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PRÁTICA INTERDISCIPLINAR I

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GESTÃO DA EDUCAÇÃO: GESTÃO ESCOLAR
EDUCATION MANAGEMENT: SCHOOL MANAGEMENT
Fernanda dos Santos Araújo
 
Joseilton Correa da Silva
 
Resumo
A presente pesquisa parte da importância que a gestão escolar vem apresentando. O histórico da educação brasileira divide-se em educação colonial, republicana e contemporânea. Sua estrutura é composta da educação básica e educação superior, sendo que a básica é dividida em educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Gestão é o ato de realizar ações que conduzam a realização dos objetivos e metas propostas. A gestão escolar engloba as incumbências que as unidades escolares possuem como elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o pessoal e os recursos materiais e financeiros. O modelo de gestão democrática e participativa valoriza a participação da comunidade no processo de tomada de decisão, construindo os objetivos de forma coletiva. Existem elementos fundamentais no desenvolvimento de uma gestão democrática, como por exemplo, o Conselho Escolar e o Projeto Político Pedagógico. O Conselho Escolar é um órgão deliberativo responsável pela tomada de decisão no âmbito escolar. O Projeto Político Pedagógico define os caminhos a seguir e como alcançá-los. Também influi neste trabalho o papel e atitudes do gestor. Na gestão democrática o gestor continua sendo o principal responsável pela escola. Foi realizado um estudo de caso e campo com o objetivo de verificar a existência de fatores que influenciam no processo da gestão escolar democrática e participativa em escolas municipais da cidade de Parauapebas-PA.
Palavras Chave: Gestão Escolar; Gestão Democrática; Educação.
Abstract
This research starts from the importance that school management has been presenting. The history of Brazilian education is divided into colonial, republican and contemporary education. Its structure is made up of basic education and higher education, with basic education divided into early childhood education, elementary school and high school. Management is the act of carrying out actions that lead to the achievement of the proposed objectives and goals. School management encompasses the tasks that the school units have to prepare and execute the pedagogical proposal, to manage the personnel and the material and financial resources. The democratic and participatory management model values ​​the participation of the community in the decision-making process, building the objectives collectively. There are fundamental elements in the development of democratic management, such as the School Council and the Political Pedagogical Project. The School Council is a deliberative body responsible for decision making at the school level. The Pedagogical Political Project defines the ways forward and how to achieve them. The role and attitudes of the manager also influence this work. In democratic management, the manager remains the main responsible for the school. A case and field study was carried out in order to verify the existence of factors that influence the democratic and participatory school management process in municipal schools in the city of Parauapebas-PA.
Keywords: School Management; Democratic Management; Education.
INTRODUÇÃO 
O objetivo geral e verificar a existência de fatores que influenciam no processo da gestão escolar.
Aborda teoricamente e contextualiza a história da educação no Brasil, os períodos pela qual passou e atualmente se encontra, como a educação colonial, a republicana e a contemporânea. Aborda a estrutura da educação brasileira.
Conceitua gestão e gestão escolar, seus objetivos e funções, além de apresentar o modelo de gestão democrática e participativa e quais instrumentos fundamentais no desenvolvimento desta gestão.
Justifica-se a pesquisa pela importância que a gestão escolar vem apresentando, tornando-se cada vez mais evidente a necessidade de uma gestão participativa e democrática para que haja o desenvolvimento pleno das instituições de ensino e da educação como um todo.
“É pela gestão que se estabelece unidade, direcionamento, ímpeto, consistência e coerência a ação educacional, a partir do paradigma, ideário e estratégias adotadas para tanto”. (LUCK, 2006, p. 15)
É importante analisar a profissão do gestor, ou seja, um profissional comprometido com as transformações da sociedade que o cerca e responsável em seu fazer educativo.
Entendendo a escola como um espaço de formação e que desempenha uma função social, o gestor deve ter habilidades e competências específicas para enfrentar os desafios, levando sempre em consideração as novas demandas que a escola enfrenta, no contexto de uma sociedade que se democratiza e se transforma.
A pesquisa foi realizada com diretores, coordenadores e professores da Rede Municipal de Educação da cidade de Parauapebas-PA.
A coleta de dados foi realizada através de questionários distribuídos nas instituições de ensino que pertence à rede acima citada.
REFERENCIAL TEÓRICO OU JUSTIFICATIVA
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A educação é um processo coletivo que vem sendo construído ao longo dos anos, permitindo que os homens criem padrões de comportamento, assimilem e compartilhem novos conhecimentos.
A partir das relações que estabelecem entre si, os homens criam padrões de comportamento, instituições e saberes, cujo aperfeiçoamento é feito pelas gerações sucessivas, o que lhes permite assimilar e modificar os modelos valorizados em uma determinada cultura. É a educação, portanto, que mantém viva a memória de um povo e dá condições para a sua sobrevivência. “Por isso dizemos que a educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre indivíduo e sociedade.” (ARANHA, 2005, p.15)
No Brasil este processo coletivo iniciou-se já na colonização do Brasil por Portugal através dos jesuítas que, além dos costumes e religiosidade pertencentes à cultura europeia, trouxeram também os métodos pedagógicos que deram início ao sistema educacional brasileiro. Porém ao longo dos séculos este sistema educacional sofreu diversas mudanças, passando por muitas modificações.
A educação pode ser tomada como um dos mais complexos processos construtivos da vida social. A compreensão da educação como totalidade histórica ultrapassa em muito a abordagem da sua institucionalização nos marcos das ações reguladoras do estado. “A história da educação articula de modo não linear a relação entre as esferas privada e pública, grupal e comunitária, econômica e ideológica da vida em sociedade.” (ALMEIDA, 2005, p.8).
A história da educação no Brasil passou por rupturas marcantes, rupturas estas que influem até hoje no processo educacional brasileiro.
Pode-se dividir a educação brasileira em três fases principais: educação colonial, educação republicana e educação contemporânea.
A EDUCAÇÃO COLONIAL
Em março de 1549 quando os primeiros padres jesuítas chegaram no Brasil interromperam a primeira forma de educação existente, a indígena.
Apenas quinze dias após a chegada ao território brasileiro já construíram, em Salvador, a primeira escola elementar brasileira. Liderados inicialmente por padre Manoel de Nóbrega, os jesuítas foram os únicos educadores do Brasil durante 210 anos, de 1549 a 1759, sendo que este modelo de educação deixou marcas profundas na cultura do Brasil.
“De fato, os jesuítas empreenderam no Brasil uma significativa obra missionária e evangelizadora, especialmente fazendo uso de novas metodologias, das quais a educação escolar foi uma das mais poderosas e eficazes. Em matéria de educação escolar, os jesuítas souberam construir a sua hegemonia.” (SANGENIS, 2004, p.93).
O modelo educacional implantado pelos jesuítas baseava-se em métodos pedagógicos europeus, não se limitando à alfabetização, mas também a cursos secundários e superiores.
O ensino no período jesuítico sufocou, de certa forma, o ensino que já era praticado no Brasil, pois antes da chegada dos portugueses os índios já possuíam suas próprias práticas educativas. Através da educação os jesuítas tinham por objetivo fazer com que osíndios deixassem suas crenças de lado e com isso tentavam impor os valores trazidos da Europa.
