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MÓDULO – A 05 CONCLUSÃO DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO Instrução: Leia o texto para responder às questões 01 e 02. A tecnologia tem mudado a configuração do mundo e como as pessoas se relacionam com ele nos mais diversos setores, inclusive da saúde. O que poderia ser mais um fator para distanciar médicos e pacientes está, porém, revolucionando esse relacionamento, notadamente no que se refere ao uso da Internet. É incontestável que ferramentas como WhatsApp e Skype, bem como o contato via e-mail, estão servindo para aproximar médico e paciente, o qual se sente mais bem assistido durante a fase pós-consulta. Não obstante, é necessário garantir a segurança das informações e o sigilo dos dados nessa forma de comunicação. Nesse contexto, uma modalidade que tem crescido no Brasil é a Telemedicina, em razão da má distribuição de profissionais médicos nas regiões mais distantes, em especial no Norte e no Nordeste do país. Já há algum tempo, centros de excelência hospitalar, como o Albert Einstein, conseguem levar a expertise do médico a locais em que a falta de especialistas poderia trazer prejuízos indeléveis aos pacientes. É o caso do hospital na cidade de Floriano, no interior do Piauí, que atende pelo SUS e está conectado ao Albert Einstein a uma distância física de 2 500 quilômetros. A plataforma TelessaúdeRS é um outro exemplo de Telemedicina que funciona em nosso país. O projeto é voltado aos profissionais da atenção primária ou básica de saúde – médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem, técnicos e auxiliares em saúde bucal, agentes comunitários de saúde –, com TeleConsultoria, Teleducação e TeleDiagnóstico. O objetivo é qualificar o atendimento à comunidade e aumentar a resolutividade dos diagnósticos nos postos de saúde e Unidades Básicas de Saúde. E tem apresentado resultados bastante satisfatórios, com redução de 60% nas filas de espera por consulta por especialistas, segundo dados fornecidos pela UFRS. Para se ilustrar a importância de implantação da telemedicina na saúde pública, um dos programas do TelessaúdeRS, Respiranet, possibilitou a realização de 600 espirometrias por mês. Anteriormente, eram realizadas 200 por ano. Trata-se de um importante exame para diagnóstico de doenças respiratórias. FRANCO, Sandra. Telemedicina: uma nova medicina nasce da tecnologia. Disponível em: <https://politica.estadao.com.br>. Acesso em: maio 2019 (Adaptação). 01. (EBMSP–2019) Com base nas informações do texto, é correto concluir que A) o uso dos avanços tecnológicos, sobretudo da Internet, interfere, de forma inconsistente, no contexto da medicina, pois nem todos os pacientes têm acesso ao mundo virtual. B) o emprego de modernas tecnologias da informação e comunicação tem crescido no Brasil devido a uma distribuição desequilibrada de médicos, principalmente em regiões longínquas. C) os profissionais de saúde têm a obrigação de manter contato online regularmente, ainda que de forma sigilosa, com aqueles que assistem, para favorecer o acompanhamento pós-consulta. D) o projeto TelessaúdeRS é voltado exclusivamente aos especialistas da atenção básica, o que dificulta a expansão desse trabalho para outros setores, bem como para as diversas localidades brasileiras. E) a importância de implantação da Telemedicina na saúde pública, na Região Norte do país, tem sido ineficiente em razão da dificuldade que se tem ao acesso de ferramentas indispensáveis para o sucesso de tal projeto. 02. (EBMSP–2019) Considerando-se os recursos linguísticos usados no texto, está correto o que se afirma em: A) A locução “não obstante”, em “Não obstante, é necessário garantir a segurança das informações” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por “contudo”. B) A palavra “expertise”, em “conseguem levar a expertise do médico a locais’’, tem o mesmo valor semântico de esperteza. C) As palavras destacadas em “a falta de especialistas poderia trazer prejuízos indeléveis aos pacientes” são acentuadas pela mesma razão. D) O verbo “qualificar”, em “O objetivo é qualificar o atendimento à comunidade”, quanto à transitividade, classifica-se como bitransitivo. E) O vocábulo “respiratórias”, em “exame para diagnóstico de doenças respiratórias”, é polissílabo, já que possui seis sílabas. 195Bernoulli Sistema de Ensino PORTUGUESA LÍNGUA Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 195 01/07/19 15:14 03. (EBMSP–2017) Para um professor de Medicina, como é o meu caso, trazer o médico de volta ao que realmente importa – o paciente – é um desafio diário. Mas o cinema tem-se mostrado um recurso eficaz para promover essa reflexão. Lembro-me de uma ocasião, em um congresso de universitários, quando projetávamos a cena da batalha em O Último Samurai. Aqueles homens medievais, valentes, enfrentam as modernas metralhadoras, com a coragem e a espada. A atitude de servir e chegar até o fim, que parece ser a motivação dos samurais, arranca do inimigo o reconhecimento, a veneração e até a vitória moral. Quando acabou a conferência e os comentários das cenas, antes de sair, um aluno veio até a frente, me segurou pelo braço e me disse com os olhos brilhando: “Professor, eu quero ser um samurai!”. O cinema é também um modo de entender, de exprimir aquilo que a racionalidade levaria muito tempo para explicitar, e acabaria resultando até enfadonho. Vale esclarecer que a educação através da estética, que atinge as emoções e a sensibilidade, não é uma tentativa de apoiar a educação do jovem na emotividade. Trata-se de suscitar uma reflexão sobre valores e atitudes. É possível incorporar um conhecimento técnico ou mesmo treinar uma habilidade sem refletir sobre eles; mas é impossível adquirir valores, progredir em virtudes, incorporar atitudes, sem um prévio processo de reflexão. Esse processo requer tato, habilidade, evitar precipitações, promovendo um aprendizado que respeite, de alguma maneira, o ritmo quase fisiológico da emotividade. Não se pode obrigar a ninguém a sentir o que não sente. Pode-se simplesmente mostrar, e o tempo e a reflexão sobre as emoções se encarregarão de aprimorar o paladar afetivo. BLASCO, Pablo González. A sétima arte e humanização da Medicina. Disponível em: <http://www. cremesp.org.br/ ?siteAcao=Revista&id=893>. Acesso em: fev. 2017 (Adaptação). Para o articulista, a formação do futuro médico através da estética tem como objetivo A) estimular o hábito de servir ao próximo com dedicação, reverência e respeito à diversidade, sendo sempre sensível ao sofrimento do outro. B) desenvolver a prática da reflexão para que se adquiram valores e se incorporem atitudes que promovam o exercício de virtudes ao longo do processo formativo desse profissional. C) garantir a humanização nas relações cotidianas, permitindo que a emotividade conduza a aquisição dos conhecimentos necessários à sua atuação posterior. D) esclarecer temas e conteúdos que a racionalidade não dá conta nem fornece explicação plausível para o esclarecimento de possíveis dúvidas. E) tornar menos enfadonha a aprendizagem de algum assunto específico ou o treinamento de habilidades em alguma área do saber caracterizado pela razão. Instrução: Leia o texto para responder às questões 04 e 05. O referencial teórico herdado do modelo organizador da Educação Especial colocou, no passado, uma forte orientação nas tecnologias como suporte à ação médica e à reabilitação. A ação terapêutica colocava a ênfase na doença e nas estratégias de minimização de problemas decorrentes da incapacidade. Encontramos um entendimento do papel inclusivo dessas tecnologias na síntese feita pelo Prof. Antônio Nunes Barbosa Filho (NEAR / UFPE), que define a “Tecnologia Adaptada como aquela que é desenvolvida e orientada para buscar propiciar ao portador de deficiência plena autonomia às suas atividades quotidianas, sejam domésticas ou profissionais”. A lista de discussão eletrônica da Oficina de EducaçãoInclusiva proporcionou várias possibilidades de um novo entendimento do papel da tecnologia assistiva, remetendo-a para “uma nova lógica”: a da inclusão, da saúde, da possibilidade e da potencialidade. Segundo Rita Bersh, “A reabilitação só tem sentido se orientada à vida independente e à inclusão. Para os profissionais da saúde / reabilitação, a inclusão está exigindo uma revisão de conceitos e práticas, que parte da valorização do sujeito, que não é o paciente, e sim o ator de sua reabilitação e, além disso, parte de seu potencial funcional e não de sua deficiência, explorando as potencialidades do indivíduo, de valorização de seus desejos e de suas habilidades, da saúde e da expectativa positiva”. A nova nomenclatura de tecnologias assistivas aposta em categorização baseada numa abordagem funcional. Descreve-se uma modalidade de recurso que parte da deficiência e não das dificuldades funcionais dela advindas. Algumas modalidades de tecnologias assistivas poderão ser, entre outras, os recursos de comunicação suplementar e alternativa; de acessibilidade ao computador; de mobilidade; para adequação postural; para acessibilidade e para adaptação de veículos; órteses e próteses. PINTO, Pedro. Tecnologia assistiva no Brasil. Disponível em: <http://www.cnotinfor.pt/inclusiva/ pdf/Tecnologias_assistivas_Br_pt.pdf>. Acesso em: 19 set. 2012 (Adaptação). 