Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Inseminação Artificial em Cães Limitações da IA: Método exige mão de obra especializada – para ser feito todo o procedimento de controle da cadela até o momento ideal de fazer a inseminação artificial e o procedimento de inseminação artificial que engloba colheita do sêmen, analise do sêmen, a preparação deste sêmen e a técnica de inseminação é necessário que tenha um médico veterinário especializado, com conhecimento para poder executar a técnica e conseguir bons resultados. Inseminação Artificial → É a operação que tem por finalidade introduzir o sêmen puro ou diluído, nas vias genitais das fêmeas em condições que permitam aos sptzs encontrar o óvulo e fecundá-lo (Mies Filho, 1987) → É o método pelo qual auxiliamos os cães que não conseguem fazer a monta natural a se reproduzirem (Crusco, 2009) Indicações Fêmeas v Erros de manejo – principalmente do proprietário v Inexperiência das fêmeas – onde elas ainda são novas, e não consegue ser feito a monta v Estenose e hiperplasia vaginais – por excesso de estrógeno, sabendo que a fase de período fértil o estrógeno tende estar em níveis elevados. As vezes cadelas que tem um nível elevado de estrógeno elas podem sofrer uma hiperplasia de vagina e de vulva, onde estas partes ficam muito edemaciadas, podendo promover uma estenose, com isso o cachorro (macho) não consegue fazer a penetração pela via vaginal, encontrando dificuldades, assim não acontece o acasalamento. Machos v Inexperiência – quando muito novos v Ausência de libido – por medo da fêmea, ambientes diferentes, presença do dono. v Ejaculação precoce – por ter um libido muito exacerbado, onde ejaculam antes de fazer a penetração no fundo de vagina. v Alterações conformação – tanto do macho quanto da fêmea podem dificultar a côpula. ➢ Alterações comportamentais – é dito para as duas categorias, tanto machos quanto fêmeas, onde animais muito bravos e agressivos podemos encontrar dificuldades de fazer o acasalamento de forma natural. Animais muito medrosos também podem se comportar de uma forma alterada e por medo as vezes não aceitar a monta ➢ Tamanho desproporcional parceiros – havendo dificuldade de executar a cópula. Vantagens ❖ Segurança – tanto para os animais quanto para o proprietário a técnica de inseminação. ❖ Transporte/comercialização sêmen – cada vez mais usado o sêmen refrigerado, assim, sendo uma vantagem de usar sêmen que estejam longe, outros estados. Assim, também é possível um melhor aproveitamento dos reprodutores, podendo dividir a dose e usar em mais cadelas. Pode usar o sêmen refrigerado e o congelado. ❖ Melhor aproveitamento de reprodutores. Sucesso – para ter é necessário avaliar duas coisas: ❖ Viabilidade dos Espermatozóides – usar um sêmen de alta fertilidade, boa qualidade, e que estes espermatozóides no momento da fertilização eles estejam viáveis e isto vai depender do momento que fizer a inseminação porque os espermatozóides tem um tempo de vida dentro do trato reprodutivo da fêmea. E esta fêmea também tem que estar no período fértil no momento que os óvulos já estão na tuba uterina prontos para serem fertilizados. Resumindo, tem que avaliar muito bem o momento que vai ser feito a inseminação na cadela, visando a viabilidade dos espermatozóides e dos óvulos. ❖ Período Fértil das Cadelas Seleção de Reprodutores ❖ Histórico Clínico e Reprodutivo – para escolher os produtores tem que fazer um bom exame de seleção, tanto no macho que vai ser usado como reprodutor, quanto na fêmea no qual queremos fazer um trabalho reprodutivo e tirar filhotes dessa fêmea. Então é muito importante avaliar já no exame clínico e andrológico, fazer um bom exame clinico, e exame clinico reprodutivo – de todos os órgãos reprodutivos (tanto do macho, quanto da fêmea). ❖ Exame Físico – para avaliar se não tem nenhum problema de membros