No decorrer do século XVIII, cresce a animosidade contra a Companhia de Jesus. O governo temia o seu poder econômico e político, exercido maciçamente sobre todas as camadas sociais ao modelar-lhes a consciência e o comportamento. Ainda mais, desde os tempos de Nóbrega, a coroa se comprometera a destinar-lhe uma taxa especial de 10% da arrecadação dos impostos, além de doação de terras. A Companhia tornara-se então muito rica, com todos esses benefícios, mais a produção agrária das missões, altamente lucrativas. (ARANHA, 2005, p.133)
Este modelo perdurou até a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal, o que resultou em uma grande ruptura histórica.
O modelo de ensino praticado no período jesuítico começou a produzir uma desigualdade educacional e social, sendo que esta se mantém até os dias de hoje, onde geralmente pessoas que possuem melhores condições sociais e financeiras tem acesso a um sistema educacional mais estruturado e de melhor qualidade.
A EDUCAÇÃO REPUBLICANA
Após a expulsão dos jesuítas a educação passou por um período onde foi reduzida a praticamente nada, pois de 1760 a 1808 (período pombalino) a educação foi praticada por professores mal pagos e sem preparação, sendo que o sistema jesuítico foi desfeito, porém nada foi organizado para substituí-lo.
“Os colégios estão dispersos, não há mais a formação de mestres nem uniformidade de ensino, portanto. Existem queixas quanto à incompetência do mestre leigo, que são muito mal pagos. O centro de 29 decisões está no reino, o que torna a máquina administrativa extremamente morosa e ineficaz.” (ARANHA, 2005, p.134).
Em seguida, de 1808 a 1821, mesmo com a vinda da família real para o Brasil, a educação continuou a ter uma importância secundária e até a proclamação da república em 1889 o sistema educacional brasileiro continuou abandonado.
O golpe de misericórdia que prejudicou de vez a educação brasileira vem, no entanto de uma emenda à Constituição, o Ato Adicional de 1834. Essa reforma descentraliza o ensino, atribuindo à Coroa a função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto às províncias (futuros estados) são destinados a escola elementar e a secundária. Dessa forma, a educação da elite fica a cargo do poder central e a do povo, confiada às províncias. (ARANHA, 2005, p.152)
Na primeira república, que compreende o período de 1889 a 1929, houve a intenção de substituir a predominância literária pela científica através da filosofia positivista, porém este método foi mal interpretado pelo excesso de liberdade e mais uma vez a educação brasileira saiu prejudicada.
Na segunda república (1930/1936), devido a Revolução de 30, o Brasil começa a necessitar de mão-de-obra especializada e por isso inicia o pensamento de se investir na educação.
No período do Estado Novo a nova Constituição foca o ensino profissional com o objetivo de preparar um maior contingente de mão de obra para as atividades que estavam surgindo no mercado e é também neste período que este ensino profissional passa a ser difundido para as classes inferiores enquanto o trabalho intelectual para os mais ricos.
De 1946 a 1963 houve o período da Nova República, período este que foi marcado pelas primeiras discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases, além da obrigatoriedade, pela Constituição, de se cumprir o ensino primário. Neste período também passa a competir à União legislar sobre as diretrizes e bases da educação brasileira.
A EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA
A educação contemporânea passou por momentos de retrocessos, como por exemplo, o golpe militar de 1964, onde muitos professores e estudantes foram presos e feridos, o que fez com que a educação passasse a ter um caráter muito mais político que pedagógico.
Que a intenção da ditadura em ‘educar’ politicamente a juventude se revela no decreto-lei baixado pela Junta Militar em 1969, que torna o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório nas escolas em todos os graus e modalidade de ensino. No final do grau médio a denominação muda para Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e no curso superior, para Estudos de Problemas Brasileiros (EPB). Nas propostas curriculares do governo transparece o caráter ideológico e manipulador dessas disciplinas. (ARANHA, 2005, p. 211)
Após o período militar e com a nova Constituição, um Projeto de Lei para a nova Lei de Diretrizes e Bases é enviado à Câmara e em 1996 um novo projeto para lei finalmente é aprovado, sendo neste período executados muitos projetos a favor da educação.
A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) é a principal referência legal na medida em que estabelece os princípios e finalidades da educação nacional.
De acordo com o artigo 1° da Lei n° 9.394 (BRASIL,1996a), “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é, sem dúvida nenhuma, um grande marco para a educação contemporânea à medida que promove a universalização do ensino. Nela está garantida a educação de qualidade para todos, sendo um dever do Estado oferecê-la com igualdade a todos os cidadãos independente de origem, raça ou religião.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL,2008)
A educação é um processo cíclico que continua a evoluir com uma queda considerável no analfabetismo e um grande aumento de alunos no ensino superior, no entanto fica claro que a história da educação no Brasil desde seu início influiu e ainda influi para a educação que se pratica hoje no país.
A ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A educação nacional é organizada, em regime de colaboração, pela União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios.
A Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996a) estabelece as diretrizes e bases da educação no Brasil. Assim esta prevê a autonomia e liberdade de organização dos sistemas de ensino, desde que respeitada os termos descritos na mesma.
De acordo com o artigo 8° da Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996a) é de competência da União a coordenação da política nacional de educação, onde a mesma exerce a função normativa articulando assim os diferentes níveis e sistemas.
Em nível federal os órgãos responsáveis pela educação são o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação. Em nível estadual os responsáveis são a Secretaria Estadual de Educação (SEE), o Conselho Estadual de Educação (CEE) e a Diretoria Regional de Educação (DRE).
Conforme o artigo 21 da Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996a) a educação escolar brasileira compõe-se da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação superior.
Além das modalidades de ensino anteriormente citadas existem as demais:
a) educação de jovens e adultos;
b) educação profissional ou técnica;
c) educação especial;
d) educação à distância (EAD).
A educação básica do Brasil é composta por três etapas: educação infantil (zero a cinco anos), ensino fundamental (seis a catorze anos) e ensino médio (quinze a dezessete anos).
As modalidades de ensino se submetem às normas dos órgãos às quais pertencem, no entanto, cada instituição pode definir o modelo de sua gestão de acordo com suas necessidades e características da região a que pertence e da população que atende.
CONCEITO DE GESTÃO
Este estudo abordará conceitos importantes para a compreensão deste tema. O conceito de gestão proposto por Ferreira (2004, p. 306):
Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função, desempenhar seu papel. Constitui-se de princípios epráticas decorrentes que afirmam ou (des) afirmam os princípios que as geram. Estes princípios, entretanto, não são intrínsecos à gestão como a concebia a administração clássica, mas são princípios sociais, visto que a gestão da educação se destina à promoção humana.
Segundo Ferreira (2004), podemos dizer que a gestão está relacionada com o modo de administração, de organização e de construção de práticas visando atingir ao objetivo da instituição que é educar e, fundamentalmente, cumprir seu papel e função social. A gestão está presente nas relações que ocorrem em sala de aula, na mediação pedagógica e no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, a gestão da educação está presente em todas as relações e deve ter como propósito central a busca pela formação humana.
Segundo Wittmann e Gracindo (2001, p.1) gestão é “[...] a instância ou a dimensão de organização e funcionamento de uma instituição ou de acompanhamento e controle da execução de um projeto ou plano. É uma categoria teórico-prática, objeto crescente de pesquisa”.
Constitui um aspecto da administração, juntamente com a política, o planejamento e a avaliação. A partir desta citação de Wittmann e Gracindo, pode-se afirmar que a gestão da educação ocorre em todos os espaços do ambiente educacional, principalmente, na sala de aula onde se constrói as práticas pedagógicas em consonância com o projeto pedagógico da instituição de ensino.