04. (EBMSP) Assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas. De acordo com o texto, a tecnologia assistiva ( ) teve, em relação ao passado, seu papel ressignificado. ( ) visa a uma melhor qualidade de vida para seus usuários. ( ) pressupõe o desenvolvimento das potencialidades de cada um. ( ) objetiva a autonomia das pessoas que dela necessitam por tempo determinado ou definitivamente. ( ) amplia as habilidades funcionais dos que se apresentam com algum tipo de deficiência permanente ou não. 196 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 196 25/06/19 16:41 A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a: A) V V V V V. B) V F F V F. C) V F V F V. D) F V F V F. E) F V V F V. 05. (EBMSP) A leitura do texto permite afirmar que a humanidade A) dispõe de novas tecnologias de apoio, o que, de um lado, facilita a vida de uns e, de outro, inviabiliza qualquer tipo de atitude discriminatória dos demais. B) vive, hoje em dia, uma era marcada pela busca de inclusão, de igualdade de oportunidades e de uma melhor qualidade de vida. C) tem a seu alcance os resultados de uma nova revolução tecnocientífica, que está voltada unicamente para o bem comum universal. D) demonstra, na atualidade, total aceitação dos usuários da tecnologia adaptada, em quaisquer situações em que eles se encontrem. E) conta com uma aparelhagem altamente sofisticada e capaz de solucionar todos os seus problemas. 06. (EBMSP) Medicina paliativa e qualidade de vida O grande desenvolvimento da Medicina nas últimas décadas do século XX, junto com as melhoras das condições de vida, tem feito com que a expectativa de sobrevivência do ser humano venha aumentando continuadamente. Desafortunadamente, todos os esforços da ciência para aumentar a quantidade da vida humana podem ser inutilizados, em boa parte, se a Medicina não minimizar o significativo prejuízo que as doenças crônicas e degenerativas podem produzir na qualidade da vida. Evitando pessoas de adoecerem, a Medicina já estaria cumprindo seu papel na melhoria da quantidade e da qualidade de vida. Porém a pergunta intrigante é: o que a Medicina tem feito para aqueles que adoeceram e, principalmente, para aqueles que não têm cura? É nesse ponto que aparece a Medicina Paliativa. Ao médico cumpre curar sempre, em não curando, aliviar sempre e, em não aliviando, consolar. Por incrível que possa parecer, tornou-se mais comum curar que aliviar. Consolar, então, nem se fala, embora não faltem recursos para ambos. Existem, infelizmente, muitas doenças e situações médicas cuja cura ainda não foi possível, mas, nem por isso, a Medicina deve se acomodar e negligenciar o muito que tem para ser feito. O paciente tem direito de pleitear sempre um alívio da dor, uma melhor qualidade de vida e, não obstante, uma melhor qualidade de morte. Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos são aqueles que consistem na assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo, sendo o principal objetivo a garantia da melhor qualidade de vida, tanto para o paciente como para seus respectivos familiares. A Medicina Paliativa nasceu da necessidade de melhorar a qualidade de vida dos pacientes para os quais a cura não é mais possível e a qualidade de vida está ou estará em breve deteriorada. O objetivo concreto dessa área da saúde é aliviar os sintomas decorrentes de doenças degenerativas, crônicas e refratárias, favorecer o melhor possível as atividades do paciente, oferecer adequada atenção emocional e social, tanto ao paciente quanto à própria família. MEDICINA paliativa e qualidade de vida. Disponível em: <http://virtualpsy.locaweb.com.br/ lindex.php?art=238&sec=35>. Acesso em: 05 out. 2011 (Adaptação). É impossível comprovar no texto o que sobre ele se afirma em: A) A manutenção da saúde da pessoa, uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida, sempre foi o foco principal da atividade médica, o que não isenta o profissional de Medicina de adequar-se ao próprio ser humano, mostrando-se sensível às suas angústias, a seu sofrimento. B) A busca do melhor para o paciente que não responde mais ao tratamento curativo deve ser constante e efetiva, a fim de que sua qualidade de vida seja mantida no nível mais alto possível e seus familiares se sintam confortados, recebendo também especial atenção do médico. C) O médico, com o avanço da Medicina, chega ao diagnóstico da doença do seu paciente, pressupõe-se, por meio do suporte técnico e do científico, mas nem sempre atenta para a individualidade do doente, o que também é significativo para sua cura. D) A função do médico em relação ao paciente com doenças que limitam sua qualidade de vida não deve restringir-se simplesmente ao aspecto farmacológico, mas abranger, inclusive, o psicológico, o social, o ético, o religioso, o familiar, dentre outros. E) A fase paliativa de um doente terminal, por ser aquela em que o pessimismo assume o lugar da esperança, é a que prescinde de maior atenção à qualidade de vida do paciente, por ele já se encontrar em estado precário e irreversível. 07. (EBMSP–2019) Texto I O amor é um sentimento que está presente no âmago de cada ser e se manifesta de diversas formas. Mesmo diante dos obstáculos naturais da existência, essa força maior tudo supera. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 197Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 197 25/06/19 16:41 Os seres humanos, na sua longa caminhada evolutiva, estão buscando o desenvolvimento do amor, essa energia latente em cada ser, que, canalizada para o bem, é construtiva em todas as áreas das atividades humanas. Pode ser o caminho da sublimação, e há inúmeros seres que deram exemplo de vida, evidenciando-o nos gestos mais simples de suas existências... Sob a forma de renúncia, de doação, de abnegação, entre outras, é uma energia criadora capaz de vencer nossas limitações, impulsionando-nos à superação de todas as dificuldades. ZIMERMAN, Walmor. As diversas formas de amar. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br>. Acesso em: out. 2018 (Adaptação). Texto II Para amar de verdade, em primeiro lugar, é preciso amar a si mesmo. Se uma pessoa não amar a si mesma, nunca será capaz de amar alguém de verdade, e jamais alguém sentirá prazer no seu amor. O ser humano que não ama a si mesmo, ao se relacionar com outra pessoa, estará apenas fingindo amá-la. Jesus disse: “Amai o próximo como a ti mesmo.” Mas, neste mundo, a maioriados humanos nunca é educada para entender que a primeira pessoa que se deve amar é a si mesmo! Não veem sentido nisso e se perguntam: “Amar a si mesmo?” Pensam que para amar precisam de outra pessoa. Porque não conseguem amar, elas têm que acreditar de alguma maneira, através da poesia, da canção, que amam. Para que se amem, o primeiro passo é aceitar-se como são. A pessoa deve ser simplesmente ela mesma. Aceite-se e, dentro de você, não haverá qualquer conflito, qualquer desamor. Tudo na natureza segue em harmonia, porque nenhum ser está tentando competir com o outro. O melhor que uma pessoa pode ser é ela mesma. Isso é o mais perfeito amor! CARMO, Edson. Quem não se ama não pode amar mais ninguém! Disponível em: <http://edsoncarmo-amor.blogspot. com>. Acesso em: out. 2018 (Adaptação). Texto III O amor como dedicação se baseia na bondade. É desinteressado e há mais alegria em dar do que em receber. Eunoia é o amor que faz de servir sinônimo de amar. Trata-se de uma expressão grega que significa belo pensamento e indica a benevolência. É o amor do tipo bondade, que não se sustenta com necessidade, demanda ou desejo, e sim pela doação, em que servir não tem a intenção de ser recompensado. O amor é o único tesouro que cresce à medida que é gasto. Essa generosidade, essa compaixão em relação a todos os seres vivos, exprime apenas o dom que se encontra no próprio fundo do ser daqueles que são chamados “servos”, título que é, para eles, preferível ao de mestre, sábio ou santo, os quais ameaçam confiná-los em uma imagem em que seriam idolatrados. Assim, esse amor não pede favores, é espontâneo, não vê distância a ser percorrida nem obstáculos a serem transpostos para o exercício do amar. MOTTA, Paulo Rogério da. Eunoia, o amor-dedicação. Disponível em: <https://paulorogeriodamotta.com.br/eunoia- o-amor-dedicacao/>. Acesso em: out. 2018 (Adaptação). A partir da leitura dos textos motivadores e com base na reflexão que propiciam a respeito dos posicionamentos apresentados, produza, na norma-padrão da Língua Portuguesa, uma dissertação argumentativa sobre a importância das variadas dimensões do amor na existência do ser humano, fundamentando suas afirmativas e destacando o poder singular que esse sentimento possui tanto na vida pessoal quanto na profissional, além dos efeitos benéficos dele resultantes, principalmente quando espontâneo e associado ao suporte social, voltado para o bem-estar do outro, sem nada exigir em troca. 08. (EBMSP–2017) Leia, com atenção, o tema proposto e elabore a sua redação, contendo entre quinze e trinta linhas. • Redação com menos de quinze linhas não será avaliada. • Se desejar, coloque um título para a sua redação. • Evite utilizar letra de forma, se assim o fizer, destaque as letras maiúsculas. Será anulada a redação • redigida fora do tema proposto; • apresentada em forma de verso; • assinada fora do local apropriado ou com qualquer sinal que a identifique; • escrita a lápis, no todo ou em parte, de forma ilegível, ou não articulada verbalmente; • redigida em folha que não seja a de Redação; • pré-fabricada, ou seja, que utilize texto padronizado, comum a vários candidatos; • redigida, apresentando cópia, parcial ou integral, dos textos desta prova. Textos Motivadores Texto I Como não há homem sem mundo, nem mundo sem homem, não pode haver reflexão e ação fora da relação homem-realidade. Essa relação homem-realidade, homem-mundo, ao contrário do contato animal com o mundo, implica a transformação do mundo, cujo produto, por sua vez, condiciona ambas, ação e reflexão. É, portanto, através de sua experiência nessa relação que o homem desenvolve sua ação-reflexão, bem como também pode tê-las atrofiadas. Conforme se estabeleçam essas relações, o homem pode ou não ter condições objetivas para o pleno exercício da maneira humana de existir. 