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Contabilidade 
Bancária
MAPUTO
Agosto de 2020
1. Introdução
1.1 Evolução Histórica dos Bancos
A dinâmica actual da economia exige recursos tecnológicos para acompanhar a moderna estruturação administrativa e financeira das empresas essencialmente na circulação de meios de pagamento, comandados pelas instituições financeiras que procuram colocar os seus serviços ao menor custo possível, sem que lhes escape os controlos adequados, fazendo uso da mais avançada tecnologia de informação processando a informação em tempo real.
Entretanto a história dos bancos inicia da maneira mais rudimentar; tanto é que existem divergências entre os historiadores na sua narração.
As primeiras transações bancárias surgiram com o advento das primeiras moedas, as quais tiveram origem em diversos países desenvolvidos da antiguidade, cerca de cinco séculos antes de cristo, como na Lídia (Ásia Antiga), Argus (Grécia).
Em Antenas (Grécia) e Roma surgiram, posteriormente, comerciantes de moeda, que efectuavam trocas ou câmbio. Eram os trapezista, na Grécia, e os argentáris, em Roma, que se encontravam em bancas rústicas, instaladas em praça pública, nas quais expunham as moedas destinadas à comercialização.
Com o decorrer do tempo, as operações de troca foram ganhando vulto, passando os cambistas a receber depósitos, pagando juros a taxas baixas e emprestando aos mercadores a taxas mais elevadas.
Somente na Idade Média surgiram os primeiros estabelecimentos com a designação de bancos e o primeiro, segundo os historiadores, foi o Banco da Veneza, fundando em 1171, sendo admitida também a existência de uma instituição bancária criado pelo governo chinês em 1050.
Consoante as divergências existentes entre os inúmeros “tratados” sobre a matéria, a relação da constituição dos bancos abaixo classificados expressa os registos históricos mais comummente utilizados a saber (veja a tabela seguinte):
	Ano 
	Banco 
	País 
	1050 
	Banco da China 
	China 
	1171 
	Banco da Veneza 
	Veneza 
	1408 
	Banco de São Jorge 
	Gênova 
	1609 
	Banco de Amsterdã 
	Holanda 
	1619 
	Banco de Hamburgo 
	Alemanha 
	1621 
	Banco de Nureberg 
	Alemanha 
	1656 
	Primeiro Banco de Emissão, Fundadopor Johan Palmstruch em Estocolmo 
	Suécia 
	1694 
	Banco da Ingalaterra 
	Inglaterra 
	1716 
	Banco da França 
	França 
	1791 
	Primeiro Banco de Emissão Norte Americano 
	EUA 
1.2 A Evolução Histórica do Sistema Bancário Moçambicano
A caracterização da evolução do sistema bancário moçambicano pode se dividir em três partes: período antes da independência, desde a independência até 1987, período após a introdução do programa de reabilitação económica (PRE).
O sistema financeiro moçambicano antes da independência contava com cerca de dez bancos comerciais de entre eles se destacam: o Instituto de Crédito de Moçambique, Montepio de Moçambique, Banco Nacional Ultramarino (BNU), Banco Pinto & Sotto Maior e o Banco Standard Totta de Moçambique (BSTM).
No período colonial, as actividades do banco central no país eram exercidas pelo BNU que, na prática, funcionava como uma dependência do Banco de Portugal (banco central português), portanto sem nenhuma autonomia, e funcionava sobretudo como um banco comercial. Depois da independência, as actividades do BNU foram herdadas pelo então Banco de Moçambique que, simultaneamente, passou a desenvolver as funções de banco central e de banco comercial.
Com a independência e através da lei 5/77 e 6/77 que preconizava a reestruturação da banca foram nacionalizados todos os bancos com excepção do BSTM. A partir daquelas instituições financeiras herdadas do colonialismo, foram criados em 1977 apenas dois bancos estatais: o Banco de Moçambique (BM) e o Banco Popular de Desenvolvimento (BPD) e o sector financeiro passou a contar com três bancos comerciais uma vez que o B.M. para além das suas funções como banco central também desempenhava funções comerciais.
Em 1987, o governo introduziu o PRE que, dentre vários objectivos visava reverter a tendência cada vez mais degradante da economia e do desempenho das firmas. No entanto, o PRE implicou a liberalização da economia que por sua vez, impôs novas tarefas ao Banco de Moçambique. Daí, surgiu a necessidade de uma maior dinâmica do Banco de Moçambique no seu papel de condutor da política monetária e de crédito, e de supervisão do sistema financeiro nacional. A concretização dessa necessidade determinou a retirada das funções comerciais e a criação do Banco Comercial de Moçambique em 1992.
No âmbito da política da liberalização da economia, e através da lei 28/91 o sector bancário é aberto ao investimento privado e como resultado desta política, nascem novos bancos comerciais em Moçambique, tais como: Banco de Fomento (BF), Banco Comercial e de Investimento (BCI), Banco Internacional de Moçambique (BIM), Banco Internacional de Comércio (ICB), African Banking Corporation (ABC), Banco Mercantil e de Investimentos (BMI), Banco de Desenvolvimento e Comercio (BDC).
Actualmente os bancos comerciais estão embarcar numa política de diversificação dos seus negócios, caracterizado por criação de pequenas empresas do grupo viradas para serviços especializados tais como: banca de investimentos, private banking, leasing e dealers.
1.3 A Actividade Bancária e Suas Funções
A actividade bancária tem como função principal a dinamização da actividade económica interna bem como as suas relações com o exterior e ainda a materialização dos objectivos macroenómicos do governo. 
Essa função é exercida através da oferta de produtos e serviços financeiros e exercício de uma correcta supervisão (Banco de Moçambique).
Nesta secção, abordar-se-á as principais funções da actividade bancária, a fim de conhecer o posicionamento dos bancos no sistema económico e compreender a importância da legislação do sistema bancário e o papel do Banco de Moçambique como autoridade monetária.
1.3.1 Posicionamento da Actividade Bancária no Sistema Económico
Para o governo garantir o alcance dos seus objectivos macro-económicos define políticas de actuação tais como: orçamental, monetária, fiscal, cambial e controlo da inflação. Dentre essas políticas a monetária e controlo da inflação ou preços se afiguram mais importantes.
A concretização das políticas acima referidas exige que o governo desenvolva determinadas acções de controlo em diferentes âmbitos: controlo do crédito, liquidez dos bancos e das taxas de juro. É aqui que surge a intervenção do sistema bancário na materialização da política económica e financeira do país.
Em momentos de inflação galopante, as entidades governamentais estabelecem restrições de crédito, aumentam as taxas de reservas obrigatórias diminuindo a quantidade de moeda em circulação, aumentam as taxas de juros das facilidade permanentes concedida pelo Banco Central e estimulam as poupanças dos cidadãos, criando depósitos atractivos.
1.3.2 O Papel do Banco de Moçambique
O sistema financeiro Moçambicano é constituído por diversas entidades, tais como: Autoridades monetárias, Instituições de crédito e sociedades financeiras. A sua classificação pode ser conforme o quadro a seguir:
	Classificação das Empresas do Sector Financeiro
	Instituições de Crédito
	Sociedades Financeiras
	• Bancos Comerciais 
• Caixas Económicas 
• Cooperativas de Crédito 
• Sociedades de Investimentos 
	• Sociedades Financeiras de Corretagem 
• Casas de Câmbio 
• Sociedades Gestoras de Fundos de Investimentos 
• Sociedades Gestoras de Património 
• Sociedades de Capital de Risco 
• Sociedades Administradoras de Compras em Grupo. 
O Banco de Moçambique é o principal elemento do sistema financeiro e autoridade monetária do sistema bancário:
Banco de Moçambique é o banco central da República de Moçambique, devendo, nesta qualidade, no contexto da política económica e financeira e por forma a assegurar o desenvolvimento do País, zelar pelo equilíbrio monetário interno e pela sobrevivência exterior da moeda.
São principais funções do Banco de Moçambique:
• Emissão da Moeda;
• Concessão deempréstimos ao Estado;
• Fixação de taxas de juro (indicativo);
• Fixação de taxas de câmbio (indicativo);
• Compensação de cheques e outras formas de pagamento;
• Autorização de abertura de instituições de crédito e sociedades financeiras;
• Supervisão de toda actividade de instituições de crédito e sociedades financeiras e
• Outras funções atribuídas pela lei.
1.3.3 Intermediação Financeira
A principal função dos bancos no sistema económico é a intermediação financeira: canalização de recursos financeiros excedetários (poupanças) para onde eles são escassos, que pode ser para o investimento ou para o consumo.
Esta função, materializa-se na captação de poupanças sob a forma de depósitos e na sua cedência através da concessão de crédito.
1.3.4 Prestação de Serviços
A actividade dos bancos não se limita à intermediação financeira, eles prestam uma multiplicidade de serviços, que podem ser a compra e venda de moeda estrangeira, pagamentos de juros de obrigações, etc..
A prestação desses serviços é uma função complementar da intermediação financeira, que os bancos colocam a disposição dos seus clientes e que muitas das vezes incide sobre os meios de pagamento, por exemplo, a compra e venda de moeda estrangeira e cobranças de terceiros ou assume natureza diversa, como é o caso de aluguer de cofres, concessão de garantias bancárias, etc..
As funções complementares ajudam os bancos a aumentar o volume de negócio da sua actividade principal, a intermediação financeira, contribuindo indirectamente na captação de depósitos, melhoria da qualidade e diversificação estreitando as suas relações com o cliente.
1.4 Organização Funcional da Banca
As instituições de crédito, tal como outras empresas de grande dimensão, têm uma multiplicidade de órgãos a que estão atribuídas as diversas funções com vista a atingir os objectivos da instituição. Apesar de as instituições não terem modelos de organização iguais, geralmente existem cinco grandes funções que, de acordo com a dimensão da empresa bancária, pode-se encontrar duas ou mais fundidas num mesmo departamento, são elas:
• Função comercial
• Promoção e apoio comercial;
• Operacionais ou de Execução de operações;
• Staff ou de apoio técnico;
• Apoio central.
A função comercial: compreende as tarefas que decorrem do contacto directo com o cliente para a satisfação das suas pretensões: prestação imediata de informações, esclarecimentos e oferta de produtos bancários. Na prática, esta área engloba estabelecimentos abertos ao público genericamente designados por balcões e os órgãos superiores responsáveis por estes estabelecimentos.
Promoção e apoio comercial: aos órgãos incluídos nesta área compete a concepção de produtos e serviços bancários, preparar e efectuar a promoção, coordenar as acções comerciais e intervir directamente em certos mercados. É função de marketing que deve estudar as acções comerciais a desenvolver, de acordo com os objectivos estratégicos.
O departamento de operações: esta divisão realiza um conjunto de tarefas, tais como, codificação e processamento informático, extracção de listagens, envio de notas de débito e crédito aos clientes. Com o desenvolvimento da informática, estas tarefas são realizadas nos balcões, cabendo aos serviços centrais apenas o controlo.
Staff e apoio técnico: é uma função responsável por estudos de natureza económica, planeamento estratégico, recuperação do crédito, apoio legal, recursos humanos, auditoria, etc..
Apoio central: estão compreendidas nesta área, a contabilidade, serviços gerais, aplicação de regras fiscais, arquivo, etc..
2. Contabilidade Bancária
2.1 Conceito
O estudo da Contabilidade Bancária nos países desenvolvidos começa a ganhar maior amplitude enquadrado no campo da gestão bancária. No nosso país este ramo de contabilidade aplicada só é leccionada por algumas escolas técnicas e algumas faculdades, muitas das vezes dentro dos programas de contabilidade sectorial.
Tal como noutros ramos de actividade o departamento de contabilidade numa instituição financeira reveste-se de maior importância e com maior relevância que nos outros sectores devido a importância que ela tem na economia, daí a necessidade de maior controlo pelas autoridades monetárias.
A Contabilidade Bancária é um ramo da contabilidade aplicada que estuda, regista e controla as operações pertinentes a instituições de crédito e sociedades financeiras, determinando o resultado destas operações e a situação do patrimonial.
As características específicas do património das empresas bancárias e sociedades financeiras, a natureza própria das suas operações, tais como empréstimos, depósitos, cobrança de valores, etc. justifica o estudo da Contabilidade Bancária.
2.2 O Plano de Contas Para Instituições de Crédito e Sociedade Financeiras
A contabilidade contém uma linguagem fundamental na actividade bancária, e como todas as formas de comunicação, vai sofrendo adaptações ao real sobre o qual interage de forma a manter a actualidade. A comunicação a este nível estabeleceu-se através da evolução do conceito de normalização contabilística que foi influenciando a evolução paralela do Plano de Contas para Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras com alterações em 1988, 1994 e 1999.
2.2.1 Sistematização do Plano de Contas
O Plano de Contas para as Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras em vigor (Aviso 13/GGBM/99), estabelece uma aproximação ás regras e práticas da comunidade bancária internacional e é constituído por nove classes, nomeadamente:
1. Disponibilidades;
2. Aplicações;
3. Imobilizações;
4. Recursos Alheios;
5. Contas Internas e de Regularização;
6. Recursos Próprios e Equiparados;
7. Custos por Natureza;
8. Proveitos por Natureza;
9. Contas extrapatrimoniais.
A organização interna das classes reflecte, de forma explícita a aplicação dos seguintes critérios básicos de ordenação:
• Natureza do elemento patrimonial;
• Sector institucional;
• Situação da residência;
• Distinção entre moeda nacional e estrangeira;
• Prazo das operações e
• Consideração dos sectores fundamentais da economia.
Esta organização pode ser resumida no seguinte quadro:
	Hierarquia das Classes de Contas e Suas Tipificações 
	Natureza 
	• Disponibilidades; 
• Aplicações; 
• Recursos alheios; 
• Imobilizações; 
• Contas internas e de regularizações; 
• Recursos próprios e equiparados ; 
• Custos por natureza e 
• Extrapatrimoniais. 
	Sujeitos 
	• Sector de actividade: 
o Instituições de crédito; 
o Sociedades financeiras e 
o Outros. 
• Residência: 
o Residentes e 
o Não residentes. 
	Prazos das operações 
	• Curto prazo e 
• Médio e longo prazo 
	Unidade de medida 
	Moeda nacional e 
Moeda estrangeira. 
	Garantias conexas 
	Garantias do estado; 
Hipotecas ; 
Outras e 
Sem garantia. 
2.2.2 Posicionamento das Contas no balanço
Apesar de existir discrepância entre o Plano de Contas para Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e o Plano Geral de Contabilidade a equação fundamental do balanço é a mesma, se não vejamos: 
Activo = Passivo + Fundos Próprios
Assim se seguirmos o dispositivo horizontal do balanço, as contas irão se posicionar no balanço da seguinte maneira:
	Activo 
	Passivo 
	1. Disponibilidades 
2. Aplicações 
3. Imobilizações 
5. Contas Internas e de Regularização (saldos devedores) 
	6. Recursos Alheios 
7. Contas Internas e de Regularização (saldos credores) 
8. Recursos Próprios e Equiparados 
	9. Contas Extrapatrimoniais 
	9. Contas Extrapatrimoniais 
2.2.3 Análise das classes de contas
Um banco, como qualquer unidade económica, está inserido num determinado ambiente económico com o qual mantém permanentes ligações em termos de fluxos reais a que correspondem fluxos monetários, mas no sentido oposto a aquele. No sector bancário, dada a natureza da sua actividade (intermediação) financeira), haverá fluxos recursos dos poupadores para o banco e deste para os investidores. Assim estar-se-á na presença de aplicações, ao falarmos de:
• Aquisição doimobilizado;
• Concessão de crédito;
• Depósito noutros bancos;
• Pagamento de salários;
• Liquidação de Juros.
Estamos na presença de recursos nas seguintes situações:
• Aumento de capital por entrada de dinheiro;
• Obtenção de fundos no mercado monetário;
• Depósito de clientes
• Cobrança de juros
Tal como em qualquer facto patrimonial, os fluxos são susceptíveis de revestir duas naturezas diferentes patrimoniais (factos patrimoniais qualitativos) e de exploração (factos patrimoniais quantitativos), veja a tabela seguinte:
	Fluxo
	
