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GESTÃO FINANCEIRO E CONTROLADORIA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS Ricardo Guaritá ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato.pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 2 Análise de investimentos em ações e fundos - Apostila Apresentação Esta disciplina busca compreender os principais objetivos das instituições que necessitam de gerenciamento de riscos – tais como os bancos, por exemplo. Aqui, identificaremos a importância desse estudo dentro do contexto da economia brasileira para uma boa gestão de investimentos em ações e fundos. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Analisar a dimensão do gerenciamento de risco, sua integração e sua importância na gestão de investimentos em ações; 2. Diferenciar risco de retorno; 3. Explicar a melhor forma de escolha de ativos para uma adequada composição da carteira de investimentos; 4. Usar os instrumentos do mercado de derivativos para controle do risco. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 3 Aula 1: Risco Introdução Nos últimos anos, os administradores passaram a ficar mais atentos ao fato de que suas empresas poderiam ser atingidas por riscos que fugiam de seu controle. Em alguns casos, mudanças bruscas em variáveis financeiras e econômicas – como as taxas de câmbio e de juros – trouxeram efeitos devastadores para as estratégias corporativas e de performance das instituições. Para tentar se proteger desses riscos, muitas empresas se lançaram no mercado de derivativos, usando instrumentos como contratos futuros, opções e swaps, os quais, sem uma meta definida, podem se tornar muito perigosos. Mesmo envolvidas em um processo de gestão de risco, tais entidades empresariais não possuíam um conjunto claro de objetivos para um sistema de controle de risco. Nesta aula, veremos o quanto essa etapa de gerenciamento é necessária. Objetivo 1. Identificar os principais tipos de risco sujeitos às organizações. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Identificamos a importância do gerenciamento de riscos na economia; • Definimos o conceito de risco; • Conhecemos os tipos de risco de uma instituição financeira; • Entendemos a relação entre risco e retorno; • Diferenciamos risco sistemático do não sistemático. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 4 Conteúdo Gerenciamento de risco Ultimamente, o gerenciamento de risco tornou-se um instrumento indispensável à sobrevivência das atividades das instituições no mercado financeiro. O aumento da volatilidade nos mercados financeiros mundiais e o avanço da teoria financeira contribuíram muito para o aumento da demanda por produtos de gerenciamento de risco. Mas o conhecimento da existência do risco não é suficiente para gerenciá-lo. A equipe de uma instituição financeira encarregada de fazer isso deve identificar seu grau de exposição ao risco. A metodologia adotada precisa, então, ser aceita e assimilada. Uma boa alternativa é utilizar o conceito de Value at Risk (VaR), a partir do qual consideramos os efeitos da diversificação e do hedge, além de precisar os resultados da não linearidade advindos de portfólios que contêm opções. Antes de implementarmos qualquer sistema de gerenciamento de risco em uma corporação financeira, temos, necessariamente, de identificar os tipos de risco a que ela está exposta. Além disso, para atingirmos o nível ideal nesse processo, devemos realizar um razoável investimento inicial em equipamentos, em banco de dados e em qualificação de pessoal. Um bom gerenciamento de risco agrega valor às organizações, tornando-as mais seguras por conhecerem sua situação frente ao risco. Dessa forma, as empresas se sentem em uma posição favorável diante de seus concorrentes. Mas o que é, exatamente, risco? Vamos descobrir? Atenção A regulamentação dos bancos centrais de todo o mundo é baseada no modelo de cálculo do VaR. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 5 Risco, retorno e incerteza No mercado financeiro, usamos três conceitos muito importantes sobre investimento. São eles: Risco Volatilidade de resultados não esperados ou estimativa para as possíveis perdas de uma instituição financeira, devido às incertezas que envolvem suas atividades diárias. Em outras palavras, trata-se da avaliação numérica dessas incertezas, a medida da incerteza em relação ao retorno esperado. O risco é um problema de probabilidade que pode ser medido por meio de processos estocásticos. Retorno Medida numérica da apreciação do capital investido ao final de um horizonte de tempo. O retorno de um ativo é, portanto, sua variação de preço em determinado intervalo de tempo. Incerteza Estado de dúvida com relação ao retorno que se espera obter ao final do período de investimento. Diferente do risco, a incerteza representa um conceito subjetivo que NÃO pode ser medido diretamente. As noções apresentadas estão interligadas e se relacionam da seguinte forma no mercado financeiro: Conheça, a seguir, os tipos de risco. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 6 Tipos de risco As corporações – tanto as empresas financeiras quanto as não financeiras – estão expostas a vários tipos de risco que, na maioria das vezes, estão interligados. Os mestres e autores de livros sobre risco costumam classificá-lo de acordo com sua origem e subdividi-lo em fatores com base em seus efeitos sobre os ativos e passivos das empresas. Sendo assim, podemos resumir os tipos de risco em: Risco de negócio Aquele que é inerente ao negócio no qual a empresa ou a pessoa está envolvida e que depende das características próprias desses agentes, bem como de fatores internos. Este tipo de risco se relaciona com: • A inovação tecnológica; • A propaganda e o preço do produto; • A concorrência; • A legitimidade e a legalidade do produto etc. Risco estratégico Aquele que representa a possibilidade de perdas decorrentes de possíveis mudanças nas condições comerciais do mercado de atuação da indústria que serviram de base para a definição das estratégias do agente – empresa ou pessoa. Essas mudanças não costumam ser previstas quando da definição: • De objetivos; • Da área de atuação; • Da expansão dos negócios; • De tudo aquilo que diga respeito às decisões estratégicas da corporação. Além das características inerentes ao negócio, os planos estratégicos consideram, também, as condições de entorno – tais como infraestrutura pública e ambientes físico,econômico e político. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 7 Risco econômico Aquele que afeta, ao mesmo tempo, todos os agentes econômicos em um sistema, independente do setor de indústria e da estratégia de atuação desses agentes. Assim como o risco estratégico, o econômico também está vinculado às condições econômicas do entorno, tais como: • A política econômica dos governos; • Os eventos políticos; • Os tratados internacionais; • As crises econômicas globais ou locais etc. Risco financeiro Aquele que está relacionado às possíveis perdas no mercado financeiro resultantes de movimentos em variáveis financeiras, como, por exemplo, as taxas de câmbio e de juros. Para entender melhor o conceito de risco dentro do mercado financeiro, analise um exemplo matemático de Desenvolvimento de métrica de risco. Relação entre risco e retorno Vamos considerar que tenhamos identificado a fronteira eficiente de diversos ativos, em número suficiente, para permitir afirmar que representam o próprio mercado. Agora, vamos acrescentar a essa carteira a possibilidade de se adquirir, também, partes adequadas de um ativo livre de risco, cujo retorno representasse a menor remuneração que um investidor aceitaria para aplicar seus recursos. O gráfico a seguir ilustra essa situação: http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/a01_t04.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 8 Para entender o gráfico que representa a relação entre risco e retorno, clique aqui. A teoria apresentada tem alguns pressupostos fortes e pouco prováveis de serem observados na prática. Por exemplo, o modelo admite que qualquer investidor possa tanto emprestar quanto tomar emprestado à taxa livre de risco. Outra premissa é que poderíamos comprar qualquer quantidade – fracionária ou inteira – de qualquer ativo. Mas, nas relações entre ativos, supomos que as variâncias e covariâncias são constantes, e os retornos dos ativos seguem a distribuição normal de probabilidade. Todos os agentes que atuam no mercado possuem as mesmas expectativas e informações sobre os ativos desse mercado. Desconsiderar tais fatos pode levar o analista a cometer enganos na avaliação dos riscos de investimentos. Risco sistemático e não sistemático Vamos observar, agora, o comportamento do preço de um ativo ao longo do tempo, comparando-o com a variação de um índice de mercado que represente o movimento médio de todos os seus demais ativos. Em muitos momentos, o preço do ativo segue a mesma tendência do mercado e, eventualmente, toma direções erráticas, divergindo do movimento dos outros ativos. Os gráficos a seguir apresentam dois ativos que, na maioria do tempo, seguem o mercado: http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/a01_t05.