De acordo com Wittmann (2001, p. 2) a gestão da educação constitui “a coordenação de instituições e de processos de formação humana, como objeto tanto de pesquisa, quanto de docência e de prática”. Tais conceitos, ajudam no entendimento de que a gestão da educação envolve tanto a coordenação de instituições, como os processos de formação humana. Consiste na construção de espaços voltados para a socialização, produção e apropriação de conhecimentos e, fundamentalmente, para a construção de relações humanas.
A administração é uma das formas de gestão, pois define metas e quais recursos serão necessários para alcançá-las envolvendo e organizando os colaboradores para o alcance destas metas, além de a realização das atividades corrigindo-as quando necessário.
Conforme Daft (2010), administração é o atingimento das metas organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais.
Gestão é o ato de gerir, ou seja, realizar ações que conduzam à realização dos objetivos e metas propostas.
O termo gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração. Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo. Gerir é fazer as coisas acontecerem e conduzir a organização para seus objetivos. Portanto, gestão é o ato de conduzir para a obtenção dos resultados desejados. (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2002, p.136)
Administração e gestão não são sinônimos, porém são processos complementares pois processos de gestão bem-sucedidos estão intimamente ligados a bons procedimentos de administração.
Isso porque, conforme indicado, bons processos de gestão dependem e se baseiam em processos e cuidados de administração bem resolvida. A administração constitui um conceito e conjunto de ações fundamentais para o bom funcionamento de organizações, por estabelecer as condições estruturais básicas para o seu funcionamento. Daí ser incorporada pela gestão em seu escopo, como gestão administrativa. (LUCK, 2007, p.109-110)
A administração geralmente está ligada a processos burocráticos e a gestão relaciona-se com uma proximidade maior entre líderes e liderados, uma maior cooperação nas decisões e resultados, porém administração e gestão devem caminhar juntas, complementando-as mutuamente.
ETAPAS DO PROCESSO DE GESTÃO
O processo de gestão possui diversas etapas, destacando-se as de planejamento, liderança, organização e avaliação, que são fundamentais para garantir, de forma eficaz, o funcionamento das organizações e, consequentemente, permitir que os objetivos traçados sejam atingidos.
Planejamento princípios: Formulação de objetivos organizacionais ótimos e de planos eficazes de apoio. Tomadas de decisões para otimizar o desempenho organizacional. Utilização de técnicas quantitativas para otimizar a qualidade das decisões. Tomada de decisões socialmente responsáveis. Antecipação das mudanças do ambiente por meio das previsões. Formulação de estratégias eficazes em resposta às previsões.
Liderança princípios: Criação de cargos de desafio para estimular os empregados. Criação de um ambiente agradável para otimizar o desempenho dos trabalhadores. Integração das necessidades e objetivos individuais com os da organização. Criação de um sistema de educação eficiente para transferência rápida de informações. Atribuição de recompensas baseadas no desempenho.
Organização princípios: Criação de um sistema de educação eficiente para transferência rápida de informações. Criação de atribuições de tarefas para maximizar a produção dos empregados; alterar a tarefa adaptando-a ao homem. Estabelecimento de relações de autoridades claramente delineadas. Delineamento claro das responsabilidades individuais.
Avaliação princípios: Instituição de avaliadores em pontos estratégicos da organização, de modo a receber informação rápida s/ o desempenho em áreas-chave. Medida de desempenho, comparação com padrões, correção de desvios.
As etapas do processo de gestão promovem o alcance das metas propostas de forma eficiente e eficaz, pois permite que, no desenvolvimento das ações, aconteça o monitoramento das atividades e, com isso, sejam feitas as correções necessárias, além de propiciar que estas ações sejam realizadas de forma organizada e com uma liderança que motive os colaboradores.
GESTÃO ESCOLAR
A gestão está presente em todas as empresas e instituições públicas e particulares, sendo atualmente fundamental e necessária no setor de educação.
A gestão escolar engloba as incumbências que as unidades escolares possuem, tais como: elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o pessoal e os recursos materiais e financeiros.
“A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos.” (LUCK, 2009, p.23)
A gestão educacional não surgiu para substituir a administração escolar e sim para complementá-la em aspectos até então não contemplados.
“O conceito de gestão educacional, portanto, pressupõe um entendimento diferente da realidade, dos elementos envolvidos em uma ação e das próprias pessoas em seu contexto; abrange uma série de concepções, tendo como foco a interatividade social, não considerada pelo conceito de administração, e, portanto, superando-a.” (LUCK, 2007, p.55)
Está previsto na Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996a), que as escolas possuem autonomia para atender as particularidades regionais e locais de seus alunos, no entanto precisam respeitar as normas comuns dos sistemas de ensino.
No Brasil, a gestão educacional é determinada por orientações previstas na Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996a), onde a mesma menciona o modelo democrático e participativo da administração escolar, modelo este que caracteriza a gestão educacional.
O processo de gestão nas instituições de ensino precisa ser global, sendo de responsabilidade de toda comunidade escolar. Participam deste processo o diretor de escola, o coordenador pedagógico, o supervisor de ensino, os professores e todos os demais funcionários, além da família que tem um papel importante e fundamental neste processo.
A gestão escolar tem que ser construída coletivamente, não pode ser fragmentada e sim participativa e democrática.
“A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativosde decisão”. (BRASIL, 2004, p.15).
É importante que a comunidade participe da gestão escolar através dos conselhos escolares, sendo que esta democratização da escola traz benefícios tanto para a equipe como para a comunidade.
OBJETIVOS DA GESTÃO ESCOLAR
A gestão escolar tem como objetivo propiciar aos estabelecimentos escolares uma administração eficiente, sendo fundamental no processo de democratização da escola, englobando tanto os aspectos pedagógicos como o aspecto burocrático.
De acordo com Luck (2007), a gestão escolar evidencia-se na literatura a partir dos anos 90, sendo reconhecida como base fundamental para a organização significativa e estabelecimento dos processos educacionais e mobilização de pessoas voltadas para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de ensino que oferecem.
A gestão educacional pode ser considerada um modelo de como gerir o sistema escolar, modelo este que deve estar pautado na promoção humana, ou seja, deve visar todos os integrantes do sistema educacional, tais como gestores, professores, alunos e comunidade, acontecendo dentro e fora da escola.
A gestão da educação acontece e se desenvolve em todos os âmbitos da escola, inclusive e fundamentalmente, na sala de aula, onde se objetiva o projeto político pedagógico não só como desenvolvimento do planejado, mas como fonte privilegiada de novos subsídios para novas tomadas de decisões para o estabelecimento de novas políticas. (CATANI et al, 2009, p.309).
É importante que a gestão educacional esteja pautada em aspectos democráticos e participativos, sendo que esta construção coletiva de objetivos resulta na democratização da escola e na sua consequente melhoria enquanto local de formação de cidadãos conscientes de sua importância na sociedade.
FUNÇÕES DA GESTÃO ESCOLAR
A gestão escolar engloba todas as atividades da instituição. Ela é responsável, através de seu gestor, por garantir a organização e desenvolvimento da gestão da escola, materializando planos e projetos elaborados pela mesma.
O artigo 12 da Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996a) destaca as principais incumbências da gestão escolar nas unidades de ensino com a seguinte redação:
Os estabelecimentos de ensino, respeitada as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI – articular-se com as famílias e comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica; VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos 
alunos que apresentem quantidade de faltas 
acima cinquenta por cento do percentual permitido em lei.