locomotores, principalmente membros posteriores no caso do macho, e é importante avaliar algumas doenças infecciosas, como as citadas abaixo, que são doenças que atrapalham a reprodução, tanto a fertilização, e são causas de aborto. Então seria interessante também fazer uma sorologia nesses animais e também manter estes animais vacinados e vermifugados, com a parte sanitária em dia. ❖ Brucella canis ❖ Leptospirose ❖ Herpesvírus ❖ Exame andrológico – no caso do macho é muito importante, para ver se o animal esta apto para ser utilizado como reprodutor. ❖ Exame ginecológico – e na fêmea para ver se não tem nenhuma patologia e nada que impeça que ela seja utilizada como reprodutora. Colheita do Sêmen ❖ Eletroejaculação – colocado no reto do animal sedado. ❖ Cauda do Epidídimo - Após castração, morte do cão. ❖ Manipulação Digital – a mão posicionada atrás do bulbo do pênis, onde é feita uma massagem neste local para estimulação, e o animal ejacula e o sêmen fica armazenado no bulbo, depois este sêmen começa sair via gotejamento pela uretra e glande do pênis. Cuidado com choque térmico e luz. Ideal ter uma fêmea mansa para utilizar como manequim e facilitar a colheita do sêmen. Quando o bulbo encher devemos posicionar o pênis para trás, imitando o natural quando ocorre a copula na fêmea, assim facilita o escoamento do sêmen pela uretra para dentro do copo coletor. - Sabe-se que para os cães a forma mais utilizada de colheita de sêmen é a manipulação digital, para posteriormente fazer a avaliação do sêmen no laboratório para ser feita a inseminação. Outras formas de colheita de sêmen é a eletroejaculação que é uma técnica mais utilizada em bovinos, mas pode ser utilizada em algumas situações quando pretendemos coletar o sêmen de um animal muito agressivo, que não deixa fazer a colheita por manipulação digital. Nestes casos é necessário sedar o animal e fazer a colheita por eletroejaculação. Outra forma, mas não muito utilizada na rotina é a colheita e o congelamento dos espermatozóides contidos na cauda do epidídimo. Esta é uma técnica utilizada somente em duas situações, ou quando um animal reprodutor muito bom vêm a óbito, assim muito rapidamente podemos castrar este animal retirando o testículo e os epidídimos, levar para um laboratório e fazer a colheita desse sêmen retido na cauda do epidídimo e congelar o sêmen. E uma outra situação é quando vai castrar o animal, sendo assim a ultima chance depois da castração de aproveitamento do sêmen contido na cauda do epidídimo para fazer um congelamento. Análise do Sêmen: ❖ Macroscópica – olhando: ✓ Volume – que o animal ejaculou, visto que o túbulo que usamos já graduado ✓ Cor – se não tem sangue, pus, urina ✓ Odor – também para saber se não tem algo que possa alterar a qualidade desse sêmen ❖ Microscópica ✓ Motilidade/Vigor ✓ Concentração – na câmara de neubauer, saber quantos sptz por ml ✓ Morfologia – analise das patologias espermáticas ✓ Outros – outros exames que achamos que deve ser feito caso ache alguma alteração Colheita do Sêmen 1 fração 0,1 a 2mL 30 a 60 seg 2 fração 0,1 a 4mL 1 a 2 min 3 fração 1 a 25 mL 3 a 35 min - O cão ejacula em três frações: a primeira fração que é o inicio do ejaculado, sai um pouco do liquido já com espermatozoide, é o liquido que sai para limpar a uretra que varia de 0,1-2 ml, que sai nos primeiros 30-60 segundos de coleta, já tem liquido seminal e um pouco de espermatozoide. A segunda fração tem uma coloração mais esbranquiçada, que é a fração que mais tem espermatozoide, sendo a principal fração ela contem de 0,1 a 4 ml (depende do animal e quantidade de liquido seminal ejaculado), e ela vai demorar de 1 a 2 minutos para sair por gotejamento. E a terceira fração não contémmais espermatozóides, contém apenas liquido seminal. Assim, na coleta, quando chega nesta terceira fração, pode retirar o tubo pois não contém mais espermatozóides. Desta