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 9 Se nos detivermos nos detalhes desses gráficos, notaremos que os movimentos pequenos não são exatamente iguais aos movimentos do mercado. Isso fica mais evidente no gráfico 2. Com base na observação anterior dos comportamentos dos preços dos ativos, os cientistas financeiros resolveram aceitar a divisão dos riscos que afetam determinado ativo em duas partes, de tal forma que o risco total seja a soma delas. Sendo assim, temos a seguinte equação de risco: RISCO TOTAL = risco sistemático + risco não sistemático Graficamente, podemos representar a divisão do risco desta forma: Risco específico, não sistêmico ou não sistemático (diversificável) Risco único para cada empresa, que independe da economia política. Se a diversificação for eficiente, ele pode ser reduzido ou minimizado. Como exemplos desse risco, podemos citar a entrada de um novo concorrente e as novas tecnologias, que podem tornar determinado produto obsoleto. Risco sistêmico ou sistemático (não diversificável) Risco global do mercado resultante de mudanças na economia do país ou em fatores que afetam, ao mesmo tempo, todos os agentes do mercado. Conforme veremos nas próximas aulas, o valor desse risco é dado pelo coeficiente Beta (β) e não pode ser eliminado através de diversificação. Além ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 10 disso, ele reflete o grau de sensibilidade do título ao risco da economia como um todo. Como exemplos desse risco, podemos citar as alterações de alíquotas de imposto pelo governo e as mudanças na situação de energia mundial. Referências desta aula ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 11 Exercícios de fixação Questão 1 Sobre o gerenciamento de riscos, é INCORRETO afirmar que: a) Os investidores devem observar os riscos sistemático e diversificável. b) O nível de exposição da carteira é uma informação gerencial necessária à alta gestão. c) A inadequada gestão de riscos pode ser, muitas vezes, pior, pois traz a falsa sensação de segurança e de controle das posições da carteira. d) É necessário fixar limites e avaliar o desempenho dos operadores, analisando a alocação de recursos e identificando áreas com maior potencial de retorno por unidade de risco. e) Não é necessária a transparência interna das políticas e dos procedimentos em relação ao controle de risco, já que os funcionários não devem achar brechas e espaços para aumentar o risco das carteiras. Questão 2 De acordo com que estudamos nesta aula, podemos definir risco como: a) A medida de incerteza em relação ao retorno esperado. b) A possibilidade remota de atuarmos no mercado externo. c) Um conceito subjetivo que não pode ser medido diretamente. d) A variação dos retornos de um ativo medida pelo desvio-padrão. e) A possibilidade de perdas decorrentes de possíveis mudanças nas condições que serviram de base para a definição das estratégias do agente. Questão 3 O princípio básico do controle de risco de mercado de uma carteira de ativos é: ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 12 a) Manter seu valor constante, uma vez que o objetivo é obter ganhos no longo prazo. b) Controlar seu nível de provisão e de perdas para compensar os ganhos no curto prazo. c) Medir e controlar sua exposição, uma vez que a volatilidade do mercado não é controlável. d) Medir e controlar sua volatilidade, uma vez que a exposição ao mercado não é controlável. e) Aumentar o número de suas operações através de operações de bolsa, de câmbio e de juros, pois a correlação diminui pela diversificação. Questão 4 Sobre o risco de um ativo, podemos afirmar que: a) O risco sistemático de um ativo é o risco intrínseco. b) O risco sistemático de uma carteira pode ser totalmente eliminado pela diversificação. c) Quanto maior o risco de determinado ativo em relação a outro, maior será o retorno obtido por esse ativo. d) A diversificação de uma carteira feita através da correlação negativa dos ativos elimina totalmente o risco. e) O risco não sistemático de determinado ativo não influencia os demais ativos do portfólio, e não é possível eliminá-lo pela diversificação. Chaves de resposta Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - E Questão 2 - A Questão 3 - C Questão 4 - E Questão 5 - A Conteudista Ricardo Guaritá é Mestre em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), cursou MBA Executivo em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e é Graduado em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Já exerceu os seguintes cargos em algumas empresas: analista sênior da unidade de gestão de riscos, analista sênior da divisão de gestão dos fundos de investimentos e gerente de divisão de gestão dos fundos de renda fixa. Atualmente, é analista de investimentos II. Além disso, é professor assistenteda Universidade Estácio de Sá (UNESA) e atua nas modalidades presencial e a distância no curso de Graduação em Economia e na Pós-Graduação. Nessa instituição, também leciona as disciplinas de Gestão de Riscos Financeiros, Administração de Fundos e Carteiras, Finanças Corporativas, Mercados Derivativos e Economia Monetária no curso de Gestão Financeira do Instituto Politécnico. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2955114431214990. 1 Desenvolvimento de métrica de risco Exemplo Comecemos por nos preocupar com as variações de preço que um ativo pode ter, em um mercado qualquer, de um momento para outro, ou seja, instantaneamente. Vamos, então, chamar o preço no instante t de Pt. Suponhamos que os preços variem com o passar do tempo por diversos motivos, tais como: Inflação; Variações na relação entre oferta e demanda; Redução ou elevação nos custos operacionais e de produção; Alterações nas normas técnicas; Surgimento de novos tributos ou incentivos fiscais etc. Para restringir o estudo e a elaboração de um modelo matemático, vamos nos ater apenas a um ativo financeiro sujeito a variações de preços decorrentes de diversos fatores, mas vamos modelar sua formação de preço, considerando somente a variável tempo. Sendo assim, podemos dizer que o preço varia à medida que o tempo passa. Estamos tratando, aqui, de qualquer tipo de preço, seja de: Uma ação; Um título público; Um índice de mercado ou de inflação etc. Logo, o processo que governa a evolução do preço de um ativo é denotado por: Pt (t R +) = preço no instante t é função do tempo t e da variável R+ 2 Como estamos interessados em modelar a variação do preço devido à variação do tempo, podemos definir o processo de variação de preço por uma equação diferencial igual a: (Equação 1) = dtdt P dP t t Onde: P dP t t = variação do valor de um ativo no intervalo infinitesimal de tempo dt; e = parâmetros que poderíamos perfeitamente chamar de a e b ou, ainda, quaisquer outros símbolos; = erro que segue uma distribuição normal padrão. Essa formulação utiliza os conceitos de derivada, que, em resumo, permitem observar o comportamento de variações no valor de uma função para um período infinitamente pequeno. Isso nos reporta à noção de variação instantânea – nesse caso, variação instantânea do preço de um ativo. Para uma aproximação em um intervalo de tempo t – não mais infinitesimal, mas mensurável –, podemos reescrever a equação 1 da seguinte forma: (Equação 2) = tt P P t t Uma das suposições necessárias para a análise sob o ponto de vista estatístico é considerar que o valor esperado do erro é nulo, ou seja, na média, não há erro. Isso caracteriza um processo estocástico. Desse modo, o valor esperado da variação unitária do preço do ativo é igual a: 3 (Equação 3) = P P t t = t Em outras palavras, esperamos uma apreciação – variação – relativa de vezes a unidade de tempo para o preço do ativo que estamos analisando. Entretanto, não temos, hoje, a certeza de quanto será o preço t unidades de tempo à frente. Além disso, não podemos afirmar que esse preço variou efetivamente t. Portanto, estamos diante de uma incerteza associada à variação de preço do ativo durante o intervalo de tempo t. O termo da equação que simboliza o erro em relação ao valor esperado é representado na equação estatística por , que, nesse caso em particular, trata de um ruído branco ou, simplesmente, de um conjunto de erros que não apresenta estrutura linear. Não podemos modelar esse erro. Por isso, nele, reside a incerteza em relação ao preço após o intervalo de tempo t. O vocábulo estocástico indica, exatamente, a existência desse termo – denominado erro estocástico. Se calcularmos a variância para a variação relativa do preço desse ativo, obteremos: (Equação 4) = Var P P t t = 2 t Enquanto o parâmetro está relacionado ao retorno esperado do ativo, o parâmetro refere-se à incerteza associada à apreciação do preço do ativo. Em relação à equação 1, o parâmetro é chamado de volatilidade do preço de um ativo, e é comum usá-lo para a medida de risco, apesar de essa medição avaliar apenas o risco de mercado. 