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As principais três unidades funcionais 2

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As principais três unidades funcionais.
	Para diferenciar as 3 unidades funcionais principais do cérebro que são fundamentais para as atividades mentais, existem as bases descritas como uma unidade para regular o tono ou a vigília, uma unidade para obter, processar e armazenar as informações que chegam do mundo exterior e uma unidade para programar, regular e verificar a atividade mental. Cada unidade exerce seu papel e contribuem para o desenvolvimento dos processos mentais.
	Cada unidade se organiza de maneira hierarquizada as áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de projeção — associação), onde informações que chegam são processadas ou programas são preparados, e, finalmente, as terciárias (zonas de superposição), os últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem e responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental que requerem a participação em concerto de muitas áreas corticais.
	A unidade que regula o tono, a vigília e os estados mentais é fundamental uma vez que em estado de vigília o homem é capaz de receber e analisar informações, não sendo possível sua ocorrência durante o sono.
	Pavlov indicou a necessidade de um estado ótimo de córtex para que ocorra qualquer tipo de atividade organizada, estabeleceu também as leis neurodinâmicas que caracterizam o estado ótimo do córtex. Segundo ele este estado apresenta uma lei de intensidade, quanto mais forte o estímulo, mais forte será a resposta, assim como o estimulo fraco corresponde a uma resposta fraca. Estes fenômenos se caracterizam de acordo com a concentração, uma relação entre excitação e inibição e pela mobilidade dos processos nervosos.
	 Esses estímulos não ocorrem durante o sono, a lei da intensidade é interrompida, assim como a relação entre excitação e inibição e a mobilidade do sistema nervoso. A manutenção do estado ótimo de tono cortical é fundamental para o curso da atividade mental.
	Uma descoberta extremamente importante, realizada há apenas trinta anos, foi a de que as estruturas que mantêm e regulam o tono cortical não se situam no próprio córtex mas abaixo dele, no subcórtex e no tronco cerebral, descobriu-se também que essas estruturas possuem uma dupla relação com o córtex, tanto influenciando o seu tono como sujeitas elas próprias à sua influência reguladora.
	Diferentemente da primeira unidade a segunda unidade funcional do cérebro, possui a função de receber, analisar e armazenar informações. Se localiza nas regiões laterais do neocórtex e é formada por neurônios isolados. Recebem estímulos através de receptores periféricos, suas partes componentes estão adaptadas para a recepção de informações visuais, auditivas, vestibulares ou sensoriais gerais. Compreendendo também os sistemas centrais de recepção gustativa e olfatória, apesar destes ocuparem um lugar menor no córtex
	A base desta unidade é formada pelas áreas primárias ou de projeção do córtex. No córtex visual (ocipital), há uma superestrutura de áreas visuais secundárias que convertem a projeção somatotópica de partes individuais da retina com sua organização funcional; elas retêm a sua especificidade modal (visual), mas funcionam como um sistema organizando estímulos visuais que alcançam a área visual primária.	
	O córtex auditivo (temporal) é construído de acordo com o mesmo princípio. Suas áreas primárias (de projeção) estão ocultas na profundidade do córtex temporal, cujos neurônios possuem grande especificidade modal e respondem tão-somente às propriedades altamente diferenciadas de estímulos acústicos. Sobre os sistemas do córtex auditivo primário estão superpostos os do córtex auditivo secundário, como é o caso dos sistemas do córtex visual, essas áreas secundárias também convertem a projeção somatotópica dos impulsos auditivos em sua organização funcional.
	Como nos córtices visual e auditivo, no córtex sensorial geral (parietal) a organização está baseada em zonas primárias ou de projeção. A estimulação da parte superior desta zona causa o aparecimento de sensações nos membros inferiores contralaterais, a das porções médias acarreta sensações nos membros superiores do lado contralateral e a de pontos na parte inferior desta zona produz sensações correspondentes nas áreas contralaterais da face, dos lábios e da língua.
	As principais zonas modalmente específicas do segundo sistema cerebral, que estamos discutindo no momento, são, assim, construídas de acordo com um único princípio de organização hierárquica que se aplica igualmente a todas essas zonas, cada uma das quais deve ser encarada como o aparelho central, cortical, de um analisador modalmente específico.
	As zonas são adaptadas para servir como um aparelho para a recepção, a análise e o armazenamento de informações que chegam do mundo exterior ou, em outras palavras, tais zonas estão relacionadas aos mecanismos cerebrais de formas modalmente específicas de processos gnósticos.
	As zonas terciárias deste segundo sistema cerebral ou, como elas são geralmente denominadas, as zonas de superposição das terminações corticais dos vários analisadores, são responsáveis por possibilitar que grupos de vários analisadores funcionem em concerto. Elas se relacionam quase exclusivamente com a função de integração de excitação que chega de diferentes analisadores. Há razão para supor que a grande maioria dos neurônios nessas zonas é de caráter multimodal, e há evidência para mostrar que eles respondem a características gerais dos estímulos.
	O papel principal dessas zonas se vincula à organização espacial de impulsos individualizados de excitação que entram nas várias regiões e à conversão de estímulos sucessivos em grupos simultaneamente processados.
