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INTRODUÇÃO AO PROCESSO TERAPÊUTICO MEDICAMENTOSO- ASPECTOS ÉTICOS, LEGAIS E SEGURANÇA DO PACIENTE Profa Ma. Gisele S. Bispo Hirano “Pode parecer talvez um estranho princípio enunciar como primerio dever de um hospital não causar mal ao paciente.” (Florence Nightingale, 1859: ERRO “Uso não intencional, de um plano incorreto para alcançar um objetivo, ou a não execução a contento de uma ação planejada” Kohn LT, Corrigan JM, editors To err is human: building a safer health care sistem. Washinton DC: National. 2000. ERRO DE MEDICAÇÃO “Qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso inapropriado de medicamentos ou causar dano a um paciente, enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde, pacientes ou consumidores. Esse evento pode estar relacionado com a prática profissional, os produtos para a saúde, procedimentos e sistemas, incluindo prescrição, orientações verbais, rotulagem, embalagem e nomenclatura de produtos industrializados e manipulados, dispensação, distribuição, administração, educação, monitorização e uso”. Pode ocorrer em qualquer fase da terapia medicamentosa e causar ou não danos ao paciente. (Anvisa. Farmacovigilância. Glossário. http://docplayer.com.br/6686566-Guia-de-farmacovigilancia-Anvisa-anexo-iv-glossario.html) Evento adverso/ Reação adversa Dano inesperado, no qual o processo correto foi seguido para o contexto que o evento ocorreu. Resposta nociva, inesperada e indesejada, resultante de uma ação justificada relacionada à administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas para profilaxia, diagnóstico e tratamento ou modificação de uma função fisiológica inevitável ao medicamento. Kohn LT, Corrigan JM, editors To err is human: building a safer health care sistem. Washinton DC: National. 2000. NECESSIDADE DE MUDANÇA CULTURAL CULTURA PUNITIVA/AFASTAMENTO CULTURA RESOLUTIVA Processo onde estão envolvidos e não somente o profissional que cometeu o evento adverso Há uma dificuldade entre os profissionais da área da saúde em lidarem com o erro Atribuir culpados impede a instituição de tomar medidas e condutas capazes de previnir erros. A não intencionalidade é o que distingue o erro do desvio de conduta. Podemos errar? Se considerarmos uma taxa de erro de 0,1% em um paciente em tratamento intensivo, que recebe aproximadamente 180 intervenções por dia e compararmos com outros setores de atividades, teríamos 2 aviões defeituosos produzidos por dia, 16.000 cartas extraviadas por hora nos correios ; e em bancos, 32.000 cheques seriam descontados errados a cada hora. Tipos de Erro de Medicação Erro de prescrição Erro de dispensação Erro de omissão Erro de horário (o atraso ou adiantamento de mais de 30minutos para medicamentos de ação imediata e mais de 1 hora para os de ação prolongada.) Erro de administração de medicamento não-autorizado Erro de dose Erro de apresentação Erro de preparo Erro de administração Erro com medicamentos deteriorados Erro de monitoração Erro em razão da não aderência do paciente e família O QUE PODEMOS FAZER? Adoção de práticas seguras em todas as etapas da terapia medicamentosa PRESCRIÇÃO TRANSCRIÇÃO DISPENSAÇÃO PREPARO ADMINISTRAÇÃO MONITORIZAÇÃO Foram prescritos 18g de Piperacilina e Tazobactam sódico (Tazocin) de 6/6h para infusão contínua, em um setor de terapia intensiva que não possui plantonista em todos os dias, onde a enfermeira aprazou sem observar e/ou questionar a prescrição, visto que a dose não era habitual para tratamento de sepse pulmonar, e por sua vez o serviço de farmácia também não observou e/ou questionou o valor da dose prescrita a ser “dispensada”, encaminhando a mesma ao setor solicitante, onde por mais uma vez a enfermeira realizou conferência sem nada de diferente observar, separando as doses para cada horário aprazado. A equipe de técnicos em enfermagem administrou a dose prescrita (18g) conferindo com a prescrição sem também questionar e esta ação se repetiu por mais dois horários até que o paciente em questão evoluiu com TV e sangramento pulmonar que culminou com seu óbito. Observaram a superdosagem apenas quando um profissional de enfermagem de plantão perguntou a equipe médica sobre a dose prescrita no dia anterior da medicação enquanto checava as medicações