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Prática Dietética I Carboidratos Profa. Omara Machado Araujo de Oliveira Nutricionista (UFF) Pós-Graduada em Nutrição Clínica (UFF) Mestre em Saúde Coletiva (UFF) Tipos de nutrientes •Macronutientes: Carboidratos Lipídios Proteínas •Micronutrientes: Vitaminas Minerais Classificação dos Nutrientes Funções dos Nutrientes Energéticos Carboidratos Lipídeos Construtores Proteínas Lipídios Minerais Reguladores Vitaminas Minerais Água Fibras Nutrientes “Construtores” Promovem o crescimento e o reparo constante do corpo e de outras funções. São representados principalmente pelas proteínas. Proteínas: são os principais componentes da dieta, sendo essenciais para a formação das células, produção de hormônios, enzimas e outras substâncias que iniciam e controlam os processos fisiológicos básicos. Os alimentos mais ricos neste nutriente são: Nutrientes “Energéticos” Fornecem energia que é necessária para o funcionamento do corpo como um todo. São representados principalmente pelos carboidratos e lipídios. Carboidratos: representam para o organismo a mais apreciável e a mais econômica fonte de energia. Os alimentos mais ricos neste nutriente são: açúcares, massas, arroz, pães,... Lipídios: substâncias de poder energético concentrado que auxiliam no transporte de outras substâncias alimentares e intervêm na regulação térmica do corpo. Nutrientes “Reguladores” regulam processos fisiológicos e auxiliam no metabolismo de outras substâncias alimentares. São representados principalmente, por : MICRONUTRIENTES Vitaminas Minerais • ÁGUA • FIBRAS Fibras Fibras: Regularizam o funcionamento intestinal Não são digeridas pelas enzimas digestivas humanas Substrato energético para as células intestinais Prebióticos (estimulam proliferação de bactérias intestinais boas) MACRONUTRIENTE - CARBOIDRATO Os carboidratos são compostos orgânicos constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio. São classificados como: • Monossacarídeos - Forma mais simples, componentes básicos de dissacarídeos e polissacarídeos. ▫ Glicose É o principal produto da hidrólise dos carboidratos complexos no processo digestivo; é a forma de açúcar mais comumente encontrada no sangue. É armazenado no fígado e músculos na forma de glicogênio. É encontrado em frutas, milho, xarope de milho e certas raízes. Classificação dos Carboidratos • Frutose É o mais doce dos açúcares. É utilizado comercialmente como adoçante. É encontrado junto com a glicose no mel e nas frutas. • Galactose Não é encontrada livre na natureza, mas é produzida a partir da hidrólise da lactose (açúcar do leite). • Dissacarídeos Formado por 2 moléculas de monossacarídeos e pelo menos uma delas é a glicose. Sacarose = Glicose + Frutose (açúcar refinado, açúcar mascavo, beterraba, mel e frutas) Maltose = Glicose + Glicose (malte da cevada) Lactose = Glicose + Galactose (leite) • Oligossacarídeos Formados por 3 a 10 moléculas de monossacarídeos. Ex: rafinose, estaquiose e frutooligossacarídeos. Ex: feijão, repolho, grãos, sementes, soja, cebola, alho, cereais integrais). • Maltodextrinas (preparado industrialmente através da hidrólise controlada do amido). • Polissacarídeos Formados por 10 a 10.000 moléculas de monossacarídeos. São menos solúveis e mais estáveis que os açúcares mais simples. Ex: amido (amilose, amilopectina, amido modificado) celulose, glicogênio. Ex: amido (amido no milho, trigo, batata, arroz, mandioca e cenoura) e celulose (verduras e legumes). Formas de armazenamento dos carboidratos - reserva energética: Vegetais Amido Animais Glicogênio Fases da Nutrição Humana 1. Alimentação: inicia-se a partir do momento da seleção, obtenção, preparo, ingestão e absorção 2. Digestão: Ação que os alimentos sofrem pelas enzimas, através do processo denominado “HIDRÓLISE” = quebra de moléculas. 3. Absorção: Processo pelo qual os alimentos hidrolisados se transformam em substâncias menores para serem aproveitadas pelo organismo. O órgão responsável é o intestino delgado. 