	Natureza
	
	Patrimoniais 
	De Exploração 
	Aplicações
	• Aquisição do imobilizado; 
• Concessão de crédito; 
• Depósito noutros bancos; 
• Pagamento de salários; 
• Liquidação de Juros 
	X 
X 
X 
	X 
X 
	Recursos
	Aumento de capital 
Obtenção de fundos no mercado monetário 
Depósito de clientes 
Cobrança de juros 
	X 
X 
X 
	X 
A dupla sistematização que observou no quadro antecedente, está consagrada no PCICSF através da seriação de classes de contas, apenas com duas excepções:
Classe 5 – Contas Internas e de regularização, reúne simultaneamente contas de aplicações e recursos e nem sempre traduz ligações ao exterior, quer dizer, o movimento dessas contas muita das vezes não representa um fluxo.
Classe 9 – Contas Extrapatrimoniais, envolvem a relevação de responsabilidades ou compromissos assumidos pelo Banco ou pelos demais sujeitos perante este e que não houve ainda fluxo patrimonial ou de exploração.
2.2.4 Relações entre classes de contas
Se observar o diagrama acima, verifica-se que existe relação entre classes de contas se não vejamos:
• a integração das contas de custos e proveitos dá origem a resultados que por sua vez permite a constituição de reservas e criação de provisões específicas;
• Os recursos alheios originam juros de operações passivas (custos por natureza);
• As aplicações originam juros de operações activas (proveitos por natureza);
Aplicação 1
A Gringos & Gringos obteve do Banco Male um empréstimo de 1.200.000 contos pagável em prestações semestrais. A taxa de juro foi fixado em 30% anuais. Com base nestes elementos, preencha o quadro seguinte, na perspectiva do Banco.
	Fluxo 
	Natureza 
	
	Patrimoniais 
	De Exploração 
	Aplicações 
	
	
	
	Recursos 
	
	
	
