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Sociedades Despersonificadas

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR SANTA BÁRBARA 
DIREITO 
 
 
PATRÍCIA SILVEIRA DE ALMEIDA 
ROBERTO CARLOS MOTA JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Empresarial II: Das Sociedades Não Personificadas na Atualidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TATUÍ/SP 
2020 
PATRÍCIA SILVEIRA DE ALMEIDA 
ROBERTO CARLOS MOTA JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Empresarial II: Das Sociedades Não Personificadas na Atualidade 
 
 
 
 
 
Trabalho Acadêmico apresentado à 
Prof.ª Esp. Mirella Franchini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TATUÍ/SP 
2020 
SUMÁRIO 
 
 
• DAS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS NA ATUALIDADE.......01 
 
• Sociedade em Comum 
• Sociedade em Conta de Participação............................................02 
 
• SOCIEDADES PRATICAMENTE EM DESUSO EM NOSSO PAÍS 
DEVIDO À NOSSA REALIDADE ATUAL..............................................11 
 
• REFERÊNCIAS......................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
DAS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS NA ATUALIDADE 
 
Com relação às Sociedades Despersonificadas, também chamadas de 
sociedades de fato, irregulares ou de sociedades informais, pode-se dizer, de 
forma sintetizada, que são àquelas que não possuem personalidade jurídica, 
pelo fato de não possuírem registro na Junta Comercial, ou no Cartório de 
Registros de Pessoa Jurídica, tendo em vista que de acordo com o artigo 985 do 
Código Civil nos diz que a personalidade jurídica se inicia com o registro, ou seja, 
os sócios somente constituíram/assinaram a constituição de tal sociedade. A 
sociedade existe entre os sócios, mas não existe formalmente perante terceiros, 
justamente por não possuir registro nos órgãos competentes. 
 
Art. 985. “A sociedade adquire personalidade 
jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma 
da lei, dos seus atos constitutivos”. 
 
A existência da sociedade perante terceiros poderá ser provada pelos 
sócios somente ao mostrar um contrato social escrito, porém os terceiros em 
caso de uma ação em que queiram propor contra a sociedade, poderão estes 
provar a sua existência através de qualquer maneira, é o que dispõe o artigo 987 
do Código Civil. 
A Sociedade em Comum não possui capital social, mas sim um 
patrimônio “especial” que os sócios investiram, sendo assim a responsabilidade 
dos sócios enquanto a mesma não for levada a registro, constitui-se ilimitada e 
solidária, podendo assim qualquer um dos sócios responder integralmente pela 
dívida da sociedade. Cabe dizer, que a finalidade é o exercício da atividade 
empresarial, de modo que seus resultados, serão divididos entre os membros da 
sociedade. Geralmente tal tipo de sociedade é transitória, até que ocorra o 
registro na Junta Comercial, assim como também existem sociedades que 
perduram por anos suas atividades, na condição de despersonificada. 
De acordo com nosso Código Civil vigente, existem dois tipos de 
sociedade no grupo das “não personificadas”, sendo a Sociedade em Comum e 
a Sociedade em conta de Participação. As características da Sociedade em 
2 
 
Comum, estão elencadas a partir do artigo 986 ao artigo 990 do Código Civil de 
2002. 
 
Art. 986. “Enquanto não inscritos os atos 
constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por 
ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, 
observadas, subsidiariamente e no que com ele forem 
compatíveis, as normas da sociedade simples. ” 
 
Art. 987. “Os sócios, nas relações entre si ou 
com terceiros, somente por escrito podem provar a 
existência da sociedade, mas os terceiros podem 
prova-la de qualquer modo”. 
 
Art. 988. “Os bens e dívidas sociais constituem 
patrimônio especial, do qual os sócios são titulares 
em comum. ” 
 
Art. 989. “Os bens sociais respondem pelos 
atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, 
salvo pacto expresso limitativo de poderes, que 
somente terá eficácia contra o terceiro que conheça 
ou deva conhecer. ” 
 
Art. 990. “Todos os sócios respondem solidária 
e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído 
do benefício de ordem, previsto no artigo 1.024, 
aquele que contratou pela sociedade. ” 
 
A Sociedade em Conta de Participação: Configura-se quando existe 
uma pessoa física ou jurídica, que exerce uma atividade que já é conhecida, e 
tal pessoa necessita de um investimento, porém o investidor não quer aparecer 
perante terceiros; somente quer investir. 
3 
 
