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1 Índice I. Introdução ............................................................................................................................2 II. Rubi .....................................................................................................................................3 2.1. Conceito de Corindon (Rubi e Safira) ............................................................................3 2.2. Génese do rubi ..............................................................................................................3 2.3. Caracterização geológica do mineral Rubi .....................................................................3 2.4. Tipos de Rubi ...................................................................................................................4 2.4.1. Rubis artificiais ..........................................................................................................4 2.4.2. Rubis naturais .............................................................................................................4 4.5. Características químicas do Rubi ......................................................................................6 4.6. Ocorrência do rubi ............................................................................................................6 4.7. Ocorrência de Rubi em Moçambique ................................................................................6 3. Caracterização geológica dos depósitos de Rubi de Moçambique ............................................7 3.1. Caracterização geológica dos depósitos do Rubi da Província de Niassa (depósito de Ruambeze, M‟sawize e Ngauma) ................................................................................................7 3.1.1. Minerais associados ....................................................................................................8 3.1.2. A era das rochas .........................................................................................................8 3.1.3. Métodos de extracção .................................................................................................8 3.2. Caracterização geológica do depósito do Rubi da Província de Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca) .............................................................................9 3.2.1. Minerais associados .................................................................................................. 12 3.2.2. A era das rochas ....................................................................................................... 12 3.2.3. Método de extracção no depósito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca).......... 12 4. Mercados de Rubi produzido em Moçambique ...................................................................... 13 V. Conclusão............................................................................................................................. 14 VI. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 15 2 I. Introdução Neste presente trabalho irá se abordar sobre o Rubi, que é especificamente um dos minerais ou variedades do Corindon, por tanto, no processo da formação do rubi o magma extravasa do manto, e então o vulcanismo coloca as rochas do local onde extravasou sob calor e pressão, o que pode causar mudanças na estrutura química de seus cristais. Designa - se o nome metamórfica, devido à transformação química que essas rochas sofrem. É um processo que leva milhões de anos e poucos lugares no mundo têm minas desses raros cristais. 3 II. Rubi 2.1.Conceito de Corindon (Rubi e Safira) Coríndon (Rubi e safira) é um mineral à base de óxido de alumínio (Al2O3), que representa valor 9 em dureza, na escala de Mohs. Naturalmente transparente e pode ter cores diferentes de acordo com impurezas que estejam incorporadas à sua matriz. Os espécimes translúcidos são usados como jóias, o de coloração vermelha é chamado de rubi, ocorrendo outras variações: amarelo, rosa, púrpura, verde e cinzento; o azul é chamado de safira. A sua Composição química é trióxido de Alumínio, com 52.9% de Alumínio e 47.1% de Oxigénio. O nome coríndon tem sua origem na palavra proveniente do tâmil Kurudam (uma das línguas dravídicas faladas no sul da Índia) cujo significado é Rubi. O coríndon foi pela primeira vez identificado na Índia, é conhecido desde o início dos tempos, e sua presença sempre foi marcante em todas as civilizações, seja pela utilização como gema ou por seu uso industrial. Em Moçambique o coríndon foi conhecido desde os tempos das coloniais portuguesas. 