Buscar

Mecanismos de solução de conflitos

Prévia do material em texto

Competência
Mecanismos de soluções de conflitos: autotutela, autocomposição e jurisdição.
1. Autotutela
A autotutela caracteriza-se pelo emprego da força para satisfação de interesses. Em regra, não é admitida a autotutela, constituindo-se o fato em tipo penal. Porém, admite-se de forma excepcional. 
E quais são as situações em que a autotutela é admitida?
· Legítima defesa (Direito Penal)
· Estado de necessidade (Direito Penal).
· Prisão em flagrante (Direito Processual Penal) – autorização constitucional (justificativa: o Estado não é onipresente).
2. Autocomposição
A autocomposição caracteriza-se pela busca do consenso entre os “litigantes”. A expressão “lide” deve ser evitada na seara processual penal.
3. Jurisdição
Consiste em uma das funções do Estado, exercida precipuamente pelo Poder Judiciário, por meio da qual o direito objetivo é aplicado à solução de determinada demanda. Observação: “precipuamente”: a função jurisdicional não é exercida com exclusividade pelo Poder Judiciário”.
Princípio do Juiz Natural
Consiste no direito que cada cidadão possui de conhecer antecipadamente a autoridade jurisdicional que irá julgá-lo caso venha a praticar um fato delituoso.
Veda-se com isso o Tribunal ou Juiz de Exceção, que seria aquele escolhido após a ocorrência de um crime e para determinado caso concreto.
Competência
É a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá aplicar o direito objetivo ao caso concreto.
· Competência funcional por fase do processo
	1ª Fase
	2ª Fase
	Indicium Acusationis
	Indicium Causae
	Juiz Sumariante
	Juiz Presidente + Jurados
Um órgão jurisdicional diferente exerce a competência de acordo com a fase do processo.
· Competência funcional por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões, a serem decididas no processo.
· Competência funcional por grau de jurisdição: também conhecido como competência funcional vertical, resulta no duplo grau de jurisdição, com o oferecimento de recursos, ou na competência originária dos Tribunais, em casos de foro por prerrogativa de função.
	Competência funcional horizontal:
	Competência funcional Vertical:
	Ocorre quando não há hierarquia entre os vários órgãos funcionais. 
	Ocorre quando há hierarquia jurisdicional entre os diversos órgãos. 
	Exemplo: competência funcional por fase do processo e competência funcional por objeto do juízo.
	Exemplo: competência funcional por grau de jurisdição.
	Classificação quanto a competência absoluta e competência relativa
	Competência Absoluta
	Competência Relativa
	Regra de competência criada com base no interesse público.
	Regra de competência criada com base no interesse preponderante das partes.
Renato explica que sempre haverá um interesse do Estado, ainda que esse seja de caráter residual.
	A regra de competência absoluta não pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência improrrogável ou imodificável.
	A regra de competência relativa pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência prorrogável ou derrogável.
	Consequências:
a. nulidade absoluta (e não inexistência);
a.1 pode ser arguida a qualquer momento, inclusive após o transito em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria;
a.2 prejuízo presumido;
	Consequências:
a. nulidade relativa:
a.1) deve ser arguida no momento oportuno, sob pena de preclusão;
a.2) prejuízo deve ser comprovado
	A incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício, pelo menos enquanto não houver o esgotamento de instância.
	A incompetência relativa pode ser reconhecida de ofício, pelo menos até o início da instrução probatória. Mas não pode ser declarada de ofício, sumula 33, STJ
	Não pode ser modificada pela conexão ou continência.
Nesse sentido, o art. 62 do Novo CPC.
	Pode ser modificada pela conexão ou pela continência.
Nesse sentido, o art. 54 do Novo CPC.
	Exemplos:
Ratione materiae;
Ratione funcionae;
Funcional.
	Exemplos:
Territorial;
Prevenção (Súmula 706 do STF);
Distribuição;
Conexão e continência.
Competência da Justiça Militar
	Justiça Militar da União
	Justiça Militar dos Estados
	Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 
Obs.1: o art. 124 encontra-se enquadrado no capítulo que trata da J. Militar da União.
