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NORMA PENAL EM BRANCO

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NORMAS PENAIS EM BRANCO 
Normas penais em branco são aquelas em que há uma necessidade de complementação para que se possa 
compreender o âmbito da aplicação de seu preceito primário. 
Quer isso significar que, embora haja uma discrição da conduta proibida, essa descrição requer, 
obrigatoriamente, um complemento extraído de um outro diploma - leis, decretos, regulamentos etc - para 
que possam, efetivamente, ser entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei penal, uma vez 
que, sem esse complemento, torna-se impossível a sua aplicação. 
Suponhamos que João, armado com um revólver, atire em Pedro, desejando matá-lo, vindo a alcançar o 
resultado por ele pretendido. 
Analisando o art. 121, caput, do Código Penal, verificamos que em seu preceito primário está descrita a 
seguinte conduta: "matar alguém". 
O comportamento de João, como se percebe, amolda-se perfeitamente àquele descrito no art. 121, não 
havendo necessidade de recorrer a qualquer outro diploma legal para compreendê-lo e aplicar, por 
conseguinte, a sanção prevista para o crime por ele cometido. 
Agora, imaginemos que Augusto esteja trazendo consigo certa quantidade de maconha, para seu uso, quando 
é surpreendido e preso por policiais. O art. 28, da Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006 possui a seguinte 
redação: 
 
"Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas:" 
 
No caso de Augusto, como podemos concluir que ele praticou a conduta descrita no art. 28 da Lei n° 
11.343/2006 se não está expressamente escrito em seu texto quais são as substâncias consideradas 
entorpecentes ou aquelas que causem dependência física ou psíquica que são de uso proibido? 
O álcool e o cigarro, como se sabe, causam dependência física ou psíquica. Será que se fumarmos um 
cigarro ou ingerirmos certa quantidade de bebida alcoólica estaremos cometendo a infração prevista no art. 
28 da Lei Antitóxicos? 
A partir do momento em que tivermos de nos fazer essa pergunta, ou seja, a partir do instante que 
necessitarmos buscar um complemento em outro diploma para que possamos saber o exato alcance daquela 
norma que almejamos interpretar, estaremos diante de uma norma penal em branco. 
Diz-se em branco a norma penal porque seu preceito primário não é completo. Para que se consiga 
compreender o âmbito de sua aplicação é preciso que ele seja complementado por um outro diploma, ou, na 
definição de Assis Toledo, normas penais em branco "são aquelas que estabelecem a cominação penal, ou 
seja, a sanção penal, mas remetem a complementação da descrição da conduta proibida para outras normas 
legais, regulamentares ou administrativas. 
No caso do art. 28 a Lei de Entorpecentes, somente após a leitura da Portaria expedida pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), autarquia sob regime especial vinculada ao Ministério da 
Saúde, é que poderemos saber se esta ou aquela substância é tida como entorpecentes, para fins de aplicação 
do mencionado artigo. 
Muitas vezes, esse complemento de que necessita a norma penal em ranco é fornecido por outra lei, ou, 
como vimos acima, no caso do art. 28 da mencionada lei, por algum outro diploma que não uma lei em 
sentido estrito. Por essa razão, a doutrina divide as normas penais em branco em dois grupos: 
 
a) normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo), quando o seu complemento é oriundo da 
mesma fonte legislativa que editou a norma que ncesida desse complemento. Assim, no art. 237 do Código 
Penal, temos a seguinte redação: 
 
"Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: 
Pena - detenção, de 3(três) meses a 1(um) ano." 
 
Para respondermos pela prática do aludido delito, é preciso saber quais são os impedimentos quelevam à 
decretação de nulidade absoluta do casamento. E quais são eles? O art. 237 não esclarece. Temos, portanto, 
que nos valer do art. 1.521, incisos I a VII, do Código Civil para que a referida norma penal venha a ser 
complementada e, somente após isso, concluírmos se a conduta praticada pelo agente é típica ou não. 
 
b) normas penais em branco heterogênea, ou em sentido estrito, é quando o seu complemento é oriundo 
de fonte diversa daquela que a editou. 
No caso do art. 28 da Lei de Entorpecentes, por exemplo, estamos diante de uma norma penal em branco 
heterogênea, uma vez que o complemento necessário ao referido artigo foi produzido por uma autarquia 
(ANVISA) veiculada ao Ministério da Saúde (Poder Executivo) e a Lei 11.343/2006, foi editada pelo 
Congresso Nacional (Poder Legislativo). 
Assim, para que possamos saber se uma norma penal em branco é considerada homogênea ou heteogênea é 
preciso que conheçamentos sempre, sua fonte de produção. Se for a mesma, será ela considerada 
homogênea; se diversa, será reconhecida como heterogênea. 
Normas penais em branco: São normas que dependem de complemento normativo. Classificam-se em 
próprias (em sentido estrito ou heterogênea) ou impróprias (em sentido amplo ou homogêneas). As 
normas penais em branco impróprias ainda podem ser subdivididas em duas outras espécies: 
homovitelina (ou homóloga) e heterovitelina (ou heteróloga). 
Normas penais em branco: São normas que dependem de complemento normativo. Classificam-se em 
próprias (em sentido estrito ou heterogênea) ou impróprias (em sentido amplo ou homogêneas). 
 
 
 
As normas penais em branco impróprias ainda podem ser subdivididas em duas outras espécies: 
homovitelina (ou homóloga) e heterovitelina (ou heteróloga). 
 
 
 
CUNHA, Rogério Sanches. Código Penal para concursos. Pag. 10. Ed. Juspodivm, 2012.

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