1 Gráfico da relação entre risco e retorno Exemplo O gráfico a seguir ilustra a relação entre risco e retorno: Há uma linha reta que passa pelo ativo livre de eisco e tangencia a curva da fronteira eficiente no ponto que chamamos de Cm (carteira de mercado). Essa linha representa os pares de risco e retorno para todas as carteiras possíveis com as combinações entre Rf e Cm e é denominada linha de mercado de capitais. Nesse caso, não há o efeito diversificação, pois o risco vem apenas da carteira de mercado, uma vez que Rf não possui risco. Fronteira eficiente C M L Rf = 18,25% DP (risco) Retornos % C ala v. C m C co ns. 2 Conforme observamos no gráfico, qualquer ponto dessa linha tem retorno acima da linha da fronteira eficiente, EXCETO o ponto Cm, no qual a carteira é composta de 100% de uma carteira localizada sobre a fronteira. A carteira Cc, localizada entre Rf e Cm, é mais conservadora do que Cm, pois possui parte dos recursos aplicada no mercado e parte em Rf, de forma que o risco será tanto menor quanto mais próximo a carteira estiver de Rf. Um investidor mais agressivo poderia montar uma carteira com maior percentual de Cm. Outros investidores, mais atraídos pelo risco, poderiam investir em carteiras à direita de Cm. As carteiras localizadas nessa região da linha de mercado de capitais são chamadas de alavancadas, pois o investidor aplica mais recursos do que possui na carteira Cm, tomando emprestado à taxa livre de risco (Rf). O risco aumenta na mesma proporção dos investimentos. GESTÃO FINANCEIRO E CONTROLADORIA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS Ricardo Guaritá ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 13 Questão 5 Assinale a opção INCORRETA: a) O risco de uma carteira é igual à média ponderada dos riscos dos ativos que a compõem. b) Elevando, de maneira diversificada, o número de títulos de uma carteira, é possível promover a redução de seu risco. c) Até mesmo carteiras consideradas bem diversificadas costumam manter certo grau de risco, impossível de ser eliminado pela diversificação. d) O risco de uma carteira depende não somente do risco de cada ativo que a compõe mas também da forma como esses ativos se relacionam entre si. e) A partir de determinado número de títulos, a redução do risco de uma carteira praticamente deixa de existir – ela conserva apenas certo nível de risco sistemático. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 14 Aula 2: Cálculo de risco e decisão de investimentos Introdução Nesta aula, você identificará a melhor relação risco versus retorno, observando os indicadores CAPM, Beta e Índice de Sharpe. Desse modo, terá condições de escolher ativos para compor uma carteira na melhor relação risco versus retorno. Objetivo 1. Examinar os instrumentos que mensuram os riscos de uma operação; 2. Identificar os ativos que melhor compõe uma carteira. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Entendemos o que é CAPM; • Analisamos a relação risco X retorno de uma carteira pela ótica do Índice de Sharpe; • Explicamos o que é Fronteira Eficiente; • Descrevemos a relação risco X retorno de uma carteira pela ótica da Teoria de Markowitz. Conteúdo Beta da carteira e sua interpretação O coeficiente Beta mede a sensibilidade das taxas de retorno de um portfólio ou de um título individual em relação aos movimentos do mercado. Revela quanto do risco da carteira de mercado é absorvido pelo ativo. Sua definição vem do Capital Asset PricingModel (CAPM), cuja formulação será mostrada mais à frente. Beta (β) é o índice de risco sistemático de um ativo. Podemos defini-lo como sendo o risco sistemático de um título expresso em unidades do risco de mercado. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 15 É o coeficiente de sensibilidade de um ativo às variações da carteira de mercado. Para ações, a carteira de mercado é o IBOVESPA. Desse modo, matematicamente: Onde: É a covariância entre o retorno do portfólio de mercado e o retorno do ativo i. É a variância dos retornos do portfólio do mercado. Clique aqui para ver as observações. Risco, retorno e incerteza Há basicamente duas formas de se analisar um ativo ou carteira em relação a seu nível de risco: • Medindo seu risco relativo; • Dimensionando seu risco absoluto. Quando levantamos medidas da variação de retornos de um ativo em relação a sua própria média histórica de retornos, realizamos análise de risco absoluto, pois não entra nessa conta nenhum outro ativo, carteira ou índice de mercado. Quando calculamos o Beta de um ativo, realizamos uma análise de comportamento dos retornos de um ativo em relação a uma carteira de mercado. Nesse caso, estamos calculando uma medida de risco relativo, pois o Beta é uma medida de sensibilidade ao risco de mercado. Há algumas métricas para cálculo de risco absoluto, entre elas a volatilidade, representada pelo desvio padrão, o Value at Risk (VaR), que pode ser calculado de muitas formas diferentes. Para o risco relativo podemos citar o VaR de benchmark para fundos de investimento e carteiras de uma forma geral. http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Obs_Beta_da_carteira.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 16 A escolha da melhor forma para avaliação de risco depende dos objetivos do investidor. Para carteiras ativas, cujo objetivo é a obtenção de retornos acima de determinado patamar, é indicado a utilização de medidas de risco absoluto, como o VaR absoluto, por exemplo. Para o investidor que deseja neutralizar o risco de seu passivo, caso dos fundos de pensão, empresas de comércio exterior e outras que possuem parte significativa de seus ativos indexados em moedas ou índices, o ideal é buscar medidas de risco relativo, por meio da qual poderá ser avaliado o risco de descasamento entre sua carteira de títulos e seu passivo. Revisão estatística Vamos analisar três formas de revisão estatística: Retorno esperado Variância e desvio padrão Covariância e correlação Capital Asset Pricing Model (CAPM) O CAPM, proposto e analisado por Sharpe, é um dos mais importantes modelos na teoria de portfólios e até hoje tem sido objeto de grandes discussões entre pesquisadores de finanças. O CAPM trabalha com a condição de que o processo que reproduz os retornos está ligado unicamente a um fator e este está relacionado com a carteira de mercado, que é uma carteira formada, na teoria, por todos os ativos disponíveis no mercado, tal como ações, debêntures, etc. Devemos considerar, também, que no CAPM a carteira de mercado deve ser eficiente de média e variância. A ideia do CAPM se baseia no fato de que os investidores só se interessam na relação risco-retorno, isto é, trabalham apenas na tentativa de maximizar o valor esperado do retorno tentando minimizar o http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Retorno_esperado.pdf http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Variancia_e_desvio_padr%C3%A3o.pdf http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Covariancia_e_correlacao.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 17 risco. A hipótese básica deste modelo é de que a taxa de retorno esperada de um ativo é uma função linear do seu risco medido pelo chamado Beta. Como os administradores de carteiras, com o passar dos tempos, tornaram-se mais conservadores, sensatos e avessos ao risco, houve um redirecionamento nos estudos científicos, de modo a identificarmos um conceito básico de análise de investimentos. O CAPM é considerado uma abordagem, na qual é descrita a relação de equilíbrio entre o retorno e o risco sistemático. O CAPM é um modelo supostamente expresso em termos de valores esperados, em que o retorno esperado sobre o ativo é a soma de dois fatores: • O primeiro é a rentabilidade dos ativos ou aplicações sem risco; • O segundo o chamado prêmio de risco: R = Rf + β [Rm - Rf] A principal premissa do CAPM é que, em média, o investidor não é corretamente remunerado ao se expor ao risco residual. Segundo Sharpe, apenas o risco não diversificável deve ser remunerado. O CAPM afirma que o retorno residual esperado é zero, enquanto que retorno sistemático esperado é maior que zero e linear. No contexto do CAPM, o único risco relevante é o risco de mercado ou risco sistemático, não eliminado com a diversificação da carteira. A medida de exposição da carteira ao risco sistemático é chamada de Beta (β). Beta é a volatilidade relativa ou a sensibilidade de um título ou portfólio que se movimenta acompanhando um índice de mercado. Em conclusão, Beta é o valor numérico do risco sistemático de um ativo. O Capital Asset Pricing Model (CAPM) mostra que o risco de um título individual é bem representado pelo seu coeficiente Beta. Em termos estatísticos, o Beta nos informa qual é a tendência de uma ação individual de variar em conjunto com o mercado. Uma ação com Beta igual a 1 tende a subir ou descer na mesma proporção que o mercado. Ações com coeficientes Betas menores do que 1 tendem a variar percentualmente menos do que o mercado. De maneira semelhante, ações com Betas maiores do que 1 tenderão a se valorizar ou desvalorizar mais do que o mercado. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 18 O retorno esperado de um título está positivamente relacionado ao seu risco, pois os investidores só assumirão riscos adicionais se receberem uma compensação adicional. O CAPM indica que o Beta, e não o desvio padrão, é a medida apropriada de risco. E[ri] – rf = β i E[rm – rf] Onde: ri = retorno do ativo i; rf = taxa de retorno livre de risco; rm = retorno do portfólio de mercado; Desenvolvimento do CAPM O desenvolvimento do CAPM nos obriga a considerar alguns pontos de maneira que se obtenha uma realidade mais simplificada. São eles: ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 19 • Os investidores avaliam suas carteiras observando o retorno esperado e o desvio padrão durante um determinado período; • Os investidores não se dão por satisfeitos, quando têm a opção de escolher entre duas carteiras diferentes, sempre escolhem a que possui maior retorno esperado; • Os investidores são sempre avessos ao risco. Eles escolhem sempre a carteira de menor desvio padrão; • Os ativos de uma carteira são perfeitamente divisíveis, isto é, os investidores adquirem a quantidade que desejarem dos ativos; • Existe uma taxa livre de risco em relação a qual os investidores emprestam ou tomam emprestado qualquer quantia; • Impostos e custos de transação são considerados irrelevantes; • Todos os investidores têm o mesmo horizonte de tempo; • A taxa livre de risco é a mesma para todos os investidores; • Todas as informações estão disponíveis para todos os investidores; • Os investidores têm uma expectância homogênea, isto é, possuem a mesma sensibilidade em relação ao retorno esperado, desvio padrão e covariâncias de títulos. Essas considerações estão completamente fora da realidade, contudo Sharpe considera que uma teoria não deve ser testada observando-se a realidade de suas considerações mas aceitando as suas implicações. Clique aqui para ver as implicações. Índice de Performance O processo de seleção de um fundo de investimento pode ser dividido em duas partes. • A primeira verifica a qualidade do gestor e se ele realmente adiciona valor à carteira; • A segunda verifica se a carteira é adequada para o investidor. http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Implicacoes_desenvolvimento_do_CAPM.pdfANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 20 O Índice de Sharpe, que tem sido amplamente utilizado na indústria de fundos de investimento, se concentra na primeira parte do problema e avalia a qualidade e a contribuição do gestor do fundo, segundo diversos procedimentos estatísticos. Apesar de sua importância prática, sua utilização depende da validade das hipóteses do CAPM, da estimação dos seus parâmetros e da aplicação que se pretende. Desenvolvido por William F. Sharpe, em 1966, o Índice Sharpe procura avaliar a performance dos fundos de investimentos, tendo como medida de risco o desvio padrão dos retornos. Utilizando dados passados, o índice avalia o portfolio manager com base em retorno e diversificação. Isso quer dizer que o Índice de Sharpe mede se o risco assumido em um investimento foi compensado em maior rentabilidade, isto é, se a performance de um fundo está condizente com o nível de risco deste. O Índice de Sharpe é uma medida que permite a classificação do fundo em termos de desempenho global, sendo considerados melhores os fundos com maior índice. O índice varia se o resultado for calculado com base em rentabilidades semanais, mensais ou anuais. Observe, a seguir, a fórmula do Índice de Sharpe: Onde: Ri = média dos retornos da carteira i num período t; Rf = média dos retornos de um título sem risco num período t; σ = desvio padrão do retorno da carteira i num período t. Clique aqui para ver um exemplo. Risco de uma Carteira Todo ativo tem um certo nível de risco que podemos avaliar. Alguns ativos têm comportamento parecido, ou seja, quando um apresenta ganho, o outro também apresenta. http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Exemplo_indice_de_performance.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 21 Outros ativos se comportam de forma independente ou pouco relacionada com os demais, ou seja, quando o mercado ou determinado ativo altera seu retorno para cima ou para baixo, o outro não se movimenta ou se movimenta deforma independente, não sofrendo influência. As métricas estatísticas que avaliam essa correlação entre os ativos são a covariância e a correlação, já estudadas. Recordando os conceitos dessas duas medidas, temos: Covariância é uma medida estatística que identifica como duas variáveis (no nosso caso os retornos dos ativos) se comportam conjuntamente, ou seja, indica como as variações em uma podem induzir variações na outra variável. A correlação nos dá a medida de intensidade de força da interferência de uma variável sobre a outra. Atenção Quanto mais próximo de 1, mais forte é a correlação entre os as variáveis. Quanto mais perto de zero, mais fraca é essa correlação. Quando o valor da correlação é -1, significada que as variáveis têm correlação perfeita negativa, isto é, quando uma varia para cima a outra varia para baixo. No caso de ativos financeiros, sendo as variáveis os retornos desses ativos, podemos dizer que se a correlação é -1 o risco da carteira formada por esses dois ativos poderá ser anulado. Clique aqui para recordar suas fórmulas de cálculo. As duas fórmulas alternativas a seguir são individualmente equivalentes à fórmula anterior para estimar o valor do coeficiente de correlação e permitem o cálculo direto, sem a necessidade de se obter previamente a variância: http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Formula_de_calculo_covariancia.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 22 Desvio padrão da carteira e o benefício da diversificação A variância e o desvio padrão são medidas de dispersão e quando tomadas em relação aos retornos de um ativo ou de uma carteira podem ser entendidos como uma medida de risco desse ativo ou carteira. Diferentemente dos retornos, a variância de uma carteira não é a média ponderada das variâncias de seus ativos, pois como vimos no tópico sobre risco sistêmico e não sistêmico, ao juntarmos dois ou mais ativos obtemos o benefício da diversificação na redução do risco total, até o limite do risco sistemático. Isso se deve à definição estatística dessas medidas, cuja combinação em carteira leva em consideração a correlação existente entre os ativos. Isso está em linha com o processo intuitivo no qual percebemos que os resultados adversos de um ativo são parcialmente anulados por resultados positivos de outros ativos da mesma carteira, reduzindo parte dos riscos. A formulação da variância de uma carteira, e consequentemente a formulação do seu desvio padrão mostram esse efeito: ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 23 Clique aqui para ver um exemplo. Fronteira Eficiente Entendida a influência da correlação (σ) na formação do risco da carteira e seu efeito na redução do risco, podemos passar para a montagem de carteiras, utilizando diversos ativos disponíveis no mercado. Da mesma forma que construímos a linha risco X retorno para dois ativos, a combinação de todos os pontos dessa linha (todas as carteiras possíveis) com outro ativo do mercado formará outra linha. As combinações dos pontos dessa última linha com outro ativo formarão outras linhas e assim sucessivamente, até que infinitas linhas sejam formadas. Conforme ilustramos na sequência de gráficos. Clique aqui para visualizá-los. Premissas do processo de análise de carteiras desenvolvido por Markowitz Com a finalidade de se construir uma carteira de títulos que satisfaça ao investidor com relação à combinação do binômio retorno X risco, Markowitz, no início da década de 1950, publicou um trabalho que representa um marco no assunto. http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Exemplo_Desvio_padrao.pdf http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_2_Graficos_fronteira_eficiente.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 24 Este trabalho de Markowitz, intitulado Portfolio Selection, fundamentou-se em algumas premissas racionais e estabeleceu um modelo matemático para determinação das denominadas carteiras eficientes. • A análise é efetuada considerando sempre as expectativas geradas para um período adiante – 1mês, 1 semestre, 1 ano ou qualquer outro período definido inicialmente; • Todos os investidores elaboram suas projeções de rentabilidade para os ativos a partir da distribuição de probabilidades para as várias taxas de retorno que podem ser alcançadas no período do investimento; • Os investidores associam risco à variabilidade das taxas de retorno dos ativos em análise. Quanto mais variáveis (voláteis) essas taxas de retorno ao longo do tempo maior o risco do investimento. A partir dessas premissas, Markowitz desenvolveu sua teoria, cuja fundamentação é exposta a seguir. Analisando títulos individuais, a aplicação da metodologia de Markowitz exige que se construa a distribuição de probabilidades do retorno esperado de cada título para o período programado do investimento – um período adiante – e a partir desta distribuição de probabilidade subjetiva é possível extrair os dois elementos indispensáveis para aplicação na teoria de seleção de carteiras, a saber: • O retorno esperado do investimento no título; • O risco desse investimento. A expressão desses dois elementos é a seguinte: R = p1 x E(R1) + p2 x E(R2) +..... + pn x E(Rn) σ2 = p1 x [E(R1) – R]2 + p2 x [E(R2) – R]2 +...... + pn x [E(Rn) – R]2 Onde: R = retorno esperado do título; pi = probabilidade associada a cada estimativa de retorno; E(Ri) = estimativa de retorno; ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 25 σ2 = risco do título, igual à variância da distribuição dos retornos esperados. A teoria de Markowitz objetiva determinar o