2.3 Normas e Princípios Contabilísticos
O produto final da contabilidade são as demonstrações financeiras e estas devem dar uma imagem verdadeira e apropriada do património, da situação financeira, assim como do resultado das operações da empresa de modo a satisfazer todos os utentes da informação financeira, sejam eles, credores, devedores, accionista estado, etc..
A qualidade essencial da informação proporcionada pelas demonstrações financeiras é a de que seja compreensível pelos utentes acima referidos e só é possível através do cumprimento das normas de contabilidade sobretudo as de relevância e fiabilidade.
O plano de contas para instituições de crédito e sociedades financeiras de 1999, que é de utilização obrigatória de todas as instituições sob supervisão do Banco de Moçambique, estão consagradas de forma explícita as seguintes normas e princípios contabilisticos:
2.3.1 Normas
O PCICSF, sendo de utilização obrigatória, para todas as instituições financeiras, nomeadamente: bancos comerciais, empresas de leasing, de factoring, sociedades de compras em grupo, de capital de risco, de entre outras sujeitas à supervisão do Banco de Moçambique, estabelece um conjunto de normas, a saber:
Relevância: é entendida como sendo a qualidade que a informação tem de influenciar as decisões dos seus utentes, ao ajuda-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes e futuros ou a confirmar ou a corrigir as suas avaliações.
Fiabilidade: é a qualidade que a informação tem de estar liberta de erros materiais e de juízos prévios, ao mostrar apropriadamente o que tem por finalidade apresentar ou se espera que razoavelmente represente, podendo, por conseguinte, dela depender os utentes.
Não compensação das contas: não são permitidas quaisquer compensações entre saldos devedores e credores seja nas contas de terceiros, proveitos, ganhos custos ou perdas.
2.3.2 Princípios contabilísticos
O seguimento de princípios contabilísticos, reveste-se de grande importância, sobretudo se assumirmos que os utentes da informação contabilística ultrapassa as fronteiras de um país, devido ao fenómeno de globalização que está mais patente nos mercados financeiros do que em qualquer outro sector onde a nacionalidade do capital está cada vez mais diluída. No PCICSF estão patentes os seguintes princípios contabilísticos geralmente aceites:
Continuidade: presume-se que a instituição/empresa opera continuamente não tendo intenção nem necessidade de entrar em liquidação ou reduzir significativamente a sua actividade. Este princípio é fundamental para transmitir confiança aos utentes e ao público em geral.
Consistência: os critérios valorimétricos não podem ser modificados de um exercício para o outro, caso se verifique uma derrogação a este princípio com efeitos materialmente relevantes, deve constar uma nota explicativa anexo as demonstrações financeiras.
Especialização: os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.
Prudência: as contas devem integrar níveis de precaução exigidos por estimativas realizadas em condições de incerteza, não permitindo, contudo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação dos activos e proveitos por defeito de passivo e custos por excesso.
3. Os Produtos Bancários e a Sua Relevação Contabilística
3.1 Compreensão
A banca no exercício da sua actividade tradicional, praticava primordialmente as operações de compra e venda de dinheiro, isto é, aceitava, sob forma de activos monetários, depósitos de clientes que depois geria e aplicava sob forma de crédito. Actualmente, graças a uma agressiva e sã concorrência, os bancos são levados a colocar no mercado produtos e serviços que não lhes competiam tradicionalmente como intermediário financeiro. Com efeito a banca promove e divulga a prestação de serviços, tais como, transferências, ordens de pagamento, operações sobre títulos de crédito, operações cambiais e comércio externo. Esses novos produtos oferecidos pelos bancos, designam-se serviços bancários gerais.
Os serviços bancários gerais, representam uma inovação na actividade bancária e tem uma grande importância para os bancos, porque através deles os bancos conseguem uma remuneração (comissões) sem incorrer em riscos que geralmente acarretam as operações de crédito e se os mesmos forem bem concebidos conseguem atrair recursos (depósitos) com menor custo para os aplicar em operações mais rentáveis. Assim através das operações de prestações de serviços os bancos podem incrementar as suas margens financeiras e consequentemente os resultados.
Actualmente tem aparecido os chamados bancos universais, que para além dos serviços acima descritos, oferecem serviços especializados, tais como, serviços de consultoria, serviços de intermediação e outros que tradicionalmente eram oferecidos apenas, por empresas de consultoria.
3.2 Produtos bancários tradicionais
Os produtos bancários tradicionais, tal como se referiu anteriormente, são de duas categorias:
• produtos bancários de captação de fundos, geralmente designados por depósitos e
• Produtos bancários de concessão de fundos ou créditos bancários.
Actualmente, podemos encontrar uma gama variada de depósitos e créditos, mas, no essencial são todos idênticos ou substitutos. Os bancos procuram introduzir pequenas variáveis de diferenciação, tais como: taxas de juros diferentes, diferenças nas condições de movimentação, saldos mínimos de abertura diferentes, garantias etc..Essas varáveis são normalmente introduzidos para satisfazer as necessidades de um determinado segmento de mercado.
3.2.1 Produtos Bancários deCaptação de Fundos
Os produtos bancários de captação de fundos, são constituídos maioritariamente, pela variada gama de depósitos, entretanto quando o montante captado pelo banco nos depósitos não é suficiente pode recorrer ao mercado monetário interbancário (MMI) ou a emissão de valores imobiliários (obrigações).
a) Depósito bancário
é um produto que garante ao cliente remuneração e segurança pelos fundos disponibilizados, constitui um meio, através do qual, o banco capta recursos financeiros que lhe permitem operações de crédito .
Os depósitos representam a maioria dos recursos de que o banco dispõe, normalmente são agrupados em função do seu grau de exigibilidade, a saber:
• depósitos a ordem;
• com pré-aviso e
• a prazo.
Se um Banco tem um défice de tesouraria de curto prazo, geralmente recorre ao mercado monetário interbancário, e quando a carência de fundos é estrutural, como por exemplo, recursos para financiamento de investimentos, recorre-se a emissão de valores imobiliários.
Todos os recursos atrás referidos estão enquadrados na classe 4 – recursos alheios do PCICSF, podendo se distinguir os de instituições de crédito no país (conta 40), que são fundamentalmente o mercado monetário interbancário e as facilidades permanentes de cedência concedidas pelo Banco de Moçambique, Instituições de crédito no estrangeiro (conta 41) os depósito de residentes (conta 42), empréstimos (conta 44) e responsabilidades representadas por títulos (conta 45), onde se enquadram a emissão de valores imobiliários e ainda os recursos consignados (conta 4602).
Esquematicamente, o tratamento contabilístico das operações de captação de recursos, também designadas por operações passivas, podem ser descritas da seguinte maneira:
Depósitos a ordem:
1)A
2)C1)A+B+C1)B3)B3)B4)D5)(B - D)6)(D - B)
4)D6)(D - B)5)(B - D)
1)C2)C
10
4200/421011115821100
112
Legenda:
1) - Depósito do cliente constituído por numerário (conta 10), cheque sacado sobre outros bancos (conta 1111) e sobre o próprio banco (conta 112);
2) - Débito da conta do cliente sacador do cheque depositado;
3) - Lançamento da compensação ( cheques sacados sobre outros bancos)
4) - Lançamento da compensação recebida
5) - Regularização da compensação se o saldo for favorável
6) - Regularização da compensação se o saldo for desfavorável
Nota: os registos 5) e 6) são mutuamente exclusivos.
Depósitos com Pré-aviso e a Prazo
1)A4)C + D5)A1)A
2)B5)A
4)C3)C2)B3)C
4)D
4200/42104201/4211
524201/524211/524202/524212
4202/42127042201/704211/704212
Legenda:
1) - Constituição de depósito com pré-aviso;
2) - Constituição de depósito a prazo;
3) - Especialização de juros, no final do mês antes do seu vencimento
4) - Crédito de juros ao cliente na data do vencimento, constituídos por: juros especializados no final do mês anterior e os juros produzidos do primeiro dia do mês corrente até a data.
5) - Vencimento do depósito a prazo e devolução do capital para conta DO.
Nota: na data do vencimento do depósito a prazo, para além do capital, o cliente é creditado também pelo valor dos juros (lançamento 4).
Tomada de recursos do MMI
4)A1)A1)A3)C + D
4)A
2)C3)C2)C
3)D
704010524010
40101100
Legenda
1) - Tomada dos recurso;
2) - Especialização de juros;
3) - Crédito de juros aos na data do vencimento, constituídos por: juros especializados no final do mês anterior e os juros produzidos do primeiro dia do mês corrente até a data;
4) - Devolução dos recursos.
Emissão de obrigações
1)A2)B2)B3)C
6)A1)A3)C5)D + E
6)A
4)D1)5)D4)D
5)E
7045152451
24
4514200/4210/1100
Legenda
1) - emissão de obrigações;
2) - subscrição pelos interessados;
3) - Realização ;
4) - Especialização de juros;
5) - Crédito de juros aos obrigacionistas na data do vencimento, constituídos por: juros especializados no final do mês anterior e os juros produzidos do primeiro dia do mês corrente até a data;
6) - Reembolso.
Recursos consignados
4)A1)A1)A3)C + D
4)A
2)C3)C2)C
3)D
46024200/4210/1210
7045152451
Legenda
1) - Recepção dos recurso consignado;
2) - Especialização de juros;
3) - Crédito de juros aos na data do vencimento, constituídos por: juros especializados no final do mês anterior e os juros produzidos do primeiro dia do mês corrente até a data;
4) - Devolução dos recursos.
Aplicação 2
O senhor Dionísio Quintas procedeu no dia 30 de Agosto de 2003 a abertura das seguintes contas:
• Depósito a prazo de 180 dias em MZM 350.000,00
• Depósito com pre - aviso de 30 dias em USD 3.000,00
Todas as operações foram por débito da suas contas de depósito a ordem nas respectivas moedas:
MZM 356001022001
USD 356001022002
Câmbio MZM USD 23.72
Pretende-se: A relevação contabilística dos factos patrimoniais
Resolução:
Maputo, 30 de Agosto de 2003
Transporte
42. Depósitos de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros350.000 
 421. Moeda Estrangeira
 4210. Depósito a Ordem
 42109. Outros71.160 
a42. Depósito de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4202. Depósito a Prazo
 42029. Outros320.000 
 421. Moeda Estrangeira
 4212. Depósito a Prazo
