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Eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço Lei Penal no Tempo Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso – tempus regit actum. Extra-atividade da Lei Penal É possível que a lei penal se movimente no tempo: extra-atividade da lei penal. Ultra-atividade Retroatividade Lei A (benéfica), é revogada pela Lei B (maléfica). A lei A continua sendo aplicada para os fatos praticados durante a sua vigência, pois lei revogadora é prejudicial ao réu. · Efeitos futuros Lei A (maléfica), é revogada pela Lei B (benéfica). Nesse caso, a lei B retroage para alcançar os efeitos passados, pois é mais benéfica que a Lei A · Efeitos passados Tempo do Crime O Código Penal adotou a teoria da ATIVIDADE, prevendo em seu art. 4º, “considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. · Crime Continuado ou Permanente Súmula nº 711 do STF, “a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior a cessação da continuidade ou da permanência”. · Abolitio Criminis Conforme Rogério Sanches, trata-se da revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora. Trata-se de desdobramento lógico do princípio da intervenção mínima. · Requisitos: revogação FORMAL e supressão MATERIAL do fato. · Princípio da Continuidade Normativa: o tipo penal é formalmente revogado, mas o crime continua existindo perante outra norma penal. Haverá um mero deslocamento geográfico do crime ou transmudação topográfica do tipo penal. · Efeitos da Abolitio Criminis: Extingue os efeitos penais. Contudo, mantém os efeitos extrapenais. · A abolitio criminis é causa de exclusão de tipicidade. · Novatio Legis In Mellius É a nova lei, que de qualquer modo, favorece o agente. · Súmula 611, STF. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. · Não é possível aplicação da lei mais benéfica ainda no período de Vacatio Legis. · Combinação de leis A combinação de leis é vedada no ordenamento jurídico brasileiro. · Lei Excepcional ou Lei Temporária Lei Excepcional Lei Temporária · É a lei editada em função de algum evento transitório. Prazo indeterminado · Ex.: guerra, epidemia, calamidade pública · Lei temporária é aquela instituída por um determinado tempo/prazo; · É prefixado um lapso de duração; · Ex.: lei da copa. · Características · Autorrevogabilidade · Ultra-ativas · Alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, ainda que já revogadas; · Trata-se de hipótese excepcional de ultratividade maléfica. Lei Penal no Espaço 1- Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei penal do local do crime. Não importa; a. Nacionalidade do agente; b. Nacionalidade da vítima; c. Nacionalidade do bem jurídico tutelado. 2- Princípio da Nacionalidade ATIVA: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente. Não importa o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico tutelado. 3- Princípio da Nacionalidade PASSIVA: aplica-se a lei da nacionalidade da vítima. Não importa: a. Nacionalidade do agente; b. Nacionalidade do bem jurídico tutelado ou o local do crime. 4- Princípio da Defesa (ou Real): aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado. Não importa o local do crime ou a nacionalidade dos sujeitos (ativo ou passivo). 5- Princípio da Justiça Universal: o agente fica sujeito a lei penal do país em que o agente for encontrado. Não importa o local do crime, a nacionalidade dos sujeitos nem o bem jurídico. 6- Princípio da representação (Do Pavilhão, Da Bandeira, Da Substituição Ou Da Subsidiariedade): a lei penal nacional aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando praticados no estrangeiro e aí não sejam julgados. O Brasil adotou a territorialidade como regra. Os demais princípios são utilizados para alcançar determinados crimes cometidos no estrangeiro. Trata-se de TERRITORIALIDADE TEMPERADA. Art. 5º, §1º e §2º Embarcações e aeronaves Aplica-se a lei penal brasileira quando Públicas ou a serviço do governo brasileiro Em território nacional ou estrangeiro Mercantes ou de propriedade privada Em alto-mar ou espaço aéreo correspondente Estrangeiras Em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. · Será considerada EXTENSÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO: Embarcações e Aeronaves, Públicas ou a serviço do governo brasileiro em território nacional ou estrangeiro. · Em alto mar ou em espaço aéreo correspondente nenhum país exerce jurisdição, logo, aplica-se a lei do país que ostenta a bandeira. · As embaixadas apesar de invioláveis, não são extensão do território que representa. Lugar do Crime O Brasil adotou a teoria mista ou da ubiquidade, pois nos moldes do art. 6º do Código Penal, considera-se praticado o crime no lugar da ação ou da omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. CRIME A DISTÂNCIA CRIME EM TRÂNSITO CRIME PLURILOCAL Crime que percorre o território de 2 países soberanos. Ex.: Brasil e Argentina Crime que percorre o território de mais de 2 países soberanos. Ex.: Brasil, Chile e Bolívia O crime percorre 2 ou mais territórios dentro do mesmo país. Ex.: SP, PE, PB Aplica-se a teoria da ubiquidade. Aplica-se a teoria da ubiquidade. Aplica-se o art. 70 do CPP, teoria do resultado. Em que pese o CP tenha adotado a Teoria da Ubiquidade existem casos em que esta não poderá ser aplicada, são eles: crimes conexos, crimes plurilocais, infrações penais de menor potencial ofensivo, crimes falimentares e atos infracionais. Não se aplica a Teoria da Ubiquidade aos crimes conexos pois estes não constituem unidade jurídica, pelo contrário, são crimes diversos, devendo cada um deles ser processado e julgado no país em que fora cometido. Extraterritorialidade O artigo 7° dispõe acerca da aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território estrangeiro. · Extraterritorialidade Incondicionada Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, independentemente de qualquer condição, ainda que o acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro. São os seguintes crimes: (CP, art. 7º, I): · Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Princípio da Defesa) · Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Princípio da Defesa) · Contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Princípio da Defesa) · De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Princípio da Justiça Universal) · Extraterritorialidade Condicionada Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, desde que haja o concurso de algumas condições (art. 7°, II, e §§ 2° e 3°, do CP). São os crimes: · Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; [Princípio da Justiça Universal]; · Praticados por brasileiros; [Princípio da nacionalidade ativa]; · Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercante ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. [Princípio da Representação]; Nestes crimes, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: Condições! As condições são cumulativas. · Entrar o agente no território nacional; · Ser o fato punível também no país em que foi praticado; · Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; · Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; · Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. · Pena cumprida no estrangeiro · Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a penaimposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. · Extraterritorialidade Hipercondicionada · O § 3° dispõe acerca de mais outra hipótese de extraterritorialidade condicionada: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. [Princípio da nacionalidade passiva]. · Nesta situação, além das condições previstas no § 2°, deve-se ainda observar se: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.
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