Por exemplo: Maria é microempreendedora de uma loja que fabrica roupas sob 
medida para cachorros e gatos, e sua atividade cresceu notavelmente dentro de 
poucos meses, e ela precisa de recursos para continuar a produzir as roupas. 
Uma terceira pessoa, conhecedora da evolução de sua atividade, direciona-se 
para Maria e diz querer investir/ contribuir com seu negócio, desde que terceiros 
não fiquem sabendo a respeito de tal investimento, e desde que também não 
necessite se tornar sócio. 
Na situação exemplificada acima, somente Maria irá aparecer e usar o 
investimento advindo da terceira pessoa, que não possui registro na Junta 
Comercial, ou no Cartório de Pessoas Jurídicas; enfim, não possui nenhum tipo 
de registro. Contudo, é necessário garantir uma certa formalidade na relação 
entre as partes, então será tal ato registrado perante o Cartório de Títulos e 
Documentos. Nesta Sociedade então, existem dois tipos de sócios, sendo eles 
o Sócio Ostensivo, que no exemplo seria a Maria, que é a pessoa que aparece 
no negócio e que contratou com a terceira pessoa, e de outro lado, o Sócio 
Participante, que não desempenha o objeto social em si, porém, somente entra 
com o investimento. 
Tal sociedade é disciplinada pelos artigos 991 ao 996 do Código Civil do 
ano de 2002. 
Art. 991. “Na sociedade em conta de 
participação, a atividade constitutiva do objeto social 
é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu 
nome individual e sob sua própria e exclusiva 
responsabilidade, participando os demais dos 
resultados correspondentes. 
Parágrafo Único: Obriga-se perante terceiros tão 
somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante 
este, o sócio participante, nos termos do contrato 
social. ” 
 
Art. 992: “A constituição da sociedade em 
conta de participação independe de qualquer 
formalidade e pode provar-se por todos os meios de 
direito. ” 
4 
 
 
Art. 993: “O contrato social produz efeito 
somente entre os sócios, e a eventual inscrição de 
seu instrumento em qualquer registro não confere 
personalidade jurídica à sociedade. 
Parágrafo Único: Sem prejuízo do direito de fiscalizar 
a gestão dos negócios sociais, o sócio participante 
não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo 
com terceiros, sob pena de responder solidariamente 
com este pelas obrigações em que intervier. ” 
 
Art. 994. “A contribuição do sócio participante 
constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio 
especial, objeto da conta de participação relativa aos 
negócios sociais. ” 
 
Inciso I - A especialização patrimonial somente 
produz efeitos em relação aos sócios. 
 
Inciso II - A falência do sócio ostensivo acarreta a 
dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva 
conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário. 
 
Inciso III - Falindo o sócio participante, o contrato 
social fica sujeito às normas que regulam os efeitos 
da falência nos contratos bilaterais do falido. 
 
Art. 995. “Salvo estipulação em contrário, o 
sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o 
consentimento expresso dos demais. ” 
 
Art. 996. “Aplica-se à solidariedade em conta 
de participação, subsidiariamente e no que com ela 
for compatível, o disposto para a sociedade simples,5 
 
e a sua liquidação, rege-se pelas normas relativas à 
prestação de contas, na forma da lei processual. ” 
Parágrafo Único: Havendo mais de um sócio 
ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e 
julgadas no mesmo processo. ” 
 
Para frisar a respeito do assunto, cabe citar um trecho da obra do 
doutrinador Ricardo Fiuzza, a respeito do artigo 991 do Código Civil: 
 
“A sociedade em conta de participação é uma 
espécie de sociedade não personificada, classificada 
como sociedade empresária, que perante terceiros 
que com ela contratam, somente aparece o sócio 
ostensivo, que pode ser uma pessoa física ou jurídica, 
assumindo em seu nome todas as obrigações 
contraídas em razão da execução do objeto mercantil 
a que se destina. Os demais sócios, denominados 
sócios ocultos, não aparecem perante terceiros, mas 
exercem direitos perante o sócio ostensivo, que 
deverá prestar contas de suas atividades e dividir com 
estes os resultados da exploração empresarial”. 
 