 42129. Outros71.160 
Abertura de contas de depósito a 
prazo MN e D.prazo em USD por débito
das contas 356001022001 e 356001022002
 ---------------------- -------------------------
Aplicação 3
O Banco de Lichinga recebeu do seu cliente, Companhia Agrária de Cuamba em 20/06/03, um depósito na sua conta nº 110500032003 constituido pelos seguintes valores:
Cheque bancário do BSTM 132.750,00
Cheque sacado sobre o Bnco Austral 150.000,00
Ordem de transferência da sua conta em ZAR 75.000,00 (câmbio 3.15)
Pretende-se: o registo no diário geral
Resolução:
Maputo, 30 de Agosto de 2003
Transporte
11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 111. Outras Instituições de Crédito
 1111. Cheques a cobrar s/ outras instit. 282.750 
42. Depósitos de Residentes 
 421. Moeda Estrangeira
 4210. Depósito a Ordem
 42109. Outros236.250 
a42. Depósitos de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros519.000 
Depósito de 1 cheque bancário sobre o BSTM
no valor de 132.750,00, 1 cheque sobre o BA de
150.000,00 e 1 transferência de ZAR 75.000,00
 ---------------------- ,, -------------------------
58. Outras contas Internas
 582. Compensação de Valores282.750 
a11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 111. Outras Instituições de Crédito
 1111. Cheques a cobrar s/ outras instit. 282.750 
Pela remessa de cheques a compensação
 ---------------------- -------------------------
Aplicação 4
O Banco Moderno procedeu em 20/06/03 a emissão de 240.000 obrigações de 100,00 cada e colocou-os a subscrição pública. No final do prazo todas as obigações estavam subscritas e integralmente realizadas da seguinte maneira:
• 40.000 por transferência de conta de clientes em moeda nacional;
• 40.000 por débito de clientes em USD (câmbio 23.80) e
• 160.000 foram tomados por outras instituições financeiras, tendo creditado a sua conta no BM.
Resolução:
Maputo, 20 de Junho de 2003
11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 110. banco de Moçambique
 1100. Depósitos a Ordem4.000.000 
42. Depósitos de Residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros 16.000.000 
 421. Moeda Estrangeira
 4210. Depósito a ordem
 42109. Outros4.000.000 
a45. Responsabilidades repres. por Títulos
 451. Obrigações24.000.000 
Pela colocação do empréstimo obrigacionista
 -----------------------------------------------
Aplicacão 5
Para fazer face aos défices de tesouraria o Banco Lúrio procedeu a tomada de 30.000.000.00 do Banco Zambeze através do Mercado Monetário Interbancário (MMI) por trinta dias e a uma taxa anual de 16%.
Resolução:
Maputo, 20 de Junho de 2003
Transporte
11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 110. banco de Moçambique
 1100. Depósitos a Ordem30.000.000 
a40. Instituições de Crédito no País
 401. Outras Instituições de Crédito
 4010. mercado monetário interbancário30.000.000 
Tomada no Mercado interbancário por 30 dias 
 ---------------------- -------------------------
Aplicação 6
Vence nesta o juro de depósito a prazo do cliente Gomes Garrido conta D.O. número 11025214002 no valor de 11.332.00 e prazo de tomada de recuros do MMI (aplicação 5).
Maputo, 20 de Julho de 2003
Transporte
70. Juros e Custos Equiparados
 704. Juros de recursos Alheios 
 7040. Instituições de crédito no País
 704010. Mercado Monetário Interbanc.400.000 
 7042. Depósitos de Residentes
 704020. Moeda Nacional
 7040202. Depósito a Prazo11.332 
a42. Depósito de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros11.332 
a11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 110. Banco de Moçambique
 1100 Depósitos a ordem400.000 
Crédito da conta DO nº 11025214002 pelo juro de
DP do período e débito da nossa conta DO no BM 
(juro de MMI)
 ---------------------- -------------------------
b) Compensação de valores
Com o desenvolvimento da actividade bancária e do conceito de moeda escritural, foram-se criando meios alternativos de pagamento mais práticos e mais seguros do que a utilização do próprio dinheiro. O cheque foi o primeiro e o mais significativo.
Tendo em linha de conta que o sistema bancário é composto por diversas instituições, verifica-se, na prática, que uma elevada percentagem de cheques emitidos por uma instituição de crédito acaba de reentrar no sistema através de outra, obrigando a circulação de cheques entre várias instituições. Foi por esta razão que foi criado um sistema de compensação de cheques e outros valores.
Compensação consubstancia-se na entrega de determinados conjuntos de documentos, tais como, cheques, ordens de transferências, efeitos comerciais, etc. sacados sobre outros bancos e recebimento daqueles que foram sacados sobre si, em local e hora fixa. O serviço de compensação é coordenado pelo Banco de Moçambique, disponibilizando o espaço físico para o efeito, controlar o horário dos bancos intervenientes, registos dos documentos a serem compensados e o controlo do balanceamento da respectiva compensação.
O movimento de compensação, sob o ponto de vista contabilístico, pode caracterizar-se da seguinte maneira:
Movimentos contabilísticos da compensação
	Débito 
	Crédito 
	• Movimentos que lhe é apresentado, via compensação e 
• Devoluções de Documentos por ele apresentados na compensação. 
	• As apresentações a compensação e 
• As devoluções de documentos que lhe foram apresentados via compensação 
Aplicação 7
O Banco Nacional recebeu na sessão de compensão de 11 de Setembro de 2003 um conjunto de cheques sacados sobre si no valor de 598.937 contos, tendo na mesma ocasião entregue a vários bancos os cheques sobre eles sacados no valor de 579.258 Mt e devolveu outros no valor total de 27.000 Mt por diversas irregularidades.
Resolução 
Maputo, 15 de Setembro de 2003
Transporte
11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 110. Banco de Moçambique
 1100 Depósitos a ordem579.258 
a58. Outras Contas Internas (1)
 58.2 Compensação de valores
Valores apresentados a compensação579.258 
 ---------------------- ,, -------------------------
58. Outras Contas Internas (2)
 58.2 Compensação de valores398.937 
a11. Disponibilidades sobre I.C. no País
 110. Banco de Moçambique
 1100 Depósitos a ordem598.937 
Pelos valores recebidos na compensação
 ---------------------- -------------------------
(1) assume-se que esta conta foi debitada no registo da remessa dos valores a compensação.
(2) esta conta será creditada em contrapartida de várias contas de depósitos, fincando assim saldada
3.2.2 Produtos bancários de concessão de fundos
Os produtos bancários de concessão de fundos visam satisfazer as necessidades de antecipação de consumo ou de capital para financiar oportunidades de investimento. Para o banco, esses produtos representam uma aplicação de fundos captados e outros produtos contra o recebimento de uma determinada remuneração. A remuneração varia em função do risco ligado a operação. Esses produtos são designados por produtos comerciais de crédito.
Produtos comerciais de crédito, consubstanciam-se na concessão de créditos aos clientes, desenhados com diferentes graus de liquidez, formas de mobilização e tipos de garantia. Assim, podemos encontrar os créditos por desembolsos, com as respectivas modalidades e os créditos por assinatura.
A relevação contabilista dos produtos de crédito de concessão de fundos é feita através da classe 2 aplicações, nas contas 20 – Aplicações em Instituições de Crédito no País (predominantemente operações de MMI), 21 - Aplicações em Instituições de Crédito no Estrangeiro, 22 – Crédito a Residentes, 23 – Crédito a não Residentes.
a) Crédito por desembolso
Consiste na disponibilização pelo banco ao cliente de uma determinada importância por um prazo definido e mediante remuneração. Esta modalidade subdivide-se em:
· Crédito por empréstimo;
· Crédito por abertura de crédito e
· Crédito por desconto.
Crédito por empréstimo
Nesta modalidade o banco disponibiliza a um cliente uma certa quantia ficando este obrigado a restitui-la, findo o prazo acordado, bem como pagar a devida remuneração. A conta de empréstimo não é mobilizável directamente, daí que a sua disponibilização é através da conta de depósito à ordem.
Os créditos por empréstimos constituem a maior parcela dos produtos bancários de concessão de fundos e caracterizam por ter um plano de amortização pre-estabelecido, várias formas de reembolso: pagamento do capital de uma única vez, pagamento periódico de capital e juros ou ainda atribuição de um período de graça ao cliente em que durante o qual não há produção de juros sobre o capital.
Para minimizar o risco da operação os bancos geralmente exigem garantias, que podem ser de várias formas, nomeadamente: garantia do Estado, hipoteca, etc.. Existe casos em que se concede crédito sem garantia, em função do grau de confiança que a instituição tem com o cliente e o nível do risco envolvido.
Uma das modalidades de crédito por empréstimo muito usado por empresas para cobrirem as suas dificuldades de tesouraria pontuais é o descoberto autorizado, em que o banco permite que um cliente saque um determinado montante, para além do saldo existente na sua conta.
Esquematicamente, o tratamento contabilístico dos créditos por empréstimo pode ser representado como se segue:
Tratamento contabilístico do crédito por empréstimo
1)A2)C2)C4)Cn
4)Cn+Jn+J
1)A3)Jn
4)J 
3)Jn4)Jn
420074210220xxx/221xxx
89380220xxx/80221xxx
53220xxx/53221xxx
Legenda
1) - Débito de preparos ou comissões, como é muitas vezes designado (quantia A);
Disponibilização do crédito na conta do cliente. No caso de descoberto autorizado, o cliente utiliza normalmente a sua conta de depósitos a ordem e periodicamente o banco transfere os saldos devedores da conta DO para a subconta apropriada da 220 ou 221 e debita a conta do cliente pelos juros e no final do contrato o cliente amortiza a totalidade do saldo a descoberto;
2) - especialização de juros;
3) - Débito da conta do cliente pela prestaçãovencida constituída pelo: prestação do capital, juros especializado no final do mês anterior, juro produzido ao longo do mês corrente.
Aplicação 8
A Comissão de Crédito do Banco Alta Visão apreciou e aprovou a 1 de Julho de 2003, os seguintes contratos de empréstimos com várias entidades:
1. Com a Sociedade de Tabacos Sul: um descoberto autorizado com limite mensal de 800.000 contos a taxa de juro de 17% anual;
2. Com Green Fishers: Um empréstimo de 1.200.000 contos por um ano segundo uma taxa de juro de 30% com amortizações mensais. A garantia é um aval duma empresa associada do mutuário. O plano de amortização está conforme a tabela abaixo:
	Nº 
	MONTANTE 
	1.200.000 CTS 
	i = 30% 
	