forma, é importante analisar as gotinhas que saem do pênis do animal durante a coleta. IMPORTANTE Espermatozóide na tuba uterina ➔ 25 segundos Espermatozóides na tuba uterina ➔ 6 – 12 h Capacitação espermatozóide canino ➔ 7 h - Quando formos proceder a inseminação artificial ou a monta natural, a partir de 25 – 30 segundos, os primeiros espermatozóides já começam chegar na tuba uterina – eles tem uma motilidade e vigor alto, assim rápido penetram no útero, indo em direção a tuba uterina. Porém, a concentração maior de espermatozóides de boa qualidade vai conseguir chegar na tuba uterina no período de 6-12 horas (lembrar que nesse período de 6-12 horas vai ter a capacitação espermática). Lembrando que no cão a capacitação espermática dura em média 7 horas – que vai ter na membrana plasmática dos sptz uma ativação da motilidade e do vigor, assim fiquem aptos a fertilizar os óvulos. Considerações sobre as FÊMEAS Cadela no cio não aceita o macho • Raras cadelas podem aceitar monta fora do período de cio, é uma situação excepcional, mas existem – existem algumas cadelas que mesmo fora do cio aceitam os machos, e esta aceitação não quer dizer que ela esteja no cio ou período fértil. • A cadela pode não estar no momento ideal de aceitação – as vezes a cela esta no cio mas não esta no momento ideal para aceitar, as vezes ela esta no inicio do cio, no proestro. • Existem cadelas (± 10%) que aceitam o macho antes do 9º dia do cio – no proestro, na fase inicial onde a cadela tem o sangramento, e o proestro dura em média 9 dias. Assim alguns criadores contam 9 dias e colocam as cadelas para cobrir do 10 ao 13 dia. Essas cadelas que aceitam o macho antes, elas são mais rápidas, aceitando o macho mesmo tendo sangramento, assim elas chegam no período fértil também mais cedo, e se esperarmos o 10 e 13 dia, as vezes a cadela já ovulou e vamos inseminar ela tarde. • 40% das ♀ aceitam o ♂ entre o 10º e o 13º dia – mas apenas essa porcentagem de cadelas que ciclam desta forma. • 40% aceitam a partir do 13º dia – assim percebemos uma variação fisiológica entre as cadelas, onde umas são mais rápidas, outras tem ciclo médio e outras com ciclo mais longo. Por isto da técnica de IA temos que acompanhar o ciclo da cadela para saber o momento ideal para inseminar. • Levar a cadela entre o 9º e o 13º dia tem 40% de acerto e 60% de erro – porque 40% somente de cadelas que ciclam neste período, onde ao inseminar ou cobrir a cadela não emprenha ou até emprenha dando poucos filhotes. • Alguns proprietários esperam terminar o sangramento acreditando que nesse momento a cadela estará fértil. Grande engano! – porque algumas cadelas tem cio silencioso não mostrando que as vezes esta no período fértil, e tem outras cadelas que sangram até terminar o cio, elas continuam sangrando durante o estro, ovulam e continuam ainda com sangramento. Por isto estes parâmetros apenas de dias e de sangramento não são muito precisos, tendo outras formas mais seguras de saber o momento ideal. • Existem cadelas que tem cio silencioso e não sangram e outras que sangram até poucos dias passado o cio. • Cadelas ou machos submetidos ao estresse podem recusar o acasalamento – por exemplo levar o macho para cobrir na casa da cadela, o animal ser muito apegado com o dono. Assim, a IA é indicada para fazer inseminação destes animais. • O ideal é que o cio da cadela seja acompanhado com citologia vaginal (mudança dos tipos celulares durante as fases do ciclo hormonal) e dosagem hormonal (de progesterona, sabendo que quanto mais próximo das ovulações a progesterona vai aumentando, e pós a ovulação ela aumenta muito, sabendo que é o momento ideal para fazer esta inseminação), para diagnosticar se ela deveria ou não aceitar o macho, uma vez que está no momento ideal para isso – outra forma que pode ser usada também é a ultrassonografia, onde a cadela vai tendo