Obs.2: LEI - a lei de organização da
Justiça Militar da União é a Lei
8.457/1992.
	Art. 125.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, os crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. 
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
	Crimes Militares
	Crimes Militares
	Acusados: Militares e Civis.
	Acusados: Militares do Estado
	NÃO há ressalva quanto a competência do Júri quando a vítima for civil.
	Não permite que crimes dolosos contra a vida cometidos contra civis sejam julgados pela Justiça Militar Estadual.
	A competência da Justiça Militar da União tem como critério unicamente a matéria, julga os crimes militares definidos em lei.
Competência fixada pelo critério “ratione materiae”.
	Em sentido mais amplo, a Justiça Militar dos Estados possui dois critérios para fixação sua competência: ratione materiae e ratione personae. Fixada com base em dois critérios.
**A condição de militar estadual deve ser aferida com base a sua condição no “momento do delito”, e não do processo criminal.
A ÉPOCA DO DELITO ERA MILITAR DO ESTADO.
	Não tem competência civil.
	Tem competência civil.
Súmula 53, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
A Lei Federal 13.491/17 ampliou consideravelmente a competência da Justiça Militar, de modo que com a nova alteração, o crime de abuso de autoridade, quando o agente for militar (estadual ou forças armadas), passa a ser de competência da Justiça Militar Estadual ou Federal, conforme o caso.
Competência criminal da Justiça Federal
Competência “ratione materiae”. Estabelecida em razão da matéria do delito, com status constitucional.
A competência da Justiça Federal encontra-se taxativamente prevista na Constituição Federal, ao teor do art. 109 da Carta Magna. As questões criminais estão especialmente previstas nos incisos IV, V, VI, VII, IX e X do art. 109.
Análise pormenorizada da competência criminal Estabelecida na CF, art. 109
a) Crimes Políticos
Os crimes políticos são aqueles previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83). É preciso que, além de encontrar-se previsto na referida lei, o crime detenha Motivação Política.
Motivação Política
Corroborando ao exposto, a Lei n. 7.170/83, art. 2º: “Art. 2º Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Lei:
I – a motivação e os objetivos do agente;
Exemplo:
Lei n. 7.170/83
Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.
Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação.
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
Não é suficiente, por exemplo, matar alguma dessas pessoas, é preciso que o assassinato se dê em decorrência de razão política.
Recurso cabível da sentença em crime político
Nessa hipótese, diferentemente, o recurso cabível não será a apelação, mas Recurso Ordinário Constitucional (ROC) que subirá diretamente para o STF, é o que prevê o art. 102, II – b, da Constituição Federal.Súmula 107, STJ. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato mediante falsificação de guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Obs.1: Conforme a Jurisprudência, para que a competência seja da J. Federal há necessidade de que a lesão ao bem jurídico da União seja direta.
	Roubo contra casa lotérica
	Competência da Justiça Estadual.
	Roubo contra agência dos Correios
	Franquia dos correios, a competência será da J. Comum Estadual. 
EBCT, será da Justiça Federal.
	Crime cometido em detrimento da OAB
	Será julgado pela J. Federal
	Roubo praticado contra o Banco do Brasil
	Competência da Justiça Estadual.
Súmula nº 42, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
	Crimes cometidos contra bens tombados
	União: Justiça Federal.
Estado/Município: Justiça Estadual
	Crime cometido contra consulado estrangeiro
	Competência da Justiça Estadual.
	Desvio de verbas oriundas de convênios firmados com a União
	Súmula 208, STJ: Compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
Súmula 209, STJ. Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
	Falso testemunho cometido em processo trabalhista (ou perante a Justiça Eleitoral, Federal ou Militar da União)
	Súmula 165, do STJ: “Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista”.
	Crime contra (ou por) funcionário público federal
	Súmula 147, do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crimes praticados contra (ou por)* funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
	Crimes contra o meio-ambiente
	Em regra, a competência será da Justiça Comum Estadual, SALVO se o crime em questão tiver sido praticado em detrimento de bens da União
	Crime ambiental cometido na Floresta Amazônica
	A Floresta Amazônica faz parte do Patrimônio Nacional (ao lado do Pantanal Mato-grossense), porém essa expressão não se confunde com patrimônio da União. Em virtude disso, é julgado perante a Justiça Estadual.
