Buscar

CASO CONCRETO 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA...VARA DO TRABAHO DE PARAUPEBAS/PARÁ
Tito, brasileiro, estado civil, motoboy, nome da mãe, data de nascimento, inscrito no RG sob o n°..., e no CPF sob o n°..., portador da CTPS de n°..., inscrito no PIS de n°..., endereço eletrônico, residente e domiciliado no endereço..., com o CEP de n°..., por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), com endereço eletrônico..., e com endereço profissional..., onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, §1°, da CLT c/c art. 319 do CPC, vem propor à presente, 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo rito Ordinário, em face da Pizzaria Gourmet Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ de n°..., estabelecida no endereço completo com o CEP de n°..., conforme fatos e fundamentos de direito a seguir expostos:
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
 Com base no art. 790, § 3º da CLT o reclamante declara para os devidos fins e sob pena da lei, ser hipossuficiente, não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais, sem o prejuízo de seu sustento e de sua família pelo motivo requer os benefícios da justiça gratuita.
II - DOS FATOS
O reclamante começou a trabalhar em 15/12/2018 como motoboy na Pizzaria Gourmet Ltda, localizada no Município de Parauapebas, Estado do Pará, realizando a entrega em domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes do empregador. A carteira de trabalho do reclamante foi devidamente assinada com o valor de 1 salário mínimo mensal.
Além do salário, recebia também a quantia de R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais.
O reclamante exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na segunda-feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das 18h às 3h30min, com intervalo de 40 minutos para refeição.
No mês de agosto de 2019, Tito fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu e enviou um sabor diferente, seno o cliente alérgico ao mesmo. Ao ver a pizza errada, o cliente ficou nervoso, e começou a xingar e a ameaçar o reclamante, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar. 
O reclamante após correr, foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, o reclamante precisou se afastar por trinta dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS.
O reclamante gastou R$ 30,00 (trinta reais) na compra de vacina antirrábica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, o reclamante retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias.
Nos contracheques do reclamante, constam mensalmente o pagamento do salário mínimo nacional e o desconto de INSS, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31, 80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical sem a sua devida autorização.
O reclamante foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho.
III - DOS FUNDAMENTOS
- Do Pedido de Reintegração
O reclamante se afastou de suas atividades por trinta dias, e devido o acidente ocorrido em agosto de 2019 ter acontecido ao realizar a entrega de uma pizza a um cliente, recebeu o benefício previdenciário do INSS. Ao retornar do afastamento, o reclamante foi dispensado na data de 20/09/2019, porém o mesmo faz jus à estabilidade provisória por 12 meses após o retorno as atividades com base no artigo 118 da Lei 8.213/91, devido ao acidente ter sido caracterizado como de trabalho, e na Súmula 378, I do TST.
	Sendo assim, requer-se a reintegração via tutela antecipada, conforme OJ 64 da SBDI-2, ou a indenização cabível pelo tempo de estabilidade devida, nos moldes do artigo 496 da CLT.
- Do Pedido de Indenização por Dano Moral e Material
O reclamante, em agosto de 2019, sofreu acidente enquanto laborava, sendo atacado e gravemente lesionado por cachorros do cliente, no momento que realizava a entrega da pizza. Tal acidente violou a sua integridade física, bem como fez com que o mesmo tivesse um custo financeiro ao ter que comprar a vacina antirrábica, no valor de R$ 30,00 (trinta reais) recomendado pelo médico.
Verifica-se no caso em tela clara violação moral, conforme o artigo 223-C da CLT, como também, sendo cabível indenização pela reclamada, com base no artigo 223-F da CLT e artigos 186 e 187 do Código Civil, bem como o ressarcimento dos valores gastos com medicação, artigo 223-F da CLT, devido ao acidente ocorrido.
Importante se faz mencionar a clara responsabilidade da reclamada pelos danos suportados pelo reclamante, conforme preceitua a Lei 12.009/09, em seu artigo 6°.
- Do Pedido de Horas Extras
O reclamante trabalhava seis dias na semana, das 18h às 3h30min, sendo seu intervalo para refeição de apenas 40 minutos, perfazendo assim, mais de 8 horas diárias trabalhadas, sem receber horas extras. 
A lei regulamenta a jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias, conforme artigo 7º, inciso XIII da Constituição Federal e artigo 58, caput, da CLT. 
Sendo assim, é cabível o pagamento da hora extrapolada, ocorrida no decorrer de seu contrato de trabalho, aplicando-se a remuneração de 50% à hora normal, nos moldes artigo 59, caput, e § 1º da CLT, bem como a aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.
- Do Pedido de Adicional Noturno
O reclamante trabalhava no horário das 18h às 3h30min. Em função disso, sua jornada contemplava o horário noturno, mas o mesmo não recebia o devido adicional. 
É regulado o trabalho noturno a todos os trabalhadores urbanos que tenham a sua jornada entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte, conforme artigo 73, § 2º da CLT, sendo devida sua remuneração com o acréscimo de 20%, conforme artigo 7º, inciso IX, da CF e artigo 73, caput da CLT. 
Sendo assim, requer-se o pagamento do adicional noturno com o devido acréscimo de 20% sobre a hora noturna, bem como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.
	