198 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 198 01/07/19 15:14 Seu compromisso como profissional, sem dúvida, pode dicotomizar-se de seu compromisso original de homem. O compromisso, como um que fazer radical e totalizado, repele as racionalizações. Não posso, nas segundas-feiras, assumir compromisso como homem, para, nas terças-feiras, assumi-lo como profissional. Uma vez que “profissional” é atributo de homem, não posso, quando exercer um quê fazer atributivo, negar o sentido profundo do quê fazer substantivo e original. Quanto mais me capacito como profissional, quanto mais sistematizo minhas experiências, quanto mais me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. Não posso, por isso mesmo, burocratizar meu compromisso de profissional, servindo, numa inversão dolosa de valores, mais aos meios que ao fim dos homens. Não posso me deixar seduzir pelas tentações míticas, entre elas a da minha escravidão às técnicas, que, sendo elaboradas pelos homens, são suas escravas e não suas senhoras. Não devo julgar-me, como profissional, ”habitante” de um mundo estranho; mundo de técnicos e especialistas salvadores dos demais, donos da verdade, proprietários do saber, que devem ser doados aos “ignorantes e incapazes”. Habitantes de um gueto, de onde saio messianicamente para salvar os “perdidos”, que estão fora. Se procedido assim, não me comprometo verdadeiramente como profissional nem como homem. Simplesmente me alieno. Não é possível um compromisso verdadeiro com a realidade, e com os homens concretos que nela e com ela estão, se dessa realidade e desses homens se tem uma consciência ingênua. Não é possível um compromisso autêntico se, àquele que se julga comprometido, a realidade se apresenta como algo dado, estático e imutável. Se esse olha e percebe a realidade enclausurada em departamentos estanques. Se não a vê e não a capta como uma totalidade, cujas partes se encontram em permanente interação. Daí sua ação não pode incidir sobre as partes isoladas, pensando que assim transforma a realidade, mas sobre a totalidade. É transformando a totalidade que se transformam as partes e não o contrário. No primeiro caso, sua ação, que estaria baseada numa visão ingênua, meramente “focalista” da realidade, não poderia constituir um compromisso. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 7-9 (Adaptação). Texto II A percepção de que os profissionais de Saúde podem e são capazes de interagir proativamente no desenvolvimento social e na ampliação das possibilidades empreendedoras reflete, em última análise, o desejo de fazer a travessia do paradigma biologicista, ainda hegemônico na Saúde, para um pensamento sistêmico de intervenção social, capaz de contemplar e considerar o uno e o múltiplo em vez da eficiência apenas individual. O uso desse conhecimento adquirido beneficiará a sociedade nos aspectos de melhoria de saúde e de formação de cidadãos, como um processo desencadeante de cadeia, como um dominó. VISENTIN, Angelita. Disponível em: <apps.unibrasil.com.br/revistaexpressao/index.php/>. Acesso em: abr. 2017 (Adaptação). A partir da leitura dos textos motivadores e de suas reflexões sobre o compromisso ético e social que deve ter qualquer pessoa que exerça uma atividade no campo da atuação humana, escreva uma dissertação argumentativa, na norma-padrão da Língua Portuguesa, sobre a importância da prática do autoconhecimento para que os profissionais atuem de forma plena, ocupando um espaço de proatividade e transformação social, através da apropriação do conjunto de saberes e habilidades técnicas de sua área, a fim de contribuir para o bem comum. Em seus argumentos apresente sugestões e exemplos de como garantir essa atitude ética profissional. MÓDULO – A 06 FUNÇÕES DA LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 01. (EBMSP) Qualidade de vida na vida real É bom ter em mente, antes de tentarmos definir o que é qualidade devida, que não apenas as escolhas sobre o que faremos, mas também as escolhas sobre com quem faremos o que decidimos fazer, na escola, no trabalho e no lazer, influenciam quem somos e definem nossa saúde, nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar. Existe, no momento, mais de uma centena de diferentes definições para qualidade de vida, nenhuma delas completamente satisfatória. A principal dificuldade que os cientistas encontram para definir o conceito é a natureza multifacetada e instável do fenômeno, cuja compreensão vem sendo, pouco a pouco, aumentada pelo uso de métodos e pesquisa qualitativa, aplicados em cenários de vida específicos. Assim, a qualidade de vida das pessoas depende dos “cenários de vida” em que vivem, quero dizer, depende daqueles lugares onde nos encontramos com outras pessoas, geralmente com um propósito definido como, por exemplo, ganhar a vida trabalhando. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 199Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 199 01/07/19 15:14 O “cenário” assume grande importância porque é dentro de suas fronteiras que vamos analisar o que acontece com as pessoas. Por exemplo, um dos cenários de vida que mais influência exerce sobre nossa saúde e nossa qualidade de vida é o emprego, o cenário de trabalho. O termo cenário não indica somente o local físico de trabalho. Os locais onde a fábrica, o escritório, a loja, a escola estão são os “palcos” nos quais se desenrolam as tramas de vida, os jogos de poder, as seduções, as agressões e violências que interferem profundamente em nossa saúde, qualidade de vida e percepção de bem-estar. NICOLETTI, Sérgio J. Qualidade de vida na vida real. Disponível em: <http://proex.epm.br/campubli/pdf/ qualidade_ vida_real.pdf>. Acesso em: 05 out. 2011 (Adaptação). De acordo com a forma de trabalhar a linguagem e suas funções sociocomunicativas, o discurso pode ser caracterizado como informativo ou persuasivo. Por suas características, pode-se classificar o texto em análise como predominantemente A) informativo-instrucional por defi nir, em primeiro lugar, o que se deseja alcançar para, em seguida, dizer como se deve proceder a fi m de atingir os objetivos pleiteados. B) informativo-jornalístico, por tratar de fatos que interessam sobretudo ao público adulto, esclarecendo-o sobre como ele deve proceder para a obtenção de uma melhor qualidade de vida. C) persuasivo de fundo lúdico, pela quase inexistência de outras possibilidades de leitura pelo receptor da mensagem em face de a maior preocupação do emissor ser com as verdades humanas. D) persuasivo de cunho polêmico, pela impossibilidade – diante da força dos argumentos usados – de o leitor discordar das informações transmitidas pelo emissor sobre qualidade de vida e sua multidimensionalidade. E) informativo de caráter técnico-científi co, por sua temática estar voltada para um assunto relacionado com os indicadores em que se baseia a medição das condições de vida do ser humano, divulgando, desse modo, conhecimentos acerca do saber científi co. 02. (EBMSP–2016) O corpo humano é uma redescoberta recente. Em culturas que precedem o século XX, o corpo era camuflado pela roupa, o moralismo e a religião. Exceções feitas às culturas indígenas, que ainda hoje imprimem respeitosa visibilidade ao corpo. E também à cultura greco-romana, isenta de moralismo antes do advento do cristianismo. Agora, apropriado pelo capitalismo, o corpo é mercadoria submetida à ditatorial cartografia. Sofre quem não tem o corpo adequado a esta cartografia exposta em capas de revistas, na publicidade (“Vai verão...”), em filmes, fotos e novelas. O corpo, apropriado pelo sistema, já não nos pertence. O mercado determina qual o corpo socialmente apreciado e qual o excluído do mercado e, portanto, condenado ao banimento e à tortura psicológica. 5 10 15 Já não somos o nosso corpo. Somos a encarnação do corpo sacramentado pelo sistema, impelidos a jejuar, malhar bastante, submeter-nos à cirurgia plástica. Nada de nos apresentar sem o corpo-senha que abre as portas do mundo encantado da jovial esbelteza, no qual nossa cartografia física deve suscitar admiração e inveja. Convém manter a boca fechada, não apenas para evitar engordar. Também para que não descubram que somos desnutridos de ideais, valores e espiritualidade. Estamos condenados a ser apenas um pedaço de carne ambulante. BETTO, Frei. Cartografia do corpo. Disponível: <http://jornalfraternizar.tk/ textos_de_frei_betto. htm>. Acesso em: 14 abr. 2016. Ao discorrer sobre o corpo redescoberto, Frei Betto utiliza, dentre outros recursos estilísticos, a ironia, uma figura de linguagem que sugere uma ideia diferente, muitas vezes contrária à que é marca característica na mensagem literal do texto, a fim de promover uma crítica. A alternativa cujo fragmento transcrito evidencia o uso desse recurso é a: A) “o corpo era camufl ado pela roupa, o moralismo e a religião.” (l. 2-3). B) “Agora, apropriado pelo capitalismo, o corpo é mercadoria submetida à ditatorial cartografia.” (l. 8-9). C) “O corpo, apropriado pelo sistema, já não nos pertence.” (l. 13). D) “O mercado determina qual o corpo socialmente apreciado e qual o excluído do mercado e, portanto, condenado ao banimento e à tortura psicológica. (l. 14-16). E) “Convém manter a boca fechada, não apenas para evitar engordar.” (l. 23-24). 