	Falsificação de documento
	A competência será determinada com base no órgão responsável pela emissão do documento.
	Execução penal
	Súmula 192, STJ. Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.
	Contravenções Penais
	Súmula 38, STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas.
Contravenções penais podem ser julgadas pela Justiça Federal de 2ª instância (TRF-s) caso o autor do delito seja dotado de foro por prerrogativa de função perante tais tribunais (ex.: juiz federal).
	Tráfico Internacional de Drogas
	Julgado pela Justiça Federal. 
	Tráfico internacional x Tráfico Estadual
	Havendo desclassificação para tráfico doméstico, deverá o J. Federal proceder com a remessa dos autos para a J. Estadual.
	Pedofilia praticado pela Internet
	Se um brasileiro criou uma página na rede mundial de computadores, onde tais imagens são divulgadas, tem se crime de competência da Justiça Federal.
Mas se um brasileiro em PE, envia um e-mail a um outro brasileiro em SP, contendo fotos com conteúdo pornográfico infantil, a competência é da justiça estadual.
	Crimes contra a Organização do Trabalho
	Súmula 115 do TRF: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho, quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente.
	Crime de Redução à condição análoga de Escravo
	Nos moldes do informativo 809 do STF, compete à justiça federal processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo
	Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves
	Ainda que a aeronave esteja no solo a competência será da J. Federal, se o crime for praticado a bordo da referida.
	Crime praticados por (ou contra índios)
	Súmula 140, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima. (Salvo, se o delito envolver os crimes contra disputa de terras indígenas, hipótese em que será da J. Federal).
	Conexão e continência entre “crime federal” e “crime estadual”
	Súmula 122, STJ: compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.
Competência criminal da Justiça Estadual
Possui natureza residual. Assim, será da competência estadual as matérias que não forem disciplinas à J. Federal.
Competência por prerrogativa de função (“ratione personae” / “ratione funcionae”)
Trata-se de uma prerrogativa prevista pela Constituição segundo a qual as pessoas ocupantes de alguns cargos ou funções, somente serão processadas e julgadas criminalmente (não engloba processos cíveis) por determinados Tribunais (TJ, TRF, STJ, STF).
Crime doloso contra a vida
	Prerrogativa com previsão na Constituição
	Prerrogativa com previsão apenas em
Constituição Estadual
	Prevalece sobre a competência do Tribunal do. Foro por prerrogativa de função prevalece.
	NÃO prevalece sobre a competência do Tribunal do Júri
Súmula Vinculante 45. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Súmula 721-STF. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Exemplo: Deputado estadual que mata dolosamente uma pessoa? Prevalece a conclusão no sentido de que o foro por prerrogativa do Deputado Estadual (por simetria) encontra-se previsto também na Constituição Federal. Assim, prevaleceria o foro por prerrogativa em detrimento da competência do Tribunal do Júri.
Concurso de Agentes: detentor de foro por prerrogativa de função com sujeito não detentor de foro.
Súmula 704, do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
· Essa reunião dos processos perante o Tribunal de maior graduação não é obrigatória, mas sim facultativa.
· Essa reunião será possível desde que não se trate de crime doloso contra a vida.
· Se ambos os acusados tiverem foro por prerrogativa de função perante Tribunais diversos, prevalece a competência do Tribunal de maior graduação.
Súmulas: Competência por Prerrogativa de Função
Súmula n. 702 do STF: “A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum Estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau”.
· Prefeito comete Crime comum →Tribunal de Justiça
· Prefeito comete Crime Federal → TRF
· Prefeito comete Crime Eleitoral →TER
A competência do TJ está restrita aos Crimes da competência da Justiça Comum Estadual, incluídos os crimes dolosos contra a vida.
Súmula n. 703 do STF: A extinção do mandato do Prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do Dec.-lei 201/67.
Competência territorial
A competência será fixada, como regra, no lugar em que se consumar a infração penal.