	C.INICIAL 
	PMT 
	JUROS 
	CAPITAL 
	SALDO 
	1 
	1,200,000 
	116,985 
	30,000 
	86,985 
	1,113,015 
	2 
	1,113,015 
	116,985 
	27,825 
	89,159 
	1,023,856 
	3 
	1,023,856 
	116,985 
	25,596 
	91,388 
	932,468 
	4 
	932,468 
	116,985 
	23,312 
	93,673 
	838,795 
	5 
	838,795 
	116,985 
	20,970 
	96,015 
	742,781 
	6 
	742,781 
	116,985 
	18,570 
	98,415 
	644,366 
	7 
	644,366 
	116,985 
	16,109 
	100,875 
	543,490 
	8 
	543,490 
	116,985 
	13,587 
	103,397 
	440,093 
	9 
	440,093 
	116,985 
	11,002 
	105,982 
	334,111 
	10 
	334,111 
	116,985 
	8,353 
	108,632 
	225,479 
	11 
	225,479 
	116,985 
	5,637 
	111,348 
	114,131 
	12 
	114,131 
	116,985 
	2,853 
	114,131 
	0 
	TOTAL 
	1,403,815 
	203,805 
	1,200,000 
3. Com Maputo Pub: Um empréstimo de 3.000.000 por 5 anos. A taxa de juro é Maibor 12 meses + 5%. Amortizações trimestrais com parcelas de capital iguais. Preparos 2% do empréstimo. A garantia é a hipoteca do edifício que serve de escritórios. A primeira prestação vence daqui a 30dias.
Trabalho a realizar: A contabilização dos empréstimos
Resolução 
Valores em contos
Maputo, 1 de Julho de 2003
Transporte
42. Depósito de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001 Empresas60.000 
a89. Outros proveitos e Lucros
 893. Reembolso de Despesas60.000 
Preparos de 2% sobre crédito do Maputo Pub
 ---------------------- ,, -------------------------
22. Crédito a residentes
 220. Moeda Nacional
 2200. Curto Prazo
 22008. Outras Garantias1.200.000 
 2201. Médio e Longo Prazo
 22012. Garantia de Hipoteca3.000.000 
a42. Depósito de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001 Empresas4.200.000 
Pelo desembolso do crédito
 ---------------------- -------------------------
Aplicação 9
Vence as primeiras prestações dos créditos concedidos a Green Fishers e Maputo Pub (aplicação 7), tendo sido feitos os débitos nas respectivas contas DO. Relativamente ao descoberto autorizado a Sociedade de Tabacos Sul, o valor a descoberto monta 639.000 contos e a empresa fez a respectiva regularização.
A MAIBOR de um ano a esta data estava fixada em 30,4%
Pretende: O registo das operações no diário geral
Resolução:
Maputo, 31 de Julho de 2003
Transporte
42. Depósito de Residentes
 420. Moeda Nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001 Empresas1.003.537 
a22. Crédito a residentes
 220. Moeda Nacional
 2200. Curto Prazo
 22008. Outras Garantias
 220089. Outros86.985 
 22009. Sem Garantia
 220094. Descobertos em D.O.639.000 
 2201. Médio e Longo Prazo
 22012. Garantia de Hipoteca
 220125. Empréstimos150.000 
a80. Juros e Proveitos equiparados
 802. Aplicações
 8022. Crédito a Residentes
 80220. Moeda Nacional
 802200. Curto Prazo
 8022008. Outras garantias
 80220089. Outros30.000 
 8022009. Sem garantia
 80220094. Descoberto em D.O.9.053 
 802201. Médio e Longo prazo
 8022012. garantia de Hipoteca
 80220125. Empréstimos88.500 
Pelo reembolso de créditos e pagamento de juros
 ---------------------- -------------------------
b) Crédito por abertura de crédito
A abertura de crédito, as vezes chamado crédito em conta corrente é um contrato de crédito em que um banco se obriga ter a disposição de um cliente fundos até um determinado montante e por um determinado período de tempo, fundos esses que o cliente utilizará de acordo com as suas conveniências, estando obrigado a reembolsar ao banco a parte que utilizar, pagar o juro e eventuais comissões.
A importância poderá ser creditada numa conta especial, chamada crédito em conta corrente que o cliente utilizará levantando fundos directamente ou por transferência para a sua conta DO.
O reembolso do crédito pode ser feito por duas maneiras diferentes: liquidação integral de uma só vez ou o cliente faz entregas para reduzir o saldo devedor da conta corrente até a sua extinção.
O tratamento contabilístico dos créditos em conta corrente, pode seguir o representado no esquema abaixo:
Tratamento contabilístico do crédito em conta corrente
1)A + B2)C2)C4)Cn1)A
4)Cn+Jn+J
3)Jn1)B3)Jn4)Jn
4)J 
4200/4210220xxx/221xxx893
80220xxx/80221xxx80920053220xxx/53221xxx
Legenda
1) - Débito de preparos ou comissões, como é muitas vezes designado (quantia A) e comissão de imobilização de conta (quantia B). As comissões de imobilização da conta são normalmente debitados para os casos de crédito em conta corrente (caso o contrato de mutuo assim determinar), podendo ser no início do contrato ou mensalmente em caso de o valor contratado não for utilizado pelo cliente;
2) - Disponibilização do crédito na conta do cliente. Neste caso, de crédito em conta corrente a disponibilização do valor do crédito ocorre mediante a solicitação do cliente e no valor desejado e o juro irá recair sobre o montante utilizado;
3) - especialização de juros;
4) - Débito da conta do cliente pela amortização do crédito (totalidade do crédito utilizado ou parte deste), juros especializado no final do mês anterior, juro produzido ao longo do mês corrente. O débito do juro e a amortização do crédito utilizado não ocorre necessariamente ao mesmo tempo, salvo no fim do contrato.
Aplicação 10
A Quimigal Comércio Geral, tem encomendas no valor de 580.000 contos, neste momento está com estrangulamentos de tesouraria que a leva a ter dificuldades para a compra de matérias primas. Para solucionar o problema negociou com o Banco Mikaya e este pôs à sua disposição durante seis meses. O crédito vencerá juros, a taxa de 14%, calculados sobre o saldo devedor da conta e uma comissão de imobilização mensal de 5% sobre o valor do crédito.
Resolução
Maputo, 31 de Agosto de 2003
Transporte
22. Crédito a residentes
 220. Moeda nacioal
 2200. Curto Prazo
 22009. Sem garantia
 220092. Créditos em conta Corrente580.000 
a42. Depósito de Residentes
 420. Moeda nacional
 4209. Outros Depósitos580.000 
Abertura de um crédito a favor da Quimigal
 ---------------------- -------------------------
Aplicação 11
No final do mês, o saldo da conta era 211.960 contos e o juro total era de 4.305 contos. Foi feito odébito de juros e da respectiva comissão de imobilização.
Resolução
Maputo, 30 de Setembro de 2003
Transporte
42. Depósito de Residentes
 420. Moeda nacional
 4209. Outros Depósitos401.345 
a22. Crédito a residentes
 220. Moeda nacioal
 2200. Curto Prazo
 22009. Sem garantia
 220092. Créditos em conta Corrente368.040 
a80. Juros e Proveitos equiparados
 802. Aplicações
 8022. Crédito a Residentes
 80220. Moeda Nacional
 802200. Curto Prazo
 8022009. Sem garantia
 80220092. Créditos em Conta Corrente4.305 
a82. Comissões
 829. Outras Comissões
Pela regularização da conta corrente, débito de comissões e juros
29.000 
 ---------------------- -------------------------
c) Crédito por desconto
O crédito por desconto é o contrato em que o banco antecipa o valor do crédito ao seu titular deduzido do correspondente juro e eventuais despesas, transmitindo-lhe este o respectivo crédito que vai cobrar na data do vencimento.
As operações de desconto recaem com maior frequência sobre créditos titulados, tais como letras e livranças através do endosso dos respectivos títulos de crédito ao banco após a realização de algumas formalidades contratuais.
Após o cumprimento das formalidades o Banco fica com direitos sobre todos os intervenientes no título descontado (sacador e sacado), isto é, em caso de falta de cumprimento por parte do sacado o cedente do título tem a obrigação de restituir o montante adiantado pelo banco.
O tratamento contabilístico dos créditos por desconto, é conforme o esquema abaixo:
Tratamento contabilístico do crédito por desconto
3)C1)C-J-A-B1)C3)C1)A
2)Jn1)B2)Jn1)J
4200/4210220xxx/221xxx893
80220xxx/80221xxx825155220xxx/55221xxx
Legenda
1) - concessão do crédito por desconto, sendo: (C – (J+ A + B)) o líquido produto do desconto creditado na conta do cliente, A - preparos e portes, B comissões de cobrança, J o juro (calculado em função do tempo que falta para o vencimento da letra);
2) - Imputação do juro deferido aos proveitos, proporcionalmente ao prazo do crédito;
3) - Pagamento do valor da letra pelo aceitante, por débito em conta podendo ser também por cheque sobre outros bancos (1111) ou transferência bancária (recebido na compensação).
Aplicação 12
Após a celebração do contrato de mútuo entre o Banco Zumbo e a Zambeze Industrial, este apresentou as seguintes Letras para serem descontados:
	Sacado 
	Valor 
	Vencimento 
	Praça 
	Zumbo Alimentar 
	180.000.000 
	30 dias 
	Tete 
	Agroquisa 
	220.000.000 
	45 dias 
	Maputo 
	Malaquias Industrias 
	56.000.000 
	15 dias 
	Maputo 
Após uma apreciação minuciosa da proposta, a mesma foi aprovada e creditado na conta depósito do cliente, nas seguintes condições:
• Taxa de juro anual 35%
• Comissões de cobrança 2,5% das letras sacadas sobre a praça e 5% sobre outras praças;
• Portes 0.5%
Resolução:
Maputo, 30 de Setembro de 2003
Transporte
22. Crédito a residentes
 220. Moeda nacioal
 2200. Curto Prazo
 22009. Sem garantia
 220090. Desconto456.000 
a42. Depósito de Residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001. Empresas421.242 
a80. Juros e Proveitos equiparados
 802. Aplicações
 8022. Crédito a Residentes
 80220. Moeda Nacional
 802200. Curto Prazo
 8022009. Sem garantia
 80220090. Desconto16.578 
a82. Comissões
 825. Prestação de Serviços
 8251. Cobrança de valores15.900 
a89. Outros proveitos e Lucros
 893. Reembolso de despesas2.280 
Pelo desconto de vários efeitos
 ---------------------- -------------------------
d) Crédito por assinatura
Ao contrário do que acontece com o crédito por desembolso, o crédito por assinatura não implica uma saída de fundos, o banco garante, perante terceiros, o bom cumprimento de uma obrigação do seu cliente em troca de uma comissão. Contudo, a instituição financeira pode ser chamada caso o seu cliente falte ao compromisso.
Esta modalidade de crédito, engloba as garantias bancárias e os avales bancários. As garantias bancárias são mais comuns quando o cliente pretende participar num empreendimento que exige a imobilização de fundos, como é o caso de obras públicas, fornecimentos, etc., enquanto que o aval bancário é um caso específico de aval, quer dizer, estamos na presença de uma letra ou outro tipo de efeito comercial, em que o avalista é um banco.
Em termos de relevação contabilística, haverá lugar ao registo de uma comissão ( conta 820 Garantias prestadas) e da respectiva responsabilidade potencial assumida pelo banco em contas de ordem (classe 9).
Aplicação 13
A Pedreira de Goba candidatou-se ao fornecimento de pedras na construção de uma ponte sobre o Rio Maputo. A entidade responsável pela obra exige como garantia do cumprimento do fornecimento um depósito de 100.000.000,00. A Pedreira não está em condições de imobilizar este valor, pelo que solicitou ao Banco Progresso uma garantia bancária e este aceitou mediante uma comissão de 1%. Na mesma ocasião solicitou ao Banco que avalizasse uma letra no valor de 50.000.000,00 a uma comissão de 5%. A garantia e o aval foram aprovados em 30 de Setembro de 2003.
Resolução:
Maputo, 30 de Setembro de 2003
Transporte
42. Depósito de Residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001. Empresas3.500.000 
a82. Comissões
 820. Garantias Prestadas
 8200. Residentes
 82000. garantias e Avales3.500.000 
Débto da conta do cliente Pedreira de Goba pela
comissão da sua garantia bancária
 ---------------------- -------------------------
Nota: haverá lugar ao registo na conta 9000 – Garantias e avales pela responsabilidade potencial assumida.
Os bancos para além de aplicar os seus recursos nas operações de crédito a clientes, aplicam também no mercado monetário interbancário e em valores imobiliários.
Aplicação 14
O Banco G&G, recebeu, em 26 de Setembro de 2003, a confirmação do Banco de Moçambique do débito da sua conta em 30.000.000 contos relativo a cedência de fundos ao Banco B&B a uma taxa de juro de 30% e por um período de 180 dias.
Resolução:
Maputo, 26 de Setembro de 2003
Transporte
20. Aplicações em Instituições de Crédito no País
 201. Outras Instituições de crédito
 2010. mercado Monetário Interbancário30.000.000 
a11. Disponibilidades sobre I.C. No País
 110. Banco de Moçambique
 1100. Depósitos a Ordem 30.000.000 
Nossa cedência de fundos ao B&B
 ---------------------- -------------------------
3.3 Produtos Bancários Gerais
Os produtos bancários gerais, aparecem com a evolução da própria actividade bancária, como consequência duma gestão cada vez mais virada para o cliente. Com a prestação desses serviços os bancos ganham uma comissão e podem ainda angariar recursos (depósitos), se o produto for bem concebido e agradar ao cliente, para os aplicar em operações mais rentáveis.
Os produtos ou serviços bancários gerais, de acordo com o território onde se realizam e com o tipo de moeda usado na transacção, são de dois grupos: domésticos e internacionais.
3.3.1 Serviços bancários domésticos
Enquadra-se neste grupo de operações, todas aquelas que se realizam no territórionacional e expressos em moeda nacional. Entre essas operações estão incluídos a cobrança de conta alheia, as transferências a crédito, permanentes, electrónicas, electrónicas interbancárias, home-banking, aluguer de cofres, guarda de valores e administração de propriedades.
a) Cobrança de conta alheia
É a operação pela qual o banco promove a apresentação ou aviso aos aceitantes dos efeitos (letras, recibos, livranças, etc. ) sobre eles sacados, reclamando-lhes o respectivo pagamento, ou assegurando o débito em conta se o aceitante tiver conta domiciliada no banco.
O banco pode prestar este serviço para cobrança de letras, extractos de factura, livranças, telefones, consumo de energia, impostos, etc. A operação proporciona ao banco uma comissão e ao mesmo tempo garante a entrada de recursos ou evita a sua saída.
Actualmente assistimos a um recurso cada vez mais crescente de cobranças de consumo de vários serviços através da bancas incluindo a utilização de ATMs, tais como, contas de eletricidade e telefone. 
Para o banco, estas operações para além de permitir a melhoria da captção podem proporcionar comissões e melhorar a rentabilidade.