03. (EBMSP) 20 25 200 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 200 01/07/19 15:14 A voz enunciadora do discurso A) enxerga o ser humano como altamente limitado. B) associa o conceito de vida à existência da felicidade. C) relativiza, indiretamente, o valor das pesquisas científi cas. D) nega a perenidade humana, mas defende a qualidade de vida. E) insinua que a longevidade depende apenas das escolhas que se faz. módulo – A 08 CArtAs, textos não verBAis e PuBliCitÁrios 01. (EBMSP–2017) O que temos de mais humano são as emoções, os valores, os sentimentos. A evolução tecnológica e os diagnósticos mais precisos são ferramentas importantes para os médicos, mas o fundamental é algo imaterial, capaz de fazer tudo ficar melhor. O médico é, antes de tudo, um especialista em pessoas, por isso a compreensão, o toque e o olhar entre ele e o paciente são essenciais para uma relação mais humanitária e uma medicina mais eficiente. NADA SUBSTITUI o olhar, o toque, a conversa. O calor humano também cura. Disponível em: <http://cremesp.org.br>. Acesso em: fev. 2017 (Adaptação). A análise dos aspectos coesivos que dão progressão e sentido às ideias desenvolvidas no texto está correta em: A) O elemento de coesão textual “O”, em “O que temos de mais humano”, é um pronome que faz uma referência anafórica, especifi cando os substantivos “valores” e “sentimentos”. B) O vocábulo “mais”, no texto da campanha, em todas as ocorrências, é um advérbio que intensifi ca a ideia expressa por termos qualifi cadores. C) A preposição “para”, em “para os médicos”, denota uma fi nalidade em relação à prática de humanização da medicina. D) A conjunção “mas”, em “mas o fundamental é algo imaterial”, adiciona nova informação às enunciadas anteriormente. E) A expressão “por isso” apresenta a consequência resultante de uma afi rmação apresentada na oração anterior. 02. (EBMSP–2017) BRASILEIROS e a Saúde. Disponível em: <http://docbob.com.br/ wp-content/uploads/2014/02/ infografico-brasileiros-e-a- saude.png>. Acesso em: 10 set. 2016. A leitura do infográfico permite afirmar: A) O risco de infarto e de AVC é inerente às pessoas obesas que não praticam qualquer tipo de esporte. B) A maior ia dos brasi le iros é acompanhada periodicamente por seus médicos, mas não se exercitam fi sicamente, com regularidade. C) Uma redução da ingestão de doces e frituras é perceptível, visto que a maioria dos indivíduos está preocupada em manter a forma física. D) A equivalência de nascidos no Brasil que periodicamentevão ao médico e os que só vão se estiverem doentes comprova-se pela porcentagem de obesos e pela prática de comer doces e frituras. E) Uma discrepância entre o discurso e a prática pode ser observada, já que o número de cidadãos que não fazem atividade física é maior que o de pessoas que se dizem preocupadas com a forma física. lí n g u A P o r tu g u es A 201Bernoulli Sistema de Ensino seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 201 25/06/19 16:41 03. (EBMSP–2015) Capa do livro da trilogia Entre Amigos, Carybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia, que referenda a produção artística e a amizade entre esses grandes nomes que escolheram a Bahia e o jeito de viver de sua gente como motivo e cenário para suas obras. Entre amigos – Catybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia. Disponível em: <https://jeitobaiano.wordpress.com/ category/jeito-baiano-de-ver-e-sentir/page/13/>. Acesso em: 18 abr. 2015. O diálogo entre a fotografia de Pierre Verger, a pintura de Carybé e a poesia de Caymmi está devidamente explicitado na alternativa: A) A temática do trabalho artesanal dos pescadores, no mar da Bahia, sob perspectivas diferentes, é desdobrada por meio de uma análise crítica a respeito da desigualdade e da invisibilidade social. B) O labor dos pescadores é registrado nas três obras, ainda que somente a poesia de Caymmi possa explorar o imaginário coletivo marcado pela idealização, no que tange à cultura do litoral brasileiro. C) A questão cultural do mar da Bahia é o elemento inspirador da produção dos três artistas, ressaltando-se o trabalho de Caymmi como a principal expressão de amor à terra e ao povo baiano. D) O mar da Bahia torna-se elemento inspirador para que os três artistas, a partir de matérias-primas diversifi cadas, possam refl etir sobre o mesmo tema, convergindo o olhar para a tradição cultural do trabalho dos pescadores. E) Os versos de Caymmi reproduzem as imagens registradas por Verger e Carybé através da linguagem denotativa, distanciando-se da ideologia presente nas artes imagéticas, quando descreve detalhadamente cada processo do labor dos pescadores. 04. (EBMSP–2016) COMO FUNCIONA o aplicativo. Disponível em: <https://www.facebook.com/minsaude>. Acesso em: 10 abr. 2016. 202 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 202 02/07/19 17:08 Considerando-se as funções da comunicação, a linguagem utilizada e o contexto, é correto afirmar sobre esse anúncio institucional que A) o seu principal objetivo é informar aos cidadãos os novos sistemas operacionais usados pelo SUS que, agora, também atende via redes sociais. B) o aplicativo divulgado no texto é um recurso tecnológico utilizado pelo Ministério da Saúde visando monitorar as reais condições de saúde pública com a contribuição da população. C) as orientações descritas nesse comunicado funcionam como um guia sobre de que modo a pessoa pode ser socorrida pelos profi ssionais do SUS, através de um tipo de software próprio para dispositivos móveis. D) o aviso destacado deixa claro que a principal função da citada ferramenta é encaminhar os pacientes para os postos de saúde, de acordo com o diagnóstico, sem qualquer compromisso com a qualidade do atendimento. E) a campanha do Ministério da Saúde condiciona a assistência médica pelo SUS ao uso de um celular, impossibilitando o enfermo de uma consulta presencial. 05. (EBMSP) Preste atenção à maneira como você se comunica. Gentileza é um investimento que traz ótimos retornos para as suas relações. COLOQUE-SE no lugar do outro. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-P3vvZBzE0U8/T-IHSpiqNGI/ AAAAAAAAAkl/U3fKNuSIoOI/s1600/dica_094_gr.jpg>. Acesso em: 05 mar. 2014 (Adaptação). O texto em destaque é um anúncio publicitário institucional que tem como principal objetivo A) convencer o interlocutor a lutar por igualdade social, através da voz refl exiva e da preposição com ideia de fi nalidade, em “para as suas relações”. B) conscientizar os cidadãos da importância de atos gentis para o bem-estar coletivo, por meio do imperativo e do pronome refl exivo. C) criticar os mais jovens, através da oração adjetiva “como você se comunica”, evidenciando o desrespeito aos mais idosos. D) orientar as pessoas de terceira idade a exigirem seus direitos, que são validados, no contexto, através da locução adverbial “no lugar do outro”. E) persuadir os cidadãos, referendados no sujeito implícito dos verbos no imperativo, a consolidarem o bem-estar social através da conquista de direitos. 06. (EBMSP) Já tô indo, mãe! 187 milhões de celulares Hora do banho, Joãozinho! GILMAR. 187 milhões de celulares. Disponível em: <http://blogabcdohumor.blogspot.com.br/ 2010/08/charge-do-dia_22.html>. Acesso em: 15 set. 2013. No que se refere à análise dos elementos verbais e não verbais da charge, pode-se inferir: A) Os pais são os únicos exemplos do uso inadequado das novas tecnologias. B) As crianças, por serem mais dependentes da tecnologia, afastam-se de seus pais. C) A dependência da tecnologia acomoda o indivíduo e desvaloriza os contatos reais. D) O uso indiscriminado dos celulares gera um comportamento de indiferença ao outro. E) A virtualidade, ao se revisitar o conceito de tempo e o de espaço, compromete os valores humanos. 07. (EBMSP) VOCÊ PODE ATÉ CURTIR A INTERNET MÓVEL. QUERO VER CURTIR O ORÇAMENTO DA OFICINA Mandar torpedos, navegar em redes sociais ou simplesmente fazer uma ligação podem limitar a sua atenção e causar acidentes. Seja consciente, desconecte-se. VOCÊ pode até curtir a Internet móvel. Disponível em: <http://borafazer.wordpress.com/2011/ 10/19/ford-fortal-2/>. Acesso em: 21 set. 2013. lí n g u A P o r tu g u es A 203Bernoulli Sistema de Ensino seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 203 25/06/19 16:42 O anúncio publicitário busca conscientizar o seu interlocutor quanto ao uso das tecnologias da informação no trânsito, por meio de uma estratégia argumentativa que A) ameaça a vida do motorista, ao criticar, indiretamente, o seu comportamento irreverente ao volante. B) convida o receptor da mensagem a refl etir sobre a principal função das redes sociais, através de iteração da forma verbal “curtir”. C) recorre a um jogo semântico com o verbo “curtir”, usando a ironia na segunda ocorrência, ao sugerir consequências graves para quem se distrai no trânsito com o celular. D) proíbe, por meio de verbos empregados no imperativo, a utilização do celular enquanto o condutor estiver dirigindo qualquer tipo de veículo. E) faz uma comparação implícita entre o uso da telefonia móvel por quem conduz um carro e as ações próprias de contextos comunicativos virtuais. 