos – identificáveis • Lesão assintomática e não detectável em radiografias. Correlação → intensidade da exposição X gravidade das alterações epiteliais Alterações histológicas sequenciais no epitélio respiratório de fumantes habituais FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 8 Carcinoma Epiermóide © Homens, associação com tabagismo © Carcinoma de células escamosas invasivo: o Crescer de forma exofítica dentro da luz brônquica, produzindo uma massa intraluminal. o Obstrução do brônquio - atelectasia distal e infecções. o Penetrar nas paredes dos brônquios e infiltrar o tecido peribrônquico atingindo a carina ou o mediastino. © Produzir massa intraparenquimatosa em forma de couve-flor, que empurra a substância pulmonar à sua frente. © Tecido neoplásico é branco-acinzentado, firme a endurecido. © Tumores são volumosos: as áreas focais de hemorragia ou necrose podem parecer produzir um pontilhado vermelho ou amarelo- esbranquiçado © Tecido neoplásico é branco-acinzentado, firme a endurecido. © Tumores são volumosos: as áreas focais de hemorragia ou necrose podem parecer produzir um pontilhado vermelho ou amarelo-esbranquiçado © Diferenciação epidermóide (escamosa) © Queratinização e/ou pontes intercelulares. Lesões precursoras de carcinomas de células escamosas. Algumas destas alterações mais precoces (e “leves”) no epitélio respiratório lesado pelo fumo incluem hiperplasia de células caliciformes (A), hiperplasia de célula basais (ou células de reserva) (B) e metaplasia escamosa (C). Alterações mais sombrias incluem o aparecimento de displasia escamosa (D), caracterizada pela presença de um epitélio escamoso desordenado, com perda da polaridade nuclear, hipercromasia nuclear, pleomorfismo e figuras mitóticas. A displasia escamosa pode, por sua vez, progredir pelos estágios de displasia leve, moderada e severa. O carcinoma in situ (CIS) (E) corresponde ao estágio que precede imediatamente o carcinoma escamoso invasivo (F) e, com exceção da ausência de ruptura de membrana basal no CIS, os aspectos citológicos são semelhantes aos do carcinoma franco. Se não tratado, o CIS eventualmente progredirá para câncer invasivo. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 9 © Pérolas córneas ou células individuais com citoplasma denso e acentuadamente eosinófilo o ○ Tumores bem diferenciados, são facilmente vistos o ○ Menos vistos nos tumores moderadamente diferenciados o ○ Focalmente nos tumores pouco diferenciados. © A atividade mitótica é maior nos tumores pouco diferenciados. © Metaplasia escamosa, displasia epitelial e focos de carcinoma in situ franco: vistos no epitélio brônquico adjacente à massa tumoral FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 10 Análise Molecular e Imunohistoquimica Estadiamento TNM Aplicativo: Lung cancer (AJCC 8a Edição) © TNM (tumor/linfonodo/metástase distante) © Estágio geral de classificação FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 11 Síndrome Paraneoplásica © Hormônio antidiurético (ADH, do inglês, antidiuretic hormone): hiponatremia decorrente de secreção inapropriada de ADH. © Hormônio adrenocorticotrófico: síndrome de Cushing. © Paratormônio:, peptídio relacionado ao hormônio da paratireoide, prostaglandina e citocinas: hipercalcemia. © Calcitonina: hipocalcemia. © Gonadotrofinas: ginecomastia. © Síndrome de Trousseau: produtor de fatores de coagulação. © Síndrome de Eaton-Lambert: distúrbio neuromuscular causado por anticorpos contra os canais de cálcio pré- sinápticos, inibindo a liberação de acetilcolina. © Compressão da VCS – estase sanguíneo © Veias cervicais e torácicas dilatadas © Edema facial © Edema de membros superiores © Dispneia © Edema cerebral © Dores de cabeça © Confusão mental © Manifestações endócrinas. Por desrepressão de certos genes, células tumorais passam a produzir hormônios não sintetizados no órgão de origem do tumor. Por esse motivo, fala-se em produção ectópica de hormônios. Os exemplos mais conhecidos são: • Síndrome de Cushing. Aparece em alguns tipos de câncer, principalmente carcinoma de pequenas células do pulmão. Nesses casos, as células tumorais produzem FISIOPATO 16.04.2020 Aula 23 12 ACTH ou peptídeos com atividade biológica semelhante, o que resulta em estimulação excessiva da cortical da suprarrenal. • Hipercalcemia. Como manifestação paraneoplásica, é devida à produção de substâncias químicas com ação biológica semelhante à do paratormônio. Com isso, há reabsorção óssea excessiva e aumento do cálcio na circulação. O TGF-α, produzido por certos tumores, também é implicado na hipercalcemia, pois in vitro é capaz de estimular osteoclastos. O carcinoma de células escamosas do pulmão é o câncer mais associado a hipercalcemia. Por outro lado, metástases ósseas podem resultar em hipercalcemia por causa da osteólise que provocam. © Manifestações hematológicas. Alguns tumores (hepatocarcinoma, hemangioblastoma do cerebelo, leiomioma uterino etc.) podem produzir eritropoetina e, consequentemente, eritrocitose. Mais importante, porém, é a anemia que acompanha muitos cânceres. Algumas vezes, há causas aparentes (destruição medular por infiltração neoplásica, carência nutricional relacionada com caquexia, perdas sanguíneas por hemorragias etc.), mas em muitos casos não se consegue estabelecer um fator causal para a anemia. Nestes últimos, anemia constitui manifestação paraneoplásica. Outra alteração hematológica é o estado de hipercoagulabilidade encontrado em pessoas com câncer. Células neoplásicas ou produtos de sua destruição contêm fatores pró-coagulantes que favorecem a formação de trombos. Aliás, trombose associada a câncer é manifestação clínica frequente e pode apresentar-se em forma de coagulação intravascular disseminada, endocardite trombótica abacteriana (ou marasmática, pelo estado de deficiência nutricional grave do paciente) ou tromboflebite migratória. Esta última é conhecida como síndrome de Trousseau e manifesta-se principalmente em pacientes com carcinoma pancreático ou pulmonar. © Manifestações neuromusculares. Podem surgir sinais e sintomas de degeneração cerebelar, demência, neuropatia periférica e manifestações semelhantes às da polimiosite e miastenia gravis. Os mecanismos responsáveis por esses quadros são desconhecidos. © Outras manifestações. Dedos em baqueta de tambor e osteoartropatia hipertrófica aparecem em alguns cânceres, principalmente broncopulmonar. Acantose nigricante é lesão caracterizada por hiperceratose e hiperpigmentação cutânea; pode apresentar-se como doença genética, que é rara, ou, mais frequentemente, como manifestação paraneoplásica; algumas vezes, manifesta-se antes mesmo do diagnóstico da neoplasia. Neoplasia de pequenas células – Oat Cell Carcinoma © forte associação ao tabagismo © Acomete preferencialmente homens ©Diferenciação neuroendócrina © Localização central © Apresenta o pior prognóstico entre as neoplasias pulmonares © Rápida disseminação com metástases linfonodais e na medula óssea (frequentemente ao diagnóstico).
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