E após exposto os dois modelos de Sociedades não Personificadas, 
importa dizer que a Sociedade em Comum caso seja registrada, esta passará a 
ter personalidade jurídica, ao contrário do que ocorre com a Sociedade em 
Conta de Participação, que jamais poderá adquirir personalidade jurídica, 
mesmo que seu contrato seja levado à registro. 
De acordo com o doutrinador Tarcísio Teixeira, em seu livro de Direito 
Empresarial Sistematizado 7ª edição: 
 
“O empresário e as sociedades irregulares ou 
informais, não podem gozar dos direitos que são 
assegurados por lei ao empresário e à sociedade 
regularizada, como a recuperação de empresas, 
6 
 
autofalência, uso dos livros como prova e etc. No caso 
de sociedade empresária, não haverá a separação 
patrimonial quanto aos bens da empresa e dos 
sócios, nem a limitação da responsabilidade dos 
sócios pelo valor das respectivas quotas. ” 
 
Ainda segundo o doutrinador Tarcísio Teixeira, e para reforçar o tema tratado 
neste presente trabalho: tratando-se de sociedade, a doutrina considera 
Sociedade Irregular, quando existe um contrato escrito, mas não foi registrado. 
E quanto à sociedade de fato, nem sequer existe um contrato escrito, e sim 
apenas um acordo verbal entre os sócios. 
Em matéria de responsabilidade, é importante lembrar que “solidária”, 
significa uma responsabilidade mútua entre os sócios, respondendo 
concomitantemente sócios e sociedade. Difere, portanto, da “responsabilidade 
subsidiária”, em que a responsabilidade do sócio, é uma espécie de garantia 
acessória, ou seja, o sócio responderá apenas quando a sociedade não tiver 
bens suficientes para fazer frente ao total da dívida. Contudo, quem desenvolve 
atividade empresarial de modo irregular, informal ou de fato, tem todos os 
deveres inerentes às empresas regulares (por exemplo, as obrigações 
tributárias, previdenciárias e trabalhistas, mas não goza dos direitos inerentes à 
estas (como a recuperação de empresas, a autofalência, o direito de requerer 
falência de outra empresa, o uso da escrituração contábil como prova). 
 
Cabe trazer à tona também, a visão de Fábio Ulhoa Coelho encontrada em seu 
Livro de Curso de Direito Comercial, volume 1, Direito de Empresa: 
 
“A falta de registro na Junta Comercial importa, 
também, a aplicação de sanções de natureza fiscal e 
administrativa. Assim, o descumprimento da 
obrigação comercial acarretará a impossibilidade de 
inscrição da pessoa jurídica no Cadastro de Pessoas 
Jurídicas (CNPJ), e nos cadastros estaduais e 
municipais; também impossibilitará a matrícula do 
empresário no Instituto Nacional da Seguridade 
7 
 
Social. Aliás, são simultâneos o Registro na Junta e a 
matrícula no INSS (Lei n. 8.212/92, art. 49, I). A falta 
do CNPJ, inclusive, além de dar ensejar à incidência 
de multa pela inobservância da obrigação tributária 
instrumental, impede o empresário de entabular 
negócios regulares; sua atividade fica forçosamente 
restrita ao universo da economia informal. ” 
 
Retornando a explanar pessoalmente a respeito do assunto, tais 
sociedades, ao contrário do que se possa parecer, em algumas situações trazem 
sim grande utilidade para os sócios. Muitas pessoas ouvem sobre a existência 
das sociedades que não possuem o atributo da personalidade jurídica, e 
questionam se poderia ser pertinente a alguém, por não conseguirem ver 
vantagem na criação da citada sociedade. De fato, o atributo da Personalidade 
Jurídica é muito necessário para o negócio que será desenvolvido, mas nem 
sempre assim se configura. Pode ser, que no caso concreto, os sócios possuam 
outras necessidades prioritárias e um dos modelos apresentados pode acabar 
sendo muito mais útil, dependendo da situação, como por exemplo, quando a 
sociedade não irá trabalhar com um nível muito alto de despesas ou de débitos, 
de modo que seus sócios, não terão que se preocupar, se a responsabilidade 
daqueles débitos, serão “estendidos” a seus patrimônios pessoais, pois 
classificam-se como baixos. Basta aplicar uma quantia de patrimônio que se 
configure como suficiente para suprir necessidades básicas da sociedade e 
também para atender possíveis demandas futuras, não necessitando passar 
nem se enquadrar nos seguintes “requisitos”: 
 
