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APx1- Justiça e Formas Alternativas de Administração de Conflitos- 2020 1 (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1- 2020.1
Consórcio CEDERJ
Curso: Tecnólogo em Segurança Pública e Social
Disciplina: Justiça e Formas Alternativas de Administração de Conflitos Data: 19-04-2020	Pólo: Campo Grande
Nome do aluno: Nivea Marion Dantas Petersen de Sá 
Questão 1. Discorra sobre o pluralismo jurídico. 
O pluralismo jurídico resume-se nas suas características como normas jurídicas diferentes, de uma mesma sociedade, que regulam fatos iguais, como acontecia nos feudos na idade Média, onde havia liberdade para a aplicação das leis. Algumas organizações sociais são providas de aplicação autônoma de lei como tribos indígenas, comunidades quilombolas, favelas, nômades, igrejas, mas encontram dificuldades na tentativa de aceitação e da legitimidade dos ordenamentos jurídicos estatais nas sociedades contemporâneas.
Segundo o Professor Antônio Carlos Wolkmer, o pluralismo jurídico pode ser interpretado como “as múltiplas manifestações normativas existentes em uma dada sociedade, que podem ser reconhecida, ou não, pelo poder político. O pluralismo jurídico é composto pela diversidade de normas que vigem em uma determinada sociedade de forma simultânea, sendo considerada como questão social e em partes como antagonismo ao monismo jurídico, que é o monopólio das normas jurídicas exercidas pelo Estado. O pluralismo jurídico é composto de fatos que o identifica, seja do ponto de seu surgimento e manutenção, como também é composto de diversas teorias, levando-se em conta que o direito é fato ideológico. Ao se referir ao pluralismo jurídico leva-se em conta a sua análise do ponto de vista sociológico, onde se verifica que não é um fato recente e nem regional. O Direito Alternativo é um dos exemplos mais claros do pluralismo jurídico, sendo visto no Brasil como uma forma alternativa de levar justiça social às pessoas, justiça essa que não fica presa à norma jurídica positiva vigente. Nesse contexto de pluralismo jurídico o Professor Wolkmer, fala sobre duas tipologias de pluralismo jurídico; o societário e o Estatal, e o conservador e progressista.
Segundo o Professor Wolkmer a cultura jurídica moderna em sua formação, usando como referencial a cultura jurídica Europeia ocidental, destacando a forma política descentralizada das sociedades ocidentais e o pluralismo das sociedades feudais na idade media. O professor fala sobre quatro fatores nas sociedades modernas como a cultura Monista e o modelo capitalista, os agentes sociais da sociedade burguesa, surgimento da cultura do liberalismo que ira influenciar no mundo jurídico e a estrutura de Poder na sociedade moderna, onde o Poder é centralizado no Estado, com o surgimento do absolutismo monárquico e depois com a burguesia revolucionária, desencadearam o processo de racionalização do poder e de centralização burocrática que eliminaria a estrutura política descentralizada e minimizaria as experiências de pluralismo legal e processual.
Questão 2. Discorra sobre as perspectivas da: mediação de conflitos e a tutela jurisdicional estatal. 
A demanda judiciária vem aumentando gradativamente. Esse é o reflexo de uma sociedade mais instruída e conhecedora de seus direitos, que tem recorrido aos auspícios da justiça para satisfazer seus ensejos. Porém, a justiça brasileira não acompanhou essa crescente, continuando com seu quadro de servidores defasado, com número bastante inferior a real necessidade. Só agora, algumas repartições do poder judiciário vêm implementando novidades tecnológicas para auxiliar nas demandas que existem, mas, ainda assim, o número de servidores não supre a necessidade, mas, ao contrário, os sobrecarrega, aumentando os casos de doenças ocupacionais diretamente relacionadas à atividade laboral.
É nesse cenário desolador que inúmeras iniciativas são desenvolvidas no sentido de desafogar o judiciário, facilitando para a justiça seguir seu percurso sem mais óbices. Surgem, neste contexto, os meios alternativos de resolução de conflitos, sendo eles: conciliação, mediação e arbitragem, porem dentre o qual tem destaque a mediação.
A tutela jurisdicional, numa definição sintética, é a função do Estado de dirimir, pacificar e, por conseguinte, resolver conflitos que surgem no seu âmbito de atuação político-jurídico seguindo um procedimento de aplicação de leis aos casos concretos de modo a aproximar-se o máximo possível de um decisão justa.
A mediação é um processo voluntário que oferece àqueles que estão vivenciando uma situação de conflito a oportunidade e o espaço adequados para conseguir buscar uma solução que atenda a todos os envolvidos.