crescimento foliculares, depois vamos ver estes folículos rompendo, ovulando e formando corpos lúteos. Citologia vaginal É um dos métodos que indica em que fase do ciclo estral a cadela se encontra. E estas células vão mudando durante essas fases. A análise e os resultados são imediatos. - Para fazer a citologia podemos usar um especulo vaginal, ou apenas abrir a vagina, usamos uma escova citológica ou também pode ser utilizado um swab. Depois passamos a escova na lâmina para soltar o material, posteriormente quando a lâmina secar, coramos ela no panótico, depois vamos avaliar a lâmina. Momento ideal: lâmina com células superficiais, indicando final do estro, período fértil, e os núcleos são chamados de núcleos fantasmas, ou seja, estes núcleos vão sumindo. Onde as células estão entrando em fase de morte celular, assim percebemos algumas células com núcleo picnótico e outras sem núcleo – que é o momento ideal de fazer a primeira inseminação artificial. ✓ Proestro – fase inicial onde maioria das cadelas estão sangrando, já começa aumento de estrógeno, a vulva e vagina ficam edemaciadas. Nesta fase, as células estarão agrupadas, notando vários tipos celulares diferentes. Mas as células principais de descamação estarão agrupadas, com núcleo mais pigmentado. ASSOCIADA A GRANOLA. ✓ Estro – é a fase onde as células estão se soltando, passando a ser chamadas de células superficiais. Assim, esperamos o final do estro quando estes núcleos vão sumindo (núcleos fantasmas), e quando estes núcleos estiverem sumindo, representa final do estro, e é quando deve ser feita a IA. ASSOCIADA A SUCRILIOS. ✓ Diestro – é pós a cadela ovular, havendo presença de células novas, pequenas, com núcleo proeminente (grandes) – significando que a cadela já ovulou. ASSOCIADO AO OVO FRITO. ✓ Anestro – antes da cadela começar a ciclar, as células ficam todas agrupadas assemelhando a um cacho de uva, com núcleos grandes e proeminentes. ASSOCIADO A FRAMBOESA, AMORA, CACHO DE UVA. TIPOS CELULARES ✓ Células superficiais sem núcleo ✓ Células superficiais núcleo fantasma ✓ Células superficiais com núcleo picnótico ✓ Células intermediárias grandes ✓ Células intermediárias pequenas ✓ Células parabasais ✓ Células basais ✓ Estroma ✓ Hemácias, Leucócitos e Bactérias ➢ Diferenciação e morte celular ➢ Estrógeno - TABELA: mostra que a citologia vaginal vai ser em cima da diferenciação e morte celular. Então conforme a um aumento do nível de estrógeno, ocorre a mudança dos tipos celulares, onde elas fazem a diferenciação e no final ocorre a morte celular. - Proestro: vemos células de estroma, basais, parabasais, intermediárias pequenas e grandes (presença de vários tipos celulares). - Conforme aumenta o estrógeno a cadela entra no... - Estro: vamos observar células superficiais com núcleo picnótico (muito roxo), isto indica que a cadela esta no cio, mas não é o momento de inseminação. Temos que esperar a cadela entrar no final do estro, onde elas começam apresentar células superficiais com núcleo fantasma e no final ela vai apresentar células superficiais já sem núcleo, que é a fase final de morte celular, sendo momento ideal de proceder a inseminação, que é quando a fêmea começa ter as primeiras ovulações. - Outra coisa que seria normal encontrar na citologia são hemácias, leucócitos e bactérias. As hemácias porque usamos escova para coletar a citologia, que pode irritar um pouco da parede vaginal e vai sair sangue. Vamos ver leucócitos porque nesta fase do estro é normal ter uma quantidade de neutrófilosna vagina. E bactérias porque é normal ter uma flora na vagina, microbiológica natural. Ciclo Reprodutivo da Cadela ❖ Idade ideal para cobertura - 2 a 6 anos – onde esperamos este período de 1 ano e meio para que a cadela atinja a maturidade sexual, até 7 anos. A partir desta idade a cadela é considerada mais madura/velha, começando ter menores índices de