MEI – Microempreendedor individual, que deve faturar até R$ 81.000,00 
(oitenta e um mil reais) por ano, e não pode ser sócio de outra empresa, bem 
como pode ter apenas um funcionário; 
ME – Microempresa, que deverá ter um faturamento de até R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil) ao ano; 
EPP – Empresa de Pequeno Porte, devem faturar de 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil) a 4,8 milhões; 
8 
 
EI – Empresa Individual, ou Empresário Individual, no qual todo o patrimônio 
da pessoa física, está ligada a pessoa jurídica; 
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, para sua 
abertura, será necessário declarar no mínimo 100 (cem) salários mínimos 
nacionais. 
Os conteúdos expostos até o momento, como é óbvio, trata-se de uma 
natureza de sociedade, mesmo não tendo personalidade jurídica, por motivos 
acima expostos; perante tal assunto insta listar a origem e evolução histórica do 
direito empresarial, de acordo com o Livro Sistematizado de Direito Empresarial, 
nas palavras de Levin Goldschmidt: 
 “O desenvolvimento do conceito de 
propriedade individual foi fundamental para o 
intercâmbio de bens, especialmente dos bens 
móveis; isso desde os tempos primitivos. Toda 
circulação de mercadorias na fase inicial é o comércio 
de troca, um comércio realizado por andarilhos 
(comércio de rua), em que a negociação se dá por 
conta própria. Mas aos poucos foi aparecendo a 
mercadoria intermediária, o dinheiro, e do natural 
negócio de troca foi-se formando o comércio de 
compra, certamente pela primeira vez no tráfico 
internacional. ” 
 
Ainda nas palavras de Goldschmidt: 
 “Obviamente que a troca de bens era pequena 
nos tempos primitivos entre os membros da mesma 
comunidade. O seu crescimento e a sua regularidade 
se deram em razão da intervenção do intermediário 
(comerciante estrangeiro), o qual excitava e satisfazia 
o sentido estético de pessoas, o que implicava novas 
necessidades, consequentemente levando as 
pessoas a importarem bens desejados (jóias, armas, 
metais, ferramentas, vinho, licor e etc.) e exportarem 
9 
 
bens superabundantes. Assim, o comerciante que 
vinha de outro lugar poderia ser ao mesmo tempo 
bem-vindo e odiado, pois muitas vezes era tido como 
esperto enganador. Aos poucos o comércio foi se 
fixando fisicamente, normalmente nas praças das 
cidades (comércio estável), adicionado ao comércio 
ambulante (de rua). Mais tarde, em muitas 
localidades, os estabelecimentos físicos tornaram-se 
predominantes, entretanto, ainda hoje, em alguns 
países (como na África e Ásia), o comerciante 
nômade, desempenha um papel extremamente 
relevante. Também gradualmente avenda de bens a 
granel (soltos) foi crescendo, mas somente com o 
desenvolvimento da venda por atacado é que a 
atividade do comerciante passou a ser tida como uma 
profissão. ” 
 
Goldschmidt, também defende que: 
“Há notícias de institutos de Direito Comercial 
no Código de Hammurabi (1772 a.C.) como o contrato 
de sociedade e o empréstimo a juros. Durante o 
império Romano não havia tratamento jurídico 
específico para o tráfico mercantil (comércio). Os 
grandes juristas-historiadores afirmam que a 
disciplina do Direito Comercial em Roma estava 
submetida às regras do direito privado comum (Direito 
Civil). 
A ausência de normas específicas para o 
comércio foi determinante para a progressiva 
elaboração de um corpo de regras que mais tarde 
caracterizaria o Direito Comercial como ramo do 
Direito. 
10 
 
Com o fim do Império Romano, o Direito 
Canônico não deixou incorporar às suas normas, 
algumas das medidas comerciais, como a cobrança 
de juros (a Igreja considerava que o dinheiro era 
estéril, logo não podia ter filhos – juros). Para superar 
os impedimentos, os comerciantes desenvolveram 
técnicas negociais complexas e institutos, como a 
letra de câmbio, para a busca de crédito. 
Assim, os comerciantes conseguiram vencer a 
ausência de normas dos ordenamentos jurídicos 
influenciados pelo Direito Romano. Também 
superaram as restrições do Direito Canônico, já que a 
partir daí o comércio passou a ter mais oportunidades, 
do ponto de vista jurídico, para seu desenvolvimento.” 
 