Na mediação as partes expor seu pensamento e terão uma oportunidade de solucionar questões importantes de um modo cooperativo e construtivo. O objetivo da mediação é prestar assistência na obtenção de acordos, que poderá construir um modelo de conduta para futuras relações, num ambiente colaborativo em que as partes possam dialogar produtivamente sobre seus interesses e necessidades.
As perspectivas da mediação de conflito e da tutela jurisdicional são de ambas de meios de se evitar uma lide uma comporta a outra, na mediaçao de conflitos ha uma tentativa de acordo mutuo para solucionar o conflito existente de forma que se evite um desgaste maior na esfera judicial. Essa questão só é possivel devido a tutela jurisdicional é uma instrumemento garantido judicial que o individuo se utiliza para se preservar um direito em um mediação realizada mais consagrada pelo poder judiciario, ou seja, é atraves da tutela jurisdicional que da validade a uma mediação realizada. 
Questão 3. A partir da leitura do texto do professor Roberto Kant indique qual modelo de controle social é privilegiado nas políticas publicas de segurança pública no Brasil. 
Para apontarmos o modelo de controle socil privilegiado nas politicas publicas de segurança pública é necessario fazer uma analise socio-histórico, pois para se caracterizar o controle social atual temos que observar todo um processo historico para se obsevar a “Repressão” como caracterista relevante do controle social. 
Basta lembrar que a polícia, que pode ser vista como a espinha dorsal do aparato de segurança pública, foi concebida como mecanismo estratégico de contenção das lutas sociais nos séculos XVIII e XIX e que o capital recorre a meios educativos para manutenção da sua estrutura e dominação, mas quando estes não funcionam ou perdem sua eficácia ele recorre aos meios coercitivos, no caso as forças de segurança, em especial a polícia. O que se evidencia na dinâmica do sistema segurança é uma atuação pautada na seletividade dos casos a serem apurados. Pressuponho que concorrem para isso diversos fatores, inclusive o grau de complexidade do crime a ser investigado. Contudo, há que se destacar o chamado lugar social das partes envolvidas nesta seleção, o qual compreende desde as condições sócio-econômicas materiais das vítimas até as representações presentes no imaginário da sociedade e da polícia.
É corrente em meio aos movimentos sociais brasileiros o entendimento de que o controle social seria uma estratégia própria da chamada sociedade civil organizada para o monitoramento das políticas públicas e para a garantia dos direitos sociais. Essa estratégia teria os conselhos setoriais de políticas públicas como espaços privilegiados de participação, e sua fundamentação legal na lei maior do país, a Constituição Federal de 1988.
O ideal é o Estado possuir operadores comprometidos com formas de controle social e administração institucional de conflitos que levem em conta a perspectiva da sociedade e possam propor protocolos não só para provê-los de legitimidade institucional, mas também para proteger os agentes públicos em suas práticas cotidianas, regulando sua atuação e eximindo-se da perspectiva repressiva hoje dominante, que é a de uma segurança pública feita pelos agentes do estado para controlar, ao seu arbítrio, a sociedade
Questão 4. Discorra sobre a frase “ O direito é um fato social”. 
A sociedade e o Direito estão ligadosintrinsecamente um ao outro, pois o direito tem sua base que é essencialmente social e que este se define como a proteção das condições de vida da sociedade, realizado pelo poder público por meio da força. A sociedade interage com o direito e é influenciada por ele, toda vez que o poder soberano estabelece uma lei e mostra à sociedade que estamos destinados a cumprir aquele determinado comportamento, então o direito acaba condicionando a realidade social.
Em determinadas ocasiões muito se preocupa em saber qual o verdadeiro fim do direito e qual é o meio para se consegui-lo. Uma das colaborações formidáveis a este respeito nos dá o ilustre jurista Rudolf Von Ihering que cita em diversas conferências e principalmente em sua obra A Luta Pelo Direito que a paz é o fim que o direito tem em vista, a luta é o meio de que se serve para consegui-lo.
Considerando o direito como uma luta constante é coerente, pois ao longo dos tempos muitos direitos só foram conquistados a partir de muitos esforços e que a idéia de que a luta é o trabalho do direito e que tanto pelo que diz respeito à necessidade de prática, como à importância moral, ela é para o direito, o que o trabalho é para a propriedade, e que o direito é um trabalho incessante, não somente dos poderes públicos, mas ainda de uma nação inteira. 
Um dos instrumentos muito importante da sociedade como um todo e exemplo de que o direito é conquistado por uma incessante luta é a conquista da declaração universal dos direito humanos, pois os direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos e que preza que os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
As normas jurídicas acabam por sofrer três formas pelas quais podemos ver as relações entre elas e a sociedade, a primeira são os efeitos sociais da norma, toda vez que uma norma é promulgada existe um efeito social, a segunda é a eficácia das normas, pois existem duas formas da lei ser eficaz, uma corresponde à eficácia do preceito e a outra a eficácia da sanção. 