2.2.Génese do rubi A maioria dos rubis aparece em mármores, rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “pláceres” resultantes da erosão da rocha mãe, é o caso dos rubis extraídos no Distrito de Montepuez, 2.3. Caracterização geológica do mineral Rubi O mineral rubi pode ser gerado por processos magmáticos e metamórficos. E é um mineral típico das rochas metamórficas, isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando submetidas a altas pressões e temperaturas. Também pode ser encontrado em rochas formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica. Também pode ser produzido artificialmente por aquecimento de alumina ou óxido de alumínio, acima de 450ºC. Pelo processo Verneuil, são produzidas gemas sintéticas, adicionando-se pequenas quantidades de Ferro, Crómio, Vanádio ou Titânio para dar a cor apropriada. (Campos,1999). 4 Também a sua origem pode estar associada aos eluviões, coluviões e aluviões dos rios, como é o caso de Moçambique e Brasil. No Brasil, com ocorrências no Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, (Cunha, 2008). 2.4. Tipos de Rubi Existem dois tipos de rubis de acordo com a natureza: Rubis artificiais Rubis naturais 2.4.1. Rubis artificiais Os Rubis artificiais são aqueles feitos no laboratório. Podem não conter imperfeições, alguns rubis manufacturados têm substâncias adicionadas a elas que possam ser identificadas como artificiais, mas a maior requer testes gemológicos para determinara a sua origem. 2.4.2. Rubis naturais Existem diferentes tipos de Rubis existentes no mercado. Os vários tipos de Rubi normalmente recebem o seu nome devido a área de mineração. Rubi da Birmânia Rubis birmaneses são um dos rubis de alta qualidade, bem como um mais procurados Rubis birmaneses tem uma cor vermelho escura devido a quantidade de cromo, embora as vezes eles podem ter dicas de azul ou rosa. Rubis birmaneses vêm de regiões específicas, nomeadamente Mogok no norte da Birmânia e Mong-Hsu a leste de Mandalay. Todos Rubis têm manchas; na verdade todos os Rubis naturais fazem. Se não há manchas, não um é Rubi natural. Os Rubis birmaneses têm menores defeitos em comparação com os demais Rubis. Rubi da Tailândia (Thay Ruby) Os Rubis tailandeses ficam detrás os Rubis birmaneses. Eles têm tons mais escuros devido a combinação de ferro e cromo. Os Rubis tailandeses também podem ter matrizes que variam da cor castanha para a cor de vinho, que também são chamados de Rubis de Sião, mas não são tão 5 procurados quanto aos Rubis birmaneses. Os Rubis Tailandeses vêm da área a sudeste de Bangkok. Rubi da Tanzânia Na Tanzânia, depósitos de Rubi são encontrados em regiões próximas a Songea. A cor desses Rubis se assemelha tanto a granada que até a joalheiros muitas vezes, ficam desconfiados com a sua proximidade. A aparência do mineral Rubi da Tanzânia também é muito semelhante ao mineral Hessonita devido a sua cor.Foi notado que a intensidade da cor diminui com o tamanho. Por tanto, quanto menor o tamanho dos Rubis da Tanzânia, mais valiosas elas são. Conforme o tamanho aumenta, a cor do Rubi começa a desbotar. Estes Rubis são menos caros do que os Rubis birmaneses e tailandeses. Rubi de Madagáscar Madagáscar é outra fonte de Rubis do topo da linha, embora os Rubis de Madagáscar sejam relativamente novos no mercado. A área de mineração em Madagáscar é nas regiões de Andilamena e Vatomandry, onde os Rubis podem ser encontrados em uma grande variedade de rochas ígneas diferentes. Existem diferenças nos Rubis de cada área. Os Rubis da região de Andilmena são melhores que recebem um tratamento térmico, os de Vatomandry não. Os Rubis de Vatomandry tem reflexos laranja, vermelho e rosa. Rubi do Afeganistão Os Rubis foram extraídos no Afeganistao pelo menos desde o primeiro século. As minas estão nas regiões de Badakshan e Jagdalek. Sabe-se mais sobre os Rubis que vem de Jagdalek que produz Rubis que podem variar de um fraco ao vermelho profundo. Os Rubis Jagdalek têm qualidades não encontradas em outros lugares. Eles podem ter arroxeado e um brilho fluorescente. Rubi africano Os Rubis africanos são geralmente arroxeados a vermelho escuro. Os Rubis africanos vem em variedades e tamanhos e qualidades a melhor cor de Rubis africanos é a fina cor vermelha escura, com origem em Moçambique e Quénia 6 Rubi Moçambicano Embora o Rubi de Moçambique não seja denominado como um tipo, actualmente, os Rubis de Moçambique tem denominado o mercado devido a sua qualidade. Os depósitos de Rubis mais importantes e produtivos na África encontram-se em no norte de Moçambique. Relatos de Rubis de alta qualidade no norte de Moçambique começaram a surgir entre 2008 e 2009, perto das aldeias de Maawize e Namahumbire, respectivamente. Quando a Gemfields Plc adquiriu uma participação no depósito de Rubis de Montepuez em 2012, os Rubis Moçambicanos começaram a ter um impacto significativo no mercado global. A produção até hoje tem sido enorme se comparada a qualquer outro depósito de Rubis, e alguns desses Rubis são comparáveis aos lendários Rubis „‟Sangue de Pombo‟‟ da Birmânia. 