Por fim, as sociedades despersonificadas na maioria dos casos, exercem 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou 
serviços que se configuram de pequeno porte, não sendo necessário natureza 
jurídica. Podemos entender também que, o Código Civil disciplinou as normas 
para que da melhor forma fossem reguladas as Sociedades Despersonificadas, 
pois enquanto uma empresa ainda está em formação, e como se sabe na maioria 
dos casos de quando alguém deseja constituir uma sociedade, existe uma certa 
distância entre o momento em que se resolve constituir a sociedade até o 
momento em que ela está devidamente registrada nos órgãos competentes, por 
isso fazemos jus às normas que regulamentam e organizam as sociedades 
nesse lapso temporal que temos de enfrentar ao constituirmos uma sociedade. 
Com relação à nossa opinião, somos a favor das Sociedades 
Despersonificadas, até pela desburocratização a qual elas acabam possuindo, 
porém destacamos que o seu registro é de suma importância para que conforme 
os lucros das sociedades com o passar do tempo vão aumentando, o registro 
nos respectivos órgãos competentes seja realizado, visto que normalmente tal 
situação é temporária. 
 
11 
 
SOCIEDADES PRATICAMENTE EM DESUSO EM NOSSO PAÍS 
DEVIDO À NOSSA REALIDADE ATUAL 
 
Com relação ao fim das empresas individuais em nosso país, tendo em 
vista que uma empresa quando é constituída, visa trazer lucros para si mesmo 
e também benefícios econômicos e sociais, gerando rendas para várias famílias, 
municípios, Estados, etc. As empresas individuais, sempre foram utilizadas para 
pessoas que querem empreender no comércio ou na própria prestação de 
serviços, porém não possuem sócios, sendo elas obrigadas a colocarem no ato 
de constituição, um “sócio laranja” o qual possui geralmente 1% do capital social 
da empresa, o empresário responde com os seus próprios bens pessoais e o 
empresário individual acaba sendo prejudicado. Sendo assim, é um pouco 
provável que as Empresas Individuais no geral, acabem em desuso por não 
estarem se enquadrando muito com a nossa realidade social atual. 
Devido ao surgimento da Sociedade Limitada e sendo esta considerada 
hoje uma das melhores formas para que as pequenas e médias empresas 
exerçam suas atividades, as Sociedades em Nome Coletivo e Sociedades em 
Comandita Simples acabaram caindo praticamente em desuso. As Sociedades 
em Nome Coletivo, possui previsão no Código Civil do artigo 1.039 ao 1.044, 
consiste em, todos os sócios responderem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais podendo também os sócios limitarem tal responsabilidade, 
sendo assim, tal sociedade tendo seus patrimônios esgotados, os credores 
podem requerer os patrimônios pessoais dos sócios, além de que, se os 
credores optarem, podem escolher somente um dos sócios e requerer deste, a 
totalidade de toda a dívida, sendo esses os motivos pelos quais as sociedades 
têm caído em desuso. 
Já com relação às Sociedades em Comandita Simples, está prevista no 
Código Civil nos artigos 1.045 a 1.051 sendo um tipo de “sociedade mista”, onde 
há dois tipos de sócios, onde possuem responsabilidades diferentes sobre a 
sociedade. Nesta sociedade que também caiu em desuso praticamente, há o 
sócio comanditado o qual possui responsabilidade solidária e ilimitada pelas 
obrigações da sociedade, e há também o sócio comanditário, que por sua vez 
tem responsabilidade limitada sobre a sociedade, respondendo assim até o limite 
de sua participação na sociedade. Sendo assim, o sócio comanditado, no caso 
12 
 
de uma ação proposta contra a sociedade, poderá ter todo o seu patrimônio 
pessoal alcançado pelos credores, já o sócio comanditário não pode ter seu 
patrimônio alcançado para quitar as dívidas contraídas pela tal sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS 
 
Código Civil de 2002 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm; 
 
Curso de Direito Empresarial, Vol. 1, 11ª Edição de 2020 - Luis Paulo Sirvinskas; 
 
Livro Sistematizado de Direito Empresarial - Levin Goldschmidt; 
 
Livro de Curso de Direito Comercial, volume 1, Direito de Empresa - Fábio Ulhoa 
Coelho; 
 
Direito Empresarial Sistematizado, 7ª edição - Tarcísio Teixeira; 
 
Direito Empresarial Esquematizado – André Luiz Santa Cruz Ramos (p.235 a 
241, capitulo IV, Direito Societário).

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