A terceira é a adequação interna das normas jurídicas é quando a finalidade social da norma é realizada na prática, quando aquele objetivo do legislador ao estatuir a norma foi cumprido na prática, a eficácia é a finalidade social.
Portanto diante desses preceitos, a sociologia jurídica tem grande contribuição, pois argumenta a maneira que sociedade é condicionada ao direito e de que maneira o direito condiciona a sociedade. Uma das contribuições feitas para a sociologia foi feita por Emile Durkheim, que diz que os fatos sociais constituem o estudo da sociologia, pois decorrem da vida em sociedade e que três características são essenciais, são elas a coercitividade que é em resumo relacionada à força dos padrões culturais dos grupos que os indivíduos integram. Outra característica é a exterioridade, pois o fato social é exterior aos indivíduos. A generalidade também é outra característica dos fatos sociais, pois estes não existem somente para um indivíduo, mas sim para a coletividade.
Durkheim nos afirmava que, na Alemanha, burguês e citadino eram sinônimos, e que o direito urbano era o direito do lucro. Os termos forenses ou mercatores designavam sem distinção os habitantes das cidades: o jus civile ou direito urbano (“evolutivamente” contratual) era sinônimo de jus foriou direito do mercado. Então, este “funcionalismo” requer certa “harmonia social” que também emerge da “solidariedade orgânica”: o tipo essencial das modernas sociedades capitalistas – alicerçadas mais no “contrato” e no direito civil ou direito contratual, do que no âmbito penal. Basicamente, porque o direito contratual se aplica ao comércio, à indústria, à ciência e tecnologia (direitos autorais, por exemplo) e subsequentemente ao Estado, instigando a evolução do espírito humano, a razão, a livre-escolha, a autonomia necessária à legitimidade contratual, enquanto que o direito penal é restritivo, limitador da condição humana, a começar pela liberdade.
Desse modo, o direito contratual nasceria fortificado das relações sociais, quanto mais se estimulassem as trocas, o comércio, os intercâmbios, a livre-manifestação das vontades, mais este direito socialmente integrador se desenvolveria. Portanto, o contrário do direito penal, altamente repressivo, castrador, limitador. Nas sociedades capitalistas desenvolvidas, o direito penal deveria refluir, resumir-se a um papel secundário e destinar-se somente à anomia recalcitrante (e que, por sua vez, seria a excrecência) ou, então, destinar-se apenas à exceção presente em uma sociedade integrada. Do mesmo modo que, para a Razão de Estado não é admissível o direito à sedição, discordância e separação do poder central, para as sociedades integradas (como a capitalista) não cabe falar em dissensão jurídica, como livre-escolha para não cumprir as regras sociais e jurídicas. Assim como não existe o direito à sedição, também não existe o direito à anomia (aliás, seria a própria contradição nos termos).
Como complemento, o direito constituído (Jus constitutum) é o direito da autoridade do governo (pode ser o pai ou o professor), de quem tem o poder (Jus empirii), e funciona como reflexo da arte do bom e do justo (Jus est ars boni et aequi). Por esta vertente funcional-sistêmica, equilíbrio e harmonia estão na não-dissensão, coibindo-se a anomia (= sem normas), como atentado contra o direito posto. É evidente como se fundem direito e capital. O que certamente lembra e ação exercida pela “exterioridade” e “coerção” dos fatos sociais. A diferença é que, ao invés de uma simples acomodação com as normas e as regras estabelecidas, o choque, a entropia do novo, com o já determinado é iminente – “este desarranjo do jovem com o já posto levaria a mudanças” (ou à sua requisição). A questão está em saber regular a entropia para que não se converta em anomia, para a requisição legítima da mudança não gere o descontrole total – é como se as mudanças pudessem ser controladas, esperadas, “pacificadas” ou esvaziadas de sua força inicial, para serem absorvidas e o todo se modificar lentamente, gradualmente, de modo muito controlado.
Neste curso, a síntese ideológica se verifica em um pensamento simples: “É preciso conhecer bem a máquina, para azeitar o seu funcionamento”. Este “azeite social” fará do positivismo de Comte e de Durkheim, o meio de seu desembarque na racionalidade industrial. A crença estaria depositada na equação de que industrialismo e racionalismo seriam capazes ou suficientes para inibir as possíveis mudanças provocadoras de anomias sociais — veja-se que se fala de anomia e não de antinomia. No entanto, é desse modo que Durkheim irá se integrar ao Estado Moderno, especialmente porque a racionalidade se aplica tanto à cotidianidade quanto à política institucional.

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