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Função e Disfunção II - Técnicas de Necropsia e Alterações Cadavéricas

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TÉCNICAS DE NECROPSIA E ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
A necropsia é um método de valor inestimável e, às vezes, o único para chegar-se ao diagnóstico das doenças em 
Medicina Veterinária. 
Necropsia: secção do cadáver para a verificação das lesões que determinam a perda da higidez com o objetivo de 
estabelecer uma “causa mortis”. Por insuficiência respiratória, cardiovascular ou neurológica que são as 3 atria 
mortis naturais e a eutanásia que é uma causa não natural. 
Finalidades secundarias: Confirmar um diagnóstico clínico; verificar o efeito de uma terapêutica; recordar anatomia 
topográfica 
• Tipos de Necropsia 
➢ Necropsia completa: secção do cadáver inteiro 
➢ Necropsia parcial 
➢ Necropsia cosmética: pequenas incisões, o mínimo possível 
➢ Necropsia com finalidade médico-legal/forense: processos judiciais envolvidos 
 
 Requisitos importantes: ficha de identificação do animal + histórico; informação do horário da morte/momento de 
realização da necrópsia(ideal é a realização com o animal ainda fresco – logo após a morte); caracterização da 
morte: fenômenos abióticos imediatos. 
Morte: é a cessação dos fenômenos vitais(função cerebral, circulatória e respiratória). Com perda da consciência e 
das funções cerebrais (EEG), insensibilidade, imobilização, abolição do tônus muscular, cessação da respiração e 
circulação caracterizando os fenômenos abióticos imediatos. 
• Alterações Cadavéricas 
Ocorrem secundariamente à perda da atividade metabólica orgânica. 
Fenômenos Abióticos Consecutivos: 
➢ Desidratação Cadavérica: perda passiva de líquidos para o meio ambiente(por evaporação), 
identificável pela enoftalmia(olhos “para dentro”) e pela perda da elasticidade da pele. 
 
➢ Frigor Mortis(resfriamento do cadáver): perda da temperatura pela perda da atividade 
metabólica. 
▪ Primeiras 3h: perda pequena 
▪ +3h: perda de 1 grau por hora até atingir a temperatura ambiente 
▪ Rapidez do resfriamento depende: quantidade de tecido adiposo corpóreo e 
revestimento pilórico ou penas, que funcionam como um isolante térmico; idade do 
animal (idosos e muito jovens resfriam mais rápido); da temperatura ambiente 
 
➢ Rigor Mortis(rigidez cadavérica): com a redução progressiva dos estoques de ATP ocorre a 
contração definitiva da musculatura do cadáver até o evento de autólise do tecido, onde a 
musculatura relaxa. 
▪ 2h a 3h pós mortem 
▪ Começa pela musculatura da cabeça, pescoço, pálpebras 
▪ Ápice do rigor é 24h 
▪ +24h: relaxamento autolítico 
▪ É acelerado em processos infecciosos, quadros convulsivos(gasta muito ATP) e em 
locais com temperatura ambiente elevada. 
 
➢ Livor Mortis(manchas cadavéricas): em geral devem-se à hemólise(pela parada da circulação) 
com a liberação de hemoglobina e a ação de sulfetos de hidrogênio de bactérias sobre a 
hemoglobina, gerando nuances de azul, verde e púrpura. 
▪ Hemoglobina + Bactérias = manchas verdes = putrefação 
▪ Hemoglobina = manchas vermelhas 
▪ Hipóstase: acomodação gravitacional do sangue para o lado de decúbito do animal 
▪ Manchas aparecem 2h após a morte e irreversíveis após 12h 
 
 
Fenômenos Transformativos Bióticos(exceto autólise): 
➢ Conservadores: mumificação; saponificação e calcificação 
➢ Destrutivos: 
▪ Autólise: Sem bactéria envolvida. É a degradação gradual das células. Um dos 
primeiros sinais é o descolamento de mucosas. Período de aparecimento varia de 
acordo com o tecido. É mais precoce no tecido nervoso, pancreático, entérico, 
adrenal, hepático e mais tardia na pele, cartilagem e ossos. 
▪ Putrefação: deve-se à multiplicação e invasão bacteriana dos tecidos. O micro-
organismo mais relacionado ao evento é o clostridium septicum. Passa por períodos: 
o Manchas verdes a partir de 24h 
o Fase gasosa(+avançada): Em 48h temos um timpanismo abdominal por 
fermentação bacteriana no intestino e esses gases passam para vasos, 
vísceras, subcutâneo caracterizando o enfisema cadavérico. Odor ofensivo 
por produção de aminas(exemplo: cadaverina) pelas bactérias. 
o Coliquativo: A partir de 72h temos uma dissolução pútrida do cadáver, com 
a perda progressiva de volume das partes moles. 
o Esqueletização: Cadáver se reduz ao esqueleto(+3 anos para se completar) 
 
• Técnicas de Necropsia 
➢ Virchow: os órgãos são retirados um a um e examinados posteriormente. 
➢ Ghon: a evisceração se dá através de monoblocos de órgãos anatomicamente/ou 
funcionalmente relacionados. 
➢ M. Letulle: o conteúdo das cavidades torácica e abdominal é retirado em um só monobloco. 
➢ Rokitansky: os órgãos são retirados isoladamente após terem sido abertos e examinados "in 
situ". 
 
• Necropsia Cão-Aula prática 
➢ Identificação do animal/histórico clínico 
➢ Exame externo 
➢ Abertura do animal: incisão mento-pubiana, abertura das cavidades (abdominal e torácica) 
➢ Retirada das vísceras em conjuntos (1° a 6° conjunto) 
➢ Exame das vísceras 
➢ Confecção do laudo 
➢ Determinação da causa mortis 
 
• Princípios de Necroscopia 
➢ Condições Básicas: Local/Sala/Mesas/Instrumental/Vestimenta 
➢ Exame Externo 
▪ Identificação(espécie, raça, sexo, idade, peso); coloração pelagem e pele; orifícios 
naturais(mucosas); condição nutricional; corpos estranhos; ectoparasitas 
➢ Abertura do Animal: Incisão Mento-Pubiana (pele + músculo) – queixo até o púbis 
➢ Abertura das cavidades 
▪ Abdominal primeiramente(olhar presença de líquido; tomografia dos órgãos; abertura 
de linfonodo mesentérico; etc.) 
▪ Torácica 
➢ Retirada das vísceras por conjunto 
▪ 1.conjunto : língua, faringe, tonsilas, esôfago, laringe, traqueia, tireoides, 
paratireoides, timo, pulmões, coração 
▪ 2.conjunto : epíploo e baço 
▪ 3. conjunto : intestinos 
▪ 4. conjunto : diafragma, fígado, vesícula biliar, estômago, duodeno (terço inicial), 
pâncreas 
▪ 5. conjunto : adrenais, rins, ureteres, bexiga, próstata, uretra, pênis, prepúcio, bolsa 
escrotal, testículos, epidídimo, ovários, útero, vagina 
▪ 6. conjunto : meninges, medula espinal, cérebro, cerebelo 
➢ Descarte do material: lixo hospitalar 
➢ Coleta de Material: análise microbiológica, toxicológica, biologia molecular. Análise 
microscópica por citológico/histopatológico 
 
➢ Laudo Necroscópico deve conter: 
▪ Descrição de todos os achados anatomopatológicos 
▪ Descrição histopatológica 
▪ Causa-mortis: “atria mortis” 
▪ Moléstia Principal 
▪ Modelo de laudo

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