fertilidade. ❖ Final da reprodução (“menopausa”) – algumas cadelas mais velhas chegam no final da reprodução e param de ciclar, chegando no período de menopausa e parando de ter ciclos estrais. ❖ Intervalo entre ciclos ovarianos 5 a 11 meses (3,5 a 13 meses) – ele é muito variado, havendo cadelas mais rápidas e outras mais tardias. ❖ Intervalo entre gestações – em média neste mesmo período. PUBERDADE ❖ Lembrar primeiramente que puberdade não é maturidade sexual, é quando as cadelas começam a ciclar. E maturidade sexual é quando as cadelas estão aptas, com aparelho genital formado, prontas para entrar em um programa de reprodução. ❖ Isto varia de acordo com a raça/Peso (Variação inter e intra-racial – ou seja, mesmo na mesma raça vai ter as variações individuais) ❖ Experiência do proprietário (Cio silencioso) – por isto importante o acompanhamento com médico veterinário ❖ Presença do macho – fêmeas que convivem com o macho vai ter estimulo maior para ter a puberdade mais cedo e a maturidade sexual mais cedo também. ❖ Máximo 24 meses – para puberdade/ maturidade sexual. Início da puberdade Tamanho da cadela: Porte pequeno: 6-10 meses Porte médio: 7-13 meses Porte grande: 12-24 meses Controle Endócrino do Ciclo Estral - Quando a cadela começar a ciclar a uma produção de GnRH pelo hipotálamo, que chega na hipófise através do sistema porta hipofisário, que estimula a hipófise a produzir as gonadotrofinas que são o FSH e o LH (lembrando que o FSH age mais na fase inicial de crescimento folicular), e depois que os folículos atingem um tamanho ideal depois da divergência folicular, chegando ao ponto de folículo pré ovulatório, vai ter a inibina que vai causar um bloqueio do FSH e consequentemente haverá um aumento do LH para que ocorra a fase final de maturação dos folículos e das ovulações. Nesta fase então o FSH e o LH vai agir nos ovários, onde na fase inicial há um aumento de estrógeno devido a um aumento do liquido folicular, e depois com as ovulações vai ter um aumento da progesterona. Maturação Ovocitária (dos óvulos) Maioria dos mamíferos → maturação ovocitária nos folículos pré-ovulatórios → ovulação → ovócito maturo. - Na maioria dos mamíferos sabe-se que a maturação desses ovócitos ocorre dentro dos folículos pré-ovulatórios, ou seja, antes da ovulação. Então quando ocorre ovulação, o ovulo chega na tuba uterina já maduro, ou seja, pronto para ser fertilizado. Se tiver espermatozóides capacitados/ viáveis, estes já começam o processo de fertilização. Cadela → ovulação → ovócito imaturo → maturação ovocitária na tuba uterina → ovócito maturo. - Na cadela a maturação completa não acontece dentro dos folículos pré ovulatórios. Então a cadela vai ovular, os ovócitos chegam na tuba uterina ainda imaturos, ou seja, eles ainda não tiveram aquela ultima fase de maturação, então eles não estão prontos para serem fertilizados. Esta maturação dos ovócitos vai ocorrer na tuba uterina e isto pode durar de 2 a 5 dias. Então estes óvulos somente vão chegar no ponto de fertilização, na fase de ovócito maduro depois de 2 a 5 dias que ocorrerem as primeiras ovulações. Por este motivo não adianta inseminar a cadela no inicio do estro porque sabemos que o sêmen do cachorro dura em média de 48 a 72 horas dentro da tuba uterina. Então se as primeiras coberturas ou inseminações forem feitas no inicio do cio, quando ocorrer a maturação desses ovócitos não vai ter mais espermatozoide viável para fertilizar estes óvulos. Por isto esperamos começar ocorrer as ovulações para proceder a primeira inseminação. E geralmente fazemos a primeira inseminação quando começa as ovulações e depois de dois dias repetimos uma segunda inseminação. Citologia vaginal Proestro: - Começo do proestro quando começa o sangramento, células agrupadas, vários tipos celulares – sendo as principais as células intermediarias, que tem citoplasma e o núcleo