4. Metabolismo celular: Processo de transformações que os nutrientes sofrem desde a absorção, até que sejam utilizados, armazenados ou eliminados do organismo. Digestão e Absorção Na boca, as glândulas salivares liberam a enzima amilase salivar inicia a digestão dos carboidratos O pH ácido do estômago inativa a amilase salivar O pâncreas libera a amilase pancreática que tranformando o amido em dextrinas e maltose Os monossacarídeos são absorvidos pelas células intestinais No duodeno, as células intestinais liberam as enzimas (sacarase, maltase e lactase) que completam a digestão dos carboidratos, transformando-os em monossacarídeos (glicose e frutose, 2 moléculas de glicose, glicose e galactose) Funções dos Carboidratos • Fornecer energia. É a principal fonte de energia do organismo; • Cada grama oferece 4 Kcal; • Manter níveis de glicemia; • Repor glicogênio muscular e hepático; • Fundamental para o funcionamento adequado do cérebro. • São utilizados para síntese de aminoácidos não essenciais (ácido aspártico, ácido glutâmico, alanina, arginina, asparagina, cisteína, glicina, glutamina, prolina, serina, tirosina). • Recomendação de consumo: 45 a 65% do VET Índice Glicêmico (IG) • É uma medida da qualidade do carboidrato consumido na dieta. Não indica, portanto, a quantidade de carboidrato ingerido. • É um indicador baseado na habilidade da digestão do carboidrato (50g) de um dado alimento em elevar a glicemia pós-prandial, comparado com um alimento referência (glicose ou pão branco). • O organismo não absorve e digere todos os carboidratos na mesma velocidade. • O índice glicêmico não depende se o carboidrato é simples ou complexo. Ex.: o amido do arroz e da batata possuem índice glicêmico quando comparado com o açúcar simples (frutose) na maçã e pêssego os quais apresentam um índice glicêmico. Índice Glicêmico (IG) • A resposta glicêmica depende de: • Quantidade de CHO • Estrutura do açúcar • Natureza do amido • Métodos de cocção • Processamento • Teor de fibras • Demais macronutrientes nos alimentos Carga Glicêmica (CG) • É um indicador de qualidade e quantidade de carboidrato, a partir de uma determinada porção consumida desse nutriente pela dieta. • Fornece o resultado do efeito glicêmico da dieta como um todo porque avalia a porção de carboidrato disponível dos alimentos e o IG. Carga Glicêmica (CG) • É um produto do índice glicêmico (IG) e da quantidade de carboidrato presente na porção de alimento consumido, comparado com o alimento padrão. • Este marcador mede o impacto glicêmico da dieta, sendo calculado através da multiplicação do IG do alimento pela quantidade de carboidrato, contida na porção consumida do alimento. • Equação: • CG = IG x teor CHO disponível na porção • 100 • Exemplo: 1 maçã possui 15g de carboidrato e seu IG é 52: • Então sua CG será de: 52x15/100 = 7,8 • Classificação dos alimentos segundo CG: • < 10: baixa; • Entre 10 e 20: moderada; • > 20: alta. Fibras dietéticas Fibras = “PREBIÓTICOS” • São os componentes alimentares não digeríveispelas enzimas humanas que estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de uma ou de um número limitado de bactérias no cólon. • Por favorecerem a multiplicação de bactérias benéficas, beneficiam a saúde do hospedeiro. • Previne o quadro de “disbiose intestinal”. • A microbiota intestinal é formada por microrganismos benéficos, patogênicos e neutros, sendo 90% anaeróbios, bacteroides e bifidobactérias. Fibras dietéticas • São resistentes à ação das enzimas digestivas humanas • São classificadas como: • fibras solúveis • fibras insolúveis • Os efeitos positivos da fibra alimentar estão relacionados, em parte, pela fermentação de seus componentes no intestino grosso, o que produz impacto sobre a velocidade do trânsito intestinal. • Recomendações atuais variam de acordo com a idade, o sexo e o consumo energético, sendo a recomendação adequada em torno de 14 g de fibra para cada 1.000 kcal ingeridas. Fibra Solúvel Tem a propriedade de se misturar com água, formando uma espécie de gel no nosso estômago. Retardam o esvaziamento gástrico. Reduzem a absorção de glicose e gorduras. Ajudam a regular os níveis de colesterol e açúcar no sangue, ajudando no controle e na prevenção de doenças como a diabetes tipo 2 e problemas cardíacos. • Exemplos: pectina (maçã, frutas cítricas, morango, cenouras); gomas (aveia, legumes, cevada); Inulina (alho, chicória, alcachofra, aspargo, cebola, trigo); Frutooligossacarídios – FOS (mel, centeio, banana, cevada, tomate). Fibra Insolúvel Propicia o aumento do bolo fecal, Estimula o bom funcionamento do intestino e previne a constipação intestinal. Auxilia na prevenção de algumas doenças como a constipação e o câncer coloretal. Exemplo: celulose (farinha de trigo integral, farelo, vegetais); hemicelulose (farelo, grãos integrais) e lignina (vegetais maduros, trigo, pontos escuros do morango). MAHAN, L.K.M. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. XXI, 1228 p. ISBN 978-85-352-5512-6.
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