	As zonas terciárias da região cortical posterior desempenham um papel essencial na conversão de percepção concreta a pensamento abstrato, que sempre ocorre sob a forma de esquemas internos, e também na memorização de experiência organizada ou, em outras palavras, não apenas na recepção e codificação de informações, mas também no seu armazenamento.
	É possível distinguir três leis básicas que governam a estrutura de funcionamento das regiões corticais individuais que compõem o segundo sistema cerebral e que também aplicam à próxima unidade funcional.
	A primeira é a lei da estrutura hierárquica das zonas corticais. As relações entre as zonas corticais primárias, secundárias e terciárias, responsáveis pela síntese progressivamente mais complexa de informações que chegam, são uma ilustração suficientemente clara desta lei.
	A segunda lei pode ser expressa como a lei da especificidade decrescente das zonas corticais hierarquicamente organizadas que compõem a referida unidade.
	A terceira lei fundamental que governa o funcionamento do segundo sistema cerebral e, na verdade, o funcionamento do córtex como um todo pode ser expressa, como a lei da lateralização progressiva de funções, implicando na sua transferência progressiva das áreas corticais primárias para as secundárias e, finalmente, para as terciárias.
	A recepção, a codificação e o armazenamento de informações constituem apenas um dos aspectos dos processos cognitivos humanos. Outro de seus aspectos é a organização da atividade consciente. Esta tarefa vincula-se ao terceiro dos sistemas funcionais fundamentais do cérebro, responsável por programação, regulação e verificação.
	O homem não somente reage passivamente a informações que chegam a ele, como também cria intenções, forma planos e programas para as suas ações, inspeciona a sua realização e regula o seu comportamento de modo a que ele se conforme a esses planos e programas; finalmente, o homem verifica a sua atividade consciente, comparando os efeitos de suas ações com as intenções originais e corrigindo quaisquer erros que ele tenha cometido.
	Um papel decisivo na preparação dos impulsos motores é desempenhado pelas zonas secundárias e terciárias superpostas, governadas pelos mesmos princípios de organização hierárquica e de especificidade decrescenteque regem a organização funcional do sistema para recepção, codificação e armazenamento de informações.
	 A principal diferença agora é que, enquanto no segundo sistema, aferente, do cérebro, os processos vão das zonas primárias para as secundárias e terciárias, no terceiro sistema, eferente, eles seguem em uma efireção descendente, começando nos níveis mais altos das zonas terciárias e secundárias, onde os planos e programas motores são formados, e passando então às estruturas da área motora primária, que envia os impulsos motores preparados à periferia.
	A segunda característica que distingue o funcionamento da terceira unidade, eferente, do córtex do de sua segunda unidade, aferente, é que a própria unidade não çontém inúmeras zonas modalmente específicas diferentes representando analisadores individuais, mas é formada inteiramente por sistemas de tipo eferente, motor, e está ela própria sob a constante influência de estruturas da unidade aferente.
	A parte mais importante desta terceira unidade funcional do cérebro, entretanto, é representada pelas divisões pré-frontais do cérebro, que, pelo fato de não conterem células piramidais, são por vezes conhecidas como córtex frontal granular. São essas porções do cérebro, pertencentes às zonas terciárias do córtex, que desempenham um papel decisivo na formação de intenções e programas e na regulação e verificação das formas mais complexas de comportamento humano.
	O córtex pré-frontal desempenha um papel essencial na regulação do estado de atividade, modificando-o de acordo com as intenções e planos complexos do homem formulados com o auxílio da fala. Este papel dos lobos frontais na regulação de estados de atividade que constituem o pano de fundo para o comportamento é uma das mais importantes maneiras pelas quais as regiões pré-frontais do cérebro participam na organização do comportamento humano.
	Estas unidades não trabalham de maneira independente. Cada forma de atividade consciente é sempre um sistema funcional complexo e ocorre por meio do funcionamento combinado de todas as três unidades cerebrais, cada uma das quais oferece a sua contribuição própria.
	Os pontos de vista modernos referentes à estrutura de processos mentais são de caráter completamente diverso e se baseiam mais no modelo de um anel reflexo ou sistema autorregulador, cada componente do qual incorpora tanto elementos aferentes como efetores, de forma que, em conjunto, a atividade mental assume um caráter complexo e ativo.
	A percepção ocorre por meio da ação combinada de todas as três unidades funcionais do cérebro, a primeira fornece o tono cortical necessário, a segunda leva a cabo a análise e a síntese de informações que chegam, e a terceira provê os requeridos movimentos de busca controlados que conferem à atividade perceptiva o seu caráter ativo.
	Os movimentos voluntários e, mais especificamente, as manipulações de objetos, se baseiam no funcionamento combinado de diferentes partes do cérebro. Os sistemas da primeira unidade cerebral suprem o tono muscular necessário, sem o qual movimentos coordenados seriam impossíveis, os da segunda unidade fornecem as sínteses aferentes dentro da qual estrutura os movimentos ocorrem e os da terceira unidade subordinam os movimentos e as ações aos planos correspondentes, produzem os programas para a execução de ações motoras e provêem as necessárias regulação e verificação do curso dos movimentos sem as quais o seu caráter organizado e útil se perderia.
REFERÊNCIA
Luria, Aleksandr Romanovich, 1903-1978. L988f Fundamentos de Neuropsicologia / A. R. Luria; tradução de Juarez Aranha Ricardo. - Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 198Í.

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