grande, mas elas todas agrupadas no centro da lâmina. - Depois no final do proestro e inicio de estro, onde percebemos que as células começam se tornar superficiais, mas ainda temos outros tipos celulares. E as células superficiais começando a ficar com o núcleo picnótico. Estro: - Esta lâmina mostra o momento ideal de inseminação, onde a cadela esta próxima as ovulações. Onde vemos a maioria das células superficiais sem núcleo ou células superficiais com núcleo fantasma. E provavelmente a cadela nesta fase no dia seguinte ou dois dias depois que formos inseminá-la novamente vamos fazer a citologia e encontrar a lâmina de diestro. Diestro: - Encontramos a lâmina de diestro após dois dias de inseminar a primeira vez, pois, a maioria dos folículos já ovularam. Sendo ideal inseminar novamente nesta fase. Na lâmina de diestro vemos células novas com citoplasma pequeno e núcleo grande significa que esta inseminando no momento correto. Guia para interpretação da concentração de progesterona na cadela por RIA Progesterona (ng/ml) Dia estimado Da ovulação Melhor dia para o acasalamento 1,0-1,9 2 dias +4 dias (3-6) 2,0-3,9 1 dia +3 dias (2-5) 4,0-10,0 0 dia +2 dias (1-4) >10,0 <5 dias se o esfregaço é cornificado Imediatamente - A dosagem normal de progesterona seria um outro parâmetro que podemos utilizar, dependendo do lugar que estivermos pode haver um pouco de dificuldade. - A progesterona é medida em nanogramas por ml, vamos ter uma tabela com os níveis de progesterona, os dias estimados para ovulação (quanto tempo depois ela vai ovular) e o melhor dia para ser feito o acasalamento. Então a progesterona variando de 1 a 2 ng/ml significa que a cadela pode demorar ainda mais 2 dias para ovular. A progesterona de 2-4 ng/ml seria o final do cio e provavelmente mais 1 dia a cadela já estará ovulando. E a progesterona de 4-10 ng/ml é justamente no dia que se inicia as ovulações. Sendo o dia ideal para ser feita a primeira inseminação. Neste período vemos que o melhor dia para o acasalamento seria de 1 a 4 dias, por isto fazemos a inseminação neste momento e dois dias depois é feita a repetição da inseminação. Tendo espermatozóides viáveis por 4 dias dentro da tuba uterina, para poder ter um índice melhor de fertilização. E acima de 10 ng/ml significa que a cadela já ovulou, sendo necessário inseminar o mais rápido possível, porque pode passar do tempo e perder o cio e não conseguir mais prenhez. Vaginoscopia A: Proestro; B: Início do Estro; C: Metade do Estro; D: Início do Diestro; E: Diestro - Pode ser feito também quando fizer a citologia ou quando for fazer a inseminação. Colocando o vaginoscopio no fundo de vagina vamos ver varias fases diferentes para nos certificarmos que estamos inseminando no momento certo. A- proestro, vemos aumento de estrógeno, fundo de vagina hiperemico, mas cervix fechada – inicio de proestro, avemelhado pelo sangramento e estrógeno. B- inicio do estro, mucosa começa ficar mais clara, e a cervix começa abrir, porém ainda não tem o edema ideal. C- é a metade do estro, vemos a cervix mais aberta, porém as dobras ainda não estão tão edemaciadas como o período que esperamos no final do estro. D- É o ponto ideal para ser feita a primeira inseminação, no inicio do diestro quando ela começa ovular. Vemos a cervix bem aberta e as dobras bastanteedemaciadas – que é a imagem que vamos ver no momento da inseminação. E- fêmea em diestro, dois dias depois dela ovular, vemos as dobras reduzindo de tamanho e a cérvix se fechando. Provavelmente na segunda inseminação feita para garantir a fertilização dos óvulos que vão maturar mais tardiamente, a cervix já vai ser encontrada mais fechada por estar em fase de diestro. Detecção do Estro nas Cadelas ❖ Sinais clínicos e Comportamento – podemos observar mas isto não pode ser usado como o principal método porque existe muitas variações nas cadelas de