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UNIDADE I – ORDEM ECONÔMICA E CONSTITUIÇÃO FEDERAL 2 Ordem Econômica 2.1 Sistemas econômicos Forma pela qual o Estado organiza relações sociais de produção e a política econômica, no que se refere à propriedade e funcionamento dos fatores de produção e distribuição de bens e de trabalho, em meio à sociedade. Inicialmente, foram produtos do Capitalismo e do Socialismo, mas em cada região, cada país demandou uma organização própria, equilibrando aspectos das duas ideologias e a inovação, oriunda da evolução tecnológica das sociedades, esclarecendo que estamos vivendo a 4ª Revolução industrial, a da Sociedade da Informação. Ordem Econômica na Constituição de 1988 Ordem econômica brasileira está inicialmente consubstanciada nas disposições constitucionais que disciplinam o processo de intervenção do Estado na condução da vida econômica da Nação. As intervenções são diretas (quando o Estado monopoliza uma atividade econômica) ou indiretas (regulamentando ou monitorando a exploração das atividades geradoras de riquezas pelos particulares, intervindo quando se fizer necessário para normatizar, regular e corrigir as falhas de seu mercado interno, em prol do bem comum e do interesse coletivo). Valores e Princípios da Ordem Econômico na Constituição Federal Valorização do trabalho humano - A sobrevivência digna a partir do produto da remuneração do labor, conferindo proteção ao trabalhador – Garante a hipossuficiência do trabalhador, na Justiça do Trabalho. Livre-iniciativa – Limitação de Estado restringir o exercício da atividade econômica. Exceção: proteção ao consumidor e de toda a sociedade. O Estado pode disciplinar, impondo requisitos necessários para o exercício, mas não pode impedir as pessoas de decidirem o seu caminho profissional ou produtivo. Erradicação da Pobreza e Distribuição de Renda – Política para o fim de desigualdades e injustiças sociais – gerando encargos trabalhistas e outras normas para garantias do trabalhador. Valores e Princípios da Ordem Econômico na Constituição Federal Soberania Nacional – é definida como capacidade institucional da Nação de definir opções normativas e políticas internas. É um princípio fundamental da República, Regulamentação do Investimento Estrangeiro – limitação ou organização de normas para que o capital estrangeiro possa operar no ambiente de negócios brasileiro A propriedade privada A propriedade privada é fundamento constitucional de funcionamento do nosso País. Optamos por um sistema capitalista, acolhendo a propriedade privada e não a coletiva, como traço econômico do sistema que adotamos. A propriedade pertencendo uma pessoa ou a um grupo de pessoas e não coletiva ou ao Estado é princípio da ordem econômica. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...); II - propriedade privada. Contudo, nosso sistema não se proíbe a propriedade pública ou do Estado, mas a preferência é da propriedade privada. Por exemplo: quando a União desapropria terras para atender uma determinação de assentamento, visando o desenvolvimento do plano nacional de reforma agrária, devendo manter estoque de terras somente para os fins de, por exemplo, exploração de pesquisas agropecuárias, sendo proibida a especulação imobiliária. Para maior elucidação veja o artigo da Constituição: Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. Ainda, sobre a propriedade privada - no artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXII - é garantido o direito de propriedade; A propriedade privada, contudo, não sobrepõe ao interesse público. Quando o interesse público estiver presente a propriedade privada poderá ser objeto de desapropriação, desde que mediante antecipada e justa indenização. Na CF, o único caso de confisco sem indenização esta no ar. 243 da CF, atinente às propriedades rurais usadas para plantação de plantas psicotrópicas ilegais. (Maria Helena Diniz) “A propriedade individual é a pertencente a determinada pessoa, em relação a um bem, podendo usá-lo, gozá-lo, fruí-lo e dele dispor. É a propriedade privada ou particular de uma pessoa, definida no CCB no Art. 1.228.” Contudo, o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais, sendo preservadas a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. Portanto, há limites ao exercício da propriedade no Brasil. Ela deve exercer a sua função social. Quando exercida de maneira coerente, a propriedade pode ser defendida juridicamente e somente pode ser limitada em razão de relevante interesse público, por necessidade social ou em caso de perigo público iminente. Naturalmente, o Direito protege a propriedade de boa-fé, por isso, reconhece o usucapião, como posse ininterrupta de extensa área, por mais de cinco anos, para que ela atenda considerável número de pessoas, demonstrado o relevante interesse social e econômico. (CC Art. 1.229ss) . A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, mas não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica e os monumentos arqueológicos. Essa atividade determina que o Estado é o responsável pelas concessões de lavras e de exploração de energia no Brasil, preservando a função social da propriedade (art 1.232 CC, letra C). A função social da propriedade é incompreendida, apesar de ressaltada desde a Constituição Federal. Quando delineamos a questão social, não estamos impondo um pensamento socialista, mas o respeito à propriedade de terceiros, buscando harmonização econômica e estrutural da sociedade, sendo o interesse público um limitação do direito de propriedade. Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9
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