Aplicação 15
Procedemos ao crédito da conta da EDM pela cobrança de várias facturas no valor de 1.500.000,00. As comissões totalizaram 12.300,00.
Resolução:
Maputo, 30 de Setembro de 2003
Transporte
10. Caixa
 100. Notas e moedas Nacionais1.500.000 
a42. Depósito de residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001. Empresas1.500.000 
Cobrança de facturas da EDM
 ---------------------- , , -------------------------
42. Depósito de residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42001. Empresas12.300 
a82. Comissões
 825. Prestação de Serviços
 8251. Cobrança de valores12.300 
Cobrança de comissão de prestação de serviços
 ---------------------- -------------------------
b) Transferências de valores
O banco pode proceder, por instrução do cliente, a transferência de valores de uma conta para outra dentro do banco ou para uma outra conta fora do banco. Quando a transferência é entre contas domiciliadas no mesmo banco, normalmente não se cobra comissões, mas quando é entre contas domiciliadas em bancos diferentes o banco exige uma remuneração. O procedimento dos bancos sobre este serviço, pode ter algo a ver com o custo da operação ou pode ser uma maneira de compensar a perda de recursos.
Com o desenvolvimento tecnológico os clientes têm a possibilidade de ordenar electronicamente transferências a crédito através das ATM, e fazer o pagamento de compras diversas de forma electrónica, através dos chamados Point of sale (POS), utilizando para o efeito os cartões de crédito.
Os Serviços executados através de ATMs e POS, estão disponíveis nos bancos nacionais, apesar de ainda apresentarem algumas limitações, por exemplo, as ATM só facultam os serviços de levantamento e consulta de saldos e o uso dos cartões de crédito (Visa e Mastercard) ainda é bastante limitada.
Contabilísticamente, as operações realizadas nos POS e ATMs são transferência de conta a conta, uma vez que trata-se de passagem de valores a terceiros.
Aplicação 16
O Banco Zambeze procedeu a execução de uma ordem de transferência dada por Alfeu Mbuyanguana no valor de 15.000.000,00 para a conta DO de Guebo Honwana no Banco de Limpopo. A comissão de transferência cobrada foi de 5%.
Resolução:
Maputo, 30 de Setembro de 2003
Transporte
42. Depósito de residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros15.750.000 
a58. Outras Contas Internas
 582. Compensação de Valores15.000.000 
a82. Comissões
 825. Prestação de Serviços
 8255. Transferência de valores750.000 
Débito da sua conta pela ordem de transfer. e da comissão 
 ---------------------- , , -------------------------
58. Outras Contas Internas
 58.2 Compensação de Valores15.000.000 
a11. Disponibilidades sobre Inst. Crédito no País
 110. Banco de Moçambique
 1100. Depósitos a Ordem15.000.000 
Pela regularização da compensação
 ---------------------- -------------------------
c) Aluguer de cofres
Com esta operação o banco faculta ao cliente um cofre para guardar objectos de reduzida dimensão (títulos, jóias, pedras preciosas, etc.) e o cliente tem um acesso exclusivo e privativo do cofre mediante o pagamento de uma comissão e de entrega de uma caução pelas chaves que ficam ao seu poder durante a vigência do contrato.
Aplicação 17
Procedemos ao débito da conta do Obadias Guiringane pela comissão anual de utilização do cofre no valor de 5.538,00.
Maputo, 31 de Dezembro de 2002
Transporte
42. Depósito de residentes
 420. Moeda nacional
 4200. Depósito a Ordem
 42009. Outros5.538 
a82. Comissões
 825. Prestação de Serviços
 8250. Depósito e Guarda de Valores5.538 
Comissão anual de aluguer de cofre
 ---------------------- -------------------------
4. Normas Específicas de Contabilização
Os temas a abordar neste capitulo, prendem-se com operações que, dada a sua natureza, são objecto de um procedimento contabilístico específico, caso das operações em moeda estrangeira, operações com títulos, crédito vencido e as respectivas provisões.
Não se pretende fazer um estudo exaustivo sobre a matéria, mas sim uma visão geral do assunto de modo a completar a abordagem da Contabilidade Bancária.
4.1 Operações em Moeda Estrangeira
4.1.1 Valorimetria
As notas e moedas estrangeiras, são registadas na entrada ao preço de aquisição e as saídas pelo valor da venda.
No final de cada mês, a existência de moeda estrangeira será avaliada ao câmbio oficial de divisas, do dia, divulgado a título indicativo pelo Banco de Moçambique e as diferenças apuradas serão relevadas na respectiva subconta da conta 720 – Prejuízos e diferenças de reavaliação da posição cambial ou 830 – Lucros e diferenças de reavaliação da posição cambial.
4.1.2 O sistema Multicurrency
O metical é a principal unidade monetária com que as instituições de crédito moçambicanas, basicamente, operam. Esta unidade traduz numericamente os activos e passivos nas referidas instituições. No entanto, os bancos possuem igualmente valores activos e passivos, expressos em moeda estrangeira. Assim, os bancos no geral, utilizam o sistema multi – currency, cujas principais características são as seguintes:
· Consagra a existência de um razão com as respectivas contas para cada moeda, isto é, razão de USD, MZM, ZAR, etc.;
· O saldo dessas contas define a posição cambial em cada moeda: credora se os activos superam os passivos e devedora no caso contrário;
· Estas razões articulam-se com o razão meticais onde existe a posição cambial com saldos simétricos ao das posições em moeda estrangeira.
4.1.3 Operações com Procedimento Contabilístico Específico
As operações em moeda estrangeira com objecto de procedimento contabilístico especifico, são as seguintes:
• Operações cambiais a vista;
• Operações cambiais a prazo e
• Operações cambiais swap.
Operação cambial a vista, é uma transação efectuada de imediato, normalmente dois dias após a data do contrato.
Operação cambial a prazo, é uma transação de venda a preço fixo, cuja movimentação de fundos será efectuada numa data futura para além de dois dias úteis após a data da contratação.
Operação swap, é uma transação de compra (venda) de uma moeda por outra, a vista e venda (compra) a prazo do mesmo montante da primeira moeda, em oposição a um montante contratado da segunda.
Aplicação 18
A empresa de Transportes Marítimos depositou um cheque de USD 50.000 na sua conta de depósitos a ordem em moeda estrangeira. Câmbio 23,78.
Resolução:
50.000 50.00050.000 50.000 
1.189.000 1.189.000 
1211Disp.s/IC no estrang. Outras I.C. - Cheques a cobrar
1210 Disp.s/ I.C. No estrang. Outras IC - Dep. A Ordem 
580 OUTRAS Contas Internas Posição Cambial
58100 Operações Cambiais a 
Liquidar - Moeda Nacional
4210 Depósito de Residentes 
Moeda Nacional - D. Ordem
Uma vez que a taxa de câmbio tem carácter variável, a posição cambial é sujeito a reavaliação periódica, segundo os princípios definidos no PCICSF.
4.2 Operações de Títulos
4.2.1 Classificação dos títulos
Os bancos compram títulos com objectivos diferentes. Assim como os objectivos de aquisição diferem, também o tratamento contabilístico que o PCICSF lhes dedica, é diverso.
Podemos ter títulos de negociação, de investimento e de participação no capital doutras sociedades. Veja o quadro a seguir:
	Rúbrica 
	Títulos de Negociação 
	Títulos de Investimento 
	Participações Financeiras 
	1) Conceito 
	Negociação 
	Investimento 
	Detenção de Capital de empresas 
	2) Intenção da aquisição 
	Revenda – menor que 6 meses de posse 
	Conservação – maior que 6 meses de posse ou até o vencimento 
	Participação no capital 
	3) Natureza 
	Intervençãp imediata ou de curto prazo 
	Caráter mais estável 
	Ligação à actividade da instituição e com caráter duradoiuro 
	4) Objectivo 
	Obtenção de mais valias resultante de flutuações pontuais dos mercados ou diferenças favoráveis entre preços contratados e preços de acesso ao mercado. 
	Equilíbrio nas aplicações/recursos com obtenção de taxa de rendimento compensadora 
	Complementaridade de negócio ou domínio sobre a empresa. 
De acordo com o tipo de rendimento, podemos agrupar os títulos em três grupos: rendimento fixo (bilhetes de tesouro, obrigações e certificados de depósito), varíavel (acções e unidades de participação) e fixo e variável (títulos de participação e unidades de participação).
4.2.2 Valorimetria dos títulos
O PCICSF estipula os seguintes procedimentos para carteira de títulos das Instituições de crédito e sociedades financeiras:
a) Os títulos de rendimento fixo emitidos com base no valor nominal, são registados ao valor de aquisição. Os juros corridos, se houver, são contabilizados nos proveitos a receber. A periodificação de juros será feita com base no valor nominal e na taxa de juro aplicável para o período. O prémio ou desconto verificado por ocasião da compra será repartido de modo escalonado através da movimentação da conta 24 – Títulos, por contrapartida da respectiva conta de proveitos ou custos;
b) O valor dos títulos com capitalização de juros deve incluir o montante correspondente à periodificação dos mesmos;
c) Os títulos emitidos a valor descontado são registados pelo valor de reembolso (valor nominal), sendo o diferencial entre o valor nominal e o custo de aquisição relevado como “Receitas com proveito deferido”. No fim de cada mês, os juros corridos são registados nas correspondentes contas de proveitos;
d) As acções são mantidas ao custo de aquisição;
e) Para os títulos que estiverem cotados, a diferença entre o seu valor contabilístico e o valor da cotação (mais ou menos valia) será relevada na conta 51- flutuação de valores;
f) As acções recebidas gratuitamente em resultado de incorporação de reservas no capital social podem ser relevados no património da instituição de crédito, pelo seu valor nominal, sempre que as anteriormente detidas tenham um custo médio ponderado de aquisição igual ou inferior ao valor nominal. No caso contrário, as novas acções serão registadas pela diferença, se for positiva, entre a parte proporcional no novo capital social e o custo das acções detidas; quando a diferença é nula ou negativa apenas haverá lugar à relevação das quantidades acrescidas.
Os aumentos patrimoniais resultantes do valor atribuído às novas acções terão como contrapartida as contas 6130 – Reservas – Reservas de reavaliação – Imobilizações financeiras ou 6139 – Reservas – Reservas de reavaliação – Outras, consoante se trate de acções pertencentes às rubricas de imobilizações financeiras ou de títulos. Para que haja lugar à constituição das reservas acima referidas é necessário que a sociedade que incorpora as reservas no capital social tenha publicado, com referência aos três últimos exercícios que precederam o ano da incorporação, as contas anuais devidamente certificadas.
Contabilização
A conta dos títulos subdivide- se em duas partes: aquisição e a reavaliação.
a) Aquisição
XX
24. Títulos11. Disponibilidades s/IC no País
b) Reavaliação diária
A reavaliação diária é efectuada com base na cotação do mercado ou, na sua ausência, ao menor dos valores de aquisição presumível de mercado. O resultado da reavaliação resultante da diferença entre o valor anterior e o actual de mercado pode levar as seguintes situações:
b1) Variação para mais:
XX
8324. Lucros em Oper. Financ.- Lucros em aplic.-Títulos
5124. Flut. De valores - Aplicações - Títulos
b.2) Variação Negativa:
XX
7224. Prejuízos em Oper. Financ.- Prej. em aplic.-Títulos
5124. Flut. De valores - Aplicações - Títulos
4.3 Crédito Vencido, de Cobrança Incerta, em Moeda Estrangeira e Provisões
De acordo com o artigo 2 do Aviso 7/GBM/2007, de 31 de Dezembro as instituições de crédito são obrigadas a calcular e contabilizar, de entre outras, provisões regulamentares mínimas, com as seguintes finalidades:
a) Para crédito vencido;
b) Para crédito de cobrança incerta;
c) Para riscos gerais de crédito e
d) Para crédito concedido em moeda estrangeira a entidades não exportadoras
Esta exigência surge porque, apesar de instituições de crédito, de um modo geral, honrarem os seus compromissos para com os depositantes, nem sempre acontece por parte dos clientes de crédito que, por diversas razões nem sempre satisfazem as suas dívidas no respectivo vencimento. Assim os bancos têm todo o interesse em relevar contabilisticamente o crédito concedido na referida situação.
4.3.1 Classificação temporal do crédito vencido
O Aviso 7/GGBM/2007, estipula que para efeitos do cálculo de provisões para crédito vencido, os vários tipos de crédito devem ser enquadrados nas classes de risco respectivos, os quais reflectem o escalonamento do crédito e juros vencidos em função do período decorrido após o respectivo vencimento ou da data em que tenha sido formalmente apresentada ao devedor a exigência da sua liquidação. As classes de risco, estipulados pelo Aviso referido acima devem estar, conforme a tabela abaixo:
	Classes 
	Prazo da Mora 
	Classe I 
	Até 179 dias 
	Classe II 
	180 a 360 dias 
	Classe III 
	Mais de 360 dias 
A prorrogação ou renovação dos créditos vencidos não interrompe a contagem dos períodos referidos acima e nem isenta as instituições de crédito de constituírem as respectivas provisões, salvo se forem adequadamente reforçadas as garantias constituídas ou integralmente pagos pelo devedor os juros e encargos vencidos.
4.3.2 Percentagens de Provisões
As provisões para o crédito vencido devem apresentar as percentagens mínimas, indicadas na tabela abaixo, dos respectivos créditos, considerando as classes de risco a que as prestações do crédito pertencem.
A falta de cumprimento dos compromissos por parte dos clientes de crédito representa perdas para o banco e segundo regem as normas prudênciais emanadas pelo Aviso 7/GBM/2007 devem ser constituídas provisões, que se destinam a cobertura de prejuízos de exercício ou a ele imputáveis, de verificação já comprovada ou de comprovação futura, mas sempre de montante ainda desconhecido.
a) Crédito vencido
Na constituição de provisões é preciso ter em conta os limites mínimos que são estabelecidos pelo aviso atrás referido e se os mesmos estão conforme a tabela abaixo:
	Descrição 
	Classes de Risco
	