conjunto de carteiras que comporão a chamada fronteira eficiente. Para isso, é preciso estudar como se comportam o retorno esperado e o risco de uma combinação de títulos. Iniciaremos com uma carteira constituída somente por dois títulos e determinar a expressão do retorno esperado e do risco dessa carteira. Com relaçãoao retorno esperado da carteira a fórmula que permite o seu cálculo é simplesmente a média ponderada do retorno esperado de cada título: E(Rp) = X1 x E(R1) + X2 x E(R2) Onde X1 e X2 representam o percentual dos recursos investidos em cada um dos títulos 1 e 2 que compõem a carteira. Aprenda Mais Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os sites: • http://www.anbima.com.br AMBIMA • http://www.febraban.com.br FEBRABAN Referências desta aula ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 26 Exercícios de fixação Questão 1 Em relação ao Índice de Sharpe pode-se dizer que: a) Revela o prêmio oferecido por um ativo para cada percentual adicional de risco assumido. b) Revela a performance do fundo em relação ao seu benchmark. c) Seu valor se situa entre -1 e 1. d) Indica o prêmio marginal em relação ao risco de mercado. e) É uma medida absoluta de retorno de um fundo e quanto maior, melhor. Questão 2 O efeito diversificação no interior de uma carteira formada por dois ativos: a) É mais intenso quando sua correlação é positiva. b) É mais intenso quando sua correlação é nula. c) É mais intenso quando sua correlação é negativa. d) Independe da correlação entre eles. e) É inexistente quando sua correlação é positiva e perfeita. Questão 3 Em um diagrama retorno X risco, para um dado retorno, o risco de uma carteira formada por dois ativos: a) Aumenta à medida que a correlação entre eles diminui. b) Permanece o mesmo qualquer que seja a correlação entre eles. c) Independe da correlação entre eles. d) Diminui à medida que a correlação entre eles também diminui. e) Diminui à medida que a correlação entre eles aumenta. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 27 Questão 4 Sobre diversificação de carteira podemos afirmar que: a) Não importa quantos ativos se coloque em uma carteira, haverá sempre um nível mínimo de risco que não poderá ser eliminado. b) O risco sistêmico pode ser eliminado desde que o número de ativos na carteira supere a quantidade de ativos que compõem a carteira de mercado. c) Quanto maior a correlação entre um ativo e os demais, maior será seu efeito na redução dos riscos. d) O risco diversificável, também chamado de sistêmico, representa o risco próprio de cada ativo. e) A correlação não interfere na escolha dos ativos de uma carteira de investimentos. Questão 5 Sobre o Beta podemos afirmar que: a) Representa a correlação entre o ativo e a taxa livre de risco. b) Representa a sensibilidade de um ativo em relação aos movimentos do retorno do portfólio de mercado. c) Quando negativo informa que o ativo rende menos que o mercado no mesmo intervalo de tempo. d) É uma medida adimensional entre -1 e 1 que informa ao investidor a intensidade com que os movimentos do mercado explicam a formação da taxa de retorno do ativo a que se refere. e) Representa a relação entre a Bovespa e o Dow Jones. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 28 Questão 6 Ao adquirir um ativo com valor de Beta maior do que um, o investidor espera: a) Não espera nada, pois o Beta é no máximo igual a 1. b) Obter maior rentabilidade que o mercado com o mesmo risco. c) Reduzir o risco dos demais ativos de sua carteira. d) Maior rentabilidade que a carteira do mercado com maior risco. e) Menos rentabilidade pois está correndo menos risco. Chaves de resposta Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - A Questão 2 - E Questão 3 - D Questão 4 - A Questão 5 - B Questão 6 - D Conteudista Ricardo Guaritá é Mestre em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), cursou MBA Executivo em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e é Graduado em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Já exerceu os seguintes cargos em algumas empresas: analista sênior da unidade de gestão de riscos, analista sênior da divisão de gestão dos fundos de investimentos e gerente de divisão de gestão dos fundos de renda fixa. Atualmente, é analista de investimentos II. Além disso, é professor assistente da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e atua nas modalidades presencial e a distância no curso de Graduação em Economia e na Pós-Graduação. Nessa instituição, também leciona as disciplinas de Gestão de Riscos Financeiros, Administração de Fundos e Carteiras, Finanças Corporativas, Mercados Derivativos e Economia Monetária no curso de Gestão Financeira do Instituto Politécnico. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2955114431214990. Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Covariância e correlação As características da covariância e correlação são: • Os retornos de títulos individuais estão relacionados uns aos outros; • Covariância => É um indicador estatístico que mede a inter-relação de dois títulos; • A covariância e a correlação são as peças básicas para a compreensão do coeficiente Beta; • É a maneira de medir se duas variáveis (títulos) estão associadas, e como estão associadas; • Um investidor deseja montar uma carteira com uma alta taxa de retorno esperado e um desvio padrão reduzido. Observações • Uma carteira diversificada deve se preocupar com a contribuição de cada ativo ao retorno esperado e ao risco da carteira; • Retorno esperado é a medida correta da contribuição do título ao retorno esperado da carteira; • A variância e o desvio padrão dos retornos de um ativo não são uma medida apropriada da contribuição do título ao risco da carteira; • Essa contribuição é medida mais adequadamente pelo Beta. Devemos considerar: • A relação entre o retorno esperado dos títulos individuais e o retorno esperado de uma carteira formada por esses títulos; • A relação entre os desvios padrões dos retornos desses títulos e o desvio padrão do retorno de uma carteira formada por esses títulos. Covariância Covariância (AB) = Cov (RA,RB) 2 Covariância da População A covariância nos informa se duas séries (os retornos de dois ativos) se relacionam positivamente, negativamente ou se não se relacionam. N yx yixi xy Onde: xy é a covariância da população; yixi yx Somatório dos desvios de x em relação à sua média pelos desvios de y em relação à sua média, tomando-se todos os pares ordenados da população; 3 N é o número total de elementos da população. Covariância da amostra 1 ))(( n yyxx S ii xy Onde: xyS Variância da amostra de x e y ))(( yyxx ii Somatório dos desvios da amostra de x em relação a sua média pelos desvios da amostra de y em relação à sua média. n número de observações dos pares x e y. Correlação (r ou ): “A correlação mede a força, ou grau, de relacionamento entre duas variáveis…” Fonte: Stevenson, William J. Estatística Aplicada à Administração. Harbra, 1981. Divide-se a covariância pelos desvios-padrão dos retornos de ambos os títulos. Portanto, o sinal da correlação (+ ou -) é igual ao sinal da covariância. AB = Corr(RA,RB) = Cov (RA,RB) / (A x B) Quanto mais próximo de 1 ou de -1, mais forte será a correlação entra elas. ou = -1 correlação perfeita. Quanto mais próximo de 0, mais fraca será a correlação, o que aumenta o efeito da diversificação para minimização do risco não sistemático da carteira. Observação Varia de –1 a +1, sendo: Correlação positiva As séries se relacionam de maneira direta, ou seja, na maioria das vezes em que a variável explicativa aumenta, a variável explicada também aumenta. Correlação = 1 Correlação positiva perfeita, ou seja, sempre que a variável explicativase movimenta, a variável dependente se movimenta na mesma direção e proporção. 4 Correlação próxima de 1 Correlação positiva forte, os movimentos da variável independente (explicativa) podem explicar grande parte dos movimentos da variável dependente (que desejamos modelar). Correlação positiva próxima de 0 Correlação fraca, os movimentos de uma variável (independente) não são suficientes para explicar os movimentos da outra variável (dependente) de forma significativa. Correlação negativa As séries se relacionam de maneira inversa, ou seja, na maioria das vezes em que a variável explicativa aumenta, a variável explicada diminui. Correlação = - 1 Correlação negativa perfeita, ou seja, sempre que a variável explicativa se movimenta, a variável dependente se movimenta na mesma proporção, porém na direção oposta. Correlação negativa próxima de -1 Correlação negativa forte, os movimentos da variável independente (explicativa) podem explicar grande parte dos movimentos da variável dependente (que desejamos modelar). Correlação negativa próxima de 0 Correlação fraca, os movimentos de uma variável (independente) não são suficientes para explicar os movimentos da outra variável (dependente) de forma significativa. Correlação = 0 Correlação igual a zero, isto é, não são correlacionadas. -------------------------------------------------------------------------------------------------- Portanto, se uma carteira é composta por dois ativos e a correlação dos ativos (entre si) for de: • -1 não existem dois ativos diferentes com correlação igual a –1. Seria a redução total de risco. Esse feito é conseguido (teoricamente) quando o investidor realiza uma operação com derivativos que resulta no rendimento contrário ao rendimento do ativo que possui na carteira. • -0,5 a + 0,5 grande potencial de redução de risco da carteira de investimentos. • +0,5 a 1 pouco potencial para redução de risco da carteira de investimentos. Mostra que os ativos têm comportamentos parecidos. Quanto mais próximo de 1, menor o efeito da diversificação. 