ciclos e assim não vamos saber o momento ideal, existem cadelas que tem o cio silencioso, algumas tem medo e por isto não aceitam o macho. Assim, essa forma não é o melhor método para avaliarmos o cio. ❖ Citologia vaginal – é um método excelente e o mais utilizado por ser um método prático e barato, funciona muito bem e com resultados muito bons. ❖ Dosagem progesterona – também é um método excelente porém tem o custo da dosagem e há inconveniente que em algumas cidades não tem nenhum laboratório que dose no mesmo dia e manda o resultado. ❖ Vaginoscopia – pode associar a citologia vaginal, a dosagem de progesterona e até mesmo com a US. Para saber que esta fazendo a inseminação no momento correto. ❖ Ultrassonografia – avaliamos principalmente o crescimento folicular nos ovários e depois o inicio das ovulações, para saber o momento de proceder a IA. Sinais Clínicos e Comportamento – os sinais clínicos inicialmente seria o edema de vulva e o sangramento que começa no proestro – que é a fase que antecede o estro, quando começa haver um aumento de estrógeno. Outro sinal é a aceitação do macho normalmente, indica que ela esta no cio. Mas não podemos usar somente os sinais para determinar o melhor momento para a inseminação. Ultrassonografia - trans-abdominal, onde iremos avaliar os dois ovários. Inseminação Artificial Local de Deposição do Sêmen – podemos depositar o sêmen em duas partes, ou no fundo de vagina ou no útero. A cadela tem uma anatomia que dificulta a colocação de algum material dentro do útero – assim, a inseminação intra-uterina é mais complicada de ser feita e é necessário um material mais apropriado. A inseminação no fundo de vagina quando é feita a cobertura, há um porcentual alto de prenhez. Então para sêmen fresco e refrigerado, normalmente usa a inseminação em fundo de vagina, com chances de 90% de fertilização se inseminarmos no momento ideal. v Fundo Vaginal Pipeta de cadelas – de diversos tamanhos. Se utilizar esta o importante é colocar ela no fundo da vagina, próximo a cervix e fazer a deposição do sêmen. Como a pipeta não tem balonete, se deixar a fêmea numa posição normal o sêmen pode refluir uma parte, então após a inseminação é necessário colocar a fêmea em posição de carriola em 45 graus (membros pélvicos para cima), e ficar de 10 a 15 minutos assim, para o sêmen fluir para o útero. Sonda de Osíris – vem com balonete atrás, inflamos este para evitar que tenha refluxo de sêmen. - Para fazer a inseminação no fundo de vagina precisamos dos itens acima. Dificuldade anatomia – a cervix da cadela e o útero é perpendicular ao fundo de vagina, assim não consegue somente com a pipeta fazer ela entra dentro da cérvix, porque não tem a mesma angulação. Por isto depositamos o sêmen no fundo de vagina (vagina anterior, antes da cérvix). Depois erguemos a cadela em 45 graus, e este sêmen flui para o útero. Esta técnica é utilizada para sêmen fresco ou semi refrigerado. Técnica mais utilizada no dia a dia para inseminação das cadelas. - Diluente para cães geralmente tem gema de ovo, por este motivo ele fica mais amarelado. v Uterina Transcervical – é uma técnica mais utilizada para sêmen congelado (porque sabemos que tem uma fertilidade menor). E inseminação intra uterina com sêmen congelado podemos usar uma dose menor. Também pode ser feito no fundo de vagina mas é necessário usar uma dose maior. Vaginoscopia Endoscopia - A inseminação uterina é feita através da endoscopia para chegar no útero e fazer a inseminação intra-uterina. - Intra uterina transcervical: neste caso usamos a sonda norueguesa que vai passar a cervix, hoje em dia essa sonda não é muito mais utilizada. Com o avanço da tecnologia usa-se mais a endoscopia para visualizar a passagem da sonda dentro da cervix. Na endoscopia enchemos a vagina de ar, para mudar a angulação e conseguirmos colocar a sonda dentro do útero.
Compartilhar