	I
	II
	III 
	Com 1ª hipoteca de habitação do mutuário 
	15 
	50 
	100 
	Contratos de Locação Financeira Imobiliária 
	15 
	50 
	100 
	Com outras garantias 
	20 
	50 
	100 
	Sem garantia 
	25 
	50 
	100 
Como se pode depreender com a leitura da tabela acima as taxas de provisão para crédito vencidodependem do prazo da mora e da respectiva garantia, isto é, quanto maior for o prazo em que o crédito está em mora maior será a provisão a constituir, contudo para prazos de mora iguais existe diferenciação em função do tipo de garantia.
No caso de prestações vencidas e não cobradas de um mesmo crédito devem ser incluídas na classe de risco em que se enquadre a que esteja por cobrar há mais tempo.
Para além das provisões para o crédito em mora as instituições de crédito deverão constituir provisões para riscos gerais de crédito segundo uma taxa de 2% sobre o crédito em situação regular, vulgarmente chamado de crédito vivo na gíria bancária.
b) Crédito de cobrança incerta
Considera-se que o crédito é de cobrança incerta, sempre que se verifique uma das seguintes situações:
a) O capital correspondente às prestações em atraso de um crédito representa mais do que 25% do total do capital em dívida; e
b) O valor global correspondente ao capital das prestações em atraso relativas a um mesmo cliente exceda 25% do total do capital em dívida.
A percentagem a utilizar para determinação do montante mínimo das provisões para crédito de cobrança incerta, sobre um determinado cliente, é igual à metade da percentagem média da cobertura do crédito vencido sobre esse mesmo cliente pelas respectivas provisões.
c) Crédito normal
Para além das provisões para o crédito vencido e de cobrança incerta, as instituições de crédito deverão constituir provisões para riscos gerais de crédito segundo uma taxa de 2% sobre o crédito em situação regular, vulgarmente chamado de crédito vivo na gíria bancária.
Para efeitos do cálculo de provisões para riscos gerais de crédito, é considerado o valor total do crédito concedido por uma instituição de crédito, incluindo o representado por aceites, garantias e avales prestados, mas excluindo o crédito vencido e o crédito de cobrança incerta..
d) Crédito em Moeda estrangeira
O Aviso 7/GBM/2007 estipula que as instituições de crédito que concedam crédito em moeda estrangeira a mutuários não exportadores devem, no acto da concessão, considerar, para efeitos de cálculo de provisões regulamentares mínimas, uma provisão específica de 50% do valor concedido.
Sempre que o crédito concedido em moeda estrangeira estiver vencido ou haja fundadas dúvidas sobre o seu reembolso ou ainda se decorrerem 30 dias após a data de reembolso de pelo menos uma prestação, o mesmo deverá ser coberto por provisões conforme a tabela seguinte:
	Entidades/Provisões 
	No acto de concessão 
	Crédito vencido 
	Exportadores e restantes entidades referidas no número 2 do presente artigo. 
	0% 
	Aplica-se o disposto nos artigos 5 e 7 do presente Aviso. 
	Outras entidades 
	50% 
	100% 
4.3.2 Contabilização de provisões, crédito e juros vencidos
De acordo com o PCISF, após o vencimento do crédito se a prestação não for paga, o capital vencido e os respectivos juros, devem ser contabilizados nas diversas subcontas da conta 28 Aplicações e Juros Vencidos, sendo o capital na conta 2820 e os juros na conta 2821 Juros. Para a contabilização das provisões estão previstas as contas: 29 – Provisões Acumuladas; 64 – Provisões Diversas; 79 – Dotação para Provisões; 84 – Reposição e Anulação de provisões. Esquematicamente teríamos
Contabilização do Crédito vencido e provisões
1)A1)A2)A12)A13)A2
11)I11)J
3)A211)L4)B5)B14)C6)C1
11)M5)B111)N
4)D11)O9)G7)E10)H8)F
6)C111)
I+J+L+M+N+O
7)E4)B+C+D9)G
8)F10)H
79908490
282122912640
7912802208402
2202820028201
2822022821028211
Legenda
1) - Transferência do crédito normal que entrou em incumprimento (capital);
2) - transferência do crédito da classe I para classe II, uma vez ultrapassado os 179 dias;
3) - transferência do crédito da classe II para classe III, uma vez ultrapassa os 360 dias;
4) - contabilização do juro vencido e não pago;
5) - Transferência do juro da classe I para a classe II, uma vez passados os 179 dias
6) - Transferência do juro da classe II para a Classe III, uma vez passados os 360 dias;
7) - Contabilização da constituição ou reforço da provisão para o crédito vencido;
8) - Contabilização da constituição ou reforço da provisão para riscos gerais de crédito;
9) - Anulação da provisão para crédito vencido, caso se considere excessiva.;
10) - Anulação da provisão para riscos gerais de crédito, caso se considere excessiva;
11) - Abate (retirada do activo) do crédito vencido.
Aplicação 20
Da contabilidade do Banco de Moçambicano extraimos a seguinte informação relativamente à carteira de crédito, com referência a 30 de Novembro do ano N:
Carteira de crédito
	Classe de Risco
	Valor 
	Provisão existente 
	