utilizadas na tentativa de RCP, o que já era tarde. FATORES QUE INDUZEM AO ERRO POR QUE O ERRO OCORRE? BOAS PRÁTICAS Identificação do paciente Prescrição sem o uso de abreviaturas Medicamentos cujos nomes são semelhantes a outros devem ser prescritos com destaque na escrita. Medidas não métricas Boas Práticas de Armazenamento Pontos de transição do paciente MODELO DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Gisele S. Bispo Hirano (GSBH) MODELO DE PRESCRIÇÃO MÉDICA NOVE certos para administração de medicamentos Paciente certo, Medicamento certo, Forma farmacêutica certa Dose certa, Via certa, Hora certa, Registro certo Ação certa; Monitoramento certo. * TECNOLOGIA EM FAVOR DA SEGURANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS CUIDADOS GERAIS Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa; Checar a prescrição médica somente após a aplicação o ingestão do medicamento; Preparar a medicação sempre com a prescrição médica á vista; Evitar distrações; Descartar os frascos de medicamentos usados em local adequado ( atenção com quimioterápicos); O paciente pode recusar-se a tomar o medicamento; cabe ao enfermeiro orientá-lo quanto aos riscos * Administração de Medicamentos Responsabilidade do enfermeiro Envolve conhecimento integral da terapia medicamentosa e as implicações relacionadas à enfermagem. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui uma ferramenta útil para a administração de medicamentos. USO SEGURO DE MEDICAMENTOS: Inexistência de injúria acidental ou evitável durante o uso de medicamentos. ADMNISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: Terminologia dos medicamentos • Vias de Administração • Efeitos que os medicamentos produzem no organismo. • Habilidade e Técnica. Responsabilidade Ética e a Legislação do Exercício Profissional: Código de ética dos profissionais de enfermagem: “Assegurar ao cliente uma assistência livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou impudência”. Art. 16, CEPE “Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuições quando desempenho seguro para si e para clientela”. Art. 17, CEPE * RESPONSABILIDADE Conceitos: Imperícia – falta de conhecimento técnico no exercício da arte ou profissão. EX: administrar alimentos por via inadequada. Negligência – indiferença do agente que podendo tomar as devidas cautelas exigíveis, não o faz por displicência ou preguiça mental. EX: não prestar cuidados necessários. Impudência – atitude em que o agente atua com precipitação, inconsideração, sem cautelas, não usando de seus poderes inibidores. EX: misturar medicações. quad * RESPONSABILIDADE Princípios éticos e legais para o exercícios das ações profissionais. Artigo 186 do Código Civil: Violação de direto e causar dano a outrem. Artigo 133 do Código Penal: Abandono de pessoa que está sob os seus cuidados, guarda, vigilância ou autoridade. Artigo 135 do Código Penal: Considera crime “deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoa, ...à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou grave e iminente perigo...” SAE PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Coleta de dados: coleta de informações, história clínica, alergias. Diagnóstico de Enfermagem: problemas relacionados à administração de medicamentos. Planejamento: organizar as atividades de enfermagem para garantir a administração segura de medicamentos. Implementação: administração segura e eficaz do medicamento, preparo e administração correta do medicamento e educação do paciente. Avaliação: monitorar os efeitos terapêuticos, efeitos colaterais e reações adversas.* DÚVIDAS? FONTES CONSULTADAS Uso seguro de medicamentos: guia para preparo, administração e monitoramento / Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. – São Paulo: COREN-SP, 2017.Disponível em:https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2010/01/uso-seguro-medicamentos.pdf Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos (protocolo coordenado pelo Ministério da Saúde e ANVISA em parceria com FIOCRUZ e FHEMIG) Harada, Mavilde da Luz.Terapia intravenosa e infusões, São Caetano do Sul,SP:Yendis,2011.p.16-29. GIOVANI, A.M.M. Enfermagem: Cálculo e administração de medicamentos. 15 ed. São Paulo: Rideel, 2019
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