Para a realização de suas funções pode-se classificar a gestão escolar em três áreas que funcionam de forma interligada:
a) gestão de Recursos Humanos: refere-se ao relacionamento com pais, alunos, comunidade, professores e pessoal administrativo, que deve ocorrer de forma a garantir o perfeito funcionamento da escola, contornando os problemas que surgirem e as questões de relacionamento humano;
b) gestão Administrativa: relaciona-se à parte física e institucional. A parte física é o prédio e os equipamentos/materiais que a escola possui e a parte institucional são os direitos e deveres, as atividades da secretaria e a legislação escolar;
c) gestão Pedagógica: estabelece os objetivos gerais e específicos para o ensino, definindo-os a partir do perfil da comunidade e dos alunos, além de elaborar os conteúdos curriculares e acompanhar e avaliar os alunos, os professores e a equipe gestora. As atribuições da gestão pedagógica estão descritas no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico da escola.
De acordo com Vieira (2008), o planejamento, a elaboração e a execução de uma proposta pedagógica é a principal das atribuições das unidades de ensino, devendo ela, assim, na sua gestão, trilhar um caminho orientado por esta finalidade.
O planejamento deve ser colocado em prática através de ações sociais elaboradas coletivamente, sendo que o processo educativo se torna mais eficaz quando todos percebem que fazem parte do processo.
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
A gestão democrática é uma conquista recente na legislação brasileira, ela nos remete à Constituição Federal de 1988, depois à LDB 9394/96 e aponta para o desenvolvimento de uma gestão diferente da que hoje é vivenciada na grande maioria das escolas brasileiras.
De acordo com Bordignon e Gracindo (2004, p. 310),
A gestão democrática da educação, enquanto construção coletiva da organização da educação, da escola, das instituições, do ensino, da vida humana, faz-se, na prática quando se tomam decisões sobre todo o projeto político pedagógico, sobre as finalidades e objetivos do planejamento dos cursos, das disciplinas, dos planos de estudos, do elenco disciplinar e os respectivos conteúdo, sobre as atividades dos professores e dos alunos necessárias para a sua consecução, sobre ao ambientes de aprendizagem, recursos humanos, físicos e financeiros necessários, os tipos, modos e procedimentos de avaliação e o tempo para a sua realização. É quando se organiza e se 
administra coletivamente todo este processo, que se está realizando a consubstanciação do projeto político pedagógico definido aqui como uma forma específica de intervenção na realidade, a partir da avaliação desta realidade.
Esta nova forma de administrar a educação exige a criação de mecanismos de participação e de mudanças contínuas de concepções e de práticas. Mudar nem sempre é fácil, desestabiliza e causa desconforto. Mas, é fator importante para a evolução teórico prática da gestão da educação. Nesse sentido, podemos dizer que construir relações de cooperação fundamentadas no diálogo possibilita a construção de um projeto coletivo de educação.
A Constituição Federal de 1988 historicamente, tem contribuído para a construção social e coletiva da gestão democrática do ensino público no Brasil. Inseriu, pela primeira vez, na história da educação brasileira a gestão democrática como princípio da educação nacional. Conforme o seu Art. 206, inciso VI, o ensino deverá ser ministrado com base no seguinte princípio: “Gestão democrática do ensino público na forma da lei” (BRASIL, 1998, p. 128).
Concebeu a educação como direito social de todo cidadão, estabelecendo, em seu Art. 205, que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1998, p. 128).
Assim, a educação passou a ser entendida como um espaço de coparticipação e de corresponsabilidade entre a família, a sociedade e o Estado.
Sendo espaço de coparticipação e de corresponsabilidade, a participação de diversos segmentos da comunidade é de fundamental importância para a construção de uma gestão democrática. “A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão” (BRASIL, 2004b, p. 13).
Sobre a questão da participação é importante levar em consideração os seguintes aspectos:
Para que a participação seja uma realidade, são necessários os meios, e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Dentre os meios e as condições destacam-se, ainda, a importância de se garantir: infraestrutura (sic) adequada, quadro de pessoal qualificado, apoio estudantil.Outro dado importante é entender a participação, como processo a ser construído coletivamente. Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal/legal (BRASIL, 2004b, p. 15).
A participação enquanto possibilidade real precisa ser entendida como processo a ser construído diariamente nas práticas educativas. Além disso, é importante pensar sobre qual cultura está permeando as relações e, quais os caminhos possíveis para uma efetiva gestão democrática.
De acordo com Libâneo (2005), a gestão democrática participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, apostando na construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola através do diálogo, do consenso.
Uma gestão democrática se faz com pessoas comprometidas com o seu tempo e com a construção de uma sociedade mais justa. Os princípios legais e constitutivos de uma gestão democrática, para sua concretização. Conforme a Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional 9394/96:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I- participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político pedagógico da escola;
II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 2004c, p. 32).
A partir da LDB podemos destaca-se que a gestão democrática se configura a partir da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico e da participação da comunidade escolar, local e em conselhos escolares ou equivalentes. Destacamos ainda, que o papel da gestão da escola no processo de construção da gestão democrática consiste fundamentalmente em propiciar condições para que os profissionais que atuam na educação básica, participem da elaboração do projeto político pedagógico. Para isso, é preciso tempo e espaço. Reservar tempo para discussões e espaço para que o coletivo, a partir de reflexões, possam melhorar as práticas pedagógicas e atingir índices significativos de ensino e aprendizagem.
A lei estabelece ainda que, a gestão democrática é princípio do ensino público no Brasil, ou seja, coloca a necessidade de que a gestão das escolas se efetivem por meio de processos coletivos envolvendo a participação da comunidade local e escolar. Assim, a gestão democrática requer a garantia de mecanismos e condições para que os espaços de participação, partilhamento e descentralização do poder ocorram. (BRASIL, 2004a).
Nessa direção, a gestão das escolas não pode ficar sob a incumbência de uma pessoa, ou seja, do diretor(a). Mas, precisa se efetivar por meio da participação dos integrantes dos conselhos escolares, que por sua vez, são pessoas que representam a comunidade escolar e local.
A participação
dos profissionais que atuam na educação básica, no que se refere à construção da gestão democrática, ocorre a partir do envolvimento na elaboração, execução e avaliação do Projeto Político Pedagógico.
Todas as práticas pedagógicas traduzem uma concepção de educação que gira em torno de uma proposta pedagógica, seja ela consciente ou não. Participar da elaboração de um Projeto Pedagógico é vital para que se assume em conjunto o processo coletivo de tomada de decisões, bem como a possibilidade de construir novas relações no ambiente escolar.
A gestão democrática, a participação dos profissionais e da comunidade escolar, a elaboração do projeto pedagógico da escola, a autonomia pedagógica e administrativa são elementos fundamentais para a construção participativa da gestão escolar. (RIBEIRO; MENIN, 2005, p.68)
Existem instrumentos que são fundamentais no desenvolvimento de uma gestão democrática, sendo imprescindíveis na realização de ações democráticas dentro da escola: o Conselho Escolar e o Projeto Político Pedagógico.
CONSELHO ESCOLAR
O conselho escolar é composto por pais, professores, funcionários, alunos e a comunidade em geral. É um órgão deliberativo responsável pela tomada de decisão de questões no âmbito escolar, sendo um instrumento de democratização da escola.