Dessa forma, temos que em regra, a competência será fixada pelo LOCAL DA CONSUMAÇÃO DO DELITO.
Crimes formais:
*Crimes Formais: são infrações penais preveem um resultado naturalístico, que, no entanto, não precisa ocorrer para que se verifique a consumação do crime.
Ex.: Crime deextorsão (art. 158, CP).
Imagine-se o seguinte exemplo: determinado indivíduo, recolhido a um presídio em Bangu/RJ, efetua ligações para alguém que está em Santos/SP, exigindo o pagamento de vantagem indevida, sob pena de causar mal a um ente querido, operando-se a entrega da quantia a um comparsa na cidade de Florianópolis/SC. Nesse exemplo, não se pode confundir o local da conduta (Bangu/RJ), nem tampouco o local de seu exaurimento (importante lembrar que o exaurimento consiste numa ocorrência típica posterior à consumação do delito) – Florianópolis/SC –, onde se deu a obtenção da vantagem ilícita, com o local da consumação do crime de extorsão – Santos/SP –, o qual deverá determinar o foro competente para processar e julgar o delito.
Crimes permanente que se prolongou por várias comarcas:
Ex.: Extorsão mediante sequestro
A competência será determinada pela prevenção, nos moldes do art. 71, do CPP.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
CPP, Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo (ato de cunho decisório) ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, §
2º, e 78, II, c).
Crimes plurilocais de homicídio doloso:
Candidato, o que se entende por crimes plurilocais? são as infrações penais em que a ação (execução) ocorre em uma comarca e o resultado ocorre em outra, ou seja, em lugares distintos, porém ambos dentro do território nacional, ou seja, execução acontece em uma comarca e o resultado em comarca diversa. No caso de crimes plurilocais, atentando-se para a regra do art. 70 do CPP, a competência deveria ser determinada pelo lugar em que se produziu o resultado morte (consumação do crime de homicídio) – comarca “B”.
No entanto, a despeito da regra inscrita no art. 70 do CPP, e em verdadeira hermenêutica contra legem, tem prevalecido na jurisprudência o entendimento de que, nesses casos de crimes plurilocais, a competência ratione loci deve ser determinada não pelo local em que ocorreu o resultado morte, mas sim pelo local em que a conduta foi praticada.
Crimes plurilocais x Crimes à distância
	Crimes Plurilocais
	Crimes à Distância
	São aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em comarcas diversas, sediadas no mesmo país.
	São aqueles cuja conduta e resultado ocorrem em países diversos.
	O crime ocorre dentro do território nacional.
	A ação ou omissão ensejadora do crime ocorrem no território nacional, mas o seu resultado ocorre ou deveria ter ocorrido no estrangeiro.
CPP, Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Competência para julgar crime cometido no estrangeiro: regra: Justiça estadual.
CPP, Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República”.
Competência territorial com fundamento no domicílio do acusado:
O domicílio do acusado também pode ser utilizado para fins de fixação da competência.
Hipóteses:
· Quando não for conhecido o local da consumação, a competência territorial será determinada com base no local do domicílio do acusado; (art. 72, CPP).
· Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante pode optar pelo domicílio do acusado, ainda que seja conhecido o local da consumação; (art. 73, CPP): FORO DE ELEIÇÃO: foro optativo.
Crime de Estelionato mediante a falsificação de cheque
*Crime de estelionato mediante cheque falso (art. 171, caput, CP): será determinada pela local da obtenção da vantagem ilícita.
*Crime de fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, §2º,VI, CP): fixada a competência com base no local da recusa do pagamento.
Súmula 48 do STJ: “compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar cri-me de estelionato cometido mediante falsificação de cheque”.
Súmula 244 do STJ: “compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos”.
Súmula 521 do STF: “o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”.
Crime de contrabando ou descaminho
Os dois crimes são da competência da J. Federal. Qual o juízo federal competente? Do local da apreensão
Súmula 151 STJ: “A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens”.
Crime de tráfico de drogas por meio de remessa do exterior pela via postal
Súmula 528 STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Crime de uso passaporte falso
O crime de uso de passaporte falso consuma-se no local onde ele é apresentado.
Súmula 200 STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes