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HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO BRASIL COLONIAL

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PROFESSORA 
ALESSA ALVARENGA
DISCIPLINA-HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO E GASTRONOMIA BRASILEIRA
GASTRONOMIA
Os Alimentos e a História
Os alimentos não são somente alimentos 
Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui atitudes, ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. Nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro.
 A historicidade da sensibilidade gastronômica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais, como espelho de uma época e que marcaram uma época. 
Nesse sentido, o que se come é tão importante quanto: quando se come, onde se come, como se come e com quem se come. 
A história da Alimentação
Assim como a linguagem a cozinha contém e expressa a cultura de quem a pratica, é depositária das tradições e das identidades de grupo. A comida auxilia na intermediação entre culturas diferentes, abrindo os sistemas culinários a todas as formas de invenções, cruzamentos e contaminações.
A HISTÓRIA DA GASTRONOMIA BRASILEIRA
Ao longo de mais de 500 anos de história, a culinária brasileira é resultante de uma grande mistura de tradições, ingredientes e alimentos que foram introduzidos não só pela população nativa indígena como por todas as correntes de imigração que ocorreram no período.
Cada região do país tem sua peculiaridade gastronômica e sua culinária adaptada ao clima e à geografia. Além disso, o próprio descobrimento do Brasil remete à culinária, já que as caravelas portuguesas desembarcaram aqui em 1500 enquanto navegavam em busca das Índias e suas especiarias.
A história da gastronomia Brasileira
“Deram-lhes ali de comer; pão e peixe cozido, confeito, 
fartéis, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada daquilo;
 se alguma coisa provavam, logo lançavam fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; 
mal lhe puseram na boca; não gostaram de nada, nem quiseram mais.
Trouxeram-lhe água em uma aíbarrada. 
Não beberam. Mal a tomaram na boca, que lavavam e a lançaram fora.”
24 de abril 1500 – Pero Vaz de Caminha
Poucos dias depois ele comeu tudo que lhe foi oferecido pelos portugueses. Bebeu vinho, comeu presunto defumado e cozido, peixe cozido, pão, figo em passas, confeitos de açúcar e Fartéis, uma massa folhada recheada com doce de amêndoas e Cidrão.
O Fartel foi na verdade o primeiro bolo-doce de origem portuguesa saboreado no brasil.
Com relação ao modo de vida e de alimentação dos homens da nova terra, o escrivão de Cabral escreveu em sua carta:
“Eles não lavram, nem criam.
 Não há aqui boi, nem vaca, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária,
 que acostumada seja ao viver dos homens.
 Não comem se não desse Inhame que aqui há muito, 
e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam.”
A MANDIOCA
O alimento chamado pelos portugueses de Inhame, e que diziam ser o pão de cada dia dos índios, não era propriamente o Inhame, que só viria mais tarde para o Brasil, trazido da África pelos negros. Tratava-se, na verdade, da mandioca, confundida com o Inhame devido a semelhança de suas raízes.
A mandioca sim, era o alimento que tinha predileção total dos habitantes desse imenso Brasil, recém-descoberto, e com a qual faziam a farinha e o Beiju.
Com o Beiju preparavam os fanéis de guerra, de caça ou de pesca.
 A farinha era comida de volume, a que saciava, o pão diário do índio, o seu manjar delicioso. Ela acompanhava tudo o que se comia, carne, peixes, frutas, caldos de carne ou de peixe. Também podia ser comida pura, tornando-se um alimento completo.
Sem farinha não havia alimentação, mesmo que houvesse outra coisa para comer.
“Embrenharam-se muito pelo sertão e quando a felicidade os encheu de caça,
 aconteceu-lhes uma desgraça: acabou-se lhes a farinha.”
Os índios faziam o pirão escaldado, mesmo antes do Brasil ser descoberto
O MILHO E O PALMITO
Eles gostavam de roer as espigas, geralmente assadas e de preparar uma espécie de mingau, bem ralo que era bebido.
Pa’muña
Eles comiam e cultivavam aipim, batata, abóbora, milho, feijão, fava, amendoim e cará, este último bem parecido com o Inhame africano, porém menor e de origem brasileira.
 O índio não tinha o hábito de plantar fruta, apenas colhiam o que a natureza lhes oferecia fartamente: abacaxi, goiaba, cajá, maracujá, umbú, mamão, mangaba e caju, sendo esta a mais soberana de todas.
As laranjas, bananas, limas e os limões só foram conhecidos mais tarde quando trazidos pelos portugueses.
Com a chamada Pacova, que já existia no Brasil antes do descobrimento os índios preparavam mingaus, caldos e bebidas. Sempre eram cozidas para o uso.
Dois pratos que herdamos dos índios e apreciamos até nos dias de hoje são a moqueca e a paçoca.
Os peixes eram um dos alimentos preferidos dos indígenas sendo consumidos cozidos ou assados.
Também se fabricava a farinha de peixe que era mais farnel para viagem ou caçada
A caça era assada com couro e comida semi-crua.
Eles podiam comer a qualquer hora do dia ou da noite, embora só se alimentavam se tivessem fome.
Preferiam o alimento tostado ou assado muito mais do que cozido e não conheciam fritura.
 o condimento essencial para o índio era a pimenta que ele comia verde ou madura, misturada a pescados e legumes, ou então amassada com farinha. Ela também se constituía em alimento isolado, sendo consumido inteira, com farinha.
Com a pimenta e o sal, o indígena preparava um molho especial, mas ele não cozinhava com ele, A mistura só era acrescentada ao alimento no momento de comer.
Como instrumentos de cozinha, o índio usava panelas, espeto e moquém, uma espécie de grelha que colocava sobre o fogo baixo, para assar o que seria conservado, a fim de evitar o apodrecimento.
Se fosse para ser consumido logo o peixe era espetado e assado direto na brasa,foi essa técnica , inclusive que deu origem aos churrascos, tão comuns no Brasil.
DIVISÃO DE TAREFAS
Os primeiros índios do Brasil viviam em regime de comunidade. A divisão das tarefas do dia-a-dia era feita por sexo e por idade e todos ajudavam. Os ensinamentos, as práticas, as histórias, a invocação dos espíritos, os cantos e as danças eram transmitidos de geração para geração .
Os chefes das tribos eram os mais velhos, e eram eles que resolviam problemas como doenças, mortes, desavenças na família e na tribo, atrito entre as tribos vizinhas, guerras e paz. Cada tribo tinha seus próprios costumes seu jeito de viver, de morrer, de construir a aldeia, de governar. A terra não era de um só e sim de todos que nela viviam, não haviam demarcações nem comércio
AS BEBIDAS
Os índios apreciavam bastante as bebidas e sabia fabrica-las a partir da fermentação da mandioca, do aipim, da batata doce e do milho. Sendo esta geralmente reservada para os dias de festa.
Produziam vinhos de frutas como caju, ananás e jenipapo e ainda do beiju e da tapioca.
Também existia bebidas não fermentadas, comoa garapa de pamonha, que era a pamonha dissolvida em água e o xibé, uma mistura de farinha de mandioca com água.
As bebidas indígenas sempre eram aquecidas para serem consumidas, mesmo que já tivessem sido cozidas em seu preparo.
Ao longo dos anos, a dieta indígena muodu relativamente pouco, manteve-se bastante fiel aos padrões de 1500. ela deixou uma herança extremamente significativa para a alimentação brasileira.
A COLONIZAÇÃO DO BRASIL
Guiné e Angola foram duas das regiões da Africa que mais exportaram negros para o Brasil. Os primeiros africanos chegaram logo depois que os portugueses decidiram explorar a nossa terra, para tirar dela o maior lucro possível e, assim, resolver uma grave crise financeira pela qual passava. Começava assim a colonização do Brasil pelos portugueses, cujo o principal atividade econômica er a produção e a exportação do açúcar, um dos produtos mais valorizados na época.
Da miscigenação entre os portugueses, índios e negros nasciam os Brasileiros no início do século XVI e com ele também nascia a cozinha Brasileira, resultado de uma primeira integração da culinária portuguesa coma indígena, que depois foi mesclada a cozinha africana; mas tendo um forte domínio do colonizador sobre os demais.
Desde a longa e penosa viagem dos negros ao Brasil, eles já vinham comendo milho fresco ou assado, aipim, feijão, farinha de mandioca ou de milho e as vezes peixe salgado, que recebiam como farnel. Assim os brancos iam acostumando os negros aos alimentos que lhe seriam impostos na nova terra.
Chegavam exaustos, desabilitados, doentes e com feridas e eram impostos a uma alimentação a base de frutas, pelo efeito revigorante, com destaque especial para os cajus, devido as altas porcentagens de vitamina C.
Quando um pouco melhor, eram colocados para trabalhar duro, não recebiam salário, mas apenas o mínimo necessário para continuarem vivos e trabalhando, sendo explorados ao máximo, até o seu total esgotamento.
Paralelo a isso os portugueses iam chegando com suas bagagens repletas do que mais apreciavam em sua terra natal, recriando aqui um pouco do seu ambiente familiar.
Trouxeram, bois, vacas, touros, ovelhas, cabras, carneiros, porcos, galinhas, patos, gansos, colocando-os nos quintais de suas casas e nos currais de suas fazendas. Plantaram uma enorme variedade de frutas, legumes, vegetais, cereais e temperos.
Trouxeram as festas de Carnaval, Quaresma, São João e Natal, com suas danças, músicas e comida própria.
A Vida nos Engenhos de Cana de Açúcar
Nesse tempo o açúcar era produzido nos grandes engenhos, que também cuidavam da plantação de cana e da posterior exportação do produto para a Europa.
Os engenhos tinham várias dependências além das áreas destinadas ao preparo do açúcar.
Havia a capela; a casa grande ou sede, onde morava a família dos senhores; e a senzala destinada aos escravos
Nesses engenhos morava a maioria das pessoas, razão pela qual eles eram o centro da vida social da localidade.
Cada negro recebia uma ração diária ou até mesmo semanal, quase sempre muito precária e de péssima qualidade. Ele comia o que lhe era imposto. E assim o negro conheceu a farinha de mandioca, que acabou se tornando indispensável em sua dieta. Ele aprendeu a fazer o pirão cozido, adicionando farinha ao caldo fervente até tomar consistência. Foi uma invenção do português no Brasil, a partir da farinha Brasileira e da técnica das papas e caldos dos camponeses europeus.
Pirão também significava retribuição, subsistência, mulher bonita e elemento indispensável em uma festa.
“ Não há animação sem pirão!”
Outro alimento que marcou a alimentação dos negros foi o milho, embora fosse aceito mais como fruta do que como mantimento, pois eles preferiam o milho que conheciam de sua terra natal.
Mesmo assim foi com o milho brasileiro que eles criaram o angu, um mingau mais consistente que o pirão, preparando com água e fubá. As palavras angu e fubá inclusive foram introduzidas em nosso vocabulário pelos africanos.
Porém, quem tirou o melhor proveito de nosso milho foi a mulher portuguesa, de cuja as mãos saía maravilhas como bolos, canjicas e pudins.
Depois de um século da colonização o milho já atingia o terceiro lugar entre os mantimentos mais consumidos pelos brasileiros, ficando a frente inclusive do arroz.
Plantado no Brasil pelos portugueses, o arroz foi consumido com mais intensidade a partir do século XVIII. Era comum cozinha-lo em água com sal, com a consistência de um pirão, para acompanhar carnes e peixes.
Negros, Índios e Portugueses deram a sua contribuição fazendo surgir verdadeiras maravilhas: Arroz de Haussá, Arroz de forno, arroz de Cuxá, arroz de pequi, arroz de carreteiro.
Na doçaria o arroz se transformou em mingaus, bolos, pudins e arroz doce, esse preparado com leite de gado ou de coco. Tão popular que é considerada uma sobremesa nacional.
As leguminosas não eram apreciadas pelos povos que aqui moravam e foi somente o brasileiro do século XVI que transformou o feijão em alimento mais popular do Brasil.. Junto com a farinha acompanhava peixes frescos e salgados, carne de gado e de caça.
O feijão e a farinha, portanto foram dois produtos da terra que constituíram a base da alimentação Brasileira do século XVII.

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