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Exemplo desvio padrão Fonte: Ross, Stephen A. Administração Financeira. Corporate Finance. São Paulo: Editora Atlas, 1995. Dadas duas ações: Supertech (A) e Slowpoke (B), com os seguintes valores estatísticos: Informações conhecidas Supertech Slowpoke Retorno médio 0,175 0,055 Desvio Padrão 0,2586 0,1150 Covariância -0,004875 Correlação -0,1639 Vamos construir uma tabela para calcular os pares retorno médio e desvio padrão para diversas carteiras compostas desses dois ativos. Carteira Pesos de Supertech Retorno Desvio Padrão A 0% 5,50% 0,1150 1 10% 6,70% 0,1025 2 20% 7,90% 0,0979 3 30% 9,10% 0,1022 4 40% 10,30% 0,1145 5 50% 11,50% 0,1326 6 60% 12,70% 0,1544 7 70% 13,90% 0,1786 8 80% 15,10% 0,2044 9 90% 16,30% 0,2311 B 100% 17,50% 0,2586 2 O formato convexo é característico do efeito de diversificação, devido à redução do risco causado pelo fato da correlação entre os ativos ser menor que 1. A carteira 2 é a de menor risco, com 20% do ativo A e 80% do ativo B, que resulta no retorno esperado de 7,90% a.a. A tabela e o gráfico a seguir mostram os pares retorno e risco para diversos valores de correlação, desde 1 até -1. Observe que quando a correlação é igual a -1 haverá uma carteira com risco zero. Essa é uma carteira hipotética cuja aplicação prática levaria à anulação do retorno, pois, na prática, só poderia ser obtida se o investidor vendesse o risco por meio de um derivativo. Cart eira % Supert ech Reto rno 1 0, 5 0 - 0, 5 -1 A 0% 5,50 % 0,1 15 0,1 15 0,1 15 0,1 15 0,1 15 1 10% 6,70 % 0,1 29 0,1 19 0,1 07 0,0 93 0,0 78 2 20% 7,90 % 0,1 44 0,1 26 0,1 06 0,0 80 0,0 40 3 31% 9,20 % 0,1 59 0,1 38 0,1 13 0,0 80 0,0 00 4 40% 10,30 % 0,1 72 0,1 50 0,1 24 0,0 91 0,0 34 5 50% 11,50 % 0,1 87 0,1 66 0,1 42 0,1 12 0,0 72 Carteira 0% 5% 10% 15% 20% 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B 3 6 60% 12,70 % 0,2 01 0,1 83 0,1 62 0,1 38 0,1 09 7 70% 13,90 % 0,2 16 0,2 01 0,1 84 0,1 66 0,1 47 8 80% 15,10 % 0,2 30 0,2 19 0,2 08 0,1 96 0,1 84 9 90% 16,30 % 0,2 44 0,2 39 0,2 33 0,2 27 0,2 21 B 100% 17,50 % 0,2 59 0,2 59 0,2 59 0,2 59 0,2 59 -1, pode-se observar que há uma carteira, com cerca de 31% de ações da Supertech e 69% de ações da Slowpoke, cujo risco é nulo e o retorno médio é de 9,2%. possíveis forma uma linha reta, indicando que risco pode ser obtido pela média ponderada dos desvios padrões dos ativos (relação linear). -1 e 1 se situam entre essas duas. Diversificação com correlações diferentes 1 0,5 0 -0,759,2% -1 0% 5% 10% 15% 20% 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . A B 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Exemplo índice de performance Assumindo que a taxa livre de risco é 18,25%, examine os portfolios abaixo: Portfolio Retorno médio mensal Desvio padrão dos retornos Mercado 21,14 7,39 D 19,45 6,97 E 22,34 7,52 F 20,96 7,12 Aplicando a fórmula: SM = (21,14 – 18,25) / 7,39 = 0,391 SD = (19,45 – 18,25) / 6,97 = 0,172 SE = (22,34 – 18,25) / 7,52 = 0,544 SF = (20,96 – 18,25) / 7,12 = 0,381 Pode-se concluir que o portfólio D teve o prêmio de risco menor por unidade de risco total, inclusive menor que o mercado. O portfólio E funcionou melhor do que o mercado. Dado que quanto maior o Índice de Sharpe, melhor a performance do fundo no período em análise, com base nos dados acima, pode-se concluir que o portfólio E foi o que teve a melhor performance. Veja no gráfico que se segue, em que o tamanho das bolhas é proporcional ao Índice Sharpe: 2 Figura 6 – Gráficos de Correlação entre Variáveis A simplicidade do Índice de Sharpe, responsável por sua popularidade, não o livra, entretanto, de inúmeras utilizações inadequadas, como muitas vezes observado, inclusive na mídia em geral e até mesmo em trabalhos especializados. Um grave erro é sua utilização quando apresenta valores negativos, devido à ocorrência de prêmios negativos, ou retornos médios inferiores ao retorno médio do ativo livre de risco. O Índice Sharpe negativo não tem significância para identificação da carteira de melhor desempenho. Everaldo França observa a parcimônia da utilização do desvio padrão dos retornos como medida de risco total. Em sua opinião, deve-se utilizar os prêmios obtidos periodicamente pela carteira. Na reflexão do próprio William Sharpe, essa simplificação só é válida em estudos de cenários futuros com taxas constantes para o retorno do ativo livre de risco, caso em que o desvio padrão resultaria igual, tanto para os prêmios, como para os retornos totais. Nos casos mais corriqueiros, que são os das observações dos desempenhos passados, não se observam, na prática, taxas de juros fixas sem riscos, e a variação do índice que estamos comentando acaba introduzindo no cálculo um componente de volatilidade que mede a variabilidade do retorno periódico do ativo livre de risco. Por definição, não se devem esperar prêmios para o desempenho do próprio ativo livre de risco. Fronteira C Rf = DP Retornos % 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Fórmulas de cálculo - Covariância 1 ))(( n yyxx S ii xy Onde: xyS Covariância de x e y para uma amostra ))(( yyxx ii Somatório dos desvios da amostra de x emrelação a sua média pelos desvios da amostra de y em relação à sua média. n número de observações dos pares x e y. Para a população, a fórmula matemática é: N yx yixi xy Onde: xy é a covariância entre x e y para toda a população yixi yx Somatório dos desvios de x em relação à sua média pelos desvios de y em relação à sua média, tomando-se todos os pares ordenados da população. N é o número total de elementos da população. Coeficiente de correlação 1 ))(( n yyxx S ii xy Onde: xyS Covariância de x e y para uma amostra ))(( yyxx ii Somatório dos desvios da amostra de x em relação a sua média pelos desvios da amostra de y em relação à sua média. 2 n número de observações dos pares x e y. Para a população, a fórmula matemática é: N yx yixi xy Onde: xy é a covariância entre x e y para toda a população yixi yx Somatório dos desvios de x em relação à sua média pelos desvios de y em relação à sua média, tomando-se todos os pares ordenados da população. N é o número total de elementos da população. 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Gráficos fronteira eficiente Suponha que existem vários ativos que podem ser adquiridos no mercado, todos os pares possíveis com correlações diferentes de 1. Haverá para cada par de ativos uma linha risco X retorno, como a que foi traçada para as ações da Supertech e Slowpoke. Carteira 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . 2 Se traçarmos mais e mais linhas: Carteira 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . Carteira 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . 3 Até que se obtenha uma região limitada na parte superior por uma linha que representa as melhores combinações entre todos os ativos. Muitos ativos não participariam da carteira sobre a linha extrema superior, por não otimizarem os resultados (aumentando o retorno ou reduzindo o risco). A essa linha com as melhores combinações chamamos Fronteira Eficiente. Sobre ela encontraremos as melhores carteiras que podemos formar com esses ativos. A construção desse tipo de resultado numérico é feita por programas em computador e podem demorar alguns minutos ou até horas, dependendo da complexidade da carteira e do número total de ativos. A generalização da fórmula matemática da variância de uma carteira para um número qualquer de ativos pode ser escrita como abaixo: ativos os entre ascovariânci as são ativos dos s variânciaas são carteira na ativos dos pesos os são carteira da variânciaa é 2 1 11 22 ij i i c n i n j ijji n i iiC w Var wwwVar Para cálculo dessa variância, utiliza-se o método de multiplicação de matrizes, da seguinte forma: Carteira 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 Risco (DP) R e to rn o s % a .a . 4 pesos vetor do W)de o(transpost linha vetor o é ' e carteira na ativos dos pesos dos coluna vetor o é dois a dois tomadosativos dos ciass/covariân variânciadas matriz a é Onde, ' W W WWVarC Na notação matemática-matricial: nn n n nC w w w wwwVar . . . ... . . . . . . . . . . . . ... ... ... 2 1 2 2,12,1 ,2 2 21,2 ,12,1 2 1 21 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Implicações desenvolvimento do CAPM Uma implicação a ser vista pelo CAPM é que os investidores analisarão os títulos e, então, escolherão uma carteira que eles considerem eficiente. Em equilíbrio, todos os investidores escolherão a mesma carteira eficiente, pois, conforme já observamos, existe uma concordância entre os investidores em relação ao retorno esperado, desvio padrão, variância e covariância, assim como a taxa livre de risco. Outra implicação é o fato de que em equilíbrio todos os ativos devem possuir uma determinada proporção a ser investida na carteira eficiente, isto é, no equilíbrio os ativos devem possuir uma proporção diferentemente de zero investida na carteira eficiente. Podemos justificar esta implicação por meio do teorema da separação, que diz que não é necessário saber as preferências dos investidores em relação ao risco e retorno para se determinar sua combinação ótima de ativos de risco. A regra básica que sustenta a teoria do CAPM está relacionada à carteira de mercado. Essa é definida por Sharpe como sendo a carteira composta por todos os ativos, na qual a proporção de cada ativo é relativa ao seu valor de mercado. O valor relativo de mercado de um ativo é igual ao valor agregado de mercado do ativo dividido pelo valor agregado de mercado de todos os ativos. Podemos considerar o CAPM fácil de ser usado. Entretanto, este modelo de fator único simplificado é incompleto, pois ele ignora o risco que surge do fator comum. O fato de que o Beta é o bastante para explicar o retorno esperado, fez com que muitos pesquisadores afirmassem que esses problemas poderiam ser explicados por modelos alternativos que considerassem mais de um fator, como é o caso do Arbitrage Pricing Theory (APT). 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Observações Beta da carteira e sua interpretação Beta do mercado é igual a 1; O valor de Beta mede a volatilidade (sensitividade) ou capacidade de reação; O Beta do título ou portfólio vai determinar seu comportamento em relação ao mercado; O Beta tem o mesmo sinal da covariância entre o ativo e o mercado, que é também o mesmo sinal da correlação; Quanto maior o Beta, maior o risco do ativo. Tomando-se por base os valores de Beta, um portfólio pode ser classificado da seguinte forma: Neutro Beta igual a 1 Isso significa que há uma correlação perfeita entre os retornos do título e o retorno do mercado. Agressivo Beta maior que 1 Isso significa que, quando o mercado estiver em alta de 7%, o título terá seu preço elevado em mais de 7%. Defensivo Beta menor que 1 Da mesma forma, um título com Beta igual a 0,7 significa que, se o mercado cair 9%, o título deverá sofrer uma baixa de 6,3%. Hedge Beta ≈ -1 2 Figura 1 – Beta na reta de regressão dos retornos do ativo contra os retornos do mercado. Figura 2 – Cotação BBAS3 x IBOV Figura 3 – VALE3 x IBOV Beta = 0,962 (neutro) Beta = 1,128 (agressivo) Figura 4 – PETR4 x IBOV Figura 5 – EMBR3 x IBOV Beta = 1,040 (neutro) Beta = 0,549 (defensivo) Fonte: www/bloomberg.com – após fechamento do mercado de 01/11/2007 Como já visto em itens anteriores, o retorno de uma carteira é calculado pela média ponderada dos retornos dos diversos ativos que a compõem. Da mesma forma que os retornos esperados, o Beta é um coeficiente linear e, quando aplicado a uma carteira, tem seu valor obtido pela simples média ponderada dos Betas de todos os ativos dessa carteira. Já o risco depende da correlação existente entre os retornos desses ativos, dois a dois, de forma que precisamos gerar uma matriz de covariância ou uma matriz de correlação para possibilitar a aplicação da fórmula de cálculo do risco de uma carteira. Neutro = 1 IBOVESPA Defensivo < 1 Agressivo > 1 Rm (%) R a ti v o ( % ) tg 3 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Retorno esperado As características do retorno esperado são: • É usado como medidado resultado do investimento; • É o retorno que uma pessoa espera que um ativo possa proporcionar no próximo período; • Trata-se de uma expectativa. O retorno efetivo pode ser mais alto ou mais baixo. • Essa expectativa pode ser o retorno médio que o ativo obteve no passado. Média Aritmética N x Onde: μ = média da população; N = número de itens na população; x = valores em estudo; Σx = soma dos valores de x. Média Aritmética Ponderada = somatório da multiplicação dos elementos versus suas respectivas frequências de ocorrência/100. = X * f(x) / n i ii w xw x Onde: iw é o peso (weigth) atribuído a cada valor de x. Quando conhecemos a distribuição de frequência, substituímos wi pela freqüência de xi. )( )( i ii xf xfx x 1 Análise de investimentos em ações e fundos Cálculo de risco e decisão de investimentos Variância e desvio padrão As características da variância e do desvio padrão são: • O desvio padrão ou a variância é a medida apropriada do risco do ativo; • Há diversas maneiras de avaliar a volatilidade dos retornos de um título; • Uma das maneiras mais comuns é o desvio padrão; • Desvio padrão => É a raiz quadrada da variância. Pode ser considerado como uma versão padronizada da variância; • Variância => É a medida dos quadrados das diferenças entre os retornos de um ativo e o seu retorno esperado. Trata-se de uma medida da dispersão na amostra de retornos. Variância Da população: N xi 2 2 Onde: σ2 = variância da população; xi = valor de uma observação na população; = média aritmética da população; N = número total de observações na população. Da Amostra: 1 2 2 n xx S i Onde: S2 = variância da população; xi = valor de uma observação na população; x = média aritmética da população; n = número total de observações na população. O termo (-1) é utilizado para que S2 2 da população. Desvio padrão 2 Da população: N x 2 2 GESTÃO FINANCEIRO E CONTROLADORIA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS Ricardo Guaritá ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 29 Aula 3: Mercado de derivativos Introdução Nesta aula, você identificará a melhor relação risco versus retorno, observando os indicadores CAPM, Beta e Índice de Sharpe. Desse modo, terá condições de escolher ativos para compor uma carteira na melhor relação risco versus retorno. Objetivo 1. Examinar os instrumentos que mensuram os riscos de uma operação. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Explicamos o que é mercado de derivativos; • Examinamos a operação no mercado de derivativos, controlando seu risco; • Entendemos o que é mercado de Opções; • Aprendemos a operar no mercado de Opções, controlando seu risco. Conteúdo Mercado Derivativos Os derivativos constituem o instrumento de mercado mais eficaz para eliminar o risco da variação de preços dos bens econômicos, permitindo a permuta desses riscos (ou sua transferência para os especuladores) sendo esta sua função básica. Com derivativos pode-se alavancar ou fazer Hedge. Embora o surgimento dos mercados futuros esteja ligado aos produtos agrícolas, atualmente, as operações nas bolsas de futuros, além dos produtos agrícolas, envolvem ativos financeiros, moedas, índices, metais (ouro, prata etc.). Muitas empresas correm diversos tipos de riscos, que podem ser inerentes à sua própria atividade ou não. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 30 A utilização de produtos derivativos permite a transferência desses riscos a essas empresas, eliminando alguns fatores de incerteza relacionados, ou não, ao seu ramo de atividade. Exemplo Vamos ver um exemplo! Uma empresa de petróleo compra sua matéria-prima e vende no mercado nacional. Com isso, ela corre o risco do preço do petróleo subir muito. Com o derivativo de petróleo futuro negociado na Bolsa de Chicago, a empresa pode comprar petróleo a futuro fazendo, assim, um Hedge de seu risco de matéria- prima. Por outro lado, a mesma empresa pode ter riscos não provenientes de sua atividade principal, se ela captar recursos em dólar comercial e vender no mercado nacional em reais. Existe aí um descasamento de moeda (passivo em dólar e ativo em reais). Esta empresa poderá utilizar o derivativo Swap ou dólar futuro para esterilizar esse risco do dólar. Os mercados em que são negociados ativos financeiros e mercadorias de especificação padrão (commodities) são divididos em: Mercados à vista, spot ou disponível Mercados futuros no seu conceito amplo Hedge A situação inadequada ou o descasamento de ativos e passivos de uma empresa provoca situações de risco que precisam ser administradas pelo executivo financeiro. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 31 Um tipo de descasamento bastante comum é o descasamento de prazos. Por exemplo, o prazo de recebimento de duplicatas é superior ao prazo de contas a pagar. Outro tipo de descasamento comum é o descasamento de indexador ou de moeda. Por exemplo, uma empresa tem um empréstimo (passivo) indexado ao dólar e seus ativos indexados ao IGPM. Qualquer empresa que utilize matéria- prima importada e venda em reais possui um descasamento desse tipo. Os problemas de descasamento exigem uma estratégia de proteção financeira para compensar os riscos. Esta proteção é chamada de Hedge. Em inglês, a tradução literal da palavra Hedge é cerca, no sentido de proteger ou guarnecer. Portanto, Hedgear significa proteger uma determinada posição de oscilações desfavoráveis. Estar Hedgeado, como se diz no mercado, significa estar protegido. O Hedge perfeito é aquele que elimina a possibilidade de perdas futuras. O executivo financeiro deve buscar os instrumentos de Hedge de acordo com as características do negócio que está gerindo. Para se Hedgear, existem diversos instrumentos financeiros, como: • Opções; • Futuros; • Swaps. Cada um desses instrumentos possui custos, características e riscos diferentes. Clique aqui para conhece-los. Swap Swap significa troca. É um instrumento de Hedge e gestão de risco, e não tem como finalidade levantamento de fundos. Os Swaps são normalmente usados como instrumento para casamento de prazos e indexadores de dívidas, permitindo essa cobertura a custos menores. É uma das formas de mercado derivativo mais conhecidas. Suponhamos que um investidor tenha uma dívida em dólares e uma aplicação em DI. Ele pode ir ao banco e solicitar que seja feito um Swap de indexador, de DI para dólares. Nesse caso, ele está apostando que o dólar vai valorizar mais http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_3_Hedge.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 32 do que a taxa de juros DI e o banco estará na posição inversa. Fazer Swap é uma forma de se hedgear contra movimentos inesperados. Exemplo Vamos ver um exemplo! Um indexador tem um ativo que rende 98% do CDI e uma dívida indexada ao IGPM. Ele tem medo que o IGPM dê uma grande subida e descole do CDI, ocasionando em perdas no seu patrimônio. Ele, então, se dirige ao banco e faz um Swap de CDI para IGPM. Com isso, ele troca uma rentabilidade em CDI por outra em IGPM. Esse procedimento pode acarretar ganhos menores, caso o CDI renda acima do IGPM. Entretanto, ele se encontra Hedgeado caso ocorra o oposto, não tendo perdas. Aspectos gerais referentes à negociação dos Swaps Os Swaps podem ser realizados diretamente entre duas empresas não financeiras, entre uma instituição financeira e uma empresa não financeira ou, ainda, entre duas instituições financeiras. Nos casos em que há a participação de instituição financeira, o Swap poderá ser realizado como estratégia da instituição ou para repassar posições de Swap assumidas com outras empresas (ou instituições financeiras). Os Swaps entre empresas podem ser realizadosno mercado de balcão informal, em que não há registro da operação em órgãos específicos ou poderão ser efetuados no mercado de balcão formal, quando terão que ser registrados na BM&F ou na Central de Custódia e Liquidação de Títulos (CETIP). Clique aqui para ver o restante do conteúdo. http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS680/docs/Aula_3_Negociacao_dos_Swaps.pdf ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 33 Swap de taxa de juros É um contrato entre empresas, no qual os pagamentos de juros se baseiam em um saldo devedor de referência, o qual jamais é pago ou recebido. O contrato determina (combina) trocar os juros que o Swap de taxa de juros envolve taxas fixas versus taxas variáveis ou flutuantes. Você sabe por que deve utilizar o Swap de taxa de juros? Mercado de Opções Opção é o direito de compra (da parte compradora) e o dever de entrega ou venda de uma determinada quantidade de um bem objeto (da parte vendedora) em (ou até) determinada data, a um preço preestabelecido. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 34 Opção é um instrumento que dá a seu comprador (titular) um direito futuro sobre algo, mas não uma obrigação; e, a seu vendedor (lançador), uma obrigação futura, caso solicitado pelo comprador da opção. Não existe negociação de um ativo, mas sim direitos sobre os mesmos. Veja algumas denominações do mercado de Opções! Opção de Compra Call. Opção de Venda Put. Prêmio Preço (cotação) de negociação da opção. Preço de Exercício É o preço que o titular deve pagar ao lançador pelo ativo-objeto, se o primeiro exercer seu direito. Vencimento Data limite para o titular exercer seu direito sobre o lançador da opção. Série Opções sobre o mesmo ativo-objeto, com a mesma data de vencimento e preços de exercícios diferentes. Opções de Compra (CALL) Americana Direito de comprar o ativo-objeto ATÉ o vencimento. Europeia Direito de comprar o ativo APENAS NO vencimento. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 35 Operações com Opções Compra de Opção de Compra Perda limitada / ganho ilimitado. Venda de Opção de Compra Ganho limitado / perda ilimitada. Compra de Opção de Venda Perda e ganho limitados. Venda de Opção de Venda Perda e ganho limitados. Classificação de Opções In the money (dentro do dinheiro) Série na qual o valor presente do preço de exercício é inferior ao preço do ativo objeto da operação. Desconta-se o valor de exercício pela taxa de juros prevista no prazo (custo de oportunidade). At the money (no dinheiro) Série na qual o valor presente do preço de exercício e o preço do ativo objeto da operação são os mesmos (ou próximos). Out of the money (fora do dinheiro) Série na qual o valor presente do preço de exercício é superior ao preço do ativo objeto da operação. Aprenda Mais Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os sites: • http://www.anbima.com.br ANBIMA • http://www.febraban.com.br FEBRABAN ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 36 Referências desta aula ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009. Exercícios de fixação Questão 1 Assinale a afirmativa FALSA: a) O Hedge visa proteger uma carteira de títulos contra mudanças adversas de preços ou de taxas de juros. b) Um tomador de recursos (banco) que esteja posicionado em renda fixa prefixada deve vender taxa de juros para proteger sua carteira. c) Uma empresa exportadora, ativa em dólar, para fazer uma operação de Hedge cambial deverá comprar dólar futuro. d) Um aplicador de recursos (cliente) que esteja posicionado em renda fixa pós-fixada tem como fator de risco uma queda na taxa de juros. Questão 2 Indique a afirmativa incorreta: a) O Hedgear atua no mercado de derivativos para se proteger do risco de crédito. b) O manipulador é nocivo ao mercado por influenciar artificialmente os preços. c) O arbitrador procura se aproveitar de distorções de preços entre os mercados. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 37 d) O Hedgear atua no mercado de derivativos para proteger uma posição no mercado à vista. Questão 3 Indique a afirmativa incorreta: a) O mercado derivativo é utilizado para transferência de risco entre os agentes. b) As operações no mercado futuro são liquidadas, em sua maioria, financeiramente. c) Nas operações no mercado futuro não há risco de crédito entre as artes, pois a câmara de compensação da bolsa assume esse risco. d) A arbitragem é uma operação em que o risco é pequeno ou quase nulo. Questão 4 Indique a afirmativa incorreta: a) Opções de compra garantem ao titular o direito de comprar o ativo-objeto. b) Opções de venda garantem ao titular o direito de vender o ativo-objeto. c) As opções americanas podem ser exercidas a qualquer momento. d) Cobertura é o depósito das ações pelo comprador das opções. Questão 5 O exercício das Opções depende da vontade: a) Da clearing house. b) Do lançador. c) Do titular. d) Do vendedor. Chaves de resposta Aula 3 Exercícios de fixação Questão 1 - C Questão 2 - A Questão 3 - B Questão 4 - B Questão 5 - C Conteudista Ricardo Guaritá é Mestre em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), cursou MBA Executivo em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e é Graduado em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Já exerceu os seguintes cargos em algumas empresas: analista sênior da unidade de gestão de riscos, analista sênior da divisão de gestão dos fundos de investimentos e gerente de divisão de gestão dos fundos de renda fixa. Atualmente, é analista de investimentos II. Além disso, é professor assistente da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e atua nas modalidades presencial e a distância no curso de Graduação em Economia e na Pós-Graduação. Nessa instituição, também leciona as disciplinas de Gestão de Riscos Financeiros, Administração de Fundos e Carteiras, Finanças Corporativas, Mercados Derivativos e Economia Monetária no curso de Gestão Financeira do Instituto Politécnico. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2955114431214990. Análise de investimentos em ações e fundos Mercado de derivativos Hedge Taxa de Juros 1) Risco de Taxa Pré quando o desejado é taxa Pós 1.a) Aplicador de recursos => Cliente. Risco => Taxa de Juros subir. Hedge => Comprar taxa de juros ou vender contrato (PU) no mercado futuro. 1.b) Tomador de recursos => Banco. Risco => Taxa de Juros cair. Hedge => Vender taxa de juros ou comprar contrato (PU) no mercado futuro. 2) Risco de Taxa Pós quando o desejado é taxa Pré 2.a) Aplicador de recursos => Cliente. Risco => Taxa de Juros cair. Hedge => Vender taxa de juros ou comprar contrato (PU) no mercado futuro. 2.b) Tomador de recursos => Banco. Risco => Taxa de juros subir. Hedge => Comprar taxa ou vender contrato (PU) no mercado futuro. Renda Variável Nº contratos = (Valor da Carteira X ) / (Valor do Índice Futuro x R$ 1,00) R$ 3,00 => Valor de cada ponto do Índice Futuro do Ibovespa Cambial 1) Passivo em US$ => Importador. Risco => US$ subir => Comprar US$ FUTURO. 2) Ativo em US$ => Exportador. Risco => US$ cair => Vender US$ FUTURO. NR contratos = (Valor da operação X Taxa de juros) / (Valor do contrato). Valor do contrato em US$ = US$ 50.000,00. Análise de investimentos em ações e fundos Mercado de derivativos Aspectos gerais referentes à negociação dos Swaps Os Swaps que envolvem a participação de instituições financeiras têm a obrigatoriedade de serem registrados na BM&F ou na CETIP. As instituições financeiras têm que designar um diretor como o responsável pelas operações de Swap. A operação de Swap envolve risco
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