08. (EBMSP) I. Dr. Felipe curte aventuras. No dia a dia, ele salva vidas. Nas horas vagas, corre atrás de adrenalina. E, em momento algum, esquece a própria saúde. II. Dr. Renato não fi ca parado no trabalho. Nem quando sai para os seus dois quilômetros diários de corrida. III. Dra. Karina tem em si a tranquilidade de quem medita, porque sabe, perfeitamente, o bem que isso faz para a saúde. IV. Dr. Marcos tem aquele espírito aventureiro. Qualquer fi nal de semana prolongado é motivo pra sair por aí sem rumo defi nido. PARA cuidar bem dos outros... Disponível em: <http://www. hcor-al.com.br/dados/temp/thumbs/8/9/8/9/4/a/d/a/%7B8 9894ada96aelee28550c31f9c2de9e7%7D_anuncio_dia_do_ medico_menor_842x723x0.jpg>. Acesso em: 20 abr. 2013 (Adaptação). O anúncio publicitário, através da linguagem verbal e não verbal, apresenta como principal estratégia argumentativa, para ressaltar a importância da saúde do profissional de Medicina, A) exemplos de médicos que conseguem conciliar sua prática de cuidar do próximo com hábitos que dão qualidade à própria vida. B) depoimentos de profi ssionais que têm conseguido convencer seus pacientes por meio de seus próprios exemplos de autocuidado. C) sugestões de atividades físicas apropriadas para o profi ssional de Medicina que pretende garantira continuidade da saúde de seu coração. D) propostas de lazer para todos os médicos que se encontram em situações de estresse e que buscam reencontrar seu equilíbrio mental. E) relação condicionada entre a qualidade de vida dos pacientes e a de seus médicos, que precisam dar-lhes exemplos por meio de hábitos saudáveis. 09. (EBMSP) A dor de sua perna direita é devido à sua avançada idade... Não, porque a outra perna tem a mesma idade e não dói! O traço de humor presente na charge decorre A) da tentativa de diálogo entre pessoas de idades díspares. B) do diagnóstico dado pelo médico em face da queixa do paciente. C) da lógica apresentada pelo paciente diante da afi rmativa do médico. D) da falta de tato do médico ao citar a causa da dor referida pelo idoso. E) do despreparo do idoso para aceitar os males decorrentes da própria idade. 204 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 204 01/07/19 15:14 10. (EBMSP) Texto I O meu também... não consigo me aposentar. Doutor... meu problema é muito grave... Texto II Plantão solitário... Quanto às situações retratadas nas duas charges, identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas. ( ) Tanto uma quanto a outra trabalham com a mesma temática, embora enfoquem diferentes vieses. ( ) Ambas mostram que nem sempre é possível obter a qualidade de vida que se defende junto à clientela. ( ) A I revela uma dicotomia entre a preocupação do paciente, não revelada, e a do médico, explicitada na sua fala. ( ) A II dialoga com as ideias de Sérgio J. Nicoletti, veiculadas em seu texto “Qualidade de vida na vida real”, no que se refere à influência que o cenário de trabalho exerce na qualidade de vida das pessoas. ( ) A II assume um caráter humorístico ao tentar mostrar a exaustão de um profissional da Medicina quando tem de suprir a ausência de outros. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a: A) V V V V V. B) V F F F V. C) F F V V V. D) V V F F F. E) F V V V F. 11. (EBMSP–2019) DOE leite materno. Disponível em: <http://portalarquivos2. saude.gov.br>. Acesso em: set. 2018 (Adaptação). A campanha proposta tem como principal objetivo A) divulgar a questão do aleitamento, por ser um tema pouco discutido em algumas regiões do país. B) conscientizar a população feminina sobre a importância da doação do leite materno, pois existem crianças que não podem ser alimentadas diretamente pela mãe. C) publicizar o endereço no qual o material deve ser colhido, para que as lactantes possam prestar auxílio aos bebês prematuros, que precisam de nutrientes. D) orientar todas as mulheres que pretendem ter filhos a amamentá-los sempre, uma vez que é por meio desse ato que eles terão um crescimento saudável. E) notificar a singularidade de um produto que decorre da maternidade, mas que tem função única para salvar a vida dos que não nasceram a termo. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 205Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 205 25/06/19 16:42 12. (EBMSP–2018) #USOENAOABUSO. Disponível em: <http://www.ibema.com.br/noticias/PublishingImages/ usoenaoabuso-1.jpg>. Acesso em: ago. 2017. A campanha proposta tem como principal objetivo A) criticar o uso abusivo de certas estruturas online durante o expediente. B) conscientizar os trabalhadores sobre a mais relevante função social do Facebook. C) proibir a utilização de determinados aplicativos da web em espaços profissionais. D) orientar os usuários quanto ao acesso responsável e sensato às redes sociais no trabalho. E) convencer os interlocutores a divulgar sempre, no ciberespaço, as boas práticas que veicula. 13. (EBMSP–2018) LAERTE. Muitos foram chamados. Disponível em: <https://68.media.tumblr.com/tumblr_ma97rlt3YT1qmggloo1_1280.jpg>. Acesso em: ago. 2017. 206 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 206 25/06/19 16:42 A tira de Laerte apresenta uma quebra de expectativa que se explicita por meio A) da substituição de “Muitos” por “Poucos”, comprometendo a coerência argumentativa do discurso posto em tela. B) da repetição do pronome indefi nido “Poucos”, sugerindo que, contrariamente à ideia que transmite, são muitas as pessoas escolhidas. C) da constatação de que há sempre uma seleção e, portanto, o excluído é o que, por algum motivo inverso ao da maioria, passa a ser o escolhido. D) da antítese que se estabelece entre “Muitos” e “Poucos”, sugerindo a existência de uma contradição no discurso do quadrinista. E) do relato da confusão gerada pelo tumulto popular, como consequência de exclusões sociais às quais o povo está submetido. 14. (EBMSP) A fome e a pobreza no mundo acabaram? As armas nucleares foram suprimidas? Sim? Bemmm_achoque não, filhinha Então para que foi que a gente mudou de ano?! Bemmm_acho que não, filhinha Então para que foi que a gente mudou de ano?! LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. Disponível em: <http://2bp.blogspot.com//_EmH3IBFjA48/ TR3LLi20AIAAAAAAAAAOY/KECx7TfgHGg/s1600/Mafalda%2BCharge%2B1.jpg>. Acesso em: 05 mar. 2014. A tira de Mafalda traz, como principal eixo temático, A) as contradições quanto aos valores humanos. B) a busca de equidade social ao redor do mundo. C) a procura da felicidade através do poder bélico. D) a divergência ideológica em relação à paz mundial. E) o mal-estar existencial dos adultos que engendram guerras. gABArito módulo - A05 Acertei ______ errei ______ • 01. B • 02. A • 03. A • 04. A • 05. B • 06. E • 07. Nessa proposta, solicita-se que se redija um texto dissertativo-argumentativo acerca da importância das variadas dimensões do amor na existência do ser humano. Para isso, deve-se basear em conhecimentos prévios e nas reflexões suscitadas pelos textos motivadores da coletânea. O texto I constitui-se um texto opinativo em que o autor defende o amor como sentimento cuja força é insuperável diante dos obstáculos, sobretudo quando se ampara em renúncia, doação e abnegação. O texto II é um artigo publicado em um blog pessoal, para cujo autor deve haver primazia do amor próprio sobre o amor ao próximo, uma vez que a extensão desse sentimento ao outro só é possibilitada quando parte, primeiramente, do próprio eu. meu aproveitamento O texto III apresenta outro texto de opinião, veiculado em site pessoal, no qual se concebe o amor como dedicação, haja vista a necessidade da espontaneidade e do serviço sem busca por recompensa para a real manifestação desse sentimento. Diante dessas informações, deve-se destacar o poder singular do sentimento amoroso e suas implicações na vida pessoal e na vida profissional, podendo seguir alguns caminhos argumentativos a fim de desenvolver o tema proposto. O primeiro deles seria defender a tese de que a dimensão do amor próprio deve ser priorizada. Pode-se apontar, por exemplo, que as práticas cotidianas voltadas ao protagonismo, à medicina preventiva (seja de viés fisiológico, seja de viés psicológico), ao controle emocional e à dedicação com o prazer próprio resultam em amor como sentimento consistente, pronto a ser dividido com o próximo. Outro caminho argumentativo seria apontar o fato de que a prioridade deve ser a dimensão coletiva do amor. Nesse sentido, pode-se discorrer sobre o amor em sua esfera mais prática, aludindo, por exemplo, a figuras históricas que dedicaram suas vidas à caridade e ao desprendimento em prol do suporte social e do bem-estar do outro, sem exigir nada em troca. Em ambos os casos, devem ser apresentados argumentos consistentes e coesos, buscando referências em sua percepção de mundo e utilizando-se a variedade padrão escrita da Língua Portuguesa. lí n g u A P o r tu g u es A 207Bernoulli Sistema de Ensino seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 207 25/06/19 16:42 MÓDULO – B 05 PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E INTERTEXTUALIDADE 01. (EBMSP–2016) BIZARRO.com. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com>. Acessoem: 03 abr. 2016. Levando-se em consideração a intertextualidade que se identifica no cartum, é correto afirmar: A) Há uma paródia da ideia original e generalizada da evolução humana, na medida em que o homem vai assumindo um perfi l diferente, revelando, depois, sua perda da identidade orgânica com a natureza e a resultante degradação ambiental. B) Existe a reiteração do conceito de desenvolvimento da espécie humana proposto no discurso inicial, mediante o emprego da paráfrase, ou seja, de uma nova criação textual com outros elementos. C) É sugerido, por meio de um pastiche, um ciclo evolutivo em que o ser humano é o animal que compreende a sua distinção em relação aos outros animais. D) Explicita-se uma validação do entendimento difuso do progresso atingido pelo primata, utilizando-se, para isso, de uma epígrafe. E) Comprova-se, através de uma paráfrase, a luta pela vida entre os descendentes de uma determinada categoria pelo seu processo fi nal de crescimento. MÓDULO – B 06 PRÉ-MODERNISMO E MODERNISMO: 1ª, 2ª E 3ª FASES Instrução: Leia o texto para responder às questões 01 e 02. Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. • 08. Nessa proposta, solicita-se que se redija uma dissertação de caráter argumentativo acerca da importância da prática do autoconhecimento para uma plena atuação profissional. Para isso, deve-se mobilizar as reflexões suscitadas pelos textos motivadores da proposta, em conjunto com os conhecimentos de mundo a respeito da temática. No texto I, apresenta-se um trecho ensaístico de Paulo Freire, em sua obra Educação e mudança, o qual pondera que a ação humana não pode tomar o mundo do trabalho como uma esfera independente, mas como uma faceta da humanidade em diálogo constante com sua integralidade; por isso o autor afirma que negar a preponderância da totalidade sobre a particularidade é uma forma de alienação. Já o texto II se constitui um texto de opinião, cuja autora afirma que a percepção de que os profissionais da saúde são capazes de atuar no desenvolvimento social é sinal do rompimento de uma visão biologicista em prol de uma visão sistêmica da medicina. Considerando essas informações, deve-se dissertar sobre a atuação médica voltada à proatividade e à transformação social, partindo da apropriação técnica dos saberes e competências da área profissional para construir o texto. No percurso argumentativo, é imperativo apresentar sugestões e exemplos que visem à garantia de uma atitude profissional ética. Um dos caminhos seria explorar, tendo como base o texto I, as infinitas possibilidades de interação do homem com o Universo como forma de promover o autoconhecimento. O argumento de que o sujeito da área médica necessita se enquadrar como parte de um mesmo sistema orgânico que seu paciente, por exemplo, é fundamental para que o labor diário no campo da saúde promova, de fato, transformação social e melhoria da qualidade de vida da população. Outro caminho seria indicar, semelhantemente ao texto II, que o olhar limitado à esfera biológica do homem racionaliza e, por conseguinte, objetifica o sujeito humano na área da medicina. Um argumento que pode ser construído é o de que há de emergir um novo paradigma que considera o paciente em sua totalidade, levando em conta, por exemplo, suas questões existenciais, suas dificuldades psicológicas e até seus hábitos de lazer e envolvimento com a cultura, a fim de ratificar o compromisso ético e social da Medicina. O texto deve ser composto de 15 a 30 linhas e ser redigido em total acordo com a norma-padrão escrita da Língua Portuguesa. Módulo - A06 Acertei ______ Errei ______ • 01. B • 02. E • 03. D Módulo - A08 Acertei ______ Errei ______ • 01. B • 02. E • 03. B • 04. A • 05. B • 06. C • 07. C • 08. A • 09. C • 10. A • 11. B • 12. D • 13. C • 14. A Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ % 208 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 208 02/07/19 17:08 Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, – não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: – mais nada. MEIRELES, Cecilia. Motivo. Disponível em: <http://www.napontadoslapis.com.br/motivo-poema-de- cecilia-meireles.html>. Acesso em: maio 2019. 01. (EBMSP) Cecilia Meireles, nesses versos, A) revela determinação nas decisões que norteiam sua existência terrena. B) mostra-se melancólica em virtude do seu apego ao passado e às “coisas fugidias”. C) questiona o mundo em que vive, demonstrando, contudo, que tem um “Motivo” para viver. D) tematiza a passagem do tempo que traz consigo, além da fugacidade das coisas, a transitoriedade da vida. E) evidencia indiferença diante dos sentimentos que experimenta e até mesmo da eternidade do seu canto. 02. (EBMSP) A figura de linguagem que predomina no poema em análise é A) o hipérbato, devido à alteração existente na ordem direta da oração. B) a metonímia, mediante a substituição de palavras com significados próximos. C) a antítese, em decorrência da ênfase dada à relação de antagonismo que perpassa o texto. D) o paradoxo, pela associação de conceitos contraditórios na representação de uma ideia. E) o eufemismo, em face do uso de palavras agradáveis em substituição a outras chocantes, para suavizar o discurso. 03. (EBMSP–2018) Consoada Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. BANDEIRA, Manuel. Consoada. In: Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 133. Sobre esses versos de Manuel Bandeira, está correto o que se afirma em: A) Mostram uma dissociação entre a realidade concreta e a presumível. B) Sintetizam o mascaramento da angústia como solução diante do inevitável. C) Revelam a instabilidade do sujeito poético diante da transitoriedade da vida. D) Tematizam, metafórica e eufemisticamente, a morte, que é aceita, embora não desejável. E) Refletem a desilusão diante de um viver sem sentido, devido ao mal sem cura que o acometeu. 04. (EBMSP–2017) A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda BANDEIRA, Manoel. A onda. In: A Estrela da Tarde. 1960. Disponível em: <https://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 16 ago. 2016. Objetivando imitar o movimento da onda, por meio de uma fluidez sonora, Manoel Bandeira utiliza-se de um recurso estilístico denominado A) pleonasmo poético, enfatizando, a partir da redundância, a potência do fluxo fluvial ou marinho que se move no ambiente aquático. B) assonância, valendo-se da repetição da mesma vogal tônica com a intenção de provocar um efeito de estilo associado à força das ondas. C) eco, por meio da seleção de termos com terminação idêntica, para sugerir um percurso impreciso do volume de água que segue seu destino. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 209Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 209 02/07/19 17:08 D) onomatopeia, mediante o uso de vocábulos, procurando imitar o rumor produzido pelo deslocamento da massa líquida de inestimável valor para a continuidade da vida na Terra. E) paronomásia, na medida em que, buscando sugerir o movimento recorrente da vaga, traz um jogo de palavras que se assemelham na pronúncia, mas são diferentes do ponto de vista semântico, em função de um efeito poético. 05. (EBMSP–2015) Um homem doente faz a oração da manhã Pelo sinal da Santa Cruz, chegue até Vós meu ventre dilatado e Vos comova, Senhor, meu mal sem cura. Inauguro o dia,eu que ao meu crédito explico que passei em claro a treva da noite. Escutei – e é quando às vezes descanso – vozes de há mais de trinta anos. Vi no meio da noite nesgas claríssimas de sol. Minha mãe falou, enxotei gatos lambendo O prato da minha infância. Livrai-me de lançar contra Vós a tristeza do meu corpo e seu apodrecimento cuidadoso. Mas desabafo dizendo: que irado amor Vós tendes. Tem piedade de mim, tem piedade de mim pelo sinal da Vossa Cruz que faço na testa, na boca, no coração. Da ponta dos pés à cabeça, de palma a palma da mão. PRADO, Adélia. Um homem doente faz a oração da manhã. Bagagem. In: Poesia Reunida. Rio de Janeiro: Siciliano, 1991. p. 51. Nos versos de Adélia Prado, o eu poético revela-se A) temente a Deus e confiante, mesmo diante de todos os males que o acometem. B) angustiado devido a sua moléstia, pedindo incessantemente clemência ao Senhor. C) temeroso de um futuro incerto, injusto e distante da presença divina. D) comovido perante o sofrimento e a doença daqueles que se distanciam do ser divino. E) pecador e incapaz de reverter o caminho construído por ele mesmo. 06. (EBMSP–2018) Ajuntei todas as pedras que vieram sobre mim. Levantei uma escada muito alta e no alto subi. Teci um tapete floreado e no sonho me perdi. Uma estrada, um leito, uma casa, um companheiro. Tudo de pedra. Entre pedras cresceu a minha poesia. Minha vida... Quebrando pedras e plantando flores. Entre pedras que me esmagavam Levantei a pedra rude. CORALINA, Cora. Das Pedras. Disponível em: <http://noblat.oglobo.globo.com>. Acesso em: ago. 2017. Nos versos de Cora Coralina, as pedras metaforizam A) sempre os sofrimentos e as opressões às quais o eu lírico teve que se submeter. B) apenas as palavras malditas que a ofenderam em vida e a subjugaram todo o tempo. C) tão somente a sua habilidade de resiliência diante dos problemas da vida e a sua poesia dura. D) não só as dificuldades que encontrou na vida, mas também a sua capacidade de superação. E) exclusivamente os temas poéticos que a autora passou a utilizar em seu processo de criação artística. 07. (EBMSP–2017) E como eu palmilhasse vagamente uma estrada de Minas, pedregosa, e no fecho da tarde um sino rouco se misturasse ao som de meus sapatos que era pausado e seco; e aves pairassem no céu de chumbo, e suas formas pretas lentamente se fossem diluindo na escuridão maior, vinda dos montes e de meu próprio ser desenganado, 210 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 210 02/07/19 17:08 a máquina do mundo se entreabriu para quem de a romper já se esquivava e só de o ter pensado se carpia. Abriu-se majestosa e circunspecta, sem emitir um som que fosse impuro nem um clarão maior que o tolerável [...] Abriu-se em calma pura, e convidando quantos sentidos e intuições restavam a quem de os ter usado os já perdera [...] convidando-os a todos, em coorte, a se aplicarem sobre o pasto inédito da natureza mítica das coisas, [...] tudo se apresentou nesse relance e me chamou para seu reino augusto, afinal submetido à vista humana. Mas, como eu relutasse em responder a tal apelo assim maravilhoso, pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio, baixei os olhos, incurioso, lasso, desdenhando colher a coisa oferta que se abria gratuita a meu engenho. A treva mais estrita já pousara sobre a estrada de Minas, pedregosa, e a máquina do mundo, repelida, se foi miudamente recompondo, enquanto eu, avaliando o que perdera, seguia vagaroso, de mão pensas. ANDRADE, Carlos Drummond de. A Máquina do Mundo. Disponível em: <http://www.revistabula. com/254-os-10- maiores-poemas-dos-ultimos-200-anos/>. Acesso em: fev. 2017. Os versos de Carlos Drummond de Andrade revelam as reflexões do eu lírico durante a sua jornada existencial, o qual, ao se deparar com a máquina do mundo, resolve A) desconstruir todos os seus valores positivos, considerando que tudo não passa de verdades construídas para seduzir pessoas. B) admirá-la pela perfeição plena, aceitando o convite de participar desse “reino augusto”, superior à própria condição humana. C) criticá-la, por não lhe oferecer espaço nem oportunidades de viver nesse mundo perfeito e grandioso, mas discriminador. D) adorá-la, por causa de sua onipotência, buscando se inserir nesse universo de poder e glória. E) rejeitá-la, prosseguindo, de forma cética e indiferente, a sua trajetória reflexiva e melancólica. 