	Capital
	Juros
	
	Crédito Normal 
	 30.598.155
	
	611.963
	Classe I 
	2.388.432
	135.344
	493.609
	Classe II 
	589.300
	83.484
	378.134
	Classe III 
	818.302
	255.037
	1.073.339 
	
	34.394.189
	473.866
	2.557.046 
O inventário da mesma carteira de crédito realizada a 31 de Dezembro do ano N, forneceu a seguinte informação:
Carteira de crédito
	Classe de Risco 
 
	Valor 
	Provisão existente
	
	Capital
	Juros 
	
	Crédito Normal 
	39.777.602
	
	611.963
	Classe I 
	2.507.854
	142.112
	493.609
	Classe II 
	559.835
	79.310
	378.134
	Classe III 
	654.642
	204.030
	1.073.339 
	
	43.499.932
	425.452
	2.557.046 
Outras informações:
Ao longo do mês de foi abatido da carteira, um conjunto de créditos com mais de um ano de mora no valor de 73.704 ( capital) e 48.414 (juros).
Pretende-se: a regularização das contas
Resolução:
Si30.598.155 Si2.388.432 Si589.300 a)29.465 
a)119.422 
Si818.302 a)163.660 Si135.344 Si83.484 b)4.174 
b)
6.767 
Si255.037 b)51.007 a)73.704 Si1.945.083 Si611.963 
b)48.414 
2822022821028211
282122912640
2202820028201
Aplicação 21
O inventário da carteira de crédito do Nosso Banco apurou a seguinte informação constante na tabela abaixo em contos):
	Caracterização do crédito 
	Crédito Normal 
	Classe de risco 
	
	
	Classe I 
	Classe II 
	Classe III 
	
	Capital 
	Provisão 
	Capital 
	Juros 
	Provisão 
	Capital 
	Juros 
	Provisão 
	Capital 
	Juros 
	Provisão 
	Com Garantia de Hipoteca 
	225.047 
	3.601 
	2.250 
	128 
	362 
	1.125 
	164 
	581 
	563 
	181 
	846 
	Com OutrasGarantias 
	1.125.237 
	20.254 
	11.252 
	638 
	2.255 
	5.626 
	820 
	3.992 
	2.813 
	903 
	4.228 
	Sem garantia 
	270.057 
	4.861 
	2.701 
	153 
	732 
	1.350 
	197 
	698 
	675 
	217 
	1.015 
	Total 
	1.620.341 
	28.716 
	16.203 
	918 
	3.350 
	8.102 
	1.181 
	5.271 
	4.051 
	1.300 
	6.088 
Outras Informações:
As políticas do Banco estabelecem que o juro vencido não pago deve ser aprovisionado em 100% e a restante carteira é aprovisionado de acordo com o Aviso 7/GBM/2007.
Pretende-se: A regularização de provisões
Resolução:
Provisões
Exist.Nec.Ref/An.Exist.Nec. Ref/An. Exist.Nec. Ref/An. Exist.Nec. Ref/An. 
Com garantia de Hipoteca3.601 4.500,95 900 362 465 103 581 727 145 846 743 102 - 
Com outras garantias20.254 22.504,70 2.251 2.255 2.888 633 3.992 3.634 359 - 4.228 3.716 512 - 
Sem garantia4.861 5.401,14 540 732 828 96 698 872 174 1.015 892 123 - 
Total28.716 32.406,79 3.691 3.350 4.181 832 5.271 5.232 39 - 6.088 5.350 738 - 
Crédito NormalClasse IClasse IIClasse III
Caracterização do Crédito
 
Aplicação 22
No final do mês de Outubro de N , a carteira de crédito do Banco Nacional era conforme a tabela abaixo:
Carteira de crédito
Crédito 
Normal
CapitalCapitalJurosCapitalJurosCapitalJuros
Com garantia de hipoteca94.520 945 54 473 69 236 76 
Com outras Garantias472.599 4.726 268 2.363 345 1.181 379 
Sem garantia113.424

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