4.5. Características químicas do Rubi Do ponto de vista químico, o rubi é um óxido de alumínio (Al2O3), com pequenas quantidades de Crómio, em substituição do alumínio, cuja cor é causada principalmente pela presença de Crómio. 4.6. Ocorrência do rubi O rubi é minerado na África, Ásia e na Austrália. Eles são mais comuns em Myanmar, no Sri Lanka e na Tailândia, porém também são encontrados em Montana e na Carolina do Sul nos Estados Unidos. 4.7. Ocorrência de Rubi em Moçambique O Rubi em Moçambique ocorre no Norte de Moçambique, concretamente nas Províncias de Niassa e Cabo Delgado. Três depósitos ocorrem na Província de Niassa e um em Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez. Também esse mineral ocorre na Província de Tete, correctamente nos Distritos de Changara, Mutarara e Tsangano também indicaram possível ocorrência de Rubi no Revue, Cancheira, Monte Chissindo e os Montes Pandibuè-Congune. (Afonso e marques, 1998) 7 3. Caracterização geológica dos depósitos de Rubi de Moçambique 3.1. Caracterização geológica dos depósitos do Rubi da Província de Niassa (depósito de Ruambeze, M’sawize e Ngauma) O Rubi encontrado nos depósitos da Província de Niassa, a sua origem está associado a formações rochosas e nas aluviões dos rios, como é o caso do coríndon que ocorre no Rio Lugenda, que está associado com rochas básicas e calcários cristalinos (skarn) em aluviões que se acumulam em torno desses depósitos. No depósito de M'sawize, rubi parece estar confinado dentro do Meta-Gabro e Gnaisse Gabroico. E o rubi é extraído a partir de dois tipos de depósitos: Um de solo rico em rubi aluvionar que é encontrado entre um há dois metros de espessura, que corresponde com a meteorização do depósito em rubi no local, e são encontrados em associação com granadas vermelhas. No depósito primário, o rubi é encontrado em associação com feldspato branco e uma anfíbola verde-escura, em estreita associação com mica, (Pardieu, V. et al., 2009). Figura 1: Foto que ilustra associação de Rubi com feldspato branco (anortite) e anfíbola verde- escura (actinolite). Também pode ser encontrado em diferentes tipos de depósitos como, por exemplo, nos calcários cristalinos, micaxistos e gnaisses. 8 3.1.1. Minerais associados Nestes depósitos da Província de Niassa o mineral Rubi aparece associado com Feldspato branco, Anfíbola verde-escura e com estreita associação com micas. Onde o feldspato branco aparece como anortite, anfíbola verde-escura aparece como actinolite, como mostra a figura anterior. 3.1.2. A era das rochas As rochas que foram encontradas nesses depósitos pertencem ao Complexo de M‟sawize, e são da era Neoproterozóico. 3.1.3. Métodos de extracção O método extracção nesses depósitos é o método de poços ou artesanais, que consiste em abrir uma cova com uma profundidade que varia entre Seis a Sete metros de profundidade, como a finalidade de extrair rocha ou minério, usando equipamentos manuais. Figura 2: Poço de mineração, que ilustra uma pequena galeria que foi escavado na parte inferior do poço. Os depósitos da Província de Niassa, produzem coríndon que varia de cor vermelho-escuro (rubi) e que aparece as vezes alaranjado ou acastanhado, material de qualidade polida que às vezes é adequada para o tratamento de vidro de chumbo, e também com grandes cristais azuis- escuros (safira) com muitas fendas e planos individuais, que é vendido em alguns mercados de Tailândia como material de escultura. 9 Figura 3: Foto de variedade de coríndon produzido nas minas da Província de Niassa. 3.2. Caracterização geológica do depósito do Rubi da Província de Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca) O depósito de rubi de Montepuez está localizado na unidade tectónica do Complexo de Montepuez. Esta unidade é composta principalmente de gnaisse fortemente deformado e quartzito, com algumas lentes de mármore. (Boyd et al., 2010). 10 Figura 4: Mapa geológico da região Norte de Moçambique. O depósito do rubi de Montepuez está localizado no Complexo de Montepuez. Modificado a partir do Mapa geológico de Moçambique. Graças as observações de campo, foram capazes de encontrar e estudar um depósito primário em que a rochas hospedeira é composta por anfíbola verde com pequenas lentes ricas em feldspato branco. Figura 5: As áreas verdes escuras são compostas principalmente de anfibólio enquanto os veios brancos são ricos em feldspato. Os rubis são encontrados principalmente no interior ou nas proximidades dos veios ricos em feldspato. 