08. (EBMSP–2017) Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Foi, pois, uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal, porém, conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos: – Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem! Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria, mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho – era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos. Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos. LISPECTOR, Clarice. Uma galinha. In: LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 30. Disponível em: <http://www.releituras.com/clispector_ galinha.asp>. Acesso em: 20 set. 2016 (Adaptação). No fragmento adaptado do conto “A galinha”, de Clarice Lispector, o elemento figurativo “ovo” torna-se marco importante na narrativa, pois A) traz para aquele grupo familiar o valor dessa ave doméstica, uma vez que ela viva poderia continuar dando alimento para todos. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 211Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 211 02/07/19 17:08 B) é um momento de epifania para a menina, que percebe o quanto o animal poderia transformar a realidade de sua vida, atribuindo-lhe outro signifi cado. C) se caracteriza como a simbologia de uma nova existência, contribuindo para tornar o viver de sua espécie ainda mais insignifi cante. D) se constitui como um elemento fundamental para a mudança da percepção da galinha pela família, passando aquela a ter, por algum tempo, uma nova condição existencial. E) se transforma no acontecimento revelador para a própria ovípara, que nota a sua incapacidade de reagir, mediante a crença de que nasceu para alimentar o ser humano. 09. (EBMSP) Ao teu encontro, Homem do meu tempo, E à espera de que tu prevaleças À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras, Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te [conheças E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, [e os outros, Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa. As coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei Minha própria rudeza e o difícil de antes, Aparências, o amor dilacerado dos homens Meu próprio amor que é o teu O mistério dos rios, da terra, da semente. Te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu Compaixão e ternura e paz na Terra Se ainda encontrasse em ti o que te deu. HILST, Hilda. Poemas aos Homens do nosso tempo – IX. Júbilo Memória Noviciado da Paixão. Porto Alegre:Globo, 1974; Poesias. São Paulo: Quíron; Brasília: INL, 1980. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/ hilda.html#ama>. Acesso em: 05 maio 2013. Nesse excerto do poema, o eu lírico propõe cantar ao homem do seu tempo sob a condição principal de A) deparar-se com a compaixão desse homem em relação a ele mesmo. B) encontrar a presença do elemento divino na existência desse homem. C) preservar seu discurso humano e sofrido diante daquele que é seu próprio refl exo. D) valorizar as suas experiências pessoais em face de um mundo conturbado e bélico. E) presenciar a mudança de valores do homem que representa o momento histórico vivido. MÓDULO – B 07 POESIA CONCRETA, POESIA MARGINAL, TROPICALISMO E PÓS-MODERNISMO 01. (EBMSP–2019) PRADO, Silvio. Taquicardia. Disponível em: <http://www.lun-etta.blogspot.com>. Acesso em: abr. 2019. A poesia visual é um gênero artístico que emprega elementos com disposição de palavras e / ou letras e imagens e tem a capacidade de produzir impacto. Da análise do poema, é correto afirmar que o texto se caracteriza por A) abordar um problema cardíaco por meio da escrita linear, enriquecida pela musicalidade das palavras. B) transmitir uma mensagem rica de signifi cados em que fi ca evidente a ruptura total com o domínio da gramática. C) fazer uma ponderação quanto à temática de que trata, explorando uma imagem que representa plasticamente a realidade enfocada. D) tratar de um tema utilizando recursos visuais que dão ideia de movimento e dinamicidade, além dos verbais e sonoros. E) fazer uma descrição do pulsar acelerado do coração, confi gurando o referido órgão como de importância impar para a vida. 02. (EBMSP–2016) Tudo corria sem mais, a oficina mal dava para o pão e para a escola do miúdo. Mas eis que começaram a aparecer, pelos recantos da casa, papéis rabiscados com versos. O filho confessou, sem pestanejo, a autoria do feito. 212 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 212 02/07/19 17:08 – São meus versos, sim. O pai logo sentenciara: havia que tirar o miúdo da escola. Aquilo era coisa de estudos a mais, perigosos contágios, más companhias. Dona Serafina defendeu o filho e os estudos. O pai, conformado, exigiu: então, ele que fosse examinado. Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a receita para poupança de tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino: – Dói-te alguma coisa? – Dói-me a vida, doutor. O doutor suspendeu a escrita. A resposta, sem dúvida, o surpreendera. Já Dona Serafina aproveitava o momento: Está a ver, doutor? Está a ver? O médico voltou a erguer os olhos e a enfrentar o miúdo: – E o que fazes quando te assaltam essas dores? – O que melhor sei fazer, excelência. – E o que é? – É sonhar. Na semana seguinte, foram os últimos a ser atendidos. O médico, sisudo, taciturneou: o miúdo não teria, por acaso, mais versos? O menino não entendeu. – Não continuas a escrever? – Isto que faço não é escrever, doutor. Estou, sim, a viver. Tenho este pedaço de vida – disse, apontando um novo caderninho – quase a meio. O médico chamou a mãe, à parte. Que aquilo era mais grave do que se poderia pensar. O menino carecia de internamento urgente. – Não temos dinheiro – fungou a mãe entre soluços. – Não importa – respondeu o doutor. Que ele mesmo assumiria as despesas. E que seria ali mesmo, na sua clínica, que o menino seria sujeito a devido tratamento. E assim se procedeu. Hoje quem visita o consultório raramente encontra o médico. Manhãs e tardes ele se senta num recanto do quarto onde está internado o menino. Quem passa pode escutar a voz pausada do filho do mecânico que vai lendo, verso a verso, o seu próprio coração. E o médico, abreviando silêncios: – Não pare, meu filho. Continue lendo... COUTO, Mia. O menino que escrevia versos. Disponível em: <http://www.releituras.com/ miacouto_menu.asp>. Acesso em: 14 abr. 2016 (Adaptação). O texto de Mia Couto sugere que os versos do menino A) se tornam um bálsamo indispensável inclusive para o próprio médico, que passa a compreender a importância dessa arte. B) traduziam as suas dores físicas, resultantes da vida de pobreza extrema que levava junto com a própria família. C) simbolizam seu distanciamento do mundo concreto, gerando um diagnóstico que exigia atenção e cuidado médico constante. D) eram o resultado de más influências tanto na escola quanto em casa, demandando um acompanhamento terapêutico após uma análise que foi além de aspectos fisiológicos. E) não foram compreendidos, de início, nem pelo profissional de saúde que o examinou, o que sinalizou a necessidade de avaliar o estado mental do jovem escritor mais amiúde. 03. (EBMSP–2015) ANTUNES, Arnaldo. Cromossomos. Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/upload/artes_1/173_g. gif>. Acesso em: 15 set. 2014. A análise temática e estilística do poema concreto de Arnaldo Antunes, intitulado “Cromossomos”, permite considerar como correta a afirmação feita em: A) O sujeito poético brinca com as palavras que se desvirtuam e se contradizem em relação à temática essencial sobre a vida e a morte do ser humano. B) A paronomásia se faz presente nesse jogo de palavras, sugerindo uma ideia de que a identidade do ser humano, apresentada pelo verbo “ser”, gira em torno de seu próprio cromossomo. C) A relação entre as palavras – “somos cromossomos como cosmos” – revela, por meio da aliteração, a crítica do poeta em relação à realidade de desigualdades sociais. D) A combinação das palavras explicita a valorização das pesquisas científicas na busca da diversidade humana. E) A iteração que se estabelece na relação sonora entre as palavras é reiterada pela forma que se constrói, sugerindo que o ser humano não é reconhecido pela sua estrutura celular. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 213Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 213 02/07/19 17:08 04. (EBMSP–2015) “Agora eu vou ensinar vocês a ter orgulho.” Ao preto ela ensinou ter orgulho de ser preto, com todas as coisas da pretidão, do cabelo à fala. Ao índio ela ensinou a mesma coisa. Ao povo, a mesma coisa, bem como que o povo é que é o dono do Brasil. Com isso ela passou a ser cada vez mais odiada e sempre descobriam onde havia uma escola dela, enforcavam professores, punham no tronco os alunos, amaldiçoavam os lugares e faziam tudo para destruir o que ela construía. Ela vivia se escondendo do Exército, que é a pior e a mais poderosa polícia de todas. Mas o povo gostava dela e a toda parte que ela fosse tinha lugar para se esconder e ninguém informava aos forasteiros onde ela estava escondida, tendo muitos que ela fosse uma santa em toda sua pura beleza. Não se sabe por onde anda Maria da Fé, nem o que está fazendo agora. Mas se sabe que, como vem escrito no seu nome, ela continua acreditando que um dia vai vencer, nem que não seja ela em pessoa, mas quem herde as ideias e a valentia dela, que ela acha que serão muitos. Como nasceu por perto da Independência, já deve de estar velha, porque ninguém conseguiu nunca cortar a cabeça dela. E talvez nem velha nem esteja, porque sabe o povo que ela só faz aniversário de quatro em quatro anos, tendo nascido num dia 29 de fevereiro. RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 519-520. Esse texto, um fragmento da obra Viva o povo brasileiro, do escritor João Ubaldo Ribeiro, narra a formação do povo brasileiro, a partir da perspectiva das vozes excluídas ao longo desse processo. A partir da leitura do texto, identifique as proposições verdadeiras com V e com F, as falsas. ( ) O texto, em terceira pessoa, narra a história de uma mulher lendária que luta pela valorização e legitimação das classes populares, que sempre foram silenciadas no processo de formação do povo brasileiro. ( ) O sujeito narrador traz o discurso deMaria da Fé de forma distanciada e imparcial, pois não se reconhece nessa ideologia e a considera apenas um mito construído pelo imaginário popular. ( ) Os dispositivos criados por Maria da Fé, em seu itinerário de resistências às ideologias dominantes, buscam, essencial e contraditoriamente, a conscientização da identidade cultural através da cultura letrada instituída. ( ) A linguagem predominante na narrativa revela a valorização da cultura oral, visto que o narrador traz marcas e estruturas linguísticas de oralidade ao longo de sua exposição. 5 10 15 20 25 GABARITO Módulo - B05 Acertei ______ Errei ______ • 01. A Módulo - B06 Acertei ______ Errei ______ • 01. D • 02. C • 03. D • 04. E • 05. B • 06. D • 07. E • 08. D • 09. E Módulo - B07 Acertei ______ Errei ______ • 01. D • 02. A • 03. A • 04. C Meu aproveitamento Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ % ( ) O uso do sujeito indeterminado, em “sempre descobriam onde havia uma escola dela, enforcavam professores, punham no tronco os alunos, amaldiçoavam os lugares e faziam tudo para destruir o que ela construía” (l. 7-10), explicita as ideologias e ações subjugadoras dos grupos hegemônicos. A alternativa que contém a sequência correta, considerando a marcação de cima para baixo, é a: A) V V F F F. B) V F V V F. C) V F F V V. D) F V F V F. E) F F V F V. 214 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 214 02/07/19 17:08 04. (EBMSP) [...] a história humana tem registrado pragas devastadoras, como a da peste bubônica – também chamada de peste negra por deixar manchas dessa cor na pele – que dizimou cerca de 25 milhões de pessoas em uma Europa perplexa diante do misterioso “castigo”. BANDEIRA. 2009. p. 118. ( ) “por deixar manchas dessa cor na pele” admite a reescrição “porque deixa manchas dessa cor na pele”, sem prejuízo de qualquer natureza gramatical. MÓDULO – C 06 REGÊNCIA Instrução: Marque V ou F em relação à análise linguística que se faz dos textos a seguir: 01. (EBMSP–2015) A diversidade cultural é uma marca registrada da Bahia, graças à mistura de povos e costumes. Sua história se confunde com a história do país. Afinal, foi aqui que nasceu o Brasil. BAHIA é considerada a “capital” da cultura do país. Disponível em: <http:/twww.correio24horas.com.br/> (Adaptação). ( ) A expressão “à mistura de povos” apresenta o uso facultativo da crase e traz um modificador nominal, na medida em que o termo preposicionado “de povos” especifica o nome “mistura”. 02. (EBMSP–2015) A recente resolução do Conselho Federal de Medicina, que disciplina o testamento vital [...] é a mostra do resultado dessa conquista, fruto da dupla evolução da Medicina; ela mostra que o cidadão brasileiro, cônscio dos destinos da sua própria vida, livre de interferências etéreas e indefiníveis, mas dentro do seio de sua família e a partir de uma relação médico- -paciente estabelecida, pode e deve decidir dignamente sobre os rumos da sua própria vida, de modo autônomo e sem qualquer consideração que o culpe caso decida abreviar sofrimentos. A vida e a morte do indivíduo não são mais uma determinação de uma vontade alheia a ele, humana ou sobrenatural. BISCAIA, Leonardo. O caráter profundamente humano do testamento vital. Disponível em: <http://www.crmpr.org.br/>. ( ) A forma nominal “abreviar”, em “caso decida abreviar sofrimentos”, seguida do termo que lhe completa o sentido, constitui o complemento verbal de uma estrutura construída a partir de uma hipótese. MÓDULO – C 05 CONCORDÂNCIA Instrução: Marque V ou F em relação à análise linguística que se faz dos textos a seguir: 01. (EBMSP) [...] o que a Medicina tem feito para aqueles que adoeceram e, principalmente, para aqueles que não têm cura? É nesse ponto que aparece a Medicina Paliativa. Ao médico cumpre curar sempre, em não curando, aliviar sempre e, em não aliviando, consolar. Por incrível que possa parecer, tomou-se mais comum curar que aliviar. Consolar, então, nem se fala, embora não faltem recursos para ambos. Existem, infelizmente, muitas doenças e situações médicas cuja cura ainda não foi possível, mas, nem por isso, a Medicina deve se acomodar e negligenciar o muito que tem para ser feito. O paciente tem direito de pleitear sempre um alívio da dor, uma melhor qualidade de vida e, não obstante, uma melhor qualidade de morte. MEDICINA paliativa e qualidade de vida. Disponível em: <http://virtualpsy.locaweb.com.br/> (Adaptação). ( ) A substituição de “Existem” por “Há” em nada altera a estrutura frasal, sendo conservadas também as funções antes exercidas por todos os elementos oracionais. 02. (EBMSP) Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que determina o quanto cada governo deve destinar de seu orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada, o que seria essencial para estabelecer o que pode ser ou não considerado gasto com saúde, assegurando que os recursos sejam, de fato, aplicados na área. BARATA, Luiz Alberto Barradas. Paixão pelo SUS. Folha de S.Paulo. São Paulo, 02 fev. 2010. Opinião. p. 4. Tendências / Debates (Adaptação). ( ) “Faz” está usado no singular, porque o sujeito da oração está posposto. 03. (EBMSP) Nada impede a regulamentação da já aprovada Emenda Constitucional 29 – que disciplinará os gastos a serem computados como investimentos em saúde. O aporte de recursos é fundamental diante de uma rede à beira do caos. ABRAHÃO, Marco Antônio. Saúde pública: a muleta, uma eterna desculpa. NewsLab: a revista do laboratório moderno. São Paulo: Eskalab, ano XVII, n. 100, jun. / jul. 2010. Opinião. p. 96 (Adaptação). ( ) A coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ficam preservadas ao se substituir “a serem computados” por “que serão computados”. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 215Bernoulli Sistema de Ensino Seção Bahiana 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 215 01/07/19 15:14 03. (EBMSP) Nada impede a regulamentação da já aprovada Emenda Constitucional 29 – que disciplinará os gastos a serem computados como investimentos em saúde. O aporte de recursos é fundamental diante de uma rede à beira do caos. ABRAHÃO, Marco Antônio. Saúde pública: a muleta, uma eterna desculpa. NewsLab: a revista do laboratório moderno. São Paulo: Eskalab, ano XVII, n. 100, jun. / jul. 2010. Opinião. p. 96 (Adaptação). ( ) O emprego do sinal indicativo de crase, em “à beira do caos”, deve-se ao fato de ser uma locução prepositiva, cujo núcleo é um termo feminino. MÓDULO – C 07 PERÍODO COMPOSTO 01. (EBMSP–2017) LAERTE. Longe de mim ter preconceito, mas... Disponível em: <http://www.guiadasemana.com.br>. Acesso em: 21 set. 2016. Levando em consideração os elementos verbais e não verbais da charge e tomando como ponto de partida o discurso “longe de mim ter preconceito, mas...”, o conectivo “mas” apresenta, como efeito de sentido, A) o contrassenso dos questionamentos presentes no discurso da interlocutora do indivíduo, que defende sua tese quanto ao que é transgressão das leis. B) uma restrição feita pela jovem ao ponto de vista explicitado pelo homem em relação ao tratamento dispensado aos homoafetivos ou aos heteroafetivos. C) a contradição na própria lógica argumentativa do personagem que generaliza a ideia de crime, sem o encadeamento de premissas plausíveis para que delas se tire uma conclusão cabível. D) uma ressalva apresentada pela mulher diante da opinião emitida pelo falante que se pronunciou primeiro sobre a forma como a sociedade vê a homoafetividade. E) uma oposição ao conceito de gênero enunciado pela voz masculina e o manifesto na contra-argumentação da ouvinte. 216 Coleção 2V 2VPRV2_POR_SecaoBahiana.indd 216 01/07/19 15:14 02. (EBMSP–2015) Hibridação são “processos socioculturais nos quais estruturas práticas discretas, que existiam de forma separada se combinam, para gerar novas estruturas, objetos e práticas”. Mesmo em dúvida sobre práticas discretas, o entendimento é que o conceito
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