As atribuições do Conselho Escolar dependem das diretrizes do sistema de ensino e das definições das comunidades local e escolar. O importante é não perder de vista que o Regimento, a ser construído coletivamente na escola, constitui a referência legal básica para o funcionamento da unidade escolar e, desse modo, é fundamental que a instituição educativa tenha autonomia para elaborar seu próprio regimento. Dentre as principais atribuições do Conselho destacamos a sua função de coordenação do coletivo da escola e a criação de mecanismos de participação. (BRASIL, 2004, p.45)
Além de, como anteriormente citado, o conselho escolar ser um instrumento de democratização da escola também auxilia na aprendizagem da função política da educação à medida que os alunos se organizam para formar os grêmios estudantis que também possuem poder decisório dentro da unidade escolar.
“Os conselhos escolares adquirem vida e forma material nas articulações relacionais entre os atores sociais que os compõem; na forma como pais, alunos, professores, funcionários e Direção apropriam-se do espaço do conselho, enquanto o constroem, de maneira dinâmica e conflitiva.” (WERLE, 2003, p.102)
Apenas participar dos conselhos escolares não assegura a prática de uma gestão democrática. É preciso que os membros destes conselhos participem das decisões de forma democrática, deixando de lado interesses pessoais e priorizar as necessidades coletivas.
Os Conselhos escolares tornam-se, neste contexto, instrumentos importantes para a desejada prática democrática. A escolha democrática dos dirigentes escolares e a consolidação da autonomia das escolas alinham-se aos colegiados com a finalidade de desvendar os espaços de contradição gerados pelas novas formas de articulação dos interesses sociais. A partir do conhecimento destes espaços, certamente presentes no cotidiano da vida escolar e das comunidades, é que será possível ter os elementos para a proposição e construção de um projeto inclusivo. (AZEVEDO; GRACINDO, 2005, p.34)
Os Conselhos escolares são órgãos de democratização das escolas à medida que representam as opiniões e sugestões da comunidade e, com isso, dividem as responsabilidades com os gestores escolares sobre decisões pertinentes à escola tornando-se assim um elemento fundamental para uma gestão participativa e democrática.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)
A proposta pedagógica representa a escola, ou seja, é a identidade da instituição de ensino. Define os objetivos e quais caminhos seguir para alcançá-los. Deve ser fruto de todos os participantes da comunidade escolar, isto é, deve ser formulado pelo diretor, coordenador, professores, funcionários da unidade escolar, pais e alunos.
“O Projeto Político Pedagógico é o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar a partir de um posicionamento quanto à sua intencionalidade e de uma leitura da realidade. ” (VASCONCELOS, 2009, p.17) 
O PPP é assim denominado devido às suas funções e aspirações dentro da escola, sendo que as próprias palavras que compõem o seu nome falam muito sobre ele:
a) é projeto porque contém metas e objetivos concretos a serem alcançadas em um determinado período de tempo;
b) é político à medida que considera a escola como um espaço onde se formam cidadãos responsáveis e críticos para viverem em sociedade;
c) é pedagógico porque define, reúne e organiza as atividades necessárias para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem no ambiente escolar.
“A estrutura básica da elaboração do Projeto Político Pedagógico na linha do Planejamento Participativo é composta de três grandes elementosa saber: Marco Referencial, Diagnóstico e Programação, que correspondem respectivamente, àquelas três dimensões do processo de planejamento que apontamos acima: Projeção de Finalidades, Análise da Realidade e Elaboração das Formas de Mediação. ” (VASCONCELOS, 2009, p.22).
O principal objetivo do PPP é democratizar a escola, definindo sua identidade baseado no perfil de todos que participam das atividades da escola e na comunidade a sua volta. Orienta os profissionais da escola e as famílias a como concretizar as ações previstas na proposta pedagógica.
A prática da gestão não se esgota no âmbito da instituição escolar nem se reduz à ação dos gestores nos processos administrativos e pedagógicos. Deve ter em conta um projeto pedagógico, assegurado por organização do trabalho escolar colegiado, envolvendo, se possível, todos os personagens que atual na escola – pois uma prática que dê respostas a alguns problemas existentes é uma construção coletiva na qual devem comprometer-se diferentes ações individuais. (DE ROSSI, 2000, p.36-37)
Através do projeto político pedagógico a escola busca um ideal a alcançar de uma forma planejada o que proporciona resultados mais eficientes e seguros, ou seja, é um conjunto de princípios que norteiam a elaboração e execução do planejamento e que implica que este planejamento seja realizado em todas as atividades escolares e após a execução das ações previstas haja a avaliação do processo e mudança caso seja necessário.
O PPP é uma obrigação legal descrita na Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996a), no inciso I do art.12 que estabelece que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.
Em síntese, as finalidades do PPP são as seguintes:
a) definir coletivamente a identidade da escola de acordo com as particularidades e necessidade da comunidade a que pertence e as metas a serem atingidas e ainda em como serão alcançadas;
b) definir o conteúdo do trabalho escolar levando em conta as Diretrizes Curriculares Nacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais, os princípios orientadores da Secretaria da Educação e a realidade da escola;
c) integrar as ações desenvolvidas na escola com a comunidade;
d) trazer a comunidade para dentro da escola possibilitando a tomada de consciência dos problemas da escola e das possíveis soluções, definindo as responsabilidades da escola e da comunidade;
e) criar parâmetros de acompanhamento e avaliação das ações escolares.
O PPP é um instrumento de transformação da realidade, envolve tudo que estiver relacionado com o processo de ensino-aprendizagem dentro e fora da escola, sendo necessário que o mesmo esteja comprometido com as necessidades culturais e sociais da comunidade e fazendo com que a mesma se sinta parte na elaboração e nas ações desenvolvidas e não apenas produto destas ações.
O projeto é um meio de engajamento coletivo para integrar ações diversas, criar sinergias no sentido de buscar soluções alternativas para diferentes momentos do trabalho pedagógico – administrativo, desenvolver o sentimento de pertença, mobilizar os protagonistas para a explicitação de objetivos comuns definindo o norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de uma coerência comum, mas indispensável, para que a ação coletiva produza seus efeitos. (VEIGA, 2003, p.275)
O projeto pedagógico é um instrumento de gestão democrática que, se bem elaborado e executado, promove a participação coletiva nas decisões da escola de forma a envolver todos em um objetivo único de alavancar e desenvolver cada vez mais o processo educativo.
GESTOR ESCOLAR
O gestor escolar é o responsável pela instituição escolar, pelas ações e pelos profissionais que atuam na mesma.
Ele precisa ser um conhecedor da legislação educacional, cuidar dos recursos financeiros e da prestação de contas em relação aos mesmos, além de coordenar, motivar, liderar e delegar responsabilidades aos membros da equipe escolar.
Tem como função articular o desenvolvimento das ações tomadas coletivamente, ou seja, pôr em prática as ações propostas pela equipe gestora, pelos professores e pelos pais.
O diretor é o indivíduo que representa o gestor público dentro da escola. Ele é a figura mais importante e de maior influência no ambiente escolar à medida que é o responsável legal pela instituição, além de ser o líder que garante o funcionamento da escola, em seus aspectos administrativo e pedagógico.
É do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto a consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido e controlando todos os recursos para tal. Devido sua posição central na escola, o desempenho de seu papel exerce forte influência (tanto positiva, como negativa) sobre todos os setores pessoais da escola. (LUCK, 2004, p.32)
A forma com que o diretor lidera sua escola é que determina as características da gestão praticada. Esta gestão pode ser individualista, autoritária ou democrática.
De acordo com Luck (2001), os diretores participativos baseiam-se no conceito de autoridade compartilhada, cujo poder é delegado aos representantes da comunidade escolar e as responsabilidades são assumidas por todos.
Para que haja uma gestão democrática o diretor deve motivar o diálogo, mediar conflitos, respeitar as diferenças e integrar as ações da escola à comunidade. Deve desenvolver o planejamento e o PPP através de ações coletivas e participativas.
O gestor democrático deve descentralizar as ações, delegando e compartilhando as responsabilidades.
Em uma gestão democrática o gestor/diretor continua sendo o principal responsável pela escola, no entanto ele divide suas responsabilidades com a comunidade e professores e principalmente com os outros membros da equipe gestora: coordenadores e supervisores.
O gestor escolar precisa conhecer a comunidade em que sua escola está inserida para que possa adaptar seu trabalho às necessidades de todos que fazem parte da comunidade escolar.
Dentre as características fundamentais do gestor escolar pode-se destacar a capacidade de exercer uma liderança democrática e a capacidade de delegar as tarefas à sua equipe. Ele deve difundir na instituição valores como autonomia e responsabilidade.
Autonomia
A autonomia está intimamente ligada à necessidade que os profissionais da educação possuem em adequar suas ações às necessidades de seus alunos ou dos profissionais que compõem a escola, ou ainda às aspirações da comunidade da qual a escola está inserida.
O artigo 15 da Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996a) apresenta a seguinte determinação em relação à autonomia: “os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observada as normas gerais de direito financeiro público”.
Conforme Veiga (2003), a autonomia possui quatro dimensões básicas: administrativa, jurídica, financeira e pedagógica.
A autonomia administrativa é a possibilidade de elaborar e gerir seus planos e projetos. Envolve a relação da escola com a comunidade, destacando o estilo de gestão adotado. Espaço de negociação permanente.
A autonomia jurídica Elaboração de normas e orientações escolares. Os estatutos, regimento, avisos, portarias, avisos, memorandos, não devem inviabilizar a participação cultural, profissional e sociopolítica.
A autonomia financeira pode ser total, quando a escola administra todos os recursos a ela destinados pelo poder público ou parcial, quando administra apenas parte dos recursos repassados.
A autonomia pedagógica é a base da identidade, função social, organização curricular e avaliação da escola. Relaciona-se às práticas pedagógicas desenvolvidas no ambiente escolar.
Segundo Gadotti; Romão (1997), para que aconteça a construção da autonomia na escola precisa haver a superação de diversas dificuldades, tais como: nossa pouca experiência democrática; a mentalidade que atribuiaos técnicos e apenas a eles a capacidade de planejar, governar e que considera o povo incapaz de exercer o governo ou de participar de um planejamento coletivo em todas as suas fases; a própria estrutura de nosso sistema educacional que é vertical; o autoritarismo que impregnou nossa prática educacional e o tipo de liderança que tradicionalmente domina nossa atividade política no campo educacional.
A autonomia deve ser praticada no dia a dia através de práticas como a tomada de decisões coletivas, o diálogo e a divisão de tarefas.
Responsabilidade
Em uma gestão democrática as responsabilidades são divididas entre gestores, professores, pais, alunos e a comunidade em todos os momentos como planejamento, execução e avaliação de todas as atividades desenvolvidas na escola.
Faz-se necessário desenvolver uma cultura escolar que priorize a participação, reconhecendo esta como instrumento fundamental para um novo modelo de gestão escolar.
De acordo com BRASIL (2004), para que a participação seja realidade, são necessários meios e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários de distribuição do poder no seu interior.
Ainda de acordo com BRASIL (2004), é necessário entender a participação como um processo a ser construído coletivamente, sendo fundamental ressaltar que a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal/legal.
A divisão das responsabilidades e tarefas está vinculada à confiança que todos da equipe possuem nos demais membros. As decisões coletivas estarão cada vez mais presentes à medida que todos se apropriarem do sentimento de que a escola é de todos e que todos podem contribuir de alguma forma para melhorá-la constantemente.
METODOLOGIA
Foi realizada além de uma pesquisa de campo, um estudo de caso, através de questionários distribuídos a diretores, coordenadores e professores das escolas Gonçalves Dias e Jorge Amado da cidade de Parauapebas-PA, durante o período de fevereiro a março de 2020.
As escolas municipais compreendem educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, sendo que participaram da pesquisa 2 diretores, 2 coordenadores 2 professores.
A pesquisa caracteriza-se em um estudo de caso. Yin (1994) apud Collis; Hussey (2005), identifica como características da pesquisa de estudo de caso o fato de o objetivo não explorar certos fenômenos, mas também entendê-los num determinado contexto e a pesquisa usa métodos múltiplos para coletar dados que podem ser tanto qualitativos quanto quantitativos.
A pesquisa utilizou-se de questionários como instrumento de coleta de dados.
De acordo com Collis; Hussey (2005), um questionário é uma lista de perguntas cuidadosamente estruturadas, escolhidas após a realização de vários testes, tendo em vista extrair respostas confiáveis de uma amostra escolhida. O objetivo é descobrir o que um grupo selecionado de participantes faz, pensa ou sente.
Os questionários foram aplicados com o objetivo de descobrir o que os sujeitos da pesquisa pensam e sentem em relação ao assunto em questão.
Foram aplicados questionários com caráter quantitativo (perguntas fechadas) e qualitativo (perguntas abertas).
Segundo Collis; Hussey (2005), as perguntas abertas oferecem a vantagem de que os respondentes podem dar suas opiniões da maneira mais precisa possível usando suas próprias palavras, mas podem ser difíceis de analisar.
Ainda segundo com Collis; Hussey (2005), perguntas fechadas são muito convenientes para coletar dados factuais e geralmente são fáceis de analisar, já que a gama de respostas potenciais é limitada.
A pesquisa inclui também levantamento bibliográfico realizado através de livros, pesquisas em internet e em lugares onde houvesse informações disponíveis e relevantes sobre o assunto pesquisado.
Severino (2000), afirma que a pesquisa bibliográfica dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetos, na construção de hipótese, na fundamentação da justificativa, da escolha do tema e na elaboração do relatório final.
A pesquisa bibliográfica deu suporte durante a elaboração dos questionários respondidos pelos diretores, coordenadores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os questionários aplicados visavam diagnosticar se as escolas municipais Gonçalves Dias e Jorge Amado possuíam uma gestão democrática e participativa ao olhar dos diretores, coordenadores e professores destas instituições.
Tinha por finalidade também verificar quais os paradigmas existentes que poderiam estar impedindo uma gestão democrática e participativa em tais escolas.
ANÁLISE DA PESQUISA REALIZADA COM OS DIRETORES
A primeira pergunta do questionário dirigido aos diretores buscava identificar quais são as características de um bom gestor na opinião dos entrevistados.
Foi possível identificar pelas respostas adquiridas que os gestores consideram a liderança e o diálogo como fatores essenciais na relação do diretor com os funcionários, os alunos e a comunidade.
Segundo Davis; Newstrom (1992), a liderança é o fator humano que ajuda o grupo a identificar para onde ele está indo e assim motivar-se em direção aos objetivos.
Fica evidente que a liderança é uma característica fundamental para que um gestor desempenhe suas funções adequadamente é fator relevante na motivação da equipe.
Quadro 1: Características de um bom gestor
	DIRETORES
	RESPOSTAS
	Derenice Silveira
	Compromisso, competência, procurando atingir os objetivos de forma democrática, liderando uma a equipe onde todos possam participar com sugestões e críticas
	Irene Melo Da Silva
	Democrático, líder, ter preparo pedagógico e jogo de cintura para lidar com diferentes situações e diferentes pessoas.
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Para os entrevistados o gestor deve ser democrático e incentivar a equipe a desenvolver um trabalho coletivo, para Vasconcelos (2009) que a direção, para ser democrática, deve estar pautada num projeto coletivo.
Conforme Ribeiro; Menin (2005), a direção tem a função de canalizar um trabalho conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as rumo aos objetivos, sendo estas características de um bom gestor.
O próximo questionamento tem por finalidade mostrar se os diretores conhecem quais suas funções dentro da escola.
Libâneo (2004) citou que dentre as atribuições do diretor estão as de supervisionar atividades administrativas e pedagógicas, assim como Libâneo os diretores também reconhecem que possuem estas funções.
Quadro 2: Funções dos diretores dentro da escola
	DIRETORES
	RESPOSTAS
	Derenice Silveira
	Liderar a equipe escolar nos aspectos pedagógicos, planejar de forma coletiva as ações dentro da escola, administrar problemas relacionados à manutenção e abastecimento dos materiais e prestar conta à comunidade escolar
	Irene Melo Da Silva
	Planejamento, organização, coordenação, avaliação e integração de todas as atividades desenvolvidas no âmbito escolar; garantir a elaboração e execução do projeto pedagógico e a articulação da comunidade com a escola
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Pode-se observar como ponto interessante na pesquisa que todos os diretores entrevistados possuem conhecimento de quais são as funções pertinentes a seu cargo, reconhecendo que os gestores, assim apresentado por Vasconcelos (2009), tem por função ser o elo integrador nos segmentos internos e externos da escola.
O próximo questionamento procurou identificar o perfil dos gestores escolares, indagando os entrevistados sobre o apoio e aceitação dos mesmos (diretores) às mudanças propostas pela equipe pedagógica, funcionários e alunos.
Observou-se que os gestores entrevistados analisam estas mudanças propostas não concordando ou discordando de imediato, mas realizando um diálogo com todos sobre as necessidades e possibilidades de realizá-las.
Os resultados evidenciam que os gestores procuram ouvir a todos os envolvidos antes de tomar suas decisões, o que fica explicitadopelo fato de que nenhum gestor entrevistado rejeitar de imediato as propostas de mudanças antes de analisá-las.
Questionário com os diretores
1- Na sua opinião, quais as características de um bom gestor?
2- Quais as funções do gestor escolar?
3- Quando a equipe pedagógica, os funcionários ou os alunos propõem alguma inovação, você:
(__) Concorda
(__) Discorda
(__) Analisa
4- Qual sua atitude quando a equipe pedagógica toma decisões sem seu conhecimento ou na sua ausência?
(__) Aprova, pois se você não está alguma atitude deve ser tomada
(__) Desaprova, pois acredita que e precisa tomar ciência antes que a decisão seja tomada
(__) Discute para tomar consciência
5- Para você o que é gestão democrática e participativa?
6- Quais fatores podem garantir a gestão democrática dentro da escola?
7- Como você considera a participação dos pais na escola?
(__) Boa
(__) Regular
(__) Ruim
8- Os professores participaram ativamente da elaboração do PPP da escola?
(__) Sim
(__) Não
9- Quando eles propõem mudanças e inovações na escola, como se comporta a maioria dos funcionários?
(__) Concordam
(__) Discordam, pois não gostam de mudanças
(__) Discutem dando sugestões e opiniões
10- Quais são as maiores dificuldades para construir uma gestão democrática e participativa?
11- Você considera a gestão da sua escola participativa?
(__) Sim
(__) Não
ANÁLISE DA PESQUISA REALIZADA COM OS COORDENADORES PEDAGÓGICOS
Os coordenadores pedagógicos fazem parte da equipe gestora na escola e desempenham funções de apoio pedagógico aos professores.
O primeiro questionamento dirigido aos coordenadores pedagógicos teve por finalidade demonstrar suas atribuições no ambiente escolar.
Quadro 3: Atribuições do coordenador pedagógico
	COORDENADOR
	RESPOSTAS
	Marlene Alves Monteiro
	Acompanhar o projeto político pedagógico, partilhar ações, programar ações que viabilizem a formação do grupo de professores para a qualificação continuada, conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, promovendo mudanças atitudinais, procedimentais e conceituais.
	Maria do Socorro Ribeiro
	Articulador, um elo entre as pessoas, o projeto escolar e os conteúdos; mobilizador de pessoas para as mudanças, auxiliando neste processo. É um formador, mediador. Proporciona a reflexão.
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Os coordenadores pedagógicos citaram em suas respostas a articulação e o acompanhamento do PPP como atribuições de seus cargos, reforçando o referencial teórico deste trabalho, onde Vasconcelos (2009) destaca a coordenação pedagógica como articuladora do projeto político pedagógico, sendo responsáveis pela reflexão, participação e concretização do PPP da escola.
O objetivo do próximo questionamento é apontar as dificuldades que os coordenadores pedagógicos enfrentam na realização de suas funções.
Quadro 4: Dificuldades no desenvolvimento da coordenação pedagógica
	COORDENADOR
	RESPOSTAS
	Marlene Alves Monteiro
	Problemas burocráticos que ocupa muito tempo
	Maria do Socorro Ribeiro
	As questões burocráticas ocupam grande parte do tempo.
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Demonstrado na entrevista que os coordenadores acreditam que o excesso de tarefas burocráticas é a maior dificuldade enfrentada no momento da realização de suas funções, já que exigem muito tempo.
Outro ponto analisado pela pesquisa refere-se ao apoio que a coordenação recebe da direção. Procurou-se analisar se os coordenadores pedagógicos consideram que possuem respaldo da direção nas resoluções de problemas junto a professores e alunos, sendo possível verificar que a totalidade dos coordenadores entrevistados se sente apoiada pelos gestores na realização de suas tarefas. O que ficou claro que a relação de cumplicidade entre diretor e coordenador é fundamental na realização da gestão escolar.
Questionário com os coordenadores pedagógicos
1- Na sua opinião, qual é a função/atribuições do coordenador pedagógico?
2- Quais as maiores dificuldades no desenvolvimento das atividades de coordenação?
3- Para você o que é gestão democrática e participativa?
4- Considera a gestão da sua escola democrática e participativa?
(__) Sim
(__) Não
5- Se a resposta da questão anterior for negativa, cite as possíveis causas de não ser possível o desenvolvimento de uma gestão democrática e participativa.
6- Caso for positiva, quais as vantagens desse modelo de gestão presente em sua instituição.
7- Os professores conhecem ou participaram da elaboração do PPP da escola?
(__) Sim
(__) Não
(__) Não há interesse por parte dos professores
(__) Não há interesse por parte da direção
8- Tem respaldo da direção nas resoluções de problemas junto a professores e alunos?
(__) Sim
(__) Não
(__) As vezes
9- Tem autonomia para tomar decisões em relação às questões da escola?
(__) Sim
(__) Não
(__) As vezes
ANÁLISE DA PESQUISA REALIZADA COM OS PROFESORES
Questionário destinado aos professores
Os professores possuem um papel fundamental dentro da instituição à medida que são os responsáveis diretos pelo ensino.
O questionamento que iniciou a pesquisa com os professores procurou verificar se as decisões, nas questões disciplinares, são apoiadas pela coordenação e direção, declaram que suas decisões são respeitadas.
Quadro 4: Apoio pela coordenação e direção quanto as questões disciplinares e nas decisões.
	PROFESSORES
	RESPOSTAS
	Cícera
	Sim
	Eliane
	Sim
	Isabel
	Sim
	Joilma
	Sim
	Moises
	Sim
	Poliana
	Sim
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Os resultados da pesquisa indicam que os entrevistados consideram suas ações respeitadas, o que é um indicador de que as escolas estão procurando desenvolver cada vez mais uma relação de respeito e de responsabilidades divididas, deixando de serem escolas centralizadoras.
A próxima questão procura esclarecer se os professores possuem autonomia na elaboração do planejamento.
De acordo com as respostas dos entrevistados percebe-se que os professores possuem autonomia na elaboração do planejamento.
Quadro 5: Autonomia dos professores na elaboração do planejamento.
	PROFESSORES
	RESPOSTAS
	Cícera
	Sim
	Eliane
	Sim
	Isabel
	Sim
	Joilma
	Sim
	Moisés
	Sim
	Poliana
	Sim
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Como destacado no referencial teórico, o gestor escolar deve valorizar a atividade do professor dentro da escola, abrindo espaços para sua autonomia e incentivando que o mesmo participe ativamente do planejamento escolar com propostas, sugestões e levantamento de questões, pois muitas vezes, só ele é capaz de visualizar estas necessidades devido sua prática na sala de aula.
O próximo questionamento é fundamental pois pretende verificar se os professores conhecem ou participaram da elaboração do PPP da escola.
De acordo com as respostas percebe-se que os professores conhecem ou participaram da elaboração do PPP.
Quadro 6: Os professores conhecem ou participaram da elaboração do PPP da escola.
	PROFESSORES
	RESPOSTAS
	Cícera
	Sim
	Eliane
	Sim
	Isabel 
	Sim
	Joilma
	Sim
	Moisés
	Sim
	Poliana
	Sim
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
O PPP é a identidade da escola. Ele deve ser elaborado juntamente com todos os funcionários da escola e com a participação da comunidade, além de ter que ficar disponível a todos na escola. Todos os professores entrevistados declararam conhecer ou ter participado da elaboração do PPP.
Questionário com os professores 
1- Suas decisões, nas questões disciplinares, em relação aos alunos são apoiadas pela coordenação e direção?
(__) Sim
(__) Não
(__) As vezes
2- Tem autonomia na elaboração do planejamento?
(__) Sim
(__) Não
(__) As vezes
3- Participou da elaboração ou conhece o PPP da escola?
(__) Sim
(__) Não
(__) Não há interesse de sua parte
(__) Não há interesse por parte da equipe gestora
4- Quando você, professor, propõe alguma mudança ou inovação na escola, como se comporta a equipe gestora?
(__) Concorda
(__) Discorda, pois não gostam de mudanças
(__) Discute a possibilidade, dando sugestões e opiniões
(__) Nãohá espaço para que o professor proponha mudanças e inovações
5- Para você o que gestão democrática e participativa?
6- Você considera a gestão de sua escola democrática e participativa?
(__) Sim
(__) Não
7- Na sua opinião, quais as maiores dificuldades para se construir uma gestão democrática e participativa na escola?
ANÁLISE DA PESQUISA COMUM A DIRETORES, COORDENADORES E PROFESSORES
Com o intuito de demonstrar a visão sobre gestão democrática e participativa foram feitas perguntas comuns a diretores, coordenadores e professores.
Os diretores, coordenadores e professores foram questionados sobre o conceito de gestão democrática e participativa e expressaram suas opiniões sobre este modelo de gestão que cada vez mais se torna necessário dentro das instituições de ensino à medida que influencia no relacionamento a nos resultados do ensino e da aprendizagem.
Quadro 7: Conceito de gestão democrática e participativa
	
	RESPOSTAS
	DIRETORES
	- É buscar o equilíbrio entre os aspectos pedagógicos e administrativos, analisando as sugestões dos professores, comunidade e funcionários antes de tomar decisões.
- Construção em conjunto, onde todos têm ideias e trabalho, pois ideais e trabalho devem caminhar juntos.
	COORDENADORES
	- Na gestão democrática as decisões são tomadas pelo grupo, pensando nos benefícios para a instituição.
- As tarefas, deveres e resultados são compartilhados por todos, sendo o papel do diretor gerir os envolvidos neste processo.
	PROFESSORES
	- É aquela em que todos participam das ações da escola, opinando, dando sugestões. Dialogam sobre os temas tratados no decorrer do ano letivo, trocam experiências e trabalham em conjunto.
- Gestão democrática é quando todos da comunidade escolar têm o direito de opinar sobre todos os assuntos referente à escola e participam ativamente das resoluções dos problemas
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
Pode-se observar pelas respostas obtidas que os diretores, coordenadores e professores fazem a ligação de gestão democrática e participativa com decisões tomadas de forma coletiva, inclusive da comunidade escolar em todas as ações da escola, principalmente àquelas que visam a qualidade do ensino/aprendizagem sendo compatível com Luck (2006) que ressalta que a gestão democrática e participativa está pautada em um “compromisso coletivo com resultados educacionais”.
Outro ponto analisado foi se os sujeitos da pesquisa consideram a gestão de sua escola democrática e participativa.
Em relação aos diretores, eles consideram a gestão de sua escola democrática e participativa.
Os coordenadores pedagógicos consideram em sua totalidade que a gestão de suas escolas é participativa, dando como exemplo de atitudes democráticas o envolvimento de todos na resolução de problemas, as responsabilidades compartilhadas e comunidade envolvida com os projetos da escola.
Os professores, da mesma forma, quando questionados sobre a gestão de suas escolas declararam que a consideram democrática e participativa e citam a boa relação com gestores e coordenadores e o desenvolvimento das atividades norteado pelo projeto pedagógico como fatores fundamentais para uma gestão escolar efetivamente democrática e para despertar na comunidade a vontade de estar dentro da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada identificou que a gestão participativa é uma opção para as escolas envolverem a comunidade e todos os funcionários, o que certamente auxiliará para atingir o objetivo principal da escola que é um ensino aprendizagem de qualidade.
O presente trabalho destaca que a gestão democrática e participativa deve ser um instrumento de mudança e transformação de professores, funcionários, pais, alunos, comunidade e principalmente à equipe gestora que para realizar uma verdadeira gestão democrática e participativa deve romper com práticas com autoritarismo, individualismo, centralização de tarefas e passar a ser um gestor que reforça o trabalho em equipe, delega tarefas, confia na equipe e divide a tarefa da tomada de decisões com todos os agentes da comunidade escolar.
Através da pesquisa bibliográfica houve o aprofundamento sobre o tema e o despertar para conceitos ainda desconhecidos e a reflexão sobre a importância dos mesmos na prática dos profissionais envolvidos na educação.
O estudo de caso, baseado em uma pesquisa de campo onde foram aplicados questionários nos sujeitos da pesquisa permitiu a visualização da relação dos estudos teóricos com a prática desenvolvida nas escolas.
A análise dos dados da pesquisa demonstrou que os profissionais que trabalham nas escolas Gonçalves Dias e Jorge Amado considera a gestão democrática e participativa.
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� Profª da Escola Municipal Jorge Amado, Parauapebas, PA. fernanda.correa114@gmail.com.
� Prof Coordenador Técnico I do Setor do Campo de Parauapebas, PA, joseiltoncorreaprof10@gmail.com.

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