11 Figura 6: Vista detalhada dos rubis encontrado no local associado com anfibólio (verde escuro), mica (amarelada) e feldspato (branco) na parede do poço mostrado na foto anterior. É interessante notar que feldspato branco circunda a maioria dos rubis Segundo Boyd et al., (2010). Encontram rubis em dois tipos de depósitos: 1) Alguns foram encontrados associados com cascalhos no depósito aluvial/detrito que cobre o depósito primário. Neste depósito as pedras encontradas no solo perto do leito do rio em Namahaca são diferentes daquelas encontradas em Namahumbire. Pois neste depósito obviamente o quartzo e rubi foram transportados pela água. 2) Enquanto outros foram encontrados in situ em associação com estas lentes. Figura 7: Ilustra depósito aluvial/ detrítico, perto do leito do rio em Namahaca. Onde o quartzo e rubi encontrado nesse depósito obviamente foram transportados pela água. 12 Segundo Boyd et al., (2010), ao longo das suas actividades de exploração constatou que os rubis são hospedados por material aluvial,e a base consiste no Complexo de Montepuez, um conjunto de rochas sedimentares metamorfoseadas (Xistos Anfibólicos e Gnaisses) da era Neoproterozóico, que foram intrudidas por Granito, Granodiorito e Tonalito. 3.2.1. Minerais associados O rubi encontrado nesse depósito aparece comummente associado com alguns feldspatos esbranquiçado, mica amarelado ou anfíbola esverdeada. 3.2.2. A era das rochas As rochas encontradas nesse depósito pertencem ao Complexo de Montepuez, e são da era Neoproterozóico. 3.2.3. Método de extracção no depósito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca) O método de extracção nesses depósitos é o método Open cast e do poço. A extracção da rocha ou minério é geralmente realizada a céu aberto com o auxílio de retroescavadoras. Figura 8: foto da mina Open cast e alguns equipamentos pesados trabalhando o depósito rubi perto Namahumbire. Fonte: Pardieu, V. et al., (2009c). 13 O Rubi produzido no depósito de Montepuez varia de vermelho levemente arroxeado ao vermelho. A maioria do material produzido em Montepuez parece ser ligeiramente leitosa ou seda. As pedras de Montepuez são geralmente mais planas e exibem muito mais inclusões minerais em comparação com as pedras do Niassa. Figura 9: Foto de rubi produzindo no depósito de Namahumbire e Namahaca. 4. Mercados de Rubi produzido em Moçambique O Rubi produzido em Moçambique é vendido nos mercados de gema em Bangkok (Tailândia), Nova Iorque, Hong Kong (China), Carlsbad e outros lugares, que recentemente começaram a ver um aumento dos rubis que saem de Moçambique. (Pardieu, V. et al, 2009). 14 V. Conclusão Com base no presente trabalho de carácter investigativo, foi possível conclui-se que o mineral Rubi, ou vulgarmente conhecido de pedra preciosa Rubi é gerado por processos magmáticos e metamórficos de altas e pressões. Em Moçambique o mineral Rubi ocorre no Norte de Moçambique, concretamente nas Províncias de Niassa e Cabo delgado, Rubi produzido em Moçambique varia de cor vermelho escuro, azul e vermelho levemente arroxeado ao vermelho leitoso, em termo geológico, esses depósitos são caracterizados por rochas da era Neoproterozóico, como depósito primário, e cascalhos em aluviões como depósito secundário. O método extracção nesses depósitos é Open cast e de poços (método artesanal). Nos depósitos primeiro o rubi a parece associado com anfíbolas verde-escuras, feldspato branco e micas amarelada, enquanto em alguns depósitos secundário a parece associado com o quartzo em cascalhos aluvionar.O rubi produzido em moçambique é vendido nos mercados de gema em Bangkok (Tailândia), Nova Iorque, Hong Kong (China), Carlsbad. Rubis podem ser utilizados na decoração de esferográficas, óculos, relógios e outros objectos sofisticados. 15 VI. Referências Bibliográficas Afonso, R. S., Marques, J. M. (1998). Recursos Minerais da Republica de Moçambique. Direcção Nacional de Geologia, Maputo. Boyd, R., Thomas, R.J., et al., (2010). The geology and geochemistry of the east African orogen in north-eastern Mozambique", South African Journal of Geology, vol. 113. Campos, J.C.S. (1999). Os depósitos de caulim, ametista e coríndon a NW de Manhuaçu (MG): geologia, mineralogia e génese. Dissertação de mestrado, UFOP . Ouro Preto. Cunha C. (2008). Coríndon, coríndon ou corundum; Rubis e Safiras. Deer W.A., Howie R.A., et al., (1966). An introduction to the rock-forming minerals. London, Longman Group Limited, London. Vol.1. Lächelt, S. (2004). Geology and Mineral Resources of Mozambique. Moçmbique. Direcção Nacional de Geologia, Moçambique, Maputo. Pardieu, V. (2009). The Winza ruby and Sapphire mining area, Mpwapwa district, Dodoma province, Tanzania.
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