- Do Pagamento do Adicional de Periculosidade
O reclamante foi contratado para trabalhar na função de motoboy, realizando entregas de pizzas aos clientes do empregador. A atividade do trabalhador que utiliza motocicleta é caracterizada com condições de periculosidade, conforme artigo 193, § 4º da CLT.
Sendo assim, é devido o respectivo adicional de 30% sobre o salário, conforme artigo 193, § 1º, sua integração no salário conforme súmula 191, inciso I, do TST, e devidos reflexos nas verbas rescisórias, Súmula 132, inciso I, do TST.
- Do Intervalo Intrajornada Suprimido
O reclamante usufruía apenas de 40 minutos diários para realizar as suas refeições, assim, sendo inferior a 1 hora. O reclamante laborava mais de 6 horas por dia, sendo obrigatória a concessão de um intervalo para alimentação ou repouso de uma hora, conforme artigo 71, caput da CLT. 
Mediante a supressão de 20 minutos diários, na concessão do intervalo intrajornada, nos moldes do artigo 71, § 4º da CLT, o reclamante faz jus ao pagamento do período suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração.
- Do Pedido de Integração Salarial das Gorjetas Percebidas.
O reclamante recebia mensalmente o valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) a título de bonificação espontânea dada por seus clientes, sendo tal valor não compreendido em sua remuneração. 
Mediante fato é cabível a integração das gorjetas recebidas na remuneração do reclamante, conforme artigo 457, caput da CLT e súmula 354 do TST, com a devida anotação em carteira, artigo 29, § 1º da CLT e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário percebidos.
- Do Pedido de Devolução do Desconto da Contribuição Sindical
O reclamante teve descontado em seu salário o valor de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sendo que não autorizou o desconto. 
Conformeregula a lei, artigo 578 da CLT, é cabível desde que, previamente e expressamente seja autorizado pelo empregado. 
Sendo assim, requer-se a devolução do valor descontado a título de contribuição sindical.
- Do Pedido da Justiça Gratuita
O reclamante continua desempregado, após dispensa pela reclamada. 
Assim nos moldes do artigo 790, § 3º e § 4º, da CLT, a fim de proporcionar o acesso à justiça, e consequentemente o pagamento com as despesas processuais, sem que venha a influenciar economicamente no seu sustento e de seus familiares, requer-se a concessão da justiça gratuita, tendo o reclamante preenchido os requisitos legais, sendo aplicado supletivamente o que preceitua o artigo 98 do CPC.
III – Do Pedido
Diante do exposto, requer a V. EXª:
1) A reintegração do reclamante ou, entendendo Vossa Excelência tal ato desaconselhável, o pagamento da indenização pelo tempo da estabilidade, no importe de R$ ... ;
2) A indenização pelo dano moral e material, no importe de R$ ... ;
3) O pagamento das horas extras a 50% da hora normal, a partir da 8ª hora da jornada, no importe de R$ ... ;
4) O pagamento do adicional noturno com acréscimo de 20% sobre a hora noturna, bem como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ... ;
5) O pagamento do adicional de periculosidade de 30%, com a devida integração salarial e aplicação dos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ... ;
6) A indenização do intervalo intrajornada suprimido, no importe de R$ ... ;
7) A integração salarial das gorjetas, com a devida anotação em carteira e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário, no importe de R$ ... ;
8) A devolução do valor descontado a título de contribuição sindical, no importe de R$ ... ;
9) Da concessão do pedido da justiça gratuita, inestimável;
10) Da condenação da Reclamada aos honorários advocatícios de sucumbência, fixados em 15% sobre o valor da liquidação da sentença.
 - JURISPRUDÊNCIA
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST – ARR – 222828120155040030 – INTEIRO TEOR
Ementa
I – AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. VIGÊNCIA DA LEI N° 13.015/2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 40 DO TST. ACIDENTE DE TRABALHO. GOZO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO. PECULIARIDADE DO CASO CONCRETO. 1 – Nos termos do art. 118 da Lei 8.213/91: “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção do auxílio-doença”. O dispositivo prevê garantia provisória no emprego contra eventual conduta ilícita ou abusiva do empregador em relação ao trabalhador que passou por período de afastamento das atividades exercidas para recuperação de acidente típico ou equiparado (doença).
V - DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude do art. 369 do CPC, em especial as de caráter documental, documental superveniente e o depoimento pessoal do representante legal da empresa reclamada.
VI - DO VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e Data
Advogado (a)
OAB

Outros materiais